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Produção em Audiovisual e Cinema

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Academic year: 2022

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Indaial – 2021

P rodução em

A udiovisuAl e C inemA

Profª. Denise Jorge Serafini Furtado

1a Edição

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Elaboração:

Profª. Denise Jorge Serafini Furtado

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

F992p

Furtado, Denise Jorge Serafini

Produção em audiovisual e cinema. / Denise Jorge Serafini Furtado.

– Indaial: UNIASSELVI, 2021.

182 p.; il.

ISBN 978-65-5663-460-9 ISBN Digital 978-65-5663-456-2

1. Mídia digital. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

CDD 004

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A PresentAção

Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Produção em Audiovisual e Cinema do curso Tecnologia em Produção Cultural.

Vivemos em uma época em que percebemos que o acesso a bens culturais rompe diversas barreiras, pois atualmente existem facilidades que nos permitem conhecer o que está longe no tempo e no espaço, mesmo que de formas alternativas à vivência física. Nesse sentido, o audiovisual ocupa um lugar de destaque, pois todos nós somos consumidores de produtos audiovisuais em diferentes gêneros, formatos e janelas. Não por nada o universo cinematográfico e audiovisual tornou-se uma janela para o mundo.

Durante esta nossa jornada, vamos buscar conhecer os aspectos conceituais, técnicos e práticos do fazer audiovisual.

Na Unidade 1, nós trataremos dos fundamentos do cinema e do audiovisual. Vamos buscar identificar os aspectos históricos, técnicos, os personagens do cinema e de seus sucessores no universo da comunicação, identificando e compreendendo os elementos que fizeram e fazem do cinema e do audiovisual uma linguagem.

Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as categorias, gêneros e formatos do audiovisual e os principais movimentos cinematográficos, empregados como referência na produção audiovisual. Também vamos estudar as etapas para a concepção de um produto audiovisual, independente da sua complexidade, categoria ou gênero. Para dar conta dessa organização, vamos conhecer a equipe fundamental para pôr em prática qualquer projeto audiovisual, com o conhecimento da linguagem e termos técnicos, além de equipamentos disponíveis para o desenvolvimento de um produto.

Por fim, na Unidade 3, aprenderemos a desenvolver as etapas da produção em suas especificidades durante a execução de um projeto audiovisual para, com o produto desenvolvido buscar sua socialização em canais de circulação de obras audiovisuais.

Durante esse percurso, daremos sugestões de filmes e vídeos que contribuam com seu aprendizado, bem como curiosidades e atividades que estimulem a compreensão e apropriação do conhecimento.

Aproveite e bons estudos!

Denise Jorge Serafini Furtado

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

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Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você

terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!

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s umário

UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM: OS FUNDAMENTOS DO

CINEMA E DO AUDIOVISUAL ... 1

TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS E TÉCNICOS DO CINEMA, TV E VÍDEO ... 3

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 O CINEMA ... 5

3 A TV ... 13

4 O VÍDEO ... 21

RESUMO DO TÓPICO 1... 23

AUTOATIVIDADE ... 24

TÓPICO 2 — A COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL COMO LINGUAGEM ... 27

1 INTRODUÇÃO ... 27

2 A LINGUAGEM AUDIOVISUAL ... 29

RESUMO DO TÓPICO 2... 31

AUTOATIVIDADE ... 32

TÓPICO 3 — OS ELEMENTOS NARRATIVOS DO AUDIOVISUAL ... 33

1 INTRODUÇÃO ... 33

2 ELEMENTOS ESPECÍFICOS E NÃO ESPECÍFICOS ... 33

3 ROTEIRO E EDIÇÃO ... 45

LEITURA COMPLEMENTAR ... 50

RESUMO DO TÓPICO 3... 53

AUTOATIVIDADE ... 54

REFERÊNCIAS ... 56

UNIDADE 2 — ESTÉTICAS E PESSOAL NA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL ...59

TÓPICO 1 — OS MOVIMENTOS CINEMATOGRÁFICOS E SUAS PARTICULARIDADES ... 61

1 INTRODUÇÃO ... 61

2 O EXPRESSIONISMO ALEMÃO ... 62

3 O NEORREALISMO ITALIANO ... 63

4 NOUVELLE VAGUE FRANCESA ... 65

5 CINEMA NOVO – BRASIL ... 66

6 NOVA HOLLYWOOD ... 68

7 DOGMA 95 ... 70

8 SURREALISMO ... 72

RESUMO DO TÓPICO 1... 74

AUTOATIVIDADE ... 75

(8)

1 INTRODUÇÃO ... 77

2 CATEGORIAS ... 78

3 GÊNEROS ... 79

4 FORMATO ... 81

LEITURA COMPLEMENTAR ... 87

RESUMO DO TÓPICO 2... 93

AUTOATIVIDADE ... 94

TÓPICO 3 — A EQUIPE EM UMA PRODUÇÃO E SUAS FUNÇÕES NO SET... 97

1 INTRODUÇÃO ... 97

2 COMPOSIÇÃO DE EQUIPE PARA PRODUÇÃO ... 98

2.1 O PRODUTOR ...98

2.2 A DIREÇÃO ...99

2.3 A ARTE ...100

2.4 A FOTOGRAFIA ...101

2.5 O SOM ...102

2.6 A FINALIZAÇÃO ... 103

RESUMO DO TÓPICO 3... 106

AUTOATIVIDADE ... 107

REFERÊNCIAS ... 109

UNIDADE 3 — PRODUÇÃO AUDIOVISUAL APLICADA ... 111

TÓPICO 1 — ETAPAS DA PRODUÇÃO ... 113

1 INTRODUÇÃO ... 113

2 A PRÉ-PRODUÇÃO ... 113

2.1 A PRODUÇÃO ... 115

3 A PÓS-PRODUÇÃO ... 118

RESUMO DO TÓPICO 1... 119

AUTOATIVIDADE ... 120

TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS E TERMINOLOGIAS ... 121

1 INTRODUÇÃO ... 121

2 EQUIPAMENTOS ... 121

2.1 CÂMERAS ...121

2.1.1 Câmeras DSLR ...122

2.1.2 Câmeras mirrorless ...122

2.1.3 Blackmagic Pocket ... 123

2.2 CÂMERAS DE CINEMA ... 123

2.2.1 Arri ALEXA ... 124

2.2.2 RED ... 125

2.2.3 Panavision ... 126

2.3 OBJETIVAS ... 126

3 ELÉTRICA E MAQUINARIA ... 129

3.1 ELÉTRICA ...129

3.1.1 Fresnel ...129

3.1.2 KINO FLOOD (ou Flo) ... 130

3.1.3 Refletores daylight ... 131

3.1.4 Iluminador LED ... 131

(9)

