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Centro comunitário Fazenda do Rio Tavares

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PAULA DE MEDEIROS SOARES

CENTRO COMUNITÁRIO FAZENDA DO RIO TAVARES

Florianópolis 2019

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PAULA DE MEDEIROS SOARES

CENTRO COMUNITÁRIO FAZENDA DO RIO TAVARES

Trabalho de Conclusão de Arquitetura apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, como requisito parcial para a obtenção título de graduando.

Orientador: Prof. Raquel Corbetta, Msc.

Florianópolis 2019

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Resumo

O presente trabalho consiste na elaboração de um anteprojeto de um Centro Comunitário para o bairro da Fazenda do Rio Tavares, Florianópolis – SC, visando um espaço público de qualidade que promova atividades de lazer, culturais e educacionais.

Atraves de pesquisas teóricas, pretende-se contextualizar e fundamentar a importância e necessidade deste tipo de equipamento comunitário para a qualidade de vida de uma população.

Abstract

The actual project consists in the elaboration of a draft for the construction of a Community Center for the neighbourhood of Fazenda do Rio Tavares in Florianópolis - RC, seeking to create a plublic space promoting quality based activities and supporting iniatiatives in the areas of education, culture and well-being.

Throughout theoretical research, there's the intention to provide evidences in order to enhance the importance of this kind of facility for communities.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

figura 1- Mapa de Localização do Projeto ... 2

figura 2- Associação dos Moradores da Fazenda do Rio Tavares ... 9

figura 3- Mapa Localização da área ... 10

figura 4- Mapa de Acessos ... 11

figura 6- Mapa Aspectos Climáticos ... 13

figura 7- Mapa do Histórico ... 15

figura 8- Mapa Viário ... 17

figura 9- Mapa Legislação ... 19

figura 10- Mapa de Uso do Solo ... 21

figura 11- Mapa de Equipamentos Urbanos ... 23

figura 12- Mapa de Gabarito ... 25

figura 13- Projeto Viver ... 27

figura 14- Centro Comunitário para Idosos ... 29

figura 15- Parque Educativo Raíces... 31

figura 16- Centro Social Comunitário ... 33

figura 17- Mapa de Diretrizes Urbanas ... 35

figura 18- Estratégia de Implantação ... 37

figura 19- Conceito da forma e Zoneamento Básico ... 38

figura 20- Esquema de Distribuição do programa ... 43

figura 21- Especificações do Terreno ... 46

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figura 23- Croqui 1 ... 49

figura 24- Esquema de Implantação ... 51

figura 25- Implantação ... 52

figura 26- Plantas esquemáticas ... 54

figura 27- Fachada/ Corte AA ... 55

figura 28- Fachada/ Corte BB ... 56

figura 29- Fachada/corte CC ... Erro! Indicador não definido. figura 30- Fachada/ Corte DD ... 58

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SUMÁRIO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E RECORTE... 2

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ... 2 1.3 OBJETIVO GERAL ... 2 1.4 OBJETIVOS ESPECIFICOS ... 3 1.5 METODOLOGIA ... 3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 4 2.1 O ESPAÇO PÚBLICO ... 4

2.2 ARQUITETURA COMO CONFORMADORA DO ESPAÇOS PÚBLICOS ... 5

2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES, O CENTRO COMUNITÁRIO COMO ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. ... 7 3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA ... 9 3.1 A ÁREA E A CIDADE ... 9 3.1.1 Localização ... 10 3.1.2 Aspectos climáticos ... 11 3.1.3 Histórico da área ... 14 3.2 MOBILIDADE URBANA ... 16 4 ASPECTOS LEGAIS ... 18 4.1.1 Uso do solo ... 20 4.1.2 Equipamentos urbanos ... 22 4.1.3 Gabarito ... 24 5 4. REFERENCIAIS PROJETUAIS ... 26

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5.1 EDIFÍCIO PROJETO VIVER ... 26

5.2 CENTRO COMUNITÁRIO PARA IDOSOS / F451 ... 28

5.3 PARQUE EDUCATIVO RAÍCES / TALLER PILOTO ARQUITECTOS ... 30

5.4 CENTRO SOCIAL COMUNITÁRIO / 3 ARQUITECTOS ... 32

6 PARTIDO GERAL ... 34 6.1 APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA... 34 6.2 DIRETRIZES URBANAS ... 34 6.3 ESTUDOS INICIAIS ... 36 6.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES ... 39 6.5 DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA ... 42 6.6 PARTIDO GERAL ... 45 6.7 DIRETRIZES PROJETUAIS ... 45 6.8 TERRENO ... 46 6.9 LIMITES DE OCUPAÇÃO ... 47 6.10 CONCEPÇÃO DA FORMA ... 49 6.11 IMPLANTAÇÃO ... 50 6.12 PLANTAS ESQUEMÁTICAS ... 53 6.13 SISTEMA ESTRUTURAL: ... 59 6.14 PERSPECTIVAS GERAIS ... 60 6.15 ÍNDICES ALCANÇADOS ... 63 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 64 REFERÊNCIAS ... 65

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como proposta a elaboração de um anteprojeto arquitetônico de um centro comunitário localizado no sul da Ilha, no município de Florianópolis/ SC, os quais são bairros distantes do centro da cidade e apresentam maior necessidade de serviços e espaços públicos.

Busca-se a implantação de uma unidade de prestação de assistência social básica, baseada nas políticas públicas, além da promoção de atividades que complementem a educação oferecida nas escolas públicas, atividades profissionalizantes, atividades físicas e lazer, integrando esporte, lazer, educação e cultura.

A concepção de um espaço que incentive a diversidade e a integração comunitária no espaço urbano, atendendo a necessidade de um padrão mínimo de responsabilidade e sustentabilidade social, promovendo a convivência em espaços públicos e o compartilhamento de experiências e conhecimentos de maneira coletiva, humanizando as relações sociais entre faixas etárias e classes sociais diversas.

Embora o município de Florianópolis já tenha espaços deste tipo desenvolvidos pela administração pública, ainda há demanda para mais espaços físicos em bairros mais afastados. Existe uma demanda crescente nesta localidade e o centro comunitário tem o papel integrador e democrático, aproxima a população independente da sua faixa de renda, por isso a importância deste equipamento para promover as relações sociais e reforçar a sensação de pertencimento.

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1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E RECORTE figura 1- Mapa de Localização do Projeto

Fonte: Google Earth Pro, modificada pela autora 1.2 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA

Um centro comunitário possui a capacidade de promover a socialização, o senso de coletividade e o acesso a atividades que dão suporte a população de uma localidade no que tange à saúde, formação profissional, lazer, cultura e esporte, entre outros. A beleza de um centro comunitário é justamente a sua capacidade de integrar, socializar e melhorar a vida das pessoas a partir da consciência de pertencimento.

