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Relatório do Seminário Nacional das Licenciaturas em Enfermagem. Ribeirão Preto, 02 e 03 de dezembro de 2013

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Relatório do Seminário Nacional das Licenciaturas em Enfermagem Ribeirão Preto, 02 e 03 de dezembro de 2013

CONTEXTO DESTE EVENTO

A ideia de organizar este Seminário foi gerada em espaços coletivos de discussão entre alguns docentes envolvidos com os cursos de licenciaturas em enfermagem no Brasil. No SENADEn de 2012, realizado em Belém – PA, houve uma reunião de interesses, coordenada pela ABEn – Nacional, com foco nas licenciaturas em enfermagem.

Nesta reunião, foram destacadas, pelos presentes, algumas problemáticas relativas às licenciaturas, bem como alguns encaminhamentos indicados na Carta de Belém (Anexo I). Cabe destacar que, nesta reunião, foi também discutida a necessidade de novo encontro que pudesse agregar um número maior de professores e outros interessados, ampliando os espaços coletivos para discussão das licenciaturas em enfermagem.

Nessa direção, no 64º Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em Porto Alegre, em 2012, foi assumido, pelas docentes que, neste momento coordenaram o Seminário, foco deste relatório, o compromisso de organizar um evento na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, para dar continuidade às discussões sobre a situação dos Cursos de Licenciatura em Enfermagem no Brasil.

Deste encontro no Congresso Brasileiro de Enfermagem, saímos com a responsabilidade de iniciarmos contatos com os coordenadores de cursos de licenciaturas em enfermagem no Brasil e, ao longo do ano, sentimos a necessidade de mais uma vez ser feita uma conversa sobre a possibilidade de um evento, com a intenção de agregar o maior número possível de coordenadores/professores dos cursos.

Dessa forma, consultamos sobre a participação dos Coordenadores de Cursos no 65º CBEn, no Rio Janeiro, bem como os convidamos para participar da Reunião do Conselho Consultivo Nacional ampliado com os Fóruns de Faculdade, Escolas e Cursos de Enfermagem (ABEn) dia 08/10/2013, sob a coordenação da Diretoria de Educação da ABEn Nacional. Nessa reunião, foi pautado o tema dos Cursos de Licenciatura em Enfermagem, bem como foi retomada a proposta de realização de um evento nacional, sendo reafirmados os interesses pelos presentes e o nosso compromisso na organização do evento ainda em 2013.

Assim, foi proposta a realização do Seminário Nacional das Licenciaturas em Enfermagem (Anexo II), nos dias 02 e 03 de dezembro de 2013, em Ribeirão Preto, cujos objetivos foram: conhecer e identificar os avanços e as limitações dos cursos de licenciatura

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em Enfermagem no Brasil; traçar diretrizes norteadoras para consolidação dos cursos de licenciatura em Enfermagem; e, consolidar a rede de cursos de licenciatura em Enfermagem, conforme encaminhamentos da Carta de Belém.

Cabe destacar que, durante a organização deste Seminário, foi feito levantamento, já iniciado pela ABEn Nacional, quanto ao número de cursos de licenciaturas em enfermagem no Brasil, pelo E-MEC, bem como foram contatados, por e-mail e telefone, os coordenadores desses cursos, com a intenção de reafirmarmos a realização deste Seminário. Esses contatos também foram realizados com a intenção de melhor mapear o número de cursos, uma vez que, havia desencontros de informações. Até o momento deste Seminário, havia 20 cursos de licenciatura em enfermagem no Brasil, cadastrados.

CARACTERIZAÇÃO DO SEMINÁRIO NACIONAL DAS LICENCIATURAS EM ENFERMAGEM

O Seminário Nacional das Licenciaturas em Enfermagem, realizado nos dias 02 e 03 de dezembro de 2013, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, teve a participação de coordenadores e professores de 10 instituições de ensino superior que oferecem a formação em Licenciatura em Enfermagem, distribuídas entre as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste: Unioeste (Foz do Iguaçu-PR); Unioeste (Cascavel-PR); Universidade Federal de São Carlos; Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade Federal Fluminense; Unicamp; Unifafibe -Bebedouro – SP; Universidade Federal de Uberlândia; FASE - Faculdade Arthur de Sá Earp Neto (Petrópolis, RJ) e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, alunos de graduação e pós- graduação e outros interessados no tema. A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo participou do evento, pois manifestou interesse em implementar um curso de licenciatura em enfermagem.

