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Livro: O que é loucura de João Frayze-Pereira

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Academic year: 2019

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(1)

Da Loucura à Doença mental

Qual é a relação entre

loucura

e

doença mental

?

Aula de

Psicopatologia

Revisão

Parte I

(2)

Aula de Psicopatologia

Livro: O que é loucura

de João Frayze-Pereira

Objetivo do livro

Questionar o vínculo tradicionalmente estabelecido entre loucura e patologia

(3)

• Desorganização da personalidade individual;

• As doenças mentais se definem conforme o grau das perturbações do funcionamento da

personalidade;

• Duas categorias: Psicoses e Neuroses;

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

Doença Mental

Visão Organicista Visão Psicofuncional

• “As doenças mentais são

doenças cerebrais” (Wernicke); • Analogia com doenças

orgânicas;

(4)

• Desorganização da personalidade individual;

• As doenças mentais se definem conforme o grau das perturbações do funcionamento da

personalidade;

• Duas categorias: Psicoses e Neuroses;

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

Doença Mental

Visão Organicista Visão Psicofuncional

• “As doenças mentais são

doenças cerebrais” (Wernicke); • Analogia com doenças

orgânicas;

• Esquema etiológico: reduzir as doenças mentais a fenômenos produzidos por distúrbios cerebrais (origem endógena).

Bom

funcionamento

fisiológico

Crítica: Ambas as

visões pecam na

pressuposição de uma

norma objetiva de

saúde que permite

(5)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

Visão Organicista

Visão Psicofuncional

Crítica: ambas buscaram definir a loucura em si mesma,

como um fato isolado. Estado normal da matéria orgânica

(6)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

O Normal O Patológico Filósofo e médico Canguilhem

A loucura se define em termos relacionais!

(7)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

O Normal O Patológico

Trabalho etimológico com a palavra normal

Normalizar é impor uma exigência a uma existência que possui caráter diversificado, irregular.

Ao procurar regular a diversidade da existência, uma norma sempre comporta a abertura para uma outra possibilidade, a sua negação lógica.

“O anormal, enquanto a-normal, é posterior à definição de normal.”

(8)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

O Normal O Patológico

Trabalho etimológico com a palavra normal

Normalizar é impor uma exigência a uma existência que possui caráter diversificado, irregular.

Ao procurar regular a diversidade da existência, uma norma sempre comporta a abertura para uma outra possibilidade, a sua negação lógica.

“O anormal, enquanto a-normal, é posterior à definição de normal.”

“A função e o valor de uma norma nascem apenas do fato de existir algo, estranho a ela, que não corresponde à exigência a que ela obedece”, ou seja, o anormal é anterior ao normal.

O anormal só existe na relação

com o normal

. Logo, o anormal

não é um fato ou uma entidade

autônoma identificada com

(9)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

Se loucura é relação, então, em quais termos ela se desdobra?

O observador e a sociedade O louco e a sua loucura, que

se expressa em sintomas

(10)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Doença Mental ou Desvio Social

Desvio Social

Abordagem antropológica

Abordagem etnopsiquiátrica

O que é normal na sociedade A pode ser visto como anormal na sociedade B.

Ao procurar compreender as condutas através do contexto singular de cada cultura, essa concepção, ao mesmo tempo em que relativiza os costumes, torna o desvio como essência da loucura. Desvio como afastamento do padrão cultural.

As coletividades humanas elaboram seus próprios modelos de loucura.

(11)

Aula de Psicopatologia

O que é loucura

Capítulo: Uma lição etnológica

A etnologia permite a percepção de determinado conjunto de experiências a partir de um ponto de vista diferente do habitual.

Os devaneios, transes e êxtases vivenciados nas culturas primitivas e nas civilizações antigas seriam, à luz da Psiquiatria, estados patológicos.

Seria legítimo perceber esses fenômenos segundo essa perspectiva contemporânea?

(12)

Aula de Psicopatologia

Livro: O que é loucura

de João Frayze-Pereira

Objetivo do livro

Questionar o vínculo tradicionalmente estabelecido entre loucura e patologia

(13)

Sociedade ocidental

Loucura

Como foi possível esse movimento?

