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Análise de indicadores de produtividade de circuitos de recolha selectiva de RSU com diferentes características operacionais

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Academic year: 2019

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Depart am ent o de Ciências e Engenharia do Am bient e

Análise de indicadores de produt ividade

de circuit os de recolha select iva de RSU

com diferent es caract eríst icas

operacionais

Crist ina Maria Bravo Gom es

Dissert ação apresent ada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para a obt enção do grau de Mest re em Engenharia do Am bient e,

perfil Engenharia Sanit ária

Orient adora: Professora Dout ora Maria da Graça Madeira Mart inho

Lisboa

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AGRADECI M EN TOS

O m eu prim eiro agradecim ento não poderia deixar de ser para a m inha orient adora de tese, a Prof.ª Doutora Graça Martinho, pela sua paciência e perseverança e pelas suas sugestões e orientações. Sem o seu constante apoio, a realização deste trabalho não teria sido possível.

Quero agradecer a toda a equipa dos SMAS de Loures, ao Eng.º Vincenzo Piepoli, à Eng.ª Filom ena Vít or, à Eng.ª Cat arina Alm eida, bem com o a todos os restantes técnicos, responsáveis, m otoristas e cantoneiros das equipas dos circuitos dos SMAS de Loures, pela cedência de inform ações e apoio logíst ico indispensável à realização deste trabalho. Graças a estas pessoas este estudo desenvolveu- se naturalm ent e, pois nunca m e foi colocado qualquer tipo de obstáculo ou restrição, sem pre tive total liberdade para circular em qualquer área ou espaço dos serviços.

À equipa da HPEM de Sintra, em particular ao Eng.º Pedro Tavares Rodrigues e à Eng.ª Susana Rodrigues, e aos m otoristas do circuit o de Sint ra, pelo igual apoio, liberdade e aj uda que m e proporcionaram durante este estudo.

À Rit a Moreira, colega de curso e am iga, que m e aj udou e acom panhou ao longo deste trabalho e m e fez acreditar que o conseguia acabar.

Um agradecim ento, às m inhas colegas de curso, Susana Ferreira, Ana Rita Ferreira e Vânia Coucello, que m e acom panharam nas tardes de trabalho e com preenderam os m eus m om entos de st ress.

A t odos os m eus am igos que m e incent ivaram a finalizar este trabalho, em part icular à Filipa Santos, pela am izade, à Rit a Brilhant e, pela força e boa disposição, e à Susana António, pela com preensão e paciência para aturar os m eus m aus m om entos.

Aos m eus pais, sogros e sobrinhos, que esperam ansiosam ente por m elhores dias de convívio. Obrigada pelo apoio e força que m e deram .

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vii SUMÁRI O

A nova Directiva Quadro de Resíduos, Directiva n.º 2008/ 98/ CE, reforça a hierarquia de prioridades em term os de gestão de resíduos: prevenção, preparação para a reutilização, reciclagem , outros tipos de valorização (e.g. valorização energética) e, por últim o, a elim inação.

Assim sendo im porta prom over sistem as integrados de gestão de resíduos sólidos urbanos ( RSU) . Estes englobam um a série de operações e processos, nom eadam ente operações de recolha, transporte, arm azenagem , tratam ento, valorização e elim inação de resíduos, incluindo a m onitorização dos locais de descarga após o encerram ento das respectivas instalações, bem com o o planeam ento dessas operações.

A com ponente de recolha e transporte assum e um a especial im portância, devido principalm ente ao facto de ser um a das com ponentes m ais dispendiosas do sistem a, logist icam ent e com plexa, vulnerável aos com port am ent os dos produt ores e que funciona com o im agem do sistem a perante os utentes.

Por esta razão, torna- se im portante realizar a aferição do desem penho dos sistem as de recolha de RSU, recorrendo a um conj unto de indicadores, sendo assim possível identificar os factores que poderão interferir na sua produt ividade e nos cust os envolvidos.

Este estudo teve por obj ectivos, por um lado, det erm inar indicadores operacionais e de produt ividade de circuit os de recolha select iva de RSU e, por out ro lado, avaliar a influência que determ inadas variáveis operacionais poderão ter na produtividade desses circuitos, nom eadam ente o tipo de m aterial a recolher e o tipo de sistem a de rem oção cont ent or/ viat ura.

Desta form a realizaram - se cam panhas de m onitorização em treze circuitos de recolha, doze do Concelho de Loures e um do Concelho de Sintra, para m edição dos parâm etros necessários ao cálculo dos indicadores seleccionados para caracterizar os circuit os e para avaliar a influência das variáveis operacionais.

Os resultados obtidos da m onitorização de 652 pontos de recolha com diferentes tipos de contentores, quer em núm ero, quer em capacidade, bem com o a análise de 112 folhas de registo dos circuitos, perm it iram a determ inação de indicadores típicos de circuitos de recolha selectiva de RSU, com o os tem pos e as distâncias m édias por circuito, decom postos nas suas com ponentes unitárias, e a determ inação de indicadores de produtividade com o, por exem plo, os que relacionam as quantidades recolhidas por distância percorrida.

Perm itiu ainda testar o efeito que o tipo de m aterial a recolher e o tipo de sistem a de rem oção contentor/ viatura tem com o potenciais influenciadores na produt ividade dos circuitos. De um a form a geral, os resultados apontam para a influência destas variáveis no desem penho dos sistem as de recolha selectiva de RSU.

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ix SUMMARY

The new Waste Fram ework Directive, Directive No. 2008/ 98/ EC, reinforces the hierarchy of priorit ies in t erm s of wast e m anagem ent : prevention, preparation for reuse, recycling, other types of recovery (eg. energy recovery) and finally the elim ination.

Therefore is im portant to prom ote integrated m anagem ent of m unicipal solid wast e ( MSW) . These include a series of operations and processes, including collection operations, transportation, storage, treatm ent, recovery and disposal, including m onitoring of disposal sites after closure of t heir prem ises and the planning of these operations.

The com ponent collect ion and t ransport is of part icular im port ance, m ainly due t o the fact that is one of the com ponent s of t he system m ore expensive, logist ically com plex, vulnerable t o the behavior of producers and acts as an im age of the system before the users.

For t his reason, it is im port ant t o carry out benchm arking of t he collect ion of MSW, using a set of indicat ors, m aking it possible t o ident ify fact ors t hat m ay int erfere wit h your product ivit y and t he cost s involved.

This st udy aim s, first , t o det erm ine operat ional indicat ors and product ivit y of circuit s for the separate collection of MSW and, secondly, to evaluate the influence of certain variables m ay have on the operational productivity of such system s, part icularly t he t ype of m aterial to be collected and the type of rem oval system container/ vehicle.

Thus t ook place m onit oring cam paigns in thirteen collection circuits, t welve of County of Loures and one of the County of Sintra, to m easure param eters needed to calculate the selected indicators to characterize the circuits and to evaluate the influence of operating variables.

The results of the m onitoring of 652 points for the collection wit h different types of containers, either in num ber or in capacity, as well as analysis of 112 sheets of registration of circuits, enabled the determ ination of indicators typical of circuits for the collection of m ixed MSW, as the tim es and distances averages per circuit, broken down int o it s com ponent parts unit , and t he det erm inat ion of indicat ors of product ivit y, such as those that relate the am ounts collected by distance travelled.

I t has also tested the effect of the two variables select ed as potent ial influence of product ivit y of t he circuit s. Overall, t he result s point to the influence of these variables on the perform ance of system s for the separate collection of MSW.

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x SI MBOLOGI A E AN OTAÇÕES

DL – Decreto- Lei

DQR – Directiva Quadro dos Resíduos

FCT/ UNL – Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa HPEM – Higiene Pública E.M.

