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OTIMIZAÇÃO EXPERIMENTAL DA DESTILAÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE PIMENTA-DE-MACACO (Piper aduncum L.) POR ARRASTE COM VAPOR.

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OTIMIZAÇÃO EXPERIMENTAL DA DESTILAÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE PIMENTA-DE-MACACO (Piper aduncum L.) POR ARRASTE COM VAPOR.

E. L. ANDRADE 1 , e L. J. G. de FARIA 2

1 Universidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química e-mail:elisangela@ufpa.br

2 Universidade Federal do Pará, Faculdade de Engenharia Química e-mail:lenio@ufpa.br

RESUMO – A espécie Piper aduncum L. conhecida no norte do Brasil como pimenta-de-macaco, possui um óleo essencial rico em dilapiol, um composto químico de forte efeito inseticida encontrado em elevadas concentrações nas partes aéreas da planta, o qual é obtido pelo processo de destilação. No intuito de obter-se um óleo de boa qualidade, foi realizada uma otimização do processo de destilação por arraste com vapor utilizando-se a metodologia de superfícies de resposta, onde se quantificou os efeitos das variáveis de entrada nas respostas de interesse, com o objetivo de maximizar o rendimento em óleo essencial e teor de dilapiol. As variáveis de entrada e níveis foram: massa ou carga de folhas (32 - 88 g) e tempo de destilação (24 - 136 min). As respostas: rendimento em óleo essencial (REND) e teor de dilapiol (DIL), os quais variaram de 0,82 % a 4,92% e de 52,35% a 73,79%, respectivamente. Constatou-se que, dentro do domínio experimental, as variáveis de entrada estudadas foram estatisticamente influentes nas respostas, e podem ser descritas por modelos polinomiais de segunda ordem.

PALAVRAS-CHAVE: Dilapiol, otimização, óleo essencial, Piper aduncum L.

1. INTRODUÇÃO

A espécie Piper aduncum L. possui um grande potencial para exploração econômica em função da comprovada utilidade do seu óleo essencial na agricultura e saúde humana. Trata-se de um poderoso bactericida, fungicida, moluscicida e inseticida, com reconhecido potencial para ser utilizado na fabricação de repelentes, além de comprovada ação analgésica e antiinflamatória com baixos níveis de toxicidade. Sua utilização não é nociva ao meio ambiente, pois é um composto biodegradável tornando-o bem mais aceito com relação aos existentes no mercado (GAIA et al., 2004).

O ataque de pragas em áreas de cultivos homogêneos é um dos principais problemas enfrentados pelos produtores. Diante das perdas, a grande maioria faz uso de controle químico por meio de inseticidas convencionais e específicos em função de sua eficiência, custo relativamente baixo e facilidade de emprego em relação a outros métodos.

No entanto, a prática constante e o mau uso dos agrotóxicos levam a contaminação do solo, água, atmosfera e seres vivos. Na busca de métodos menos agressivos, surgem pesquisas com bioinseticidas que são produzidos a partir de substâncias extraídas de plantas e a Amazônia é terreno fértil para essas iniciativas.

É o caso dos estudos com P. aduncum, de ocorrência muito freqüente na região Amazônica.

Planta aromática e arbustiva encontrada naturalmente em pastagens degradadas e em capoeiras abertas (MAIA; ZOGHBI; ANDRADE, 2001).

O óleo essencial de P. aduncum obtido por meio da destilação de talos finos e folhas é rico em dilapiol, um composto químico sinergístico e de poderoso efeito inseticida e que pode ser encontrado em concentrações que variam de 73% a 98% (MAIA;

ANDRADE, 2009).

Hoje, existe um mercado promissor para os bioinseticidas e inseticidas naturais porque esses produtos podem ser utilizados no manejo integrado de pragas em cultivos comerciais e também na agricultura orgânica.

A procura por produtos naturais que possuam ligação com o desenvolvimento sustentável de regiões pouco desenvolvidas é crescente na atualidade. O consumidor exige cada vez mais a presença de rótulos de qualidade e a face social das empresas.

Desta forma, processos para a obtenção desses

produtos devem ser desenvolvidos e otimizados, de

forma que se obtenham produtos de boa qualidade e

que estejam livres de substâncias tóxicas ou

reconhecidamente prejudiciais à saúde de seus

usuários e do ambiente do qual foram extraídos.

