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Aula 02: Geopolítica

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Academic year: 2022

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Aula 02: Geopolítica

Geopolítica para PRF

Prof. Danuzio Neto

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SUMÁRIO

SUMÁRIO 2

A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E AS GRANDES METRÓPOLES 3

METRÓPOLEXREGIÃOMETROPOLITANA 4

REGIÕESDEINFLUÊNCIADASCIDADES-REGIC 5

OQUEÉREDEURBANASEGUNDOAPESQUISAREGIC? 6

OQUEÉCIDADENAPESQUISAREGIC? 7

OFENÔMENODACONURBAÇÃO 9

ARRANJOSPOPULACIONAISEMOVIMENTOSPENDULARES 9

OQUEÉREGIÃODEINFLUÊNCIANAPESQUISAREGIC? 10

OQUEÉHIERARQUIAURBANANAPESQUISAREGIC? 11

Metrópoles 11

Capitais Regionais 12

Centros Sub-Regionais 13

Centros de Zona 13

Centros Locais 13

A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA ALÉM DA REGIC 17

ASREGIÕESMETROPOLITANASBRASILEIRAS 17

A Região Metropolitana na Lei 13.089/2015 (Estatuto da Metrópole) 18

REGIÕESINTEGRADASEREGIÕESMETROPOLITANAS 19

ASCIDADESGLOBAIS 21

ÊXODORURALEMIGRAÇÃOPENDULAR 21

GENTRIFICAÇÃO 22

AGLOMERADOS SUBNORMAIS 24

Critério de classificação dos aglomerados urbanos 24

Subdivisão de um aglomerado urbano 27

Aglomerados subnormais em cidades pequenas e capitais do Norte e Nordeste 29

SAIU NA AGÊNCIA IBGE 32

CAMPINAS,FLORIANÓPOLISEVITÓRIASÃOASNOVASMETRÓPOLESBRASILEIRAS 32 REGIC2018:CAMPINAS/SP,FLORIANÓPOLIS/SCEVITÓRIA/ESPASSAMAESTARENTREAS15

METRÓPOLESDOPAÍS 35

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 42

LISTA DE QUESTÕES 61

GABARITO 72

RESUMO DIRECIONADO 73

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A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E AS GRANDES METRÓPOLES

As cidades organizam-se segundo NÍVEIS HIERÁRQUICOS, de acordo com:

• A INFLUÊNCIA que exercem; e

• A COMPLEXIDADE de suas operações.

Estes níveis possuem assimetrias pelo território brasileiro.

Por exemplo, o Centro-Sul do país possui uma rede urbana mais estruturada com grande número de metrópoles, com capitais regionais e centros sub-regionais bem articulados entre si.

Já na Amazônia, por exemplo, as cidades são esparsas e bem menos articuladas, o que leva centros menores a exercerem o mesmo nível de importância na hierarquia urbana regional que outros maiores, que estão localizados no Centro-Sul.

Para analisar os fluxos no interior de uma rede urbana, outro fator que deve ser levado em consideração é a condição de acesso proporcionada pelos diferentes níveis de renda da sua população.

Um morador rico de uma cidade pequena, se comparado a um morador pobre de uma grande metrópole, por exemplo, consegue estabelecer muito mais conexões econômicas e socioculturais. Assim, e de acordo com parâmetros do IBGE, as regiões de influência das cidades brasileiras são delimitadas principalmente pelo fluxo de consumidores que utilizam o comércio e os serviços, tanto públicos quanto privados, no interior da rede urbana.

Nos últimos anos, ocorreu uma mudança substancial na dinâmica dos fluxos de pessoas, mercadorias, serviços e informações pelo território nacional. Essa mudança se deu, principalmente, por causa de alguns fatores, como:

• O advento das novas tecnologias de informação (telefonia, internet, sistemas de rádio);

• A modernização e a capilaridade do sistema de transportes; e

• A ocupação de novas fronteiras econômicas.

As regiões de INFLUÊNCIA das cidades são delimitadas principalmente pelo FLUXO DE

CONSUMIDORES

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METRÓPOLE X REGIÃO METROPOLITANA

Esta aula tem por base a pesquisa REGIÕES DE INFLUÊNCIA DAS CIDADES – REGIC, desenvolvida pelo IBGE, que é realizada a cada 10 anos.

A pesquisa REGIC não define regiões metropolitanas. No Brasil, as regiões metropolitanas são definidas por meio de lei complementar estadual.

A classificação da estrutura urbana que será aqui apresentada leva em conta, principalmente, as regiões de influência econômica das cidades sem se preocupar com a classificação das regiões metropolitanas legalmente reconhecidas.

Apesar de não ter amparo legal, esta classificação, além de ser importante para a iniciativa privada, tem grande importância também para os governos de todas as esferas, que a utilizam para planejarem a distribuição espacial dos serviços públicos oferecidos à população.

A REGIC identifica as Metrópoles, entendidas como o mais alto nível hierárquico da rede urbana. O conceito de Metrópole na REGIC refere-se a Cidades:

• Com grande população;

• Que dispõem de grande variedade serviços;

• Que possuem papel de comando em relação a outras cidades - por sediarem empresas e instituições públicas; e

• Que atraem contingente populacional de cidades subordinadas que buscam bens e serviços.

As Metrópoles na pesquisa REGIC são apresentadas com sua região de influência, as quais normalmente são muito mais extensas do que uma região metropolitana.

Diante do exposto, portanto, não podemos confundir:

REGIÕES METROPOLITANAS, que são definidas por meio de lei complementar estadual e possuem caráter político; e

METRÓPOLES, definidas pela REGIC e que possuem características econômico-geográficas.

Apesar de a REGIC ser realizada a cada 10, nesse interstício outras pesquisas temáticas da linha Redes e Fluxos Geográficos são realizadas, possibilitando uma visão parcial das alterações na rede urbana entre a publicação de uma pesquisa e outra. São exemplos disso os estudos Ligações Aéreas, Ligações Rodoviárias e Hidroviárias e a pesquisa Gestão do Território.

A pesquisa atual, publicada em 2020, dá continuidade aos trabalhos anteriores publicados em 1972, 1987, 2000 e 2008.

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REGIÕES DE INFLUÊNCIA DAS CIDADES - REGIC

A pesquisa REGIÕES DE INFLUÊNCIA DAS CIDADES – REGIC, desenvolvida pelo IBGE:

• Define a HIERARQUIA dos centros urbanos brasileiros; e

• Delimita as regiões de INFLUÊNCIA a eles associados.

É nessa pesquisa que se identificam, por exemplo, as metrópoles e capitais regionais brasileiras e qual o alcance espacial de influência delas.

A identificação da HIERARQUIA URBANA e das ÁREAS DE INFLUÊNCIA é realizada por meio da classificação dos centros urbanos que possuem determinados EQUIPAMENTOS e SERVIÇOS que atraem populações de outras localidades.

A oferta diferenciada de bens e serviços entre as cidades faz com que populações se desloquem a centros urbanos bem equipados, a fim de adquirirem SERVIÇOS DE SAÚDE e EDUCAÇÃO ou buscar um AEROPORTO, por exemplo.

Conhecer os relacionamentos entre as cidades brasileiras com base na análise dos fluxos de bens, serviços e gestão é um IMPORTANTE INSTRUMENTO PARA SE REALIZAR ESCOLHAS LOCACIONAIS, tais como DECIDIR A LOCALIZAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE, de um hospital ou decidir a localização de uma filial de empresa.

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O QUE É REDE URBANA SEGUNDO A PESQUISA REGIC?

Segundo a REGIC, a REDE URBANA BRASILEIRA está estruturada em duas dimensões:

1. A HIERARQUIA dos centros urbanos, dividida em cinco níveis principais:

1.1. Metrópoles, 1.2. Capitais Regionais, 1.3. Centros Sub-Regionais, 1.4. Centros de Zona e 1.5. Centros Locais; e

2. As regiões de INFLUÊNCIAS, identificadas pela ligação das Cidades de menor para as de maior hierarquia urbana.

O elo final de cada rede são as Metrópoles, para onde convergem as vinculações de todas as Cidades presentes no Território Nacional.

