• Nenhum resultado encontrado

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE"

Copied!
34
0
0

Texto

(1)

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE

VANESSA CRISTINA DE FÁTIMA DO CARMO CARNEIRO

SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA O

ACOMPANHAMENTO DA HANSENÍASE: UMA TENTATIVA DE INTEGRAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

(ESF), A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E O NÚCLEO DE APOIO AO SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF)

RECIFE 2012

(2)

VANESSA CRISTINA DE FÁTIMA DO CARMO CARNEIRO

SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA O ACOMPANHAMENTO DA HANSENÍASE: UMA TENTATIVA DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF), VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E O NÚCLEO

DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLA (NASF)

Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

Orientadora: Profª Vildeane da Rocha Borba

RECIFE 2012

(3)

Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães C289s Carneiro, Vanessa de Fátima do Carmo.

Sistema de Monitoramento para o Acompanhamento da Hanseníase: uma Tentativa de Integração entre a Estratégia de Saúde da Família (ESF), Vigilância Epidemiológica e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). / Vanessa do Carmo Carneiro. — Recife: V. do C. C, 2012.

34 p.

Projeto de Intervenção (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) – Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz.

Orientadora: Vildeane da Rocha Borba.

1. Hanseníase Menores de 15 anos. 2. Cabo de Santo Agostinho. 3. Sistema de Informação. 4.

Otimização. 5. Equipe Multidisciplinar. 6. Saúde. I.

Borba. Vildeane da Rocha. II. Título.

CDU 614.39

(4)

VANESSA CRISTINA DE FÁTIMA DO CARMO CARNEIRO

SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA O ACOMPANHAMENTO DA HANSENÍASE: UMA TENTATIVA DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF), VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E O NÚCLEO

DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLA (NASF)

Projeto de Intervenção apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

Aprovada em: ___ / ___ / _____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Profª Vildeane da Rocha Borba Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________

Prof. Domício Aurélio de Sá CPqAM/NESC

(5)

CARNEIRO, Vanessa Cristina de Fátima do Carmo. Sistema de Monitoramento para o Acompanhamento da Hanseníase: uma Tentativa de Integração entre a Estratégia de Saúde da Família (ESF), Vigilância Epidemiológica e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). 2012. Projeto de Intervenção (Curso de Pós Graduação em Gestão de Serviços e Sistemas em Saúde) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz.

RESUMO

A hanseníase é um grande problema para saúde pública no Brasil, pois o país é o único da América Latina que não atingiu a meta internacional de redução do coeficiente de prevalência para menos de um caso em cada dez mil habitantes.

Apesar da criação de programas governamentais que previam a eliminação da doença, esse tipo de afecção atinge grande numero da população brasileira. A preocupação torna-se ainda maior quando os casos são evidenciados em menores de 15 anos, pois em cada 50 registros diagnosticados da doença, 10 são crianças com idade entre 3 a 14 anos. Diante de tal problema, vem se discutindo sobre medidas de contenção da doença no sistema de saúde que ainda se encontra sem instrumentalização especifica, tanto de ordem estrutural, quanto de ordem prática para controle da Hanseníase com eficácia, principalmente entre os menores de 15 anos. Neste sentido o presente projeto pretende implantar uma estratégia multidisciplinar visando aprimorar o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença.

O estudo da prevalência da doença entre os menores de 15 anos no Cabo se Santo Agostinho em Pernambuco, pode-se visualizar vários casos que necessitam de maior atenção das equipes multidisciplinares de saúde, que ainda não possuem um sistema de informação adequado capaz de identificar os casos e trata-los de maneira adequada. Pretende-se contribuir no acompanhamento da Hanseníase no município do Cabo de Santo Agostinho, otimizando o sistema de informação atual, visando atingir as metas de prevenção.

Palavras-Chaves: Hanseníase menores de 15 anos – Cabo de Santo Agostinho;

Sistema de Informação – otimização; Equipe multidisciplinar - Saúde

(6)

CARNEIRO, Vanessa Cristina de Fátima do Carmo. Monitoring System for the Monitoring of Leprosy: An Attempted Integration of the Family Health Strategy (FHS), and the Center for Epidemiological Surveillance Support for Family Health (NASF). 2012. Intervention project (Graduate Program in Management in Health Services and Systems) - Aggeu Magalhães Research Center, Oswaldo Cruz Foundation

ABSTRACT

Leprosy is a major problem for public health in Brazil, as the country is the only one in Latin America that did not reach the international target of reducing the prevalence rate to less than one case per ten thousand inhabitants. Despite the creation of government programs that provide for the elimination of the disease, this type of disease affecting a large number of the population. The concern becomes even greater when cases are observed in children under 15, because in every 50 records diagnosed disease, 10 were children aged 3-14 years. Faced with this problem, has been discussing measures to contain the disease in the health care system that is still without instrumentation specifies both structural, as practical for leprosy control effectively, especially among children under 15 years. In this sense, this project aims to implement a multidisciplinary strategy aiming to improve the diagnosis, treatment and prevention of disease. The study of the prevalence of the disease among children under 15 is at Cabo de Santo Agostinho in Pernambuco, you can view several cases that need further attention of multidisciplinary health teams, we still do not have an appropriate information system able to identify cases and treat them appropriately. It is intended to contribute to the monitoring of Leprosy in the municipality of Cabo de Santo Agostinho, optimizing the current information system, aiming at achieving the goals of prevention

Key Words: Leprosy under 15 - Cabo de Santo Agostinho; Information System - optimization; Multidisciplinary team - Health

(7)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...

2 OBJETIVOS...

2.1 Objetivo Geral...

2.2 Objetivos Específicos...

3 EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE...

3.1 O Diagnóstico...

3.2 Classificação e tipos de Hanseníase...

3.3 Reações Hansênicas e Avaliações...

3.4 Tratamento e prevenção...

4 CABO DE SANTO AGOSTINHO...

5 METAS...

6 ESTRATÉGIAS...

7 DIRETRIZES...

8 PLANO OPERATIVO...

9 ASPECTOS OPERACIONAIS...

10 RESULTADOS ESPERADOS...

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS...

