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Análise do direito humano à saúde no sistema prisional de Pau Dos Ferros – RN / Analysis of the human right to health in the prison system of Pau Dos Ferros –RN

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Análise do direito humano à saúde no sistema prisional de Pau Dos Ferros – RN

Analysis of the human right to health in the prison system of Pau Dos Ferros

-RN

DOI:10.34117/bjdv6n6-083

Recebimento dos originais: 08/05/2020 Aceitação para publicação: 04/06/2020

Raimundo Jakson Medeiros da Silva

Formação acadêmica: Curso de Direito.

Instituição: Facep- Faculdade Evolução Auto Oeste Potiguar.

Endereço: Rua; Capitão Pedro Vicente, 116, São Geraldo, Pau dos Ferros, RN, Brasil. E-mail: jaksonraimundo@gmail.com

Débora Cristina de Araújo de Souza

Formação acadêmica: Curso de Direito. Instituição: Faculdade Evolução Alto Oeste Potiguar

Endereço: Rua; Firmina Guedes do Rêgo, n°39, São Geraldo, Pau dos Ferros, RN, Brasil. E-mail: debora.cris.araujo10@gmail.com

Maria Neuzyanne Nogueira Gurgel

Formação acadêmica: Curso de Direito.

Instituição: FACEP- Faculdade Evolução Auto Oeste Potiguar.

Endereço: Rua; Augustinho Leite da Silva, nº100, Centro, Iracema, CE, Brasil. E-mail: neuzyannengurgel@gmail.com

Trabalho desenvolvido no Programa de Iniciação Científica (PIC) como parte do projeto Direitos Humanos e Justiça Social da Faculdade Evolução Alto Oeste Potiguar.

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RESUMO

Os direitos humanos são garantidos a todo e qualquer indivíduo, e apesar dos consideráveis avanços trazidos pela Constituição Brasileira de 1988, no que tange ao direito à saúde das pessoas privadas de liberdade, sua aplicabilidade é passível de dúvidas. Assim, a pergunta de pesquisa é: os direitos humanos à saúde prisional em Pau dos Ferros estão sendo respeitados? Este trabalho tem como objetivo o estudo do ambiente penitenciário da cidade de Pau dos Ferros, analisando os detentos do sistema prisional, como personagens igualmente detentores dos direitos fundamentais constitucionais. Utiliza-se de pesquisa bibliográfica, plataforma eletrônica de cunho informativo e oficial, acerca da área da Saúde pública no Brasil, bem como dispositivos legais e coleta de dados no de Pau dos Ferros e Complexo Penal Regional de Pau dos Ferros (CPRPF), fornecido pelos próprios profissionais que atuam nos referidos locais. Baseado nesse contexto revela-se em uma breve análise, a precariedade de assistência à saúde dos detentos no sistema prisional da referida cidade, tendo em vista a negligência do Estado ao direito fundamental à saúde das pessoas privadas de liberdade, que estão sob sua guarda e proteção.

Palavras-chave: Direitos fundamentais. Pessoas privadas de liberdade. Negligência.

ABSTRACT

Human rights are guaranteed to each and every individual, and despite the considerable advances brought by the Brazilian Constitution of 1988, regarding the right to health of persons deprived of their liberty, its applicability is open to doubt. So, the research question is: are human rights to prison health in Pau dos Ferros being respected? This work aims to study the penitentiary environment in the city of Pau dos Ferros, analyzing prisoners in the prison system, as characters who also have fundamental constitutional rights. It uses a bibliographic search, an electronic platform of a informative and official nature, about the area of public health in Brazil, as well as legal devices and data collection in the Pau dos Ferros and Regional Penal Complex of Pau dos Ferros (CPRPF), provided by the professionals who work in those places. Based on this context, the precariousness of health care for detainees in the prison system of that city is revealed in a brief analysis, in view of the State's neglect of the fundamental right to health of persons deprived of their liberty, who are under their custody and protection.

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1 INTRODUÇÃO

São os direitos que se relaciona diretamente à garantia de uma vida digna a todas as pessoas sem qualquer distinção, devendo ter caráter universal, serem inalienáveis e indivisíveis. Tendo em vista, que no Brasil esses direitos estão garantidos na Constituição de 1988 no artigo 5°, contendo o direito a saúde, ao analisar a situação atual surge a problemática donde a existência do direito não está sendo suficiente para a garantia, tendo desafios quanto a sua aplicabilidade. Com isso, visto o descaso na saúde pública brasileira é válido questionar se o direito a saúde prisional está sendo respeitado e cumprido na cidade de Pau dos Ferros – RN.