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O QUE É CIDADE NA PESQUISA REGIC?

A noção de Cidade ou de centro urbano na pesquisa REGIC é baseada nas unidades territoriais definidas no estudo Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil.

Tais unidades territoriais consistem basicamente em três conjuntos:

• Os ARRANJOS POPULACIONAIS;

• As CONCENTRAÇÕES URBANAS; e

• Os demais MUNICÍPIOS (ou Municípios isolados).

Arranjos Populacionais

São unidades territoriais compostas por mais de um Município, que apresentam INTEGRAÇÃO SIGNIFICATIVA em razão:

• Da CONTIGUIDADE DAS ÁREAS URBANIZADAS; ou

• Da presença de DESLOCAMENTOS FREQUENTES DOS HABITANTES para trabalhar ou estudar.

Os Arranjos Populacionais, na pesquisa REGIC 2007, eram chamados de Áreas de Concentração da População – ACP. Esta nomenclatura, portanto, não é mais utilizada.

Municípios isolados

São aqueles que não participam de Arranjo Populacional.

Concentrações urbanas

São CONCENTRAÇÕES URBANAS:

• Os ARRANJOS POPULACIONAIS com mais de 100 mil habitantes; e

• Os Municípios que não compõem Arranjos e que ultrapassam esse patamar populacional.

Fique atento!

As CONCENTRAÇÕES URBANAS compostas por mais de um Município são designadas apenas como ARRANJOS POPULACIONAIS.

Da mesma forma, os MUNICÍPIOS ISOLADOS que constituem concentrações urbanas são designados apenas por MUNICÍPIOS.

Ou seja, a nomenclatura “concentração urbana” é apenas uma especificação de arranjos populacionais e municípios mais populosos.

Para a REGIC, todos os Municípios que não compõem Arranjos Populacionais foram considerados Cidades, assim como os próprios Arranjos Populacionais – cada um considerado uma unidade urbana.

Essa adequação é necessária porque a CIDADE, objeto de estudo da REGIC, PODE VIR A SER COMPOSTA POR VÁRIOS MUNICÍPIOS QUE SÃO INDISSOCIÁVEIS COMO UNIDADE URBANA.

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Estes Municípios que são indissociáveis como unidade urbana possuem:

CONTIGUIDADE em suas manchas urbanizadas ou

FORTE MOVIMENTO PENDULAR para estudo e trabalho, com tamanha integração que justifica considerá-los como um único nó da rede urbana.

A hierarquização de dois Municípios que compartilham manchas urbanas, por exemplo, tende a ser inadequada, pois frequentemente os dois Municípios integram os mesmos processos de urbanização e de relacionamentos externos com Cidades.

Assim, os dados obtidos na pesquisa REGIC foram coletados na escala municipal, tanto os captados pelo questionário quanto os captados por fontes secundárias. Entretanto, esses dados foram agregados para o recorte dos Arranjos Populacionais, onde aplicável, de modo que o resultado da rede urbana – a hierarquia e as regiões de influência – só pode ser considerado para a unidade urbana da pesquisa: Arranjos Populacionais e Municípios isolados tomados conjuntamente.

Para não esquecer!

CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO

Arranjos populacionais

São unidades territoriais compostas por mais de um Município, que apresentam INTEGRAÇÃO SIGNIFICATIVA em razão da CONTIGUIDADE

DAS ÁREAS URBANIZADAS ou da presença de DESLOCAMENTOS FREQUENTES DOS HABITANTES para trabalhar ou estudar.

Municípios isolados São aqueles que não participam de Arranjo Populacional.

Concentrações urbanas

São os ARRANJOS POPULACIONAIS com mais de 100 mil habitantes, bem como os Municípios que não compõem Arranjos e que ultrapassam

esse patamar populacional.

Cidades

Todos os Municípios que não compõem Arranjos Populacionais, assim como os próprios Arranjos Populacionais – cada um considerado uma

unidade urbana.

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O FENÔMENO DA CONURBAÇÃO

Os arranjos populacionais estão intimamente ligados ao fenômeno da conurbação, que acontece à medida que as cidades vão se expandindo horizontalmente.

Ou seja, o fenômeno da conurbação ocorre quando estas cidades se tornam contínuas e integradas.

Embora com administrações diferentes, os seus problemas de infraestrutura passam a ser comuns ao grupo de municípios que formam a região conurbada.

ARRANJOS POPULACIONAIS E MOVIMENTOS PENDULARES

A fim de fornecer um modelo territorial das relações econômicas e sociais, utilizando-se critérios comuns para todo o País, adotou-se uma abordagem que privilegiou elementos de integração, medidos pelos movimentos pendulares para trabalho e estudo e/ou pela contiguidade da mancha urbanizada.

Segundo o IBGE, um arranjo populacional é o AGRUPAMENTO DE DOIS OU MAIS MUNICÍPIOS ONDE HÁ UMA FORTE INTEGRAÇÃO POPULACIONAL devido aos MOVIMENTOS PENDULARES PARA TRABALHO OU ESTUDO, ou devido à CONTIGUIDADE ENTRE AS MANCHAS URBANIZADAS PRINCIPAIS.

Ou seja, a forte integração populacional entre municípios que formam um arranjo populacional pode se dar por três motivos:

- Movimentos pendulares para trabalho;

- Movimentos pendulares para estudo; e/ou - Pela contiguidade da mancha urbanizada.

MOVIMENTO PENDULAR, vale dizer, é aquele realizado diariamente por trabalhadores ou estudantes que precisam se deslocar da cidade em que vivem para a que estudam ou trabalham.

Ou seja, fica claro que há dois espaços principais bem diferenciados nos arranjos populacionais modernos, o da moradia, em áreas periféricas, e o de trabalho, no centro dos núcleos urbanos.

Assim, podemos concluir que os arranjos populacionais, na contemporaneidade, serão influenciados principalmente em relação à incorporação de novas áreas residenciais, pelo aumento da mobilidade e da oferta de transporte eficiente que aglutinem as diferentes unidades espaciais.

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O QUE É REGIÃO DE INFLUÊNCIA NA PESQUISA REGIC?

Na pesquisa REGIC, a noção de região de influência é operacionalizada por meio de vínculos estabelecidos entre centros urbanos de hierarquia menor direcionando-se àqueles com hierarquia superior. Cada Cidade da pesquisa REGIC se vincula diretamente à região de influência de pelo menos uma outra Cidade, vínculo esse que sintetiza a relação interurbana mais relevante da Cidade de origem.

Imaginemos que a Cidade A está diretamente vinculada a região de influência da Cidade B, por exemplo.

Essa relação mostra que a Cidade B tende a ser a principal referência para a população da Cidade A acessar bens e serviços quando não os encontra na Cidade A. Esse vínculo pode revelar ainda que a Cidade B emite fluxos de comando de gestão à Cidade A por meio de ligações entre sedes e filiais de empresas ou ainda por meio de unidades descentralizadas de órgãos públicos. As Metrópoles são os elos finais da rede de Cidades, de modo que todas as regiões de influência terminam em alguma Metrópole. Pela mesma lógica, elas não estão incluídas na região de influência de outros centros urbanos.

Neste sentido, a renda per capita de uma região influencia decisivamente a disposição estrutural da sua rede urbana e apresenta-se como fator relevante para a mobilidade socioespacial no interior das cidades.

A região de influência possui feição espacial reticular, ou seja, em formato de rede constituída por um conjunto de unidades urbanas que realizam ligações entre si. Ao contrário da abordagem mais recorrente de região, tomada como uma zona contígua, em geral sem superposições entre regiões vizinhas, a região reticular considerada na REGIC não necessariamente é contígua, e, dependendo da escala, apresenta superposições e duplas subordinações de Cidades.

