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Pelotas, 2010 (3)LEANDRO MUNARETTO GRANELLA ESTRUTURA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO: ESTUDO DO CASO DA EMPRESA KESOJA SEMENTES APROVADO

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

Dissertação

ESTRUTURA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO:

ESTUDO DO CASO DA EMPRESA KESOJA SEMENTES

Leandro Munaretto Granella

Pelotas, 2010

(2)

LEANDRO MUNARETTO GRANELLA

ESTRUTURA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO:

ESTUDO DO CASO DA EMPRESA KESOJA SEMENTES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional.

Pelotas, 2010

(3)

LEANDRO MUNARETTO GRANELLA

ESTRUTURA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO:

ESTUDO DO CASO DA EMPRESA KESOJA SEMENTES

APROVADO:

________________________________________________________

Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros, Orientador

________________________________________________________

Engº Agrº Dr. Geri Eduardo Meneghello

________________________________________________________

Prof. Dr. Volnei Krause Kolhs

________________________________________________________

Engº Agrº Dr. Demócrito Amorim Chiesa Freitas

(4)

iv

AGRADECIMENTOS

À Fundação Pró-Sementes de apoio à Pesquisa e à Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” da Universidade Federal de Pelotas, pela oportunidade de realizar o curso de Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Sementes.

Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Souza Albuquerque Barros, por sua amizade e orientação para a realização deste trabalho.

A minha esposa Fernanda e meus familiares pelo apoio.

A toda equipe da KESOJA SEMENTES de Getúlio Vargas, pela prontidão e desprendimento no fornecimento de dados e documentos para a elaboração deste trabalho.

(5)

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1. Benfeitorias imobilizadas nas instalações da empresa ... 07

TABELA 2. Máquina e equipamentos da recepção e UBS ... 08

TABELA 3. Mão de obra fixa ... 08

TABELA 4. Custos fixos do beneficiamento ... 08

TABELA 5. Custos Variáveis de produção ano base 2009 ... 23

TABELA 6. Custos totais de produção e despesas de venda por saca de 40 kg de trigo, safra 2009 ... 27

TABELA 7. Custo semente de trigo 2005 – Empresa ... 28

TABELA 8. Custo semente de trigo 2009 – Empresa ... 29

TABELA 9. Venda de semente de trigo em 2009 ... 35

(6)

LISTA DE FIGURAS

Página FIGURA 1. Custos variáveis de produção ano base 2009. Getúlio

Vargas – RS ... 24

(7)

SUMÁRIO

Página

AGRADECIMENTOS ... iii

LISTA DE TABELAS ... iv

LISTA DE FIGURAS ... v

RESUMO ... viii

ABSTRACT ... ix

INTRODUÇÃO ... 1. FUNDAMENTOS BÁSICOS DA COMPOSIÇÃO DE CUSTOA DE PRODUÇÃO ... 03

2. ANÁLISE E COMPOSIÇÃO DO CUSTO FIXO DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DA EMPRESA ... 05

3. ANÁLISE E COMPOSIÇÃO DO CUSTO VARIÁVEL DA PRODUÇÃO DE SEMENTE DA EMPRESA ... 09

3.1. Mão de obra variável ... 09

3.2. Transporte adicional ... 11

3.3. Fontes de energia ... 11

3.4. Manutenção de equipamentos ... 12

3.5. Análises e certificação ... 12

3.5.1. Análises em geral ... 12

3.5.2. Referente ao sistema de certificação ... 13

3.6. Royalties ... 14

3.7. Taxas ... 15

3.7.1. Taxas obrigatórias ... 15

3.7.2. Taxas não obrigatórias ... 16

4. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DE DESPESAS DE VENDA ... 25

4.1. Comissões para vendedores ou revendas ... 25

4.2. Impostos sobre vendas ... 26

5. CUSTOS TOTAL DA SEMENTE COMERCIALIZADA ... 27

6. CUSTO DE PRODUÇÃO TOTAL MÉDIO LEVANTADO PELA EMRESA ... 28

(8)

Página 7. COMPARATIVO E DISCUSSÃO DOS COMPONENTES E DO

CUSTO MÉDIO CONSIDERADOS PELA EMPRESA O REAL

LEVANTADO NESTE TRABALHO ... 30

7.1. Custo fixo total ... 30

7.2. Componentes do custo variável ... 31

7.2.1. Transporte adicional, etiquetas, taxas e sacaria ... 31

7.2.2. Fontes de energia ... 31

7.2.3. Manutenção e reparos de equipamentos ... 31

7.2.4. Análises e certificação ... 31

7.2.5. Royalties ... 32

7.2.6. Tratamentos fitossanitários ... 32

7.2.7. Lotes reprovados ... 32

7.2.8. Quebra ... 33

7.2.9. Marketing ... 33

7.2.10.Bonificação a cooperados ... 33

7.2.11.Matéria-prima ... 34

7.2.12.Despesas de venda ... 34

8. ANÁLISE DA RENTABILIDADE DO NEGÓCIO SEMENTE NA EMPRESA ... 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

CONCLUSÕES ... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 40

(9)

ESTRUTURA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO:

ESTUDO DO CASO DA EMPRESA KESOJA SEMENTES

DISCENTE: Engº Agrº Leandro Munaretto Granella

ORIENTADOR: Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros

RESUMO. Cada empresa do ramo de produção de sementes, dentro de suas particularidades, tem um custo final para entregar ao seu cliente um produto com qualidade. O presente trabalho objetiva a análise e discussão, no ambiente particular da empresa KESOJA SEMENTES, dos fundamentos e da formação dos itens que compõem o custo final do produto Semente. É importante para a empresa, não só do ponto de vista de rentabilidade, mas principalmente gerencial, da análise do peso desses itens. Foram avaliados os componentes do custo fixo, sendo o item de maior relevância a depreciação de máquinas e benfeitorias, seguido da mão de obra fixa. No que tange ao custo variável e ás despesas de venda, foram avaliados dezoito itens no total, sendo que, além do custo da matéria-prima, que é responsável por aproximadamente setenta por cento do custo final de venda do produto, tiveram peso importante os Royalties, que chegaram próximo a dez por cento. Já as fontes de energia, o Responsável Técnico, a sacaria e a quebra irrecuperável, tem um impacto aproximado de 3%

cada um, no custo final de venda do produto Semente da empresa. Ao comparar o custo elaborado pela empresa e o real, elaborado neste trabalho, pode-se observar distorções, tanto para maior como para menor, em muitos itens, bem como a supressão de outros. Pode-se constatar que a atividade Produção de Sementes é rentável para a empresa.

Palavras Chave: Empresa de Sementes, Custo de produção, Responsável Técnico.

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STRUCTURE OF THE PRODUCTION COST OF WHEAT SEEDS: A CASE STUDY OF KESOJA SEEDS COMPANY

AUTHOR - Engº Agrº Leandro Munaretto Granella

ADVISER - Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros

ABSTRACT. Each company in the field of seed production, within its own peculiarities, has a final cost to deliver its customer a product of quality. The objective of the current work was to analyze and discuss the fundamentals of how the items that, make up the final cost of the seed product of KESOJA SEED. It’s important for the company, not only from the profitability aspect, but, mainly, the management of the analysis of the weight of these items. The components of fixed costs were appraised, taking as most relevant aspects, machinery depreciation, facilities improvements, followed by fixed labor costs. Considering variable costs and sales expenses, eighteen items in the total were evaluated. Besides the cost of raw material which is responsible for 70% of the final product sale, Royalties, also, had significant impact, reaching 10% and energy costs, technical responsibility , bagging and unrecoverable breake had an impact of 3% each, in the final product cost of the company. The cost analysis issued by the company, compared to the real cost obtained through this work, showed some distortions and this was considered, either, higher or lower, in many items, as well as the suppression of others. It is possible to determine that the seed production activity is profitable for the company.

Keywords: Seed company, production cost, Technician Responsible.