1.3 OBJETIVO GERAL

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1.4 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Estudar a área para conhecer a demanda e o processo de ocupação.

 Pesquisar referenciais teóricos para melhor compreender o tema.

 Estudar as leis específicas.

 Realizar o diagnóstico da área para definir as diretrizes de projeto.

 Realizar estudo de caso.

 Buscar referenciais projetuais.

 Elaborar o programa de necessidades.

 Lançar o partido geral.

1.5 METODOLOGIA

Pesquisa bibliográfica em livros, revistas, pesquisas em sites; coleta de dados através de visita ao local; Diagnóstico da área através do material levantado e do plano diretor vigente e por último a elaboração da proposta.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O ESPAÇO PÚBLICO

O espaço público é um lugar que está aberto a toda a sociedade, domínio e uso da população geral, é um lugar destinado ao uso social típico da vida urbana, como um parque para o qual as pessoas vão para fins de lazer e descanso.

Segundo Puime (2014), existem dois tipos de espaços públicos, os espaços públicos livres em que é pleno o direito de ir e vir, ruas e avenidas, praças e parques e os espaços públicos com restrição ao acesso e à circulação, como os edifícios públicos, prefeituras, fóruns, instituições de ensino entre outros, nos quais a presença é controlada e restrita a determinadas pessoas.

Por muitos anos a concepção de um lugar vazio da cidade foi a que permaneceu quando se discutia sobre espaço público, atualmente há uma tentativa de requalificar esses locais, com a intenção de trazer movimento e uma dinâmica para sua concepção.

O arquiteto e urbanista Jan Gehl, cita em quase todas as suas publicações e estudos sobre as cidades o quanto é imprescindível se construir cidades mais voltadas para as pessoas. Quando um ambiente é pouco propício e possui baixa qualidade a tendência é de que as pessoas façam somente as atividades necessárias, ou mais básicas enquanto o ocupam.

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Em contrapartida, quando se cria espaços com qualidade e funcionalidade, a tendência é de que as pessoas queiram passar mais tempo nesses lugares, resultando em atividades sociais e de descontração. (TUDO..., 2017)

Por isso, hoje há uma tentativa de reativação, incentivados por novas vontades de lazer ou por outros processos de ocupação voltados à democratização de espaços. Cada vez mais buscamos, como sociedade, os benefícios que os espaços públicos podem nos oferecer (TUDO..., 2017).

Desta forma percebe-se que os espaços públicos exercem uma importante função na vida das cidades, são nesses espaços que as pessoas podem se manifestar, se expressar, se encontrar, se conhecer e assim o espaço público se faz um local de liberdade, de trocas, de diversidade.

Portanto, o espaço público é uma premissa para o projeto do centro comunitário, trazendo para essa área carente de lugares de encontro e permanência a dinâmica de viver o coletivo urbano.

2.2 ARQUITETURA COMO CONFORMADORA DO ESPAÇOS PÚBLICOS

A arquitetura pode contribuir para melhorar a qualidade de vida e a experiência cotidiana de quem circula pelos espaços públicos, proporcionando um local mais movimentado e mais seguro, o que beneficia a todos.

De acordo com Rogelio Salmona, os espaços públicos não existem sós, tem surgido com e desde a arquitetura, assim, a arquitetura e a cidade constituem uma unidade indissolúvel, o valor da arquitetura e a integração da mesma no contexto urbano determinam a qualidade da cidade, a identidade social e o senso de pertencimento dos habitantes aos lugares configurados por ela (GIONE, 2013).

“A boa arquitetura garante a boa interação entre o espaço público e a vida na cidade. ” (GEHL; SVARRE, ANO 2018, 2).

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Para que a arquitetura contribua com os espaços públicos, é importante que o projeto de um edifício leve em conta o seu entorno, pois a construção influenciará todo esse contexto.

O ideal é que haja uma interação da construção com o seu entorno, onde o prédio se mistura com a rua e a rua se misture com o prédio alcançando o conceito de permeabilidade urbana, o qual, não é apenas a capacidade de uma construção ser transposta, um prédio permeável permite o contato visual dos transeuntes com o seu interior, em vez de muros, possui jardins, em vez de vidros refletivos, tem brises e cobogós.

Jan Gehl, afirma que o contato entre o que acontece no espaço público e dentro dos edifícios enriquece as possibilidades de experiências em ambas as direções. O resultado é um maior movimento, que tem relação direta com a segurança do local.

Assim, pensar nessa permeabilidade visual é, também, uma maneira de tornar a rua mais movimentada, o que leva a um círculo virtuoso. Segundo Gehl, a própria animação de uma rua atrai mais pessoas. Não são apenas as crianças que se interessam por lugares em que outros pequenos estão brincando – Os adultos também são assim.

Um exemplo de projeto que contempla este pressuposto é o Museu de Arte de São Paulo (Masp), localizado na Avenida Paulista. Além de ser um dos mais importantes museus do Brasil, está entre os principais exemplares da arquitetura brasileira.

O terreno para a construção do Masp, que é uma instituição privada, foi doado pela prefeitura com a condição de que fosse mantida a vista para o centro da cidade, a partir do mirante 9 de julho.

A solução encontrada pela arquiteta Lina Bo Bardi foi fazer o prédio suspenso, de modo que o espaço público da calçada da Avenida Paulista e o acesso ao mirante fossem mantidos. A área localizada abaixo do museu ficou conhecida como vão do Masp, um lugar bastante vivo e movimentado.

O edifício projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer no centro de São Paulo, Copan, é outro exemplo de permeabilidade urbana, cujo térreo foi projetado para ser uma grande galeria com comércio e serviços, que pode ser atravessada.

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2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES, O CENTRO COMUNITÁRIO COMO ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL.

O Centro Comunitário é um espaço público onde pessoas de uma determinada comunidade tendem a se reunir para atividades em grupo, apoio social, informações públicas e outros propósitos. Segundo Gouvêa, esses equipamentos são elementos essenciais para o funcionamento de uma cidade, sua localização deve obedecer a uma relação de uso cotidiano ou eventual.