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O QUE É HIERARQUIA URBANA NA PESQUISA REGIC?

A hierarquia urbana na pesquisa REGIC indica o nível de articulação que a Cidade tem com outros centros urbanos realizado por meio de atividades de gestão pública e empresarial e ainda o nível de atração que a Cidade possui para suprir bens e serviços para populações de outros centros urbanos.

São cinco níveis hierárquicos principais:

METRÓPOLES,

CAPITAIS REGIONAIS,

CENTROS SUB-REGIONAIS,

CENTROS DE ZONA e

CENTROS LOCAIS.

Na perspectiva espacial, considerando-se a hierarquia urbana em níveis maiores ou menores e a quantidade de bens e serviços ofertados. Ademais, toda cidade é considerada centralidade polarizadora de sua própria dinâmica socioeconômica.

Metrópoles

As metrópoles brasileiras são arranjos populacionais acima de um milhão de habitantes que exercem influência direta sobre os demais níveis de cidades na rede urbana.

São os principais centros urbanos, dos quais todas as Cidades existentes no País recebem influência direta ou indireta, seja de uma ou mais Metrópoles simultaneamente.

Possuem os mais elevados níveis de gestão do território do País, possuindo os maiores números de empresas e órgão públicos multilocalizadas e atraindo populações de muitas outras Cidades para acesso de bens e serviços.

A região de influência dessas centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial do País, com áreas de sobreposição em determinados contatos.

As Metrópoles se subdividem em três níveis:

GRANDE METRÓPOLE NACIONAL - O Arranjo Populacional de São Paulo/SP ocupa, isoladamente, a posição de maior hierarquia urbana do País, concentrando em seu Arranjo Populacional 21,5 milhões de habitantes em 2018 e 17,7% do Produto Interno Bruto - PIB nacional em 2016;

METRÓPOLE NACIONAL - Os Arranjos Populacionais de Brasília/DF e Rio de Janeiro/RJ ocupam a segunda colocação hierárquica, também com forte presença nacional. O Arranjo Populacional de Brasília/DF contava, em 2018, com 3,9 milhões de habitantes, enquanto o do Rio de Janeiro/RJ somava 12,7 milhões na mesma data;

METRÓPOLE - Os Arranjos Populacionais de Belém/ PA, Belo Horizonte/MG, Campinas/SP, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA, Vitória/ES e o Município de Manaus (AM) são as 12 Cidades identificadas como Metrópoles. São formadas por nove Capitais que receberam classificação 1 na centralidade de gestão do território mais Belém (PA), Campinas (SP) e Manaus (AM) que, embora estejam na classe 2, contam com contingente populacional relevante, superior a 2 milhões de habitantes. A média populacional das Metrópoles é de 3 milhões de habitantes, sendo, a mais populosa, Belo Horizonte (MG) com 5,2 milhões e, as menos populosas, Florianópolis (SC) e Vitória (ES), com respectivamente 1,0 milhão e 1,8 milhão de pessoas

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residentes em seus Arranjos Populacionais em 2018. Campinas (SP) é a única Cidade que não é Capital Estadual a ser classificada como Metrópole.

Com a REGIC 2018, Campinas/SP, Florianópolis/SC e Vitória/ES passaram a figurar entre as atuais 15 Metrópoles. Com a ascensão de Campinas/SP, única cidade com esse status que não é uma capital estadual, São Paulo se torna a primeira unidade da federação com duas Metrópoles.

Como há apenas quinze metrópoles em nosso país, considera-se que, em relação à extensão territorial do Brasil, há um número limitado de cidades com características de metrópole articulando a rede urbana. Isso ocorreu por causa do tardio processo de urbanização vivido pelo país, que teve como uma das suas consequências a nossa recente industrialização. Estes dois processos (urbanização e industrialização) ocorreram de forma tardia e desorganizada.

Rio de Janeiro e São Paulo passaram boa parte do século XX exercendo uma influência gigantesca em relação às demais cidades do país. Esse poder relativo foi diminuído ao longo da década de 1990 e do século XXI. Ainda hoje, porém, verifica-se a polarização exercida pelas metrópoles Rio de Janeiro e São Paulo, por meio da concentração de indústrias e de serviços.

Capitais Regionais

São centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com nível inferior às Metrópoles e tendência de alcance menor em termos de região de influência e atratividade para comércio de bens e serviços em comparação com as Metrópoles.

Tratam-se de Cidades que geralmente são muito conhecidas nos Estados e regionalmente.

São mais numerosas que as Metrópoles, mas ainda são muito poucas proporcionalmente ao número de Cidades do País.

Ao todo, 97 Cidades foram classificadas como Capitais Regionais em todo o País. Subdividem-se em:

Capital Regional A: composta por nove Cidades, em geral Capitais Estaduais das Regiões Nordeste e Centro-Oeste com exceção do Arranjo Populacional de Ribeirão Preto/SP. Apresentam contingente populacional próximo entre si, variando de 800 mil a 1,4 milhão de habitantes em 2018. Todas se relacionam diretamente a Metrópoles;

Capital Regional B: reúne 24 Cidades, geralmente, centralidades de referência no interior dos Estados, exceto pelas Capitais Estaduais Palmas/TO e Porto Velho (RO). Caracterizam-se por possuírem, em média, 530 mil habitantes, apenas com o Arranjo Populacional de São José dos Campos/SP em um patamar populacional superior (1,6 milhão de habitantes em 2018). São numerosas na Região Sul, onde se localizam 10 das 24 Capitais Regionais dessa categoria;

Capital Regional C: possui 64 Cidades, dentre elas três Capitais Estaduais: os Municípios de Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e o Arranjo Populacional de Macapá/AP, todas pertencentes à Região Norte. As demais Cidades localizam-se, principalmente, na Região Sudeste, onde 30 das 64 Capitais Regionais C se encontram. A média nacional de população das Cidades dessa categoria é de 300 mil habitantes em 2018, sendo maior na Região Sudeste (360 mil) e menor na Região Sul (200 mil).

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13 de 77|www.direcaoconcursos.com.br Centros Sub-Regionais

Neste terceiro nível hierárquico, as atividades de gestão do território são inferiores às Capitais Regionais, mas ainda são muito relevantes, com regiões de influência e atratividade para busca de bens e serviços frequentemente de menor extensão que as das Capitais Regionais.

Ao todo, 352 Cidades foram classificadas como Centros Sub-Regionais em todo o País. Este nível subdivide-se em dois grupos:

Centros Sub-Regionais A: composto por 96 Cidades presentes em maior número nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste, e média populacional de 120 mil habitantes; e

Centros Sub-Regionais B: formado por 256 Cidades com grande participação das Regiões Sudeste e Nordeste, apresenta média nacional de 70 mil habitantes, maiores no Sudeste (85 mil) e menores no Sul (55 mil).

Centros de Zona

As Cidades classificadas no quarto nível da hierarquia urbana caracterizam-se por menores níveis de atividades de gestão do território do que os Centros Sub-Regionais, mas são suficientemente equipadas a ponto de polarizarem Cidades próximas em virtude da atração da população do entorno para a busca de bens e serviços baseada nas relações de proximidade.

São 398 Cidades com média populacional de 30 mil habitantes, subdivididas em dois conjuntos:

Centros de Zona A: formado por 147 Cidades com cerca de 40 mil pessoas, mais populosas na Região Norte (média de 60 mil habitantes) e menos populosas nas Regiões Sul e Centro-Oeste (ambas com média de pouco mais de 30 mil pessoas). Em termos de gestão do território, foram classificadas, em sua maioria, nos níveis 3 e 4; e

Centros de Zona B: este subnível soma 251 Cidades, todas classificadas nos níveis 4 e 5 de gestão territorial. São de menor porte populacional que os Centros de Zona A (média inferior a 25 mil habitantes), igualmente mais populosas na Região Norte (35 mil, em média) e menos populosas na Região Sul (onde perfazem 15 mil habitantes). Os Centros de Zona B são mais numerosos na Região Nordeste, onde localizam-se 100 das 251 Cidades nesta classificação.