I SO – I nternational Standard Organisation RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SI GRE - Sistem a I ntegrado de Gestão de Resíduos de Em balagem

SI GREM – Sistem a I ntegrado de Gestão de Resíduos de Em balagens e Medicam entos SMAS – Serviços Municipalizados

SPV – Sociedade Ponto Verde

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xi Í N DI CE DE M ATÉRI AS

1 .  I N TRODUÇÃO ... 1 

1.1  Enquadram ento e Relevância do Tem a ... 1 

1.2  Obj ect ivos ... 3 

1.3  Met odologia geral ... 4 

1.4  Organização da t ese ... 5 

2 .  REVI SÃO DA LI TERATURA ... 7 

2.1  Enquadram ent o legal aplicável à gest ão de resíduos de em balagens ... 7 

2.2  Sistem a I ntegrado de Gestão de Resíduos de Em balagens ... 10 

2.3  Sistem a de recolha e transporte de RSU ... 13 

2.3.1  Tipologias de sist em as de recolha de RSU ... 13 

2.3.2  Recolha selectiva de RSU ... 16 

2.3.3  Variáveis que influenciam a produtividade dos circuitos de recolha select iva de RSU ... 20 

2.4  Análise de circuit os ... 25 

2.4.1  Conceitos e im portância ... 25 

2.4.2  I ndicadores operacionais e de produtividade dos circuit os ... 28 

3 .  METODOLOGI A ... 3 5  3.1  Obj ectivos e hipóteses ... 35 

3.2  Selecção, definição e cálculo dos indicadores ... 36 

3.3  Planeam ento experim ental ... 39 

3.3.1  Selecção dos casos de estudo e dos circuitos a m onit orizar ... 39 

3.3.2  Design experim ental e características dos circuit os seleccionados ... 40 

3.3.3  Planeam ento e cronogram a ... 54 

3.4  Procedim ent os ... 57 

3.5  Tratam ento dos dados recolhidos ... 61 

(12)

xii

4.2  I ndicadores operacionais obtidos para os circuit os analisados ... 64 

4.2.1  Capacidade inst alada ... 64 

4.2.2  Quantidade m édia de RSU recolhidos por dia de recolha ... 67 

4.2.3  Consum o m édio de com bustível por circuit o ... 70 

4.2.4  Tem po/ distância total do circuit o ... 72 

4.2.5  Tem po/ distância efectiva de recolha ... 75 

4.2.6  Tem po m édio de recolha por ponto de recolha ... 77 

4.2.7  Tem po/ distância de transporte ... 81 

4.2.8  Núm ero m édio de fretes realizado por circuit o ... 82 

4.2.9  Tem po/ distância no local de deposição ... 83 

4.2.10  Tem po/ Distância da garagem e para a garagem ... 85 

4.2.11  Síntese dos indicadores relativos ao tem po gasto por circuit o ... 86 

4.3  I nfluência das variáveis operacionais nos indicadores de produt ividade dos circuitos analisados ... 88 

4.3.1  Tipo de m at erial a recolher ... 88 

4.3.2  Tipo de sistem a de rem oção contentor/ viat ura ... 89 

5 .  CON CLUSÕES ... 9 7  5.1  Síntese conclusiva ... 97 

5.2  Lim itações e linhas futuras de pesquisa ... 101 

6 .  BI BLI OGRAFI A ... 1 0 3  AN EXOS ... 1 0 7  ANEXO I ... 109 

Apresentação do estudo aos SMAS de Loures ... 109 

ANEXO I I ... 115 

Folha de Registo da equipa FCT/ UNL para os SMAS de Loures ... 115 

ANEXO I I I ... 119 

Folha de Serviço dos SMAS de Loures ... 119 

ANEXO I V ... 123 

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xv Í N DI CE DE FI GURAS

Figura 2.1. Cam panhas publicitárias de sensibilização am biental e prevenção do Cancro da Mam a11 

Figura 2.2. Agent es económ icos que pert encem ao SI GRE. ... 12 

Figura 2.3. Sím bolo Pont o Verde. ... 12 

Figura 2.4. Contentores de pequena capacidade, de 120 L e 240 L. ... 21 

Figura 2.5. Contentor de m édia capacidade, de 1100 L. ... 22 

Figura 2.6. Contentores de grande capacidade: contentor de 2400 L ( à esquerda) e cylcea de 2500 L ( à direit a) . ... 23 

Figura 2.7. Sequência de operações de recolha de cont ent ores est acionários. ... 27 

Figura 3.1. Circuito 320 de recolha lateral em Sint ra. ... 41 

Figura 3.2. Circuit o BBP03, bifluxo, de recolha port a- a- port a em Loures. ... 44 

Figura 3.3. Circuit o BBP09, bifluxo, de recolha port a- a- port a em Loures. ... 45 

Figura 3.4. Circuito VEG01 de recolha colectiva de vidro em Loures. ... 47 

Figura 3.5. Circuit o EAP01 de recolha port a- a- port a de em balagens em Loures. ... 49 

Figura 3.6. Circuit o EEG06 de recolha colect iva de em balagens em Loures. ... 50 

Figura 3.7. Circuito PEG09 de recolha colectiva de papel/ cartão em Loures. ... 53 

Figura 3.8. Garagem de Set e Casas, Loures. ... 58 

Figura 3.9. Acom panham ent o dos circuit os dent ro das viat uras de recolha. ... 59 

Figura 3.10. Equipa da FCT/ UNL, acom panhada dos m otoristas e cantoneiros do turno da noite, na Garagem do Fanqueiro. ... 59 

Figura 3.11. Acom panham ento do circuito 320 de Sint ra... 60 

Figura 4.1. Valores estatísticos relativos à capacidade de content orização dos circuitos analisados.66  Figura 4.2. Valores estatísticos relativos à capacidade de contentorização dos circuitos analisados classificados por tipo de m aterial. ... 67 

Figura 4.3. Quant idade m édia de RSU recolhidos por circuit o e por dia de recolha. ... 67 

Figura 4.4. Tem pos m édios t ot ais de recolha por circuit o. ... 72 

Figura 4.5. Relação entre o núm ero de horas de trabalho por turno e o tem po m édio total de recolha do circuito, para cada um dos circuitos. ... 73 

Figura 4.6. Dist âncias m édias t ot ais percorridas por circuit o. ... 74 

Figura 4.7. Tem po e distâncias m édias totais percorridas nos circuitos BBP03 e BBP09 por tipo de m aterial. ... 75 

(16)

xvi

Figura 4.9. Com paração das distâncias efect ivas de recolha. ... 76 

Figura 4.10. Com paração do tem po e distâncias efectivas de recolha nos circuitos BBP03 e BBP09 por t ipo de m at erial. ... 77 

Figura 4.11. Tem pos m édios, em m inutos, de recolha por ponto de paragem , em função do núm ero de cont ent ores para os circuit os. ... 80 

Figura 4.12. Com paração ent re os t em pos de t ransport e dos circuit os em est udo. ... 81 

Figura 4.13. Com paração ent re as dist âncias de t ransport e dos circuit os em est udo. ... 82 

Figura 4.14. Núm ero m édio de fretes por circuit o. ... 83 

Figura 4.15. Com paração dos t em pos no local de deposição... 84 

Figura 4.16. Com paração das dist âncias no local de deposição. ... 84 

Figura 4.17. Com paração dos t em pos da garagem e para a garagem , ent re t odos os circuitos. .... 85 

Figura 4.18. Com paração entre todos os circuitos, das distâncias da garagem e para a garagem . . 86 

Figura 4.19 – Sínt ese da análise dos t em pos por circuit o e respect ivos valores m édios. ... 87 

Figura 4.20. I ndicadores de quantidade de resíduos recolhidos nos circuitos seleccionados para o obj ect ivo 2.1. ... 89 

Figura 4.21. I ndicadores de quantidade de resíduos recolhidos nos circuitos seleccionados para o obj ect ivo 2.2 recolha de vidro. ... 91 

Figura 4.22. I ndicadores de quantidade de resíduos recolhidos nos circuitos seleccionados para o obj ect ivo 2.2 recolha de em balagens. ... 93 

(17)

xvii Í N DI CE DE QUADROS

Quadro 2.1 – I ndicadores de circuit os de resíduos. ... 30 

Quadro 2.2. I ndicadores obt idos para os circuit os de RSU de Lisboa. ... 31 

Quadro 2.3. I ndicadores de produtividade dos circuitos seleccionados. ... 32 

Quadro 2.4. Tem pos m édios ( m m : ss) obtidos por ponto de recolha em função do núm ero de contentores. ... 33 

Quadro 3.1. I ndicadores operacionais dos circuit os ... 36 

Quadro 3.2. I ndicadores de produt ividade dos circuit os ... 38 

Quadro 3.3. Caract eríst icas dos circuitos seleccionados para o obj ect ivo 2.1. ... 40 

Quadro 3.4. Circuit os seleccionados para o obj ect ivo 2.2. ... 42 

Quadro 3.5. Características dos circuitos seleccionados para o obj ectivo 2.2 relativam ente à recolha de vidro. ... 43 

Quadro 3.6. Características dos circuitos seleccionados para o obj ectivo 2.2 relativam ente recolha de em balagens. ... 48 

Quadro 3.7. Características dos circuitos seleccionados para o obj ectivo 2.2 relativam ente recolha de papel. ... 51 

Quadro 3.8. Cronogram a apresent ado aos SMAS de Loures para a m onitorização dos circuitos de Loures. ... 55 

Quadro 3.9. Cronogram a das m onit orizações efect uadas nos circuit os de Loures. ... 56 

Quadro 3.10. Cronogram a das m onit orizações efect uadas nos circuit os de Sint ra ... 57 

Quadro 3.11. Núm ero m onitorizações efectuadas em cada um dos circuitos seleccionados. ... 57 

Quadro 4.1. Núm ero de pontos de recolha m onitorizados e núm ero de folhas de registo dos circuit os analisadas. ... 63 

Quadro 4.2. Capacidade de cont ent orização inst alada nos circuit os m onit orizados. ... 64 