O centro comunitário é uma estrutura polivalente onde se desenvolvem serviços e atividades que, de uma forma articulada, tendem a constituir um polo de animação com vista à prevenção de problemas sociais e à definição de um projeto de desenvolvimento local, coletivamente assumido. (BONFIM, 2002)

Tem como objetivo contribuir para a criação de condições que possibilitem aos indivíduos, o exercício pleno do seu direito de cidadania e apoiar as famílias no desempenho das suas funções e responsabilidades, reforçando a sua capacidade de integração e participação social, através de ações como constituir um polo de animação gerador de dinâmicas locais; Fomentar a participação das pessoas, das famílias e dos grupos; Dinamizar e envolver os parceiros locais e fomentar a criação de novos recursos; Desenvolver atividades dinamizadoras da vida social e cultural da comunidade; Promover a inserção social de pessoas e grupos mais vulneráveis; Criar condições para responder às necessidades concretas da população; Gerar condições para a mudança. (BONFIM, 2002, p.10)

Alguns requisitos fundamentais devem ser considerados para um bom funcionamento de um centro comunitário:

 A proximidade com a população em que se deve atuar e com os problemas que devem ser resolvidos.

 A flexibilidade, o centro comunitário deve ser moldável, ou seja, caracterizar-se por uma oferta diversificada de serviços e atividades, de acordo com a dinâmica da comunidade.

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 A Participação, o envolvimento das pessoas na resolução dos seus próprios problemas, contribuindo para uma descentralização e uma organização de serviços cada vez mais próximas dos indivíduos.

As atividades que acontecerão no centro comunitário devem ser pensadas de acordo com as necessidades da população e devem ter como princípio orientador o conhecimento global da realidade, ou seja, os problemas necessários que devem ser resolvidos.

Observando a importância de um centro comunitário para a vida de uma comunidade, considera-se que o projeto de um centro comunitário para a Fazenda do Rio Tavares é fundamental, haja vista a carência de espaços com qualidade e que ofereça atividades e suporte aos moradores.

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3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA

3.1 A ÁREA E A CIDADE

A Fazenda do Rio Tavares é um bairro pertencente ao distrito do Campeche o qual é um bairro e distrito do município de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, o distrito antigamente era chamado de Vila do Pontal, foi desmembrado da Lagoa da Conceição pela lei n° 4.805/95 de 21 de dezembro de 1995. A área total do distrito é de 35,32 km² e sua população é de 22.038(2010).

O terreno escolhido para o projeto está localizado no bairro da Fazenda do Rio Tavares e atualmente abriga o conselho comunitário da Fazenda do Rio Tavares, (figura 2) em um prédio construído como indenização do Governo de Santa Catarina aos conselheiros por terem sido desapropriados do terreno que ocupavam.

figura 2- Associação dos Moradores da Fazenda do Rio Tavares

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3.1.1 Localização

O terreno localiza-se no sul da Ilha de Florianópolis a 15km do centro da cidade, na SC-405 no bairro da Fazenda do Rio Tavares como apresentado através da figura 3.

figura 3- Mapa Localização da área

Fonte: Autora; 2019

O acesso ao Bairro da Fazenda do Rio Tavares (figura 4) se dá através de uma única rodovia, a SC- 405, para quem vem do centro e para quem vem da Lagoa da Conceição o acesso se dá pela SC- 406.

A área do projeto está localizada em um ponto de fácil acesso, principalmente para os usuários de transporte público, pois o terreno está logo ao lado do terminal do Rio Tavares.

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figura 3- Mapa de Acessos

Fonte: Google Earth, modificado pela autora 3.1.2 Aspectos climáticos

A cidade de Florianópolis possui um clima subtropical mesotérmico úmido, com verões quentes e invernos amenos. Chuva bem distribuída ao longo do ano e sem uma estação seca bem definida. A

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temperatura média anual é de 20,3°C sendo fevereiro o mês mais quente, com a média mensal de 24,3 °C e julho o mês mais frio, com média de 16,5 °C. Quanto a umidade a média anual fica em torno de 82%

Em relação a topografia, possui limites geográficos configurados na parte insular e continental, sua topografia é acidentada e irregular, ocasionando barreiras de crescimento e dificuldade de locomoção.

A cidade possui estações bem definidas, entretanto ocorrem mudanças repentinas de temperatura e condições climáticas, consoante as ventanias que atingem o município. Os ventos mais frequentes são o nordeste e o norte, porém o sul tem mais repercussão pois é portador de súbitas mudanças de temperatura,

O vento sul, é uma característica marcante da cidade, são fortes rajadas acompanhadas ou não de chuva, com velocidades média de 10 m/s.

A área do terreno é cercada por mangues e morros, como o Morro do Lampião que está à leste, um dos principais pontos turísticos do Campeche, com trilha e o visual de toda a praia, o Maciço da Costeira com área de 1.456 hectares, abriga rica flora, fauna e importantes mananciais de abastecimentos, nele se encontra a nascente do Rio Tavares e se encontra ao norte do terreno, a oeste se encontra o Mangue do Rio Tavares, uma reserva extrativista da Marinha com 740 hectares e com o objetivo de conservar o estuário do rio Tavares e o desenvolvimento socioeconômico da população que tradicionalmente explorava os recursos naturais da região.

A Fazenda do Rio Tavares possui um microclima bem característico do sul da ilha, com fortes rajadas de vento, sendo o vento sul predominante na área do projeto por não ter barreira que proteja o terreno.

Essa área é conhecida como a planície do Campeche e grande parte é alagável.

As principais testadas do terreno estão orientadas para leste e norte, uma orientação privilegiada para o partido, a testada oeste faz divisa com um campo de futebol, já a testada sul faz divisa com a escola de ensino médio

Ao analisar a figura 5, percebe-se que o terreno está vulnerável ao vento nordeste, que tem grande incidência na região sul do pais e pelo vento sul que trás consigo o ar gelado que é canalizado pelo maciço da costeira e o morro do lampião.

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No início da manhã o morro do lampião forma uma barreira para os raios solares para o terreno, porém o terreno recebe sol o dia todo pois o gabarito dos prédios vizinhos são baixos e não formam barreiras para os raios solares.

figura 4- Mapa Aspectos Climáticos

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3.1.3 Histórico da área

No século XII, açorianos vindos da Terceira Ilha dos Açores, organizaram uma trilha para chegar até a lagoa da Conceição pelo lado sul da Ilha de Florianópolis, ocupando ao longo desse caminho e criando as localidades denominadas por eles de Porto, São Sebastião do Campeche e Rio Tavares.

Esses imigrantes se instalaram nessas áreas e nesse processo de colonização desenvolveram diversas atividades de subsistência, como a pesca e agricultura.

Entre o sec. IX e XII algumas empresas se instalaram nessa localidade, a Western Telegraph Company empresa de comunicação que distribuía o sinal de comunicação telegráfica na época e depois a Pedrita em 1971, com o objetivo de extrair insumos para a construção civil.