(2)

A hidrodestilação mantém-se até hoje como o método de extração de óleos essenciais mais acessível, devido ao seu baixo custo relativo, facilidade e praticidade de operação em comparação a outros métodos, por sua relativa simplicidade de operação e baixo custo.

Em face de todos esses atributos da planta de P.

aduncum e sua abundância na região, aliada à sua comprovada biodegradabilidade, bem como a sua importância econômica, foi motivado o desenvolvimento deste trabalho.

Dessa forma, o objetivo geral foi otimizar o processo de destilação do óleo essencial de pimenta- de-macaco (Piper aduncum L.) por arraste com vapor, em escala de laboratório, utilizando experimentos estatisticamente planejados. Para que isso fosse alcançado, teve-se especificamente que:

- Projetar um sistema compacto de destilação de óleo essencial por arraste com vapor, em vidro borossilicato.

- Obter óleo essencial de P. aduncum por arraste com vapor e quantificar o rendimento e a composição química (constituintes majoritários).

- Otimizar experimentalmente o processo de destilação do óleo essencial de P. aduncum por arraste com vapor, utilizando metodologia de superfície de resposta.

- Quantificar a influência de variáveis operacionais de entrada do processo de destilação por arraste com vapor nas respostas: rendimento em óleo e teor de dilapiol, constituinte majoritário do óleo essencial de P. aduncum.

2. MATERIAIS E METODOS

O material consiste de folhas verdes de pimenta-de-macaco (Piper aduncum L). A Figura 1 mostra o aspecto geral da planta.

Figura 1 - Aspecto geral das partes aéreas de Piper aduncum L.

As partes aéreas das plantas de Piper aduncum foram coletadas na cidade universitária Prof. José da Silveira Netto - UFPA, de vegetação nativa em capoeira de terra firme, próxima ao hospital universitário Bettina Ferro, bairro do Guamá em Belém – PA, nos meses de maio e junho de 2009.

2.1 Destilação e análise do óleo essencial de P.

aduncum

O óleo essencial de P. aduncum foi obtido por meio da destilação de suas folhas, onde se encontra concentrações elevadas de dilapiol, seu constituinte majoritário.

Para a destilação foi projetado e construído um protótipo de extrator de óleos essenciais por arraste com vapor, em vidro borossilicato e em escala de laboratório. A Figura 2 representa o esquema do extrator utilizado para a obtenção experimental do óleo bruto de P. aduncum.

Figura 2 – Esquema do arranjo experimental de destilação por arraste com vapor.

A sequência de procedimentos para a obtenção

do óleo essencial bruto de P. aduncum com base na

Figura 2, é: alimentar o destilador (2) com o material

(3) previamente pesado, posicionando-o, sem

compactá-lo, sobre a base (5) do suporte (4). Em

seguida encher o gerador de vapor (6) com água

destilada, acionar a chave (9) e ligar a resistência

elétrica (8), controlando-se o vigor da ebulição por

meio do variac (10). Ligar o banho (1) e posicionar o

set point em 15°C. Retirar o tampão de alívio de

pressão (19) Durante a operação de destilação, cuja

duração dependerá do planejamento de experimentos,

já que o tempo é uma variável de entrada, controlar: a

condensação, em (12), o nível de água em (6), sendo,

(3)

quando necessário, repô-lo utilizando o frasco (16) através do tubo (7), os níveis de óleo e água condensada em (13) e a temperatura do vapor em (18).

Quando necessário, retira-se a água condensada abrindo-se a válvula de controle (14). Terminada a operação, coletar o óleo essencial acondicioná-lo em ampolas âmbar (devidamente identificadas) e guardá- los em um refrigerador a uma temperatura de 6°C, em média, para posterior análise química.

A Análise química do óleo essencial de P.aduncum foi realizada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas que é uma técnica para separação e análise de misturas de substâncias voláteis com o objetivo de identificar e registrar os constituintes existentes no óleo.

2.2 Planejamento e otimização experimental A otimização experimental da destilação do óleo essencial de pimenta-de-macaco foi realizada por meio da metodologia de superfícies de resposta utilizando o planejamento composto central rotacional com precisão uniforme, conforme descrito em Khuri e Cornell (1996).