Livro: História da loucura

de Michel Foucault

Loucura

=

Doença Mental

(Relação direta)

O que é loucura

Capítulo: A determinação histórica da loucura

(14)

História da loucura (Foucault)

Três grandes momentos históricos:

1

Renascimento (séculos XV e XVI)

2

Idade Clássica (séculos XVII e XVIII)

3

Época contemporânea (séculos XIX e XX)

(15)

História da loucura (Foucault)

Três grandes momentos históricos:

1

Renascimento (séculos XV e XVI)

2

Idade Clássica (séculos XVII e XVIII)

3

Época contemporânea (séculos XIX e XX)

(16)

Circulação e

verdade

A maneira peculiar de

percepção da loucura

: por estar em

toda parte

,

misturada a

todas as experiências humanas

com suas imagens e perigos, a

loucura era sentida sem que sua silhueta houvesse se destacado como um objeto

exterior.

A pintura aborda a experiência da loucura como

experiência trágica

(revelação). Discurso em primeira pessoa.

A literatura e a filosofia inserem a

experiência da loucura num universo

moral

, ou seja, a loucura torna-se erro e defeito. Assim, instaura-se uma

consciência crítica

no tratamento da loucura.

Esses dois modos de lidar com a experiência da loucura se interpenetram,

formando uma

única trama de significações

.

(1401 - 1600)

(17)

História da loucura (Foucault)

Três grandes momentos históricos:

1

Renascimento (séculos XV e XVI)

2

Idade Clássica (séculos XVII e XVIII)

3

Época contemporânea (séculos XIX e XX)

(18)

Grande

Internação

Através da Europa

criam-se casas de internamento

(Hospital Geral) onde a

loucura é

confinada

. Vale destacar que as forças que subjazem nesse

movimento se encontram no interior da sociedade burguesa nascente. A loucura

passa a ser percebida no interior de um

universo moral

.

Gradualmente, a

“experiência trágica”[

↓]

passou a ser mascarada pelos

privilégios da

“consciência crítica”

[↑]

. A loucura acabou confiscada por uma

razão dominadora

, ou seja, foi por meio desta razão que, posteriormente, a

loucura acabou como falta, defeito, doença.

Na filosofia, com Descartes, a

loucura se separa da verdade

. Excluída pelo

sujeito que duvida, a loucura é a condição de impossibilidade do pensamento.

(1601 - 1800)

(19)

História da loucura (Foucault)

Três grandes momentos históricos:

1

Renascimento (séculos XV e XVI)

2

Idade Clássica (séculos XVII e XVIII)

3

Época contemporânea (séculos XIX e XX)

(20)

Psiquiatria

(1801 - atual)

Sob protestos de vários segmentos sociais,

a internação restringe-se aos loucos

.

Há um movimento que transforma as

casas de internamento em asilo

(Pinel e

Turke).

“O

internamento ganha

valor terapêutico

. A loucura torna-se

objeto

médico: ganha valor de doença

.

A loucura é uma desordem que se manifesta pelas maneiras de agir e sentir, pela

vontade e liberdade do ser humano. Se antes, dizia-se que o louco perdeu a

verdade, agora se diz que perdeu a

sua

verdade. A loucura ganha valor

psicológico

, ainda que, inicialmente, entendido como efeito psicológico de uma

falta moral. Abertura para a Psicanálise e certa experiência poética da época

(

Gérard de Nerval)

.

Entretanto, a

“consciência crítica”

desse período insiste em outra direção:

o

louco não passa de coisa médica

. A

“consciência crítica”

torna-se conhecimento

científico, que dirá aquilo que a

loucura é

, ou seja, uma

doença

.

(21)

É nesse movimento histórico que se deu

desenvolvimento da Psicopatologia.

Aula de Psicopatologia

LOUCURA DOENÇA MENTAL

OBJETO DE CONHECIMENTO

(22)

Aula de Psicopatologia

Livro: O que é loucura

de João Frayze-Pereira

Objetivo do livro

Questionar o vínculo tradicionalmente estabelecido entre loucura e patologia

(23)

O Normal e o Patológico

Aula de

Psicopatologia

Revisão

Parte II

Texto: O que é normatividade vital? Saúde e doença a partir de Georges Canguilhem,

de V. Safatle

Texto: Reflexão filosófica de Canguilhem: um outro olhar sobre as diferenças,

de R. Sigler

(24)

Aula de Psicopatologia

Dogma científico

Os fenômenos patológicos nos organismos vivos são apenas variações quantitativas dos fenômenos fisiológicos normais.

Tese da identidade: seja na normalidade, seja na patologia, o que está em jogo são os mesmos fenômenos vitais.

A diferença quantitativa é referida a funções e órgãos isolados.