Segundo Pereira (2015), a localidade do Rio Tavares foi organizada em cinco segmentos. Quem entra através do elevado encontra a primeira comunidade, a da Seta, logo a seguir há a Cachoeira do Rio Tavares por possuir uma queda d’água onde a Casan mantém um reservatório que foi construído em 1921 e vai até ao encontro da segunda ponte sobre o rio Tavares, depois vem o Porto do Rio Tavares, a seguir para quem dobra à direta e após a Escola do Porto do Rio Tavares, a denominação passa a ser Fazenda do Rio Tavares, onde se localizam o TIRIO e a UPA. O quinto e último segmento para quem segue à Lagoa, à esquerda, é a sede do Rio Tavares, a qual segue até o Canto da Lagoa e ao Porto da Lagoa. (figura-6)

Por volta de 1968 o transporte público passa pelo bairro e segue até a lagoa da Conceição, com muita dificuldade pois ainda a estrada era de terra.

Em 1980 inicia-se um crescimento acelerado nessa área, pela sua proximidade com o centro e quantidade de terras planas. A associação dos moradores da Fazenda do Rio Tavares foi inaugurada dia 23 de maio de 1987, com o intuito de auxiliar a comunidade. O espaço foi construído pelos próprios moradores que se uniram para construir um lugar que suprisse a necessidade existente na época, dentro dessa associação comunitária foi introduzido o primeiro posto de saúde do bairro.

Por volta do ano de 2000 o governo do estado de Santa Catarina desapropriou uma parte do terreno em que o conselho comunitário para construir a Escola Jovem, vindo a demolir o prédio construído pelos moradores e como indenização, construindo em cima o prédio existente, (figura 2).

Hoje essa associação desenvolve um trabalho social através de um projeto chamado Qualidade de Vida. Este projeto oferece à comunidade apoio psicológico, atividades físicas, aulas de línguas, atendimento aos idosos e crianças, grupos de mulheres que fazem artesanato como forma de terapia.

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A associação presta ajuda à comunidade, direta e indiretamente, e atua como mediadora entre a comunidade e a prefeitura.

O projeto do Centro comunitário inclui o conselho comunitário e seu programa, contribuindo com um espaço adequado as atividades existentes no local.

figura 5- Mapa do Histórico

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3.2 MOBILIDADE URBANA

É possível identificar que o distrito do Campeche possui carência de serviço básico e estrutura pública como, ciclovias, calçamento e pavimentação. Pelo histórico de ocupação do distrito do Campeche e muitos dos seus loteamentos surgirem através de processos irregulares, não houve a preocupação de se configurar espaços públicos de uso coletivo e o que sobrou foram as precárias vias, as quais em sua grande maioria não tem a largura adequada, sendo ruas estreitas, muitas delas não são pavimentadas e nem existem calçadas, as residências e comércios não respeitam recuos, para piorar a situação.

A Sc 405 é uma via arterial, sendo o único acesso aos 10 bairros do sul da ilha, com 22.034 habitantes (2010), é uma rodovia com grande fluxo de veículos, em que determinadas horas do dia causam um grande congestionamento. Comércios, escolas e residências estão na beira de toda extensão, ocasionando conflitos entre carros pedestres e ciclistas, por ser uma rodovia Estadual não se permite a construção de calçadas, assim os pedestres andam pelo acostamento correndo perigo de vida.

A SC-405 é uma rodovia que corta a área analisada e se transforma em uma barreira à medida que prioriza os veículos.

Cruzando os mapas de sistema viário com o mapa Ambiental, percebe-se que questões geográficas e ambientais, não contribuem com o sistema viário, a área é montanhosa e se localiza sobre uma planície contornada por áreas de preservação permanente, dificultando possíveis ampliações de rodovias.

A área analisada tem uma cobertura satisfatória do serviço de transporte público oferecido pelo Consórcio Fênix, com vários pontos de ônibus distribuídos pelas vias principais e diversas linhas, o terreno se encontra ao lado do terminal do Rio Tavares e isso facilita a conexão do local com outros bairros.

Apenas em uma parte pequena da SC- 405 existe ciclovia, conectando a praia ao bairro da Fazenda do Rio Tavares e passando pelo terreno do projeto.

Um novo acesso ao Sul da Ilha está sendo construído, saindo do bairro Carianos e chegando ao Ribeirão da Ilha, essa obra aliviará o fluxo de veículos e o engarrafamento costumeiro das horas críticas na SC- 405.

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A figura 7, indica os conflitos entre pedestres e veículos existentes na área, observa-se que próximo ao terreno ocorre um forte conflito, principalmente em horário da saída das escolas que se localizam nas proximidades.

Já os nós viários ocorrem principalmente as sete da manhã, horário em que os moradores dos bairros do sul da Ilha estão saindo para o trabalho e a partir das 17:00 h, horário que os moradores retornam para suas casas.

figura 6- Mapa Viário

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4 ASPECTOS LEGAIS

Para determinação dos parâmetros construtivos foi consultado o Zoneamento de Uso e Ocupação do Munícipio de Florianópolis/SC, lei complementar n° 482/2014, que estabelece o zoneamento no qual o terreno se enquadra. De acordo com a lei, o terreno esta demarcado como uma AMC 2.5 (Área Mista Central) e uma faixa do terreno esta demarcado como ACI (Área Comunitária Institucional). (Figura 9)

Em áreas comunitárias institucionais os parâmetros utilizados são do zoneamento predominante na área, então para esse terreno deve-se considerar os parâmetros da AMC 2.5, os quais tem como índice de aproveitamento 2, taxa de ocupação 50%, Taxa de impermeabilização 70% e número de pavimentos 2. Sobre os afastamentos obrigatórios, fica previsto para essa área um afastamento frontal de 4m e afastamentos laterais de 1,5m.

Conforme o Capítulo III, Dos Usos do Solo, Seção I Áreas Comunitárias Institucionais (ACI). Art. 52. As Áreas Comunitárias Institucionais são aquelas destinadas a todos os equipamentos comunitários ou aos usos institucionais, necessários à garantia do funcionamento dos demais serviços urbanos.

Art. 53. As Áreas Comunitárias Institucionais serão classificadas e localizadas em planos setoriais elaborados pelo órgão municipal de planejamento urbano e setores afins, aprovados por Lei Complementar.

Art. 54. Os limites de ocupações das Áreas Comunitárias Institucionais são os definidos pelo zoneamento adjacentes, ou por estudo específico realizado pelo IPUF.

