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Especial para os alunos Master Juris e Tribcast (preparação específica PFN 2015) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes (Juiz Federal)

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Especial para os alunos Master Juris e Tribcast (preparação específica PFN 2015)

Prof. Mauro Luís Rocha Lopes (Juiz Federal)

masterjurisonline.com tribcast.com.br

(2)

TRATADOS COMO ESPÉCIE DO GÊNERO

"LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA"

No genérico conceito de legislação tributária enquadram-se todas as normas que versem

sobre a atividade tributária do Estado, regulando as relações entre este e as pessoas sujeitas às

imposições fiscais.

O rol do art. 96 do CTN engloba expressamente as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem sobre matéria tributária.

(3)

Tratados e convenções internacionais servem de instrumento para a disciplina das relações tributárias, com implicações no âmbito

internacional. Em muitos casos, prestam-se a evitar a bitributação internacional ou a tutelar o comércio entre nações.

Dispõe o art. 98 do CTN que os tratados e as convenções internacionais revogam ou

modificam a legislação tributária interna, e

serão observados pela que lhes sobrevenha.

(4)

EXEMPLOS

Ocorre de a renda auferida por brasileiro no exterior ser tributada no país de origem. Nesse caso,

assumem especial relevância os tratados e as

convenções internacionais firmados pelo Brasil no intuito de impedir a ocorrência de bitributação

internacional.

O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do

REsp nº 882.785 (Min. Herman Benjamin), entendeu incabível a bitributação de renda proveniente de

serviço prestado por técnico de futebol contratado no exterior, por já haver sido tributada lá na fonte,

sendo o caso de país (Japão) com o qual o Brasil firmara acordo bilateral nesse sentido.

(5)

EXEMPLOS II

Também são exemplos de avenças

internacionais em matéria tributária os

acordos de livre comércio, com desoneração

de importação entre os países signatários, e

os que garantem a produtos importados que

circulam no país os mesmos benefícios fiscais

concedidos ao seu similar nacional.

(6)

EXEMPLOS III

CONVENÇÃO DE VIENA SÔBRE RELAÇÕES

DIPLOMÁTICAS -> concebidas para garantir o eficaz desempenho das missões

diplomáticas, ISENTANDO de tributos locais os imóveis em que situadas as

correspondentes repartições e os serviços

consulares.

(7)

FUNDAMENTO PARA O RESPEITO AOS TRATADOS

O respeito aos tratados decorre de princípio

ético, pois nada justifica que um Estado participe da elaboração multilateral de uma norma para

depois: a) sustentar a prevalência de atos

normativos anteriores seus que conflitem com aquela norma multilateral voluntariamente

produzida; ou b) editar norma interna posterior dispondo de modo diverso, sem antes se desligar da norma multilateral por meio idôneo.

(8)

VINCULAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS TRATADOS

Se a Constituição cria o Estado, sendo

fundamento último de sua ordem normativa, pode validamente dispor de forma diversa ao que prescreve o tratado, mesmo que isso

represente um ilícito internacional. Pelo

mesmo motivo, sendo o tratado posterior à

Constituição, para valer no plano interno não

pode com ela conflitar.

(9)

TRATADO x LEI

O Supremo Tribunal Federal orientou sua

jurisprudência, a partir da década de 1970, no sentido de que a lei interna haveria de prevalecer sobre norma de tratado anterior. Entendeu a

Excelsa Corte que, como não havia na

Constituição brasileira preceito garantindo

superioridade hierárquica à disposição do tratado sobre as leis do Congresso, deveria a Justiça

garantir a autoridade da norma mais recente, com abstração do ilícito internacional

representado pela preterição do tratado.

(10)

TRATADO x LEI II

Na dicção do Supremo Tribunal Federal,

portanto, o tratado inserido no ordenamento normativo interno revoga ou modifica a

legislação preexistente. No entanto, a lei

posterior que lhe seja contrária também terá esse condão de revogá-lo ou modificá-lo,

sujeitando o país, naturalmente, a eventuais

sanções internacionais.

(11)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

1ª corrente: a citada disposição do art. 98 do CTN representaria exceção à regra geral, ao

estabelecer que o tratado em matéria tributaria há de ser observado pela lei interna

superveniente.

CRÍTICA: somente a Constituição poderia

estabelecer a superioridade hierárquica dos tratados sobre as leis.