Quadro 4.3. Tipo de cont ent ores inst alados nos circuit os m onit orizados. ... 65 

Quadro 4.4. Fact or de ut ilização dos cont ent ores exist ent es em cada um dos circuit os. ... 69 

Quadro 4.5. Consum o m édio de com bust ível por circuit o ... 71 

Quadro 4.6. Nº de horas de trabalho por turno de cada um dos circuitos seleccionados. ... 73 

Quadro 4.7. Tem pos m édios obtidos por ponto de recolha em função do núm ero de contentores para a recolha de vidro. ... 78 

Quadro 4.8. Tem pos m édios obtidos por ponto de recolha em função do núm ero de contentores para a recolha de em balagens. ... 78 

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xviii

Quadro 4.10. Funções que relacionam o núm ero de contentores existentes por ponto de recolha com o t em po m édio de recolha por pont o de recolha ... 80 

Quadro 4.11. I ndicadores de produt ividade dos circuit os seleccionados para o obj ect ivo 2.1. ... 88 

Quadro 4.12. I ndicadores de produtividade dos circuitos seleccionados para o obj ectivo 2.2 recolha de vidro. ... 90 

Quadro 4.13. I ndicadores de produtividade dos circuitos seleccionados para o obj ectivo 2.2 recolha de em balagens. ... 92 

(19)

xix AN EXOS

ANEXO I . Apresent ação do est udo aos SMAS de Loures ... 109 

ANEXO I I I . Folha de Regist o da equipa FCT/ UNL para os SMAS de Loures ... 115 

ANEXO I I I I . Folha de Serviço dos SMAS de Loures ... 119 

(20)
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1

1 . I N TRODUÇÃO

1 .1 E

N QUADRAMEN TO E

R

ELEVÂN CI A DO

T

EM A

A sustentabilidade é um a das preocupações actuais das agendas polít icas nacionais e internacionais, e o am biente tem - se tornado um dos tem as m ais debatidos pelos governos, organizações não governam entais e pela sociedade. A dim inuição dos recursos naturais e o aum ento progressivo da produção de resíduos faz com que as pessoas, tom em cada vez m ais consciência do problem a a que leva o consum o excessivo na sobrevivência da espécie hum ana.

O aum ento excessivo da geração de resíduos fez com que surgisse a necessidade de definir obj ectivos e est ratégias para garantir a preservação dos recursos naturais e a m inim ização dos im pactes negativos no am biente.

Desta form a, a recente Directiva Quadro dos Resíduos, a Directiva n.º 2008/ 98/ CE, reforça a hierarquia de prioridades em term os de gestão de resíduos, estabelecendo a seguinte ordem : prevenção, preparação para a prevenção, reciclagem (i.e. m aterial e orgânica) , outros tipos de valorização (e.g. valorização energética) e, por últ im o, a elim inação. Esta estabelece ainda um regim e de recolha selectiva at é 2015, pelo m enos para os seguintes m ateriais: papel, m etal, plástico e vidro, e um a m et a até 2020 para a preparação para a reutilização e a reciclagem , de pelo m enos papel, m et al, plást ico e vidro dom ésticos, de no m ínim o de 50 % em peso.

Esta Directiva ainda não foi transposta para o ordenam ento j urídico português, o que quando se verificar im plicará que o Estado Português adopte novas m etas em term os recolhas selectivas e de reciclagem de resíduos urbanos.

De acordo com as prioridades estabelecidas pela Direct iva acim a cit ada, im port a prom over sistem as integrados de gestão de resíduos sólidos urbanos ( RSU) . Estes englobam um a série de operações e processos, nom eadam ente operações de recolha, transporte, arm azenagem , tratam ento, valorização e elim inação de resíduos, incluindo a m onitorização dos locais de descarga após o encerram ento das respectivas instalações, bem com o o planeam ento dessas operações.

(22)

2

A recolha e o transporte de RSU constituem um a dispendiosa m as indispensável etapa na gestão dos resíduos, pois asseguram a salubridade dos m eios urbanos, através da rápida rem oção dos resíduos do local onde são produzidos para um a infra- estrutura de transferência, valorização, tratam ent o ou dest ino final adequado.

Esta é tam bém um a das com ponentes m ais im port ant es para a im agem do serviço de gestão de RSU, um a vez que funciona com o ligação entre o sistem a e os utentes sendo através dela que estes avaliam a gestão dos RSU e criam a sua im agem do serviço. O m odo de recolha dos resíduos, o tipo de m aterial a recolher, o tipo de sist em a de rem oção contentor/ viatura, a frequência e horário de recolha, tem consequências a vários níveis, nom eadam ente nas dem ais com ponentes do sistem a, e nas at itudes e conduta dos utentes.

A int rodução de recolhas select ivas em grandes m eios urbanos e as exigências relat ivam ent e à qualidade do serviço prestado im põem actualm ente a adopção de estratégias de recolha integrada que alcancem : um a boa coordenação entre a recolha indiferenciada e a select iva; fornecer níveis de serviço local apropriados; at ingir os cust os m ais baixos; ser flexíveis para as necessidades de m udança; contribuir para as políticas de redução dos RSU ( Martinho e Gonçalves, 2000) .

Por estas razões, deve- se proceder à avaliação de circuitos de recolha selectiva de RSU, através da determ inação de indicadores de desem penho operacional, de produtividade e de custos, para que com o auxílio de ferram entas de optim ização sej a possível adoptar sistem as de recolha e delinear percursos que resultem na redução de custos e im pactes negat ivos provenient es do consum o de com bustível por parte das viaturas.

Para isso é necessário dispor- se de conhecim entos sobre as características da população, da estrutura urbana, das quantidades e características dos RSU produzidos na área a intervir e das opções técnicas e operacionais alternativas ( Martinho, 2005a) .

A im portância dos indicadores de desem penho vai para além do acim a descrito. De facto, os indicadores de desem penho auxiliam na avaliação de desem penho am bient al das organizações, com o processo de gestão int erna das m esm as, perm it indo fornecer inform ações com parativas de prestações passadas e futuras.

(23)

3

dos fact ores crít icos que originam problem as am bient ais e a prom oção da m onit orização da eficácia das polít icas adopt adas.

Refira- se ainda que a m onitorização e a avaliação dos sistem as de recolha de RSU são indispensáveis para a análise m acro- circuito, ou sej a, análise das várias distâncias e tem pos que com põem um circuito e através da qual se consegue avaliar se os circuitos estão equilibrados em term os de tem pos de ocupação das equipas de recolha.

Exist em poucos t rabalhos t écnico- cient íficos a nível nacional e int ernacional, no que respeita a indicadores operacionais e de produtividade de circuitos de recolha de RSU, que perm it am servir com o referenciais para proj ect os de recolha, análises de benchm arking de sistem as de recolha de RSU.

Tal im plica que haj a um esforço acrescido no trabalho de investigação e pesquisa nesta área, incidindo sobre a realidade nacional e estudos com parativos com as diferentes realidades de out ros países cuj a periodicidade de recolha de RSU sej a m ais elevada e significat iva a nível de com plexidade e cust os.

1 .2 O

BJECTI VOS

Este trabalho tem com o principal obj ectivo a determ inação de indicadores de circuitos de recolha selectiva de RSU, que possibilitem efectuar análises com parativas entre circuitos e possam servir para a elaboração de novos proj ectos de recolha.

Destes indicadores será possível retirar inform ação sobre a operação de recolha e transporte de resíduos recicláveis, perm it indo ident ificar os aspectos positivos e negativos dos sistem as de recolha im plem ent ados, assim com o proceder à correcção de problem as e à optim ização de situações m enos produtivas.

(24)

4

1 .3 M

ETODOLOGI A GERAL

De form a a atingir os obj ectivos propostos, o trabalho foi estruturado nas seguintes seis etapas:

ƒ Fase 1 – Revisão bibliográfica

Nesta fase fez- se um a pesquisa bibliográfica sobre assuntos relevantes ao tem a, nom eadam ente a legislação aplicável aos resíduos de em balagens, o sistem a integrado de gestão de resíduos de em balagens, os sistem as de recolha selectiva de RSU, os aspectos teóricos e práticos da análise de circuitos, indicadores de eficiência e variáveis determ inantes para a produtividade dos circuitos. Fez- se ainda um a pesquisa sobre alguns casos de estudo, internacionais e nacionais, relacionados com a análise de circuitos.

ƒ Fase 2 – Selecção dos indicadores de desem penho dos circuit os e das variáveis operacionais a analisar

Para o cum prim ento dos obj ectivos propostos, seleccionou- se um conj unto de indicadores de desem penho operacional e de produtividade dos sistem as de recolha select iva de RSU e as variáveis operacionais a testar para avaliar a sua influência na produtividade dos circuitos.

ƒ Fase 3 – Selecção dos casos de estudo.

