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Contabilidade de gestão

Licenciatura em Marketing

Capítulo 2 - Conceitos fundamentais e classificação de custos

P P T P R E PA R A D O C O M R E C U R S O A E L E M E N T O S D A A U T O R I A D E : J O S É C A R R E I R A

A D A P TA D O S , E M 2 0 0 9 , P O R : PA U L O B R A Z , N O R B E R T O M A R I C O T O E C L A R A M O N T E I R O

A D A P TA Ç Ã O A N O L E T I V O 2 0 1 9 / 2 0 2 0 : M A R I A N A B E R N A R D I N O E V Í T O R S A N T O S

(2)

Capítulo 2 - Conceitos fundamentais e classificação de custos

Programa:

2.1 Os regimes de fabrico

2.2 Objetos, unidades e períodos de custo

2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

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2.1 Os regimes de fabrico

• Na indústria os processos técnicos de fabricação variam bastante de sector para sector

• O ciclo produtivo pode ser mais ou menos dilatado

• O número de operações do ciclo depende dos processo técnicos

• 1 matéria-prima »» 1 ou mais produtos fabricados

• 1 ou mais matérias-primas »» 1 ou mais produtos fabricados

• As operações de transformação podem envolver mais ou menos centros de trabalho / fases de produção

• Pode-se fabricar para encomendas de clientes ou para stock / inventário

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2.1 Os regimes de fabrico

• A classificação dos regimes de fabrico por efetuar-se de acordo com 4 critérios:

1. Quanto ao número de operações do ciclo produtivo

a) Fabricação simples: existe uma só operação de transformação

Exemplo: fabricação de gelo

b) Fabricação complexa: existem várias operações de transformação

i) Uma linha de fabrico ii) Várias linhas de fabrico

- Convergentes (exemplo da fabricação automóvel) - Divergentes (exemplo da refinaria)

- Independentes

(5)

2.1 Os regimes de fabrico

• A classificação dos regimes de fabrico por efetuar-se de acordo com 4 critérios:

2. Quanto ao número de produtos

a) Fabricação uniforme: obtém-se um só produto

Exemplo: Celulose

b) Fabricação múltipla: obtém-se vários produtos

i) Disjunta: os produtos obtêm-se independentemente uns dos outros

Exemplo: nos lacticínios: queijo, manteiga, iogurte, etc.

ii) Conjunta: os produtos obtêm-se simultaneamente de uma ou de várias matérias-primas

Exemplo: indústria de descasque de arroz –arroz trinca, farinha e casca

(6)

2.1 Os regimes de fabrico

• A classificação dos regimes de fabrico por efetuar-se de acordo com 4 critérios:

3. Quanto à variação qualitativa dos produtos

a) Fabricação contínua: obtém-se sempre o(s) mesmo(s) produto(s)

Exemplo: fábrica de papel

b) Fabricação descontínua: há variação dos produtos fabricados de acordo com as encomendas dos clientes

Exemplo: Fábrica de mobiliário por encomenda

(7)

2.1 Os regimes de fabrico

• A classificação dos regimes de fabrico por efetuar-se de acordo com 4 critérios:

4. Quanto à sucessão das operações do ciclo produtivo

a) Fabricação por fases: entre as várias fases da fabricação há repouso tecnológico dos produtos

Exemplo: cerâmica decorativa

b) Fabricação ininterrupta: não há repouso tecnológico entre as várias operações

Exemplo: fábrica de vidros

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2.1 Os regimes de fabrico

• De acordo com os vários regimes de fabrico podem considerar-se como mais características as seguintes fabricações:

1. Fabricação contínua e uniforme (exemplo - celulose, cimento, cerveja) 2. Fabricação por fases (exemplo - cerâmica, óleos vegetais)

3. Fabricação por encomenda ou ordens de produção (exemplo - mobiliário, máquinas industriais complexas, moldes)

• A análise e caracterização do processo de fabrico de cada indústria é fundamental, na medida

em que este condiciona e determina o método de cálculo de custos a adotar

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2.2 Objetos, unidades e períodos de custo

Objeto ou portador de custos

• Por objeto de custo entende-se a “entidade”/função a que o custo respeita

• De entre os vários objetos de cálculo de custos possíveis são vulgares:

• As funções da empresa (custo de aprovisionamento, de produção, de distribuição, de administração, de financiamento, etc.)