(12)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

2ª corrente: a norma do art. 98 do CTN, com eficácia de lei

complementar (CF, art. 146, inciso III), pode vincular a produção legislativa sobre os tratados em vigor. Por essa linha de

pensamento, a lei ordinária tributária conflitante com tratado preexistente haveria de sucumbir, não em razão da primazia hierárquica do último, mas por decorrência da violação à norma geral de Direito Tributário estabelecida no aludido dispositivo do CTN, que veda tal proceder.

CRÍTICA: novamente, somente a Constituição poderia

estabelecer a superioridade hierárquica dos tratados sobre as leis. A interpretação da lei complementar não pode resultar em modificação indireta da graduação hierárquica das espécies normativas.

(13)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

3ª corrente: a norma do art. 98 do CTN, ao vedar a alteração de disposição constante de tratado

internacional por lei superveniente, estaria a

proteger, tão somente, o tratado contratual (“tratado- contrato”), por meio do qual são estipuladas

prestações específicas e recíprocas entre seus signatários. Já os tratados normativos (“tratado- norma”), dotados de abstração e generalidade,

estariam submissos às alterações provenientes do ordenamento comum interno posterior.

CRÍTICA: a classificação tratado-contrato/tratado-lei não seria cientificamente adequada.

(14)

TRATADO-CONTRATO E TRATADO-LEI

T-C: através deles as partes realizam uma operação jurídica - acordos de comércio, aliança, fiscais (para evitar bitributações) etc. Buscam regular interesses recíprocos dos Estados e geralmente são bilaterais (embora possam ser multilaterais restritos).

T-L: também chamados de tratados normativos, são aqueles pelos quais as partes editam uma regra de direito objetivamente válida. Normalmente são

celebrados entre muitos Estados com o objetivo de fixar as normas de Direito Internacional. Exemplo:

Convenção de Viena.

(15)

JURISPRUDÊNCIA TRADICIONAL SOBRE ART. 98 DO CTN E T-C/T-L

Em se tratando de tratado de natureza contratual, não há dúvida de que se lhe aplica o disposto no art. 98 do CTN (STF, RE nº 100.105, Min. Moreira Alves, 1984).

Em se tratando de matéria tributária, a superveniência de legislação nacional não revoga disposição contida em tratado internacional contratual, consoante dispõe o art. 98 do CTN (STJ, REsp nº 228.324, Min. João Otávio de Noronha, 2005).

O art. 98 do CTN permite a distinção entre os chamados tratados-contratos e os

tratados-leis. Toda a construção a respeito da prevalência da norma interna com o poder de revogar os tratados, equiparando-os à legislação ordinária, foi feita

tendo em vista os designados tratados- contratos, e não os tratados-leis (STJ, REsp nº 426.945, Min. José Delgado, 2004).

O mandamento contido no art. 98 do CTN não atribui ascendência às normas de Direito Internacional em detrimento do direito positivo interno, mas, ao revés, posiciona-as em nível idêntico, conferindo-lhes efeitos semelhantes. O art. 98 do CTN, ao preceituar que tratado ou convenção não são revogados por lei tributária interna, refere-se aos acordos firmados pelo Brasil a propósito de assuntos

específicos e só é aplicável aos tratados de natureza contratual (STJ, REsp nº

(16)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

4ª corrente: o tratado não “revoga” nem “derroga”

a lei interna, apenas prevalece sobre ela mesma.

Tanto é que, com a denúncia eficaz do tratado, a lei interna retoma sua eficácia (não se fala em

repristinação).

PFN/ESAF 2012: a expressão “revogam” não cuida, a rigor, de uma revogação, mas de uma suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirá a sua aptidão para produzir efeitos se e quando o tratado for denunciado. (gabarito:

certo)

(17)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

4ª corrente (II): no plano tributário, a

prevalência do tratado sobre a lei interna quase sempre decorre do critério da

especialidade.

(18)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

4ª corrente (III): por exemplo, se a legislação interna dispuser sobre a tributação de ganhos auferidos no exterior por brasileiro aqui

residente e um específico tratado bilateral afastá-la, quando já tributada na fonte,

prevalece a disposição do último, por ser

especial.

(19)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

4ª corrente (IV): STJ -> A antinomia supostamente existente entre a norma da convenção e o direito tributário interno resolve-se pela regra da

especialidade, ainda que a normatização interna seja posterior à internacional. O art. 98 do CTN deve ser interpretado à luz do princípio lex specialis derrogat generalis, não havendo, propriamente, revogação ou derrogação da norma interna pelo regramento

internacional, mas apenas suspensão de eficácia que atinge, tão só, as situações envolvendo os sujeitos e os elementos de estraneidade descritos na norma da convenção. (...)