Esta fase envolveu vários contactos e reuniões com os responsáveis e técnicos dos SMAS de Loures e da HPEM de Sintra, tendo em vista a selecção dos circuitos a m onitorizar em função dos indicadores e das variáveis definidas no ponto anterior, bem com o o planeam ento de toda a logística necessária à realização de cam panhas de m onitorização dos circuitos seleccionados.

ƒ Fase 4 – Cam panhas de m onit orização.

Foram realizadas m onitorizações aos circuitos seleccionados para m edição e recolha dos dados necessários para o cálculo dos indicadores operacionais e de produtividade definidos na fase 2.

ƒ Fase 5 – Tratam ento e análise dos resultados.

Est a fase consistiu no tratam ento e análise dos dados recolhidos na fase anterior e na confrontação das hipóteses form uladas para est e est udo.

(25)

5

1 .4 O

RGAN I ZAÇÃO DA TESE

O presente dissertação encontra- se estruturada em sete grandes capítulos. No prim eiro capítulo faz- se um a breve introdução do tem a em estudo, onde é referida a relevância da análise de sistem as de recolha select iva e transporte de RSU. São ainda referidos os obj ectivos do estudo, bem com o a m etodologia geral adoptada e a organização da dissertação.

O segundo capítulo corresponde à revisão da literatura, em que são abordados os tem as relevantes para o estudo, com o a legislação aplicável à questão, os sistem as de recolha selectiva de RSU e a análise de circuitos. Dist inguem - se ainda casos de estudo sobre análise de circuit os, int ernacionais e nacionais.

No terceiro capítulo apresenta- se a m etodologia adoptada para alcançar os obj ectivos propostos, especificando- se os obj ectivos e as hipóteses a testar, os indicadores e os circuitos seleccionados, o planeam ento e o design experim ental, os procedim entos seguidos nas cam panhas de m onitorização e o tratam ento dos resultados.

O quarto capítulo consiste na apresentação da análise e discussão dos resultados obtidos da m onitorização efectuada aos circuitos seleccionados, bem com o a avaliação dos factores que influenciam a produtividade dos circuitos.

No quinto capítulo faz- se um a síntese conclusiva, e indicam - se algum as lim itações do estudo e recom endações relevantes.

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7

2 . REVI SÃO DA LI TERATURA

2 .1 E

N QUADRAM EN TO LEGAL APLI CÁVEL À GESTÃO DE RESÍ DUOS DE EM BALAGEN S

No que respeita ao enquadram ento legal aplicável aos resíduos de em balagens urbanas há salientar que esta m atéria tem sido obj ecto de diversas intervenções legislativas de âm bito com unitário e nacional.

Com eçando por delim it ar o próprio conceito de resíduos, destaca- se o Decret o- Lei n.º 178/ 2006, de 5 de Setem bro, no qual se define com o resíduo “ ( …) quaisquer substâncias ou obj ectos de que o detentor se desfaz ou tem intenção ou obrigação de se desfazer” . Mais se delim it a no diplom a legal acim a cit ado o conceito de resíduos urbanos ( RSU) , os quais consistem em “ ( …) resíduos provenientes de habitações, bem com o outro resíduo que, pela sua natureza ou com posição, sej a sem elhante ao resíduo proveniente de habitações” .

No que respeita à definição de resíduos de em balagens urbanas, a União Europeia publicou a Directiva n.º 94/ 62/ CE, do Parlam ento Europeu e do Conselho, de 20 de Dezem bro, relat iva à gestão de em balagens e resíduos de em balagens, aplicável a todas as em balagens colocadas no m ercado na Com unidade Europeia e a todos os resíduos de em balagens, quer sej am utilizadas ou rej eitadas com o refugo pelas indústrias, est abelecim ent os com erciais, escrit órios, oficinas, serviços, agregados fam iliares ou outras entidades a qualquer outro nível e independentem ente dos m ateriais que as const it uem .

Esta Directiva foi transposta para o ordenam ent o j urídico int erno pelo Decret o- Lei n.º 366- A/ 97, de 20 de Dezem bro, entretanto alterado pelo Decreto- Lei 162/ 2000, de 27 de Julho.

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O artigo 4.º do referido diplom a consagração o princípio da co- responsabilidade dos operadores económ icos pela gestão das em balagens e resíduos de em balagens, aos quais é dada a opção em subm eter a gestão das suas em balagens e resíduos de em balagens a um sistem a de consignação ou a um sistem a integrado.

No que respeit a às regras de funcionam ent o dos sistem as de consignação, aplicáveis às em balagens reut ilizáveis e não reut ilizáveis, bem com o do sist em a int egrado aplicável às em balagens não reutilizáveis, os m esm os encontram - se previstos nos artigos 5º e 9º do Decreto- Lei n.º 366- A/ 97, de 20 de Dezem bro.

Os sist em as de consignação, aplicáveis às em balagens reut ilizáveis e não reut ilizáveis, foram obj ecto de regulam entação pela Port aria n.º 29- B/ 98, de 15 de Janeiro ( que revogou a Portaria nº 313/ 96, de 29 de Julho) .

Em 2004 a Directiva n.º 94/ 62/ CE foi alterada pela Directiva n.º 2004/ 12/ CE, do Parlam ento Europeu e do Conselho, de 11 de Fevereiro. Nesta nova Directiva esclarecem se os conceitos de em balagem e de resíduos de em balagens, e especificam -se novos obj ectivos e m etas de valorização e reciclagem para cada m aterial específico, a atingir pelos Estados- Mem bros.

Concretam ente em relação às m et as de valorização e reciclagem , foram estabelecidos os seguintes valores a serem cum pridas pelos Estados Mem bros até ao final de 2011:

ƒ a valorização de no m ínim o 60% do peso total dos resíduos de em balagens colocadas no m ercado;

ƒ a reciclagem de no m ínim o 55% e no m áxim o 80% em peso dos resíduos de em balagens;

ƒ alcançar os obj ectivos m ínim os de reciclagem para cada um dos seguintes resíduos de em balagens: 60% em peso para o vidro, 60% em peso para o papel e cartão, 50% em peso para os m et ais, 22,5% em peso para os plást icos, exclusivam ent e por reciclagem m ecânica e/ ou quím ica, e 15% em peso para a m adeira.

Esta nova Directiva de em balagens foi transposta através do Decreto- Lei nº 92/ 2006, de 25 de Maio, que alterou o Decreto- Lei nº 366- A/ 97, de 20 de Dezem bro, anteriorm ente j á alterado pelo Decreto- Lei nº 162/ 2000 de 27 de Julho.

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9

A Directiva n.º 2008/ 98/ CE reforça a hierarquia de prioridades definidas para a gestão de resíduos, int roduzindo cont udo um novo conceito, o da “ preparação para a reutilização” . Deste m odo, a hierarquia para a ser a seguinte: prevenção, preparação para a reut ilização, reciclagem ( incluindo a com post agem ) , valorização energét ica e, por últ im o, o depósito.

Mais prevê um a distinção, fundam ental para o aproveitam ento dos recursos, entre subprodutos e resíduos, e tam bém clarifica o m om ento em que um resíduo deixa de ser considerado com o tal.

Nos term os do artigo 11.º da Directiva n.º 2008/ 98/ CE, é estabelecido um regim e de recolha select iva at é 2 0 1 5, pelo m enos para os seguintes m ateriais: papel, m et al, plást ico e vidro.

Para cum prir os obj ect ivos da Directiva e avançar rum o a um a sociedade europeia da reciclagem , dotada de um elevado nível de eficiência dos recursos, os Est ados- Mem bros devem tom ar as m edidas necessárias para assegurar os seguintes obj ectivos:

a. At é 2 0 2 0, a preparação para a reut ilização e a reciclagem de resíduos com o, pelo m enos, papel, m et al, plást ico e vidro dom ést icos, e possivelm ente com outra origem desde que esses fluxos de resíduos sej am sem elhantes aos resíduos dom ésticos, sofrem um aum ent o m ínim o global de 5 0 % em peso;

b. At é 2 0 2 0, a preparação para a reut ilização, reciclagem e valorização de out ros m at eriais, incluindo operações de enchim ent o ut ilizando resíduos com o subst it ut o de out ros m at eriais, de resíduos de construção e dem olição não perigosos, com exclusão de m at eriais nat urais definidos na categoria 17 05 04 da list a de resíduos, sofrem um aum ent o m ínim o de 7 0 % em peso.

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10

2 .2 S

I STEM A

I

N TEGRADO DE

G

ESTÃO DE

R

ESÍ DUOS DE

E

MBALAGEN S

Nos term os definidos na legislação nacional, os responsáveis pela colocação de em balagens no m ercado nacional podem decidir em subm eter as suas em balagens a um sistem a de consignação, para em balagens reutilizáveis e não reutilizáveis, ou a um sistem a integrado, apenas aplicável a em balagens não reut ilizáveis.

