Influência da resistência do betão estrutural leve e das taxas das armaduras no comportamento à flexão de vigas
Tiago Simões
1Hugo Costa
2Ricardo Carmo
3RESUMO
O objetivo do presente trabalho consistiu em analisar a capacidade de carga e a ductilidade de vigas de betão estrutural de agregados leves (BEAL) armado, submetidas à flexão. Para o efeito, realizaram-se três séries de ensaios, onde se variaram alguns parâmetros de dimensionamento e analisou-se a influência de cada parâmetro no comportamento estrutural das vigas: na primeira série, variou-se a taxa de armadura de tração, mantendo constante a resistência do betão à compressão; na segunda série, para duas taxas de armadura de tração, variou-se a taxa de armadura transversal de confinamento, mantendo constante a resistência do betão; na terceira série, para duas taxas de armadura de tração, variou-se a resistência à compressão do betão. As vigas foram ensaiadas até à rotura e a carga foi aplicada através de um servo-atuador por controlo de deslocamento. Os dados foram adquiridos experimentalmente, usando instrumentos e software apropriados, e os resultados obtidos foram analisados e comparados entre si, tendo sido quantificada a influência dos principais parâmetros no comportamento das vigas em estudo.
Palavras-chave: BEAL, ductilidade, flexão, resistência, vigas.
1. INTRODUÇÃO
A produção de BEAL com elevada resistência e com densidade reduzida obtém-se, essencialmente, recorrendo a agregados leves com elevada resistência mecânica, associados ao uso de ligantes de alto desempenho e de superplastificantes na matriz ligante, permitindo a melhoria das propriedades do betão. Nos principais códigos de dimensionamento, as previsões das propriedades mecânicas dos BEAL são efetuadas, normalmente, com base nas propriedades do betão de densidade normal (BDN), com resistência equivalente, afetadas por coeficientes de correção. O BEAL apresenta diferentes propriedades quando comparado com o BDN de resistência equivalente: o módulo de elasticidade é menor; a relação tensão-extensão é diferente, apresentando maior linearidade em fase elástica e uma rotura mais frágil; a matriz ligante tem maior resistência, de modo a compensar a perda de resistência
1ICIST, ISEC, Dep. de Eng. Civil (Estudante), Coimbra. simoes.tiago@hotmail.com
2ICIST, Instituto Politécnico de Coimbra - ISEC, Dep. de Eng. Civil, Coimbra. hcosta@isec.pt
3Instituto Politécnico de Coimbra - ISEC e CIEC, Dep. de Eng. Civil, Coimbra. carmo@isec.pt