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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO Processo N° 0058082-60.2013.4.01.3700 - 6ª VARA - SÃO LUÍS

Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Autor: MINISTERIO PUBLICO FEDERAL

Réus: CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA, EDINALDO PONTES DA SILVA, GILDASIO ANGELO DA SILVA

DECISÃO

Trata-se de Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL contra CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA, ex-prefeito do Município de Tuntum/MA, EDINALDO PONTES DA SILVA e GILDÁSIO ÂNGELO DA SILVA, ex-Secretários de Saúde, alegando irregularidades na aplicação de recursos públicos repassados ao Município para uso no Sistema Único de Saúde – SUS.

Junta documentos (fls. 45/907 e apensos).

Regularmente notificados, os Requeridos GILDÁSIO ÂNGELO DA SILVA e CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA apresentaram defesa preliminar (fls. 924/944 e 947/956).

O Requerido EDINALDO PONTES DA SILVA, notificado, não se manifestou (fl. 970).

Recebimento da inicial (fls. 972/976-verso).

Citado, o Requerido GILDÁSIO ÂNGELO DA SILVA apresenta contestação acompanhada de documentos (fls. 986/1.225) com alegação preliminar de prescrição e, no mérito, defende a regularidade na aplicação dos recursos em discussão nos autos, argumentando que os pagamentos em espécie ocorriam com respaldo no ________________________________________________________________________________________________________________________

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO Processo N° 0058082-60.2013.4.01.3700 - 6ª VARA - SÃO LUÍS

Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

Decreto 93.872/1986, porque a IN/STN 02/1993 era omissa a respeito, e aduz a necessidade de diligenciar junto ao DENASUS acerca do resultado da auditoria, pois houve comprovação do uso dos recursos nos fins destinados.

Os Requeridos CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA e EDINALDO PONTES DA SILVA, por sua vez, apresentam contestação acompanhada de documentos (fls. 1.227/1.279 e 1.281/1.333) em que alegam preliminares de inadequação da via eleita e inaplicabilidade da Lei 8.429/1992 aos agentes políticos. No mérito, dizem que, ante a indisponibilidade dos direitos discutidos na demanda, não se aplica a presunção de veracidade aos fatos não impugnados, devendo o Autor comprovar suas alegações; não houve demonstração de prejuízo ao erário, necessário para caracterizar o ato de improbidade; não houve individualização da conduta na inicial, o que prejudica o direito de defesa; que os pagamentos em espécie ocorriam com respaldo no Decreto 93.872/1986, porque a IN/STN 02/1993 silenciava a respeito, e, por fim, que ainda não exaurida, no âmbito administrativo, a apuração sobre as supostas irregularidades tratadas nos autos.

Réplica apresentada (fls. 1.335/1.339).

Manifestação dos Requeridos CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA e GILDÁSIO ÂNGELO DA SILVA requerendo prova testemunhal, requisição de ofícios a órgãos públicos e juntada de novos documentos (fls. 1.341/1.342 e 1.344/1.345).

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO Processo N° 0058082-60.2013.4.01.3700 - 6ª VARA - SÃO LUÍS

Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

O Requerido EDINALDO PONTES DA SILVA não se manifestou sobre a produção de provas (fl. 1.346) e o Ministério Público Federal disse não ter provas a produzir e pediu o indeferimento do pedido de provas formulados pelos Requeridos CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA e GILDÁSIO ÂNGELO DA SILVA (fl. 1.347).

É o relatório. Passo a DECIDIR.

Considerando que o direito discutido afigura-se indisponível, deixo de designar audiência de conciliação e passo a sanear o feito (art. 334, § 4º, II, do CPC).

Inicialmente, analiso as preliminares arguidas nas contestações dos Requeridos, para indeferi-las, eis que tentam ressuscitar matérias há muito superadas definitivamente pela doutrina e jurisprudência.

Sobre o cabimento da reprimenda de atos de improbidade administrativa em Ação Civil Pública, a preliminar não merece acolhimento, considerando que a Ação Civil Pública e as penas adequadas para reprimir atos de improbidade administrativa são mecanismos de tutela coletiva de direitos coletivos lato

sensu, que, como um todo, representam o interesse público

relacionado diretamente com a realização de direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstas, como o adequado gerenciamento dos bens e valores públicos. Ademais, a elucidar o caráter coletivo do interesse nas penalidades pretendidas contra ________________________________________________________________________________________________________________________

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO Processo N° 0058082-60.2013.4.01.3700 - 6ª VARA - SÃO LUÍS

Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

gestores ímprobos, tem-se que a presente demanda objetiva resguardar justamente a moralidade administrativa, que não compactua, evidentemente, com qualquer desvio ou má gestão de recursos públicos.

