Transplante Hepático –
“Around the World”
Experiência no Brasil
PROF. DR. LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D’ALBUQUERQUE
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Serviço de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo Departamento de Gastroenterologia
133 221 361 560 816 949 1008 1334 1496 1723 1756 1809 1881 2089 10 6 27 89 178 192 146 120 104 136 150 150 157 161 0 500 1000 1500 2000 2500 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2014 2015 2016 2017 Total Intervivos
AUMENTO DO NÚMERO DE
TRANSPLANTES NO BRASIL
Fonte: RBT 2016-2017 – ABTOBRASIL E O MUNDO
Número absoluto Taxa por milhão de
habitantes 1880 7841 28. 8 2 em número absoluto 25 pmp 8.97 Transplantes com doador cadavérico, 2016
EVOLUÇÃO DO TRANSPLANTE FÍGADO
HCFMUSP
3 7 9 4 3 4 6 9 21 26 38 52 54 60 66 79 88 26 37 37 48 44 39 69 140 122 98 79 75 103 103 101 125 0 20 40 60 80 100 120 140 160 Gestão atual Ano Núm e ro d e tra n sp lan te s rea liz a d o s p o r a n o Reforma UTIHCFMUSP 1985-2018
2000 TxF adultos
120 TxF/ano atualmente
RACIONAL
Sucesso do transplante –aumento das indicações
Limitação: número de doadores
Lista de Espera
Complicações da cirrose Morbimortalidade
Custos da manutenção doente
TRANSPLANTE E LISTA DE ESPERA
Brasil Estado de São Paulo
Número de doadores 2.983 (14.23) 842 (19)
Total de Transplantes Hepáticos 1880 (8.97) 616 (13.9)
Necessidade estimada 5110 1110
Ingressos em Lista de Espera 2016 3733 1117
Pacientes Ativos em Lista de Espera –
dez 2016 1331 602
2016 - Número absoluto (pmp – por milhão de habitante)
ESCASSEZ DE
ÓRGÃOS NO
BRASIL
Baixo índice de notificação de morte encefálica 12 mil Mortes Encefálicas / ano
6 mil notificadas às Centrais de Transplante (50%)
Conselho Federal Medicina, 2010 ABTO – RBT 2016
ESCASSEZ DE ÓRGÃOS NO BRASIL
Alta taxa de recusa familiar (40%)
Fonte: RBT 2016 – ABTO Fernandes ME, Ilka FSFB, Rev Latino-Am Enfermagem, 2015
LISTA DE ESPERA E MORTALIDADE -
BRASIL
2016 N
Ativos em Lista de Espera 1331
Ingressos em Lista 2016 3733
Mortalidade 2016 723
Fonte: RBT 2016 – ABTO
BRASIL –
TxF de janeiro de 2002 a abril 2018: 1297 Média etária: 49 anos (15-77 anos)
61.3% homens e 38.7% mulheres
Study data were collected and managed using REDCap electronic data capture tools hosted at São Paulo University.
DIAGNÓSTICOS INDICAÇÃO TxF NO
HCFMUSP
412 103 135 36 63 110 69 120 53 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 HCV HCB Cirrose AlcoólicaNASH Autoimune Cirrose Criptogênica Biliares Hepatite Fulminante Metabólica \ 38% 9% 12% 3% 6% 10% 6% 11% 5% HCV HCB Cirrose Alcoólica NASH Autoimune Cirrose Criptogênica Biliares Hepatite Fulminante Metabólica
n=1229
Número por diagnósticosINSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA
Assalin A, Figueira E, D’Albuquerque LAC; Rev Med, 2013 Martino RB, D’Albuquerque LAC, Song ATW, submetido Clinics, 2017
Etiologia no HCFMUSP – casos priorizados para TxF – 2002 a out 2017 n=181 12% 30% 15% 35% 8% Viral Medicamentosa Autoimune Criptogenica Outras
SIGTAP – SUS - 2017
Transplante hepático é o tratamento mais efetivo
para CHC
Porém nem todos os pacientes podem
transplantar
Limitação de órgãos