3.2.1 Tripés ... 132

3.2.2 Gimbal ... 133

3.2.3 Movimento ... 135

4 ÁUDIO ... 136

4.1 O MICROFONE DE LAPELA ... 136

4.2 MICROFONES SEM FIO ... 136

4.3 MICROFONE DIRECIONAL (UNIDIRECIONAL) ... 137

4.4 GRAVADORES DE ÁUDIO ... 139

5 SOFTWARES ... 140

5.1 ADOBE PREMIERE PRO ... 141

5.2 FINAL CUT PRO ... 141

5.3 SONY VEGAS PRO ... 142

5.4 DAVINCI RESOLVE ... 143

5.5 ADOBE AFFTER EFFECTS ... 144

5.6 ADOBE AUDITION ... 145

5.7 AUDACITY ... 145

6 GLOSSÁRIO AUDIOVISUAL ... 146

RESUMO DO TÓPICO 2... 152

AUTOATIVIDADE ... 153

TÓPICO 3 — DISTRIBUIÇÃO, EXIBIÇÃO E ASPECTOS LEGAIS ... 155

1 INTRODUÇÃO ... 155

2 A DISTRIBUIÇÃO AUDIOVISUAL ... 156

3 FESTIVAIS E MOSTRAS ... 158

3.1 CINEFEST 360 – FESTIVAL DE CINEMA EM CURITIBA ... 158

3.2 OLHAR DE CINEMA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURITIBA ... 159

3.3 FRAPA – FESTIVAL DO ROTEIRO AUDIOVISUAL DE PORTO ALEGRE ... 159

3.4 FAM – FLORIANÓPOLIS AUDIOVISUAL MERCOSUL ... 159

3.5 FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO ... 160

3.6 MOSTRA DE CINEMA INFANTIL DE FLORIANÓPOLIS ... 160

3.7 FESTIVAL CURTA CINEMA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS DO RIO DE JANEIRO ... 161

3.8 FCV – FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA ... 161

3.9 TELLURIDE FILM FESTIVAL ... 162

3.10 PALM SPRINGS FILM FESTIVAL ... 162

3.11 SUNDANCE FILM FESTIVAL ... 163

3.12 SANTA BARBARA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL ... 163

3.13 SXSW FILM FESTIVAL ... 163

3.14 DANCES WITH FILMS ... 163

3.15 FLORIDA FILM FESTIVAL ... 164

3.16 NEW YORK FILM FESTIVAL ... 164

3.17 OTTAWA INTERNATIONAL ANIMATION FESTIVAL ... 164

3.18 HOT DOCS ... 165

3.19 CANADIAN INTERNATIONAL COMEDY FILM FESTIVAL ... 165

3.20 WHISTLER FILM FESTIVAL ... 165

3.21 CINE MÉXICO NOW ... 166

3.22 FEMCINE ... 166

3.23 FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE VALDIVIA ... 166

2.24 LIMA ALTERNA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL ... 167

3.25 SHORTS MEXICO ... 167

3.26 FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE ORURO ... 167

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3.28 FESTIVAL CINEMATOGRÁFICO INTERNACIONAL DEL URUGUAY ... 168

3.29 FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE BUENOS AIRES (BUEIFF) ... 169

3.30 BUENOS AIRES FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA INDEPENDENTE (BAFICI) ... 169

4 ASPECTOS LEGAIS ... 170

4.1 OS DIREITOS AUTORAIS ... 170

4.2 OS EDITAIS ... 171

4.3 CONTRATOS, CESSÃO E LICENÇAS ... 171

LEITURA COMPLEMENTAR ... 173

RESUMO DO TÓPICO 3... 177

AUTOATIVIDADE ... 178

REFERÊNCIAS ... 180

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UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM: OS

FUNDAMENTOS DO CINEMA E DO AUDIOVISUAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os aspectos históricos e técnicos que caracterizam o universo do cinema e do audiovisual e seus idealizadores;

• entender o percurso de desenvolvimentos dos meios que possibilitaram o desenvolvimento do audiovisual;

• identificar os elementos da linguagem que compõem o audiovisual;

• compreender a dinâmica de uso dos planos empregados em todas as produções cinematográficas e/ou audiovisuais.

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará dicas e autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E TÉCNICOS DO CINEMA, TV E VÍDEO

TÓPICO 2 – A COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL COMO LINGUAGEM TÓPICO 3 – OS ELEMENTOS NARRATIVOS DO AUDIOVISUAL

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

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TÓPICO 1 —

UNIDADE 1

ASPECTOS HISTÓRICOS E TÉCNICOS DO CINEMA, TV E VÍDEO 1 INTRODUÇÃO

Desde o início da humanidade o homem tem necessidade de se comunicar buscando formas para se expressar, compartilhar, trocar informações e deixar registros de seus feitos ou pensamentos. Podemos verificar essa questão com o que a história nos revela diante das imagens rupestres deixadas pelos homens das cavernas, ou com o que as formas de comunicação por sinais de fumaça, sons de tambores e os próprios sons emitidos pelos homens primitivos empregavam, antes do desenvolvimento da fala como a conhecemos e a empregamos hoje.

Nesse sentido, é possível afirmar que a comunicação surgiu por uma necessidade do indivíduo e a linguagem e o seu desenvolvimento foi uma consequência dessa necessidade. Com a evolução do ser humano, a linguagem – ou as linguagens, foram se desenvolvendo e o homem se apropriando de suas possibilidades.

A linguagem não se destina apenas a perceber o mundo, a categorizar a realidade, a servir de instrumento de interação social, a informar, a influenciar, a exprimir sentimentos e emoções, a criar e a manter laços sociais, a falar da própria linguagem, a ser fonte e lugar de prazer, a forjar uma identidade para o falante, mas é também uma forma de ação (FIORIN, 2020, p. 14).

Assim, vamos iniciar nossa jornada na disciplina de Produção em Audiovisual e Cinema, resgatando as questões que envolvem a comunicação e o desenvolvimento da linguagem e do universo criado diante de tanto desenvolvimento tecnológico e social ao longo dos anos, bem como trazer os aspectos históricos vividos para o desenvolvimento dessa linguagem.

Relacionar a linguagem ao que vamos estudar nesta disciplina é de fundamental importância, pois, como sabemos, todo país tem sua língua, com seus códigos, os quais a sociedade de diferentes culturas se apropria. A partir dessa apropriação é possível – empregando formas de linguagem, se comunicar. No processo de comunicação também é importante considerar contextos socioculturais.

No audiovisual também é necessário se apropriar dos códigos estabelecidos e empregados para se comunicar, empregando essa forma de linguagem.

Dessa forma, no universo cinematográfico e audiovisual também existem códigos que permitem uma comunicação a partir do seu desenvolvimento enquanto linguagem e a apropriação desses códigos pelo indivíduo sempre

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ocorreu de forma natural, pois, todos nós fomos expostos a essa linguagem desde crianças e, sem ter recebido orientação específica para codificá-la, até porque ela utiliza códigos que reconhecemos, naturalmente.

Ao longo da história do cinema existem aspectos fundamentais para a compreensão do seu entendimento enquanto um espaço sociológico, político, psicológico, artístico e técnico. Sim, essa arte, essa indústria ou essa linguagem pode tratar de inúmeros temas em abordagens diversas.

Assim também é a televisão, criando um mundo de possibilidades de entretenimento e acesso à informação que foi se desenvolvendo e trazendo à sociedade uma janela para o mundo, especialmente quando ela deixa de ser ao vivo e passa a ser gravada com o surgimento do vídeo tape – o vídeo, ou seja, a possibilidade tecnológica de fazer o registro e exibi-lo novamente em outro tempo, por inúmeras vezes.

E o que pensar sobre a internet, abrindo um espaço para tantas outras possibilidades de comunicação e linguagens? Um espaço que tem sido empregado para distribuir conteúdos audiovisuais. Um universo para socializar informação, entretenimento, cultura e educação. Nosso objetivo aqui não é aprofundar todos os campos de contribuição desses meios, mas trilhar junto com você acadêmico, um percurso para conhecer a chegada do cinema, o impacto desse momento e o seu desenvolvimento enquanto uma linguagem que foi o ponto de partida para o universo do audiovisual.

Precisamos considerar com atenção que, quando falamos em cinema, tratamos de uma manifestação artística – conhecida como a sétima arte. Uma arte que Martin (2013) reconhece, que pela sua própria natureza, oferece algumas armas contra ela mesma. Ele fala da questão da fragilidade diante do material empregado, que é a película e que pode se danificar facilmente. Outro aspecto é pela questão do direito autoral das obras ou pela dependência criativa de seus criadores em relação as questões econômicas que envolvem uma produção.