Act ualm ente, no Est ado Port uguês, prest am serviços no âm bito dos sistem as integrados para a gestão de em balagens e resíduos de em balagens não reut ilizáveis, as seguint es ent idades gest oras: a SOCI EDADE PONTO VERDE ( SPV) , responsável pelo SI GRE (1) , a VALORMED, responsável pela gestão do SI GREM (2) e a SI GERU, responsável pela gestão do sistem a denom inado VALORFI TO (3) ( Martinho, 2005a) .

Em Novem bro de 1996, foi constituída a Sociedade Ponto Verde, S.A., pelos Ministérios das Actividades Económ icas e do Trabalho e do Am biente e do Ordenam ento do Território, tendo a licença sido prorrogada pelo Despacho Conj unto n.º 98/ 2004, de 26 de Fevereiro. Esta sociedade assum e a form a j urídica de entidade privada sem fins lucrativos, tendo por finalidade actuar com o entidade gestora do SI GRE.

No que respeita à m issão da SPV, esta visa a prom oção da recolha selectiva, da retom a e da reciclagem de resíduos de em balagens, a nível nacional ( SPV, 2009a) .

Até 2005, o obj ectivo fundam ental da SPV era viabilizar a reciclagem de um m ínim o de 25% das em balagens não- reut ilizáveis com ercializadas em Port ugal, com um m ínim o de 15% para cada tipo de m aterial de em balagem (i.e. plástico, aço e alum ínio, vidro, papel/ cartão e m adeira) , em consonância com as obrigações estabelecidas pela Directiva Com unitária 94/ 62/ CE, nom eadam ente ( SPV, 2009a) :

ƒ Valorizar um m ínim o de 50% do peso total de resíduos de em balagens não-reut ilizáveis; reciclar no m ínim o 25% desse peso total;

ƒ Reciclar um m ínim o de 15% para cada tipo de m aterial.

Depois de atingidos esses obj ectivos, Port ugal iniciou um desafio ainda m aior, pelo que até 2011 o com prom isso da SPV, em concordância com a nova Directiva de em balagens, é o seguinte ( SPV, 2009a) :

ƒ Valorizar 60 % do peso total dos resíduos de em balagens colocadas no m ercado;

ƒ Reciclar um m ínim o de 55 % desses resíduos;

1 SI GRE – Sist em a I nt egrado de Gestão de Resíduos de Em balagens

2 SI GREM – Sist em a I nt egrado de Gest ão de Resíduos de Em balagens e Medicam entos

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ƒ Reciclar um m ínim o de:

ƒ 60 % de vidro;

ƒ 60 % de papel/ cartão;

ƒ 50 % de m etal;

ƒ 22,5 % de plástico;

ƒ 15 % de m adeira.

A SPV t em - se revelado um fort e aliado em cam panhas que j untam a sensibilização am biental com questões sociais, conform e aliás se tem constatado em diversas cam panhas publicit árias de sensibilização am bient al e prevenção do Cancro da Mam a ( Figura 2.1) , cont ribuindo assim para um a m ais int rodução im ediat a e eficaz de m ensagens am bientais e sociais ( SPV, 2009b) .

Figura 2.1. Cam panhas publicit árias de sensibilização am bient al e prevenção do Cancro da Mam a ( SPV, 2009b) .

No âm bito da área de actuação da SPV, foi criado o Sistem a I ntegrado de Gestão de Resíduos de Em balagens ( SI GRE) , de form a a dar cum prim ento às suas obrigações am bientais e legais, at ravés da organização e gestão de um circuito que garante a ret om a, valorização e reciclagem de resíduos de em balagens não- reut ilizáveis.

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valorizar e reciclar resíduos de em balagens contribuindo para a econom ia de recursos naturais e a dim inuição do volum e de resíduos depositados em aterro ( SPV, 2009c) .

Figura 2.2. Agentes económ icos que pertencem ao SI GRE ( SPV, 2009c) .

Conform e resulta do esquem a acim a descrito, os em baladores/ im portadores pagam o Valor Pont o Verde pelas em balagens que colocam no m ercado, transferindo para a SPV a responsabilidade pela gestão e destino final das em balagens que com ercializam quando estas se transform am em resíduos ( SPV, 2009c) .

Relat ivam ent e às em balagens não- reut ilizáveis, est as apenas podem ser com ercializadas se abrangidas pelo sistem a ( SPV, 2009c) . Nas em balagens aderentes ao SI GRE é possível encontrar o Sím bolo Ponto Verde ( Figura 2.3) .

Figura 2.3. Sím bolo Ponto Verde.

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As autarquias e outros operadores efectuam a recolha selectiva e a triagem das em balagens usadas por tipo de m at erial, disponibilizando estes resíduos à SPV, que os encam inha para valorização e reciclagem . Quando integrados no SI GRE, os operadores de recolha beneficiam de apoio técnico e financeiro da SPV ( SPV, 2009c) .

Os fabricantes de em balagens e m ateriais de em balagem asseguram a retom a dos resíduos separados, garantindo a sua valorização ou reciclagem ( SPV, 2009c) .

De form a resum ida, as responsabilidades da SPV no SI GRE são as seguintes ( SPV, 2009d) :

ƒ Prestar apoio às Municípios e Freguesias com program as de recolha selectiva e t riagem de em balagens não- reut ilizáveis;

ƒ Assegurar a retom a, valorização e reciclagem dos resíduos triados, através de vínculos contratuais que possui com os Fabricantes de Em balagens e de Materiais de Em balagem ( papel/ cartão, vidro, plástico, m adeira, aço e alum ínio) ;

ƒ Assum ir a gestão e destino final dos resíduos em que se transform am , após consum o, as em balagens não reut ilizáveis colocadas no m ercado nacional pelos em baladores e im portadores;

ƒ Garantir j unto dos distribuidores que as em balagens não- reut ilizáveis est ão abrangidas por um SI GRE;

ƒ Prom over a sensibilização e educação am biental j unto dos consum idores;

ƒ Apoiar program as de investigação que fom entem o desenvolvim ento do m ercado de produtos e m ateriais reciclados.

2 .3 S

I STEMA DE RECOLHA E TRAN SPORTE DE

RSU

2 .3 .1 Tipologias de sist em as de recolha de RSU

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O sistem a de recolha e transporte de RSU pode ser dividido nas seguintes três com ponentes ( Tchobanoglous et al., 1997; Bilitewski et al, 1996; Karagiannidis and Moussiopoulos, 1999) :

ƒ A deposição, ou sej a, o conj unto de operações envolvendo a arm azenagem dom iciliária de RSU, e a sua colocação em recipientes, em condições de serem rem ovidos;

ƒ A recolha, operação efectuada por pessoal e equipam ento especialm ente adequado para esse fim , m ediante a transferência dos RSU, incluindo ou não os recipientes, para as viaturas de recolha;

ƒ O transporte dos RSU pelas viaturas de recolha, desde o últim o ponto do circuit o de recolha até ao seu local de deposição (e.g. um a estação de transferência, centro de triagem , com postagem , incineradora ou aterro sanitário) .

O tipo de recolha, a frequência e horário de recolha e o tipo de equipam ento de deposição a aplicar num proj ecto de um sistem a de recolha e transporte de RSU, tem que ter em conta diversos factores, com o o volum e e tipo de resíduos a recolher, a densidade populacional, o tipo de habitação e de urbanização e as caract erísticas funcionais da área a servir (i.e. m oradias, habitações de alto porte, zonas históricas, etc) .

É possível classificar os sistem as de recolha de RSU segundo diferentes critérios, designadam ente: o t ipo de resíduos a recolher; o t ipo de ent idade recolhedora; o local de recolha; a frequência e horário da recolha.

Relativam ente ao tipo de resíduos recolhidos, a recolha é regularm ente classificada em três tipos ( Martinho e Gonçalves, 2000) :

ƒ Recolha indiferenciada (i.e. todos os resíduos m isturados num único recipiente) ;

ƒ Recolha select iva (i.e. os resíduos são separados na fonte e apresentados à recolha por fileiras ou fluxos) ;

ƒ Recolha especial (i.e. recolhas m ais esporádicas e relacionadas a acontecim entos específicos, por exem plo, recolha de restos de j ardins, recolha de m onos, lim peza de praias, lim peza de m ercados e feiras, entre outros) .

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realizar-15

se por subst it uição à recolha indiferenciada ou por adição, isto é, realizarem - se as duas recolhas em sim ultâneo, m as separadam ente.

De acordo com os diplom as legais aplicáveis, a recolha dos RSU é da responsabilidade das câm aras m unicipais, podendo no ent anto o serviço ser concessionado a em presas, públicas ou privadas, com o o que se verifica por exem plo em Sintra, em que a recolha dos RSU é efectuada pela HPEM – Higiene Pública, E.M.