Na mesa redonda, no dia 02 de dezembro, na abertura do Seminário, o Prof. Dr. Júlio Emílio Diniz Pereira, Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, discorreu sobre o tema "Caracterização e perspectivas atuais dos Cursos de Licenciatura no Brasil", e a Profa. Dra. Adriana Katia Corrêa sobre o tema “Licenciatura em Enfermagem: problemáticas e perspectivas”.

Posteriormente, no período da tarde, as atividades ocorreram em quatro grupos de trabalho, sendo que no primeiro momento, os representantes das instituições apresentaram a estrutura e o desenvolvimento de cada curso de Licenciatura em Enfermagem, e em seguida apontaram os limites/fragilidades e possibilidades/potencialidades dos cursos. Das discussões

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emanaram-se informações e questionamentos que contribuíram para a plenária final e comporão esse relatório.

CONJUNTO DE POSSIBILIDADES/POTENCIALIDADES APONTADAS PELOS CURSOS DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

Apresentamos as possibilidades e potencialidades apontadas pelos coordenadores e professores de cursos presentes, de uma maneira geral. Cada uma delas não acontece em todos os cursos, pois são diretamente relacionadas ao contexto institucional e mesmo ao local/região onde o curso acontece, o que extrapola o âmbito deste relatório. A intenção, então, é termos contato com alguns aspectos gerais que têm favorecido o desenvolvimento dos cursos de licenciatura.

1. Presença de profissionais da área de educação em enfermagem para acompanhar a licenciatura em disciplinas pedagógicas;

2. Comunicação efetiva com outros departamentos da Universidade;

3. Campos de estágio adequados e disponíveis para a formação do licenciado; 4. Curso com ampla aceitação na região;

5. Egressos do curso de licenciatura absorvidos pelo mercado de trabalho; 6.Convênios com instituições públicas e privadas;

6. Articulação com projetos de extensão e pesquisa;

7. Proposta de um projeto coletivo para a licenciatura em enfermagem; 8. Oportunidade de capacitação docente;

9. Utilização de métodos ativos de ensino aprendizagem, os quais propiciam que os alunos sejam mais participativos e reflexivos;

10. Utilização de portfólio como um dos instrumentos de avaliação formativa; 11.Articulação da formação pedagógica e específica da saúde desde o início do curso.

Ao analisar as potencialidades/possibilidades discutidas pelo grupo percebeu-se que abordam desde questões mais amplas e estruturais das instituições, envolvendo também as relações com o entorno, até questões mais específicas da organização curricular, inclusive metodológicas e de operacionalização de cada curso.

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LIMITES/FRAGILIDADES APONTADAS PARA OS CURSOS DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

Apresentamos os limites e fragilidades apontadas pelos coordenadores e professores de cursos presentes, de uma maneira geral. Cada uma delas não acontece em todos os cursos, pois são diretamente relacionadas ao contexto institucional e mesmo ao local/região onde o curso acontece, o que extrapola o âmbito deste relatório. A intenção, então, é termos contato com alguns aspectos gerais que têm limitado o desenvolvimento dos cursos de licenciatura.

1. Diferentes interpretações das legislações para licenciatura em enfermagem pelos envolvidos na formação nas diferentes instituições;

2. Documento do MEC que tem provocado dificuldade de interpretação e manutenção do curso de licenciatura em enfermagem nas universidades federais: Oficio circular n. 02/2010-CGOC/DESUP/SESu/MEC - assunto: readequação de cadastro de curso no sistema e-MEC (desvinculação dos cursos tipo Bacharelado/Licenciatura) – (Anexo III);

3. Falta de formação pedagógica do professor enfermeiro, o que se relaciona, dentre outros aspectos, ao desprestígio da docência;

4. Falta de articulação entre professores das áreas específicas e da área de formação pedagógica no processo ensino aprendizagem (na própria unidade ou em unidades diferentes – ou seja, quando o curso é oferecido totalmente na enfermagem ou em parceria com faculdades/institutos de educação);