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INTRODUÇÃO

A presente dissertação é um estudo de caso, que focaliza o custo de produção, as despesas de vendas e seus componentes, relacionados ao setor de produção de sementes da empresa Comércio de Sementes e Insumos Agrícolas KMJ Ltda, cujo nome fantasia é KESOJA SEMENTES, com sede em Getúlio Vargas- RS.

A KESOJA SEMENTES tem como sócia majoritária a empresa KESOJA, com sede no município de Erechim-RS. A KESOJA iniciou suas atividades na década de 1980, com venda de agroquímicos. Posteriormente na década de 1990, entraram também no setor de venda de máquinas e tratores agrícolas, com a representação da New Holland para as regiões de Erechim e Vacaria, ambas do Rio Grande do Sul. Foi somente com a aquisição de uma Unidade de Beneficiamento de Sementes- UBS- em Getúlio Vargas-RS, em 2003 que a atividade de sementes se iniciou. Em 2008, a KESOJA SEMENTES ampliou sua área de atuação com a abertura de uma filial em Passo Fundo-RS. Além da produção de sementes, a KESOJA SEMENTES, atualmente, trabalha com recebimento de cereais, é distribuidora exclusiva Basf para a região de Getúlio Vargas-RS e Du Pont para a região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul.

Dentre outros produtos a KESOJA SEMENTES revende principalmente Monsanto, Nortox, Dekalb, Agroeste, Dimicron e Chemtura. A empresa possui 10 funcionários e 8 vendedores, sendo que a área contábil e de recursos humanos é centralizada na KESOJA de Erechim. Atualmente, o conjunto de empresas formado pela KESOJA e KESOJA SEMENTES é denominado GRUPO KESOJA.

O setor sementeiro sofreu um revés muito grande, em especial no estado do Rio Grande do Sul, onde se iniciou, de forma ilegal, o uso de sementes transgênicas piratas, cujo percentual atingiu praticamente a totalidade da área de soja do Estado. O fato ocorreu porque o setor sementeiro não teve acesso, por motivos legais, a materiais transgênicos que os produtores preferencialmente cultivavam. Em virtude disso a KESOJA SEMENTES inicialmente decidiu produzir sementes de Trigo, visto que, era inviável a produção de sementes de soja.

O presente trabalho é baseado em dados coletados nos documentos da

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empresa referente às safras de Trigo de 2004 a 2009. Para a elaboração do custo de produção de sementes de trigo, tomou-se por base o ano de 2009, por ser o último ano a apresentar dados completos. É importante registrar que seus princípios gerais aplicam-se também a outras culturas.

Manter uma UBS em funcionamento, produzindo somente semente de trigo na safra de inverno, não viabiliza a atividade sementeira, mas a empresa sempre apostou na retomada do setor no cultivo da soja, o que já está ocorrendo. A empresa iniciou, com pequeno volume, a produção de sementes de soja a partir da safra 2007/2008.

O objetivo da presente dissertação é analisar, discutir e ter a noção exata e clara dos diversos componentes do custo do processo de produção de sementes da empresa, quais suas implicações no negócio e como se formam, para então comparar os dados obtidos com custos até então tidos como parâmetro pela empresa. Assim será possível proporcionar a ela subsídios para a formação do preço final de venda da semente, que irá, em função da relação desse preço final, com o custo final, resultar ou não em rentabilidade.

Finalmente ressalta-se que no cumprimento dos objetivos de um curso de Mestrado Profissional, o presente trabalho proporcionará à empresa e ao autor uma importante ferramenta no sentido de ter a dimensão real dos custos, das despesas e dos resultados da área de sementes na empresa, para que sirvam como base de discussões administrativas, no sentido de direcionar os esforços e investimentos.

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1. FUNDAMENTOS BÁSICOS DA COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO

Em qualquer atividade econômica, inclusive no setor agropecuário, independente de porte, é necessário o controle de custos. Caso esse processo não ocorra, o administrador não saberá se a atividade é lucrativa ou deficitária, não saberá se está ganhando ou perdendo dinheiro, nem poderá quantificar tais perdas ou receitas.

Wernke (2005) definiu os custos de uma empresa como gastos ocorridos para fabricar ou beneficiar um determinado produto. Componentes como matérias-primas, mão de obra, energia elétrica, manutenção e depreciação de máquinas utilizadas no processo produtivo devem ser considerados custos. Os custos geralmente ocorrem durante todo o processo produtivo até a etapa em que o produto está pronto para ser comercializado.

Bastos (2006) propõe uma visão simples didaticamente para definir custos.

Segundo o autor, custos são “todos os gastos realizados com o produto até que esteja pronto”. A partir daí quaisquer gastos ocorridos são consideradas despesas.

No caso da empresa KESOJA SEMENTES, tal percepção é importante, pois saberá o quanto a atividade “Semente” estará contribuindo para o lucro total da empresa e o quanto estaria, em caso de déficit, tirando do lucro das demais atividades desenvolvidas.

Cada setor da empresa deve contribuir para o resultado total da empresa, e a análise de custo da produção da semente, comparado com o resultado da venda, poderá dimensionar o montante do setor “Semente”.

O custo de produção de sementes é composto pela totalização de valor da matéria-prima, insumos e serviços realizados para obtenção do produto final, a semente ensacada e aprovada para comercialização. O custo, segundo Peske et alli (1998), “significa a compensação que os donos dos fatores de produção, utilizados por uma firma para produzir determinado bem, devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à mesma”.

A remuneração de cada um dos fatores de produção necessários à obtenção do produto final é o custo de produção. Muitas vezes essa remuneração não necessariamente consiste em desembolso como, por exemplo, as instalações

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necessárias e o maquinário obrigatório para o beneficiamento da semente. Deve- se remunerá-lo por unidade produzida, levando em conta seu custo inicial, vida útil, depreciação, capacidade produtiva, entre outros aspectos a serem considerados.

Os documentos fiscais são as principais fontes de elementos para se obter o controle de custos, e sem tal instrumento é impossível ter uma gestão administrativa eficiente, que garanta resultado positivo à atividade proposta.

Na composição de custo de produção, usualmente classificam-se os insumos como fixos e variáveis. De acordo com o tempo, eles também podem ser classificados como de curto prazo e de longo prazo.

Segundo Santos (2006), “os custos fixos são aqueles que serão gastos independentemente do nível de produção, isto é, independem da escala de produção da empresa”, tais como equipamentos, manutenção, seguros. Já, segundo o mesmo autor, os custos variáveis.

São aqueles que variam proporcionalmente com o nível de produção, tais como matéria-prima, eletricidade. Como os custos variáveis se modificam com a variação no nível de produção, eles são uma função da quantidade produzida. Já os custos totais (CT) são a soma dos custos variáveis e dos custos fixos.

No custo fixo de curto prazo, incluem-se fatores que a empresa de sementes não tem tempo hábil para modificar, tais como armazém, máquinas da UBS, elevadores, moegas. Já no custo variável, a empresa possui tempo para ajustar, como, por exemplo, a mão de obra, a sacaria e o produto destinado a semente. O longo prazo é um período suficientemente longo em que a empresa pode variar todos os recursos que serão utilizados no processo produtivo.

O Custo Variável é o direto: corresponde apenas aos materiais utilizados no período necessário para a produção e inclui até a venda da semente. Como exemplos, é possível citar os reparos e a manutenção, o gasto com combustíveis, insumos, mão de obra e energia. Por outro lado, os custos fixos existem mesmo que não haja a produção. São considerados como despesas e computados diretamente contra o resultado do período de produção

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2 ANÁLISE E COMPOSIÇÃO DO CUSTO FIXO DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DA EMPRESA

O Custo Fixo relevante, a ser observado na empresa em questão, basicamente é constituído da depreciação do capital imobilizado, acrescido da mão de obra fixa.

Convém observar aqui a definição de Depreciação dada por Nepomucento (2004),

depreciação é a diminuição do valor do bem por causas naturais operacionais, mercadológicas ou tecnológicas. Propiciando melhores condições de manutenção, o bem poderá ter vida útil longa e inversamente, operando com intensidade e em condições desfavoráveis seu desgaste torna-o imprestável em curto espaço de tempo.

