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A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA VIDA ACADÊMICA E NO AUXÍLIO DE EDUCANDOS DA ESCOLA PÚBLICA

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Academic year: 2021

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A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA VIDA ACADÊMICA E NO AUXÍLIO DE EDUCANDOS DA ESCOLA PÚBLICA

Kellyn Brenda Chriezanoski Carneiro1

Rejane Klein2

Resumo:

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um breve relato de experiências propiciadas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, o qual tem por objetivo possibilitar aos graduandos de licenciaturas o contato com a realidade de seu futuro campo de trabalho, através da atuação dos bolsistas em escola públicas. Deste modo, o projeto proposto pelo PIBID propicia ao acadêmico um modo de ligação entre a teoria estudada em sala de aula, e sua prática em uma situação real. O Programa visa atender a alunos de escolas públicas, que apresentam déficits de aprendizagem, através de um atendimento individualizado. A atuação do bolsista acontece através da participação em reuniões regulares na universidade para estudo com a professora coordenadora, e também durante os momentos de atendimento específico aos alunos na escola. Pode-se perceber, grande aceitação do projeto por parte dos alunos atendidos e também a melhora no desempenho dos mesmos. Desse modo, a experiência proporcionada pelo programa é muito importante, não somente para a formação do graduando como professor pesquisador, mas também por auxiliar alunos cujas situações escolares se apresentam, na maior parte das vezes, comprometida.

Palavras-chave: teoria; prática; aprendizagem. Introdução

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, é um programa promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, que visa valorizar e aperfeiçoar a formação de professores de nível superior, propiciando aos graduandos de cursos de licenciaturas o contato com a realidade da rede pública desde o início de sua formação, proporcionando assim experiências práticas daquelas teorias apresentadas em sala de aula.

O PIBID tem por objetivo o atendimento individualizado de alunos da rede pública com diferentes níveis de aprendizado, priorizando aqueles cujos déficits de aprendizagem acabam sendo mais preocupantes. Deste modo, o programa contribui com a formação dos acadêmicos através das experiências que podem ser adquiridas desde 1 Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste – bolsista do PIBID 2 Docente do Curso de Pedagogia da UNICENTRO - Coordenadora do sub-projeto Pedagogia linha Anos Iniciais

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seus primeiros anos de sua formação acadêmica, sempre trabalhando com a relação entre a teoria e a prática.

A atuação do bolsista acontece com auxílio de um professor orientador (da universidade) e também de um professor da escola, fazendo assim a ponte universidade-escola. Neste ano, o projeto iniciou no mês de maio, tendo como coordenadora a professora Doutora Rejane Klein. A escola a receber o atendimento proposto foi a Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, localizada no Bairro Vila São João, na cidade de Irati/PR.

Segundo o projeto político pedagógico – PPP (2012)da escola na qual o PIBID foi implantado neste ano, há na instituição a falta de salas de aula e o resultante excesso de alunos em sala de aula, desse modo, a quantidade acaba ganhando maior valor do que a qualidade.

Outro dado que contribui com o índice de reprovação de alunos nesta escola, segundo o PPP, é o não comprometimento de alguns pais com a educação de seus filhos, não os enviando, muitas vezes, para o contra-turno ou sala de recursos aos quais são encaminhados. É com o objetivo de atender a alunos com algumas destas características que o programa se desenvolve, e auxilia não somente na formação do acadêmico como também na mudança da situação de algumas destas crianças.

A atuação do bolsista

A parte prática do programa inicia com a observação em sala, assim o graduando já poderá conhecer a realidade dos alunos e também identificar, juntamente com a professora regente, aqueles que precisam de apoio pedagógico individual e caracterizado para atender suas necessidades específicas.

Com o grupo de alunos definido, é realizado, com o auxílio da professora coordenadora, um planejamento com objetivo de trabalhar as dificuldades encontradas no grupo. As atividades presentes nesses planos são baseadas nos conteúdos que serão apresentados para a turma pela professora regente, ou seja, os exercícios propostos estarão dentro dos mesmos conteúdos, que serão trabalhados pela professora em sala.

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Quando o planejamento está pronto, corrigido pela coordenadora e reestruturado quando necessário, é passado para a professora supervisora, responsável pelo programa dentro da escola, a qual o deixa à disposição da pedagoga ou da professora regente, para que esses responsáveis também possam acompanhar o trabalho a ser realizado.

Porém, não é tão simples observar um aluno e simplesmente elaborar atividades para ajudá-lo a superá-las, para tanto, são feitas reuniões periodicamente na universidade, juntamente com a coordenadora, para o estudo teórico, que é onde o plano tem suas origens.

O atendimento individual

Para o atendimento individualizado, os alunos são tirados de sala de aula e direcionados a um espaço alternativo, realizado no próprio período escolar. As atividades propostas norteiam a tríplice oralidade, leitura e escrita. Para este trabalho parte-se de gêneros textuais como poesias, parlendas, adivinhas, contos, dramatizações e jogos educativos, por exemplo.

Busca-se trabalhar com os alunos, em fase de alfabetização, atividades que partem do texto para as estruturas menores (palavras, sílabas e até letras), assim alfabetização e letramento estão lado a lado. No material organizado por Brasil (2007) “PRALER”, do Ministério da Educação é muito importante o contato com diversos gêneros textuais neste início de alfabetização, pois além de motivar a criança à leitura, ainda mostra a importância desta prática no dia-a-dia.