REFERÊNCIAS...

08 10 10 10 11 12 13 16 18 20 23 24 25 23 28 30 31 33

(8)

1 INTRODUÇÃO

Conhecida como uma doença endêmica no Brasil, a Hanseníase possui altos índices em todo país. A Hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, causada pelo Mycobacterium leprae, que possui a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade) (BRASIL, 2009)

No Brasil, de acordo com a OMS - Organização Mundial de Saúde, 7 a 8%

dos casos são evidenciados entre crianças e adolescentes, correspondendo a 0,6 casos para 10.000 habitantes. Nesse sentido, o domicílio vem sendo apontado como um espaço importante para a transmissão da doença.

Diante de tal evidência, percebe-se que aqueles que trabalham com a prevenção da doença encontram diversas barreiras no que tange ao diagnóstico e as identificações epidemiológicas de sua incidência, o que prejudica as atuações preventivas, pois não são todos os profissionais que lidam com a doença que estão aptos a enfrentar seu crescimento.

Neste sentido, o presente projeto apresenta a importância do desenvolvimento e implantação de um Sistema de Informação mais eficaz para acompanhar a Hanseníase em menores de 15 anos no Cabo de Santo Agostinho.

Pretende-se também instituir uma ação multidisciplinar, consistindo na tentativa de integração da Equipe de Saúde da Família (ESF), do Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (NASF) e da Vigilância Epidemiológica(VE) para uma atuação mais precisa após a identificação dos casos.

É por esse motivo que surge a necessidade de desenvolver uma base de dados complementar ao Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN), para que torne o acompanhamento mais eficiente nos menores de 15 anos e que com ações multidisciplinares que auxiliem no tratamento da doença. A chamada Base de Dados da Hanseníase (BDH) consistirá em um núcleo filiado aos Postos de Saúde da Família com o intuito de desenvolver estratégias de identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção da doença em menores de 15 anos.

Apesar do governo federal possuir como instrumento de notificação da doença, o SINAN - Sistema de Informação de agravos de Notificações, vê-se a necessidade do desenvolvimento de uma Base de Dados Específica da Hanseníase

(9)

para o Cabo de Santo Agostinho, como uma maneira de facilitar as ações estratégicas contra a doença.

A partir de uma Base de dados local e a agregação de uma equipe multidisciplinar, esse projeto servirá de modelo orientador para que no futuro possa ampliar para todos os pacientes portadores da doença e não apenas uma faixa etária determinada.

O portador de Hanseníase precisa de uma atenção individual e integral de várias especialidades. A multidisciplinaridade é de fundamental importância para o êxito na cura do doente e na prevenção do agravo. A integração do NASF, Vigilância Epidemiológica e ESF será uma das estratégias utilizadas pelo munícipio para alcançar as metas de controle da Hanseníase.

Essa conexão de conhecimentos das equipes envolvidas será imprescindível na assistência e na análise dos dados fornecidos pelos Sistemas que agregarão informações para a criação de Estratégias de Controle do agravo no município do Cabo de Santo Agostinho.

(10)

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Oferecer estratégias visando a redução da incidência dos casos de Hanseníase em menores de 15 anos no município do Cabo de Santo Agostinho/PE.

2.2 Objetivos Específicos

Desenvolver um Sistema de Informação BDH (Base de Dados da Hanseníase) para otimizar o atendimento aos pacientes portadores desta patologia.

Capacitar os Agentes de Saúde para os novos sistemas de informação, facilitando e dinamizando o trabalho deles em relação às estratégias de ação com menores de 15 anos portadores da hanseníase.

Integrar os profissionais do NASF, das Equipes de Saúde da Família (ESF) e da Vigilância Epidemiológica para uma melhor atuação após a identificação dos casos de hanseníase em menores de 15 anos;

Intensificar as ações tratamento, encontros, visitas e outras atividades, visando a cura dos pacientes;

Disponibilizar através do BDH dados da incidência da doença no Município do Cabo de Santo Agostinho para as unidades que realizam atendimento da Hanseníase;

(11)

3 EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE

A hanseníase é doença infecciosa crônica ocasionada pelo Mycobacterium leprae cuja atuação se dá principalmente na pele e nervos periféricos o que torna possível um diagnóstico rápido da moléstia (ARAÚJO, 2003).

Em relação ao Brasil, o país detêm o segundo lugar em numero de casos e o índice de detecção considerado muito alto (2,41/10.000 – 41.070 casos novos) (BRASIL, 2004 )

Apesar do diagnóstico preciso, a hanseníase pode ocasionar sequelas irreparáveis, além disso, a doença vem sendo pautada como grande problema público no Brasil, despertando nos estudiosos da área a necessidade de criar estratégias e medidas que visem diagnosticar, tratar e prevenir a doença.

Ao longo das últimas décadas, as taxas de prevalência têm declinado ano a ano, resultado da consolidação do tratamento poliquimioterápico. Entretanto, as taxas de detecção de casos novos têm se mantido elevadas, e a expectativa era que só se alcance a meta de eliminação da doença em 2005, quando a prevalência deverá ser inferior a 1,0/10.000 habitantes (ARAÚJO, 2003, p. 374).

Segundo Brasil (2009), a principal via de eliminação dos bacilos dos pacientes multibacilares (virchowianos e dimorfos) é a via aérea superior, sendo, também, o trato respiratório a mais provável via de entrada do Mycobacterium leprae no corpo, como em outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações entre fatores individuais do hospedeiro, ambientais e do próprio Mycobacterium leprae.

Devido ao longo período de incubação, a hanseníase é menos frequente em menores de 15 anos, contudo, em áreas mais endêmicas, a exposição precoce, em focos domiciliares, aumenta a incidência de casos nessa faixa etária. Embora acometa ambos os sexos, observa-se predominância do sexo masculino (Brasil, 2009).

Dessa forma, demonstraremos a seguir como ocorre o processo de desenvolvimento dessa doença, principalmente em menores de 15 anos. Nessa fase a doença além de causar os transtornos orgânicos e físicos, gera perturbação psicológica nos menores tendo em vista a falta de reconhecimento da própria doença e também a falta de prevenção e cuidados dos familiares.