A partir da criação do cinema em 1895, não tardou para que a televisão chegasse em 1920 e o vídeo alguns anos depois, a partir da década de 1960.

A partir dali surgiram os próximos, e os seus sucessores não inviabilizaram a continuidade do desenvolvimento dos seus antecessores. Podemos dizer que, os diferentes meios foram se desenvolvendo em termos tecnológicos e de linguagem, um servindo de referência para o outro buscar sua própria evolução e qualificando suas próprias características.

Percebemos dessa forma que, a partir do momento que o homem conseguiu registrar a imagem amparada no mundo real e em movimento, começaria uma nova forma de consumo e assim, o cinema, também é considerado uma indústria e consequentemente seus sucessores, como a televisão. Importante destacar que o surgimento de um meio não fez desaparecer seu antecessor. Nesse sentido, é

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Felizmente, isso não impede sua instauração estética, e a curta vida do cinema produzir suficientes obras-primas para que se possa afirmar que cinema é uma arte, uma arte que conquistou seus meios de expressão específicos e libertou-se plenamente da influência de outras artes (em particular o teatro) para fazer desabrochar suas possibilidades próprias com toda a autonomia (MARTIN, 2013, p. 15).

Vamos conversar, a partir de agora, especificamente, sobre cada uma dessas maravilhosas e transformadoras invenções do homem.

2 O CINEMA

A chegada das imagens em movimento e o seu processo de evolução até outros formatos como a TV e o vídeo é repleta de invenções, curiosidades e desafios que contaram com a contribuição de inúmeros técnicos, artistas e visionários. Assim, não é possível começarmos essa viagem pela história do cinema sem começarmos abordando o princípio do registro de imagens que ocorreu com a fotografia.

O desejo de expressarmos em imagens tudo o que percebemos é algo que acompanha o homem desde os primórdios de sua existência, como já mencionado sobre as pinturas rupestres deixadas pelos nossos ancestrais. Ao longo dos anos, percebemos a evolução da pintura com o desenvolvimento dessa modalidade artística em inúmeros movimentos e artistas.

Mas, vamos falar da fotografia? Sim, e a fotografia chegou e deixou os artistas muito desconfortáveis, intrigados, pois eles tinham receio de perder espaço para ela.

A fotografia surge em um contexto de grande desenvolvimento e transformações socioeconômicas e culturais e envolveu diversas pessoas, momentos e lugares – inclusive o Brasil.

Sua descoberta, segundo diferentes sistemas, métodos e materiais, deu-se em função da evolução gradativa dos conhecimentos ópticos e químicos que, acumulados ao longo do tempo, foram, numa certa altura – nas três primeiras décadas do século XIX –, aplicados conjuntamente, com um mesmo propósito, por pessoas diferentes, em lugares diferentes (KOSSOY, 1980, p. 112).

Segundo Kossoy (1980), o uso da câmera escura como instrumento auxiliar para a tomada de vistas da natureza, arquitetura e outros temas já era extensivamente disseminado entre artistas e viajantes dos séculos XVII e XVIII. Mas o que marca oficialmente o início da Fotografia é a 1ª imagem fixa feita de forma rudimentar pelo cientista amador francês, aposentado da vida militar Joseph Nicéphore Niépce. Sobre a data exata de tal realização seria 1824 e 1826. O feito foi possível a partir do uso da câmera escura com o registro em placas de pedra, vidro e metal (cobre e estanho) em uma exposição ao sol de oito horas de duração e o mergulho dessa placa em químicos, como a terebintina. Esse processo foi chamado por Niépce de heliografia.

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Veja a imagem da primeira fotografia da história. O registro feito da janela da casa de seu autor, Joseph Nicéphore Niépce.

FIGURA 1 – PRIMEIRA FOTOGRAFIA DA HISTÓRIA INTITULADA “VIEW FROM THE WINDOW AT LE GRAS”

FONTE: <https://glo.bo/2RXRS7Z>. Acesso em: 15 set. 2020.

Segundo registros de estudiosos e escritores, Niépce não gostou do registro realizado, porque não refletia com exatidão a imagem de sua janela, pois havia luz em ambos os lados da fotografia, o que não expressava a verdade pelo fato do sol direcionar a sua luz em um sentido. Em busca de evoluir o processo de registros fotográficos, foi criado na França o daguerreótipo por Lois-Jacques Mandé Daguerre, tendo seu registro ocorrido em 1839. Mas, no Brasil, Hercules Florence já vinha trabalhando no desenvolvimento de uma câmera rudimentar em estudos tipográficos com diversas anotações e registros em diários desde 1833 – bem antes do feito de Daguerre e apresentação ao mundo. Mas, quem ficou oficialmente conhecido como o inventor da fotografia foi mesmo Daguerre.

Importante sempre lembrarmos o que Kossoy (1980) destaca ao afirmar que

A câmera escura é uma espécie de aparelho óptico baseado no princípio de mesmo nome sendo a base da fotografia. É uma espécie de caixa – pode ser de diferentes tamanhos, e contém um orifício por onde entra a luz refletida de objeto do lado externo.

Dentro da caixa, a luz que entra atinge a superfície oposta onde se forma a imagem do objeto externo, invertido. Aproveite e veja como fazer uma câmera escura com caixa de papelão. É muito fácil! Acesse o link e assista ao vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=yZlt8VgjKdc.

NOTA

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O fato de uma descoberta nunca surge do nada; ela é o resultado de um processo cumulativo de outras descobertas que vão sendo elaboradas ao longo do tempo, por vezes ao longo dos séculos: a descoberta da fotografia bem exemplifica isso. Ela ocorreu em função de descobrimentos químicos e ópticos anteriores, que, num dado momento, foram utilizados por determinados pesquisadores com um propósito semelhante (KOSSOY, 1980, p. 127).

FIGURA 2 – DAGUERREÓTIPO

FONTE: <https://www.ictp-saifr.org/fisica-em-dialogo-fotografia-espacial/>. Acesso em: 27 set. 2020.

A partir dos experimentos com a fotografia e a busca pelo seu aperfeiçoamento nos processos químicos utilizados, em 1907, Louis e Auguste Lumiére, criaram o Autocrhome, ou seja, a possibilidade de fazer fotografia em cores.

Amplie o seu conhecimento lendo a 1ª notícia publicada sobre a chegada da fotografia. Acesse: http://www.iconica.com.br/site/a-primeira-noticia-sobre-a-fotografia/.

DICAS

Louis e Auguste Lumiére são personagens fundamentais na história do cinema.

NOTA

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A partir do princípio da descoberta da fotografia, passando pelo aperfeiçoamento com a evolução de processos químicos que contribuíram para dar mais nitidez às imagens e com as cores, partiremos agora para um panorama sobre a chegada do cinema e o grande impacto que essa inovação teve.

No entanto, temos que considerar que antes mesmo de qualquer invento ser criado por cientistas a partir de investimento econômico e técnicas diversas para ser colocado em uso na sociedade, alguém teve de ser o idealizador desse invento e inúmeras tentativas até dar certo, como já comentamos. Com o cinema não foi diferente e é importante essa reflexão.

Parece que tudo se passa como se devêssemos inverter a causalidade histórica que vai da infraestrutura econômica às superestruturas ideológicas e considerar as descobertas técnicas fundamentais como acidentes providenciais e favoráveis, porém essencialmente secundários, em relação à ideia preliminar dos inventores. O cinema é um fenômeno idealista. A ideia que os homens fizeram dele já estava armada em seu cérebro, como no céu platônico, e o que impressiona, acima de tudo, é a resistência tenaz da matéria à ideia, mais do que as sugestões da técnica à imaginação do pesquisador (BAZIN, 2014, p. 35).

A possibilidade de registrar e ver essas imagens em movimento projetadas em uma grande tela impacta até hoje milhares de pessoas. Mas, nem sempre o cinema teve suas imagens projetadas em uma grande tela.