Bornia (2002), por sua vez,

afirma que a parcela da máquina utilizada no período dá origem a custos. A identificação desses custos é feita por um item de custo denominado depreciação, que representa a parte dos equipamentos consumida no período.

Torna-se necessário, portanto, amortizar os investimentos da empresa com valores referentes ao desgaste sofrido com a utilização de equipamentos para que ela não se descapitalize. A quantificação - no custo de produção - do custo fixo proporcionará à empresa a substituição do patrimônio ou maquinário obsoleto quando este não tem mais condições de servir à finalidade para a qual foi adquirido.

No caso da KESOJA SEMENTES, a empresa utiliza o escritório para todas as atividades que desenvolve, ou seja, para a comercialização de sementes de Milho, Trigo e Soja, de defensivos e insumos agrícolas e também para recebimento e comercialização de cereais.

Para a produção e armazenamento de sementes, a empresa utiliza 66% da área do armazém e parte do maquinário que compõe efetivamente a Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS). O restante do armazém é utilizado para o recebimento de cereais destinados à indústria.

Optou-se por essa estratégia, pois o recebimento do produto destinado à indústria diminui o custo fixo do pessoal de escritório e do armazém, além de

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possibilitar à empresa, a garantia de recebimento de defensivos vendidos na modalidade prazo-safra, através do faturamento de grãos.

Com relação à mão de obra fixa mencionada, o gerente e funcionários do escritório servem a todas as atividades acima descritas, mas os funcionários do Armazém e da UBS praticamente só servem ao setor de sementes e recebimento de cereais.

Conforme levantamento junto à empresa, o setor de produção de sementes movimentou R$ 653.088,00, participando com 7% do seu faturamento global, que em 2009 totalizou R$ 9.408.053,00. A contribuição do setor de produção de sementes para o custeio da mão-de-obra fixa do setor administrativo será baseada nesse percentual.

Com relação à mão de obra do Armazém/UBS, será utilizada a proporção no valor nominal do faturamento dos setores de recebimento de grãos e sementes.

Nas atividades desenvolvidas no âmbito do Armazém e da UBS em 2009, o recebimento de cereais proporcionou um faturamento de R$ 3,5 milhões e a produção de sementes, R$ 653.088,00. Como parâmetro se considerará esta proporção, ou seja, que o peso da produção de sementes no custo da mão de obra fixa do Armazém e UBS foi de 18,7%.

A Depreciação anual do bem é calculada dividindo-se o valor de novo do bem, menos o seu valor residual pela sua vida útil em todos os anos. No empreendimento Sementes são utilizados diversos equipamentos imobilizados e, depois de calculado o custo da depreciação de cada um, serão somados esses valores.

Como no presente trabalho a base é a cultura do Trigo, será utilizado como parâmetro o fato de que 78% do faturamento do setor de semente é de semente de Trigo e 22% de semente de Soja.

A tendência é o percentual da participação da semente do Trigo diminuir e a da Soja aumentar, tendo em vista que a taxa de utilização de sementes de soja vem aumentando gradativamente.

Tendo em vista que a produção de sementes corresponde a 18,7% do faturamento da empresa no setor de grãos, é utilizada essa proporção tanto na depreciação das benfeitorias imobilizadas como no item Seguros.

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a) Com relação à depreciação anual das benfeitorias, relacionadas nas tabelas 1 e 2 abaixo, multiplicou-se o valor total apurado na tabela 1 pelo índice de 18,7% citado acima e chegou-se ao valor de R$ 6.589,88 que, acrescido do valor referente ao maquinário exclusivo da UBS, R$ 12.324,96, totalizou o valor de R$ 18.914,84.

b) Foi considerado, para o cálculo do valor do item Seguros relacionado na Tabela 4 abaixo, o percentual médio cobrado pelas seguradoras na região de abrangência da empresa, ou seja, 0,5% sobre o capital. Para assegurar as benfeitorias e equipamentos fixos de risco na UBS, excluiu-se o valor da balança, em virtude de ela não ter risco de danos por incêndio ou vendaval.

c) Para o cálculo da mão de obra fixa, constante na Tabela 3, constituída de 5 funcionários no escritório e 2 funcionários do Armazém, considerou-se o percentual de 7% sobre o valor da mão de obra do escritório e 18,7% da mão de obra do armazém,

Como se está se tomando por base a cultura do Trigo no ano de 2009, para o cálculo do custo fixo por saca de 40 kg de semente produzida, multiplica- se o valor total dos custos fixos de R$ 36.730,80 pela participação média da cultura no setor de sementes, que é de 78 %, o que resulta em R$ 28.650,02.

Dividindo esse valor por 16.080, que foi a quantidade de semente de Trigo produzida na safra 2009, chega-se ao resultado de R$ 1,78 por saca de 40 Kg, apresentado na Tabela 4.

TABELA 1- Benfeitorias imobilizadas nas instalações da empresa

Descrição Ano

construção

Valor de Novo R$

Vida útil anos

Depr. Anual R$

Armazém/UBS(2.100 m2)* 1987 1.133.307 40 28.332,67

Escritório (180 m2)** 2001 155.425 40 3.885,62

1993 120.886 40 3.022,15

Casa morador (140 m2)**

TOTAL 1.409.618 TOTAL 35.240,44

* 50% do CUB, ** 80% do CUB Fonte: o autor

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TABELA 2 - Máquina e equipamentos da recepção e UBS

Descrição Ano

aquisição

Valor de novo R$

Vida útil Anos

Depr. Anual R$

Secador KW 8 1982 160.000 30 5.333,33

Máquina Ar e Peneira Casp 1982 32.000 30 1.066,66

Máquina Peneira KW LC120 1982 14.500 30 483,33

Mesa de Grav. Casp LC 75 1982 42.500 30 1.416,66

Balança Toledo 45 Ton 1987 56.000 30 1.866,66

Balança Waig 2004 11.000 25 366,66

Determ. Umidade Motonko 2008 2.300 20 76,66

Caminhão Chevrolet 60 1984 18.000 20 900,00

Trator Valmet 80 c/ concha 1982 15.500 20 775,00

1987 1.200 20 40,00

Determ. Umidade Universal

TOTAL 319.500 TOTAL 12.324,96

Fonte: o autor

TABELA 3 - Mão de obra fixa

Descrição Valor anual R$

Mão de obra do escritório 139.200

Mão de obra do armazém 34.800

Fonte: o autor

TABELA 4 - Custos fixos do beneficiamento

Descrição R$

a- Depreciação de Benfeitorias e Máquinas 18.914,84 b- Seguros 1.564,36 c- Mão de obra fixa 16.251,60 TOTAL DOS CUSTOS FIXOS 36.730,80 CUSTO FIXO POR SACA DE TRIGO DE 40 Kg 1,78 Fonte: o autor

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3 ANÁLISE E COMPOSIÇÃO DO CUSTO VARIÁVEL DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DA EMPRESA

Para compreender o que são custos variáveis, recorre-se a Vicecoti e Neves (2008):

Os custos variáveis são compostos pelos itens que variam proporcionalmente de acordo com o volume de produção da empresa. Os custos variáveis aumentam a medida que a produção aumenta pois se não houver produção o custo variável poderá ser nulo como por exemplo a matéria prima consumida.

Peske et al (1998) afirmam que a empresa precisa cobrir todas as despesas inerentes aos custos variáveis em prazo considerado curto, caso contrário ela deverá tirar recursos de outras atividades para cobrir tais custos.

Sem dúvida, o principal item e o que impacta em maior montante a composição do custo variável é a matéria-prima. No caso estudado, trata-se do grão destinado a semente, colhido em campo previamente credenciado junto ao órgão competente, que, no caso da produção de sementes, é o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento-MAPA.

