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El uso del pretérito perfecto compuesto e indefinido por hablantes brasileños. Resumo

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Academic year: 2022

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O uso do pretérito perfecto compuesto e indefinido por estudantes brasileiros El uso del pretérito perfecto compuesto e indefinido por hablantes

brasileños

Aline Amarante Pereira

Centro de Comunicação e Letras – Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua Piauí, 143 – 01241-001 – São Paulo – SP

aline_amarante@hotmail.com

Resumo

O objetivo deste trabalho é discutir questões referentes à questão da aprendizagem dos pretéritos: indefinido e compuesto da língua espanhola, que trazem muitos problemas durante a aprendizagem da língua estrangeira (espanhol) pelos alunos brasileiros. Para levantar os aspectos específicos dessa dificuldade foi elaborado um questionário para os alunos do curso de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie estudantes da língua espanhola, e para nativos hispano- americanos, nos quais foram verificados se o uso destes tempos verbais estão corretos, gramaticalmente, pragmaticamente e semanticamente e qual dos pretéritos é mais recorrente no uso dos passados em espanhol.

Palavras-chave: Aquisição/aprendizagem. Língua espanhola. Língua portuguesa.

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Resumen

El objetivo de este trabajo es discutir cuestiones acerca del aprendizaje de los pretéritos: indefinido y compuesto de la lengua española, que traen muchos problemas durante el aprendizaje de la lengua extranjera (española) por brasileños. Para levantar los aspectos específicos de esa dificultad fue elaborado un cuestionario para los alumnos del curso de Letras de la Universidad Presbiteriana Mackenzie, estudiantes de la lengua española, y también para hablantes nativos de Hispanoamérica, con los cuales fue verificado si el uso de determinados tiempos verbales están correctos gramaticamente, pragmaticamente y semanticamente y cuál es más común en el uso de los informantes.

Palabras-claves: Adquisición/aprendizaje. Lengua española. Lengua portuguesa.

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1.Introdução

Sabe-se que o verbo é um dos principais elementos da comunicação e sua complexidade é notada pela maioria dos falantes de uma língua, seja a língua materna ou estrangeira. Dessa maneira, torna-se necessário estudar mais profundamente esse tema e, por isso, optou-se por estudar duas das formas verbais dos pretéritos do indicativo em espanhol, especificamente, o Pretérito Perfecto Compuesto e o Pretérito Perfecto Simple (Indefinido), pois são os tempos que trazem muitos problemas ao estudante brasileiro que almeja aprender a língua espanhola.

Essa dificuldade se mostra, principalmente, porque embora a língua portuguesa possua tempos e formas verbais semelhantes às da língua espanhola, o falante brasileiro não faz um uso tão específico das mesmas em sua língua como o falante nativo da língua espanhola.

1.1A Interlíngua

Para aprofundarmos o tema da questão da aprendizagem de tais tempos verbais, torna-se relevante estudarmos alguns aspectos teóricos referentes à aquisição/aprendizagem do espanhol como língua estrangeira, como a interlíngua, termo consagrado por Selinker (1972), que é um dos processos pelo qual o estudante passa ao adquirir uma língua estrangeira.

O

autor a explica como um sistema lingüístico próprio, baseado na produção observável do aprendiz, resultado da tentativa que o aprendiz faz de produzir a norma da língua-alvo, ou seja, a interlíngua é o resultado da tentativa de produzir a língua estrangeira.

A aquisição da LE é vista por Selinker (1983) como um processo em que os alunos reestruturam, organizam e testam hipóteses a partir do seu conhecimento da LE, o que constitui a terceira fase da aquisição/aprendizagem de língua estrangeira.

Ao tentar adquirir uma LE, o aprendiz cria uma gramática não nativa na interlíngua para comunicar-se. Esse processo corresponde a uma transição no processo da aquisição, como nos aponta Brown:

Diferentemente do que poderia sugerir o nome, a interlíngua não é um mosaico das regras da LM e LE, mas sim um universo de transição para a L2 que é construído a partir da exposição a esta LM no contexto natural de aquisição. (BROWN, 1980)

Assim vemos que a interlíngua se caracteriza também pela interferência da LM, pelo menos em seu início. A ocorrência de uma língua na outra - dos padrões estruturais e do vocabulário- interferem na aquisição da LE, fazendo com que a LM interfira no processo de aprendizagem da LE, o que muitas vezes dificulta o aprendizado.