Diferença = distúrbio, transtorno, déficit ou excesso.

(25)

Quais são os alicerces da reflexão filosófica de Canguilhem?

Aula de Psicopatologia

1 - O sofrimento é um fenômeno que fala no interior de um

contexto sócio histórico determinado.

2 –A significação do sofrimento Interferência nos corpos Comportamentos normatizados Processos de socialização Reprodução de modos de

vida

3 Um problema clínico nunca é apenas um problema clínico, até porque ele só é determinado enquanto problema por partilhar um padrão de racionalidade, historicamente situado, cujas raízes não se esgotam apenas no campo da clínica.

4 O olhar clínico busca determinar qual é a

realidade da doença, mas essa realidade, a clínica só a percebe através da consciência do sujeito que sofre.

5 A determinação da qualidade é uma operação valorativa, produto da expressão da subjetividade do doente. (Patologia x Fisiologia)

(26)

Aula de Psicopatologia

Determinação do normal

Qualitativo Quantitativo

Teoria ontológica

Estatística Teoria dinamista ou

funcional

O normal é o mais prevalente (tipo ideal)

e/ou as médias. Doença como resultado da presença ontológica de algo distinto do corpo saudável. Teoria microbiana (Pasteur)

(27)

Aula de Psicopatologia

A visão de um organismo como um todo.

Há uma diferença qualitativa fundamental que atinge todo o

organismo na integralidade de seus processos e funções. Para o ser humano, o ser doente é viver uma vida diferente.

Os fatos serão normais ou patológicos apenas no interior de uma relação entre o organismo e o meio ambiente.

(28)

Aula de Psicopatologia

Polaridade dinâmica da vida

Normatividade vital

A vida é uma atividade normativa polarizada contra tudo o que é valor negativo, tudo o que significa decréscimo e impotência.

É por referência à polaridade da vida que se podem chamar de normais determinados tipos ou funções. Se existem normas biológicas, é porque a vida, sendo não apenas submissão ao meio, mas também instituição de seu próprio meio, estabelece, por isso mesmo, valores, não apenas no meio, mas também no próprio organismo. É o que chamamos de normatividade biológica.

Para um ser vivo, o fato de reagir por uma doença a uma lesão, a uma infestação, a uma anarquia funcional, traduz um fato fundamental: é que a vida não é indiferente às condições nas quais ela é possível, que a vida é polaridade e, por isso mesmo, posição inconsciente de um valor, em resumo, que a vida é, de fato, uma atividade normativa.

(29)

Aula de Psicopatologia

Conceito original:

Norma

Norma significa forma de vida, maneira de se portar com o meio

Dimensão qualitativa dos fenômenos vitais

Autoregulação

Adaptação, entendida como possibilidade de poder superar as dificuldades de viver, dificuldades essas que resultam de uma alteração do meio.

Quando se trata de normas humanas, essas normas são determinadas como possibilidades de agir de um organismo em situação social.

Capacidade normativa: possibilidade de instituir normas diferentes em condições diferentes.

Um conceito relativo ao próprio indivíduo considerado em sua totalidade.

(30)

Aula de Psicopatologia

Anomalia

A anomalia e a mutação não são, em si mesmas, patológicas. Elas exprimem outras normas de vida possíveis.

Há uma polaridade dinâmica da vida. Enquanto as variações morfológicas ou funcionais sobre o tipo específico não contrariam ou não invertem essa polaridade, a anomalia é um

(31)

Aula de Psicopatologia

Saúde

Doença

É a produção de novas normas de ajustamento entre o organismo e o meio ambiente; normas estas vivenciadas como restrição do mundo e da capacidade de atuação do indivíduo biológico.

O homem normal é o homem normativo, o ser capaz de instituir novas normas, mesmo orgânicas.

A saúde é a posição na qual o organismo aparece como produtor de normas na sua relação com o meio ambiente.

É um estado apreciável apenas individualmente.

É redução da margem de tolerância às variações do meio, em função do estabelecimento de uma norma inferior.

(32)

Aula de Psicopatologia

O caso clínico ilustrativo: “Witty Ticcy Ray” (Ray dos chistes e tiques)

Após a quarta fase: Existem 2 Rays (com e sem Haldol) 1) O cidadão comedido, ponderado e sereno...

2) O “Witty Ticcy Ray” inconsequente, frenético e inspirado...