Centros Locais

O último nível hierárquico define-se pelas Cidades que exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais, podendo atrair alguma população moradora de outras Cidades para acesso de bens e serviços pontuais, mas não sendo destino principal de nenhuma outra Cidade.

Simultaneamente, os Centros Locais apresentam fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente tendo outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades cotidianas de compras e serviços de sua população, bem como acesso a atividades do poder público e dinâmica empresarial.

Constituem a grande maioria das Cidades do País, totalizando 4 037 centros urbanos – o equivalente a 82,4% das unidades urbanas analisadas na presente pesquisa.

A média populacional dos Centros Locais é de apenas 12,5 mil habitantes, com maiores médias na Região Norte (quase 20 mil habitantes) e menores na Região Sul (7,5 mil pessoas em 2018). Essa diferença regional das médias demográficas repete o padrão apresentado pelos Centros de Zona, inclusive tendo também a Região Nordeste com o maior número Cidades neste nível hierárquico.

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Distribuição regional dos cinco níveis de hierarquia urbana, segundo as Grandes Regiões - 2018

REDE URBANA – BRASIL – 2018

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018

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CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS

METRÓPOLES

São os principais centros urbanos, dos quais todas as Cidades existentes no País recebem influência direta ou indireta, seja de uma ou mais Metrópoles simultaneamente.

Possuem os mais elevados níveis de gestão do território do País, possuindo os maiores números de empresas e órgão públicos multilocalizadas e atraindo populações de muitas outras Cidades para acesso de bens e serviços.

A região de influência dessas centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial do País, com áreas de sobreposição em determinados contatos.

CAPITAIS REGIONAIS

São centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com nível inferior às Metrópoles e tendência de alcance menor em termos de região de influência e atratividade para comércio de bens e serviços em comparação com as Metrópoles.

Tratam-se de Cidades que geralmente são muito conhecidas nos Estados e regionalmente.

São mais numerosas que as Metrópoles, mas ainda são muito poucas proporcionalmente ao número de Cidades do País.

CENTROS SUB- REGIONAIS

As atividades de gestão do território são inferiores às Capitais Regionais, mas ainda são muito relevantes, com regiões de influência e atratividade para busca de bens e serviços frequentemente de menor extensão que as das Capitais Regionais.

CENTROS DE ZONA

Possuem menores níveis de atividades de gestão do território do que os Centros Sub-Regionais, mas são suficientemente equipadas a ponto de polarizarem Cidades próximas em virtude da atração da população do entorno para a busca de bens e serviços baseada nas relações de proximidade.

CENTROS LOCAIS

Cidades que exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais, podendo atrair alguma população moradora de outras Cidades para acesso de bens e serviços pontuais, mas não sendo destino principal de nenhuma outra Cidade.

Apresentam fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente tendo outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades cotidianas de compras e serviços de sua população, bem como acesso a atividades do poder público e dinâmica empresarial.

Constituem a grande maioria das Cidades do País, totalizando 4.037 centros urbanos – o equivalente a 82,4% das unidades urbanas.

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CLASSIFICAÇÃO NÍVEIS

METRÓPOLES

GRANDE METRÓPOLE NACIONAL - O Arranjo Populacional de São Paulo/SP ocupa, isoladamente, a posição de maior hierarquia urbana do País;

METRÓPOLE NACIONAL - Os Arranjos Populacionais de Brasília/DF e Rio de Janeiro/RJ ocupam a segunda colocação hierárquica, também com forte presença nacional;

METRÓPOLE - Os Arranjos Populacionais de Belém/ PA, Belo Horizonte/MG, Campinas/SP, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA, Vitória/ES e o Município de Manaus (AM) são as 12 Cidades identificadas como Metrópoles.

CAPITAIS REGIONAIS

Capital Regional A: composta por nove Cidades, em geral Capitais Estaduais das Regiões Nordeste e Centro-Oeste com exceção do Arranjo Populacional de Ribeirão Preto/SP;

Capital Regional B: reúne 24 Cidades, geralmente, centralidades de referência no interior dos Estados, exceto pelas Capitais Estaduais Palmas/TO e Porto Velho (RO). São numerosas na Região Sul, onde se localizam 10 das 24 Capitais Regionais dessa categoria;

Capital Regional C: possui 64 Cidades, dentre elas três Capitais Estaduais: os Municípios de Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e o Arranjo Populacional de Macapá/AP, todas pertencentes à Região Norte. As demais Cidades localizam-se, principalmente, na Região Sudeste, onde 30 das 64 Capitais Regionais C se encontram.

CENTROS SUB- REGIONAIS

Centros Sub-Regionais A: composto por 96 Cidades presentes em maior número nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste; e

Centros Sub-Regionais B: formado por 256 Cidades com grande participação das Regiões Sudeste e Nordeste, apresenta média nacional de 70 mil habitantes, maiores no Sudeste (85 mil) e menores no Sul (55 mil).

CENTROS DE ZONA

Centros de Zona A: formado por 147 Cidades com cerca de 40 mil pessoas, mais populosas na Região Norte (média de 60 mil habitantes) e menos populosas nas Regiões Sul e Centro-Oeste (ambas com média de pouco mais de 30 mil pessoas); e

Centros de Zona B: este subnível soma 251 Cidades. Os Centros de Zona B são mais numerosos na Região Nordeste, onde localizam-se 100 das 251 Cidades nesta classificação.

CENTROS LOCAIS Os centros locais não são divididos em níveis.

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A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA ALÉM DA REGIC

AS REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS

A Lei Complementar 14/1973, que inicialmente criou as REGIÕES METROPOLITANAS no Brasil, definiu- as como um conjunto de municípios contíguos que estão integrados socioeconomicamente, com serviços públicos e infraestrutura comuns. Ressalte-se, no entanto, que a Região Metropolitana é formada SEMPRE por municípios de um mesmo estado.

Atualmente, há 74 regiões metropolitanas oficialmente instituídas e três Regiões Integradas de Desenvolvimento (Ride). Apesar de inicialmente instituídas pela Lei Complementar Federal, a Constituição de 1988 permitiu que os estados criassem novas regiões metropolitanas, conforme artigo 35, parágrafo 3°:

“Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.

As Regiões Integradas de Desenvolvimento, diferentemente das Regiões Metropolitanas, abarcam municípios de mais de um estado, motivo pelo qual são criadas por Lei Complementar Federal. A primeira delas, por exemplo, engloba o Distrito Federal, alguns municípios goianos do seu entorno e quatro municípios mineiros.

Apenas como curiosidade, é interessante notar que as primeiras regiões metropolitanas brasileiras foram criadas na década de 1970 pelo Governo Federal (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Rio de Janeiro).

Assim, tenha em mente que foi apenas com o advento da Constituição de 1988 que passou a ser competência dos estados a criação das futuras regiões metropolitanas.

REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - Abrange municípios de mais de uma Unidade Federada.

- Criação por meio de Lei Complementar FEDERAL.

REGIÃO METROPOLITANA

- Abrange municípios de uma única Unidade Federada.

- É criada por Lei Complementar ESTADUAL.

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A Região Metropolitana na Lei 13.089/2015 (Estatuto da Metrópole)

A Lei 13.089/2015, conhecida como Estatuto da Metrópole, até deixa a previsão legal para que exista região metropolitana com municípios de mais de uma unidade federativa, como podemos observar a seguir:

Art. 4º A instituição de região metropolitana ou de aglomeração urbana que envolva Municípios pertencentes a mais de um Estado será formalizada mediante a aprovação de leis complementares pelas assembleias legislativas de cada um dos Estados envolvidos.