Inicialmente, com a criação do cinetoscópio em 1889 por Thomas Edison e William Dickson, que o homem pôde registrar ou capturar as imagens em movimento. Mas, Bazin ( 2014, p. 38) traz à discussão de que o que Edison desenvolveu teve diversos antecessores e que precisam ser valorizados como Leonardo da Vinci com seus experimentos de projeção de luz na superfície, criando a câmera escura, ou Joseph-Antoine Plateau com a criação do fenacistoscópio, em 1832, a partir da medição do tempo de persistência da imagem na retina e, fundamentalmente o praxinoscópio – uma espécie de tambor giratório com desenhos colados na sua superfície e que eram projetados por espelhos também dentro desse tambor, na contribuição de Charles Émile Reynaud.

Assim, é possível percebermos que o cinema surge de ideias e esforços coletivos ao longo dos anos, em uma continuidade, também tendo como referência a fotografia.

O cinetoscópio registrava e era usado para a projeção das imagens ao espectador, mas de uma forma individual. Bem diferente do aparelho desenvolvido pelo francês Léon Bouly em 1892, chamado de cinematógrafo, mas que foi patenteado pelos irmãos Lumiére, industriais de prestígio na época com recursos econômicos que viabilizaram garantir a eles o invento. E assim, oficialmente surge o que é conhecido por todos nós como cinema.

O filme é feito por milhares de fotografias, que chamamos fotogramas.

Em cada fotograma, a imagem ou objeto está numa posição ligeiramente

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projetados numa tela, produzindo a sensação de movimento das imagens. Não podemos distinguir um movimento contínuo, devido a uma particularidade do olho humano chamada visão persistente RODRIGUES, 2010, p. 13).

Os irmãos Lumiére passaram a realizar uma série de pequenos filmes com registros do cotidiano. O equipamento usado para o registro dos pequenos filmes era o mesmo que os projetava. E essa era a proposta da época inicial do cinema, sem uma narrativa planejada, caracterizava-se simplesmente pelo registro das cenas em ação. Entre os primeiros filmes e historicamente importantes estão o Almoço do Bebê, a Saída dos Operários da Fábrica e A Chegada do Trem na Estação, todos dos irmãos Lumiére.

FIGURA 3 – A CHEGADA DO TREM NA ESTAÇÃO – PRIMEIRO FILME NA HISTÓRIA DO CINEMA

FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=CUgvS7i4TDg>. Acesso em: 29 set. 2020.

O fenômeno da persistência da retina na visão é um dos fundamentos para a imagem em movimento. De forma simples, o fenômeno significa que, quando os nossos olhos veem um objeto iluminado, a imagem do objeto permanecerá em nossa retina por décimos de segundos após a luz desaparecer. Assim, cada imagem do fotograma não desaparece até o próximo surgir (RODRIGUES, 2010).

IMPORTANTE

Diante dos primeiros filmes, percebemos que o cinema surge documental e vamos falar sobre isso adiante.

ESTUDOS FUTUROS

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Com o registro e possibilidade de exibição, os irmãos Lumiére passaram a fazer sessões para projetar seus pequenos filmes. Os locais escolhidos para as exibições pagas eram cafés ou teatros. Os registros indicam que a primeira projeção pública ocorreu em 28 de dezembro de 1895 em um café de Paris. Vamos conferir esses primeiros filmes?

Com o início do cinema – de forma documental pelos irmãos Lumiére – principalmente, outros nomes passaram a surgir nessa história, criando também a partir do cinematógrafo. O primeiro a inovar a partir do que já tinha foi o ilusionista e teatrólogo Georges Méliès. Conhecendo a novidade em uma das exibições, Méliès se encantou. Assim, se valeu dos seus conhecimentos da arte do teatro e do ilusionismo e com investimento próprio, adquiriu o necessário para produzir um filme. Desse projeto de Mèliés, surgiu o que é considerado o primeiro filme de ficção da história do cinema: Viagem à Lua, filme inspirado nas obras de ficção de Júlio Verne e indispensável no repertório audiovisual de estudantes da área.

FIGURA 4 – CARTAZ DO FILME “VIAGEM À LUA – 1902

FONTE: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-18450/>. Acesso em: 27 set. 2020.

Na época, o pré-modernismo estava efervescendo com as novas possibilidades artísticas. O filme francês lançado em 1902 por Méliès, representou uma revolução para o período, uma vez que a sua duração é de aproximadamente

Acesse o link e veja os primeiros filmes feitos e projetados pelos Irmãos Lumiére em 1895 no Grand Café. https://www.youtube.com/watch?v=lW63SX9-MhQ.

INTERESSANTE

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vinham sendo realizados naquele tempo, em que eram produzidos com duração de aproximadamente dois minutos e tinham em suas temáticas o cotidiano e viagens realizadas, principalmente. Além disso, Viagem à Lua é considerado o principal filme a estabelecer a diferença entre filmes de ficção e filmes de não ficção cinematográfica. No seu enredo, o desejo do homem em explorar o desconhecido em uma expedição para a lua.

Por algum tempo, o início do cinema seguiu dessa forma, com os registros da realidade, de um cotidiano de hábitos culturas, registros de viagens ou com pequenas histórias de ficção com a percepção da possibilidade de mudar o cinematógrafo de posição no momento do registro conforme o cenário e a atuação dos atores e após, unir essas imagens – o que foi inicialmente feito por Méliès.

Dessa forma, as questões que envolvem os elementos artísticos do início do cinema, estão amparados na forma de fazer teatro, pois era o que os artistas da época conheciam e sabiam fazer.

Mas, o cinema foi ampliando seus horizontes e novos adeptos passaram a criar e registrar suas histórias – fossem reais ou ficcionais. E isso acontecia nessa época em outros países também, não só na Europa.

Quando Edwin S. Porter cria o filme “O Grande Roubo do Trem”, em 1903, um novo contexto de possibilidades surge para o cinema em direção a uma nova identidade (RODRIGUES, 2010). O filme “O Grande Roubo do Trem” é considerado, para a época, excepcionalmente sofisticado em sua narrativa, em virtude das inúmeras cenas distintas em relação ao espaço e ao posicionamento da câmera.

Essas percepções contribuíram para o aprofundamento do enredo desenvolvido. O filme é considerado o primeiro faroeste já feito, sendo o filme mais bem-sucedido do período pré-Griffith do cinema americano (SCHNEIDER, 2013).

Assista ao filme “Viagem à Lua”, acessando o link https://www.youtube.com/

watch?v=S5dG3Skdq6U. Aqui você acessa a versão restaurada do filme (cores) do encontro de uma cópia da película e a tecnologia digital de hoje em dia. https://www.youtube.com/

watch?v=9OwVC4NLY4w.

DICAS

Reportagem sobre a estreia de Viagem à Lua em 2011, em Cannes, em sua versão colorizada. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1505201111.htm.

DICAS

(22)

O cinema ganha projeção e novos realizadores, ainda mais audaciosos em experimentar com a câmera. Nesse contexto, chegamos a outro grande nome da história do cinema: David W. Griffith e com seu relevante filme na história do cinema: “O Nascimento de uma Nação”.

O filme “O Nascimento de uma Nação”, de 1915, pode ser considerado um artefato histórico fundamental, tendo em vista sua inovação. Schneider (2013) salienta que ele foi o primeiro épico histórico já feito, sendo Griffith, essencialmente, o criador da linguagem cinematográfica contemporânea, pois foi a partir desse filme que se inicia o uso de diferentes planos como os closes ou os movimentos de câmera e outros significativos movimentos, além da ação paralela, alternância de sequências e outras técnicas de montagem, inclusive, a primeira trilha sonora orquestrada.