Os níveis das variáveis de entrada foram codificadas em –1 e +1 (porção fatorial do projeto), havendo dois pontos axiais no eixo de cada variável independente a uma distância α do centro do projeto (porção axial do planejamento) além de 5 repetições no ponto central, n c , totalizando 13 corridas experimentais. O número total de corridas experimentais, N TC , foi calculado por meio da Equação 1, conforme Khuri e Cornell (1996):

c f α

TC n n n

N = + + (1)

Onde:

n f = 2 k que corresponde ao número de ensaios do planejamento fatorial;

n α = 2k que corresponde ao número de ensaios axiais;

n c corresponde ao número de repetições no ponto central;

k = número de variáveis de entrada = 2.

Segundo Box, Hunter e Hunter (2005), o planejamento estatístico de experimentos e a análise de variância proporcionam um vantajoso método para avaliação dos efeitos e interações das variáveis operacionais mais importantes no processamento industrial de vários materiais. Na Tabela 1 estão identificadas as variáveis operacionais de entrada e seus respectivos níveis codificados e originais.

Tabela 1 - Variáveis de entrada e níveis

136 120 80 40 24 X2 Tempo (min)

88 80 60 40 32 X1 Carga (g)

+1,41 +1 0 -1 -1,41 Codificadas Reais (unidade)

Níveis Variáveis de Entrada

136 120 80 40 24 X2 Tempo (min)

88 80 60 40 32 X1 Carga (g)

+1,41 +1 0 -1 -1,41 Codificadas Reais (unidade)

Níveis Variáveis de Entrada

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Análise química do óleo essencial

Através da análise química do óleo essencial verificou-se que o constituinte majoritário, dilapiol, variou nas proporções de 52,35 % a 73,79 %, valores dentro da faixa esperada para o material coletado (nativo) e tipo de processo, conforme a Tabela 2. A Figura 3 ilustra o cromatograma de uma corrida experimental onde o dilapiol aparece em maior proporção que os demais componentes do óleo essencial.

Figura 3 – Exemplo de cromatograma do óleo essencial de pimenta-de-macaco.

3.2 Análise experimental da destilação

A metodologia de superfícies de resposta consiste em um conjunto de técnicas usadas no estudo empírico das relações entre uma ou mais respostas com duas ou mais variáveis de entrada (MYERS;

MONTGOMERY; ANDERSON-COOK, 2009).

A matriz de experimento, especificada a Tabela 2 mostra a seqüência das corridas na ordem padronizada e a ordem aleatória de execução, os níveis das variáveis de entrada nas formas codificada e original, além dos valores experimentais das variáveis de resposta rendimento em óleo essencial e teor de dilapiol.

Verifica-se na Tabela 2 que o valor mínimo e

máximo das respostas foi: 0,82 % e 4,92 % para o

rendimento em óleo essencial, e 52,35 % e 73,79 %

para dilapiol, obtidos experimentalmente nas corridas

2 e 5 e nas corridas 2 e 4, respectivamente.

(4)

Tabela 2 – Matriz de experimentos do Planejamento Composto Central Rotacional.

70,16 1,97

80 60

0 0 13(12)

63,83 2,19

80 60

0 0 12 (3)

61,64 1,75

80 60

0 0 11 (5)

63,83 2,19

80 60

0 0 10 (4)

58,19 1,53

80 60

0 0 9 (8)

65,80 2,84

136 60

1,41 0 8 (10)

62,75 0,88

24 60

-1,41 0 7 (7)

55,38 2,10

80 88

0 1,41 6 (1)

73,58 4,92

80 32

0 -1,41 5 (11)

73,79 2,46

120 80

1 1 4 (13)

68,37 3,94

120 40

1 -1 3 (6)

52,35 0,82

40 80

-1 1 2 (9)

64,65 1,31

40 40

-1 -1 1 (2)

DIL (%) REND

(%) t

(min) C

X

2

(g) X

1

Variáveis de Resposta (unidade) Variáveis de Entrada

Reais (unidade) Variáveis de

Entrada Codificadas Corridas

(ordem de execução)

70,16 1,97

80 60

0 0 13(12)

63,83 2,19

80 60

0 0 12 (3)

61,64 1,75

80 60

0 0 11 (5)

63,83 2,19

80 60

0 0 10 (4)

58,19 1,53

80 60

0 0 9 (8)

65,80 2,84

136 60

1,41 0 8 (10)

62,75 0,88

24 60

-1,41 0 7 (7)

55,38 2,10

80 88

0 1,41 6 (1)

73,58 4,92

80 32

0 -1,41 5 (11)

73,79 2,46

120 80

1 1 4 (13)

68,37 3,94

120 40

1 -1 3 (6)

52,35 0,82

40 80

-1 1 2 (9)

64,65 1,31

40 40

-1 -1 1 (2)

DIL (%) REND

(%) t

(min) C

X

2

(g) X

1

Variáveis de Resposta (unidade) Variáveis de Entrada

Reais (unidade) Variáveis de

Entrada Codificadas Corridas

(ordem de execução)

Para a análise e interpretação dos dados, conforme as saídas do Statistica 7.0 (STATSOFT, Inc.