(12)

3.1 O diagnóstico

Para a detecção da hanseníase é preciso realizar uma analise da história e condições de vida do paciente através de um exame dermatoneurologico, para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos sensitivos, motores e/ ou autonômico. Em casos de suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea e os que apresentam alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente devem ser encaminhados pra unidades de saúdes maiores (BRASIL 2009).

De acordo com a Portaria SVS/SAS/MS nº 125, de 26 de março de 2009 nesses casos tratados em unidades maiores é preciso que ocorra o exame dermatoneurologico criterioso e a coleta de material (baciloscopia) e exames eletrofisiológicos, necessários para identificar o comprometimento cutâneo ou neural discreto e para um diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas.

Ainda segundo Brasil (2009) em crianças o diagnóstico deverá ser realizado de maneira criteriosa e diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. Nesse caso, recomenda-se utilizar o Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em Menores de 15 Anos.

A classificação operacional do caso de hanseníase visa o tratamento de poliquimioterapia baseada no número de lesões cutâneas que obedecem aos seguintes critérios: Paucibacilar (PB) – casos com até 5 lesões de pele; Multibacilar (MB) – casos com mais de 5 lesões de pele.

Os sinais clínicos da hanseníase, muitas vezes, não são facilmente reconhecidos na infância, porém a importância desse agravo e seus problemas sociais, físicos e de desenvolvimento psicológico não podem ser negligenciados, devido à elevada possibilidade de deformidades, principalmente em algumas regiões endêmicas. A evolução para deformidades e incapacidades físicas permanentes faz da hanseníase uma doença que requer qualificação de qualquer profissional médico para, no mínimo, formular a suspeita diagnóstica. Na faixa etária de menores de 15 anos, destaca-se a importância do pediatra estar sempre atento à possibilidade de hanseníase no diagnóstico diferencial, pois normalmente é o primeiro a ser solicitado para consulta e deve estar capacitado a reconhecer a doença, principalmente nas áreas hiperendêmicas. Em faixas etárias menores, o diagnóstico da hanseníase

(13)

exige exame criterioso, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade (BRASIL, 2009).

Em países endêmicos, a população infantil, em geral, entra em contato precocemente com doente bacilífero. Um grande número de casos de hanseníase em faixas etárias menores de 15 anos sinaliza a hiperendemicidade na comunidade, além de uma deficiência na vigilância e no controle da doença, o que faz suscitar uma possível falta de implementação de políticas de saúde efetivas voltadas para o diagnóstico precoce da doença, principalmente nessa faixa etária, o que inclui o exame dos comunicantes (PIRES, 2012).

3.2 Classificação e tipos de Hanseníase

A hanseníase possui três tipos de classificação: a) classificação de Madri na qual os critérios de polaridade da doença são baseados nas características clínicas da doença, e acrescidos pelos aspectos bacteriológicos, imunológicos e histológicos da hanseníase, definindo os grupos polares, tuberculóide (T) e virchoviano (V) ou lepromatoso (L); b) o grupo transitório e inicial da doença, a forma indeterminada (I);

c) instável e intermediário, a forma borderline (B) ou dimorfa (D) (LANGUILLON J;

CARAYON, 1984).

Também existe a classificação de Ridley e Joplin que adota subgrupos dentro do espectro que obedece a critérios clínicos e bacteriológicos além de enfatizar os aspectos imunológicos e histopatológicos. As siglas utilizadas são tuberculóide- tuberculóide (TT) e lepromatoso-lepromatoso (LL) e os três subgrupos: borderline- tuberculóide (BT), borderline-borderline (BB), borderline-lepromatoso (BL) (SOUZA, 1997).

No ano de 1982 o Comitê da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou uma classificação mais simples, baseada na provável população bacilar, que, por sua vez, relaciona-se às formas clínicas.

De acordo com Miguel (2009) as formas clínicas da hanseníase são:

(14)

• Hanseníase Tuberculóide

Figura 1: Hanseníase Tuberculóide Fonte: MIGUEL, 2009

Caracteriza a forma clínica de contenção da multiplicação bacilar, dentro do espectro da doença. As lesões cutâneas, com bordas pronunciadas, são únicas ou em pequeno número, e assimetricamente distribuídas pelo tegumento. Apresenta- se, quando mácula, como lesão hipocrômica ou eritematosa, delimitada por micropápulas, e, quando placa, como lesão eritematosa ou acobreada, difusamente infiltrada, ou com tendência central ao aplainamento, e limites externos sempre nítidos e bem definidos (MIGUEL, 2009).

Em geral, as lesões não ultrapassam 10 cm de diâmetro, e os danos em ramos neurais se acentuam rapidamente, resultando em alterações tanto sensitivas quanto autonômicas, que evoluem para hipoestesia e anestesia, em pele de superfície seca, hipoidrótica, com diminuição ou ausência de pelos. Além da pele, o envolvimento de troncos nervosos ocorre em pequeno número, usualmente, próximo às lesões cutâneas.

(15)

• Hanseníase Virchoviana

Figura 2: Hanseníase Virchoviana Fonte: MIGUEL 2009

No pólo de anergia, a hanseníase virchoviana expressa à forma clínica de susceptibilidade ao bacilo, resultando em multiplicação e disseminação da doença.

De início insidioso e progressão lenta, esta forma clínica avança através dos anos, envolvendo difusamente extensas áreas do tegumento, múltiplos troncos nervosos, e inclusive outros órgãos, até que o paciente perceba seus sintomas. Inicia- se com máculas mal definidas, discretamente hipocrômicas ou eritematosas, pouco visíveis, ampla e simetricamente distribuídas sobre a superfície

A progressão da doença resulta em acentuação do eritema e infiltração, com poros dilatados, tipo “casca de laranja”, e sobre estas áreas se sobrepõem pápulas, nódulos e tubérculos. Frequentemente comprometidos estão: a região frontal, centromedial da face, e lóbulos da orelha, caracterizando a fácies leonina, além de extensas áreas do tegumento; usualmente, as regiões mais quentes, como axilas, linha média do dorso, períneo e virilhas são poupadas.