Em relação ao local onde é efectuada a recolha dos RSU, consideram - se geralm ente três tipos de recolha: a recolha porta- a- porta, a recolha colectiva e os centros de recolha. No caso da recolha porta- a- porta, são norm alm ente distribuídos a cada m oradia ou edifício um ou m ais cont ent ores, de acordo com as necessidades dos agregados fam iliares, responsabilizando- se os ut ent es pela sua m anutenção e colocação à porta para serem despej ados pelas equipas de recolha ( Levy et al., 2006) . A recolha port a-porta pode ser individual, quando efectuada por fam ília ou m oradia unifam iliar, ou colectiva, quando efectuada por m oradia m ult ifam iliar ou prédio.

A recolha porta- a- porta pode apresentar custos de operação m ais elevados, com parativam ente à recolha colect iva, um a vez que conduz a um grande desgaste das viaturas de recolha, bem com o um esforço cont ínuo das equipas de cantoneiros ( Levy et al., 2006) . No entanto, o balanço económ ico deste tipo de recolha encontra- se dependente das quantidades e qualidade dos m at eriais recolhidos.

Já na recolha colect iva, os veículos recolhem os recipientes que servem m ais do que um a unidade residencial. Os recipientes estão localizados a um a certa distância uns dos outros, ao longo da rua, podendo apenas existir um tipo de contentor ( recolha indiferenciada) , ou diversos contentores para a deposição selectiva ( ecopontos) ( Martinho, 2005a) .

Nest e t ipo de recolha são norm alm ent e ut ilizados cont ent ores de m édia e grande capacidade, podendo ser de superfície, sem i- enterrados ou enterrados.

Os centros de recolha são locais centralizados de deposição. Os produtores de resíduos deslocam - se norm alm ente a grandes distâncias para aí depositarem os resíduos. É frequente este tipo de recolha em aglom erados dispersos, parques industriais ou centros de deposição selectiva, os conhecidos ecocentros ( Martinho, 2005a) .

A frequência e o horário de recolha dependem do país e da zona onde esta é efectuada. São regidas pelas condições locais e pelas características do serviço.

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16

Quanto ao horário de recolha este pode ser diurno e noct urno, t udo dependendo das condições locais do trânsito e da necessidade de gerir a frota e os recursos hum anos disponíveis. No entanto, no caso da recolha de vidro, verifica- se que na m aioria dos casos este realiza- se em horário diurno devido ao ruído que causa.

2 .3 .2 Recolha select iva de RSU

A recuperação dos m ateriais recicláveis pode ser realizada através dum a recolha selectiva, com separação na fonte, de um a ou m ais categorias de resíduos, seguida ou não de posteriores separações em estações de triagem .

O m étodo m ais cóm odo para o cidadão é não proceder à separação, no entanto para a industria de reciclagem , quanto m aior for o grau de separação na fonte m elhor, um a vez que o nível de contam inação dos m ateriais dim inui e, consequent em ente, o produt o final reciclado terá m elhor qualidade e m elhor preço ( Martinho, 2005b) .

Relativam ente a este tipo de recolha, existem basicam ente duas estratégias: a recolha selectiva porta- a- porta e a recolha por transporte dos resíduos pelos próprios produtores, ou sej a, recolha colectiva.

2 .3 .2 .1 Sist em as port a- a- port a

O sistem a de recolha selectiva porta- a- porta é um sist em a de deposição individual e com preende a recolha dos recicláveis da porta da habitação de cada residente.

Este sistem a é o m ais adequado para aglom erados de m oradias ou prédios com m enos de três andares.

Quando a separação é efectuada entre dois grupos de resíduos, os não recicláveis e os recicláveis ( um a m istura de m ateriais recicláveis) , que posteriorm ente serão separados e processados num a instalação de triagem , este tipo de recolha é frequentem ente denom inado por recolha m ult im at erial. Os sistem as que com preendem a separação na fonte de m ais de três grupos de recicláveis designam - se, usualm ente, por sistem as de separação dedicada.

Este tipo de sistem a apresenta variações que dizem respeito ao núm ero de com ponentes a separar na fonte, ao tipo e núm ero de recipientes utilizados para a deposição dos recicláveis, ao tipo de veículos e sist em a de recolha, à frequência e ao horário da recolha e ao tipo de separação efectuada após deposição ( Martinho, 2005b) .

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1) Mistura de recicláveis ( recicláveis depositados todos no m esm o recipiente, tam bém designado por recolha m ult im at erial) / recolha conj unta dos recicláveis;

2) Mistura de recicláveis ( m ais do que um tipo de recicláveis, cada um em seu recipient e) / veículo m ult icom part im ent ado;

3) Sistem a de separação dedicada/ veículo m ult icom part im ent ado;

4) Sistem a de co- recolha ( recolha sim ultânea de recicláveis e não recicláveis) / veículo m ono ou m ult icom part im ent ado;

Para esta dissertação, aprofundar- se- á apenas o terceiro grupo, um a vez é um sistem a porta- a- port a existente num dos Concelhos em que se realiza o estudo, m ais concretam ente em Loures.

Com um sistem a de separação dedicada/ veículo m ulticom partim entado, os residentes separam em casa m ais do que um a fracção de recicláveis e depositam - nos em recipientes diferentes e o cantoneiro de recolha despej a o conteúdo de cada recipiente para o respectivo com partim ento do veículo. Os veículos poderão estar adaptados à recolha das várias fracções, ou sej a, terão um núm ero de com partim entos idêntico ao núm ero de separações realizadas. Se esta situação não se verificar, a recolha poderá realizar- se em dias ou sem anas alternadas, para determ inados m ateriais ( Martinho, 2005b) .

No Concelho de Loures, é possível observar este tipo de recolha selectiva porta- a- porta, em urbanizações de m oradias. Os residentes separam em três fracções de recicláveis, vidro, em balagens e papel/ cart ão, ut ilizando para o efeit o cest os de 35 L diferent es para cada fracção, que depois são colocados à porta em dias específicos para a recolha. A recolha é efectuada em dias diferentes, sendo que um a vez é recolhido o papel/ cartão e noutra as restantes fracções com um veículo de dois com partim entos.

2 .3 .2 .2 Sist em as colect ivos

Relativam ente aos sistem as por transporte volunt ário, incluem - se tam bém um a grande variedade de opções para a deposição e, tal com o os sistem as porta- a- porta, exigem aos produtores de resíduos a separação dos resíduos na fonte, m as tam bém o seu transporte para os pontos de deposição ( Martinho, 2005b) .

São os sistem as m ais generalizados porque podem ser im plem entados a um a escala pequena, requerem m enos capital de invest im ento e adaptam - se m elhor à construção em altura.

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18

estes dois critérios, os sistem as por transporte voluntário, dividem - se nos seis seguintes sistem as ( Martinho, 2005b) :

1) Contentores isolados; 2) Ecopontos;

3) Ecocentros;

4) Sistem as de deposição m óveis; 5) Recolhas periódicas;

6) Centros de com pra e venda de recicláveis.

Um a vez que este estudo incide essencialm ente, em sistem as de transporte voluntário por contentores isolados e ecopontos, descrevem - se m elhor as caract erísticas destes dois sistem as.

O prim eiro sistem a, contentores isolados, consiste na colocação de contentores de várias dim ensões, form atos e cores, integrados na m alha urbana, destinados à deposição select iva de apenas um a fileira (e.g. vidro ou papel/ cartão) ou fluxo de RSU (e.g.

em balagens ou orgânicos) ( Martinho, 2005b) . Este sistem a foi um dos prim eiros a ser im plem entado em vários países, incluindo Portugal, iniciando- se com o típico vidrão, ou cont ent or igloo.

Este tipo de cont ent ores, do tipo igloo ou os prism áticos, exigem um a viatura própria para efectuar o seu despej o, equipada com grua.

Em relação aos sistem as em que são utilizados ecopontos, estes diferem apenas do anterior no núm ero de contentores existentes num determ inado ponto de deposição selectiva, em vez de um , poderão exist ir dois ou m ais por pont o.

Geralm ente encontra- se um sistem a de content ores individualizados, colocados lado a lado, m as tam bém pode ser um único contentor ( equipam ent o m ult ibenne ou polibenne) , com diferentes divisórias, um a para cada fileira ou fluxo alvo de recolha select iva. Norm alm ent e encont ram - se localizados em locais de passagem frequente e com m aiores densidades populacionais.

Est e t ipo de sist em a de recolha é o m ais generalizado em Port ugal, existindo nos Concelhos de Loures e Sintra, seleccionados para a parte prática desta dissertação.

2 .3 .2 .3 Com paração ent re os sist em as

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19

sistem as colectivos. No entanto, as principais desvantagens relacionam - se com o facto de requer m ais espaço em casa para colocar vários recipientes e exigir um nível de inform ação elevado e de atenção sobre o tipo de m ateriais a colocar em cada um e sobre os dias e as horas em que devem ser colocados à porta para um a correcta recolha ( Mart inho, 2005b) .