2004), consideraram-se o nível de significância α = 0,10 (confiança 90%), a proposição de um modelo polinomial completo de segunda ordem para ajuste dos dados e determinação do erro puro, para ambas as respostas.

A análise e tratamento dos dados, para REND (rendimento em %) e DIL (teor de dilapiol no óleo, em

%), obedecem à sequência: quantificação dos efeitos das variáveis de entrada nas respostas, análise de regressão e cálculo dos coeficientes dos modelos propostos, análise da qualidade dos modelos, análise e interpretação das superfícies de resposta e curvas de nível e otimização experimental por meio da função desejabilidade global.

Para resposta rendimento REND e DIL, obtiveram-se os seguintes resultados, onde os efeitos das variáveis isoladas e combinadas estão apresentados na Tabela 3 e 4, respectivamente:

Tabela 3 – Estimativa dos efeitos para a variável de reposta REND.

-0,4950 + 0,2868 X 1 X 2

Interação binária

-0,3479 + 0,2184 X 2 2

1,3120 + 0,2184 X 1 2

Efeitos quadráticos

1,7636 + 0,2031 X 2

-1,4910 + 0,2031 X 1

Efeitos principais

1,9273 + 0,1283 Média

Valores estimados + erro padrão

Efeitos

-0,4950 + 0,2868 X 1 X 2

Interação binária

-0,3479 + 0,2184 X 2 2

1,3120 + 0,2184 X 1 2

Efeitos quadráticos

1,7636 + 0,2031 X 2

-1,4910 + 0,2031 X 1

Efeitos principais

1,9273 + 0,1283 Média

Valores estimados + erro padrão

Efeitos

Tabela 4 – Estimativa dos efeitos para a variável de reposta DIL.

8,8600 + 4,3653 X 1 X 2

Interação binária

0,9554 + 3,3244 X 2 2

1,1616 + 3,3244 X 1 2

Efeitos quadráticos

7,3871 + 3,0914 X 2

-8,1598 + 3,0914 X 1

Efeitos principais

63,5290 + 1,9522 Média

Valores estimados + erro padrão Efeitos

8,8600 + 4,3653 X 1 X 2

Interação binária

0,9554 + 3,3244 X 2 2

1,1616 + 3,3244 X 1 2

Efeitos quadráticos

7,3871 + 3,0914 X 2

-8,1598 + 3,0914 X 1

Efeitos principais

63,5290 + 1,9522 Média

Valores estimados + erro padrão Efeitos

Na análise da Tabela 3 observa-se que ao se passar do menor para o maior nível de X 1 , promove-se um decréscimo, em média, de 1,49 % no rendimento em óleo, o que não é desejável. Da mesma forma, ao se passar do nível mais baixo para o nível mais alto da variável X 2 , resulta um aumento de 1,76 %, em média, no rendimento em óleo, o que é desejável. Para o caso do teor de dilapiol, a análise dos dados da Tabela 4 indica que, ao se passar do menor para o maior nível de X 1 , promove-se um decréscimo, em média, de 8 % no teor de dilapiol no óleo, o que não é bom. Da mesma forma, ao se passar do nível mais baixo para o nível mais alto da variável X 2 , resulta um aumento de 7,4 %, em média, no rendimento em óleo, o que é positivo. Essa análise é válida já que ambas variáveis de entrada não possuem efeito de interação significativo nas respostas REND e DIL, conforme a análise de variância mostradas nas Tabelas 5 e 6.

Para a determinação da significância estatística dos efeitos das variáveis de entrada nas respostas REND e DIL com mais propriedade, é realizada uma análise de variância apresentada nas Tabelas 5 e 6 com base na estatística p (p-valor). Constata-se que somente as variáveis de entrada X 1 , X 1 2 e X 2 afetam significativamente a resposta REND (p> 0,10).

Seguindo o mesmo critério, somente as variáveis X 1 e X 2 são estatisticamente significativas para DIL.