Para fins de análise, utilizaremos o principal produto do ramo Sementes da empresa, ou seja, a semente de Trigo, com os dados do último ano em que os números estão totalizados, ou seja, o de 2009. Para anos anteriores ou posteriores, basta substituir os dados de acordo com a realidade de cada safra.

Os principais componentes do custo variável de produção de sementes da KESOJA, que serão considerados, analisados e demonstrados na Tabela 5 abaixo, são os seguintes:

3.1 Mão de obra variável

Nesse item são consideradas basicamente a mão de obra temporária e as horas extras do pessoal contratado fixo da empresa, na época de safra ou do ensaque da semente. A mão de obra temporária é composta por diaristas que trabalham no descarregamento dos caminhões, ensaque e empilhamento da semente. Tomando como exemplo a safra de Trigo de 2009, foi necessária a contratação desse tipo de mão de obra por 40 dias, com custo total de R$ 10.500,00. Considerando que foram ensacadas 16.080 sacas de Trigo, o

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custo unitário deste item, ou seja, por saca de 40 Kg, foi de R$ 0,65. Nesse tipo de mão de obra, não é necessária qualificação, apenas força física, com exceção do empilhador, que deve ser um profissional treinado e capacitado para coordenar o empilhamento de modo que as pilhas fiquem no esquadro, evitando problemas como queda de sacas durante o armazenamento e carregamento da semente. A empresa já enfrentou dificuldades com relação a esse item e já ocorreu, por deficiência na qualidade dessa mão de obra, queda parcial de pilhas com risco de acidentes, além do fato da geração de um custo adicional de reempilhamento.

Concernente ainda a esse item, um bom empilhamento deve fazer parte do controle de qualidade da empresa e constitui marketing direto ao produtor. Tendo em vista que 45% das sementes comercializadas são carregadas diretamente pelos produtores, um aspecto de organização no armazém é de fundamental importância para a imagem da empresa, e para a qualidade de seu produto.

Mesmo no caso de transporte por terceiros, certamente a organização é repassada pelos transportadores ao destino final. Portanto, o investimento em uma mão de obra qualificada no empilhamento é um item importante dentro do negócio Semente.

Com relação às horas extras do pessoal contratado pela empresa, tendo em vista que a colheita é realizada durante todo o dia e se estende após o horário normal de trabalho, é necessário o pagamento de horas extras. Esse pagamento reflete-se em três funcionários, um no recebimento e dois que trabalham somente na UBS. Para chegar ao valor médio por saco pago, considerou-se a quantidade de 4 horas/dia, durante um período médio de recebimento de 20 dias para a cultura do Trigo. Assim às 240 horas extras trabalhadas ao custo de R$ 11,50 por hora totalizaram R$ 2.760,00. Dividindo-se esse valor por 16.080 sacas, constata- se que o custo desse item, por saca, resultou em R$ 0,17.

Finalizando, o custo da mão de obra variável, acrescido das horas extras dos funcionários fixos, foi de R$ 0,82 por saca de 40Kg de trigo semente, tomando como parâmetro a safra 2009. Cabe ressaltar que esse valor aumenta em valor absoluto quando se aumenta a produção, mas o custo unitário por saco só aumentará em caso de aumento no valor da mão de obra, podendo, portanto, variar de ano para ano.

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3.2 Transporte adicional

É um item de baixo impacto no custo variável, mas imprescindível dentro do processo de produção. É composto pelo transporte interno, e, no caso da empresa, corresponde ao custo de movimentação do caminhão que transporta a semente do piso para a moega e também ao da operação de um trator com conchas utilizado para carregar o caminhão. Tal movimentação deve-se ao fato de que a empresa trabalha em média, tomando como exemplo o Trigo, com cinco cultivares que, em muitos casos, são recebidos em um período de 15 a 25 dias na UBS, em dias diferentes. Dependendo de fatores como quantidade de produção recebida, freqüência do recebimento e teor de umidade dos grãos, é necessário colocar o grão destinado a semente no piso, acomodá-lo e isolá-lo adequadamente, o que é realizado com o caminhão e o trator com concha, além das duas tulhas existentes para posterior beneficiamento. Estimou-se o uso de cada equipamento em 3 horas por dia, durante 10 dias de beneficiamento, ao custo de R$ 35 por hora, totalizando R$ 1.050,00, sendo R$ 0,06 por saca de 40 kg de Trigo.

3.3 Fontes de energia

A energia elétrica e o Full Oil são as duas principais fontes de energia necessária ao processo de produção de sementes da empresa.

A energia elétrica é utilizada para iluminação do armazém e instalações, para o funcionamento dos motores dos elevadores, dos secadores, enfim de todo o maquinário de beneficiamento do grão destinado a semente. Também é necessária para o ensaque, empilhamento e carregamento da semente. Constitui- se em um dos itens de maior peso no custo variável de produção.

Analisando-se o consumo anual de energia elétrica na UBS/armazém, e levando em conta apenas o período de beneficiamento e ensaque, pois praticamente o consumo de energia é exclusivo para semente - constatou-se que o gasto de energia elétrica foi de R$ 11.000,00 referente à cultura do Trigo em 2009. Como foram beneficiadas 16.080 sacas de 40 Kg, considera-se o custo de energia elétrica por saca em R$ 0,68.

Para a secagem dos grãos destinados a semente, é utilizado o processo de secagem artificial, através de secadores. Carvalho e Nakagawa (2000)

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argumentam que a secagem artificial é um processo geralmente dispendioso em energia calorífica e que o óleo é o combustível mineral mais utilizado.

O Full Oil é a fonte de energia utilizada pelos modelos de secadores de grãos da empresa. Com relação a esse item, cabe uma ressalva importante, ou seja, ele é muito variável: depende diretamente do teor de umidade apresentado pelo produto destinado a semente, que vem dos campos de produção, onde está exposto à ocorrência maior ou menor de chuvas na época da colheita. Analisando os dados da empresa, constatou-se a necessidade média de secagem de 25% do volume de produto destinado a semente. O gasto estimado em Full Oil em 2009, somente para a secagem dos 19.567 sacos brutos recebidos, foi de R$ 9.500,00, totalizando, portanto, R$ 0,59 por saca.

Conclui-se, portanto que o custo da empresa em fontes de energia, somando à elétrica e o Full Oil, é estimado em R$ 1,27 por saca de 40 Kg de semente produzida.

3.4 Manutenção de equipamentos

Consiste basicamente em mão de obra e peças utilizadas na manutenção dos equipamentos utilizados em todo o processo produtivo. Segundo Peske et al (1998), utiliza-se como parâmetro 3% do valor dos equipamentos imobilizados/ano.

O valor dos equipamentos utilizados exclusivamente para o beneficiamento de sementes totaliza R$ 319.500,00. Levando em conta que 78% da produção de sementes são de Trigo e que na safra de 2009 foram comercializados 16.080 sacos, o valor por saca de 40 Kg de semente fica em R$ 0,59 por saca.

3.5 Análises e certificação 3.5.1 Análises em geral

A empresa remete as amostras de sementes ao laboratório UNILAB em Passo Fundo-RS. Dois fatores são determinantes para essa escolha: O primeiro é a qualidade e a precisão dos dados emitidos, creditadas à experiência dos analistas e à competência e experiência dos responsáveis pelo laboratório; O segundo é a proximidade apenas 50 km da sede da empresa que possui uma filial em Passo Fundo.

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Por questão de controle interno de qualidade, são realizados no mínimo dois testes. O primeiro, que ocorre muitas vezes antes do ensaque, consiste em testes de germinação e de envelhecimento precoce, ao custo total de R$ 50,00 por lote. Quando é necessário, tendo em vista alguma dúvida sobre a qualidade do material vindo do campo, como ocorre quando o ano mais chuvoso é realizado o teste de Tetrazólio, ao custo de R$ 35,00. No caso, faz-se um teste por campo ou por parte do campo de produção. Em média realizam-se e 4 a 5 testes de Tetrazólio por safra.

Próximo ao período de comercialização realiza-se um segundo teste de germinação, para se ter a segurança do produto que será entregue ao produtor.