5. Política de contratos temporários e a necessidade de vagas para docentes efetivos; reduzido número de professores da área de ciências humanas e reduzido número de professores enfermeiros que se dedicam efetivamente à área de educação;

6. Falta da valorização do professor na universidade que, no atual contexto, privilegia a pesquisa;

7. Dificuldade de implantar um projeto coletivo;

8. Estrutura organizacional dividida ou centrada em departamentos.

Dentre os limites/fragilidades, alguns não são específicos dos cursos de licenciaturas em enfermagem, mas referem-se a problemáticas vividas atualmente pelas universidades brasileiras, trazendo implicações também para as licenciaturas.

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PROPOSTAS APONTADAS PARA OS CURSOS DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM NA PLENÁRIA FINAL DESTE EVENTO

Algumas das propostas indicadas nos grupos de discussão e aprovadas na plenária final deste evento referem-se a ações de natureza política, envolvendo articulações com diversas instâncias, com a intenção de ampliar os debates sobre a licenciatura em enfermagem para além da sua internalidade, bem como valorizar a necessidade do enfermeiro licenciado como importante profissional que atua na formação profissional, articulando os campos da saúde e da educação no que se refere especificamente à formação de professores:

1. Realizar articulações com MEC – via ABEn Nacional – para discutir acerca da importância e das especificidades da licenciatura em enfermagem;

2. Articular com as Secretarias Estaduais de Educação para fortalecer a exigência do licenciado em enfermagem ou do profissional enfermeiro com formação pedagógica para atuar nos cursos de educação profissional em enfermagem;

3. Reforçar junto às Secretarias Estaduais de Educação e outros órgãos o papel intersetorial do enfermeiro na promoção da saúde na educação básica;

4. Ampliar/estabelecer articulações com a ABEN regional e nacional para ampliação dos debates sobre as licenciaturas em enfermagem;

5. Promover articulação com a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde / Ministério da Saúde para discussão da temática

Além dessas ações, foram indicadas outras relacionadas à necessidade de ampliar e sistematizar as informações sobre os cursos de licenciaturas em enfermagem no Brasil que sirvam como subsídios que instrumentalizem as discussões e as decisões futuras sobre as licenciaturas. Ao mesmo tempo, trata-se de ações que visam incentivar a produção e a divulgação de conhecimentos sobre as licenciaturas/formação de professores em enfermagem:

6. Realizar um estudo articulado entre os cursos que oferecem a licenciatura em

enfermagem e a ABEN para mapeamento de egressos;

7. Traçar o perfil do licenciado em enfermagem, com discussão política e uma possível adequação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Enfermagem no que tange ás licenciaturas ou pela criação de uma DCN própria para a formação do enfermeiro licenciado;

8. Realizar encontros regionais e nacionais para discussões teóricas e das problemáticas envolvendo a licenciatura em enfermagem;

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9. Criar uma rede online de discussão e compartilhamento de informações a qual poderia ser alocada no site da ABEN;

10. Negociar com a ABEN um número especial da REBEN sobre os cursos de licenciatura em enfermagem (história, concepções teóricas e vivencias);

11. Fortalecer a formação para a pesquisa e estimular o desenvolvimento de pesquisa na área de formação de professores em enfermagem.

SÍNTESE FINAL

As discussões realizadas neste evento possibilitaram a aproximação a alguns aspectos importantes relacionados aos cursos de licenciatura em enfermagem no Brasil:

- Participaram 10 cursos de licenciatura em enfermagem de universidades públicas (estaduais e federais) e privadas que se fundamentam nas legislações nacionais referentes às Diretrizes Curriculares Nacionais da Enfermagem e à formação de professores no Brasil;

- De modo geral, os cursos se organizam como bacharel e licenciatura, sendo aprovados pelos Conselhos Estaduais de Educação ou MEC conforme instância jurídica da faculdade/universidade. Todavia, alguns cursos de licenciatura das universidades federais vêm apresentando dificuldades relacionadas à interpretação de prerrogativas legais da formação de professores que enfocam a desvinculação do bacharelado e da licenciatura (Oficio circular n. 02/2010-CGOC/DESUP/SESu/MEC - assunto: readequação de cadastro de curso no sistema e-MEC (desvinculação dos cursos tipo Bacharelado/Licenciatura);