Tem- se como objetivo identificar falhas na aplicabilidade da saúde prisional sendo esta garantia do Estado, comprometendo assim por muitas vezes a integridade física e/ou mental tendo a precarização e superlotação como fatores que inviabilizam o bem-estar das pessoas que estão encarceradas, elencando ainda que essa deficiência causa lesões que podem inviabilizar a reinserção do detento a sociedade.

Insta salientar então, que a pesquisa é extremamente importante onde identifica o que está impedindo a aplicação do direito a saúde das pessoas que estão em cárcere na cidade de Pau dos Ferros.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica a fim de se obter uma noção mais abrangente acerca do que vem sendo feito, pensado e analisado na área relacionada à saúde penitenciária. Além disso, realizou-se um levantamento de cunho quantitativo, para se apurar dados precisos acerca da quantidade de detentos, de celas, e de profissionais da saúde física e mental.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o passar dos tempos, as evoluções dos sistemas políticos agregaram o pensamento de se positivar na norma os direitos humanos, surgindo assim, a presença deles em dispositivos constitucionais e legais de inúmeros Estados. No Brasil, os direitos fundamentais foram agraciados na Constituição Federal de 1988, que em seu Título II - “Dos Direitos e Garantias

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Fundamentais” - prevê os direitos e deveres individuais e coletivos, além dos direitos sociais, políticos, da nacionalidade e dos partidos políticos. A Constituição ainda prevê os Direitos Sociais da pessoa humana, que incluem o Direito à saúde.

Em contraposição, por muitas vezes, a real e concreta aplicabilidade dos direitos fundamentais é passível de dúvidas. Ainda mais nos casos dos indivíduos que estão à mercê dos cuidados de instituições e órgãos do Estado, que por muitas vezes conta com uma infraestrutura debilitada e incapaz de acomodar com conforto a todos que necessitam e fazem uso dela.

A efetivação dos direitos fundamentais, em especial o direito à saúde, em ambientes carcerários é de extrema importância para o cumprimento do que está previsto e garantido a todos os indivíduos por lei. Além disso, a aplicação dos direitos fundamentais está diretamente relacionada como fator primordial para a ressocialização do detento, uma vez que, o indivíduo, a partir do momento que comete uma incidência ao que está na norma, precisa ser não somente punido, mas também reeducado para que então possa ser reinserido na sociedade de forma eficiente. Faz-se mister, elencar que a precarização e a superlotação do ambiente carcerário implicam muitas vezes na falta de acesso e disponibilidade de recursos e cuidados médicos, o que prejudica não somente a saúde e o bem-estar do detento, mas também na sua reinserção na sociedade.

Como sugere Gois (2012, p. 1235), é necessária a produção de pesquisas na área da saúde penitenciária, em especial as pesquisas que “visem subsidiar práticas que possam vir a se tornar estratégias, ferramentas e modelos teórico-práticos para o processo de cuidar diante das necessidades específicas dos encarcerados”. É necessário que novas estratégias e ferramentas sejam pensadas e aplicadas de forma eficaz, mediante a questão da saúde.

A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu art. 1º, previu os fundamentos que iriam constituir um eixo em relação aos direitos individuais e os direitos coletivos, como direito à cidadania, à dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa e o pluralismo político (BAPTISTA, 2012, p. 7). Em seu art. 6º, a Constituição trouxe os direitos sociais da pessoa humana, dentre eles o direito à educação, ao trabalho, ao lazer, à segurança e, também, direito à saúde. E, segundo Baptista (2012, p. 179), “Desses direitos, a saúde, a previdência e a assistência social compõem, por força do art. 194, um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, denominada seguridade social”.

Mas, a grande problemática quanto ao direito à saúde não é a sua existência, mas seu exercício.

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Fica evidente a dificuldade que existe para a garantia do direito quando se considera a amplitude da significação do termo saúde e a complexidade do direito à saúde que depende daquele frágil equilíbrio entre a liberdade e a igualdade, permeado pela necessidade de reconhecimento do direito do Estado ao desenvolvimento (DALLARI, 1988, p. 60-61).

Concomitantemente, diversos meios legais existem para auxiliar e fornecer uma melhor assistência à população encarcerada, mas, como ressalta Gois (2012, p. 1246),“é notória a falta de operacionalização, gerando grande preocupação em relação à situação em que se encontram essas pessoas, refletindo-se em práticas de violência e descaso com a saúde física e psíquica”.

Ao que diz respeito às garantias de efetivação do direito à saúde, vale ressaltar a existência de institutos legais que preservam e buscam efetivar o direito à saúde de pessoas privadas da sua liberdade. Dentre eles, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) que foi criado em 2014 com o objetivo de efetivar os direitos que estavam previstos por lei, aos encarcerados através do suporte e apoio de equipe de profissionais da saúde, com recursos e preparo, que fornecem aos cárceres a possibilidade de terem livre e pleno acesso à saúde e cuidados médicos.

Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no Sistema Único de Saúde (SUS), a PNAISP prevê que os serviços de saúde no sistema prisional passem a ser ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações e serviços de saúde pela rede (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

PNAISP realiza inúmeras ações que buscam prover assistência à população carcerária, além de contar com equipes compostas por médico, cirurgião dentista, psicólogo, assistente social, enfermeiro, entre outros, que voltam seus cuidados à prevenção, promoção e tratamento (PORTAL DA SAÚDE, 2014).

Segundo a secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP), no Estado do Rio Grande do Norte hoje, existem apenas 19 estabelecimentos prisionais, com uma população carcerária de 9.252 pessoas. Ressaltando que deste total, 6.330, estão em estabelecimentos com módulos de saúde e 2.922, ainda estão em estabelecimentos que não tem módulos de saúde para os apenados. E o Complexo Prisional Regional de Pau dos Ferros (CPRPF), com população encarcerada de 366 pessoas, todas do sexo masculino, é um desses estabelecimentos em que não existe modulo de saúde, nem tampouco uma equipe mínima com carga horária estabelecida.

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referida unidade, é feita de forma voluntária em local improvisado por um médico voluntário que agenda as visitas e as realiza de quinze em quinze dias (quando vem), acrescentou que a enfermeira do Programa de Saúde da Família (PSF) juntamente com uma técnica em enfermagem, realizam atendimentos no complexo duas vezes por semana, tal situação contraria a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP).

O estado além de não ter uma Equipe Multiprofissional no Sistema Prisional (ESP), também não disponibiliza a medicação dos apenados, ficando está a cargo de seus familiares e ou doados pela enfermeira do Programa de Saúde da Família (PSF) quando tem, o medicamento fica sob custódia dos agentes penitenciários que os repassam aos apenados. A pergunta é, será que estes são repassados da forma e na quantidade correta, visto que os agentes não são profissionais habilitados para ministrar tratamento medicamentoso?

A diretora do Complexo Prisional Regional de Pau dos Ferros (CPRPF) informou no questionário, a existência de apenados acometidos de doenças infecto contagiosas, sendo dois detentos com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros com tuberculose, além da existência de quatro detentos com deficiência física, a precariedade da estrutura, e a impossibilidade de segregar apenados com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) dos demais, salientando em sua resposta que os apenados sabem o que fazer para evitar contaminação, deixando mais uma vez clara a violação aos cuidados com a saúde dos apenados por parte do Estado.

Diante do exposto é necessário lembrar que as pessoas privadas de liberdade por terem cometido delitos e sofrido condenações, perdem o direito à liberdade temporária ou seja o direito de ir e vir, no entanto, os demais direitos deve ser preservados e garantidos pelo Estado que os mantem sobre custódia.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da análise apresentada neste trabalho, através de doutrinas, pesquisa na legislação, e dados fornecidos pela diretoria do Complexo Prisional Regional de Pau dos Ferros (CPRPF), fica evidenciado que não há a efetivação da garantia dos direitos a saúde no sistema prisional de Pau dos Ferros.

Embora o Estado tenha implementado ações com intuito de reparar seus erros e corrigir os danos causados pelas transgressões aos direitos humanos em relação a população carcerária, tal situação está longe de ser sanada. A falta de políticas efetivas e eficazes na prevenção ao crime faz com que o número de encarcerados aumente no país, acarretando a superlotação nas unidades prisionais em uma estrutura precária fornecida pelo o Estado, concomitantes implicações na saúde.

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Portanto resta ao Estado formular políticas públicas sociais e econômicas, que visem sua efetivação, na assistência, proteção e recuperação aos apenados do Complexo Prisional Regional de Pau dos Ferros (CPRPF), respeitando a nossa legislação e cumprindo com sua obrigação, assim como disposto no art. 196 da Constituição Federal Brasileira “A saúde é direito de todos e dever do Estado”.

REFERÊNCIAS

BAPTISTA, Myrian Veras. Algumas reflexões sobre o sistema de garantia de direitos. Serv. soc. soc, v. 109, 2012.

DALLARI, Sueli Gandolfi. O direito à saúde. Revista de saúde pública, v. 22, n. 1, 1988.

GOIS, Swyanne Macêdo et al. Para além das grades e punições: uma revisão sistemática sobre a saúde penitenciária. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 5,, 2012.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/pnaisp/politica-nacional-de- atencao-integral-a-saude-das-pessoas-privadas-de-liberdade-no-sistema-prisional>. Acesso em 14 de out. de 2019.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em 02 de nov. de 2019.

SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA. SEAP. Disponível em: http://www.seap.rn.gov.br. Acesso em 02 de nov. de 2019.

Referências

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