Ressecção para pacientes Child A limitado à 1 segmento
Doador vivo para critérios expandidos
TRANSPLANTE E CHC
Ressarcimento SUS Hepatectomia Parcial R$1.195,00 Transplante Hepático R$61.000,00 – R$106.000,00Sistema Estadual de Transplantes Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
IMPACTO DA SITUAÇÃO ESPECIAL
DO CHC NOS TRANSPLANTES
Pré-MELD
3,6% TxF CHC
Pós-MELD
33,5% TxF
CHC
2000-2006 2007-20152012: 3%
TxF
Hospital das Clínicas Faculdade Medicina da USP
2012 – 2016: 258 CHC / 926 TxF
28%
72%
IMPACTO DO CHC NO TOTAL DE
TRANSPLANTES HCFMUSP 2011 A 2017
14,4 22,8 38,2 39,4 23,8 33,7 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 2011 2012 2014 2015 2016 2017 % CHC nos TxF por anoCHC no Serviço de Transplantes HCFMUSP
2014 2015 2016 2017 Pontuados 42 50 32 46 Transplantes CHC 37 (88%) 15 (30%) 24 (75%) 34 (73.,9%) Dowstaging 2 (4,7%) 3 (6%) 2 (6,3%) 8 (17,4%) Óbito pré-tx 1 (2,3%) 2 (4%) 3 (9,4%) 2 (4,3%) Perda de Critério 2 (4,7%) 6 (12%) 6 (18,7%) 4 (8,6%) 170 pacientes pontuados 110 transplantados – 65% 15 dowstanging – 8,8% dos casos pontuados
8 óbitos pré-tx – 4,7%
18 dropout – 10,5% 15%
Sobrevida dos Transplantados por CHC
no HCFMUSP
― CHC
― LT não priorizados
ENCEFALOPATIA NO TRANSPLANTE
HCFMUSP
2014 - 2017 % ATENDIMENTOS 83 PONTUADOS 24 29 (P/A) TRANSPLANTADOS 16 66,7 (T/P)ENCEFALOPATIA NO TRANSPLANTE
HCFMUSP
50,0 20,0 10,5 16,7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 2014 2015 2016 2017Transplantes
Situação
Especial
Transplantes por Situação Especial – 2012 a 2017
179 22 17 9 7 6 6 3 0 40 80 120 160 200
2014 - 2017 % ATENDIMENTOS 107 PONTUADOS 60 56 (P/A) TRANSPLANTADOS 21 35 (T/P) ÓBITO PRÉ-TRANSPLANTE 23 38,3 (O/P)
ASCITE NO TRANSPLANTE HCFMUSP
17 11 15 17 5 5 4 7 3 2 11 7 13 5 15 14 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 2014 2015 2016 2017 Não Pontuados ÓbitoPré Tx Transplantados Pontuados
ASCITE NO TRANSPLANTE
HCFMUSP
31% 18% 73% 46% 00 10 20 30 40 50 60 70 80 2014 2015 2016 2017SITUAÇÃO ESPECIAL NO
TRANSPLANTE
HCFMUSP
Porcentagem de casos pontuados entre os atendidos
ASCITE ENCEFALOPATIA CHC
SOLICITAÇÕES 107 83 173
PONTUADOS 60 (56%) 24 (29%) 170 (98,3%)
TRANSPLANTES 21 (35%) 16 (66,7%) 110 (65%)
48,3 41,71 46,4 44,9 49,6 38,91 35,6 40,1 0 10 20 30 40 50 60 2014 2015 2016 2017 Óbitos HC Óbitos SP
MORTALIDADE EM LISTA
Central de Transplantes – SES - SP
Estado de São Paulo e HCFMUSP
Ano % ó b ito s e n tre os p a cien te s em li sta
TRANSPLANTE COM DOADOR VIVO
HCFMUSP
RedCap – 2018 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 2 3 4 2 2 0 0 8 7 9 4 3 5 11 15 17 N úm ero de T x com do ad o r v iv o po r an o Ano 88 TxDVCUSTOS DO PACIENTE EM LISTA
DE ESPERA
Período de janeiro 2012 a dezembro 2013
Todos os pacientes inlcusos em lista
Metodologia de microcusteio, prospectivo
482 pacientes
Perspectiva de custo do hospital
Ambulatório
Internações
• Componentes de custo: medicamentos,
materiais, recursos humanos, laboratório, exames, etc
Haddad et al, Clinics, 2017 Turri A, Haddad L, et al, Arq Gastroenterol, 2017
Grupos por desfecho ao final
do estudo
Transplantados (n=134) 27,8% Removidos (n=103) 21,4% Óbito (n=67) 13,9% Lista (n=178) 36,9%DADOS CLÍNICOS E
DEMOGRÁFICOS
Grupos por gravidade