Art. 55. Desaparecendo o motivo que determinou o estabelecimento da Área Comunitária Institucional, pelo menos um terço de sua área será doada ao município para uso público, destinada como Área Comunitária Institucional, definida pelo órgão municipal de planejamento urbano conforme a demanda urbana de maior carência.

Assim, considera-se que o terreno escolhido possui viabilidade para a construção de um centro comunitário.

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figura 7- Mapa Legislação

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4.1.1 Uso do solo

A área em análise é uma área mista central, observa-se que a predominância ainda é residencial, porém como o plano diretor estabelece uma centralidade para o local, a tendência futura é aumentar o número de comércios na área.

Observa-se através da figura 9, que o comércio e equipamentos públicos se estabeleceram ao longo da rodovia SC- 405, existe uma grande variedade de serviços e comércio nessa área, escritórios, cartório, escola de inglês, lanchonetes, oficinas, lojas, peixaria, padaria, floricultura, oferecem suporte a toda a população e possui uma frequência de uso diária ou semanal.

Próximo ao terreno estão localizados 2 colégios públicos, uma creche, posto de saúde a upa 24hs, corpo de bombeiros, importantes elementos para tirar partido no projeto, integrando esses elementos a fim de promover suporte a esses equipamentos. Os demais usos institucionais presentes no entorno, se resumem em diferentes tipos de igrejas.

Esses serviços, instituições e comércios não são suficientes para promover a vitalidade urbana, nessa área predominante residencial se torna necessário mais atenção ao espaço público aberto e que promova atividades culturais e de lazer.

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figura 8- Mapa de Uso do Solo

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4.1.2 Equipamentos urbanos

A área em questão revela uma centralidade de equipamentos públicos (figura 10), os quais estão estrategicamente bem localizados e de fácil acesso à população do distrito do Campeche. Duas escolas estaduais, refletem um fluxo grande do público jovem, o posto de saúde, a UPA 24hs e o terminal do Rio Tavares, também são geradores de um grande fluxo de pessoas no local. O único espaço de lazer nessa área é um campo de futebol, sendo insuficiente para as necessidades deste grande público que circula por essa área. Três igrejas de religiões distintas se encontram nessa área, gerando também um fluxo grande de pessoas nos dias de encontro, (as igrejas ali promovem eventos e festas).

Em contrapartida as pessoas vão a essa área apenas para realizar suas atividades e depois retornam para suas casas por não existir um equipamento urbano que proporcione lazer, descanso ou qualquer tipo de atividade e socialização.

Desta forma o projeto do centro comunitário tem como intuito promover espaços que atraiam as pessoas para permanecerem no local além de oferecer atividades que deem suporte às famílias e indivíduos reforçando o sentimento de pertencimento e favorecendo a socialização.

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figura 9- Mapa de Equipamentos Urbanos

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4.1.3 Gabarito

Nota-se através da figura 11 que a área analisada é pouco adensada, pois se trata de uma área com gabarito baixo, predominando 2 pavimentos, algumas edificações possuem 3 pavimentos no máximo. Apenas a UPA 24hs possui 4 pavimentos.

Devido ao histórico do crescimento urbano do local, nota-se que a ocupação é bastante esparsa. Percebe-se que em algumas ruas existe carência em infraestrutura pública como pavimentação e calçamento, pois a municipalidade não acompanhou o crescimento urbano da região, gerando um traçado bastante peculiar proveniente de grandes glebas que foram divididas em lotes com uma pequena e única via de acesso.

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figura 10- Mapa de Gabarito

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5 4. REFERENCIAIS PROJETUAIS 5.1 EDIFÍCIO PROJETO VIVER

O Edifício projeto Viver ( figura 12) é um projeto voltado à criação de um espaço de uso coletivo e a partir de uma escola, localizado na comunidade Jardim Colombo, a qual faz parte do complexo Paraisópolis, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Foi o projeto vencedor do Prêmio Latino Americano Rogelio Salmona: espaços abertos, espaços coletivos, de Bogotá, Colômbia. O prêmio é um reconhecimento de alto nível cultural que busca identificar e divulgar as melhores práticas de arquitetura em cidades latino-americanas e do Chile

A principal premissa do partido era criar espaços livres, dessa forma o projeto se tornou um conjunto de espaços abertos, os blocos estão dispostos em composição ortogonal. O bloco menor, sobre pilotis, configura a praça coberta e protege a praça de esportes. Já o bloco maior cria uma relação mais direta entre os espaços externos e internos, é por ele que se dá o acesso principal aos edifícios. Além disso, as oficinas no pavimento térreo têm grandes portas que se abrem, integrando a praça ao interior do edifício nos dias de evento. No pavimento superior deste edifício maior, há uma pequena loja que se abre diretamente à rua, para vender os produtos fabricados na cozinha-didática.

Síntese da Análise:

 Disposição dos volumes conformando o pátio

 Permeabilidade do terreno.

 Grandes aberturas que proporcionam a iluminação e ventilação natural

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figura 11- Projeto Viver

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5.2 CENTRO COMUNITÁRIO PARA IDOSOS / F451

O centro comunitário para idosos (figura 13), foi projetado pelo escritório F451 Arquitetos, no ano de 2005 em Cardedeu, Catalunha, Espanha

O centro é projetado com apenas um pavimento e consiste em um espaço de convivência para idosos, onde eles possam socializar e interagir com outras pessoas.

Este projeto consiste no uso de elementos comuns da construção, como aço, concreto pré-fabricado, que são agrupados de forma a otimizar seu uso e trazer qualidade espacial.

O conceito de obra seca foi usado em toda a construção, exceto no piso, além desses detalhes podemos citar também o telhado ecológico que propicia um conforto térmico, isolamento acústico.

Através de grandes aberturas o projeto alcança uma grande integração do ambiente interno e externo.

Síntese da Análise:

 Integração ambiente externo com interno através de grandes aberturas

 Teto verde

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figura 12- Centro Comunitário para Idosos

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5.3 PARQUE EDUCATIVO RAÍCES / TALLER PILOTO ARQUITECTOS

O Parque Educacional Raíces (figura-14), projetado pela Taller Piloto Arquitectos em El Peñol de Guatapé, na Colômbia,2015, surge do programa Parques Educativos do departamento de Antioquia. Esse programa oferece às organizações sociais e educacionais a oportunidade de implementar infraestrutura que garanta o acesso aos espaços. de encontro, inovação e interação social.