Oliver Sacks

Diagnóstico: síndrome de Tourette

Sintomas: tiques, contrações espasmódicas, maneirismos, caretas, ruídos, imprecações, imitações involuntárias e compulsões de todo o tipo, com singular humor travesso e uma tendência a fazer palhaçadas e brincadeiras bizarras.

O distúrbio parece se encontrar nas regiões do tálamo, hipotálamo, sistema límbico e amígdala, onde se encontram os determinantes afetivos e instintivos básicos da personalidade.

Tratamento:Haloperidol (Haldol)

Ray é um ótimo baterista de Jazz, famoso por suas súbitas improvisações decorrentes de seus tiques... Também se destaca como

jogador de pingue-pongue pelos mesmos motivos.

• Saraivada de tiques • Impaciente e

explosivo

• Belicoso e grosseiro • Histriônico

• Brados involuntários

1ª Fase = 1 semana de Haldol (olho roxo e nariz quebrado); 2ª Fase = 3 meses de terapia com Sacks;

3ª Fase = retomada do Haldol (efeito milagroso)

(33)

Antipsiquiatria inglesa, Psiquiatria Democrática Italiana e

Reforma Psiquiátrica no Brasil

Aula de

Psicopatologia

Revisão

Parte III

Texto: A fabricação da loucura: contracultura e antipsiquiatria,

de W. Oliveira.

(34)

Antipsiquiatria

Aula de Psicopatologia

Movimento da contracultura (1940, 50 e 60...)

Geração beat

Movimento hippie

Existencialismo

Mantenedores do poder, a moral dominante.

Inspiração: ampliação dos estágios da consciência, fuga e negação do sistema capitalista, não-conformidade, criatividade espontânea...

Perseguição

Acusação de loucura

Internação

Exclusão do convívio social

Fabricação

da Loucura

(35)

Aula de Psicopatologia

Poetas da contracultura que sofreram com os tratamentos

psiquiátricos forçados

Antonin Artaud

Allen Ginsberg

Denunciaram, pela arte, as experiências nos submundos do sistema psiquiátrico

Os trabalhos desses poetas convergiu com diversos movimentos de contestação, em especial, o movimento da antipsiquiatria.

Nise da Silveira

Psiquiatra que já questionava os maus-tratos no anos 1940...

O doente mental se faz presente

não como inválido, mas sim como sujeito especial, repleto de

criatividade e humanidade.

Método “A emoção de lidar”, dispunha de matérias

(36)

Aula de Psicopatologia

Antipsiquiatria

Negação da psiquiatria tradicional (saber e técnica)

Fechamento dos hospitais psiquiátricos

Eliminação da ideia de

(37)

Aula de Psicopatologia

Antipsiquiatria

Os comportamentos considerados “doentios” de um indivíduo deveriam ser compreendidos a partir das relações que ele mantém com os outros.

Movimento da Psiquiatria Democrática Italiana

Destaque à ideia de ‘relação doentia’ em oposição a ideia de indivíduo doente

Objeto por excelência: as relações humanas,

em especial, o estudo da estrutura familiar e

seu jogo de relações internas e externas.

Basaglia promoveu a substituição do tratamento hospitalar e manicomial por uma rede territorial de atendimento (serviços de atenção comunitários, emergências psiquiátricas em hospital geral, cooperativas de trabalho protegido, centros de convivência e moradias assistidas para os loucos.

A partir de 1976, o hospital psiquiátrico foi fechado oficialmente, e a assistência em saúde mental passou a ser exercida em sua totalidade na rede territorial montada por Basaglia.

(38)

Aula de Psicopatologia

Reforma Psiquiátrica no Brasil

Elementos históricos

• Virada do séc. XX – as críticas à insuficiência dos asilos levou ao modelo das colônias agrícolas.

• Era Vargas, consolidação da estrutura manicomial como um ‘desafio reformista’(1930 – 1945).

• Movimento da Psiquiatria comunitária (1960-1970) • Movimento das Comunidades terapêuticas (1970)

Legado ideológico

Aproximação efetiva com pacientes...

• Foco na relação do indivíduo com os outros...

• Discussão sobre a questão de cidadania do doente

mental...

• Promoção da ideia de saúde mental...

(39)

Aula de Psicopatologia

Reforma Psiquiátrica no Brasil

A marca distintiva está no fato da crítica incidir diretamente nos pressupostos da psiquiatria, a condenação de seus efeitos de normatização e controle.