(16)

• Hanseníase Borderline ou Dimorfa

Figura 3: Hanseníase Borderline ou Dimorfa Fonte: MIGUEL 2009

Dentro do espectro da doença, esta forma está caracterizada por instabilidade imunológica, e caminha entre os pólos tuberculóide e virchoviano. Devido ao grande contingente de pacientes neste grupo, esta forma clínica, representa destacada parte do espectro, sendo relevantes, também, a frequência e gravidade dos danos neurais, responsáveis por incapacidades e deformidades na hanseníase.

3.3 Reações Hansênicas e Avaliações

De acordo com Souza (1997) impõem-se estados reacionais da hanseníase baseados nos mecanismos imunológicos dos diferentes organismos. As reações hansênicas podem corresponder à exacerbação da imunidade celular, ou demonstrar efeitos de acentuada formação de imunocomplexos, que foram denominadas por Jopling de reação hansênica tipo 1 e tipo 2, respectivamente. A reação reversa do tipo 1 é representada pela reação tipo IV de Coombs e Gell, sendo, possivelmente, desencadeada por reação aos antígenos bacilares fragmentados, e súbito aumento da imunidade mediada por células.

Já na reação tipo Eritema Nodoso tipo 2, se relaciona à deposição de imunocomplexos, semelhante à reação tipo III de Coombs e Gell. Assim, como mecanismos humorais, aqueles mediados por célula, podem estar envolvidos na patogênese da reação tipo eritema nodoso.

(17)

Para identificar a hanseníase são realizados também dois tipos de avaliações de acordo com o exposto pelo Brasil (2002): a avaliação dermatológica e avaliação neurológica.

A avaliação dermatológica visa identificar as lesões de pele próprias da hanseníase, pesquisando a sensibilidade nas mesmas. A alteração de sensibilidade nas lesões de pele é uma característica típica da hanseníase.

Deve ser feita uma inspeção de toda a superfície corporal, no sentido crânio-caudal, seguimento por seguimento, procurando identificar as áreas acometidas por lesões de pele. As áreas onde as lesões ocorrem com maior freqüência são: face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas, mas elas podem ocorrer, também, na mucosa nasal. Devem ser realizadas as seguintes pesquisas de sensibilidade nas lesões de pele: térmica, dolorosa, e tátil, que se complementam (BRASIL, 2002, p. 18).

E a Avaliação Neurológica

(...) baseia-se na identificação desses sinais e sintomas, e uma vez diagnosticado, o caso de hanseníase deve ser classificado, operacionalmente, para fins de tratamento. Os processos inflamatórios podem ser causados tanto pela ação do bacilo nos nervos, como pela resposta do organismo à presença do bacilo, ou por ambos, provocando lesões neurais, que se não tratadas, podem causar dor e espessamento dos nervos periféricos, alteração de sensibilidade e perda de força nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores, dando origem a incapacidades e deformidades (BRASIL, 2002, p.19-20).

Dessa forma os profissionais de saúde deverão ter uma atitude de vigilância em relação ao potencial incapacitante da hanseníase que causa comprometimento nos nervos periféricos. A principal diferença entre a hanseníase e outras doenças dermatológicas é que as lesões de pele da hanseníase sempre apresentam alteração de sensibilidade. As demais doenças não apresentam essa alteração.

As lesões de pele características da hanseníase são: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, lesões em placa, infiltrações e nódulos.

As principais doenças de pele que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase, são:

• Pitiríase Versicolor (pano branco) - micose superficial que acomete a pele, e é causada pelo fungo Ptirosporum ovale. Sua lesão muda de cor quando exposta ao sol ou calor (versicolor). Ao exame dermatológico há descamação furfurácea (lembrando farinha fina). Sensibilidade preservada.

• Eczemátide - doença comum de causa desconhecida, ainda é associada à dermatite seborreica, parasitoses intestinais, falta de vitamina A, e alguns processos alérgicos (asma, rinite, etc). No local da lesão, a pele fica parecida com pele de pato (pele anserina: são as pápulas foliculares que acometem cada folículo piloso).

(18)

Sensibilidade preservada.

• Tinha do corpo - micose superficial, com lesão hipocrômica ou eritematosa, de bordos elevados. Pode acometer várias partes do tegumento e é pruriginosa.

Sensibilidade preservada.

• Vitiligo - doença de causa desconhecida, com lesões acrômicas.

Sensibilidade preservada.

A doença evolui com processo inflamatório dos nervos periféricos (neurites), por lesão direta do bacilo e/ou por dano secundário pela resposta imunológica do hospedeiro. Há um acometimento de fibras sensitivas (tátil, térmica e dolorosa), motoras (podendo levar a paresia, paralisia, perda de força e atrofia muscular, incapacidades, deformidades) e autonômicas, com perda da sudorese (anidrose). A neurite pode ser aguda, de evolução abrupta, caracterizada por dor (neuralgia), hipersensibilidade à palpação, edema e espessamento do nervo ou crônica, de evolução insidiosa, que cursa com alteração sensitiva, espessamento, paresia e perda da força muscular. A forma crônica pode ter dor ou não (neurite silenciosa) (BARBIERI; MARQUES, 2009, p.287).

3.4 Tratamento e prevenção

É importante que o tratamento assim como o diagnóstico seja precoce. De acordo com Virmond M. e Vieth H (1997) o termo prevenção, em hanseníase, tem sido utilizado, em larga escala, relacionado com medidas que evitem o surgimento de incapacidades ou, se estas se fizerem presentes, com medidas que previnam sua evolução.

O paradoxo está no fato de que esta doença está inclusa naquelas de interesse da saúde pública, exatamente devido ao seu alto potencial incapacitante. Entretanto, os esforços das políticas de saúde concentraram- se quase que exclusivamente no diagnóstico precoce e no seu tratamento.