Esse teste tem um custo médio de R$ 20,00 por lote.

Levando-se em conta R$ 50,00 referentes aos primeiros testes, R$ 14,00 referentes ao Tetrazólio, R$ 50,00 x 5 testes/13 lotes e R$ 20,00 referentes ao teste final de germinação, totaliza-se o custo de R$ 87,00 por lote de sementes.

A quantidade média de sacos de 40 kg por lote, tomando, por exemplo, a safra de Trigo 2009, é de 510 sacos.

Chega-se, portanto a conclusão de que o custo das análises por saco de 40 Kg de semente produzido é de R$ 0,17.

3.5.2 Referente ao sistema de certificação

O custo de análises de sementes, em especial as categorias S1 e S2, sementes não certificadas de quarta e quinta gerações, limita-se ao exposto no item 3.5.2.1. Pela legislação atual, podem ser produzidas, além das S1 e S2, sementes certificadas. De acordo com a Instrução normativa número 9 (2005), “o processo de certificação de sementes compreende as sementes Genética, Básica, certificada de primeira geração C1 e de segunda geração C2, onde a obtenção de sementes é limitada a uma única geração da categoria anterior”. Na região de atuação da empresa, a entidade certificadora para as sementes produzidas e credenciadas junto ao MAPA é a Fundação Pró-Sementes de Passo Fundo.

A empresa produtora de sementes escolhe, dentre os laboratórios credenciados pela Fundação Pró Sementes, um para realizar as análises.

Por ter boa confiabilidade e por ser o mais próximo da UBS, fatores já

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citados anteriormente, a KESOJA SEMENTES optou pelo laboratório UNILAB, de Passo Fundo.

O custo para a coleta da amostra, por parte da UNILAB, é de R$ 12,00 por amostra, pelo fato de a empresa situar-se entre 0 a 150 km de distância do laboratório e de o número médio de amostras situar-se entre 10 e 50 amostras.

Agrega-se ao custo de produção de um saco de 40 Kg, no sistema de certificação, considerando o número médio de 510 sacos por lote, R$ 0,03.

Além da taxa de R$ 2,00 por hectare paga ao MAPA, mencionada no item taxas, se paga um adicional de R$ 3,00 por hectare inscrito no sistema de certificação, no caso, para a Fundação Pró-Sementes. Em média, nas últimas três safras de Trigo, produziram-se 49 sacas de 40 Kg de semente por hectare inscrito, tendo-se, portanto um custo, com relação a este aspecto de R$ 0,06 por saca. Além da taxa por hectare plantado, a Fundação Pró-Sementes cobra R$

6,00 por tonelada de semente aprovada para certificá-la. Esse valor perfaz R$

0,24 por saca de 40 Kg.

Conclui-se, finalmente, que o valor adicional referente a análises e certificação, por saca de 40 Kg de sementes produzidas, no sistema de certificação é de R$ 0,33.

O percentual médio de sementes certificadas produzidas pela empresa nos últimos três anos foi de 18%. Considerando esse parâmetro, adiciona-se R$ 0,06 ao custo total geral de produção de um saco de 40 Kg de sementes de Trigo.

3.6 Royalties

De acordo com a Lei N 4.456 de 25/04/1997, o licenciado obriga-se a pagar ao obtentor da propriedade genética um valor pelo uso do cultivar, produto por ele criado. Essa taxa denomina-se royalties.

Sem dúvida, os royalties são importantes para toda a cadeia envolvida na produção de sementes. É o valor arrecadado com esta taxa, que ao retornar à empresa obtentora do cultivar, financia a atividade da empresa, possibilitando a obtenção de novas cultivares, com novas tecnologias agregadas a ela. Nesse item, o produtor de sementes desempenha papel fundamental, pois ele é o elo entre o produtor e a pesquisa.

O custo dos royalties varia de obtentor para obtentor e de cultivar para

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cultivar. Geralmente cultivares novos, lançamentos possuem valores maiores nos dois ou três primeiros anos. Se paga um valor por ha licenciado, ou um valor em Kg de Trigo, ou um valor em dólar americano, ou ainda um percentual sobre a venda da semente.

Quando o produtor de sementes paga um valor por ha licenciado, corre o risco sozinho, no caso de ocorrerem problemas climáticos, ou com a produção e comercialização de sementes. Inclusive, em um ano desfavorável para produção de sementes, pode pagar a taxa sem aprovação da semente. Vários obtentores sinalizam a cobrança nesse sentido, provando que, atualmente, o produtor de semente fica em situação desfavorável com relação ao obtentor.

Na verdade, a forma mais utilizada hoje é a cobrança em percentual sobre a venda da semente. Ela se baseia em um preço médio de comercialização do produtor de sementes, ou de uma praça previamente estabelecida no contrato entre o produtor de sementes e o obtentor. Tendo em vista que o método mais usual no momento é o de percentual sobre o valor da comercialização do produtor de sementes, utilizaremos, para os cálculos médios de custos a taxa de 6% sobre o valor médio de venda de 2009, que foi de R$ 34,29 por saca de 40 Kg, sendo, portanto, o valor final atribuído aos royalties de R$ 2,06 por saca de 40 Kg.

3.7 Taxas

Nesse item estão inclusas as diversas taxas que necessariamente terão de ser pagas aos órgãos oficiais para que a empresa participe do processo oficial de produção de sementes. A empresa optou por ser associada da Associação dos Produtores de Sementes do estado do Rio Grande do Sul, APASSUL, por entender que é um fórum de discussão dos problemas e um meio de avanço do setor.

3.7.1 Taxas obrigatórias

a) Taxa MAPA: valor por hectare inscrito para produção de sementes. Essa taxa atualmente é de R$ 2,00 por ha inscrito, e deve ser paga previamente ao envio da documentação necessária ao MAPA. Cabe ressaltar que esse valor é pago em todas as categorias de campos e não retorna caso não ocorra, por quaisquer motivos, produção ou comercialização de sementes. Tomando-se a

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média das últimas três safras inscreveu-se para produção de sementes de Trigo 531 ha para produção de sementes. Tem-se, portanto, um valor total médio de R$

1.062,00 anuais.

b) Taxa SEAPPA - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio do RS. O órgão estadual cobra bianualmente a taxa de R$ 484,35 de estabelecimentos que comercializam sementes. Anualmente, tem-se, portanto, o custo de R$ 242,17.

c) Taxa RENASEM. Todo produtor de sementes é obrigado a estar inscrito no Registro Nacional de Sementes. Tal registro, que iniciou em 2005, é renovado a cada três anos e tem um custo de R$ 100,00. Tem-se, portanto um custo anual de R$ 33,33, devido ao RENASEM.

d) Anotação de Responsabilidade Técnica. Na ocasião da inscrição dos campos de Trigo, é necessário o pagamento de taxa da Anotação de Responsabilidade Técnica relativa à elaboração do projeto técnico por parte do Responsável Técnico. A taxa atualmente corresponde a R$ 32,00.

3.7.2 Taxas não obrigatórias a) Anuidade APASSUL

A anuidade varia de acordo com uma tabela aprovada em assembléia geral pela associação, que estabelece um valor mínimo e aumenta de acordo com a quantidade de semente produzida pela empresa ou pelo produtor associado (a).

No caso da KESOJA SEMENTES, o valor pago, referente ao ano de 2009, foi de R$ 3.465,00.