Observa-se também que para a resposta REND, no modelo polinomial de segunda ordem proposto, existe uma pequena evidência de falta de ajuste, já que o valor de F calculado (F 0,10; 3; 4 = 5,7004) é pouco maior que o valor de F critico (F 0,10; 3;

4 = 4,19). Para a resposta DIL não há evidência de falta de ajuste, já que F calculado (F 0,10; 3; 4 = 1,7336) é menor que o valor de F crítico (F 0,10; 3; 4 = 4,19), conforme valores tabelados em Box, Hunter e Hunter (2005).

(5)

Tabela 5 – ANOVA para resposta REND.

- -

- 12

16,0497 Total

- -

0,0823 4

0,3291 Erro puro

0,0630 5,7004

0,4690 3

1,4071 Falta de

ajuste

0,1595 2,9779

0,2450 1

0,2450 X 1 X 2

0,1865 2,5366

0,2087 1

0,2087 X 2 2

0,0010 75,3815 6,2024

1 6,2024 X 2

0,0039 36,0721 2,9680

1 2,9680 X 1 2

0,0018 53,875

4,4328 1

4,4328 X 1

p Média F

quadrática Graus de

liberdade Soma

Quadrática Fontes

de variação

- -

- 12

16,0497 Total

- -

0,0823 4

0,3291 Erro puro

0,0630 5,7004

0,4690 3

1,4071 Falta de

ajuste

0,1595 2,9779

0,2450 1

0,2450 X 1 X 2

0,1865 2,5366

0,2087 1

0,2087 X 2 2

0,0010 75,3815 6,2024

1 6,2024 X 2

0,0039 36,0721 2,9680

1 2,9680 X 1 2

0,0018 53,875

4,4328 1

4,4328 X 1

p Média F

quadrática Graus de

liberdade Soma

Quadrática Fontes

de variação

Tabela 6 – ANOVA para resposta DIL.

- - - 12 498,8844 Total

- - 19,0562 4

76,2246 Erro puro

0,297878 1,733643 33,0366

3 99,1097 Falta de ajuste

0,112260 4,119384 78,4996

1 78,4996 X 1 X 2

0,788093 0,082588 1,5738

1 1,5738 X 2 2

0,075201 5,710170 108,8139 1

108,8139 X 2

0,744396 0,122092 2,3266

1 2,3266 X 1 2

0,057608 6,967184 132,7677 1

132,7677 X 1

p Quadrado F

Médio Graus de Liberdad

e Soma dos Quadrados Fontes de

variação

- - - 12 498,8844 Total

- - 19,0562 4

76,2246 Erro puro

0,297878 1,733643 33,0366

3 99,1097 Falta de ajuste

0,112260 4,119384 78,4996

1 78,4996 X 1 X 2

0,788093 0,082588 1,5738

1 1,5738 X 2 2

0,075201 5,710170 108,8139 1

108,8139 X 2

0,744396 0,122092 2,3266

1 2,3266 X 1 2

0,057608 6,967184 132,7677 1

132,7677 X 1

p Quadrado F

Médio Graus de Liberdad

e Soma dos Quadrados Fontes de

variação

Empregando-se o método dos mínimos quadrados, constante no aplicativo Statistica 7.0, são estimados os coeficientes de regressão do modelo polinomial de segunda ordem completo para as respostas REND e DIL, com as variáveis independentes codificadas, conforme as Equações 2 e 3:

2 1 2

2

2 2

1 1

X X 247500 , 0 X 173954 , 0

X 881823 , 0 X 655984 , 0 0,745493X -

1,927326 REND

+

=

DIL= 63,52903-4,07989X 1 +0,58079X 1 2 +3,69355X 2 +0,47768X 2 2 -4,4300X 1 X 2

Nas Tabelas 7 e 8 estão apresentados os coeficientes do modelo proposto para as respostas REND e DIL e os correspondentes erros padrão, obtidos por análise de regressão:

Tabela 7 – Coeficientes de regressão para a resposta REND.

Variáveis Coeficientes + erro padrão Média 1,9273 + 0,1283

X 1 -0,7455 + 0,1016

X 1 2 0,6560 + 0,1092

X 2 0,8818 + 0,1016 X 2 2 -0,1740 + 0,1092 X 1 X 2 -0,2475 + 0,1434

Tabela 8 – Coeficientes de regressão para a resposta DIL.