Parágrafo único. Até a aprovação das leis complementares previstas no caput deste artigo por todos os Estados envolvidos, a região metropolitana ou a aglomeração urbana terá validade apenas para os Municípios dos Estados que já houverem aprovado a respectiva lei.

Ocorre, porém, que mesmo com a previsão legal, o certo é que NÃO HÁ, em nosso país, nenhuma região metropolitana com municípios de mais de uma unidade federativa.

Então no plano fático, ou seja, daquele que a gente observa na realidade, uma das diferenças entre regiões metropolitanas e regiões integradas de desenvolvimento é que apenas esta é composta por municípios de mais de uma unidade federativa.

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REGIÕES INTEGRADAS E REGIÕES METROPOLITANAS

Figura muito parecida com as regiões metropolitanas, a REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO distingue-se desta por causa de dispositivos constitucionais e legais, o que não dá margem para invencionices por parte do avaliador.

Atualmente, são três as Regiões Integradas do nosso país:

• A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, formada pelo Distrito Federal, 29 municípios goianos e 4 municípios mineiros.

• A Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo de Petrolina e Juazeiro (com municípios dos estados de Pernambuco e da Bahia), criada pela LC 113/2001; e

• A Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina (com municípios dos estados do Maranhão e do Piauí), criada pela LC 112/2001.

Como fica fácil perceber, um dos traços característicos da Ride é que esta Região de desenvolvimento abrange municípios de mais de um estado. O segundo ponto, é que é a sua CRIAÇÃO se dá por meio de LEI COMPLEMENTAR FEDERAL.

E a Região Metropolitana, professor?

A Região Metropolitana abrange municípios de um único estado e, por ser de interesse da própria Unidade Federativa, é criada por LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL.

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Veja o que diz o §3º do Artigo 25 da nossa Constituição Federal, que trata especificamente sobre os Estados:

“Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.

Ou seja, como há normativos legais e constitucionais sobre o tema, não cabe ao avaliador da banca usar indistintamente uma ou outra expressão.

Apenas como curiosidade, é interessante notar que as primeiras regiões metropolitanas brasileiras foram criadas na década de 1970 pelo Governo Federal (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Rio de Janeiro).

Foi apenas com o advento da Constituição de 1988 que passou a ser competência dos estados a criação das futuras regiões metropolitanas.

Segundo o IBGE, há atualmente 74 Regiões Metropolitanas no Brasil, sendo a mais importante a de São Paulo, com cerca de 22 milhões de habitantes.

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AS CIDADES GLOBAIS

Das metrópoles nacionais, São Paulo e Rio de Janeiro são ambas consideradas cidades globais, por estarem mais fortemente integradas aos fluxos mundiais de comércio, informação e transportes, dentre outros segmentos. É nessas cidades, principalmente em São Paulo, que estão as sedes dos grandes bancos e das indústrias do país, os centros de pesquisa mais avançados, as melhores universidades, os grandes grupos de comunicação e os melhores hospitais, por exemplo.

A definição de uma cidade como global não está na REGIC. Ou seja, não é uma definição oficial do IBGE, mas uma classificação acadêmica.

ÊXODO RURAL E MIGRAÇÃO PENDULAR

Em 1920, apenas 10% da população brasileira vivia em cidades. Cinquenta anos depois, em 1970, esse percentual já era de 56%. De acordo com a PNAD 2008, 84% da população brasileira é urbana. Estima-se que, entre 1950 e 2000, 50 milhões de pessoas migraram do campo para as cidades, fenômeno conhecido como ÊXODO RURAL.

É importante lembrar que na maioria dos casos esses migrantes se deslocaram para a cidade em estado de fragilidade social, consequência de uma política agrária que modernizou o trabalho do campo e concentrou a posse da terra, relegando esses trabalhadores à pobreza. Esse processo ocorreu associado a uma industrialização que permanecia concentrada nas principais regiões metropolitanas, que, por isso, tornavam- se áreas muito atrativas. No entanto, como as cidades que recebiam esse enorme contingente populacional não tinham recebido investimentos públicos suficientes em obras de infraestrutura urbana e saneamento básico, passaram a crescer de maneira caótica e com a construção acelerada de submoradias. Nesse cenário, explodiu o número de loteamentos (em grande parte clandestinos) que surgiam em suas periferias. Esse processo, porém, reduziu os vazios demográficos que existiam entre uma cidade e outra e, somado a outros fatores, colaborou para a formação de regiões metropolitanas.

Entre as cidades que compõem cada região metropolitana ocorre um deslocamento diário da população, movimento conhecido como MIGRAÇÃO PENDULAR.

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GENTRIFICAÇÃO

Chama-se de gentrificação o processo de revitalização dos espaços urbanos, que deixam de ser populares para darem espaço para o surgimento de áreas nobres. Por ser um tema de discussão recorrente nos últimos anos, apresento a seguir apresentação feita pelo Instituto de Urbanismo Colaborativo, que trata do assunto de maneira de didática – e também por abordar, ainda que de maneira superficial, outros temas estudados nesta aula.

Para saber mais !

O QUE É GENTRIFICAÇÃO E POR QUE VOCÊ DEVERIA SE PREOCUPAR COM ISSO

Para entender gentrificação imagine um bairro histórico em decadência, ou que apesar de estar bem localizado, é reduto de populações de baixa renda, portanto, desvalorizado. Lugares que não oferecem nada muito atrativo para fazer… Enfim, lugares que você não recomendaria o passeio a um amigo.

Imagine, porém, que de um tempo para cá, a estrutura deste bairro melhorou muito: aumentou a segurança pública e agora há parques, iluminação, ciclovias, novas linhas de transporte, ruas reformadas, variedade de comércio, restaurantes, bares, feiras de rua… Uma verdadeira revolução que traria muitos benefícios para os moradores da região, exceto que eles não podem mais morar ali.

É que, depois de todos esses melhoramentos, o valor do aluguel dobrou, a conta de luz triplicou e as idas semanais ao mercadinho da esquina ficaram cada vez mais caras, ou seja, junto com toda a melhora, o custo de vida subiu tanto que não cabe mais no orçamento dos atuais moradores. E o mais cruel de tudo é perceber que, enquanto o antigo morador procura um novo bairro, pessoas de maior poder aquisitivo estão indo morar no seu lugar.

Talvez você já tenha passado por essa situação. Mas, se não passou, deve imaginar que é a história de muita gente. E o nome dessa história é gentrificação.

GENTRI O QUÊ?

Gen-tri-fi-ca-ção. Vem de gentry, uma expressão inglesa que designa pessoas ricas, ligadas à nobreza. O termo surgiu nos anos 60, em Londres, quando vários gentriers migraram para um bairro que, até então, abrigava a classe trabalhadora. Este movimento disparou o preço imobiliário do lugar, acabando por “expulsar”

os antigos moradores para acomodar confortavelmente os novos donos do pedaço. O evento foi chamado de gentrification, que numa tradução literal, poderia ser entendida como o processo de enobrecimento, aburguesamento ou elitização de uma área… Mas nós preferimos ficar com o aportuguesamento do termo original.

COMO FUNCIONA?

Um processo de gentrificação possui bastante semelhança com um projeto de revitalização urbana, com a diferença que a revitalização pode ocorrer em qualquer lugar da cidade e normalmente está ligada a uma demanda social bastante específica, como reformar uma pracinha de bairro abandonada, promovendo nova iluminação, jardinagem, bancos… E quem se beneficia da obra são os moradores do entorno e, por tabela, a cidade toda.

A gentrificação, por sua vez, se apoia nesse mesmo discurso de “obras que beneficiam a todos”, mas não motivada pelo interesse público, e sim pelo interesse privado, relacionado com especulação imobiliária. Logo, tende a ocorrer em bairros centrais, históricos, ou com potencial turístico.

O processo é bastante simples: suponha, que o preço de venda de um imóvel num bairro degradado seja 80 mil. Porém, se este bairro estivesse completamente revitalizado, o mesmo imóvel poderia valer até 200 mil.