1.1.1A fossilização

No processo de aquisição de LE, o aprendiz leva dificuldades aos níveis mais avançados, devido aos traços da gramática da LM na interlíngua se contraporem de formas mais específicas. Selinker nomeia esse processo de Fossilização, em que o aluno

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conserva em sua interlíngua determinados elementos, regras e sistemas lingüísticos de sua LM em relação a uma dada língua objeto.

A fossilização seria um mecanismo que supostamente existe na “estrutura psicológica latente”. Selinker (1972) esclarece que o seu conceito de “estrutura psicológica latente”está relacionado com a “estrutura latente da linguagem”de Lenneberg (1967), que é uma organização já formulada no cérebro. Em realidade, se refere à GU, na qual o indivíduo transforma uma estrutura concreta de uma gramática particular através de uma série de etapas de maturação.

O processo de fossilização reflete as dificuldades do aluno, a saber:

morfossintáticas, como por exemplo, o uso inadequado de preposições, conjugação e regência dos verbos; dificuldades semântico-lexicais, como a dificuldade de empregar os verbos auxiliares corretamente e, dificuldades fonético-fonológicas, como por exemplo, o uso das consoantes simples e dobradas como o “r” e “rr”.

Segundo Baralo (1999), o contexto comunicativo em que o falante não-nativo está inserido e tem que se utilizar da língua meta para comunicar-se, pode influenciar no aparecimento de estruturas fossilizadas:

Una variable importante a tener en cuenta es el tipo de tarea lingüística con la que se enfrenta el hablante: en el caso de actuaciones que puede controlar y revisar, sin presión de tiempo, es decir, cuando puede monitorizar la producción cometerá menos errores gramaticales y léxicos, si ha interiorizado a la generación de esas estructuras. Esta situación se da en la práctica formal en clase, en la producción de textos escritos que puede revisar y corregir, o cuando dispone de tiempo suficiente para leer o releer un texto. Por el contrario, si se encuentra en una situación de comunicación oral, en la que debe producir y responder, sin disponer de tiempo para controlar y corregir, será más fácil y frecuente que produzca algún tipo de error que suponíamos ya superado. (Baralo, 1999, p. 45)

Devido ao reaparecimento dos erros e a regressão dos alunos durante o processo de aprendizagem/aquisição das línguas estrangeiras, Selinker postulou a fossilização e a interlíngua como realidades presentes no processo.

Todas essas questões levantadas e discutidas pelos autores mencionados anteriormente em relação à aquisição/aprendizagem da LE são relevantes para o que se propões neste trabalho. No entanto antes é necessário comentar sobre a “ilusão” da língua fácil, uma visão que se costuma ter quando o brasileiro começa a aprender a língua espanhola.

Segundo Vázquez (2002), o primeiro contato do português com o castelhano foi nas fronteiras da Península Ibérica e o segundo nas fronteiras da América. Duas línguas que surgiram naturalmente como evoluções locais de um latim vulgar peninsular, ou seja, são duas línguas nacionais de origem comum, portanto muito próximas nos aspectos formais e semânticos.

Como é sabido, cada língua possui suas peculiaridades e particularidades, o que faz com que o aprendiz tenha a ilusão de que será fácil aprender o espanhol por ser muito parecido com o português. Ele acredita que não precisará estudar tanto para aprendê-la.

Segundo Lima (2004), quando o aluno começa a estudar o espanhol e vê que não é tão simples, parecido e fácil como ele imaginava, ele perde essa ilusão do espanhol como a língua fácil, ao se deparar com suas particularidades e passa a perceber que não é tão similar ao português como ele pensava.

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Este processo ocorre também com a questão verbal, tema desse trabalho. Assim, em seguida, passa-se a comentar sobre os tempos verbais que se propõe a analisar neste trabalho.

2. Os pretéritos prefeito simples do português e o indefinido do espanhol

O pretérito perfeito do português apresenta um mesmo paradigma temporal para as 2ª e 3ª conjugações (-er,-ir), e, um diferente para a 1ª conjugação (-ar). Já no pretérito indefinido do espanhol encontram-se somente dois paradigmas, já que os verbos de segunda e terceira conjugações possuem um mesmo paradigma verbal. São eles:

Pretérito perfeito Pretérito indefinido

AR ER IR AR ER IR

-ei -i -i -é -í -í -aste -este -iste -aste -iste -iste -ou -eu -iu -ó -ió/yó -ió/yó -amos -emos -imos - amos - imos -imos -astes -estes -istes -asteis -isteis -isteis -aram -eram -iram -aron -ieron/yeron

Os pretéritos perfeitos simples, tanto do português, quanto do espanhol, apresentam, de acordo com as gramáticas normativas de ambas as línguas, o mesmo uso. Ambos expressam uma ação terminada, acabada, sem relação com o presente.