Como já dito, há muito os Tribunais superiores vêm firmando esse entendimento: "É legitima a utilização da Ação Civil Pública para perquirir improbidade administrativa, com a cominação das respectivas sanções. A esse respeito, leiam-se os seguintes julgados: REsp 1.108.010/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 21.8.2009, e REsp 820.162/MT, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJU 31.8.2006.", sendo este excerto retirado da Ementa do julgamento do Resp 1.358.905, em decisão unânime da 2ª Turma produzida em 17/03/2015, sob relatoria do Ministro Herman Benjamin, em consulta realizada no site do CJF na internet.

No que se refere à impossibilidade de aplicação da Lei de Ação Civil por Improbidade Administrativa contra agente político, também não têm razão os peticionários, eis que a diretriz do STF a respeito da inaplicabilidade da Lei 8.429/1992 aos agentes políticos, firmada nos autos da Reclamação 2.138-6/DF, aplica-se tão somente ao caso debatido naqueles autos, em que ministro de Estado figurava como réu, uma vez que a decisão não foi proferida em controle abstrato de constitucionalidade, não possuindo, assim, efeito vinculante ou eficácia erga omnes.

Ademais, conforme pacificado entendimento jurisprudencial, não existe foro por prerrogativa de função nas ________________________________________________________________________________________________________________________

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SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO Processo N° 0058082-60.2013.4.01.3700 - 6ª VARA - SÃO LUÍS

Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

ações de improbidade administrativa envolvendo prefeitos (TRF/1ª

Região, unânime, AC 0003257-16.2006.4.01.3603, rel. Des. Federal Olindo Menezes, em 03/11/2014).

Assim superadas as questões preliminares, reconhecendo presentes os requisitos processuais necessários, dou o feito por saneado e passo a apreciar a preliminar de mérito relativa à prescrição, arguida pelo réu GILDÁSIO, para, do mesmo modo, rejeitá-la.

É que, apesar de sua saída do serviço público tenha ocorrido mais de cinco anos antes do ajuizamento desta demanda, vê-se que um dos pleitos deduzidos busca o ressarcimento do dano sofrido pelo erário federal em razão de atos a ele imputados. E se assim é, conforme modernos posicionamentos jurisprudenciais, tal direito é imprescritível, nos termos da norma constitucional aplicável.

Desse modo, olhos postos nessa parte do pedido, de ser acolhido tratamento do tema dado pelo egrégio Superior Tribunal de Justiça, quando sua 2ª Turma, ao julgar o Recurso Especial 1.069.779/SP, relator Ministro Herman Benjamin, e conforme notícia publicada no site daquele Sodalício, assim decidiu:

As ações de ressarcimento do erário por danos decorrentes de atos de improbidade administrativa são imprescritíveis. A conclusão da Segunda Turma foi tomada durante o julgamento de um recurso especial, seguindo, por unanimidade, o entendimento do ministro Herman Benjamin, relator da questão.

Para o relator, o artigo 23 da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.

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Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

8.429/1992) – que prevê o prazo prescricional de cinco anos para a aplicação das sanções previstas nessa lei – disciplina apenas a primeira parte do parágrafo 5º do artigo 37 da Constituição Federal, já que, em sua parte final, a norma constitucional teve o cuidado de deixar “ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”, o que é o mesmo que declarar a sua imprescritibilidade. Dessa forma, entende, prescreve em cinco anos a punição do ato ilícito, mas a pretensão de ressarcimento pelo prejuízo causado ao erário é imprescritível.

Rejeito, pois, dita preliminar de mérito.

Já na fase probatória, fixo desde logo o ponto controvertido: saber se os recursos públicos da Média e Alta Complexidade repassados ao Município pelo SUS para uso no âmbito da saúde, nos exercícios de 2006 a 2009, foram regularmente aplicados, segundo a legislação de regência.

Assim sendo, objetivando melhor instruir o feito e, especialmente, evitar futura alegação de nulidade, tenho que o pedido de oitiva de testemunhas formulado pelos Requeridos merece acolhida.

Isto posto, defiro o pedido de produção de prova. Antes, porém, de designar data para realização do ato, a fim de verificar a necessidade de oitiva em audiência nesta sede, intimem-se os Requeridos CLEOMAR TEMA CARVALHO CUNHA e GILDÁSIO ÂNGELO DA SILVA para apresentarem o rol de testemunhas que pretendem sejam ouvidas (art. 450 do CPC), com respectivas qualificações e endereços. Na mesma oportunidade, devem esclarecer a pretendida requisição a órgãos públicos e a juntada de novos documentos, sem prejuízo de adotarem, por conta própria, ________________________________________________________________________________________________________________________

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Nº de registro e-CVD 00376.2018.00063700.1.00184/00032

diligências para esse fim. Intimem-se.

Cumpra-se com urgência, tendo em vista tratar-se de processo incluído no relatório de METAS DO CJF/CNJ.

São Luís, 6 de abril de 2018.

NELSON LOUREIRO DOS SANTOS

Juiz Federal

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