- Nesse contexto, ficou nítida a necessidade de ampliação das discussões sobre as especificidades de cursos de licenciatura na área da enfermagem que envolve, concomitantemente, a formação para a docência e a formação do enfermeiro para atuação nos serviços de saúde. Essa foi uma das necessidades já apontadas na Carta de Belém, mas ainda são necessários outros espaços para aprofundar esta discussão. Algumas questões podem ser importantes: o que significa discutir as especificidades da licenciatura em enfermagem no contexto da formação de professores e da formação de profissionais da saúde/enfermeiros atualmente no Brasil?

- Os cursos têm concepções e percursos distintos para a formação do enfermeiro licenciado, o que está relacionado a questões institucionais, à formação dos professores envolvidos com as licenciaturas, com os conhecimentos e interpretações distintas dos diversos sujeitos acerca dos dispositivos político-legais atualmente vigentes sobre formação de professores;

- Foram possíveis algumas aproximações à estrutura prevista para os cursos considerando os Conteúdos Curriculares de natureza científico-cultural; a Prática como Componente Curricular;

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o Estágio Curricular Supervisionado e Atividades Acadêmico-Científico-Culturais, elementos indicados nas atuais legislações da formação de professores no Brasil (Resolução CNE/CP Nº 2 DE Fevereiro de 2002). Não é intenção deste relatório apresentar detalhes da organização dos cursos participantes em relação a cada um desses componentes curriculares, mas é possível afirmar que há diversidades de concepções e de modos de operar os cursos que podem ser objeto de futuros encontros, inclusive, no sentido de investimentos na formação pedagógica dos docentes que hoje atuam nas licenciaturas em enfermagem;

- Nessa mesma direção, os cursos possuem diferenças nos focos de atuação do enfermeiro licenciado. Alguns dão maior relevância à docência na educação profissional, outros na atuação na educação básica – atividades educativas na escola, outros em ambos os enfoques. Não negando a autonomia institucional para a proposição dos projetos político pedagógicos dos diversos cursos, será interessante aprofundar as discussões sobre a docência na Educação Profissional em Enfermagem e a atuação do licenciado na escola de educação básica, a partir do contexto atual da saúde e da educação, considerando as necessidades sociais;

- Há necessidade de dar continuidade às discussões sobre os projetos de formação do enfermeiro licenciado considerando o princípio de formar profissional que atenda às necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS), assegurando a integralidade da atenção, a qualidade e a humanização do atendimento, conforme indicado nas DCNs Enfermagem.

Em síntese, este evento representou uma iniciativa de trabalho integrado entre as distintas instituições de ensino superior e a ABEN Nacional para reiniciarem os debates sobre a licenciatura em enfermagem no atual contexto da saúde e educação. Foram possíveis as trocas de informações, a expressão de diferentes compreensões e contextos, mantendo, todavia, a indicação da necessidade de manutenção dos espaços coletivos para as discussões sobre as licenciaturas na internalidade da enfermagem e nas articulações com as demais instâncias envolvidas, com a intenção de fortalecimento da formação do enfermeiro licenciado, profissional importante no mundo do trabalho.

Ao final deste evento, o grupo de coordenação ficou incumbido de articular junto á ABEN Nacional para que tais discussões preliminares tenham continuidade no SENADEn 2014, ação essa já em andamento.

AVALIAÇÃO DO SEMINÁRIO PELOS PARTICIPANTES

Os participantes preencheram ficha de avaliação (Anexo IV), sendo o evento assim avaliado:

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No que se refere à organização local (tema da palestra, grupos de trabalho, carga horária, infraestrutura, apoio da comissão organizadora e coordenação), mais de 68,8% dos participantes manifestaram que o Seminário atingiu plenamente as expectativas.

Quanto a quais foram as principais contribuições do evento 59% dos participantes relataram que o seminário possibilitou a “ampliação da discussão sobre formação e os modelos da IES” e “conhecimento da realidade / troca de experiência”.

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