Há, portanto, uma diferença de 150% entre o valor real e o valor potencial do mesmo imóvel, certo? Agora imagine qual seria o valor potencial de um bairro inteiro?

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É exatamente nesta diferença entre o potencial e o real, que os investidores imobiliários enxergam a grande oportunidade para lucrar muito investindo pouco. Mas para que tudo isso se concretize, é necessário que haja um outro projeto, o de revitalização urbana, e este, sim, é bancado com dinheiro público, ou através de concessões públicas. Os governantes também costumam enxergar no processo de gentrificação uma grande oportunidade: de justificar uma obra, se apoiar no interesse privado da especulação imobiliária para promover propaganda política de boa gestão.

Fonte: http://www.courb.org/pt/o-que-e-gentrificacao-e-por-que-voce-deveria-se-preocupar-com-isso/

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AGLOMERADOS SUBNORMAIS

AGLOMERADO SUBNORMAL é uma forma de ocupação irregular de terrenos de propriedade alheia – públicos ou privados – para fins de habitação em áreas urbanas e, em geral, caracterizados por:

• Um padrão urbanístico irregular;

Carência de serviços públicos essenciais (abastecimento de água, coleta de esgoto, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica, por exemplo); e

• Localização em áreas com restrição à ocupação.

O conceito de aglomerado subnormal, utilizado pela primeira vez no Censo Demográfico de 1991, possui certo grau de generalização, de forma a abarcar a diversidade de assentamentos irregulares existentes no país e que são popularmente conhecidos por vários nomes, como:

• Favelas,

• Invasões,

• Grotas,

• Baixadas,

• Comunidades,

• Vilas,

• Ressacas,

• Mocambos,

• Palafitas.

Assentamentos irregulares recebem vários nomes (grotão, invasão, alagado, vila, bairro), a depender da região onde estão localizados. Na mídia, o nome mais comum é favela. No Rio de Janeiro, por exemplo, a palavra comunidade tem sido usada para falar desses espaços de forma a incluir seu aspecto de convívio e ressignificar a associação imediata entre favela e violência.

Mas isso não é consenso: há quem defenda o termo favela como espaço de afirmação de uma identidade própria, de resistência e denúncia de suas condições, e que acredita que falar de comunidades representa apagamento e silenciamento dessas questões.

Durante a pandemia de covid-19, o governo demonstrou especial preocupação com essas regiões, já que nessas áreas residem, em geral, populações com condições socioeconômicas, de saneamento e de moradia mais precárias. Como agravante, muitos aglomerados subnormais possuem uma densidade de edificações extremamente elevada, o que facilitava a disseminação da covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV- 2.

Critério de classificação dos aglomerados urbanos

O critério de classificação dos aglomerados urbanos considera a ausência do título de propriedade das moradias e ao menos uma das seguintes características:

a) Inadequação de um ou mais serviços, a saber: abastecimento de água, fornecimento de energia, coleta de lixo, destino de esgoto e/ou

b) Padrão urbanístico irregular e/ou c) Restrição de ocupação do solo.

Assim, a identificação de Aglomerados Subnormais deve ser feita com base nos seguintes critérios:

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1) Caso haja OCUPAÇÃO IRREGULAR DA TERRA, ou seja, quando os domicílios estão em terrenos de propriedade alheia (pública ou particular), agora ou em período recente (obtenção do título de propriedade do terreno há dez anos ou menos) e

2) Quando se soma à ocupação irregular da terra uma ou mais das características a seguir:

a) Precariedade de serviços públicos essenciais, como iluminação elétrica domiciliar, abastecimento de água, esgoto sanitário e coleta de lixo regular e/ou

b) Urbanização fora dos padrões vigentes, refletida pela presença de vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais, ausência de calçadas ou de largura irregular e construções não regularizadas por órgãos públicos e/ou

c) Restrição de ocupação, quando os domicílios se encontram em área ocupada em desacordo com legislação que visa à proteção ou restrição à ocupação com fins de moradia como, por exemplo, faixas de domínio de rodovias, ferrovias, áreas ambientais protegidas e áreas contaminadas.

As características que subsidiam a classificação da categoria geográfica dos Aglomerados Subnormais apontam para áreas de precariedade no acesso a serviços básicos e na infraestrutura social. Tal precariedade está diretamente relacionada à demanda por políticas públicas ligadas, também, à saúde, já que a população residente em Aglomerados Subnormais é, em sua maioria, dependente do Sistema Único de Saúde – SUS.

Outro elemento a ser considerado é a natureza densa e/ou desordenada de boa parte dessas ocupações, o que limita a efetividade da recomendação de isolamento social como o que aconteceu durante as ações para enfretamento à pandemia de covid-19.

Essas ações de saúde pública precisaram considerar as características socioeconômicas e geográficas dessas áreas, como a falta ou o acesso limitado ao saneamento e à coleta de lixo, o custo dos produtos de higiene pessoal, o tipo de emprego (trabalho informal, subempregos, empregos com impossibilidade de se trabalhar de casa e vínculos empregatícios mais frágeis etc.) entre outras vulnerabilidades.

O padrão urbanístico também foi um limitador para as situações de necessidade de acesso de ambulâncias para casos de maior gravidade.

Os dados estimados de domicílios revelam que, apesar do fenômeno da proliferação de precarização habitacional ser comumente associada aos Aglomerados Subnormais presentes nas grandes cidades como Rio de Janeiro (19,27%) e São Paulo (12,91%), o fenômeno ocorre em grande proporção em cidades pequenas como Vitória do Jari – AP (74%) e em outras capitais da Região Norte como Belém (55,5%) e Manaus (53,37%) e Nordeste, como Salvador (41,83%).

Ainda no Sudeste, o Estado do Espírito Santo, além da sua capital, Vitória (33,15%), possui o segundo maior percentual de estimativa de domicílios em Aglomerados Subnormais na escala estadual (26,1%), atrás somente do Amazonas, na Região Norte, com 34,59%.

Três estados da Região Norte – Amazonas (34,59%), Amapá (21,58%) e Pará (19,68%) – estão entre os cinco estados com maiores valores relativos de domicílios em Aglomerados Subnormais. Espírito Santo e Rio de Janeiro, na Região Sudeste, completam este grupo com respectivamente 26,1% e 12,63% de domicílios nessa classificação, como podemos observar na tabela a seguir. O estado com a menor proporção é o Mato Grosso do Sul (0,74%).

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Estimativa de Domicílios Ocupados em Aglomerados Subnormais, segundo Estados e Distrito Federal

Fonte: Fonte: Estimativa de domicílios ocupados realizada para a operação do Censo Demográfico 2020 conforme descrito em nota metodológica da Malha Territorial 2019 para enfrentamento da pandemia por COVID.

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27 de 77|www.direcaoconcursos.com.br Subdivisão de um aglomerado urbano

A denominação e a eventual subdivisão de uma área em aglomerados subnormais diferentes é uma construção social e política. As comparações entre aglomerados devem levar em conta o fato de que eles podem ser únicos (áreas isoladas) ou interligados a outros (áreas contíguas). No Rio de Janeiro, por exemplo, a Rocinha constituía um aglomerado subnormal único em 2010. Já o Morro do Alemão formava uma área interligada com outros nove aglomerados (Itararé, Joaquim de Queiroz, Morro da Baiana, Morro das Palmeiras, Mourão Filho, Nova Brasília, Parque Alvorada, Relicário e Vila Matinha):

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O cadastro do IBGE contém informações para cada aglomerado em separado e os totais por município e unidade da federação.

Também há de se ressaltar que os aglomerados subnormais podem ter nomes iguais aos de bairros (divisões legais do município), sem que as áreas necessariamente coincidam. A área formada pelo Morro do Alemão e aglomerados interligados, por exemplo, não coincide com a do bairro Complexo do Alemão, representado abaixo:

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Aglomerados subnormais em cidades pequenas e capitais do Norte e Nordeste

Embora a proliferação de aglomerados subnormais seja associada, geralmente, a cidades maiores, como Rio de Janeiro e São Paulo, essas comunidades estão localizadas em grande proporção em cidades pequenas e capitais do Norte e Nordeste do país.