O projeto está localizado no limite do perímetro urbano, uma área de transição entre o urbano e o rural, aparecendo na cidade como um ponto de referência para a distância e um ícone visual do município, fortalecendo os valores e tradições apoiados por um espaço público aberto. e coletivo, um cenário de integração, para a criação de uma identidade e apropriação do mesmo.

O projeto recebe o visitante a partir de uma praça, um espaço-mirante que se transforma em testemunha da nova paisagem na qual vive a comunidade. No interior do projeto, os espaços pedagógicos e culturais tem seu valor mais importante no vazio que os complementa, espaços livres e flexíveis adequados para o encontro, formados a partir de pátios e jardins, permitindo estender duas atividades ao espaço comum, ao espaço de todos, o que se entende como uma tradição estabelecida e que foi se perdendo no uso do pátio e entradas tradicionais da residência de Peñol, assim isso se retoma como um espaço articulador no projeto, um ambiente para dividir.

Para dialogar com o seu contexto, o edifício é construído a partir de materiais, onde a mesma estrutura é também a terminação.

Síntese da Análise:

 Circulação pública

 Espaços conformados para encontros

 Estrutura aparente

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figura 13- Parque Educativo Raíces

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5.4 CENTRO SOCIAL COMUNITÁRIO / 3 ARQUITECTOS

O Escritório 3 Arquitetos é responsável pelo projeto Centro Social Comunitário (figura-16), que parte do programa ‘Quiero Mi Barrio’ (Amo Meu Bairro) do Ministério de Habitação e Urbanismo Chileno, que tem como objetivo aumentar a qualidade de vida de 200 bairros com grande vulnerabilidade e deterioração do Chile.

Fica localizado em Rapa Nui, La Serena, Região de Coquimbo no Chile, com uma área de 613 m² o projeto é de 2011. A Favela ‘17 de Septiembre’ possui grandes espaços vazios sem usos definidos, e áreas residuais onde pequenos aterros sanitários e ocupações ilegais ocorreram.

A fachada visível a partir das ruas do entorno da favela é conformada por fundos de lote, ocupações ilegais e espaços públicos residuais, que degrada a presença deste bairro em relação à cidade.

Com este projeto, a intenção era de reverter a situação urbana, gerando uma nova face no ambiente e em dois dos corredores internos principais. Através duma praça, pretendeu-se encorajar a ocupação e uso efetivo deste espaço público, melhorar o acesso ao parque e se tornar articulador em potencial da circulação de pedestres, integrar a atividade atual dos vizinhos assim como as atividades dos novos espaços de socialização do centro social.

Os espaços internos precisavam ter funções múltiplas, e foram distribuídos em três níveis principais: a sala para adolescentes, sala de administração e espaço para eventos. A proteção e manutenção do espaço e a iluminação são duas condicionantes que para serem resolvidas, optou-se por implantar um fechamento do perímetro em cobogós pré-fabricados de concreto, o que conferiu proteção e entrada de luz, permitindo uma ventilação adequada.

Os materiais escolhidos são similares aos já utilizados na vizinhança, para assim assimilar a edificação com a linguagem local e dar prioridade a aproximação das pessoas com o projeto.

Síntese da Análise:

 Materiais utilizados

 Elementos da fachada

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figura 14- Centro Social Comunitário

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6 PARTIDO GERAL

6.1 APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

A proposta de um equipamento como o centro comunitário para a Fazenda do Rio Tavares surge como resposta às análises realizadas neste trabalho. A área apresenta carência de equipamentos e espaços públicos de qualidade, espaços que incentivem a diversidade e a integração comunitária no espaço urbano, promovendo a convivência no espaço público e o compartilhamento de experiências e conhecimento coletivo, voltados as necessidades da comunidade que demanda por espaços polivalentes e que de certa maneira envolva os moradores do local.

O propósito do projeto é a integração das pessoas, possuindo papel fundamental à medida que proporcionará espaços públicos, atividades educacionais, culturais e de lazer, além da criação de laços sociais tanto entre as pessoas como da própria identidade e percepção do espaço projetado.

6.2 DIRETRIZES URBANAS

Algumas diretrizes urbanas (Figura 17) foram traçadas com a intenção de conduzir o projeto ao incentivo de reforçar a centralidade existente no local:

Estruturar o sistema viário proporcionando um trajeto mais seguro para os ciclistas, pedestres e veículos.

Revitalizar o Rio Tavares, preservando o eco sistema.

Proteger a área de preservação ambiental, através de locais de uso público, impedindo o avanço da comunidade em áreas alagáveis e protegidas

Implantar um Parque/ deck no mangue da Fazenda do Rio Tavares. Qualificar a trilha para o Morro do Lampião.

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figura 15- Mapa de Diretrizes Urbanas

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6.3 ESTUDOS INICIAIS

Os estudos iniciais são constituídos pelos primeiros croquis realizados durante o desenvolvimento deste trabalho, paralelamente ao estudo dos referenciais projetuais e ao diagnóstico da área, estabelecendo as primeiras intenções projetuais de acordo com as potencialidades e necessidades do bairro Fazenda do Rio Tavares.

A partir disso, foram desenvolvidas as primeiras ideias de volumetria, buscando sempre a permeabilidade do terreno, proporcionando a maior área pública possível para os usuários. Eixo de conexão com a escola e os equipamentos do entorno, iniciando um zoneamento, com o térreo de integração cultural/social, como ativador do espaço público e coletivo e a administração para dar o suporte mais fácil as outras atividades, as demais funções ficam nos pavimentos superiores. Aliado a isso e outras condicionantes presentes nos estudos, as formas exploradas buscam atender uma possível modulação estrutural.

Dito essas premissas, seguem os primeiros estudos produzidos que deram base para a elaboração do projeto do Centro Comunitário da Fazenda do Rio Tavares.

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6.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades foi desenvolvido partindo do pressuposto que o centro comunitário tem a família e a comunidade como princípio essencial, face as necessidades globais da população frente ao seu caráter de promoção da cidadania, foi definido um tripé como um fio condutor para a elaboração do programa de necessidades, sendo eles:

A educação, que proporcionará aulas de apoio aos alunos dos colégios vizinhos e cursos diversos, onde o projeto busca abrir espaços que possam ser moldados de acordo com a necessidade do usuário, espaço para leitura afim de incentivar o habito da leitura.

O lazer, que funcionará como impulsionador na utilização do equipamento no bairro, sabendo-se que a apropriação por parte das pessoas é que ativam o espaço.

A Cultura, através de espaços que proporcionem oficinas diversas, como artesanato, teatro e música.

Para melhor organizar a proposta do ponto de vista funcional foram definidos quatro setores, administrativo, desportivo, integração cultural / social e o setor educacional que se encontram relacionados nos quadros a seguir.