Em português e espanhol, o acontecimento pontual vem reforçado por marcadores temporais: ontem, semana passada – português, e ayer, el año pasado, etc.-espanhol.

Eis alguns exemplos:

“ Aquel año todos los días salimos a cenar a las ocho ”.

“ Jantei com um apetite devorador e dormi como um anjo ”.

Em ambas as frases as ações de sair, jantar e dormir são ações que terminaram no passado e não trazem nenhuma relação com o presente. Nas frases anteriores, as ações são consideradas encerradas.

Acredita-se que pelo fato de os tempos verbais serem equivalentes em tais línguas, estes, não causam tantos problemas ao estudante brasileiro no que se refere ao uso. O que traz dificuldades ao aprendiz é a conjugação dos verbos irregulares, o que se analisa posteriormente com os dados recolhidos.

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3. Os pretéritos composto do português e compuesto do espanhol

O pretérito composto do português e compuesto do espanhol apresentam a mesma forma, quer dizer, ambos são formados por um verbo auxiliar, que, neste caso, é conjugado no presente do indicativo, mais a forma de particípio do verbo principal.

Pretérito composto Pretérito compuesto

tenho falado he hablado

tens falado has hablado

tem falado ha hablado

temos falado hemos hablado

tendes falado habéis hablado têm falado han hablado

Em português esse tempo composto é formado pelos verbos ter e haver, enquanto que no espanhol tem-se somente o verbo haber. Em espanhol, os verbos tener e haber possuem diferentes valores que o português, pois tener = poseer e haber = existir, enquanto que em português os dois, muitas vezes, são usados indistintamente.

O pretérito composto expressa uma ação repetida e uma continuação de uma ação até o momento presente. Já o pretérito compuesto expressa uma ação passada que mantém uma relação com o momento presente da enunciação, seja em ação, seja em sentido.

Acredita-se que seja esse um dos pontos da dificuldade do brasileiro em compreender o pretérito compuesto, pois, embora seja similar ao pretérito composto do português, difere-se com relação ao uso e em português quase não se utiliza esse tempo verbal e outra dificuldade é pelo fato de o pretérito composto do português, em geral, ser substituído pelo tempo simples.

O pretérito compuesto é mais utilizado no espanhol peninsular (Espanha), do que no espanhol da América. Alguns autores destacam que a variante americana não vê diferenças entre os pretéritos indefinido e compuesto, o que os leva ao uso de ambos da mesma maneira. Veja-se comentário de Alarcos Llorach (1994, p.13-14):

En español no ha ocurrido la desaparición práctica en el lenguaje hablado de la forma simple ante el crecimiento del perfecto compuesto, hecho que ha sucedido en otras lenguas románicas, donde el perfecto simple es una forma puramente literaria y el compuesto sirve para indicar toda acción ocurrida en el pasado. En el castellano moderno, los dos pretéritos son empleados en la lengua corriente, y el sentimiento lingüístico español impide sustituir el uno por el otro. Esta distinción de significado entre las dos formas, basada en sentimientos lingüísticos muy finos, no es captada fácilmente por los extranjeros y es difícil de ser explicada claramente en todos sus aspectos.

Por ello, no es de extrañar que algunos investigadores no hispánicos crean que tal distinción es una invención de las gramáticas normativas y que el

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español usa un perfecto u otro indiferentemente, o bien conforme a preferencias personales [...]

A partir disso, entende-se o uso peninsular que se faz desse tempo: é aquele em que, de alguma maneira, a ação mantém uma relação com o momento presente da enunciação.

Ainda segundo Alarcos:

Esta forma del pasado pertenece al plano actual, es decir, es una acción o estado anterior al presente, en cuanto a la temporalidad, pero, al ser una forma del mundo comentado y presentar una perspectiva, tiene una función en el sistema de relevancia en el presente, de conexión con el presente.

(Llorach, 1997, p.37)

Na América o pretérito compuesto é utilizado para expressar uma ação cuja perspectiva é de presente; já na Península Ibérica esse tempo marca um valor continuativo, ou seja, o passado que tem seu resultado no presente. Um hispano- americano, por exemplo, pode usar o compuesto para enfatizar algo ocorrido no passado, já o americano não utilizará esse tempo para expressar tal idéia. Veja-se:

“ Qué mal lo hemos pasado”

Ainda sobre o uso do pretérito compuesto na América e Espanha cabe destacar que segundo a Real Academia Española (apud Milani, 2001 p.229), embora na língua literária procure-se manter a diferença entre esses dois tempos verbais, na prática nota- se certa preferência pelo uso de um ou outro em determinadas regiões da Espanha e América.