No total anual, as taxas correspondem a R$ 5.165,50. Novamente, levando-se em conta que 78% da produção correspondem ao Trigo e que, em média, na safra 2009 foram produzidas 16.080 sacas, o custo médio das taxas por saca de 40 Kg é de R$ 0,25.

b) Responsável Técnico

Desde o início da produção de sementes da empresa, a responsabilidade técnica sobre a produção de sementes em todas as suas fases está ao cargo do Engenheiro Agrônomo autor deste trabalho. Para tal, o profissional recebe 2%

sobre a produção comercializada pela empresa. Tendo em vista, que em 2009, o

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preço médio de comercialização de Trigo pela empresa foi de R$ 0,86 por Kg de Trigo semente, o custo do Responsável Técnico corresponde a R$ 0,69 por saca.

c) Sacaria

A sacaria utilizada pela empresa é de polipropileno trançada e valvulada, com a inscrição da logomarca da empresa. Conforme legislação atual possui impressa diretamente na embalagem a razão social, endereço, telefone, CNPJ e número de registro no RENASEM. Para evitar mistura e facilitar a diferenciação dos materiais, tem-se utilizado sacaria de cores diferentes para cada cultivar e também uma tarja colorida na lateral da saca, para diferenciar, no caso da semente de Soja, a peneira. Na última safra, o preço unitário da sacaria acima descrita foi de R$ 0,70.

d) Etiquetas da Sacaria

A sacaria acima descrita pode ser utilizada tanto nas sementes certificadas como nas S1 e S2. Para a semente ser comercializada, a sacaria deve conter informações que identifiquem o cultivar, peneira, pureza, germinação e lote da semente. Para descrever tais itens que variam de lote para lote e dentro da cultura em cada safra, utiliza-se, por ocasião do carregamento, a fixação de uma etiqueta no saco da semente. O custo unitário atual da etiqueta é de R$ 0,39.

e) Tratamentos fitossanitários

Um dos principais itens a serem observados na armazenagem de sementes, visando à manutenção de sua qualidade, é o combate de pragas em grãos armazenados. Inicialmente, procede-se a limpeza total do armazém, dos dutos e frestas com pulverização de moegas, tulhas e pontos críticos. A limpeza com aspirador de pó e remoção de resíduos do beneficiamento do local também são aspectos interessantes a serem observados, pois visam diminuir pontos favoráveis à reprodução de insetos. Esse trabalho é realizado em época anterior ao recebimento, com a mão de obra disponível, sem custos relevantes para o processo.

O item que impacta de forma significativa o processo de produção de sementes de Trigo é a pulverização da massa de grãos, para evitar o

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aparecimento de traças e os conhecidos gorgulhos. Esse processo substituiu, há três anos, por indicação do Responsável Técnico, o tradicional expurgo com fosfina. Indicou-se a substituição por ela ser de menor risco à saúde humana e por ter efeito residual maior, razão pela qual normalmente é necessária uma pulverização apenas, ao passo que, no caso do expurgo dificilmente se faria menos de duas aplicações. Para a realização dessa prática com eficiência, utiliza- se a combinação de dois produtos comerciais, o Sumigran e Kobiol, nas doses de 25 ml de cada um, por tonelada de grãos beneficiados. O preço médio do Sumigran é de R$ 70,00 por litro e do Kobiol R$ 55,00 por litro. Levando-se em conta a dose e os preços dos produtos, constata-se que o custo por tonelada é de R$ 3,12, ou 0,12 por saca de 40 Kg.

f) Lotes Reprovados

Esse item se refere ao volume de sementes que, após o ensaque, ou seja, após estar o produto pronto para a comercialização, é reprovado pela análise do laboratório. Representa um prejuízo considerável para o produtor de sementes, visto que nesse ponto, todas as despesas inerentes ao produto Semente estão consolidadas e que se acresce a elas a mão de obra de desensaque do produto, para destiná-lo à indústria. Para evitar que a reprovação ocorra, é necessário tomarem-se algumas providências, dentre as quais se destaca a inspeção criteriosa dos campos de produção e a realização de análises pré-ensaque.

Com relação à inspeção do campo, considera-se que ela é importante, visto que 52,5% dos lotes reprovados nas últimas três safras foram devidos a invasoras contaminantes proibidas na semente. Segundo Peske et al (2006),

“dentro do programa de produção de sementes, há necessidade de posicionar-se a Inspeção de Lavouras como parte do sistema, pois é no campo que se pode fazer o controle rigoroso da qualidade genética das plantas”. De acordo com a legislação vigente, para a produção de sementes, é necessária uma vistoria ao campo de produção no florescimento e outra na pré-colheita da cultura. Visando à detecção precoce de possível problema com relação a invasoras contaminantes, adotou-se como prática padrão na empresa, principalmente na cultura do Trigo, a realização de uma vistoria nas fases iniciais de desenvolvimento vegetativo da cultura. Essa vistoria tem como objetivo verificar se existe a presença de plantas

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invasoras proibidas ou toleradas, numa fase em que ainda é possível realizar controle químico ou manual dessas invasoras. Já as visitas no período do florescimento e da pré-colheita servem para alertar e indicar o roguing de invasoras que possam ainda persistir ou terem surgido posteriormente às providências tomadas nas fases iniciais da cultura. No caso das visitas na floração e na pré-colheita elas são importantes porque nessa fase da cultura é possível detectar-se plantas atípicas, de ciclo diferente, na cultura do Trigo.

Em caso de todas as providências tomadas não terem surtido o efeito desejado, é preferível a condenação do campo nessa fase, à reprovação do material no pré ou pós-ensaque, pois tal atitude ainda tem um custo bem menor para a empresa.

Quanto ás pré-análises, ou seja, as análises feitas antes do ensaque, elas visam basicamente verificar a germinação de lotes que possam ter sido atingidos por eventos climáticos ocorridos na pré-colheita. No caso do Trigo, é o excesso de chuvas, que pode diminuir a germinação para valores inferiores a 80% -mínimo exigido para a cultura- e reprovar o lote. São feitos testes de tetrazólio ou mesmo um não oficial de poder germinativo, cujos custos já foram considerados no item 3.5. Os 47,5% de lotes reprovados restantes são atribuídos ao baixo poder germinativo.

Ressalta-se, que as providências tomadas pela empresa têm surtido efeito, visto que, considerando as sementes de Trigo comercializadas de 2007 a 2009, ocorreu reprovação de 6,74% de lotes no ano 2007. Como em 2008 e 2009 não houve reprovação, a média dos três anos fica em 2,25%.

Para se chegar ao valor, por saca de 40 Kg, que esses 2,25% de quebra representam, considera-se que os itens mão de obra variável, transporte adicional, fontes de energia, manutenção e reparo de equipamentos, análises e certificação, taxas, sacaria, tratamentos fitossanitários, quebra irrecuperável e bonificação aos cooperados já são custos consolidados. Não se computam os custos de Royalties, Responsável Técnico e etiquetas, que somente serão pagos sobre o produto comercializado. O item matéria-prima, no caso de descarte da semente, é recuperado na venda do produto para a indústria.

Considerando-se que a soma dos itens consolidados é de R$ 4,54 por saca de 40 Kg e multiplicando esse valor pela média de reprovação dos lotes da

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empresa, que é de 2,25%, o valor a ser considerado, por saca de 40 kg de semente é de R$ 0,10.

g) Quebra Irrecuperável

Para Megliorini (2001), o custo da matéria-prima deve corresponder à quantidade consumida na fabricação do produto. Dessa forma, vamos observar que, para obtenção de alguns produtos, alguns materiais são necessários em quantidades superiores àquelas efetivamente incorporadas ao produto.Tais perdas fazem parte do processo de fabricação, podendo-se minimizá-las, mas não evitá-las. São chamadas de perdas normais, e por isso integram o custo dos produtos.

No processo de produção de sementes, as perdas referem-se principalmente ao subproduto do beneficiamento, que é vendido como triguilho ou trigo de qualidade inferior.

Todo produto destinado à semente obviamente é pesado e também o subproduto Triguilho. A pesagem permitiu concluir que 11% do produto inicial tornou-se de qualidade inferior para o produto final Semente..

Considerando-se que, por exemplo, em 2009, pagou-se pelo produto Trigo aos cooperados em média R$ 0,44 por Kg e vendeu-se Trigo inferior com PH 74 a R$ 0,31 por Kg, teve-se, pela quebra do Trigo/Triguilho um prejuízo médio de 0,99 por saca de 60 Kg destinada a semente.