Vale destacar ainda, como curiosidade, que o filme de Griffith foi o primeiro a ser exibido na Casa Branca em 1915, para o então presidente Woodrow Wilson.

Na época, o filme foi amado e odiado pelas mesmas razões, diante da temática do enredo desenvolvido. Ele foi baseado na peça explicitamente racista de Thomas Dixon, The Clansman: An Historical Romance of the Ku Klux Klan, mas, Griffith era indiferente ao teor do tema racista da película.

Sobre o filme que marcou o início da linguagem cinematográfica, seu realizador afirmou que foi o que realizou de “mais grandioso, mas não estarei satisfeito até fazer algo mais... Eu sou, como todos os seres humanos, movido pela perfeição”. (GRIFFITH, 1915 apud SCHNEIDER, 2013, p. 24).

Rodrigues (2010) destaca outro grande momento na história do cinema, em outubro de 1927 com a projeção do primeiro filme sonoro: O cantor de Jazz de Alan Crosland.

Ao longo de uma história de mais de 125 anos, podemos afirmar que o cinema se consolidou com seus movimentos e avanços tecnológicos com o advento do som, das cores, dos efeitos especiais e toda tecnologia empregada para a produção e filmes, além dos contextos socioculturais nessa trajetória.

Aqui, não vamos esmiuçar essas questões, nem nos debruçar sobre os elementos empregados para construção dessa linguagem em narrativas cada vez mais

Veja o filme “O Nascimento de Uma Nação” em: https://www.youtube.com/

watch?v=DyyGyiB6kSQ.

DICAS

(23)

3 A TV

Passamos agora para uma viagem pelo tempo envolvendo outra grande revolução da sociedade contemporânea: a televisão.

A TV sempre teve lugar de destaque em nossa vida. No seu início chegou a ser considerada um capricho, mas, atualmente, impossível não reconhecer seu papel na formação cultural da sociedade mundial. A televisão é um dispositivo mecânico que recebe sinais eletrônicos. Kellison (2006, p. 18), afirma que a TV

é como uma tela em branco aguardando pinceladas de um pintor.

O pintor pode usar o vídeo para criar imagens como se estivesse pintando uma tela. Com o vídeo, o produtor pode ir de encontro aos críticos da televisão, usando sua visão criativa, conhecimento técnicos e um conjunto extraordinário de habilidades para produzir programas singulares e sólidos.

Essa citação nos mostra como o universo do audiovisual permite criar, a partir do domínio de técnicas e conceitos que serão empregados para comunicar ideias, sejam elas com o objetivo de informar, entreter ou persuadir. Logo adiante vamos identificar de que forma se cria nessa tela para chegar aos objetivos citados.

Vamos viajar um pouco pela história da televisão? Importante sabermos que, assim como o surgimento da fotografia e do cinema, a televisão não surgiu dos esforços de apenas um cientista, e sim de vários em diferentes tempos e lugares.

Não é possível precisar quem a inventou nem quando. Mas é possível citar alguns nomes, épocas e experimentos que contribuíram para o surgimento da televisão.

Entre esses personagens está o químico sueco Jakob Berzelius que em 1817, com sua descoberta sobre a luz e a relação com o selênio abriu os novos campos para a utilização da energia elétrica. Já identificou sua importância, certo? Afinal, como assistir TV sem energia elétrica? Pois bem. Um experimento contribuindo com outro.

Em 1838 foi a contribuição de Samuel Morse com suas pesquisas em torno do eletromagneto e a ideia do telégrafo e o meio para envio de mensagens a partir de fios. Thomas Edison contribui com o que futuramente evoluiria para as válvulas de rádio e televisão. As pesquisas que envolveram a criação do cinema também tiveram importância para o surgimento da televisão. O alemão Paul Nipkow, em 1884, com a construção de um transmissor mecânico chamado de

Adiante, nesta disciplina, vamos conhecer as categorias, gêneros e formatos na televisão com diferentes objetivos.

ESTUDOS FUTUROS

(24)

disco de Nipkow – um disco de ferro, com furos e dispostos em espiral. Ao girá- lo subdividia-se o objeto em pequenos pontos e depois, em alta velocidade, os pontos se agrupavam e formava novamente a imagem do objeto. Assim, o disco girava e fazia uma varredura dos pontos possibilitando a transmissão das formas.

Com a comprovação de Heinrich Hertz das ondas eletromagnéticas e que elas poderiam ser medidas, o italiano Guglielmo Marconi constrói um aparelho que codifica as ondas em sinais elétricos permitindo a transmissão de mensagens sem usar fios e sim antenas receptoras. Essa descoberta deu origem ao rádio. No mesmo ano, 1901 Boris Rosing pesquisava na União Soviética tubos de imagem.

Anos mais tarde, Charles Jenkins nos EUA e o inglês John Lodgie Baird desenvolvem um invento com semelhanças entre eles que consistia em um disco perfurado onde captava e transmitia imagens.

Mas, foi a partir de todos esses experimentos que em 1923 o russo naturalizado americano Vladimir Zworykin inventou o iconosópio, um tubo a vácuo com uma tela de células fotoelétricas que faz uma varredura eletrônica da imagem e quatro anos após essa invenção conseguiu realizar a transmissão das imagens para uma distância de 45 quilômetros.

Assim, conforme registrado e trazido por Paternostro (1999) e Bonasio (2002), a TV é criada no início dos anos 1920, mas seguiu de forma experimental.

Já durante a década de 1930 começam as instalações de antenas transmissoras das imagens. A primeira delas foi a RCA com os estúdios da NBC em Nova York. A partir de 1940 a TV se afirma com seu sistema totalmente eletrônico e com qualidade.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento da tecnologia da TV sofreu uma parada... Mas, entre o final dos anos 40 e o começo dos 50, a TV entrou na vida de praticamente todos os países e se firmou como meio de informação e comunicação de massa. O telespectador tinha a garantia da boa imagem e indústria passou a se preocupar com os aperfeiçoamentos, que duram até os nossos dias (PATERNOSTRO, 1999, p. 24).

Percebemos que a força que a televisão teve e ainda tem é inquestionável.

Até mesmo diante das novas tecnologias a TV permanece e se reinventa, o que vem ocorrendo já há algum tempo, mas deve ter seu processo acelerado diante da crise provocada pela pandemia da COVID-19. Segundo Marcelo Coutinho (2020), em reportagem na revista Meio&Mensagem, a televisão deverá passar por mudanças “tanto quanto desde 1950, quando desembarcou no País. Afinal, uma das características das grandes crises é que elas aceleram processos históricos, como pontuou Yuval Harari ainda nos primeiros dias da chegada do coronavírus”

(COUTINHO, 2020).

O que deve entrar em um novo ritmo é o processo já iniciado com a chegada da TV Digital possibilitando maior interatividade e até a fusão entre

(25)

Aqui no Brasil, a TV passou a fazer parte das nossas vidas oficialmente em 18 de setembro de 1950. Após alguns testes, São Paulo foi a cidade escolhida para o início das transmissões, com atitude corajosa do visionário Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Chateaubriand, então proprietário dos Diários e Emissoras Associadas – o que pode ser considerado o primeiro império da comunicação do país com jornais e rádios, trouxe dos Estados Unidos os equipamentos e os técnicos para implantar a televisão aqui no Brasil. “Uma antena para retransmissão foi instalada no alto do edifício do Banco do Estado de São Paulo, de onde foram exibidas as imagens que vinham do estúdio do prédio dos Diários Associados” (PATERNOSTRO, 1999, p. 28). O sinal chegava apenas até Santos e Campinas.