Já em relação aos sist em as colectivos, e de um a form a geral, estes apresentam as seguintes vantagens ( DoE, 1991) :

ƒ custos m enores de capital e operação, com parativam ente aos sistem as port a-porta;

ƒ são flexíveis para um a grande gam a de contentores ( tipo e dim ensões) o que perm ite a sua adaptação à estrutura e à densidade do tecido urbano;

ƒ se o nível de participação dos cidadãos for elevado consegue- se a recolha de m ateriais de boa qualidade.

Relativam ente às desvantagens, destacam - se, com o m ais significantes, as seguintes ( DoE, 1991; Waite, 1995; Rogoff e William s, 1994) :

ƒ a quantidade e a qualidade dos m ateriais est á m uit o dependent e da eficiência de participação dos cidadãos;

ƒ contentores individuais e ecopontos são m uito vulneráveis a actos de vandalism o e roubo, podendo, igualm ente, ser esteticam ente desagradáveis, barulhentos, suj os e pouco higiénicos.

ƒ os ecopontos só são aceitáveis em det erm inados locais urbanos, devido à necessidade de espaço na área circundante ao ecoponto para as m anobras das viaturas de rem oção.

Desta form a, não existe um m elhor sistem a m as sim um sistem a m ais apropriado a um determ inado caso. Cada caso deverá ser analisado cuidadosam ente, tendo em conta as características da situação em causa, optando- se pela solução m ais sustentável. Algum as soluções têm fracassado devido à ausência de um a análise prévia das variáveis que influenciam a produt ividade do sist em a de recolha e a construção de diferentes cenários, que perm ita a sua com paração am biental, económ ica e social.

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20

Em Portugal, o sistem a de deposição selectiva m ais frequentem ente utilizado é o sistem a colect ivo, t ri- fluxo, com ut ilização de ecopont os, do qual fazem part e um conj unt o de 3 ou 4 contentores para a deposição selectiva de papel/ cartão ( papelão) , vidro ( vidrão) , em balagens de plástico e m etal ( em balão) e pilhas ( pilheira) . Alguns m unicípios t êm im plem entado sistem a de recolha selectiva porta- a- porta em determ inadas zonas ou bairros da sua área de actuação, com o é o caso de Loures. Além dos ecopontos alguns Sistem as tam bém possuem ecocentros, destinados à deposição selectiva das fileiras m at eriais e de alguns fluxos de resíduos produzidos pelos cidadãos ou pequenas indústrias e com ércio.

2 .3 .3 Variáveis que influenciam a produt ividade dos circuit os de recolha select iva de RSU

A produtividade dos circuitos de recolha de RSU indiferenciados depende de um conj unto m uit o diversificado de fact ores, uns m ais de natureza com portam ental, outros m ais de nat ureza operacional.

Em relação aos aspectos com portam entais destaca- se, por um lado, os com portam entos dos utentes em relação às regras e às práticas de deposição dos RSU as quais, se não forem as m ais adequadas, poderão dar origem a m aiores tem pos de rem oção e a riscos para a segurança e saúde dos cantoneiros. Por outro lado, os com portam entos das próprias equipas de recolha no desem penho das suas tarefas, se não foram os m ais indicados, poderão igualm ente aum entar desnecessariam ente os tem pos de recolha (e.g. conversa na rua com os am igos, paragem em cafés, realização de serviços paralelos) , ou reduzir esses tem pos de recolha pondo em causa a qualidade do serviço prestado e em risco a segurança destes trabalhadores (e.g. casos em que a equipa faz o trabalho m uito rapidam ente para poder sair m ais cedo) .

No que diz respeito às variáveis operacionais, factores com o o tipo de equipam ento de deposição, o tipo de viaturas, o horário de recolha, a frequência da recolha, a t opografia do terreno, a tipologia urbana, as características e dim ensão da equipa de recolha, entre out ros, influenciam o rendim ent o e a produt ividade dos circuit os.

Nos pontos seguintes descrevem - se o tipo de equipam entos de deposição e o tipo de viat uras, norm alm ent e ut ilizados na recolha select iva de RSU.

2 .3 .3 .1 Tipos de equipam ent os de deposição

A selecção do tipo de recipiente a adoptar requer sem pre um a análise gradativa das seguintes condicionantes ( Martinho, 2005a) :

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ƒ Flexibilidade do sist em a;

ƒ Capacidade de deposição;

ƒ Grau de part icipação a esperar da população;

ƒ Núm ero de contentores necessários;

ƒ Melhoria das condições de higiene e segurança dos trabalhadores;

ƒ Tipo de veículos de recolha;

ƒ Custos de im plem entação e exploração;

ƒ Adapt abilidade da t ecnologia;

ƒ Tem pos de carga/ descarga.

Além destes factores, para a recolha selectiva dos RSU, os requisit os a exigir a qualquer equipam ento de deposição são, ainda: serem adaptados aos veículos de recolha; serem fabricados com m ateriais duráveis e resistentes ( m etal ou plástico) ; terem um a capacidade que perm ita um m anuseam ento seguro pelo cantoneiro.

Os t ipos de recipient es ut ilizados para a deposição dos RSU indiferenciados podem ser ou sacos não reutilizáveis ( de plástico) , ou contentores de pequena e m édia capacidade ( sem redução de volum e) , onde se incluem os contentores para recolha herm ética, ou contentores de grande capacidade ( com ou sem com pactação) .

Os contentores de pequena capacidade são norm alizados, de fundo quadrado ou rectangular. Não têm redução de volum e, e possuem pegas e saliências próprias de m odo a serem carregados para os veículos de recolha. Neste tipo de equipam ento incluem - se os contentores para recolha herm ética ( Martinho, 2005a) .

Este tipo de equipam ento de deposição, de pequena capacidade, ut iliza- se t ant o para a recolha selectiva com o para a recolha indiferenciada. Os contentores de pequena capacidade variam entre os de 35 L e os 360 L de volum e ( SMAS Loures, 2009) . Na Figura 2.4 apresentam - se dois exem plos deste tipo de contentores.

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22

Tal com o os contentores de pequena capacidade, os contentores de m édia capacidade são equipam entos sem redução de volum e, onde tam bém se incluem os contentores para recolha herm ét ica. Este t ipo de equipam ent o é de ut ilização colect iva, est á colocado na via pública, e a sua capacidade pode variar entre os 700 L a 1100 L.

Actualm ente são quase todos de polietileno, encontrando- se em desuso os m etálicos. Estes são fechados com um a tam pa com dobradiças, equipados com quatro rodas e, nos de m aior dim ensão, com um orifício na base para facilitar o escoam ento dos líquidos de lim peza e desinfecção ( Levy et al., 2006) . Na Figura 2.5 apresenta- se um exem plo deste tipo de contentores.

Figura 2.5. Contentor de m édia capacidade, de 1100 L ( SMAS Loures, 2009) .

Os contentores com capacidades superiores a 1100 L, classificados com o grandes contentores, tam bém utilizados na recolha selectiva de RSU, podem ser de superfície ou de profundidade, e são norm alm ente usados em áreas urbanas com grande concentração da produção de RSU. Relativam ente aos contentores de superfície, é possível encontrar contentores com várias capacidades, entre elas os de 2400 L, em que a recolha é m ecanizada e lateralm ente, e os de 2500 L, tipo cyclea, em que a recolha é efectuada por um a viat ura com grua.

Este tipo de contentores pode reduzir os custos de recolha, pois não necessita de cantoneiros, o m otorista executa todas as tarefas de despej o dos contentores. No entanto, não pode ser utilizado em todas as zonas urbanas e encontra- se m uit o dependente dos com portam entos dos autom obilistas, pois se algum a viatura ficar estacionada à sua frente j á não pode ser despej ado.

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Figura 2.6. Contentores de grande capacidade: cont entor de 2400 L ( à esquerda) e cylcea de 2500 L ( à direita) .

O tipo de equipam ento de deposição condiciona as quantidades recolhidas e o tem po necessário por ponto de recolha.

2 .3 .3 .2 Tipos de viat uras de recolha

Um dos aspectos m ais im portantes na organização de um sistem a de recolha selectiva de RSU é a escolha do tipo de viatura e depende dos aspectos locais e do tipo de recipientes existentes para a deposição dos resíduos. Mas de um m odo geral, as viaturas devem cum prir os seguintes requisitos ( Martinho e Gonçalves, 2000; Levy et al., 2006) :

ƒ Rapidez no acondicionam ento de resíduos;

ƒ Facilidade de enchim ento e descarga;

ƒ Capacidade de carga adequada;

ƒ Funcionam ent o com baixo índice de ruído;

ƒ Facilidade de m anobra na circulação;

ƒ Boas características de estanqueidade;

ƒ Facilidade de m anutenção e lavagem ;

ƒ Correcta distribuição sobre os eixos;

ƒ Órgãos de segurança adequados;

ƒ Segurança e estética.