Em um saco de semente de 40 Kg, tem-se um custo de R$ 0,65 pela quebra de beneficiamento.

h) Bonificação a Cooperados

A empresa pessoa jurídica KESOJA SEMENTES, não é proprietária de terras, e, portanto, os campos de produção são pertencentes a produtores rurais da região, denominados usualmente como cooperados na atividade de produção de sementes. Esses produtores geralmente são clientes tradicionais da empresa, e são selecionados pelo seu histórico de boa condução de suas lavouras.

Tendo em vista que a produção de sementes requer práticas e cuidados especiais já descritos neste trabalho, é natural que tais práticas e cuidados resultem em custos adicionais ao processo de produção de grãos.

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Até dois anos atrás, pagava-se ao cooperado, sobre todo o produto destinado a semente de campo aprovado pelo responsável técnico, um adicional de 5% sobre o preço médio praticado pelas compradoras de soja da região no entorno dos municípios de Getúlio Vargas e Erechim, principalmente Olfar, Oleoplan, Cotrel e Cotrigo. Acrescido a isso o cooperado tinha o benefício de não haver o desconto de 2,3%, referente ao INSS, sobre a comercialização de produto destinado a semente. O percentual total a ser recebido pelo cooperado, comparativamente ao produto destinado para a indústria, era de 7,3%.

De dois anos para cá o governo federal retirou a isenção de INSS para o produto Semente, o que reduziria a bonificação para os cooperados para 5%. A empresa, tendo em vista os custos que o produtor possui e o fato de a baixa do percentual costumeiramente recebido pelo cooperado criar dificuldades para ele resolveu fixar a bonificação em 7%.

É importante citar que, em muitos casos, dependendo da categoria a ser produzida, a semente para a formação do campo possui um custo maior para o cooperado, principalmente dos campos C1, cujo material de reprodução é semente Básica e em sua totalidade provém de fora da empresa. Nesses casos, normalmente se acresce 1% ao percentual normal de 7%, e a bonificação aos cooperados passa a ser então de 8% no total.

Consideraremos, para efeito de cálculo de custos referente à bonificação paga aos cooperados, o percentual de 7%.

Tendo em vista que o preço médio do produto Trigo destinado a semente, na safra 2009, foi de R$ 24,31 por saca de 60 Kg, a bonificação média paga aos cooperados foi de R$ 1,12 por saca de 40 Kg.

i) Marketing

Marketing é um item bastante abrangente, que compreende a pesquisa do desejo dos clientes, a identificação de mercados, a definição de público-alvo, o posicionamento de produtos, o preço, o produto Semente em si, a distribuição, a publicidade e propaganda.

Sem dúvida, é um dos pontos fracos da empresa. Hoje possui um impacto baixo no custo de produção, o que poderia parecer positivo, mas, se fosse maior, sem dúvida alavancaria as vendas da empresa. Foram indicados, pelo

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Responsável Técnico, para os sócios proprietários, investimentos nessa área.

No presente trabalho, como o propósito são os componentes do custo relacionado à semente e sua análise, focarão a publicidade e propaganda no sentido de promover a venda, pois abranger o marketing como um todo na empresa poderia ser objeto de um trabalho específico.

Na realidade, o único investimento realizado na tentativa de promover o setor de sementes na empresa são duas tardes de campo, quando em parcelas, é apresentado os cultivares disponíveis para venda nas próximas safras e também os resultados de experimentos realizados por empresas de agroquímicos comercializados pela empresa.

Essas tardes de campo são realizadas geralmente no mês de outubro, para apresentação dos cultivares de Trigo e outra no mês de março, para a apresentação da cultura da Soja. Nas ocasiões é distribuído material promocional obtido junto aos obtentores e, ao final é servido um lanche aos participantes. O resultado tem sido bom, com a participação média de cerca de 90 produtores da microrregião de Getúlio Vargas em cada evento.

Apesar de já mencionado que o setor de sementes participa com 18,7% do faturamento da empresa, especificamente sobre esse item será considerado um peso de 50%, pois o dia de campo visa ao setor semente e apenas alguns fornecedores de agroquímicos participam do evento.

O custo com divulgação na rádio e lanches servidos aos participantes tem sido em média de R$ 1.100,00 por evento, totalizando R$ 2.200 por ano. A semente de Trigo, como já foi escrito anteriormente participa com 78% do segmento sementes; portanto para o ano de 2009, levando em conta a quantidade produzida, o custo por saco desse item é de R$ 0,05.

j) Matéria-prima

Santos et ali (2002) refere-se a materiais ou insumos, “como materiais brutos ou já trabalhados e anteriormente produzidos, necessários ao processo de obtenção do novo produto desejado”.

No caso da produção de sementes, o material básico e principal componente do custo variável de produção é o grão destinado a semente. Na safra 2009, o preço médio referência para aplicação da bonificação para os

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cooperados foi de R$ 22,60 por saca de 60 Kg, ou seja, R$ 0,38 por kg.

Não são considerados, no caso do Trigo, descontos por Peso Hectolítrico inferior ao padrão pH 78. Naturalmente, um produto de qualidade destinado a semente dificilmente terá pH inferior, no exemplo citado, a 75. Esse na verdade é um benefício adicional ao produtor cooperado.

TABELA 5 - Custos Variáveis de produção ano base 2009

DESCRIÇÃO/ITEM VALOR R$ Percentual a) Mão de obra variável 0,82 3,37 b) Transporte adicional 0,06 0,25

c) Fontes de energia 1,27 5,22

d) Manutenção e reparos de equipamentos 0,59 2,43 e) Análises/certificação 0,23 0,94

f) Royalties 2,06 8,49

g) Taxas 0,25 1,02

h) Responsável técnico 0,69 2,85

i) Sacaria 0,70 2,89

j) Etiquetas sacaria 0,39 1,60 k) Tratamentos fitossanitários 0,12 0,49

l) Lotes reprovados 0,10 0,41

m) Quebra 0,65 2,68

n) Bonificação cooperados 1,12 4,60

o) Marketing 0,05 0,20

p) Matéria-prima 15,20 62,56 TOTAL CUSTO VARIÁVEL 24,30 100,00 Fonte: o autor

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3,37%

0,25%

5,22%

2,43%

0,94%

8,49%

1,02%

2,85%

2,89%

1,60%

0,49%

0,41%

2,68%

4,60%

0,20%

62,56%

Mão de obra variável Transporte adicional Fontes de energia Manutenção e reparos de equipamentos

Análises/certificação Royalties

Taxas

Responsável técnico Sacaria

Etiquetas sacaria

Tratamentos fitossanitários Lotes reprovados

Quebra

Bonificação cooperados Marketing

Matéria-prima

Figura 1 - Custos variáveis de produção ano base 2009. Getúlio Vargas, RS.

Fonte: o autor

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4 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DE DESPESAS DE VENDA

Os itens e o custo total variável constante na Tabela 5 são gerados na produção do bem a ser vendido, nesse caso a semente. Já segundo Hernandez et al (2005) “despesas são gastos relativos a bens ou serviços consumidos no processo de geração, realização de receitas da empresa”.

A empresa KESOJA SEMENTES naturalmente tem despesas com a venda da semente para gerar receitas desse produto.

Analisando o contexto específico da empresa e do negócio Semente, elegem-se os itens seguintes como principais.

4.1 Comissões para vendedores ou revendas

São valores pagos a vendedores e empresas do ramo agrícola que comercializam a semente vendida. Esse valor, teoricamente, diminui o lucro da empresa por unidade comercializada, mas por outro lado, viabiliza um volume maior de produto comercializado, em função da capilarização do mercado potencialmente atingível.

Ao tratar de vendedores, consideram-se os vinculados diretamente à empresa KESOJA SEMENTES. Esses profissionais trabalham a campo - em contato direto com os clientes, produtores rurais-, na venda de toda a linha de produtos da empresa. No caso da semente comercializada através desses vendedores, é repassado aos mesmos, a título de comissão de venda, o valor de 2% sobre o valor de venda da semente.

No caso de as vendas serem efetuadas para revendas, é concedido um desconto de 7% sobre o preço final de lista, a título de comissão.