Definição básica da Escola Nacional de Saúde Pública:

(40)

Aula de Psicopatologia

Reforma Psiquiátrica no Brasil

Década de 1980

Aula de Psicopatologia

Reforma Psiquiátrica no Brasil

Fundação do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (1978)

Programa do Reforma Sanitarista

- racionalização, humanização e moralização do asilo;

- criação de ambulatórios como alternativa ao hospital de internação; - SUS;

Articulação entre internação asilar e privatização da assistência.

Slogan: “Por uma sociedade sem Manicômios”

Movimento da Luta Antimanicomial

Trata-se de chamar a sociedade para discutir e reconstruir sua relação

com o louco e com a loucura!

Lei da Reforma Psiquiátrica de 1989, não chega a entrar em vigor.

(41)

Aula de Psicopatologia

Maior controle dos hospitais psiquiátricos

Promove a existência institucional aos Caps e Naps.

Serviços de residências terapêuticas

Incentivo à criação de dispositivos de novo tipo.

Desestimula a relação com as

hospitais privados ao indicar que as residências terapêuticas sejam

exclusivamente públicas.

Unidades Psiquiátricas (Leitos) em Hospitais Gerais (UPHG)

(42)

Aula de Psicopatologia

Lei da Saúde Mental 10.216

Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem

qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.

Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão

formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;

(43)

Aula de Psicopatologia

Lei da Saúde Mental 10.216

Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações

de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.

Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem

insuficientes.

§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.

§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de

transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.

§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características

asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos

enumerados no parágrafo único do art. 2o.

Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional,

decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.

Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus

(44)

Aula de Psicopatologia

Lei da Saúde Mental 10.216

Desdobramentos recentes

Rede De Atenção Psicossocial (RAPS)

Portaria 3088/2011

- Atenção Básica

- Atenção Psicossocial Especializada

- Atenção de urgência e emergência

- Atenção residencial de caráter transitório

- Atenção hospitalar

- Estratégias de desinstitualização

- Reabilitação psicossocial

Cuidados centrado em territórios.

Promoção da saúde, autonomia e exercício da cidadania.

Ampliar o acesso dos usuários e familiares.

Articulação e integração dos pontos de atenção da rede de saúde

(45)

Aula de Psicopatologia

Rede De Atenção Psicossocial (RAPS)

(46)

A Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de maio de 2013 sobre os Centros de Atenção Psicossocial e os organiza nas modalidades de:

•CAPS I - atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de quinze mil habitantes;

•CAPS II - atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes.

•CAPS III - atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS AD. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes.

•CAPS AD - atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes.

•CAPS AD III - atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno. Indicado para municípios ou regiões com população acima de cento e cinquenta mil habitantes.

•CAPS i.- atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões com população acima de setenta mil habitantes.

(47)

UA - Unidade de Acolhimento

É um ponto de atenção em ambiente residencial, com funcionamento de 24 horas nos 7 dias da semana, com acolhimento definido exclusivamente pelo Centro de Atenção Psicossocial de referência responsável pela elaboração do projeto terapêutico singular (PTS) da pessoa com necessidade decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar que demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório (permanência máxima de 6 meses) e de cuidados contínuas de saúde.

As Unidades de Acolhimento estão organizadas nas seguintes modalidades:

- Unidade de acolhimento Adulto, destinados a pessoas que fazem uso do Crack, Álcool e Outras Drogas, maiores de 18 (dezoito) anos, podendo variar de 10 a 15 vagas.

- Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil, destinadas a adolescentes e jovens (de doze até dezoito anos completos) com disponibilidade de 10 vagas.

(48)

SRT - Serviço de Residência Terapêutica

O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) – ou residência terapêutica ou simplesmente "moradia" – são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de cada um. O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da atenção básica, sejam outros profissionais) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseadas no coletivo de moradores. O acompanhamento a um morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja hospitalizado. O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador.

(49)

Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral

Os leitos de Saúde Mental em Hospitais Gerais são componentes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), atuando como pontos de atenção na garantia do acesso dos usuários à tecnologia hospitalar, particularmente no manejo do cuidado às intercorrências clínicas. São serviços geograficamente bem localizados, de fácil acesso, presentes em inúmeros municípios, com propostas de intervenções breves e acesso a recursos clínicos multidisciplinares, diferentemente do que ocorre no Hospital Psiquiátrico. Além disso, contribui para a diminuição do estigma do transtorno mental e propicia práticas de cuidado mais transparentes.

.

Referências

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