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24

Relativam ente ao m étodo de descarga dos resíduos para a caixa da viatura, a recolha pode classificar- se em recolha convencional ou aberta e recolha herm ét ica. No prim eiro caso, a zona de carregam ento da viatura é aberta, podendo ser realizada m anualm ente ou sem i- autom aticam ente.

Este m étodo de descarga tem com o principais vantagens a rapidez no processo de carregam ento, bem com o a possibilidade do carregam ento de obj ectos volum osos encontrados ao longo do percurso. Com o desvantagens, a recolha convencional perm ite acident es pela facilidade com que se at inge a carga, e os cantoneiros estão expostos a poeiras e cheiros ( Martinho, 2005a) .

A recolha herm ét ica é realizada m ediant e a ut ilização de cont ent ores norm alizados, fechados com tam pa, com dobradiças e com disposit ivos adequados às viaturas de recolha, de m odo a assegurar um esvaziam ent o est anque por m eios hidráulicos ou pneum áticos ( Martinho, 2005a) . A recolha destes contentores é efectuada por viaturas equipadas com adufas para descarga dos contentores, constituídas por um sistem a de elevação hidráulica e por um a boca de descarga provida de um a abertura a toda a largura da traseira do veículo.

Não existindo contacto dos cantoneiros com os resíduos, verifica- se um acréscim o de segurança em term os de segurança e higiene, pois não se form am poeiras nem cheiros, nem se verificam derram es de detritos na via pública.

Est e t ipo de recolha t em com o desvant agens o fact o da frot a ut ilizada ser bast ant e m ais dispendiosa relativam ente às viaturas de caixa aberta.

Em relação ao sistem a de elevação dos contentores, este pode ser m anual, sem i-autom ático ou totalm ente i-autom ático. O sistem a de elevação pode localizar- se na parte t raseira do veículo, lat eralm ent e, ou à frent e. Para a recolha select iva de RSU são ut ilizadas viat uras de carregam ent o t raseiro e, recent em ent e, viat uras de carregam ent o lat eral.

O sistem a de transferência dos resíduos da trem onha de recepção para o interior da caixa da viatura pode ser m anual ou m ecânico, sendo que o sistem a m anual encontra- se em desuso.

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placa) ou por um parafuso sem fim ( tam bém conhecidas por viaturas rotativas) ( Martinho, 2005a) .

Os tem pos necessários às operações de esvaziam ent o dos cont ent ores variam consoant e o tipo de viatura e o m ecanism o de elevação e esvaziam ento dos contentores.

Outros factores im port antes relacionados com as viaturas são a taxa de com pactação e a sua capacidade de carga. Viaturas com m aiores capacidades ou com taxas de com pactação elevadas, conseguem recolher m ais quantidades de resíduos não necessitando de sair do circuito para despej ar a sua carga, ou sej a, têm que efectuar um núm ero m enor de volt as por circuito.

2 .3 .3 .3 Out ros fact ores

Além do tipo de equipam ento de deposição e tipo de viaturas, outros factores operacionais que poderão influenciar a produtividade dos circuitos são as equipas de recolha.

A constituição da equipa de recolha pode ser variável. Na recolha herm ética, a equipa é norm alm ente constituída por 1 m ot orista e 2 a 3 cantoneiros, na recolha lat eral, a equipa é com posta apenas pelo m otorista. Para além da dim ensão da equipa, que pode influenciar nos t em pos de recolha, a eficiência da recolha encont ra- se dependent e da experiência, da idade, das condições físicas e de saúde da equipa e da m otivação e desem penho para a realização das tarefas necessárias à recolha.

Outros factores, não directam ente relacionados com as condições operacionais dos circuit os, m as que t êm igualm ent e um a influência det erm inant e para a sua produt ividade são o tipo de aglom erado urbano (i.e. rural, m isto ou urbano) , a densidade e estrutura urbana (i.e. tipo de vias, restrições de tráfego) , a topografia do terreno (i.e. zonas m ais planas ou m ais acidentadas) , as condições de trânsito (i.e. ruas m uito m ovim ent adas ou m enos m ovim entadas) .

2 .4 A

N ÁLI SE DE CI RCUI TOS

2 .4 .1 Conceit os e im portância

Os sistem as de recolha de RSU envolvem operações e tem pos diferentes, consoante se trate de um sistem a com contentores estacionários ou transportáveis.

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26

contentores é a que esquem aticam ente se apresenta na Figura 2.7, podendo- se dividir nas seguintes cinco operações unit árias ( Tchobanoglous et al., 1993; Martinho, 2005a) :

ƒ Tem po ou distância de e para a garagem – Tem po ou distância que decorre da garagem até ao 1º ponto de recolha, e tem po ou distância do local de deposição ( do últim o frete) até à garagem ;

ƒ Tem po ou distância efectiva de recolha – Depende do tipo de circuito, e refere- se ao tem po ou distância que o veículo dem ora a encher, desde o prim eiro ponto de recolha até ao últim o;

ƒ Tem po ou distância de transporte – Depende do tipo de circuito, e é o tem po ou distância percorrida pela viatura desde o últim o ponto de recolha, quando o veículo atinge a sua capacidade m áxim a, até ao local de esvaziam ento da sua carga e regresso ao 1º ponto do frete seguinte;

ƒ Tem po e distância no local de deposição – Tem pos ou distâncias necessárias ao esvaziam ento da carga do veículo. O local de deposição pode ser um a estação de transferência, estação de triagem , com postagem , incineradora ou aterro sanitário;

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Figura 2.7. Sequência de operações de recolha de contentores estacionários ( adaptado de Tchobanoglous et al., 1997) .

Estas distâncias e tem pos perm item o cálculo de um conj unto de indicadores operacionais e produt ividade dos circuit os, relevant es para a avaliação da eficiência dos circuitos, com parações entre circuitos e exercícios de sim ulação.

Este tipo de análise possibilitará aos técnicos responsáveis pela recolha dos RSU, que têm vários circuitos de recolha de RSU na sua área de intervenção, avaliar se os circuitos estão ou não equilibrados. Um circuit o bem equilibrado consegue que a equipa de recolha ocupe aproxim adam ente o m esm o tem po no trabalho produtivo, sem acum ular tem pos significat ivos de horas ext raordinárias ou, ao cont rário, não ut ilizar em pleno as horas diárias de t rabalho da equipa. Este processo, de determ inar circuit os de recolha bem equilibrados, é por vezes designado por análise m acro- circuito ( Tchobanoglous et al., 1997; Mart inho, 2005a) .

De form a a calcular estes indicadores é necessário fornecer à equipa de recolha, folhas de registo, onde estas registem os tem pos e as distâncias ( km ) percorridas, as

Garagem 1º Frete 2º Frete 3º Frete

Deslocação para a garagem

Deslocação para o próxim o pont o de

recolha Veículo cheio, final do 1º fret e

Deslocação para o 1º

pont o do 2º fret e

Deslocação para o 1º pont o do 3º

frete

Circuit o de recolha

Estação de transferência ou local de deposição Localização

do 1º pont o de recolha, início do 1º

frete Deslocação da

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28

quantidades de RSU recolhidas e outras inform ações necessárias aos obj ectivos pretendidos.

Devido a razões inerentes ao trabalho dos cantoneiros e m otoristas, nem sem pre é fácil este registo, pelo que nestes casos deverão realizar- se cam panhas específicas para a m onitorização dos circuitos.

2 .4 .2 I ndicadores operacionais e de produt ividade dos circuit os

Os indicadores constituem variáveis que transm it em inform ação sobre o estado e/ ou tendência dos atributos ( qualidade, características, propriedades) de um sistem a. Estes fornecem inform ações que perm item com parar o desem penho am biental de um determ inado sistem a, com base nos seus critérios estabelecidos de desem penho am biental ( Antunes e Videira, 2006) .

Os indicadores am bientais devem ser, de acordo com a I SO 14031 ( I SO 14031, 1996) :

ƒ Consistentes com a declaração de polít ica am biental da organização;

ƒ Apropriados aos esforços de gestão da organização, ao seu desem penho operacional ou à condição do am biente;

ƒ Úteis para m edir o desem penho em relação aos critérios de desem penho am biental da organização;

ƒ Relevantes e com preensíveis para as partes internas e externas da organização;

ƒ Obtidos de um m odo eficaz em relação ao tem po e a custos;

ƒ Adequados para o uso planeado de acordo com o tipo, qualidade e quantidade de dados;

ƒ Representativos para o desem penho am biental da organização;

ƒ Medidos em unidades apropriadas para o desem penho am biental;

ƒ Respondam e sej am sensíveis a m udanças no desem penho am biental da organização, sej am capazes de fornecer inform ação das tendências actuais e futuras do desem penho am biental.

Os indicadores am bientais são um a poderosa ferram enta para os gestores e, tam bém , para m elhorar o grau de consciencialização e inform ação do público sobre aspectos am bientais.

Referências

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