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6.5 DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA

A partir do programa de necessidades foi desenvolvido estudos de distribuição dos ambientes: zoneamento e organograma, pensando os principais fluxos e conexões desejados em vista das decisões projetuais e entendimento do entorno.

No primeiro esquema foram estabelecidos os eixos principais de passagem, seguindo o conceito de permeabilidade desejado. Nos esquemas seguintes, se estabelece o zoneamento do programa. A intenção do zoneamento na implantação foi não limitar a área ao ambiente construído do projeto, mas possibilitar a maior área pública e permeável possível, de acordo com o programa. Em vista disso os setores, administrativo e de integração cultural foram zoneados no térreo promovendo maior integração entre os ambientes internos e externos do edifício O edifício conta com um volume sobre pilotis, onde foi disposto outra parte do setor de integração cultural/ social, com o café, a cozinha comunitária, salão multiuso e o terraço verde, com acessos e circulação públicas, no segundo pavimento o setor de educação.

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6.6 PARTIDO GERAL

O partido surge através da análise do entorno do terreno e com o estudo do programa de necessidades.

A partir do diagnóstico podemos observar a carência de conexão e apoio aos equipamentos comunitários que se encontram próximos ao local, além da carência de espaços públicos. A ideia é integrar esses equipamentos através de uma arquitetura que proporcione espaços de lazer aos usuários e suporte aos outros equipamentos comunitários do entorno, através de estratégias implantadas no partido. O objetivo do projeto é proporcionar ambientes democráticos, sociais e integradores, para isso foram traçadas as diretrizes projetuais relacionadas à seguir.

6.7 DIRETRIZES PROJETUAIS

 Térreo permeável, para que os pedestres se desloquem de um equipamento ao outro sem interrupções; com uso de pilotis para a proteção e abrigo;

 Planta livre para melhor adequação aos possíveis usos a fim de permitir a flexibilidade de usos;

 Linguagem arquitetônica harmônica buscando se inserir no contexto de forma integrada, preservando o gabarito, sem interrupções visuais;

 Manter a relação com a escala humana;

 Integrar ambiente interno com o externo, (permeabilidade/visibilidade);

 Criar espaços públicos que poderão ser apropriados de forma a reforçar a sensação de pertencimento;

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6.8 TERRENO

O terreno para o projeto do Centro comunitário está localizada na Planice do Campeche, no nível 2em relação ao nível do mar, no bairro da Fazenda do Rio Tavares, próximo ao TIRIO e a UPA Sul, as margens da SC-405. O terreno tem uma área de 3,228,50 m², a testada voltada para a SC-405, mede 50,12 m e a testada voltada para a rua sem nome, 64,31m.

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6.9 LIMITES DE OCUPAÇÃO

Os limites de ocupação encontrados no Plano diretor da cidade de Florianópolis para a área do terreno que é uma ACI porém com o entorno predominante demarcado como AMC 2.5, estão relacionados abaixo:

Taxa de ocupação de 50% , é permitido 1.614,25 m²

Índice de aproveitamento 3, o valor resultante é de 9685,5m² Taxa de impermeabilização 70%, 2.259,95 m²

Altura máxima, 8 metros

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6.10 CONCEPÇÃO DA FORMA

A volumetria foi concebida através da combinação de uma topografia plana com os principais eixos de circulação estabelecidos nos estudos anteriores, de forma a se projetar um equipamento harmônico que se associe a implantação e paisagem (vista do manque e maciço da Costeira) e tivesse elementos especiais de identificação dos usuários, como os materiais empregados, o volume foi definido compondo formas lineares, de fácil modulação estrutural promovendo espaços de permanência, encontros e contemplação.

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6.11 IMPLANTAÇÃO

Em vista da análise do contexto urbano onde o projeto está inserido e levando em consideração a ligação do equipamento com a comunidade do bairro Fazenda do Rio Tavares, as principais diretrizes para a implantação foram:

Permeabilidade no fluxo de pedestres, aproveitando a circulação e ocupação do espaço público. Espaço de caráter público e democrático ao nível térreo e segundo pavimento, com o objetivo de ativar os espaços.

Ênfase na integração dos ambientes internos com externo, objetivando maior contato com a paisagem construída e natural, espaços de contemplação (Mangue e Maciço da Costeira).

Áreas de descontração, descanso e lazer, proporcionando uma plataforma para a vida pública. A partir dessas premissas, o edifício se projeta de maneira que a permeabilidade se estabeleça no terreno, privilegiando os espaços públicos. Ao redor desse espaço encontra-se as salas multiuso onde acontecerão aulas de dança, yoga, ginastica e oficinas de artesanato e vestiários/ sanitários para apoio a essas salas.

Ao redor do edifício os espaços públicos foram privilegiados, a praça destinada a apropriação da comunidade e integração com o edifício, com mobiliários urbanos, não apenas proporcionando a integração dos usuários no projeto, mas também podendo contribuir para melhorar a qualidade de vida para a comunidade. Nessa área a pavimentação foi pensada para que seja permeável com o uso de pavimento intertravado nos estacionamentos e as demais áreas com piso drenante (pavidreno).

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6.12 PLANTAS ESQUEMÁTICAS

A proposta foi implantada de modo a garantir a continuidade dos fluxos e organização funcional. No térreo encontra-se o setor administrativo com fácil acesso de funcionários e usuários e conexão com os demais setores. O setor de integração cultural/ social localiza justaposto ao setor administrativo e voltado para o pátio central, permitindo a integração visual e facilidade de acesso e conexão, este é destinado a oficinas de arte, artesanato, aulas de yoga, dança, permitindo a integração entre os usuários e o espaço aberto.

Ao fundo do terreno encontra-se o setor desportivo que dá suporte as atividades físicas oferecidas no centro comunitário.

No mezanino se encontra o café, terraço verde cozinha comunitária e o salão de festas e no segundo pavimento por ter menos circulação de pessoas, se encontra o setor educacional, por se tratar de um setor que exige mais concentração por parte dos usuários.

A circulação é feita por dois acessos verticais públicos, criando uma continuidade pela implantação, acessibilidade por todo o pavimento e possibilitando o uso do terraço verde aos finais de semana levando em consideração a criação de espaços atrativos além das áreas de apropriação do térreo.

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6.13 SISTEMA ESTRUTURAL:

Como o projeto se trata de um equipamento público, pensou-se em empregar materiais e técnicas conhecidas e que não necessite de mão de obra especializada para alcançar um projeto economicamente melhor, otimizado e de simples execução.