Variáveis Coeficientes + erro padrão Média 63,52903 + 1,92223

X 1 -4,07989 + 1,545680 X 1 2 0,58079 + 1,662179 X 2 3,69355 + 1,545680 X 2 2 0,47768 + 1,662179 X 1 X 2 4,43000 + 2,182668 Para a resposta REND o coeficiente de determinação obtido foi R 2 = 0,8917, indicando que a equação de regressão (modelo proposto) é capaz de explicar ou reproduzir cerca de 89% das variabilidades experimentais em torno da média, de 97,95% explicável. O coeficiente de determinação obtido para a resposta DIL foi R 2 = 0,6485, indicando que o modelo proposto é capaz de explicar cerca de 65% das variabilidades experimentais de 84,72 % explicável (BARROS NETO; SCARMINIO; BRUNS, 2007). Os valores de X 1 e X 2 são correlacionados com as variáveis originais C (carga) e t (tempo), conforme as Equações 4 e 5:

20 60

X 1 = C − (4)

40 80 X 2 t

= − (5)

3.3 Análise da superfície de resposta e contornos A superfície de resposta para o rendimento em óleo essencial (REND), gerada a partir do modelo de segunda ordem ajustado aos dados experimentais, por meio do software Statistica 7.0, e as curvas de nível correspondentes, estão representadas nas Figuras 4 e 5, respectivamente. A observação dessas figuras indica que o rendimento máximo está próximo de 4,5 %, obtido na condição de operação correspondente a uma carga igual a 32 g (X 1 = -1,41) e tempo de extração igual a 136 minutos (X 2 = 1,41).

(3)

(2)

(6)

4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1

Figura 4 - Superfície de resposta para REND

3,5 3 2,5 2 1 -1,4-1,2 -1,0-0,8 -0,6-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

X

1 -1,4

-1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

X

2

Figura 5 - Curvas de nível para REND

A superfície de resposta para o teor de dilapiol no óleo essencial (DIL), gerada a partir do modelo de segunda ordem ajustado aos dados experimentais e as curvas de nível correspondentes, estão representadas nas Figuras 6 e 7, respectivamente. Observa-se que o teor máximo de dilapiol está próximo de 70%, obtido na condição de operação correspondente a uma carga igual a 32 g (X 1 = -1,41) e tempo de extração igual a 136 minutos (X 2 = 1,41).

72 68 64 60 56

Figura 6 - Superfície de resposta para DIL

-1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

X1 -1,4

-1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

X2

Figura 7 - Curvas de nível para DIL

3.4 Otimização por meio da função desejabilidade A função desejabilidade global (DERRINGER;

SUICH, 1980) foi analisada com auxilio do aplicativo Statistica 7.0, utilizando-se uma grade de 30 pontos para cada uma das duas variáveis independentes, ou seja, os valores das respostas e respectivas desejabilidades foram calculados em 30 2 combinações de níveis para os fatores e os expoentes s e t iguais a 5.

Para a carga (g) – X 1 e para o tempo (min) – X 2 , foi fixado d i = 1, que corresponde ao máximo rendimento em óleo (REND) e teor de dilapiol (DIL) obtidos no planejamento: 4,92% e 73,79%, respectivamente. Os valores médios e mínimos foram considerados inaceitáveis, ou seja, atribuídos o valor d i = 0. A Tabela 9 mostra atribuição dos valores na otimização realizada.

Tabela 9 - Valores atribuídos na otimização via função desejabilidade.

Condições para as respostas*

Valor atribuído na

otimização REND (%) DIL (%)

Baixo 0,82 (0) 52,35 (0)

Médio 2,87 (0) 63,07 (0)

Alto 4,92 (1) 73,79 (1)

*Peso relativo para valores baixo, médio e alto na escolha da desejabilidade, variando de 0 a 1.

Os gráficos da função desejabilidade para a otimização das respostas, está ilustrado na Figura 8, onde é possível observar que a função desejabilidade atende de forma bastante satisfatória às características previamente estabelecidas, o que é comprovado pelo resultado da desejabilidade global (D) igual a 0, 99236; ou seja, a função consegue especificar níveis para cada variável de entrada que possibilitam a maximização da extração de óleo essencial de P.

aduncum.

(7)

As condições ótimas são dadas na Figura 8 de forma codificada (de acordo com o planejamento) e representam os seguintes valores reais: carga de 32 g de folha de P. aduncum e um tempo de destilação de 102,55 minutos, valores próximos aos que proporcionam o ponto ótimo obtido na análise de superfícies e contornos.