De fato, esta estratégia visava à interrupção da cadeia de transmissão, o que, do ponto de vista epidemiológico, é correto. Mas, como a incapacidade se encontra muito próxima do diagnóstico, a possibilidade de sua instalação é mais ligada ao tempo do que às ações médicas (VIRMOND M; VIETH, 1997, p.358).

O Ministério da Saúde regulamenta o tratamento da hanseníase por meio da portaria de número 3125/GM publicada em 07/10/2010 no Diário Oficial da União, disponível no site www.saude.gov.br. No Brasil adota-se a classificação de Madri e o Ministério da Saúde sugere classificação operacional com os seguintes critérios:

paucibacilares (PB) – casos com até cinco lesões de pele e ou apenas um tronco

(19)

nervoso comprometido e multibacilares (MB) – casos com mais de cinco lesões de pele e ou mais de um tronco nervoso acometido.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina e Conselho Federal de Medicina (2009) com a evolução da doença podem ocorrer fenômenos agudos, crônicos e insidiosos da hanseníase, responsáveis pela perca funcional dos nervos periféricos e agravantes das incapacidades. Dessa forma o tratamento também consiste:

• Na confirmação do diagnóstico e classificação da forma clínica da hanseníase;

• No diferenciar o tipo de reação hansênica;

• No estabelecimento da extensão do comprometimento de órgãos e sistemas;

• No Planejamento e instituição, precoce, terapêutica que impeça a instalação da incapacidade;

• No conhecimento dos efeitos adversos dos medicamentos empregados no tratamento da hanseníase e em seus estados reacionais;

• Na Internação hospitalar e colaboração de outras especialidades diante de casos graves, particularmente, aqueles com acentuado comprometimento de múltiplos órgãos, ou com dificuldades no diagnóstico e/ou na terapêutica.

Essas medidas permitirão um tratamento mais adequado e o sucesso nos episódios reacionais com mínimo de danos neurais. Diante de todo esclarecimento da hanseníase, tipos e tratamentos, é importante enfatizar que a doença possui cura se diagnosticada e prevenida de maneira adequada. Um fato que preocupa a sociedade em relação à doença é a incidência cada vez maior em menores de 15 anos.

No ano de 2005 o PNEH - Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase elaborou um plano de trabalho em conjunto com as coordenações estaduais, cujo objetivo consistia no fortalecimento das estratégias para a eliminação da endemia, pois nos últimos cinco anos diagnosticaram uma média de dez casos multibacilares e dois casos em menores de 15 anos.

(20)

4 CABO DE SANTO AGOSTINHO

O Cabo de Santo Agostinho é um município brasileiro do estado de Pernambuco, localiza-se à 33 km da capital pernambucana e sua população é de aproximadamente 185.025 habitantes, distribuídos em 448,49 km² de área (IBGE 2007). O Cabo de Santo Agostinho possui uma rede ambulatorial básica composta por 37 Equipes de Saúde da Família e 24 Equipes de Saúde Bucal, dando uma cobertura de Estratégia de saúde da Família de 70 % da população. Além disso, conta com 03 Centros de Saúde e 02 Unidades Básicas Tradicionais. Possui ainda 02 áreas cobertas pelo Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

Na rede ambulatorial especializada, conta com o Laboratório Municipal e mais 07 Centros de Referência: 02 em Saúde da Mulher, 01 em Saúde do Trabalhador, 01 no tratamento da Tuberculose e Hanseníase, 01 em Saúde do Adolescente, 01 em Especialidades Odontológicas e 01 em Testagem e Aconselhamento em DST/

Aids. O município dispõe ainda de atendimentos em diversas especialidades (neurologia, otorrinolaringologia, gastroenterologia, psiquiatria, dermatologia, cardiologia, pneumologia, ortopedia, psicologia, fonoaudiologia, nutrição e outras) que são ofertadas nos Centros de Saúde Manuel Gomes e Vicente Mendes, na Policlínica Jamaci de Medeiros e no Hospital Mendo Sampaio.

A rede de saúde mental é composta por 03 Centros de Atenção Psicossocial (sendo 01 para atendimento da população infantil, 01 para o atendimento de transtornos psíquicos e 01 para o atendimento da dependência ao álcool e outras drogas), 01 ambulatório e 01 residência terapêutica.

Na atenção hospitalar, conta com dois hospitais e uma maternidade. O total de leitos disponíveis é de 96, distribuídos entre os Hospitais Infantil (28), Mendo Sampaio (54) e Maternidade (19). Dispõe também dos seguintes serviços de pronto- atendimento (SPA) às urgências e emergências de forma descentralizada no território: 02 funcionando 12h no período noturno (SPA Vicente Mendes localizado na Cohab e SPA José Pedro Xavier em Sacramento/ Pontezinha) e 02 com funcionamento 24h (SPA Jamaci de Medeiros em Ponte dos Carvalhos e SPA Dr.

José Antônio de Lima em Gaibú) (CABO DE SANTO AGOSTINHO, 2010)

(21)

4.1 Centro de Referência secundária para o atendimento de Tuberculose e Hanseníase

A coordenação de Hanseníase tem a proposta de realizar ações de controle da doença e contribuir com as Equipes de Saúde da Família, e nas diversas localidades do município que não tem a Estratégia instalada no atendimento integral do paciente desde o diagnóstico até a cura. Atribui-se também a esta função o dever de traçar as Estratégias de Controle do agravo no município do Cabo de Santo Agostinho. Neste sentido estão listadas todas as atribuições abaixo:

Divulgação de sinais e sintomas da doença em todas nas mídias disponíveis, como rádio, panfletos, cartazes etc.;

Realização de campanhas semestrais;

Levantamento e disponibilização de protocolos de recidiva e de Menores de 15 anos para coordenação estadual e para rede própria;

Vigilância de contatos e monitoramento na aplicação de BCG;

Capacitação para os profissionais quanto ao manejo Clinico e prevenção de incapacidades;

Encaminhamento para a rede terciária de pacientes que no que diz respeito de adaptação de calçados, palmilhas e confecção de órteses;

Encaminhamento de pacientes para reabilitação cirúrgica, quando necessário, nas referências terciárias do Estado;