A complexidade, portanto, dos valores desse tempo pretérito são grandes e muitas delas não se explicam pelo próprio sistema verbal, mas sim pelo discurso, já que depende do ponto de referência, que às vezes é psicológico, quando o falante produz um enunciado como:

“ Hace tres años que ha muerto mi padre”.

Nessa frase a morte do pai perdura de alguma forma a afetividade do falante e claramente ele ainda é afetado por ela.

Em português o pretérito composto já não é muito utilizado. O falante opta por utilizar o pretérito perfeito simples para referir-se a um fato do passado. Veja-se:

“ Nunca he estado en Madrid ”.

“ Nunca estive em Madrid ”.

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É exatamente essa a dificuldade do brasileiro com o pretérito compuesto. Na frase 1 o pretérito compuesto vem acompanhado do advérbio nunca, pois entende-se que o falante não foi à Madrid, isto é, o fato passado perdura até o momento presente. Já na frase 2, o advérbio nunca acompanha a forma simples do verbo e não composta como na frase 1. Em 2 a ação é vista com caráter de passado.

Assim sendo, nota-se que o que difere o pretérito composto do português do pretérito compuesto do espanhol é a caracterização temporal, pois o primeiro expressa uma ação contínua, porém acabada e o segundo expressa uma ação que se relaciona com o presente. Tal diferença será abordada a seguir nas análises.

4. Metodologia e análise dos dados

Com base nas dificuldades apresentadas quanto aos pretérito perfecto compuesto e indefinido da língua espanhola, os dados coletados para a análise foram feitos com os alunos do 3º ao 8º semestre do curso de Letras com habilitação em língua espanhola da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que dividimos em três níveis: básico, intermediário e avançado.

Foi entregue a um total de 16 alunos um texto para que completassem os espaços com os verbos indicados (Anexo I), que totalizam 25 espaços para serem completados com os pretéritos indefinido e perfecto compuesto com o objetivo de verificar como os alunos usavam os pretéritos em questão para compor o seu texto e, o mesmo texto foi entregue a 2 nativos da língua espanhola: um de Cuba e o outro do Chile para que se pudesse verificar se os latino-americanos utilizam o pretérito perfecto compuesto.

Diante disso, foi feito um levantamento dos erros de cada aluno e calculado o percentual de cada um deles. O questionário foi aplicado em sala de aula, sem nenhum tipo de consulta, pois o objetivo era que os alunos aplicassem seus conhecimentos sobre tais formas verbais.

O gráfico a seguir demonstra a porcentagem de uso dos pretéritos perfecto simple compuesto e indefinido pelos estudantes.

PRETÉRITOS MAIS UTILIZADOS

0 5 10 15 20 25

Aluno 1

Aluno 2

Aluno 3

Aluno 4

Aluno 5

Aluno 6

Aluno 7

Aluno 8

Aluno 9

Aluno 10

Aluno 11

Aluno 12

Aluno 13

Aluno 14

Aluno 15

Aluno 16

PPC-corretamente PI-corretamente Outros tempos verbais

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Verifica-se que o uso do pretérito indefinido é bastante superior ao do P.P.C, que quase não foi utilizado, inclusive, algumas vezes preferem usar outros tempos verbais, como por exemplo, o presente do indicativo durante o preenchimento do questionário. O não uso do P.P.C se dá não somente no nível básico, mas também nos mais avançados.

É importante ressaltar que o que consideramos como erro nesse trabalho são os erros de conjugação, acentuação, etc. e não a utilização do P.P.C, já que se está considerando a escolha do aluno pela variante que mais aprecie ou que lhe é passada através da transferência de instrução, conforme comentava Selinker, a partir da variante do professor de língua com quem o aluno está em contato.

O gráfico a seguir demonstra o percentual de acertos e erros referentes aos aspectos gramaticais e morfológicos.

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

60.00%

70.00%

80.00%

90.00%

100.00%

Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5 Aluno 6 Aluno 7 Aluno 8 Aluno 9 Aluno 10 Aluno 11 Aluno 12 Aluno 13 Aluno 14 Aluno 15 Aluno 16

Erros Acertos

Como se pode observar, o número de erros não se deu apenas no nível básico e sim em todos os níveis. Embora o nível básico tenha apresentado uma maior incidência de erros, com 37%, no aprendizado de tais tempos, os erros dos níveis intermediário (32%) e avançado (23%) possuem uma porcentagem aproximada, mas são também de outros níveis de dificuldades, como correlação temporal, coesão e coerência nas orações.