No início, a TV era totalmente ao vivo e não houve formação profissional para o novo meio de comunicação da época. Assim, não se sabia “fazer TV”, por isso, foram chamados os técnicos, jornalistas e artistas do rádio, meio que já estava consolidado, inclusive em sua programação. Assim, o início da TV se deu a partir do que era feito no rádio.

Como os aparelhos receptores eram muito caros apenas algumas famílias da elite tinham aparelho, por isso Chateaubriand também importou dos Estados Unidos em torno de 100 aparelhos e distribuiu em pontos da cidade para que a sociedade pudesse conhecer a televisão. Em poucos anos, a TV se tornou popular e mais acessível fazendo parte da vida de todas as famílias como um dos principais eletrodomésticos da casa. Com mais de 70 anos de história a televisão passou por diversas transformações como ressalta Bonasio (2002, p. 14) do ao vivo, para a programação gravada (graças ao videoteipe), da TV em preto e branco para a TV em cores, da local para a TV mundial via satélite, da TV Analógica para a TV digital com a possibilidade da interatividade e da baixa resolução para a alta definição na qualidade de som e imagem com sua multiprogramação.

E falando em programação, você sabe como era a programação no início da televisão no Brasil? É, veio do rádio. O que era feito lá, era trazido para a TV:

programa de auditório, calouros, apresentação de artistas, leitura das notícias pelo então apresentador e com poucas imagens, registradas inicialmente em película – o que era muito pouco funcional em função da demora para a revelação dela. As radionovelas que faziam sucesso no rádio, também foram levadas para a televisão.

Acesse o link e assista a um especial sobre TV Digital no Brasil. https://tvbrasil.ebc.

com.br/ciencia-e-tudo/2020/07/transformacoes-da-tv-digital.

ATENCAO

(26)

Um dos grandes legados da TV brasileira é a dramaturgia. As novelas brasileiras têm repercussão internacional, seja pela qualidade técnica, seja pelas temáticas abordadas. Surgiram na década de 1963, na extinta TV Excelcior com uma adaptação da mexicana Direito de Nascer.

As telenovelas exerceram importante papel na construção da identidade nacional. Novelas são documentos históricos. Valores são discutidos em suas tramas. É o cotidiano do brasileiro na tela da TV em rede nacional e horário nobre.

Lopes, Borelli e Resende (2002, p. 23) afirmam que

o gênero do melodrama como matriz cultural de significação, a telenovela é entendida como um construto que ativa na audiência uma competência cultural e técnica em função da construção de um repertório comum, que passa a ser um repertório compartilhado de representações identitárias, seja sobre a realidade social, seja sobre o próprio indivíduo.

Lopes, Borelli e Resende (2002, p. 23) destacam o contexto da produção e do consumo da audiência ao longo dos anos para a telenovela em que “constitui- se em um representante privilegiado da tardia modernidade brasileira".

De fato, como disse Gloria Perez, no especial produzido sobre os 70 anos da TV Brasileira e exibido pela Rede Globo no mês de setembro “Cada capítulo é um espetáculo – você ri, você se emociona e você reflete” (PEREZ, GLOBO REPÓRTER, 2020).

No início, a TV era ao vivo, no improviso. Conheça um pouco mais dessa história, assistindo ao especial em comemoração aos 70 anos da TV brasileira. https://www.youtube.

com/watch?v=64U2glQzzJ8.

IMPORTANTE

O investimento tecnológico feito pela TV Globo em 1969 foi fundamental para que a dramaturgia feita no país tomasse outro rumo – o de ser referência nesse tipo e produção audiovisual. Seguindo o modelo da TV americana, a Globo se destacou e implantou um padrão de qualidade em questões técnicas e de

Veja lista das melhores novelas da história indicada por 12 jurados estudiosos da dramaturgia. https://veja.abril.com.br/cultura/as-melhores-novelas-da-tv-brasileira/.

DICAS

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Cada capítulo de uma novela pode ser considerado um espetáculo onde é possível se emocionar e refletir. E esse artefato teve sua evolução que provocou ainda mais impacto.

Foi na década de 1970 – mesmo com as regras impostas pela censura militar que a TV passou para uma nova e glamorosa fase – a da cor. A primeira transmissão em cores no país ocorreu no Rio Grande do Sul, realizada pela TV Difusora durante a inauguração de uma das festas mais tradicionais do estado – a Festa da UVA, em Caxias do Sul. E a primeira novela exibida em cores foi o Bem- Amado, de Dias Gomes, em 1972 produzida pela Rede Globo.

Nessa mesma década, outro avanço e que segue nesse padrão até a atualidade foi a programação nacional, ou seja, uma programação exibida em rede pela emissora sede, com suas afiliadas espalhadas pelo país (PATERNOSTRO, 1999, p. 32.)

Televisão é... um sistema importante na educação, entretenimento, informação, interação. A TV comunica pelos seus programas dramáticos, musicais, shows, jornalismo global e local, comédia, especiais, eventos, esportes, circuito fechado, internet... Tudo isso é televisão! (BONASIO, 2020, p. 22).

A telenovela brasileira aproxima o Brasil diante de todas as culturas valorizadas na telinha. Histórias que exploram temáticas sociais, históricas, culturais e polêmicas muitas vezes. Lembra Escrava Isaura, Pecado Capital, Roque Santeiro, Guerra dos Sexos, Vale Tudo ou Avenida Brasil? O belo do nosso país também teve destaque com a novela Pantanal, marcando uma nova proposta de linguagem na dramaturgia a partir de um conceito contemplativo de uma região do Brasil, sendo apresentada aos brasileiros. Talvez você não lembre em função da idade, mas certamente seus pais ou avós acompanharam essas narrativas que faziam o país parar em frente à tela, no horário nobre da TV.

Saiba mais sobre a primeira telenovela em cores do Brasil acessando o link.

https://memoriaglobo.globo.com/entretenimento/novelas/o-bem-amado/bastidores/.

DICAS

Horário Nobre é considerado o que compreende o minuto mais caro para a exibição de comerciais na emissora e até alguns anos atrás era considerado das 19 horas às 22 horas. Atualmente, esse horário está ampliado começando às 18 horas até às 24 horas.

Em algumas emissoras, dependendo do programa exibido pode passar da meia noite, pois a atração na programação, valoriza o tempo comercial. Leia mais sobre essa questão acessando: https://vejario.abril.com.br/blog/manoel-carlos/horario-nobre/.

DICAS

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Vamos falar agora sobre a informação na televisão? O jornalismo é outro grande destaque na TV brasileira e alguns programas são o principal produto do horário nobre. A informação é valiosa e fundamental para a sociedade. A imagem contribui para ampliar esse valor. Imagem é documento histórico e ao longo dos anos percebemos o espaço que ganhou com o propósito de conhecermos e entendermos o mundo.

Como você já estudou, a televisão no Brasil foi trazida dos Estados Unidos e teve sua inspiração na programação daquele país. Assim, junto com o conhecimento do que se fazia no rádio foi sendo criada a programação da TV aqui no país, com espaço para a informação – jornalismo com a possibilidade da ilustração pelas imagens.

No dia seguinte ao da inauguração da TV no Brasil, a TV Tupi transmitiu o primeiro telejornal do país. Foi o “Imagens do Dia” apresentado por Maurício Gama que simplesmente lia as notícias em frente à câmera, algumas com imagens brutas (sem edição e som) dos acontecimentos daquele dia. Sempre em um tom muito formal. O telejornal durava o tempo que fosse necessário para a transmissão dos fatos e imagens. Pouco mais de um ano após sua estreia foi substituído pelo Telenotícias Panair, pontual, mas ficou pouco tempo no ar.

Mas, Paternostro (1999, p. 35) indica que o primeiro TJ de sucesso foi o Repórter Esso, que estreou em 1953, também na TV Tupi e ficou no ar por quase 20 anos. Foi um marco na história do telejornalismo brasileiro e um dos programas de maior sucesso na história da televisão.