O município de Vitória do Jari, no Amapá, tem 74% dos seus domicílios localizados em aglomerados subnormais. Na cidade vivem 15,9 mil pessoas.

Belém (PA) e Manaus (AM) têm mais da metade dos domicílios ocupados em aglomerados subnormais, 55,5% e 53,3%, respectivamente. Logo em seguida vem Salvador, na Bahia, com 41,8% das habitações em comunidades carentes.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as capitais mais populosas do país, a proporção de domicílios em aglomerados subnormais não passa de 20%, mas a quantidade de imóveis nessas comunidades é a maior entre todas as demais capitais: no Rio são 453.571 domicílios em aglomerados subnormais, e em São Paulo, 529.921. A capital paulista tem quase o dobro da população da capital fluminense.

A Rocinha, no Rio, é o maior aglomerado subnormal do país, com 25.742 domicílios. Completam o grupo a comunidade do Sol Nascente, no Distrito Federal, com 25.441 casas; Rio das Pedras, também no Rio, com 22.509;

e Paraisópolis, em São Paulo, com 19.262 domicílios em aglomerados subnormais.

Levantamento do IBGE mostra também que existem municípios brasileiros com mais de 750 mil habitantes que ultrapassam as próprias capitais na proporção de domicílios em aglomerados subnormais. É o caso de São Bernardo do Campo (18,1%) e Guarulhos (14,2%), em São Paulo. Na capital paulista, a proporção é menor (12,9%).

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Entre cidades com 350 mil e 750 mil habitantes, destaque para Cariacica, no Espírito Santo, com 61% dos domicílios localizados em aglomerados subnormais. Ananindeua, no Pará, vem logo em seguida com 53,5%.

Jaboatão dos Guararapes (PE) tem 36,6% das habitações nessas comunidades.

Marituba, no Pará, lidera (61,2%) entre os municípios com 100 mil e 350 mil habitantes. Observa-se também grande proporção em Cabo de Santo Agostinho (PE), com 46,2%; Angra dos Reis (RJ), com 39,8%;

Paranaguá (PR), com 39,5%; Guarujá (SP), 34,7%; e Ilhéus (BA), com 34,5% das casas em aglomerados subnormais.

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Já no grupo das cidades com 50 mil e 100 mil habitantes, Viana, no Espírito Santo, tem mais de dois terços dos domicílios nessas localidades (68,9%).

O gerente geral de Geografia do IBGE, Cayo Franco, observa que esse levantamento não apresenta toda a dimensão da vulnerabilidade no país, mas boa parte dela. “Há bairros pobres que não foram classificados como aglomerados subnormais, seja porque os moradores possuem a posse da terra ou alguns serviços de saúde e saneamento. O que apresentamos aqui é uma dimensão da vulnerabilidade, no caso, os mais vulneráveis dos vulneráveis”.

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SAIU NA AGÊNCIA IBGE

CAMPINAS, FLORIANÓPOLIS E VITÓRIA SÃO AS NOVAS METRÓPOLES BRASILEIRAS

25/06/2020 Entre 2008 e 2018, o Brasil formou três novas metrópoles e 32 cidades foram elevadas a capitais regionais em 12 estados. Apesar disso, é baixa a mobilidade na rede urbana brasileira, pois, nesse período de dez anos, 86%

das cidades não sofreram alteração. É o que revela a pesquisa Regiões de Influência das Cidades - Regic, divulgada hoje (25) pelo IBGE. A pesquisa é realizada a cada dez anos e visa a identificar e analisar a rede urbana brasileira, estabelecendo a hierarquia dos centros urbanos e as regiões de influência das cidades.

Campinas, Florianópolis e Vitória subiram de nível e passaram a integrar o grupo de 15 metrópoles, que tem São Paulo no topo da hierarquia como grande metrópole nacional e Rio de Janeiro e Brasília como metrópoles nacionais. As outras metrópoles são Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador e Manaus.

“O conceito de metrópole do estudo é diferente do de regiões metropolitanas, que são recortes legais definidos pelos estados para fins de planejamento. A pesquisa delimita as regiões de influência associadas aos centros urbanos e os vínculos estabelecidos entre as cidades na busca de bens e serviços. O elo final de cada rede são as metrópoles, para onde convergem as vinculações de todas as cidades presentes no território nacional”, esclarece Bruno Hidalgo, gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE.

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Devido ao grande dinamismo empresarial, Campinas vira única metrópole que não é capital

Campinas é a única metrópole que não é capital estadual, e isso ocorre devido ao alto dinamismo empresarial existente tanto no núcleo quanto na área de influência, bem como ao porte demográfico, cuja rede ultrapassa os 4 milhões de habitantes. Tem a menor extensão territorial dentre as metrópoles (14 mil km²), menor número de cidades na sua rede (34) e a segunda mais alta densidade demográfica, comparável à do Rio de Janeiro, com 312 hab./km.

Florianópolis se insere em um contexto estadual específico com capitais regionais com grande dinamismo econômico, como por exemplo Chapecó, Criciúma, Joinville, Itajaí e Balneário Camboriú. Isso faz com que a participação da renda produzida por Florianópolis represente apenas 14,1% do PIB produzido por toda sua região de influência, revelando uma melhor distribuição territorial da geração de riqueza. É a quarta menor metrópole com menos de 100 mil km² e tem 265 cidades na sua rede.

A rede de Vitória tem a segunda menor área entre as metrópoles, superior apenas à de Campinas, com população equivalente à dessa metrópole e a de Manaus. Soma 85 cidades, com destaque para a capital regional Cachoeiro de Itapemirim (ES), centros sub-regionais de Colatina (ES) e Teixeira de Freitas (BA), a partir do qual estende sua influência para a Bahia. Metade do PIB produzido pela região de influência de Vitória ocorre na capital.

São Paulo está no topo da hierarquia urbana, seguido por Brasília e Rio de janeiro que dividem a segunda posição

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As metrópoles se subdividem em três níveis. São Paulo é a grande metrópole nacional ocupando, isoladamente, a posição de maior hierarquia urbana do país com uma rede de influência que concentra 49 milhões de habitantes em 2018 e mais de R$ 2 trilhões anuais de PIB, o que corresponde a 23,6% da população e 33,3% da renda total do país.

O alcance da influência direta de São Paulo ultrapassa o próprio estado, atingindo Mato Grosso do Sul, algumas cidades do norte paranaense, parte do sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro, onde divide influência com Belo Horizonte. Mesmo com extensão de 690 mil km2, a densidade demográfica da região de influência de São Paulo é a quarta maior, com 72 hab./km².

A segunda posição hierárquica é de metrópole nacional, ocupada apenas por Brasília e Rio de Janeiro. A rede de Brasília chama a atenção por sua extensão, que corresponde a mais de 20% do território nacional. Abrange 1,8 milhão km², sendo a maior do país em área, com 277 Cidades pertencentes a 10 Estados. Por conta da grande extensão, a densidade demográfica é baixa, com menos de 7 hab./km². O PIB per capita é o terceiro maior do país, somando quase R$ 458 bilhões ou R$ 40 mil anuais por habitante.

A rede da metrópole do Rio de Janeiro se destaca pela elevada densidade demográfica (354,5 hab./ km²), devido ao fato de ser a segunda maior cidade do país em termos de volume populacional, porém ocupando uma área territorial pouco significativa. Tem a segunda menor área (49 mil km²), com alcance mais restrito ao próprio Estado, adentrando em parte da Zona da Mata Mineira.

Possui o segundo menor número de cidades em sua rede no Brasil (63 centros urbanos) e o segundo maior PIB do país em termos absolutos, correspondendo a mais de R$ 640 bilhões anuais. Com o porte urbano que tem, aparentemente, incompatível com o tamanho de sua rede urbana, faz com que haja uma significativa concentração de riquezas na capital.