Alguns dos erros comuns a todos os níveis são de: conjugação, acentuação, troca da 1ª pessoa do singular com a 3ª pessoa do singular, que são erros recorrentes do estudante brasileiro na aquisição da questão verbal da língua espanhola, devido à transferência da língua materna.

Em todas as respostas aos questionários pode-se observar que a transferência da LM é um dos elementos mais presentes, pois a maioria dos alunos conseguem empregar corretamente o indefinido no que se refere ao seu aspecto verbal, e nota-se que o aluno recorreu à língua materna (português) para compor os seus textos pela semelhança das estruturas. Já com relação ao P.P.C os alunos quase não o utilizaram e os que o empregaram corretamente correspondem a um número pequeno, o que nos comprova a dificuldade que os estudantes brasileiros tem em compreender os usos e valores desse tempo verbal.

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5. Considerações finais

Toda a pesquisa e a análise nos levam a concluir que, embora a língua espanhola e a portuguesa possuam semelhanças, há uma grande dificuldade em compreender os pretéritos: indefinido e perfecto compuesto do espanhol, com especial ênfase neste segundo.

Como foi visto nesse trabalho, embora os pretéritos da língua portuguesa e espanhola possuam nomenclaturas semelhantes, apresentam divergências no que se refere ao aspecto verbal, o que traz dificuldades ao aluno para empregar o uso correto de tais tempos verbais. Essa dificuldade se dá por dois motivos: pela transferência de instrução e pela transferência da língua materna.

A transferência de instrução, sobre a qual comentava Selinker, se dá, como verificamos porque no curso de Letras, a maioria dos professores têm a variante hispano-americana e não utilizam o P.P.C para comunicar-se. No início da aprendizagem é comum que o aluno tenha o professor como modelo de pronúncia e estruturas linguísticas e, muitas vezes, esse modelo é levado em consideração durante todo o processo.

As maiores características de erros de transferência durante a aprendizagem da língua estrangeira pelos alunos aqui examinados se dá como transferência da língua materna, pois como já foi demonstrado, o tempo composto em língua portuguesa não é muito utilizado, o que também faz com que o aluno não tenha tendência ao uso do P.P.C em língua espanhola.

O questionário respondido pelos nativos demonstrou também a forte tendência ao uso do indefinido na América , o que reitera os estudos de tratam das especificidades de usos e valores verbais como aspecto geográfico.

Por fim, cabe mencionar que o sistema verbal de ambas as línguas, são temas de difícil aquisição pelos estudantes, portanto é um tema que deve ser trabalhado não somente desde o ponto de vista de sua estrutura, mas também no seu aspecto e uso.

Assim, o aluno entenderá os valores desses tempos e os empregará corretamente. Além disso, esse estudo mostra que trabalhar com as variantes lingüísticas em sala de aula é imprescindível. Embora o aluno opte por uma variante determinada, deve conhecer as variantes existentes e compreender seus usos específicos.

Dessa forma, espera-se que este trabalho sirva de suporte não somente aos professores de ambas as línguas, mas também aos estudantes de língua espanhola como língua estrangeira

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Referências bibliográficas:

ALARCOS LLORACH, Emilio. Gramática de la Lengua Española. Madrid: Espalsa Calpe. Real Academia Española, Colección Nebrija y Bello, 1999.

BARALO, Marta. La adquisición del español como lengua extranjera. Madrid:

Arco/Libros, Col. Cuadernos de didáctica del Español/LE, 1999.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37ª edição, revista e ampliada Rio de janeiro: Lucerna, 1999.

CUNHA, Celso Ferreira Da; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

GUTIERREZ ARAUS, Maria Luz. Problemas fundamentales de la gramática del español como 2 / L. Madrid: Arco / Libros, S.L., 2004.

LIMA, Egisvanda Isys de Almeida Sandes. Presença do infinitivo flexionado do português no espanhol – um estudo das orações adverbiais produzidas por estudantes brasileiros aprendizes do espanhol como língua estrangeira. 2004. Dissertação (Mestrado em língua espanhola)-Universidade de São Paulo, 2004.

MASIP, Vicente. Gramática española para brasileños. Barcelona: Difusion, 2000.Tomo I.

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