O repórter Esso era apresentado por locutores de rádio já conhecidos:

Kalil Filho e Gontijo Teodoro. A empresa Esso comprava espaços para anúncios e por isso, o programa levava o nome da empresa.

FIGURA 5 – GONTIJO TEODORO – APRESENTADOR DO REPÓRTER ESSO

FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=cR4qDJGt5Esicar>. Acesso em: 29 set. 2020.

(29)

No início da história do jornalismo na TV, as imagens eram lentas e a linguagem solene. Percebeu ao assistir o Repórter Esso? A tecnologia empregada na época era pesada – nem se aproxima ao que é hoje. A própria linguagem do telejornalismo passou por diversas evoluções, além da tecnológica, pois hoje a linguagem verbal é muito mais coloquial, buscando aproximação com o espectador.

O texto é construído para ser falado, em uma espécie de conversa com o espectador.

A chegada do videoteipe foi o divisor de águas na conquista da agilidade, qualidade e credibilidade da notícia vista na TV, pela possibilidade do registro dos fatos e da futura exibição quantas vezes fossem necessárias ainda. Vamos falar mais sobre o videoteipe mais adiante, ainda nesta unidade.

Na área do jornalismo, importante sabermos também que o Jornal Nacional – no ar até hoje, estreou em 1969 com muitas inovações, seguindo o modelo de jornalismo americano com a figura do âncora e dos repórteres na rua.

Mas, a grande inovação foi a exibição das notícias em rede nacional.

A programação da Globo era gerada no RJ e transmitida para diversas emissoras a partir de um sistema da Embratel, que associava a emissão por micro-ondas e por satélite. No jornalismo brasileiro, o JN, por anos, foi a grande referência para a busca da informação pelos brasileiros. Sempre foi também referência para um padrão, copiado por todas as demais emissoras brasileiras, que ao longo dos anos também foram trazendo seus noticiosos a um alto padrão de qualidade. Paternostro (1999, p. 36) destaca que o JN foi “o primeiro a apresentar reportagens em cores; o primeiro a mostrar imagens – via satélite, de acontecimentos internacionais no mesmo instante em que eles ocorriam”.

Deixando de lado qualquer questão ideológica e partidária, o JN ocupa lugar de destaque na vida do brasileiro que busca informação. Bonner (2009) destaca o objetivo do telejornal no livro Jornal Nacional Modo de Fazer, escrito quando o TJ completou 40 anos no ar “O Jornal Nacional tem por objetivo mostrar o que aconteceu naquele dia, com isenção, pluralidade, clareza e correção.

(BONNER, 2009, p. 17).

Novas tecnologias foram surgindo, novas linguagens para se comunicar com o espectador e muitos desafios superados e outros tantos que surgem a todo instante. Ao longo dos 70 anos da TV, foram feitos muitos registros que servem de documento histórico mundial e o telejornalismo esteve sempre presente,

Assista a um trecho do Repórter Esso e conheça a famosa abertura do telejornal:

“Aqui fala seu Repórter Esso, testemunha ocular da história”. Acesse o link: https://www.

youtube.com/watch?v=cR4qDJGt5Esicar.

DICAS

(30)

cumprindo sua missão. É a televisão novamente mostrando sua capacidade e sua função de ser uma janela para o mundo. Quantas vezes, ao longo de sua vida, foi justamente a televisão o canal para que você soubesse o que estava acontecendo no Brasil e no mundo? É fato a força da televisão quanto à informação.

Falamos de entretenimento e informação. Podemos dizer que essa dupla é quem comanda a programação em uma emissora de televisão. Mas, tudo isso só é possível de ser produzido porque existe a publicidade.

Os anunciantes foram fundamentais em todas as etapas da história da televisão. Nos primeiros anos, sem o videoteipe até os comerciais eram feitos ao vivo e como já vimos, os programas levavam muitas vezes o nome do seu patrocinador. A publicidade também evoluiu e os anúncios passaram a ter tempo controlado e a ficarem cada vez mais qualificados. Muitos, também estão na memória do espectador. Afinal, também é possível se emocionar e se divertir assistindo a esse show à parte da televisão brasileira que é o break comercial, onde são empregados todos os elementos da linguagem audiovisual.

Qualquer comercial é criado com objetivos específicos, mas independentemente buscam informar, persuadir e motivar o espectador a alguma ação. Normalmente, essa ação é a compra de um produto ou serviço. Mas, os comerciais vendem ideias também que podem mudar o comportamento da sociedade.

Normalmente, o comercial tem tempo de duração curto, 30 segundos em seu padrão mais empregado. Mas pode ter variações como de 60 segundos.

Conforme Elin e Lapides (2006), existem três tipos de comerciais de TV:

• voltado para as vendas: seu objetivo é estimular a preferência o desejo do espectador em relação ao produto /serviço;

• voltado para a construção da imagem: seu objetivo é o de despertar no consumidor associações positivas em relação a empresa, serviço ou produto;

• voltado para utilidade pública: seu objetivo não é comercial e sim informar ou persuadir o espectador sobre algo que seja do próprio interesse do público.

Assim como a fotografia, o cinema e o rádio, a TV surgiu do esforço de muitos homens que sonharam e com o domínio da ciência realizaram. A TV

Acesse o link e assista a alguns dos comerciais que marcaram a história da televisão brasileira. https://observatoriodatv.uol.com.br/noticias/relembre-os-comerciais-de- tv-que-marcaram-a-sua-vida.

DICAS

(31)

magia toda acontecer são necessárias muitas pessoas criativas, com boa vontade e conhecimento para diariamente produzir novos conteúdos que informam e entretém o espectador.

Destacamos a reflexão de Bonasio (2002, p. 14) “Televisão é mistura de arte e ciência, e todos os profissionais de televisão tem um componente de criatividade a ser aplicado por intermédio dos equipamentos ou de suas áreas”. A televisão, se valendo da linguagem audiovisual para comunicar suas ideias, se mantém viva na contemporaneidade, se reinventando sempre que necessário para seguir adiante, buscando novas possibilidades com bons conteúdos e tecnologia.

A televisão se revelou como uma janela para o mundo com as imagens em movimento e um repertório recheado de entretenimento e informação.

4 O VÍDEO

Quando começamos a falar sobre vídeo é importante definirmos sua conceituação, pois há diferenças sobre o uso dessa palavra que é usada de forma genérica para identificar objeto ou atividades. Vamos esclarecer, segundo Santoro (1989, p. 17).

• Videoteipe: criado no início da década de 1960 é a possibilidade de gravar sons e imagens que ficam armazenados em fita magnética (teipe) que poderá ser reproduzida no aparelho.

• Videocassete: quando a fita magnética é acoplada a uma caixa (cassete) de plástico;

• Videocassete acoplado a uma câmera: equipamento de vídeo usado pelos profissionais da televisão.

• Vídeo: também empregada para relacionar a atividade de fazer a gravação de imagens e sons – fazer um vídeo que poderá ser exibido em aparelhos, circuitos e atualmente em diferentes plataformas.

Essa tecnologia permitiu um novo ritmo e fluxo nas produções de televisão, mas também possibilitou a criação de inúmeras produções experimentais, indivíduos comuns e seus grupos a criarem conteúdo experimental onde davam voz a diversas ideias que não teriam espaço na mídia hegemônica dos grandes conglomerados. Nesse sentido, (Dubois 2004, p. 50) nos faz refletir de que o vídeo

A Linguagem Audiovisual é tema a ser estudado ainda nesta unidade.