• Os centros de custos (atomização, prensagem, vidragem, forno, etc.)

• As fases e as operações de fabrico

• Os produtos produzidos (camas, mesas, cadeiras, etc).

• A definição dos objetos de custo depende das necessidades de informação da gestão da

empresa

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2.2 Objetos, unidades e períodos de custo

Objeto ou portador de custos

• As funções, centros de custo, fases e operações correspondem a objetos de custo intermediários

• O conhecimento desses custos tem por finalidade o controle interno na empresa e o cálculo mais apropriado do custo dos produtos que correspondem aos objetos finais do custo

• Das necessidades de informação para gestão resulta:

• Maior ou menor desagregação da empresa em centros de custos de acordo com a profundidade da análise da localização dos custos desejada

• Maior ou menor individualização dos produtos fabricados pela empresa

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2.2 Objetos, unidades e períodos de custo

Unidades de custo

• Tendo em vista o apuramento de custos unitários importa definir as unidades de custo

• A definição dessas unidades depende da grandeza da unidade física de apresentação e comercialização do produto

• Exemplos:

• Pacote de bolachas e não uma bolacha

• Um automóvel e não uma dúzia de automóveis

• Nos regimes de fabricação por encomenda, a unidade de apuramento de custo – a encomenda X – pode revestir a forma de um conjunto diversificado de unidades físicas

• Exemplo: uma mobília de sala de jantar composta por cadeiras, mesa e armário

Aqui o objetivo é saber quanto custou o conjunto e não cada peça individualmente, dado que, o que

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2.2 Objetos, unidades e períodos de custo

Período de custo

• O período de apuramento de custos depende das necessidades de informação para gestão

• O período mais vulgarizado é o mês

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - APROVISIONAMENTO

• O custo de aprovisionamento, de compra ou de aquisição de um bem incluem: “... a soma do respetivo preço de compra com os gastos suportados direta ou indiretamente para o colocar no seu estado atual e no local de armazenagem” (cf. SNC)

• Os custos de compra incluem:

• O preço de compra, líquido de descontos comerciais e de IVA dedutível

O descontos de natureza financeira, mesmo que deduzidos na fatura, não afetam os custos de compra devendo ser contabilizado como rendimento

O IVA, se não for dedutível, deve ser considerado componente do custo de compra pelo que se adiciona ao preço

• Custos externos de compra: transportes, seguros, comissões, direitos aduaneiros não recuperáveis

• Custos internos de compra: custos com o funcionamento das secções de compra, receção e outras intervenientes no processo de aprovisionamento da empresa

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - APROVISIONAMENTO

• Os custos externos e internos de compra são vulgarmente designados custos adicionais de compra

• Custos externos »» de uma forma geral, são corretamente acumulados no custo de compra dos produtos

• Custos internos »» dificuldade na sua imputação ao custo de compra do produto

Por duas razões:

1º Os custos das secções intervenientes no aprovisionamento são primeiramente classificadas na

Contabilidade Geral, em custos com pessoal, eletricidade, amortizações, etc. e a sua imputação ao custo dos produtos implica o seu conhecimento por centros de custo correspondente às várias secções de

aprovisionamento, o que supõe a existência de Contabilidade Analítica

2º Tratam-se de custos maioritariamente fixos e comuns aos vários produtos comprados. A sua imputação aos vários produtos é delicada, morosa e pode retardar o processo de apuramento dos custos sempre que se

queira utilizar custos efetivos pois, nesse caso, ter-se-ia de esperar pelo fim do mês para apurar o custo das secções de aprovisionamento e, só depois se poderia apurar o custo completo de compra dos vários produtos Uma solução mais apropriada consistirá em acrescentar X% ao preço dos produtos comprados, sendo X um valor teórico determinado, por exemplo, pela relação: custo das secções de aprovisionamento/valor das compras, coeficiente esse apurado em anos anteriores

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - PRODUÇÃO

• Os custos da função produção determinam o chamado custo industrial ou de produção

• Definição de custo de produção de um bem (de acordo com o SNC): o custo que inclui “...a soma dos custos das matérias-primas e outros materiais diretos consumidos, da mão-de-obra direta, dos custos industriais variáveis e dos custos industriais fixos necessariamente suportados para produzir e colocar no estado em que se encontra e no local de armazenagem ...”

• Tratam-se de custos com:

• consumo de matérias diretas (MD)

• a utilização de mão-de-obra direta (MOD)

• outros custos fabris, geralmente designados, por gastos gerais de fabrico (GGF) ou custos indiretos de produção

Inclui todos os custos fabris não considerados nas duas categorias anteriores, nomeadamente:

Matérias indiretas, mão-de-obra indireta, energia, amortizações, seguros, conservação, etc..

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - PRODUÇÃO

Classificação das matérias

A) Classificação tecnológica

Matérias-primas: objetos, materiais, fornecimentos obtidos pela empresa e destinados a ser incorporados nos produtos fabricados, ou seja, objetos a que se aplicam diretamente as

operações de transformação e que renascem no produto acabado

• Exemplos: barro na indústria cerâmica, madeira na indústria de mobiliário, Etc.

Matérias subsidiárias: materiais que a produção obriga a consumir, mas que se não incorporam nos produtos fabricados

• Exemplos: combustíveis, carburantes, lubrificantes, Etc.

Materiais de consumo: não são utilizados na fabricação mas são necessários ao funcionamento dos serviços

• Exemplos: acessórios, artigos de limpeza, Etc.

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - PRODUÇÃO

Classificação das matérias

B) Classificação contabilística

Matérias diretas: aquelas cujo consumo se pode e é fácil relacionarem diretamente com os objetos de custo. São em geral matérias-primas mas, também podem ser subsidiárias

Matérias indiretas: aquelas cujo consumo não se pode/deve relacionar especificamente com um produto (ou lote de produtos) bem determinado. São em geral matérias subsidiárias e materiais de consumo

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - PRODUÇÃO

Classificação da mão de obra

• A mão-de-obra é considerada:

direta (MOD)»» se puder ser imputada diretamente aos objetos de custo (salários dos operários intervenientes na fabricação, etc.); ou

indireta (GGF) »» se não puder ser feita essa imputação, por resultar de atividades comuns a todas as fabricações (pessoal de direção fabril, operários da manutenção, etc.)

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - DISTRIBUIÇÃO

• Custos inerentes à atividade comercial da empresa, como sejam:

• Publicidade

• Ordenados e comissões dos vendedores

• Transporte

• Custos do armazém de produtos acabados

• Despesas de cobrança

• Custos com o funcionamento da secção de vendas

• Etc.

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - ADMINISTRAÇÃO

• Inclui todos os custos inerentes à administração da empresa, nomeadamente:

• Deslocações e estadas

• Representação

• Ordenados

• Custos de funcionamento das secções administrativas

• Etc.

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Os custos e as funções da empresa - FINANCIAMENTO

• Custos de natureza financeira como sejam:

• Juros

• Comissões bancárias

• Descontos de pronto pagamento

• Provisões para cobranças duvidosas

• Etc.

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Configuração de Custos

• As configurações de custos que revestem importância para a análise são as seguintes:

• 1 – Custo Primo = MD + MOD

• 2 – Custo de Transformação (CT) = MOD + GGF

• 3 – Custo Industrial ou de Produção (CI) = MD + MOD + GGF

• 4 – Custo Comercial = CI + CD

• 5 – Custo Complexivo = CI + CD + CA + CF

• 6 – Custo Económico – Técnico = CC + CS

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Configuração de Custos

• O custo primo, o custo de transformação e o custo industrial podem ser referidos a toda a produção ou serem calculados em referência à produção acabada

• Neste caso há que ter em consideração a variação dos stocks de produtos e trabalhos em curso.

Seja o caso do custo industrial dos produtos acabados (CIPA):

• CIPA = CIP + PTCi – PTCf, ou

• CIPA = MD + MOD + GGF + PTCi – PTCf

• Onde o CIP é o custo industrial da produção total, PTCi são os produtos e trabalhos em curso iniciais e PTCi os finais

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Configuração de Custos

• Por outro lado, os custos começam por ser calculados em relação aos produtos, mas estes só se transformam em gastos de um dado período contabilístico, à medida que a produção é vendida

• Ou seja, os custos apenas são reconhecidos na DR relativamente aos produtos que são vendidos

• Os custos contidos nos produtos que passam em stock para o período contabilístico seguinte, são custos suspensos, não extintos

• Assim, para obtermos o custo industrial dos produtos vendidos (CIPV) temos de considerar a variação dos stocks de produtos acabados:

• CIPV = CIPA + EiPA – EfPA

• Onde, EIPA e EFPA são as existências iniciais e finais dos produtos acabados

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Configuração de Custos

• Em esquema:

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Configuração de Custos

Custos supletivos

• Os custos supletivos são custos calculados que não dão origem ou resultam de desembolsos monetários

• São custos que não são relevados pela Contabilidade Geral, mas que, muitas vezes, é preciso ter em conta na Contabilidade Analítica, para se chegar ao verdadeiro custo económico das produções

• Vejamos dois casos:

Remunerações do trabalho do empresário

Nas empresas de carácter familiar, em que os proprietários são, simultaneamente, os gestores, muitas vezes, por razões de

conveniência fiscal ou outras, estes não recebem ordenado, ou recebendo-o este é inferior ao devido para o exercício de funções desse nível

Remunerações de capitais próprios investidos nas empresas

A lei comercial não permite que o empresário receba juros dos capitais investidos na empresa, entendendo que a forma de os remunerar consiste nos lucros da atividade. Contudo, o investimento deve ser rentável independentemente da sua forma de financiamento recorrer mais ou menos a capitais próprios ou alheios, o que torna aconselhável que a Contabilidade Analítica deva ter em conta, para efeitos de análise de rendibilidade, uma remuneração calculada para os capitais próprios

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Configuração de Custos

Custos supletivos

• No que se refere à taxa de remuneração a considerar para os capitais próprios, esta deve incluir:

O custo de oportunidade do capital, entendido como o ganho que se deixou de Ter pela não aplicação do mesmo na melhor utilização alternativa

Um prémio de risco inerente à atividade empresarial

• Duas dificuldades práticas surgem quando se pretende calcular custos relativos à remuneração dos capitais próprios:

1ª) Tem a ver com a taxa de juro a utilizar

2ª) Mais complexa, diz respeito à imputação desses custos pelas várias secções e produtos. Uma solução possível é considerar a maturidade das aplicações de fundos no interior da empresa

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Margens

• Uma margem resulta sempre da diferença entre o preço de venda e uma dada configuração de custo

• As margens mais relevantes são as seguintes:

Margem Bruta ou Lucro Bruto »» LB = VV - CIPV

Em que LB é o lucro bruto, VV o valor de venda e CIPV o custo industrial dos produto vendidos

O lucro bruto é o primeiro indicador da rendibilidade dum produto e a sua evolução deve ser vigiada ao longo tempo

Muitas vezes, na impossibilidade de se repartirem os custos não industriais pelos produtos, por falta de critério apropriado ou por opção consciente, dada a incerteza geralmente associada a qualquer critério, o lucro bruto é mesmo a única margem calculada para cada produto

Lucro Líquido »» LL = VV - CC

Em que LL é o lucro líquido e CC é o custo complexivo

O cálculo do lucro líquido dum produto sofre, geralmente, de grande incerteza, dadas as dificuldades de repartir os custos comuns de distribuição, administrativos e financeiros

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Margens

• Melhor será, muitas vezes, ficar pelo cálculo do lucro líquido global da empresa ou, em certos casos, por atividades

Lucro Puro »» LP = VV – Custo Económico-Técnico

• Dado que o custo económico-técnico engloba todos os custos necessários à atividade, incluindo a remuneração do empresário pelo seu trabalho e pelos capitais próprios aplicados, o lucro puro apresenta-se como um lucro anormal que, em concorrência, tende para zero no longo prazo

dado o natural afluxo de capitais aos sectores de atividade com lucros anormais

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2.3 Análise funcional dos custos - a DR por Funções

Demonstração dos resultados por funções e produtos

• A Demonstração dos Resultados por Naturezas é pouco apropriada quando se pretende fazer análises de rendibilidade, pois nada nos diz sobre a evolução funcional dos custos e das margens

• A Demonstração de Resultados por Funções serve esses objetivos, sendo complementar em relação à primeira

• O SNC paralelamente à DR por Natureza, que é obrigatória, apresenta um modelo de DR por Funções, de carácter facultativo

• Modelo das DF

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Diretos e Indiretos

• Os custos suportados por uma empresa, quando relacionados com o objeto de custo, podem caracterizar-se por serem:

• Custos especiais: os que são específicos dum objeto de custo (secção, produto, etc.)

• Custos comuns: os que se referem a um conjunto de objetos de custo

• Exemplo – Repartição de gastos com o pessoal:

Suponhamos uma fábrica, dirigida por um diretor fabril, com duas secções fabris, cada uma chefiada por um

encarregado. São fabricados quatro produtos sendo A1 e A2 fabricados na secção X e B1 e B2 fabricados na secção Y.

O ordenado do diretor fabril é um custo comum quer em relação às secções, quer em relação aos produtos.

O salário do operário que trabalha exclusivamente para a fabricação de A1 é um custo especial deste produto.

O ordenado do encarregado que dirige a secção X é um custo especial dessa secção, mas é um custo comum em relação aos produtos A1 e A2.

(32)

2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Diretos e Indiretos

• A classificação dos custos em especiais e comuns depende:

• Da estrutura da empresa

• Dos meios de medição dos consumos, e

• Dos métodos de apuramento e da extensão ou amplitude do objecto de cálculo

• Exemplo – Consumo de energia elétrica:

Se existir um contador único para toda a fábrica, trata-se dum custo comum. Contudo, face à relevância desse custo, pode a empresa optar por colocar contadores em cada secção fabril e passaríamos a estar perante um custo especial de cada secção.

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Diretos e Indiretos

• Os custos comuns são de imputação indireta ao objeto de custo são CUSTOS INDIRECTOS

• Os custos especiais são de imputação direta aos objetos de custo: são CUSTOS DIRECTOS

• Sempre que estejamos perante fabricação múltipla, quanto maior for o peso relativo dos custos

indiretos, maiores dificuldades existem e mais complexo se torna o apuramento dos custos dos

vários produtos

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

Custos Fixos, de Estrutura ou de Capacidade

• Uma empresa, para poder produzir, necessita de construir, comprar ou arrendar instalações e máquinas, de contratar pessoal, etc.

• O custos fixos, de estrutura ou de capacidade são os custos inerentes à dotação da empresa com uma determinada capacidade produtiva, independentemente da utilização que em cada momento faz dessa capacidade

• Estes custos dependem da natureza e quantidade das operações realizáveis, e não variam quando se altera o volume, dentro da capacidade instalada existente

• A fixidez destes custos supõe uma análise de curto prazo, em que a estrutura se mantém inalterada

• Exemplos: rendas dos edifícios, a depreciação das máquinas e os ordenados do pessoal

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

Custos Variáveis, Operacionais ou de Atividade

• Dotada a empresa com uma dada estrutura pode-se fazer, em cada momento, uma maior ou menor utilização da mesma

• Os custos variáveis, operacionais ou de atividade relacionam-se com a medida e com as condições em que é utilizado o potencial disponível da empresa

• São custos suportados por se produzir e variam diretamente com o nível de atividade

• Traduzem a natureza, a quantidade e a qualidade das operações realizadas

• Exemplos: o consumo das matérias-primas, as comissões pagas a vendedores e as horas extraordinárias pagas ao pessoal

• Os custos variáveis podem ser:

Proporcionais, se face a uma variação no volume os custos variam na mesma proporção

Progressivos, se variam mais que proporcionalmente relativamente às variações ocorridas no volume

Degressivos, se variam menos que proporcionalmente relativamente às variações ocorridas no volume

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

• No conjunto dos custos da empresa, é ainda possível encontrar alguns que têm um comportamento misto com o nível de atividade »» custos semi-fixos ou semi-variáveis

• São os casos dos custos com a energia elétrica e a manutenção das máquinas »»

Independentemente do consumo de energia a empresa paga um valor fixo mensal

correspondente à taxa de potência – parte fixa do custo – e paga, uma parte variável com o consumo, que é suposto variar com o nível de atividade – parte variável do custo

• Também, no que se refere à conservação, existe uma manutenção mínima das máquinas

mesmo em situação de fábrica parada – custo fixo – e uma parte variável de acordo com a

intensidade do trabalho das mesmas – custo variável

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

A Linearidade dos Custos

• Admitir a linearidade dos custos é definir que o custo total possa ser representado por uma equação do tipo: Y = a + bx

y = custo total

a = custo fixo global

b = custo variável médio

x = atividade

◦ A representação linear supõe custos de estrutura inalteráveis e custos operacionais proporcionais

◦ Sendo o custo, o produto do consumo quantitativo dum recurso pelo preço do mesmo, a hipótese de linearidade, para ser respeitada, implica que:

a) A relação técnica e física entre os recursos consumidos e as produções obtidas seja constante, ou seja, o rendimento dos fatores não sofra variações

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

• Métodos de análise do comportamento dos custos

1. Análise Normativa

• Esta abordagem baseia-se na análise do comportamento passado dos custos

• É uma análise técnica do comportamento que os custos devem ter face às características da atividade

• É particularmente apropriada quando se pretende identificar os custos duma atividade nova, sendo útil ao controlo de gestão através do confronto dos custos à posteriori com os da norma

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

• Métodos de análise do comportamento dos custos

2. Método dos Pontos Extremos

• Sejam os seguintes dados relativos aos custos de conservação duma empresa industrial:

• Ou seja:

Independentemente do nível de atividade existe uma custo fixo com a conservação dos equipamentos de 216 €.

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

• Métodos de análise do comportamento dos custos

3. Método dos Mínimos Quadrados

• Usando o método dos mínimos quadrados é possível proceder ao ajustamento da reta de regressão

• O método dos mínimos quadrados assenta no princípio de que a reta que melhor se ajusta aos dados conhecidos é aquela para a qual a soma dos quadrados dos desvios tem um valor mínimo

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos de Estrutura e Custos Operacionais

Importância da análise do comportamento dos custos com o volume

• A classificação dos custos em fixos e variáveis é importante pois:

1. Facilita a previsão dos efeitos que têm sobre os custos as variações da produção

2. A existência de custos fixos mais ou menos avultados influi grandemente na política de venda das empresas

3. Quanto maior for a importância dos custos fixos, maiores são os inconvenientes de se fabricarem pequenas quantidades

4. No caso de produções inferiores à capacidade instalada, os custos fixos tornam-se parcialmente desnecessários

5. É fundamental para a gestão e controlo orçamental:

possibilidade de elaboração de orçamentos flexíveis

separação dos custos controláveis dos não controláveis

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Permanentes e Custos Diferenciais

• As decisões de gestão são normalmente tomadas em face de várias alternativas possíveis

• Nomeadamente nas decisões de investimento, há que optar entre vários projetos possíveis em que importa determinar os custos subjacentes às várias alternativas

•Daí a importância de se distinguirem:

• Custos Permanentes »» são aqueles que não variam quando se tomam decisões face às alternativas possíveis que influenciam a atividade da empresa. Estamos perante custos fixos

Exemplo. Ordenados da gerência

• Custos Diferenciais »» são os custos adicionais duma mudança na natureza ou no grau de atividade

desenvolvida. Traduzem a diferença de custos entre duas alternativas possíveis. O custo diferencial é um elemento importante para a tomada de decisões empresariais, já que traduz o aumento ou a

diminuição dos gastos correspondentes à variação da produção

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Incorporáveis e não Incorporáveis

O objeto de análise da Contabilidade Geral e da Contabilidade Analítica é o mesmo »» ambas tratam da quantificação e registo em termos monetários dos fenómenos económicos inerentes à atividade empresarial

Contudo, as perspetivas de análise da atividade são diferentes, pelo que:

Os bens e serviços consumidos em certo período são passíveis de valoração segundo diferentes critérios

Os elementos a considerar nos apuramentos da contabilidade externa e os elementos a considerar na contabilidade interna não têm de ser precisamente os mesmos

Assim:

a) Há custos que, sendo considerados pela contabilidade geral, são excluídos do processo de apuramento dos custos dos centros de atividade e dos produtos fabricados.

É o caso dos custos alheios à exploração e perdas de carácter extraordinário.

Exemplos: Perdas em matérias-primas devido a sinistro ou Incêndio na fábrica

b) Há também custos que são considerados pela contabilidade analítica que não são revelados pela geral: os custos supletivos

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Históricos e Custos Predeterminados

De acordo com o momento do cálculo dos custos estes podem ser:

a) Custos Históricos, Reais ou Efetivos

• São custos calculados à posteriori

• Os elementos de cálculo dos custos são valores já verificados, são dados efetivos

• Num sistema de custeio real, parte-se dos dados efetivos da exploração – consumo efetivo de matérias, custos suportados com mão-de-obra e outros custos efetivos – para se determinar os custos dos

produtos. Estes são chamados custos reais

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Históricos e Custos Predeterminados

b) Custos Predeterminados, Preestabelecidos ou Básicos

• São custos calculados à anteriori com base em estimativas para um período

• São custos de referência, cuja comparação com os custos reais permite identificar os desvios que servem para o controlo de gestão

• De entre os diferentes tipos de custos básicos, os mais importantes são:

• 1. Custos Padrões

São definidos de acordo com normas técnicas das instalações, equipamentos e matérias, tendo em conta as condições ideais – padrões ideais –ou normais –padrões normais –de atividade

Os custos padrões representam normas estáveis, determinadas de acordo com estudos técnicos envolvendo processos e métodos industriais, ou representam médias duma determinada indústria abrangendo períodos de análise significativos

Assim abstraem-se, muitas vezes, da situação atual dos equipamentos, do seu grau de utilização e conservação, da qualidade das matérias e da mão-de-obra, ou seja, não tomam em consideração todos os elementos que afectam as condições de exploração previstas

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Históricos e Custos Predeterminados

b) Custos Predeterminados, Preestabelecidos ou Básicos

• 2. Custos Orçados

São os resultantes dos orçamentos da empresa para um determinado período

Têm em conta todas as condições previsíveis de exploração para o período considerado

Representam o custo que os produtos “podem ter” face às condições concretas de exploração da empresa

• 3. Outros Custos Básicos: Custos de Mercado, Custos Optativos, Custos Históricos médios, Etc.

Pode dizer-se que a escolha do tipo de custos básicos depende dos objetivos de cálculo dos custos. Sempre que a empresa promove uma gestão previsional, os custos orçados obtidos dos seus orçamentos de exploração, apresentam-se como os mais vantajosos quanto ao objetivo de controlo de gestão, dado que o seu cálculo tem em consideração a análise das condições de exploração concretas da empresa

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Históricos e Custos Predeterminados

b) Custos Predeterminados, Preestabelecidos ou Básicos

• As principais vantagens dos custos básicos são as seguintes:

Maior rapidez no trabalho contabilístico. Os custos básicos estão sempre disponíveis. Para calcular os custos globais de produção dum período, basta multiplicar os custos básicos unitários pela produção efetiva, podendo, assim, calcular rapidamente o resultado do período

Permitem o controlo da gestão. A análise dos desvios permite investigar o que de “errado” se passou na exploração

Permitem o isolamento de responsabilidades. Os custos de produção apurados estão isentos das variações de preços dos fatores de produção e das oscilações verificadas no nível de atividade

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2.4 Cálculo e controlo dos Custos. Classes de custos

Custos Controláveis e não Controláveis

• Os custos são controláveis ou não controláveis conforme a sua extensão possa, ou não, ser alterada por decisões mais ou menos imediatas dum responsável da empresa

• O nível dos custos variáveis – consumo de matérias, combustíveis, etc. – pode ser determinado de acordo com as decisões tomadas quanto ao nível de atividade

• De uma maneira geral, os custos fixos são resistentes à baixa, em função de decisões de curto prazo – amortização dos equipamentos, juros dum empréstimo contraído, Etc.

• Contudo:

Nem todos os custos variáveis são controláveis e nem todos os custos fixos são não controláveis

A longo prazo todos os custos são controláveis

O carácter controlável ou não dum custo depende da posição hierárquica na empresa, de quem o considera

• Para controlar os custos é necessário conhecê-los:

De acordo com a sua natureza;

De acordo com a sua localização; e

De acordo com o seu comportamento com o nível de atividade

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Leitura recomendada:

Vide bibliografia recomendada

Referências

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