A criança está cercada por inúmeros gêneros textuais, poesia e poemas em músicas e brincadeiras, convites para festas ou comemorações, avisos e recados com o que deve ou não ser feito, propagandas e rótulos de produtos em todos os lugares, narrações quando é necessário contar ou ouvir acontecimentos, e muitos outros. Nada melhor que explorar esse contato, pois a interação da criança diretamente com o texto dá a ela a sensação de progresso mediante a prática de leitura e compreensão da mensagem. (BRASIL, 2007).

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Ana Teberosky (2005), pesquisadora do tema alfabetização, também ressalta a importância de não ensinar as escrever, ou a ler, sem um contexto. Segundo ela, quando se ensina os sons e as letras para posterior contato com o texto, a criança acaba tendo mais dificuldades em compreender essa relação.

Desse modo no PIBID, os bolsistas procuram textos que englobem as dificuldades encontradas no grupo e a partir dele, elas são trabalhadas. Outro fator que é levado em consideração durante os encontros com os alunos é o desenvolvimento da oralidade e da independência da criança, pois, segundo Teberosky (2005), antes de exercitar o que a criança aprendeu acerca de uma história de forma escrita, é necessário explorar o tema oralmente. Desse modo, as crianças interagem, e além de exporem cada uma sua idéia, ainda aprendem a trabalhar em grupo e a respeitar a vez de cada um.

Sendo assim, pode-se entender que o projeto proposto pelo programa visa auxiliar as crianças, não somente a atingir a alfabetização e letramento, mas também a resgatar seus níveis de confiança e independência, que podem acabar sendo debilitadas, tanto por situações familiares, como também por situações desencorajadoras em sala de aula.

Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude de um professor para chegar a um resultado positivo em termos de alfabetização. A grande vantagem de trabalhar com os pequenos é ter a evolução natural a seu favor. Se não existe patologia, maus-tratos familiares ou algo parecido, eles são máquinas de aprender: processam rapidamente as informações, têm boa memória, estão sempre dispostos a receber novidades e se empolgam com elas. Um professor que não acha que o estudante seja capaz de aprender é semelhante a um pai que não compra uma bicicleta para o filho porque esse não sabe pedalar. Sem a bicicleta, vai ser mais difícil aprender! (TEBEROSKY, 2005, s/p.)

O desempenho dos alunos

Como já dito anteriormente, o programa tem como objetivo atender crianças com dificuldades, que por diferentes motivos e razões não conseguem acompanhar o restante do grupo em sala de aula.

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Pode-se perceber ao longo do processo, o desempenho dos alunos selecionados para o atendimento. Neste caso, haviam sido selecionados 6 alunos de um 3°ano, quatro em nível inicial de alfabetização, e os outros com dificuldades menos agravantes.

O trabalho proposto pelo PIBID é muito gratificante, muitas vezes, os progressos são pequenos, mas ainda assim são progressos. Os alunos cujos déficits eram menores, sendo motivados demonstraram grande avanço em sua leitura, escrita e oralidade.

E mesmo aqueles que não tiveram suas dificuldades completamente resolvidas, demonstraram progressos em relação à oralidade, independência e motivação.

Durante os horários de atividades, os alunos demonstravam interesse e empolgação, porque as atividades do projeto são algo novo e diferente. Sempre participavam dos temas propostos e contribuíam com suas idéias.

Conclusões

O programa, além de auxiliar alunos, cujas situações eram preocupantes, ainda é de extremamente importante no auxilio da formação de docentes. Não somente por colocar os graduandos em um campo prático de sua área, mas sim por possibilitar ao educando o contato com a pesquisa, que é um dos três eixos de uma Universidade.

Segundo Assis e Bonifácio (2011), é a tríplice, ensino, pesquisa e extensão, que diferenciam uma Universidade de uma instituição de educação básica. O ensino, que é o campo no qual o PIBID se insere, na sua relação com a pesquisa, devido as reflexões que proporciona, está ligado à produção de conhecimento, é o que possibilita ao docente ser um professor investigador.

Assim, é por isso que programas como este são importantes na formação de profissionais, uma vez que, desde o início de sua atuação precisam pesquisar os melhores meios de alcançarem os objetivos propostos.

No início do programa, por exemplo, notou-se a dificuldade de alguns alunos em sala de aula, e com base nelas foi preparado o primeiro planejamento, porém depois do primeiro encontro com os alunos no grupo menor, perceberam-se algumas outras características que, em sala, eram camufladas. Diante desta situação, algumas atividades

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do plano precisaram ser mudadas, exigindo do acadêmico essa flexibilidade, e procura de novos exercícios.

Além do auxílio na formação do acadêmico, o PIBID também propicia melhor formação pessoal e profissional ao colocar o atuante em frente a situações reais dos alunos, presentes na escolas de rede pública.

Referências

ASSIS, Renata Machado de; BONIFÁCIO, Naiêssa Araújo. A formação docente na universidade:ensino, pesquisa e extensão. Educação e Fronteiras.

v1,n.3,p.36-50.set/dez;Dourado/MS,2011.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria da Educação Básica. Do texto à sílaba. Brasília, D.F, 2007. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/praler/tp/tp2.pdf http://www2.unicentro.br/pibid/ - Acesso em 14/08/2014

IRATI, Proposta Político Pedagógica da Escola. Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, Irati, 2012.

TEBEROSKY, Ana. Debater e opinar estimulam a leitura e a escrita. Nova Escola, São Paulo, n.187, 2005. Disponível em:

Referências

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