Regic mostra a concentração da rede urbana no Sudeste

A pesquisa atual dá continuidade aos trabalhos anteriores publicados em 1972, 1987, 2000 e 2008. As cidades brasileiras foram classificadas, hierarquicamente, observando-se dez critérios: Gestão do território, Comércio e serviços, Instituições financeiras, Ensino superior, Saúde, Informação, Cultura e esporte, Transporte, Atividades agropecuárias; e Ligações internacionais.

A Regic 2018 mostra que cada metrópole tem sua região de influência que, em conjunto, cobre todo o país.

A hierarquia dos centros urbanos foi dividida em cinco níveis. Para as 15 metrópoles convergem 97 capitais regionais, 352 centros sub-regionais, 398 centros de zona e 4.037 centros locais.

A maior parte das metrópoles encontra-se na região Sudeste, bem como os dois níveis seguintes (capitais regionais e centros sub-regionais). Já os centros de zona e centros locais são mais numerosos na região Nordeste.

As capitais regionais são centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com alcance menor em termos de região de influência em comparação com as metrópoles.

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/28043-campinas- florianopolis-e-vitoria-sao-as-novas-metropoles-brasileiras

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REGIC 2018: CAMPINAS/SP, FLORIANÓPOLIS/SC E VITÓRIA/ES PASSAM A ESTAR ENTRE AS 15 METRÓPOLES DO PAÍS

25/06/2020 Campinas/SP, Florianópolis/SC e Vitória/ES passam a figurar entre as atuais 15 Metrópoles. Com a ascensão de Campinas/SP, única cidade com esse status que não é uma capital estadual, São Paulo se torna a primeira unidade da federação com duas Metrópoles.

São Paulo (Grande Metrópole Nacional), Brasília (Metrópole Nacional) e Rio de Janeiro (Metrópole Nacional) possuem a hierarquia mais elevada entre as cidades. Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA e Manaus (AM) completam o grupo das Metrópoles.

Entre as Capitais Regionais nos Estados, são 32 novas cidades nessa categoria, totalizando 97. O Estado de São Paulo apresentou o maior número absoluto, passando de 12 para 20 Capitais Regionais. Esse número é ainda maior quando se considera as Capitais Regionais sob influência da Metrópole de São Paulo/SP, que espraia sua rede para outros Estados, chegando a 26 Capitais Regionais em sua área.

Mato Grosso e Rondônia, que tinham apenas Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO) como Capitais Regionais, agora possuem mais duas cidades nesse nível, respectivamente, Sinop (MT) e Rondonópolis (MT); e Cacoal (RO) e Ji-Paraná (RO). Goiás, que não possuía nenhuma, agora tem Anápolis (GO) como Capital Regional.

A pesquisa apresenta também um panorama da atratividade das cidades brasileiras que recebem pessoas residentes nos países vizinhos para acessar bens e serviços. Os temas que mais suscitaram relacionamentos entre cidades através das fronteiras são os deslocamentos para compras de calçados e vestuários, ligando 65 localidades estrangeiras ao Brasil. Outro fator de atração são as atividades culturais, que produziram padrões complexos de relacionamentos, com uma disseminação de ligações ao longo da fronteira brasileira desde o sul do Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.

A pesquisa mostra também a distância a ser percorrida pela população de um determinado local para adquirir produtos e serviços em outras cidades. A ida a aeroportos proporciona a maior distância média de deslocamento, com 174 km. O estado que registrou o maior deslocamento médio foi Mato Grosso, com 284 km, seguido pelo Amazonas, com 273 km.

Para cursar ensino superior, a média de deslocamento foi de 92 km, enquanto para atividades culturais, a pesquisa mostra que a média foi de 66 km, a menor dentre todas as temáticas. São Paulo/SP é a cidade com maior centralidade para atividades culturais e esportivas, mas Parintins (AM) e os Arranjos Populacionais de Cabo Frio/RJ e Ribeirão Preto/SP chamam a atenção por possuírem a atração para cultura muito maior do que atração geral que exercem.

Já para serviços de saúde de alta complexidade, o deslocamento da população entre Cidades foi de 155 km, enquanto para serviços de saúde de média e baixa complexidade foi de 72 km.

O deslocamento médio da população para adquirir eletroeletrônicos e móveis foi de 73 km, número que se repete para a busca de atividades esportivas. O deslocamento médio para a aquisição de vestuário e calçados foi de 78 km. Os dados relativos aos serviços de saúde e de compras de vestuário e eletroeletrônicos foram antecipados em abril e maio, respectivamente, para auxiliar no combate à pandemia de Covid-19.

O estudo sobre as Regiões de Influência das Cidades (REGIC) 2018 identifica e analisa a rede urbana brasileira, estabelecendo a hierarquia dos centros urbanos e as regiões de influência das cidades. O resultado mostra a forma pela qual as cidades se relacionam entre si, através do deslocamento de pessoas em busca de bens e serviços, bem como pelas ligações entre sedes e filiais de empresas e instituições públicas multilocalizadas. A publicação completa e as tabelas de apoio estão disponíveis à direita desta página.

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Dimensão das redes de primeiro nível (metrópoles)

Redes de primeiro nível (metrópoles)

População

2018 Área (km2)

Densidade demográfica

(hab/km²)

PIB per capita

PIB total (R$1 000)

PIB Metrópole/

região de influência AP São Paulo/SP 49 295 747 688 624,11 71,59 42 373,50 2.088.833.313 52,95

AP Brasília/DF 11 649 359 1 753 408,92 6,64 39 251,94 457 259 929 53,89 AP Rio de

Janeiro/RJ 17 296 239 48 796,38 354,46 37 156,08 642 660 440 75,7 AP Belém/PA 9 335 660 1.374.601,90 6,79 16 270,49 151 895 774 25,78

AP Belo

Horizonte/MG 21 069 799 571 747,74 36,85 25 954,38 546 853 629 31,57 AP Campinas/SP 4 396 180 14 072,95 312,39 48 902,34 214 983 509 60,52 AP Curitiba/PR 11 654 092 210 851,46 55,27 35 143,78 409 568 832 35,49

AP

Florianópolis/SC 7 138 738 96 954,37 73,63 36 348,80 259 484 525 14,05 AP Fortaleza/CE 20 109 664 764 171,93 26,32 13 561,33 272 713 836 29,93 AP Goiânia/GO 8 269 552 964 430,48 8,57 26 706,14 220 847 808 30,39 Manaus 4 490 260 1 624 605,16 2,76 21 985,26 98 719 516 71,21 AP Porto Alegre/RS 11 293 956 266 877,95 42,32 36 069,72 407 369 834 38,97 AP Recife/PE 23 601 254 345 048,83 68,4 16 304,43 384 805 000 26,21 AP Salvador/BA 14 471 227 479 065,04 30,21 17 538,67 253 806 046 45,22 AP Vitória/ES 4 468 927 67 117,81 66,58 26 307,95 117 568 317 51,83 AP = Arranjo Populacional

A REGIC 2018 apresenta os Arranjos Populacionais de Vitória/ES, Florianópolis/SC e Campinas/SP, a única não capital estadual, como novas Metrópoles do país. O Arranjo Populacional de São Paulo/SP segue sendo a Grande Metrópole Nacional, maior nível de hierarquia urbana. No segundo nível de Metrópoles estão os Arranjos Populacionais de Rio de Janeiro/RJ e Brasília/DF, como Metrópoles Nacionais. Já os Arranjos Populacionais de Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA e o município de Manaus (AM) completam a lista de Metrópoles.

O segundo nível são as Capitais Regionais, centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com alcance menor em termos de região de influência em comparação com as metrópoles. O número de cidades nesta lista subiu de 70 para 97. São três subdivisões: Capital Regional A, Capital Regional B e Capital Regional C.

Referências

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