Levando-se em conta que, no ano base de 2009, conforme Tabela 9, o preço médio de comercialização do saco de 40 Kg de Trigo semente foi de R$

34,29, que 45% do produto Semente foi comercializado para revendas e que 55%

foi vendido direto ao consumidor final – dos quais 75% pelos vendedores da Ke Soja e 25% sem intermédio deles -, conclui-se que a despesa de vendas perfaz um total médio de R$ 1,36 por saca de 40 Kg.

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4.2 Impostos sobre vendas

A comercialização de sementes dentro do estado do Rio Grande do Sul possui deferimento do Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços, o ICMS.

A empresa iniciou, no ano de 2009, a comercialização de uma pequena quantidade de semente de Trigo com clientes do estado do Paraná, e está nos objetivos de curto e médio prazo a ampliação do volume a ser comercializado com outros estados.

No caso de comercialização de sementes com outros estados, o ICMS possui alíquota de 12%, mas, com incidência reduzida de 40%, passando, portanto a uma cobrança final de 4,8%. A empresa KESOJA SEMENTES, adquirir defensivos produzidos nesses estados possui créditos de ICMS, que são compensados na venda da semente, portanto na prática, não ocorre o pagamento do ICMS sobre a semente vendida. Sem dúvida, essa é uma vantagem bastante significativa no mercado de sementes sobre produtores que tradicionalmente só comercializam semente.

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5 CUSTO TOTAL DA SEMENTE COMERCIALIZADA

TABELA 6 - Custos totais de produção e despesas de venda por saca de 40 kg de trigo, safra 2009.

Descrição/Item Valor R$

Custo Fixo Total 1,78

Custo Variável Total 24,30

Despesas de Venda 1,36

TOTAL 27,44

Fonte: o autor

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6 CUSTO DE PRODUÇÃO TOTAL MÉDIO LEVANTADO PELA EMPRESA

A empresa, através de sua área administrativa, sempre procurou ter uma idéia de custo de produção da semente comercializada, principalmente para estimar a rentabilidade do produto em função dos preços por ela praticados, que são semelhantes aos de outras empresas da região que fazem parte do mesmo segmento.

Inicialmente, como mostra a Tabela 7, que é uma cópia fiel do rascunho elaborado na época, o custo era calculado analisando-se, apenas, os itens principais, englobada de forma geral e bastante simplificada. Isso começou a mudar na empresa quando a APASSUL, preocupada com o fato de muitos produtores não terem noção de seus custos e muitas vezes venderem sua semente sem rentabilidade alguma, enviou, em final de dezembro de 2008, uma circular com uma tabela de custo de produção de sementes, com itens descriminados e baseados em estudo de custos de dois de seus associados.

Essa tabela é à base da Tabela 8, que mostra significativa evolução com relação à Tabela 7.

TABELA 7 - Custo Semente de Trigo 2005 - Empresa 2005 Custo Indústria Base (22,50) R$ 15,00

Beneficiamento R$ 1,30

Royalties R$ 1,30

Sacaria R$ 0,85

Expurgo R$ 0,05

Responsável Técnico R$ 0,50

TOTAL R$ 19,00

Fonte: o autor

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TABELA 8 - Custo Semente de Trigo 2009 - Empresa

2009 Percentual

Bonificação Cooperante R$ 1,20 3,85

Transporte Adicional R$ 0,05 0,16

Recebimento e beneficiamento

Energia Elétrica R$ 2,50 8,00

Armazenagem

Análise R$ 0,10 0,32

Royalties R$ 2,50 8,02

Manutenção – depreciação R$ 0,50 1,60

Taxas (encargos, registros) R$ 0,20 0,65

Funrural R$ 0,45 1,45

Responsável Técnico R$ 0,75 2,40

Corpo Técnico (vendas) R$ 1,00 3,20

Marketing R$ 0,10 0,32

Sacaria R$ 0,70 2,25

Etiquetas sacaria R$ 0,05 0,16

Sobra sementes (10%) R$ 1,10 3,52

CUSTO PRODUÇÃO R$ 11,20

Matéria Prima (Indústria) R$ 20,00 64,10

CUSTO TOTAL DA SACA R$ 31,20 100,00

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7 COMPARATIVO E DISCUSSÃO DOS COMPONENTES E DO CUSTO MÉDIO CONSIDERADOS PELA EMPRESA O REAL LEVANTADO NESTE TRABALHO.

Inicialmente conforme se pode observar na Tabela 7, a composição dos componentes e do custo da semente da empresa KESOJA SEMENTES era bastante simples, até rudimentar: servia apenas para se ter uma idéia de custo.

Mesmo assim o importante é que sempre houve a preocupação com o custo do produto final. Levando-se em conta que a matéria-prima compõe mais de 65% do custo final do produto, que alguns itens como Sacaria, Royalties e Responsável Técnico são de fácil obtenção, atribuindo-se algum valor aproximado ao beneficiamento era conhecido o custo base, aproximado, do produto.

A partir da Tabela de custos fornecida pela APASSUL, já mencionada neste trabalho, avançou-se no sentido de detalhamento de componentes de custos e pôde-se avançar na precisão do custo final. Porém, mesmo a tabela é uma sugestão geral, que não especifica todos os componentes que fazem parte da realidade da empresa. Para ter uma tabela de custos que possa servir de base na discussão de decisões técnicas, administrativas e de estratégia de negócios, é imprescindível que se tenha uma tabela detalhada e baseada na realidade da empresa, para que se possa ter uma percepção mais clara de como cada item participa no processo produtivo. É isso que se propôs neste trabalho e que se apresenta ilustrado nas tabelas 5 e 6.

7.1 Custo fixo total

O custo fixo total estava embutido de maneira imprecisa no recebimento, beneficiamento e na armazenagem. Com o estudo realizado neste trabalho, é possível perceber a real dimensão de cada equipamento, o custo anual e por saca dos equipamentos de propriedade da empresa. E se algum equipamento novo for adquirido, será possível, além de usufruir os benefícios, avaliar o impacto dessa aquisição nos custos finais.

Com relação a este item, é muito importante analisar o fato de que as outras atividades desenvolvidas pela empresa tais como recebimento de cereais e venda de insumos agrícolas, diminuem o impacto o custo fixo total no setor

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Sementes. O estudo permite também perceber quanto esse valor poderia se acrescido no custo final da semente caso tais atividades não fossem mantidas. A partir daí, também se pode proceder uma análise da quantidade de semente a ser produzida sem aumento do percentual desses custos, caso não se trabalhasse mais, por exemplo, com o setor de cereais.

7.2 Componentes do custo variável

7.2.1 Transporte adicional, etiquetas, taxas e sacaria

Os três primeiros componentes estão bastante próximos ao custo levantado neste trabalho e são de baixo impacto. Já o custo da sacaria pode ser levantado com exatidão ao considerar-se o valor de aquisição. Portanto, os componentes em questão não deverão ser objeto de maiores análises neste momento.

7.2.2 Fontes de energia

Na tabela da empresa, as fontes de energia estavam englobadas com outros itens, mas sem dúvida devem ser analisadas separadamente, pois estão entre os itens de maior impacto no custo final da empresa. A partir dessa constatação, deverão ser direcionados esforços no sentido de possibilitar a redução de custos. Isso através de análise do tipo de contrato com o fornecedor de energia elétrica mais adequada para a empresa, bem como com o fornecedor de combustível para a secagem do grão destinado a semente.

7.2.3 Manutenção e reparos de equipamentos

Até 2009, nos custos da empresa, a manutenção e o reparo de equipamentos não eram levados em conta, apesar de serem sempre realizados e de terem muita importância para o processo produtivo da empresa, pois tem um impacto já considerável no custo de produção.

7.2.4 Análises e certificação

Os custos de análises e certificação não eram considerados até 2009, apenas foi atribuído um valor a partir da tabela APASSUL.

É de vital importância no processo de controle de qualidade do produto

Referências

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