MELD < 17 (n=132) 27,38% MELD 18 - 24 (n=122) 25,31% MELD 25 - 30 (n=113) 23,44% MELD > 30 (n=115) 23,85%RESULTADOS POR GRUPO DE
MELD
CUSTOS DO PACIENTE EM LISTA
Total % Custo $ por paciente dp
Custo total 14.065.914,56 100 29.114,77 31.541,40 Custo em ambulatório 4.157.792,93 29,63 8.626,13 10.541,70 Custo em internação 9.908.121,63 70,37 20.488,64 29.622,62 Medicamentos 3.766.995,66 26,78 6.538,46 9.295,79 Recursos humanos 3.142.805,26 22,34 6.740,24 7.758,50 Exames laboratoriais 2.562.799,80 18,22 2.686,37 3.563,51 Materiais 1.244.870,99 8,85 2.292,25 2.615,72 Total ICESP 822.730,04 5,85 18.307,70 17.013,02 Exames de imagem 789.974,49 5,62 1.618,80 2.105,85 Quimioembolização e Ablação por Radiofrequência 641.592,68 4,59 12.831,85 9.731,70 Hemoterapia 641.585,38 4,56 5.886,10 5.739,63
Custo Total
CUSTO POR GRUPO DE DESFECHO
P<0,001 (n=13 4) 27,8% (n=10 3) 21,4% (n=67 ) 13,9 % (n=17 8) 36,9 %
(n=132) 27,4% (n=122) 25,3% (n=122) 25,3% (n=122) 25,3% Custo Total P<0,001
CUSTO POR GRUPO DE
MELD
Custos do Transplante Hepático em
Hospital Público de Alta Complexidade
no Brasil
Projeto aprovado na seleção pública de pós-DOC SUS -
Economia em Saúde
Capes/MEC e MS/SCTIE/Decit
Edital Nº 054/2010
Desenvolvimento de bases de dados de custos médios
hospitalares vinculados à alta complexidade do Sistema
Único de Saúde
Orientador: Prof. Dr. Luiz Augusto Carneiro
D’Albuquerque
Pós-doutoranda: Dra. Luciana Bertocco de Paiva
Haddad
Custos do Transplante Hepático
em Hospital Público de Alta
Complexidade no Brasil
Período de janeiro 2012 a dezembro 2015
Todos os pacientes transplantados
Metodologia de microcusteio, prospectivo
218 pacientes
Perspectiva de custo do hospital
Ambulatório
Internações
• Componentes de custo: medicamentos,
materiais, recursos humanos, laboratório, exames, etc
Haddad et al, Clinics, 2017 Turri A, Haddad L, et al, Arq Gastroenterol, 2017
RESULTS
• Cost per MELD
• MELD <20: $15,248± 5,220,
• MELD 20-29: $18,364± 7,749,
• MELD> 29: $36,917 ± 43,526,
p=0.006
Liver transplant cost in patient with high MELD score: The dialysis impact in intensive care unit.
Haddad et al, Clinics, 2017 Turri A, Haddad L, et al, Arq Gastroenterol, 2017
1. Aumentar o pool de doadores e a disponibilidade de órgãos
2. Aprimorar o sistema de alocação de órgãos- criterios regionais
3. Maximizar a sobrevida tardia dos pacientes transplantados
1- Carência de Órgãos
Melhorar os órgãos de procura
Diferença taxa doadores entre estados
Critérios expandidos para doadores falecidos
Doador pós parada cardíaca
Doadores VHC+, anti-HBc
Xenotransplantes
Célula tronco
Preservação de órgãos
Máquinas de perfusão
Redução tempo isquemia – tecnologia da
informação
CONCLUSÃO
A avalição precisa e o cuidado dos candidatos ao transplante de fígado por equipes multidisciplinares resultam em melhores resultados
pós-transplante e são etapa crítica ao sucesso do procedimento
Para doentes bem selecionados o transplante hepático oferece significativo benefício de sobrevida e qualidade de vida
A seleção adequada dos doentes e a boa alocação doador–receptor
OBRIGADO
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Divisão de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo