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Modelagem e Engenharia de Proteínas

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Academic year: 2022

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(1)

Prof. Rafael V. C. Guido

rvcguido@ifsc.usp.br

Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares Instituto de Física de São Carlos ‐ USP

7600096 ‐ Modelagem e  Engenharia de Proteínas

Aula 14

(2)

Objetivos

Proteínas terapêuticas (biofármacos)

• Panorama atual

• Desafios para o desenvolvimento

(3)

Proteínas terapêuticas 

(biofármacos)

(4)

Biofármacos são medicamentos obtidos a partir de fonte ou processo  biológico, ou seja, o princípio ativo do medicamento é obtido através do  emprego industrial de microorganismos ou células modificadas 

geneticamente.

Os processos biotecnológicos (in vitro ou in vivo) permitem a produção de  novas proteínas mais complexas, com maior atividade biológica, com tempo  de meia‐vida prolongado, e menor impacto no organismo (menos efeitos  adversos). 

Atualmente, a agência regulatória FDA  (Food and Drug Administration) tem  aprovado > 150 biofármacos:

anticorpos monoclonais insulina

eritropoietina interferons

somatropina ‐ hormônio de crescimento enzimas modificadas

Biofármacos

(5)

Biofármacos – Mercado Mundial

Eritropoietina (hormônio)

Anticorpo monoclonal

Inibidor de  TNF Anticorpo monoclonal Granulocina

(hormônio) Inibidor de 

TNF Anticorpo monoclonal

7 dos Top20 US$ 21,7 bi

(7% do mercado)

Biofármacos

~ 150 produtos

> US$ 75,0 bi

~25 % do  mercado  farmacêutico

(6)

Biofármacos – Mercado Mundial

10 dos Top20 US$ 33,3 bi

(10 % do  mercado)

(7)

Biofármacos – Mercado Mundial

(8)

Biofármacos – Mercado Mundial

(9)
(10)
(11)
(12)
(13)

1. Amgen

2. Biogen‐Idec 3. Celgene

4. Cephalon 5. Chiron

6. ImClone Systems 7. Genentech

(Hoffmann‐La Roche)

Biofármacos – Principais Empresas 

8. Genzyme (Sanofi‐Aventis) 9. Gilead Sciences

10. MedImmune

11. Millennium Pharmaceuticals (Takeda Pharmaceuticals)

12. Novo Nordisk 13. Serono

14. Sunovion

15. Shire Pharmaceuticals

Empresas responsáveis por > 80% 

das vendas totais de biofármacos

(14)

Biofármacos – Principais Empresas 

440,600 (2020) 833,340 (2027)

(15)

Biofármacos – Empresas Brasileiras

1. Alellyx 2. Biomm

3. Biosintesis 4. Extracta 5. Scylla 6. Syngenic

1. Ache 2. Biolab

3. Biomanguinhos 4. Cristália

5. Eurofarma

6. União Química

7. Vallée

(16)

Produtos biotecnológicos – Principais 

aplicações

(17)

“O Brasil possui uma boa estrutura de pesquisa e produção na área de biotecnologia, mas existem alguns gargalos que podem comprometer o seu desenvolvimento futuro, como a carência de profissionais em algumas áreas

específicas, a falta de produção interna de equipamentos e materiais e a deficiência de infraestrutura

por parte de muitas instituições.”

Biofármacos – Panorama brasileiro

Fardelone & Branchi, Rev. FAE, 2006, 9 (2), 29-38

(18)

Classificãção de Biofármacos

(19)

Grupo I: proteínas terapêuticas com atividade enzimática ou regulatória Grupo II : proteínas terapêuticas com atividade frente a um alvo específico Grupo III : vacinas derivadas de proteínas

Grupo IV : proteínas utilizadas para diagnóticos

(20)

• Proteínas terapêuticas deste grupo atuam por um  paradigma clássico no qual a função de determinada  proteína endógena deficiente é remediada pelo 

tratamento com uma proteína exógena. 

– Grupo Ia – Grupo Ib – Grupo Ic

Grupo I: Enzimas e proteínas reguladoras

(21)

• Grupo Ia: proteínas terapêuticas que substituem  uma proteínas deficiente ou anormal

• Proteínas terapêuticas que foram classificadas no  grupo Ia são utilizadas para substituir uma atividade  particular em casos de produção deficiente de 

proteína ou atividade anormal

Grupo Ia

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Grupo Ib: proteínas terapêuticas que aumentam a  atividade de uma via existente

• Proteínas terapêuticas que melhoram/aumentam a  magnitude ou tempo de atividade de uma 

determinada proteína. 

Grupo Ib

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Grupo Ic: Proteínas terapêuticas com novas funções

• A atividade de uma determinada proteína é 

desejável, contudo, normalmente essa atividade não  é observada. Proteínas desse grupo incluem 

proteínas exógenas com novas funções e proteínas  endógenas que atuam em novo momento ou local

Grupo Ic

(28)
(29)

• Grupo II: proteínas terapêuticas com atividade frente  a um alvo específico

– Grupo IIa – Grupo IIb

Grupo II

(30)

Grupo IIa: Proteínas que interagem com outras moléculas ou organismos

• Proteínas desse grupo utilizam a alta afinidade para  direcionar e interagir com moléculas ou organismos  ligando‐se especificamente em seus alvos de modo a  bloquear sua função, direcionar para destruição ou  estimular uma via de sinalização.