(20)

COMO INTERPRETAR O ART. 98 DO CTN?

4ª corrente (V): (...) A norma interna perde a sua aplicabilidade naquele caso especifico, mas não perde a sua existência ou validade em relação ao sistema normativo interno. Ocorre uma "revogação funcional", na expressão cunhada por HELENO

TORRES, o que torna as normas internas

relativamente inaplicáveis àquelas situações previstas no tratado internacional, envolvendo determinadas pessoas, situações e relações jurídicas específicas, mas não acarreta a revogação, stricto sensu, da

norma para as demais situações jurídicas a envolver elementos não relacionadas aos Estados contratantes.

REsp 1161467, 2ª Turma, Min. Castro Meira, 2012

(21)

TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS EC nº 45 estabeleceu que os tratados e

convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada

Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos

membros, serão equivalentes às emendas

constitucionais.

(22)

TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS

Exemplificativamente, se algum tratado firmado pelo Brasil vier a ampliar as limitações do poder de tributar já descritas na CF, com o objetivo de tutelar alguma liberdade individual ou resguardar certo direito fundamental do cidadão, estará

relacionado ao tema direitos humanos, e, assim, poderá ser incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro com status constitucional, desde que seja aprovado no Congresso Nacional com o

quorum exigido no art. 5º, § 3º, da Constituição.

(23)

ISENÇÃO HETERÔNOMA E TRATADOS

A criação de isenções relacionadas a tributos estaduais e municipais mediante tratados

internacionais firmados pela União violaria a vedação constitucional do art. 151, III?

CF, art. 151, III: é vedado à união instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos

Municípios .

(24)

ISENÇÃO HETERÔNOMA E TRATADOS

STF: a proibição do art. 151, inciso III, da CF

limita-se a impedir que a União institua, no

âmbito de sua competência interna federal,

isenções de tributos estaduais, distritais ou

municipais, não se aplicando, portanto, às

hipóteses em que atue ela como sujeito de

direito na ordem internacional.

(25)

ISENÇÃO HETERÔNOMA E TRATADOS

STF (II): No Direito Internacional, apenas a

República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 5º, § 2º, da

Constituição da República), dela não dispondo a União, os estados-membros ou os municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de

Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inciso III, da Constituição. (RE 229.096, Min.ª Cármen Lúcia)

(26)

IMPOSTO DE RENDA E TRATADOS

O imposto de renda alcança fatos geradores

ocorridos dentro e fora do território brasileiro, já que a Constituição impôs a esse tributo o critério da universalidade da renda (art. 153, § 2º, I).

Os rendimentos auferidos no exterior por

contribuinte pessoa física podem ser tributados também por força da disposição do art. 3º, § 4º da Lei nº 7.713/1988.

(27)

IMPOSTO DE RENDA E TRATADOS

Lei nº 7.713/89

Art. 3º (...) § 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a

incidência do imposto, o benefício do

contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.

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IMPOSTO DE RENDA E TRATADOS

No caso de renda auferida por brasileiro no exterior e lá tributada na fonte, assumem especial relevância os tratados e as convenções internacionais firmados

pelo Brasil e que se prestam a evitar a bitributação internacional.

STJ -> incabível a bitributação de renda proveniente de serviço prestado por técnico de futebol contratado no exterior, por já ter sido tributada lá na fonte,

sendo o caso de país (Japão) com o qual o Brasil

estabelecera acordo bilateral (REsp nº 882.785, Min.

Herman Benjamin).

(29)

IMPOSTO DE RENDA E TRATADOS Decreto nº 61.899, de 14/12/67

Promulga a Convenção para evitar a dupla tributação em matéria de impostos sôbre rendimentos, com o Japão.

(...)

Artigo 22

1) Quando um residente no Brasil receber rendimentos que, de acôrdo com o disposto

nesta Convenção, sejam tributáveis no Japão, o Brasil considerará como dedução do impôsto de renda daquela pessoa, um montante igual ao

impôsto de renda pago no Japão.(...)

(30)

IMPOSTO DE RENDA E TRATADOS Leitura:

AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS PARA EVITAR A DUPLA TRIBUTAÇÃO

http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/1096545

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1226, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado

&idAto=37097

TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DUPLA TRIBUTAÇÃO (ANÁLISE DOS MODELOS ONU E OCDE)

http://portalrevistas.ucb.br/index.php/rvmd/article/viewFile/2605/1595

Referências

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