ESTUDOS FUTUROS

(32)

seria um movimento, um estado, uma forma de pensamento. Pela facilidade de acesso cada vez maior há equipamentos de captura de imagens e a popularização de fazer “vídeos”, a experimentação. E isso, permitiu também a segmentação na produção, e não mais a produção em massa, pois era possível produzir conforme o desejo de diferentes grupos. O vídeo passou a ser visto como uma possibilidade revolucionária.

O vídeo passou a ser entendido como um novo meio de comunicação, capaz de permitir a confecção de programas para grupos, não considerando mais o público como uma massa indiferenciada, mas como uma soma de grupos de interesse, criou-se assim uma situação ideal, onde cada meio de comunicação, de acordo com suas características, teria uma função (SANTORO, 1989, p. 25).

A chegada da TV a Cabo reforçou ainda mais a potencialidade e importância do vídeo no sentido de possibilidade de produção e distribuição de conteúdo. Com diversos canais, e a segmentação de conteúdo, o desenvolvimento da linguagem audiovisual. Conforme o estilo de cada programa e seus objetivos, pode ser ainda mais explorada, ampliado as possibilidades para melhorar a comunicação com diferentes públicos.

(33)

Neste tópico, você aprendeu que:

• O cinema surgiu a partir de diversos experimentos técnicos envolvendo diferentes cientistas ao longo dos anos, e da ideia e experimentação de artistas que atuavam com o teatro.

• Os inventos que permitiram a descoberta da fotografia foram fundamentais para o surgimento do cinema.

• Oficialmente, o cinema surgiu na França em 1895, tendo sido o cinematógrafo patenteado pelos irmãos August e Louis Lumiére.

• George Mèliés inovou ao realizar Viagem à Lua, considerado o 1º filme de ficção da história.

• David W Griffith é considerado o pai da linguagem cinematográfica.

• A televisão, assim como o cinema, foi criada a partir do esforço de várias pessoas.

• A TV Tupi foi a primeira emissora brasileira e era toda feita ao vivo.

• No Brasil, a TV foi trazida em 1950 pela iniciativa do empresário da comunicação Assis Chateaubriand, que importou dos EUA os primeiros aparelhos de TV e espalhou pela cidade para que a população pudesse assistir TV.

• A TV em cores teve seu início em 1970.

• A publicidade foi fundamental e ainda é, para a evolução da qualidade na TV.

• O jornalismo na TV teve seu início com o Repórter Esso e se apresentava com uma linguagem solene e poucas imagens.

RESUMO DO TÓPICO 1

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1 Um maravilhoso universo de possibilidades para informar a entreter a sociedade. O cinema como arte, como meio de comunicação e/ou como indústria chegou há 125 anos na França, de forma oficial, pois sua criação teve a contribuição de vários técnicos, artistas e cientistas. Diante do exposto, analise as afirmações e escolha a opção correta.

I - A criação do cinema foi possível a partir de experimentos iniciados com a fotografia.

II - A cada segundo de imagem, 24 fotogramas são projetados numa tela, produzindo a sensação de movimento das imagens. Não podemos distinguir um movimento contínuo, devido a uma particularidade do olho humano chamada visão persistente, e esse fenômeno é aspecto relevante para a compreensão da imagem em movimento.

III - George Mèliés é considerado o pai da fotografia.

IV - A afirmação relacionada ao invento da fotografia, apresentada por Kossoy (1980) de que uma descoberta nunca surge do nada, diz respeito às questões químicas que envolveram a descoberta do registro fotográfico.

a) ( ) Estão certas as afirmações I, II, III e IV.

b) ( ) Estão certas as afirmações I, II e IV.

c) ( ) Estão certas as afirmações II, III e IV.

d) ( ) Estão certas as afirmações I e III.

2 As tecnologias têm papel fundamental quando tratamos da produção audiovisual. Em um contexto histórico, destacamos a importância das novas possibilidades que surgiram com o vídeo, pois a partir dele um novo ritmo e fluxo de produção foi possível. Mas, a conceituação desse termo

“vídeo”, precisa estar bem definida, pois a palavra tem sido usada para definir muitas coisas. Entre elas estão:

I - fita magnética acoplada a uma caixa de plástico junto a câmera;

II - nome dado a câmera que grava apenas imagens;

III - profissional que operacionaliza equipamentos de cinema;

IV - relacionado à atividade de gravação de imagens e sons.

a) ( ) São verdadeiras as afirmações I e II.

b) ( ) São verdadeiras as afirmações I e IV.

c) ( ) São verdadeiras as afirmações II e IV.

d) ( ) São verdadeiras as afirmações III e IV.

AUTOATIVIDADE

(35)

produto audiovisual. As telenovelas nacionais, ao longo dos anos, têm trazido em suas temáticas o cotidiano das famílias, temas polêmicos envolvendo questões sociais que provocam a discussão da sociedade. Na história da televisão brasileira, diversas novelas têm conquistado o país. Uma delas, é especialmente lembrada, pois marcou uma nova era na TV brasileira: as cores. Assinale a alternativa que indica a 1ª novela exibida em cores no país.

a) ( ) Escrava Isaura.

b) ( ) O Bem-Amado.

c) ( ) Direito de Nascer.

d) ( ) Roque Santeiro.

4 Para que seja possível melhorar qualidade técnica e de programação da televisão, todas as emissoras contam com o espaço de comercial onde são veiculados anúncios publicitários. Os comerciais, muitas vezes são considerados um show à parte, pela complexidade de suas produções em alguns casos e pelas emoções que também podem despertar no espectador.

Com o objetivo de vender, são classificados por Elin e Lapides de três tipos.

Quais são os tipos de comerciais empregados na televisão?

5 Neste tópico, nós estudamos o universo da televisão em suas caraterísticas históricas e o seu papel na sociedade ao longo de seus 70 anos. Disserte sobre a afirmação de que a televisão é considerada uma janela para o mundo.

(36)
(37)

TÓPICO 2 —

UNIDADE 1

A COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL COMO LINGUAGEM

1 INTRODUÇÃO

O espaço ocupado atualmente pelo audiovisual – seja para a informação, entretenimento, educação, sensibilização ou publicidade, está presente em diferentes janelas e plataformas. O mundo consome conteúdos através de sons e imagens como jamais consumiu. A internet vem contribuindo ainda mais com esse processo. As produções para o cinema, televisão, internet e VoD (vídeo sob demanda), entre outras plataformas, representam uma intensa movimentação no mercado audiovisual.

Segundo Valiati et al. (2017, p. 13), durante a última década, o crescimento do audiovisual foi “superior à média de outros setores produtivos, tanto na produção de conteúdo em relação audiovisual nacional, particularmente o cinema, quanto na geração de valor adicionado”. A ampliação de acesso à internet de banda larga com a expansão de plataformas de VoD, principalmente NETFLIX, são apontados como responsáveis por uma mudança no padrão de consumo de conteúdos audiovisuais.

Em valores reais de 2014, o valor adicionado pelo setor audiovisual passou de R$17,3 bilhões (2007) para aproximadamente R$ 29,5 bilhões (2014).

Essa mudança representou um aumento real de aproximadamente 70,9% em oito anos. Isso excede o crescimento conjunto da economia (39,3%) e do setor de serviços (62,7%) (VALIATI et al., 2017, p. 15).

Com esse cenário na economia, o audiovisual passou a ser visto de outra forma abrindo possibilidades e incentivando produções cada vez mais qualificadas, para atender ao consumidor mais exigente em relação a novidades, diversidade e qualidade de conteúdo.

Para o desenvolvimento de conteúdo audiovisual com qualidade não é suficiente ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça – mote do movimento cinematográfico brasileiro Cinema Novo, proposto por Glauber Rocha.

Os principais Movimentos Cinematográficos, entre eles, o Cinema Novo, será tema de estudo em nossa próxima unidade.

ESTUDOS FUTUROS

Referências

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