Levantamento epidemiológico e operacional dos dados epidemiológicos;

Planejamento de ações de assistência e controle de pacientes e seus contatos;

Programação de atividades segundo normas vigentes;

Promoção de mobilização social, em parceria com agentes de comunicação, lideranças comunitárias organizações governamentais e não-governamentais na comunidade;

Execuções de ações de educação em saúde;

Planejamento no pedido de medicamentos;

Realização e avaliação das atividades de controle da doença;

Encaminhamento das fichas de notificação para Vigilância Epidemiológica;

(22)

Atualização mensal o boletim de Acompanhamento da Unidade de Referência e das Unidades de Saúde da Família e encaminhando para Vigilância

Epidemiológica;

Os dados existentes entre 2008 e 2011 sobre a prevalência da Hanseníase no município do Cabo de Santo Agostinho podem ser visualizadas no quadros abaixo:

Quadro 1 - Números de casos notificados de Hanseníase segundo classe Operacional da Hanseníase, Cabo de Santo Agostinho, 2008 a 2011.

Fonte: Hanseníase - Sinan NET

Percebe-se no quadro 1 que a incidência maior da hanseníase Paucibacilar foi no ano de 2009,havendo um decréscimo acentuado para o ano de 2010. E como no quadro anterior retoma a média em 2011. Em relação a Hanseníase Multibacilar o ano de 2008 teve maior a incidência da doença nessa classe operacional, mas ao contrário da Pacibacilar manteve a média em período analisado.

Ano da Notificação PAUCIBACILAR MULTIBACILAR Total

2008 15 4 19

2009 16 2 18

2010 4 3 7

2011 14 1 15

Total 49 10 50

(23)

5 METAS

Desenvolver um Sistema de Informação no Cabo de Santo Agostinho que acompanhe os portadores de hanseníase nos menores de 15 anos, e por meios de ações integradas auxilie no tratamento da doença.

A Base de Dados da Hanseníase (BDH) consistirá em um núcleo filiado as Unidades de Saúde da Família e a Referência Secundária, tendo como intuito auxiliar nas estratégias tanto de diagnóstico, de prevenção e tratamento da doença, contribuindo para atualização dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

A integração entre os profissionais que atendem aos menores portadores da doença é uma peça chave para a busca do controle do agravo no município do Cabo de Santo Agostinho. A pluralidade dos atendimentos é fundamental para o sucesso, isto é a cura, já que o portador de hanseníase é uma paciente com muitas especificidades. A parceria com o NASF irá gerar atendimentos que antes não seriam possíveis pela ausência de profissionais. A visualização dos atendimentos entre as especialidades irá gerar uma agilidade no desenvolvimento do caso, já que as condutas e segmentos estarão disponíveis para todos os envolvidos no processo.

Dessa forma far-se-á necessário, para conseguir os resultados esperados, uma interface entre os dois sistemas, a vigilância Epidemiológica, o NASF e a Atenção Básica, para que as medidas de prevenção, vigilância e controle sejam desenvolvidas no município do Cabo de Santo Agostinho.

(24)

5 ESTRATÉGIAS

O desenvolvimento de um sistema de informação, que contemple com maior abrangência dados descritivos e operacionais dos casos de hanseníase em menores de 15 anos no Cabo de Santo Agostinho.

Pretende contribuir para efetiva ação da equipe multidisciplinar realizando o acompanhamento destes pacientes com ações que envolvem o tratamento preventivo, psicológico e social desses menores.

Esta ação visa uma melhor assistência para obtenção da cura da doença, levando em consideração que hoje a atuação dos Agentes Comunitário de Saúde é precária e de algumas Equipes de Saúde da Família (ESF) também, muitas vezes não sendo possível saber com precisão o número de casos e as ações de prevenção da doença. Neste sentido as estratégias para obtenção do objetivo do trabalho são:

Instituir um Grupo de Trabalho Multidisciplinar Municipal

Aprimorar a Atualização do SINAN com o desenvolvimento da BDH Promover a Integração do NASF, ESF e a Vigilância Epidemiológica

(25)

7 DIRETRIZES

Será montada uma comissão multidisciplinar onde serão discutidas as falhas do SINAN para construção do BDH a partir delas.

O SINAN foi criado, em 1993, pelo Ministério da Saúde, no antigo sistema Centro Nacional de Epidemiologia, hoje sob a gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS. O sistema condensa dados de várias doenças, incluindo a hanseníase. Tem o objetivo de analisar o perfil de morbidade e é preenchido pelos profissionais que atendem o paciente (NARDI et al, 2012). Tal Sistema de Informação não tem campo para o acompanhamento dos casos com todas as suas especificidades, neste sistema só é considerado abandono após 1 ano sem a tomada de medicação, não tendo como sinalizar a falha ao tratamento antes desse período.

Com a BDH pretende-se agregar uma equipe Multiprofissional, o NASF, para que contemple a integralidade no atendimento do portador de hanseníase. Nesta base de dados pode-se integrar os atendimentos de fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, médico, enfermeiro e farmacêutico, indicando que o cruzamentos de informações é de extrema importância para o andamento do caso.

Sinalizando também a ausência a consultas e retiradas de medicação, para que haja um efetiva busca ativa quando necessário.

Com esta rede instituída e em funcionamento, pode-se ter um fluxo ideal, onde todos os profissionais envolvidos no acompanhamento do paciente, visualizam todas as informações do caso, em conjunto com a Vigilância Epidemiológica, fortalecendo a Estratégia de Controle e Prevenção da doença.

(26)

8 PLANO OPERATIVO

Na BDH - Base de Dados da Hanseníase serão desenvolvidas através da utilização dos procedimentos técnicos inerentes ao atendimento no contexto da doença para otimização do Banco de Dados do SINAN com ação multidisciplinar de abordagem do paciente e seus comunicantes.