A tríade pilar, viga e laje constitui o sistema estrutural, em concreto armado, e vedação com alvenaria comum. Para a caixa será empregado concreto armado

Para um maior aproveitamento do espaço será empregado a laje protendida que permite maiores vãos entre os pilares, o que deixa o espaço mais aberto além da estrutura mais resistente e leve.

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6.15 ÍNDICES ALCANÇADOS Taxa de Ocupação: 1.114 m² Índice de Aproveitamento: 1.942 m² Taxa de Impermeabilização: 70% Altura da edificação: 10,60 m Recuos: 4,5/ 4,5/ 1,5/1,5

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando analisamos o bairro da Fazenda do Rio Tavares, local escolhido para o projeto, verificamos como a área é desprovida de infraestrutura básica, a carência de espaços públicos, espaços para lazer e exercícios físicos e principalmente de espaços para atividades formativas e culturais.

O projeto arquitetônico desenvolvido constitui uma resposta social, através de um equipamento de uso comunitário, permeável, como um agente dinamizador da participação das pessoas, de famílias e diferentes grupos sociais, possibilitando novas formas de viver. É um equipamento com serviços articulados que tem como objetivo implantar atividades que possibilitem a troca de experiências entre os usuários, desempenhando um papel fundamental para o enriquecimento de laços sociais entre pessoas como a identidade do local onde vivem. Torna-se um verdadeiro centro de desenvolvimento local e integração social.

A partir disso, o projeto terá continuidade no trabalho de conclusão de curso II, aprimorando e aprofundando as ideias abordadas nesta etapa, com elaboração do projeto de arquitetura.

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REFERÊNCIAS

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http://lounge.obviousmag.org/arquitexturas_musicais_e_a_vida/2014/04/espacos-publico-privados-na-arquitetura-e-no-urbanismo.html

GHIONE, Roberto. O arquiteto e a cidade: Projetos de Rogelio Salmona em Bogotá. Arquiteturismo, ano 7, dez. 2013. Disponível em:

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.082/5004. Acesso em: 22 maio 2019. IPEA. Ipea divulga nova edição do Boletim Mercado de Trabalho. Brasília, 2016. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=27678&catid=10&I temid=9. Acesso em: 4 fev. 2019.

PEREIRA, Nereu do Vale. Rio Tavares e topônimos. In: FLORIPAMANHÃ, Florianópolis, 30 abr. 2015. Disponível em: http://floripamanha.org/2015/04/rio-tavares-e-toponimos/. Acesso em: 30 maio 2019. PUIME, Emílio. Diferenças entre espaço público, privado e acessível ao publico. In: JUS BRASIL,17 jan. 2014. Disponível em: https://emiliopuime.jusbrasil.com.br/artigos/112339069/diferencas-entre-espaco-publico-privado-e-acessivel-ao-publico Acesso em: 03 abr.19

RAUEN, Fábio José. Influência do sublinhado na produção de resumos informativos. 1996. 200f. Tese (Doutorado em Letras/Linguística)-Curso de Pós-graduação em Letras/Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1996.

RAUEN, Fábio José. Roteiros de pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 2006.

TUDO que você precisa saber sobre espaços públicos. In: BLOG DA PRAÇA, 25 abr. 2017. Disponível em: https://www.pracas.com.br/blog/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-espacos-publicos. Acesso em: 22 maio 2019.

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Escola de ensino médio

Conexão escola/ centro comunitário

Vento Sul Hall 2,00 2,10 2,00 2,00 2,00 2,00 2,10 2,10 2,00 Praça seca Pilotis Praça Campo de Futebol Estacionamento Rua compartilhada Depósito de lixo SC-405 Estacionamento Bicicletário IMPLANTAÇÃO ESC: 1/500

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2 3 4 5 6 7 10 9 8 12 11 13 1 21 22 23 24 14 15 16 17 18 19 20 Recepção

Sala de atendimento psicológico Administração

Almoxarifado Sala de Reunião

Copa/ Cozinha/ Descanso funcionários Vestiário/ Sanitário Funcionários BWC Depósito de Materiais Salas Multiuso 4 5 6 7 10 9 8 12 11 13 1 2 3 Mezanino Terraço Verde Foyer Salão de Festas BWC Cozinha 17 18 19 20 23 22 21 24 14 15 16 Sala de Leitura Sala de informática Sala de linguas BWC Salas de estudo LEGENDA: Administrativo Int. Cultural/Social Desportivo Educação Setorização: N PAVIMENTO TÉRREO ESCALA: 1/250 MESANINO ESCALA: 1/250 PAVIMENTO 2 ESCALA: 1/250 HALL

Sala de Avaliação Física Dep. material Esportivos Vestiário e Sanitários

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Espaço público coberto Bicicletário FACHADA SUDESTE ESC 1/250 Quadra coberta/ escola Posto de saúde 0,00 4,00 7,00 10,60 CORTE AA ESC 1/250 Cozinha

comunitária Salão de festas Salas de estudo individuais Piloti de concreto armado Rua compartilhada Teto verde Telha térmica fibrocimento Vidro duplo/

barreira contra ruidos

Espaço público coberto

Rua compartilhada Escola ensino Médio Bicicletário

Espaço público coberto Espaço

público coberto

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Cozinha comunitária BWC Foyer Varanda FACHADA NOERDESTE ESC 1/250 CORTE DD ESCALA: 1/250 0,00 4,00 7,00 10,60 Espaço público Pilotis Estacionamento

Pilotis Espaço público

Terraço verde Teto verde

Quadra coberta Escola ensino médio Escola

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Rua compartilhada Brise vertical de madeira PraçaPública Quadra da escola de ensino médio Fachada em

concreto armado Acesso manutenção caixa d’água Porta metálica preta Circulação coberta Reservatório de lixo Estacionamento 0,00 4,00 7,00 10,60 Sala multiuso Árvores frutíferas

Estacionamento Praça pública Circulação coberta

Rua compartilhada Quadra escola ens.médio

FACHADA NOROESTE ESC 1/250

CORTE CC ESC 1/250

(82)

0,00 4,00 7,00 10,60 Vestiário/ BWC Depósito Sala de avaliação física Sala multiuso 2 Sala multiuso 1 Sala atendimento Espaço leitura BWC Sala de reunião Acesso ao pilotis Sala de

linguas Sala estudoindividual

Telha térmica fibrocimento Reservatório de água5.000L Acesso manutenção Iluminação Zenital Terraço verde/

espaço para contemplação

FACHADA SUDESTE ESC 1/250 CORTE BB ESC 1/250 Sala multiuso 3 SC-405

Referências

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