Grupo IIa

(31)
(32)
(33)

Grupo IIb: Proteínas que carregam e apresentam outras moléculas ou proteínas

Grupo IIb

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(35)

• Grupo III: Vacinas de proteínas

• IIIa: Proteção contra agentes externos

• IIIb: Tratamento de doenças autoimunes

• IIIc: Tratamento de cancer.

Grupo III

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(37)

• Grupo IV: Proteínas para diagnóstico

Grupo IV

(38)
(39)

Proteínas terapêuticas ‐ Desafios para o 

desenvolvimento

(40)

Instabilidade e imunogenicidade de proteínas estão entre os principais desafios que  afetam a sucesso de um biofármaco

As proteínas apresentam estabilidade física e química limitada tendo como  consequência:

(1) Tempo de meia‐vida reduzido → eficácia limitada e necessidade constante de  administração / correção de dosagem 

(2) Dificuldade de produção e curto prazo de validade → alto custo de produção (3) Via de administração intravenosa (IV). Se fossem administradas por via oral 

seriam rapidamente digeridas no intes no → impacto sobre a adesão do  paciente ao tratamento

Biofármacos – Desafios para o desenvolvimento

O desenvolvimento de proteínas com finalidades terapêuticas requer: estabilidade, eficácia, propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas otimizadas e, principalmente, eficiência no processo de expressão e purificação.

Desafios

(41)

Imunogenicidade → problema exclusivo  associado aos biofármacos, pois da mesma  forma que o sistema imunológico humano  responde à invasão de patógenos através do  reconhecimento de proteínas ou produtos de  proteína processados (epítopos), pacientes  em tratamento com biofármacos podem 

desenvolver respostas imunológicas contra a  proteína ativa contida na formulação, 

produzindo anticorpos para o biofármaco

Redução da eficiência do tratamento e, em  alguns casos, pode até ameaçar a vida do 

paciente. 

Biofármacos – Desafios para o desenvolvimento

Segurança e eficácia são os critérios prioritários no desenvolvimento de fármacos e biofármacos .

Características imunogênicas:

‐ Estranho ao organismo

‐ ↑ massa molecular

‐ ↑ complexidade química.

‐ Capacidade de ser degradada

(42)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

Estratégias para melhorar as propriedades imunogênicas:

Em geral, a redução da imunogenicidade consiste em alterar a estrutura da proteína de forma que esta não seja reconhecida pelo sistema imunológico (e.g., anticorpos, células de apresentação de antígenos, interação com receptores de superfície – endocitose, complexo de histocompatibilidade – MHC classe II, e receptores de células B e T)

Modificação química → modificação da super cie da  proteína com polímeros de polietilenoglicol (PEG)

– Aminoácidos que apresentam grupos reativos para modificação com PEG:

Lisina (K), Arginina (R), Histidina (H), 

Ácido aspártico (D), Ácido glutâmico (E)

Serina (S), Treonina (T), Tirosina (Y)

Cisteína (C)

(43)

Resíduos de Lys em proteínas

(44)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

(45)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

Estratégias para melhorar as propriedades imunogênicas:

Modificação química → modificação da super cie da  proteína com polímeros de polietilenoglicol (PEG)

Vantagens

– A molécula de PEG modifica os sítios de reconhecimento 

imunogênicos impedindo a interação do biofármaco com anticorpos  ou receptores de superfície (células B e T)

– O polímero de PEG aumenta solubilidade impedindo o acúmulo de  agregados protéicos que são altamente imunogênicos 

– Aumento do raio hidrodinâmico diminuindo a depuração renal →  aumento do tempo de meia‐vida

– A proteína modificada com PEG impede a 

proteólise, evitando a clivagem em peptídeos  menores capazes de serem apresentados nas  células MHC de classe II.

(46)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

Estratégias para melhorar as propriedades farmacocinéticas:

Modificação química → modificação da super cie da proteína  com polímeros de polietilenoglicol (PEG)

Limitações

– Proteínas baixa massa molecular são susceptíveis a inativação  parcial ou total

– Impedimento estérico → defavorece o processo de  reconhecimento molecular

– Custo elevado

(47)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

(48)

Estratégias para melhorar as propriedades farmacocinéticas:

Fusões → albumina sérica humana, fragmento Fc de  anticorpos e transferrina

– Aumento  do tamanho efetivo da proteína e favorecendo a redução  na taxa de depuração nos rins (proteínas com massa molecular 

< 70.000 Da)

– Além do aumento da massa  molecular, a fusão de uma 

proteína com o fragmento Fc de  anticorpos favorece o aumento da  estabilidade in vivo e tempo de 

meia‐vida da proteína, pois impede  que esta seja degradada nos  

lisossomos.

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

(49)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

albumina

Interferon α

(50)

Biofármacos – Estratégias de desenvovimento

Glicosilação → modificação da super cie da proteína com  carboidratos

Aumento do tamanho da proteína, reduzindo a depuração renal. 

Aumento da solubilidade

Aumento da estabilidade pois diminui os efeitos deletérios  causados pela variação de  temperatura e radicais livres. 

Proteção  frente a enzimas  proteolíticas e capacidade  imunogênica

A glicosilação de proteínas é 

realizada através da produção de  proteínas recombinantes em células  de ovário de hamsters chineses 

(CHO, do inglês chinese hamsters ovary).

Limitação

Custo elevado

Estratégias para melhorar as propriedades farmacocinéticas:

(51)

Biofármacos – Exemplos de sucesso

Infliximab Remicade®

Tratamento de Doenças autoimunes

Doença de Crohn (doença inflamatória intestinal)

psoriasis (doença inflamatória de pele)

artrite reumatóide (doença inflamatória das articulações)

Etanercept

Enbrel®

Referências

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