Assim serão disponibilizados para as Unidades de Saúde que atendem hanseníase dados da incidência da doença no Município do Cabo de Santo Agostinho. Além de integrar ESF, NASF e Vigilância Epidemiológica para uma atuação mais precisa após a identificação dos casos de hanseníase em menores de 15 anos. Esse banco de dados passará antes por uma avaliação cadastral com todas as informações referentes ao paciente. Também serão realizados cursos de capacitação para os Agentes de Saúde, facilitando e dinamizando o trabalho deles em relação às estratégias de ação com menores de 15 anos portadores da hanseníase.

Serão envolvidos profissionais da ESF, Vigilância Epidemiológica e NASF na atualização do SINAN e da BDH; Neste sentido serão realizadas oficinas de Trabalho para análise das informações do SINAN e da BDH sobre hanseníase no município.

Fluxo Atual de informações:

Coordenação da Hanseníase

Vigilância Epidemiológica

SINAN

ESF (notificação)

Boletim Mensal de Acompanhamento

do SINAN

Referência Secundária (Notificação)

(27)

E o fluxo pretendido será:

A

A N

N

N A

A

A

ESF (Notificação)

N - Notificação A - Acompanhamento

Unidade de Referência Secundária (Notificação)

Coordenação de

Hanseníase Vigilância

Epidemiológica

Boletim de Acompanhamento

(28)

9 ASPECTOS OPERACIONAIS

Quadro 2 - Desenvolver através do BDH dados da incidência da doença no Município do Cabo de Santo Agostinho, 2012

Quadro 3 - Capacitar à equipe Multiprofissional para o uso do BDH, 2012

Quadro 4 - Integrar os profissionais do NASF, Vigilância Epidemiológica para melhor atuação para com os casos de hanseníase, 2012.

Quadro 5 - Intensificar encontros e visitas para os pacientes portadores de hanseníase, 2012

Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Custo R$

Levantamento dos principais requisitos para o desenvolvimento do BDH

40 40h 1.000,00

Desenvolvimento do sistema de dados para o cadastro dos menores de 15 anos com hanseníase

80h 3.000,00

Testes da base de dados 30h 30h 1.200,00

Disponibilização do BDH para os postos de saúde do município do Cabo de Santo Agostinho

40h 40h 400,00

5.600,00

Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Custo R$

Etapa I– Capacitar os ACS pra

utilização da base de dados 30h 30h 1.200,00

Etapa II - Capacitar as ESF’s pra utilização da base de dados

40h 40h 1.200,00

Etapa III- Capacitar a Vigilância Epidemiológica e o NASF pra utilização da base de dados

30 30 1.200,00

3.600,00

Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Custo R$

Etapa I - Envolver os profissionais das ESF’s e NASF n atualização do SINAN

3h 3h 3h 3h 3h 3h 1.200,00

Etapa II- realizar oficina bimestral para análise do SINAN e BDH

8h 8h 500,00

Etapa III- Criar capacitação em serviço com os profissionais da Referência Secundária para ESF e NASF

40 20 2.000,00

3.800,00

Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Custo R$

Etapa I - Sistematizar cronograma de vistas dos ACS’s e ESF para os pacientes menores de 15 anos portadores de hanseníase

3h 3h 3h 3h 3h 3h ---

Etapa II- Criar grupos nas Unidades para esclarecimentos de dúvidas dos pacientes e familiares com equipe multidisciplinar.

2h 2h 2h 2h 2h 2h 500,00

500,00

(29)

Quadro 6 - Disponibilizar dados da hanseníase, SINAN e BDH, para todas as Unidades e a Vigilância Epidemiológica, 2012.

CUSTO TOTAL: 15.500,00

Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Custo R$

Etapa I- Integrar a Vigilância Epidemiológica, o NASF e a ESF para sistematizar a análise dos dados do BDH e SINAN.

3h 3h 3h 3h 3h 3h 2.000,00

Etapa II- Tratar estratégias de controle a partir do cruzamento dos dados do SINAN e BDH em conjunto com a coordenação, a Vigilância Epidemiológica, o NASF e a ESF.

4h 4h ---

2.000,00

(30)

10 RESULTADOS ESPERADOS

Desenvolver uma base de dados que complemente as informações contidas no SINAN a respeito da hanseníase em menores de 15 anos no município do Cabo de Santo Agostinho, atrelada a esse recurso, pretende-se implementar a integração entre os profissionais que compõem o atendimento do paciente com hanseníase.

Com a incorporação da vigilância em saúde com a atenção básica e o NASF almeja-se condições para o cumprimento das responsabilidades sanitárias do município, no que tange a hanseníase, o que implica na construção da integralidade das ações em saúde, o cumprimento dos objetivos e o alcance das metas e resultados propostos pelo Ministério da Saúde.

A análise conjunta do BDH e do SINAN dará subsídios para que as várias especialidades envolvidas no acompanhamento desses menores sejam feita de maneira equânime. Os dados epidemiológicos revelarão as localidades com maior endemicidade, sendo possível realizar adequadamente o rastreamento dos profissionais e de seus contatos.

Baseados nas informações contidas nestes dois sistemas, o BDH e o SINAN, pretende-se intensificar estratégias de prevenção, através da análise dos dados obtidos. Com essas ações o município do Cabo de Santo Agostinho terá informações ágeis e precisas, tanto operacionais quanto estatísticas, o que dinamizará a atuação de todos os segmentos profissionais envolvidos.

(31)

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A hanseníase tem alcançado altos índices e tem se mantido elevada na faixa etária dos menores de 15 anos, algo que tem preocupado a Secretaria Municipal de Saúde do município, pois o Cabo de Santo Agostinho não dispõe de um acompanhamento interdisciplinar desses pacientes, dificultando assim o acompanhamento adequado desses indivíduos.

Tendo em vista tal problemática, o presente projeto de intervenção pretende aperfeiçoar os métodos de captação para a identificação desses pacientes que atualmente é arcaico, dificultando o trabalho da equipe de saúde para o desenvolvimento das ações de controle da hanseníase.

Percebe-se que o trabalho deverá ser integral e multidisciplinar, ou seja, desde a criação de um sistema, cuja sugestão é BDH- Banco de Dados da Hanseníase que servirá de base para traçar o perfil do menor de 15 anos portador da hanseníase, e assim, pretende-se após essa intervenção integrar ações com o SINAN, as ESF’s e o NASF.