Considera-se assim, que a aplicação da metodologia de superfícies de resposta para extração pode ser de grande utilidade para se otimizar as variáveis de resposta avaliadas, identificando o valor dos componentes que resultará no melhor produto de acordo com os critérios pré-estabelecidos (domínio experimental), constituindo-se numa importante ferramenta no desenvolvimento do processo em questão.

X1 (Carga)

-1,00 0 4 ,9 21 5 8 ,0 00 0

X2 (tempo) Desejabilidade

0, 0,

1 ,

0 ,8 2 2 ,8 7 4 ,9 2

Rend

4 5,00 0 6 9,14 9 9 5,00 0

0, 0,

1 ,

5 2,35 6 3,07 7 3,79

Dill

-1 ,4 1 1,4 1

,9 9 23 6

-1,41 ,56 4 1,41

DesejabilidadeGlobal

Figura 8 - Gráficos da função desejabilidade para as respostas REND e DIL

4. CONCLUSÕES

- O extrator de arraste com vapor mostrou-se adequado e eficiente para a obtenção de óleo essencial de P. aduncum com rendimento compatível com os existentes na literatura, para este método de extração.

- Os modelos estatísticos propostos conseguem predizer com boa precisão as respostas de interesse do processo de destilação do óleo essencial de P.

aduncum, no intervalo de variação das condições experimentais, permitindo uma melhor compreensão dos efeitos causados pelas variáveis de entrada estudadas nas repostas REND e DIL.

- Através da análise das curvas de nível das respostas rendimento em óleo e teor de dilapiol, mantendo-se a temperatura de extração constante em 99°C, foi possível a identificação do ponto ótimo de trabalho:

carga de folhas (32 g) e tempo de destilação (136 min), para a qual se obtém rendimentos em óleo essencial (REND) e teores de dilapiol no óleo (DIL) de aproximadamente 4,5% e 70%, respectivamente, valores altamente desejáveis para esse processo e tipo de material.

- O valor calculado para a função desejabilidade global foi 0,99236; considerado aceitável e excelente, segundo Akhnazarova e Kafarov (1982), proporcionando a correta estimativa do ponto ótimo de operação para as variáveis de entrada: carga = 32 g e tempo de extração = 102,55 min; obtendo-se neste ponto as respostas: REND = 4,92% e DIL = 69,15 %.

- As técnicas estatísticas de planejamento fatorial e metodologia de superfícies de resposta, se mostraram ferramentas bastante úteis, pois permitiram a verificação das influências das variáveis do processo de extração de forma sistemática e a determinação da melhor condição operacional.

5. REFERÊNCIAS

AKHNAZAROVA, S.; KAFAROV, V. Experiment optimization in chemistry and chemical engineering.

Moscow: Mir, 1982.

BARROS NETO, B.; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R.E. Como fazer experimentos. 3. ed. Campinas:

Editora da Unicamp, 2007.

BOX, G. E. P.; HUNTER, W. G.; HUNTER, J. S.

Statistics for experimenters: design, innovation, and discovery. 2. ed. New Jersey: Wiley, 2005.

DERRINGER, G.; SUICH, R. Simultaneous optimization of several response variables. J. Qual.

Technol. 12, p. 214-219, 1980.

GAIA, J. M. D.; MOTA, M. G. C.; CONCEIÇÃO, C.

C. C.; COSTA, M. R.; MAIA, J. G. S. Similaridade

genética de populações naturais de pimenta-de-macaco

por análise RAPD. Hort. Brasileira, Brasília, 22 (4),

p.686-689, 2004.

(8)

KHURI, A. I.; CORNELL, J. A. Response surfaces:

designs and analyses. 2. ed. New York: Marcel Dekker, 1996.

MAIA, J. G. S.; ZOGHBI, M. G. B.; ANDRADE, E.

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MAIA, J. G. S.; ANDRADE, E. H. A. Database of the Amazon aromatic plants and their essential oils.

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MYERS, R. H.; MONTGOMERY, D. C.;

ANDERSON-COOK, C.M. Response surface methodology: process and product optimization using designed experiments. 3 rd . ed. New Jersey: Wiley, 2009.

STATSOFT, Inc. (2004). STATISTICA (data analysis software system), version 7,0. www.statsoft.com.

Referências

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