O NASF é constituído por uma equipe, na qual profissionais de diferentes áreas de conhecimento atuam em conjunto com os profissionais das equipes de Saúde da Família, compartilhando e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF. O NASF tem por funções: ação interdisciplinar e intersetorial; educação permanente em saúde dos profissionais e da população;

desenvolvimento da noção de território; integralidade, participação social, educação popular; promoção da saúde e humanização. Vale ressaltar que todas essas atribuições atreladas às pretensões do presente projeto.

A Estratégia de Saúde da Família é algo complexo e que demanda intervenções amplas em múltiplas facetas da realidade e para que ela obtenha sucesso desejado. Recomenda-se a utilização de saberes variados para que se consiga a resolutividade esperada. Com esta união ESF e NASF pretende-se constituir uma Rede de Cuidados específica para os pacientes menores de 15 anos acometidos pela hanseníase.

Com uma intervenção profissional adequada, ou seja, uma conexão entre os profissionais da ESF e do NASF na perspectiva aqui assinalada aponta para agregação perfeita da integralidade na assistência ao menor portador de Hanseníase.

(32)

Em relação ao Acompanhamento do portador de Hanseníase menor de 15 anos e ao prognóstico do município em relação a esse indicador pretende-se com o desenvolvimento do BDH e atualização ágil do SINAN. Assim, pretende-se estabelecer metas de melhorias contínuas, e ações em pontos estratégicos diagnosticados previamente pela análise dos dados fornecidos pelos 02 sistemas, contribuindo para o aperfeiçoamento desses processos para o desenvolvimento de ações de controle e consequentemente da hanseníase no município do Cabo de Santo Agostinho.

(33)

REFERÊNCIAS

ARAÚJO. M. G, Hanseníase no Brasil. Soc Bras Med Trop, Uberaba, v. 36, n. 3, p.373-382, 2003.

BARBIERI, Carolina Luisa Alves; MARQUES Heloísa Helena de Sousa. Hanseníase em crianças e adolescentes: revisão bibliográfica e situação atual no Brasil. Revista Pediatria, São Paulo, v. 31, n. 4, P.281-90, 2009.

BRASIL. Decreto nº 968 de 7/5/1962. Dispõe sobre a extinção do isolamento do paciente para o tratamento da lepra. Ministério da Saúde: Brasília, 1962.

BRASIL. Lei federal nº 9.010, de 29/3/1995. Dispõe sobre a terminologia oficial relativa à hanseníase e dá outras providências. Ministério da Saúde: Brasília, 1995.

BRASIL. Medida provisória nº 373 de 24/5/2007. Dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. FUNASA. Doenças infecciosas e parasitárias.

Hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para o controle da hanseníase. Brasília:

Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA. Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Brasília: Ministério da saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de prevenção de incapacidades 3ª ed, rev. e ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

BRASIL. PORTARIA Nº 3.125, DE 7 DE OUTUBRO DE 2010. Aprova as Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

(34)

BRASIL. PORTARIA Nº. 125/SVS-SAS, DE 26 DE MARÇO DE 2009. Brasília:

Ministério da Saúde, 2009.

CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro; MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick; GEROLAMO, Mateus Cecílio. Gestão Da Qualidade Iso 9001, 2000: Princípios e Requisitos.

São Paulo: Atlas, 2009;

LANGUILLON J, Carayon A. Examens de dans la lèpre. In: Précis de Léprologie. 2ª éd. Paris: Masson, 1986.

LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

MIGUEL, Armando. Hanseníase. Parte 2. Formas clínicas. Categoria(s):

Dermatologia geriátrica. Medicina Prática, São Paulo, 2009. Disponível em:

<http://www.medicinageriatrica.com.br>. Acesso em: 30 de Agos, 2012.

NARDI, Susilene Maria et al. (org). Sistemas de Informação e deficiências físicas na hanseníase. BEPA, São Paulo, Ano 3, n. 27, mar., 2006. Disponível em:

<http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa27_ilsl.htm >. Acesso em: 31 jul.

2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Chemotherapy of leprosy for control programmes. Genebra: OMS, 1982.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Sala de Situação em Saúde:

compartilhando as experiências do Brasil. Washington: OPAS, 2010.

PIRES, Carla Andrea A. et al . Hanseníase em menores de 15 anos: a importância do exame de contato. Rev. Paul. Pediatria, São Paulo, v. 30, n. 2, Jun, 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 05822012000200022&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 Agos, 2012.

SOUZA, C. S. Hanseníase: formas clínicas e diagnóstico diferencial. Medicina, Ribeirão Preto, v. 30, Cap 1, p. 325-334, jul./set. 1997.

VIRMOND M; VIETH H. Prevenção de incapacidades na hanseníase: uma análise crítica. Medicina, Ribeirão Preto, v.30, p. 358-363, jul./set. 1997.

Referências

Documentos relacionados

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

a) AHP Priority Calculator: disponível de forma gratuita na web no endereço https://bpmsg.com/ahp/ahp-calc.php. Será utilizado para os cálculos do método AHP

Assim, para cada condição de agitação incidente foram recolhidos, ao longo do canal, valores de elevação da superfície livre e da velocidade das partículas em

Considerando uma avaliação de qualidade de forma quantitativa e classificatória, na variável de dados relevantes da realidade, utilizados para medidas serem

(2005), o preço estabilizado passou a ser um referencial de comparação entre alternativas e permitiu associar-se o conceito de valor como diferencial entre produtos similares.

Para que esse estudo fosse possível foi necessário encontrar um grupo de pessoas disposto a colaborar com a pesquisa, haja vista que anteriormente uma série de

Para Bakhtin/Volochinov (1981), a língua se constitui através dos processos interativos, delineados socialmente. Esses pensadores da linguagem enfatizam justamente aquilo

*VENDE-SE: 1-Coleção da Itália NNN completa, só sistema Euro; 2- Centenas de séries completas NNN mundial Temáticas; 3- Selos e Blocos dos Brasil, Novos e Usados; 4-