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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL VOLTADA À INCLUSÃO SOCIAL

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Academic year: 2021

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL VOLTADA À INCLUSÃO SOCIAL

MENEGUCE, Beatriz1 bmeneguce@hotmail.com PAULINO, Paulo César2 paulino@utfpr.edu.br Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Cornélio Procópio III Curso de Especialização em Educação Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos – PROEJA Disciplina: Educação Inclusiva

RESUMO

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais requer professores capazes de promover sua aprendizagem e participação. No entanto, a maioria dos professores atuantes nos diversos níveis de ensino se encontra despreparada para assumir esta responsabilidade. Na educação profissional o professor precisa ainda preparar este aluno para ingressar no mercado de trabalho e se manter neste mercado. O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão sobre a inclusão na educação profissional e verificar se os professores têm capacidade para receber em sala de aula alunos com necessidades educacionais especiais. Os professores precisam de uma melhor formação e estarem preparados para incluir estes alunos no processo de ensino-aprendizagem. O trabalho conjunto das universidades e do sistema educacional é fundamental para tal inclusão.

PALAVRAS-CHAVE: inclusão, educação profissional, educação especial. INTRODUÇÃO

A inclusão dos estudantes com necessidades educacionais especiais, nos diversos níveis de ensino, depende de inúmeros fatores, especialmente, da capacidade de seus professores de promover sua aprendizagem e participação. Na educação profissional o professor precisa preparar este aluno para ingressar no mercado de trabalho. Surge então a pergunta se esses professores estão preparados para tal compromisso.

Sabe-se que não, pois ainda professores se encontram em situação de espanto quando se deparam com alunos especiais em sala de aula e na maioria das vezes não sabem como agir ou como fazer adaptações nas aulas para que ocorra o aprendizado dos estudantes com necessidades educacionais especiais.

1 Autora: Engenheira Agrônoma, Mestre em Fitotecnia, Professora do Estado, Aluna da Especialização em EJA

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Cornélio Procópio.

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Orientador: Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Cornélio Procópio, Especialista em Metodologia do Ensino Tecnológico pela UTFPR e Mestrando em Ensino de Ciências e Tecnologia na UTFPR-PG.

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Os professores dos cursos de licenciatura para conseguirem preparar os futuros professores, bem como oferecer programas de formação continuada aos professores atuantes para incluir alunos com necessidades educacionais especiais, é necessário, obviamente, que eles estejam preparados e saibam como atuar para incluir tais alunos.

O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão sobre a inclusão na educação profissional e verificar se os professores têm preparação para receber em sala de aula alunos com necessidades educacionais especiais.

REFERENCIAL TEÓRICO

Educação inclusiva entendida sob a dimensão didático-curricular é aquela que proporciona ao aluno com necessidades educativas especiais participar das atividades cotidianas da classe regular, aprendendo as mesmas coisas que os demais, mesmo que de modos diferentes, preferencialmente sem defasagem idade-série. Como agente mediador do processo ensino-aprendizagem, cabe ao professor o papel de fazer as adaptações necessárias no currículo escolar (GLAT e OLIVEIRA, 2003).

Nas pesquisas (EIDELWEIN, 2005; JESUS, 2006; MARTINS, 2006), encontram-se indicações de que as universidades deveriam deencontram-senvolver, em encontram-seus cursos de graduação e de pós-graduação e em programas de formação continuada, preparação para os professores e profissionais da educação atuarem frente à diversidade.

Ao se tratar da formação pedagógica do professor universitário, esbarra-se em várias questões, entre as quais sua falta de percepção quanto à importância dessa formação. Eidelwein (2005, p. 2-3) historia esta questão:

Nem sempre a formação do professor universitário se deu da mesma forma. Em um primeiro momento, quando as disciplinas estavam se delineando e constituindo sua especificidade, não havendo formação específica para atuação docente na universidade, a competência para determinar o saber legítimo e a sua forma de transmissão era exclusiva dos fundadores dos respectivos campos do conhecimento.

Outra concepção que dificulta a igualdade de oportunidades é o fato dos professores não se responsabilizarem pela aprendizagem do aluno. Normalmente, na universidade, o aluno é tratado como se já fosse um experiente pesquisador, os professores

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não percebem que o "processo de ensino-aprendizagem é um processo repartido, interativo e de responsabilidade mútua do professor e do aluno" (RODRIGUES, 2004, p.3).

Na universidade, outra condição que às vezes atrapalha o atendimento das necessidades educacionais especiais de alguns alunos é o fato de o professor considerar que o programa de sua disciplina deve ser seguido sem alteração. Os professores devem refletir que não existe uma só maneira de ministrar e avaliar o processo de aprendizagem, buscando formas de diversificar o seu programa de disciplina. (RODRIGUES, 2004, p.3).

Castanho e Freitas (2005, p.1) comentam que: “a universidade é um lugar onde os valores e práticas de educação inclusiva precisam ser vivenciados" e para isso os professores precisam de preparo que vai além do conhecimento científico, visto que no ambiente acadêmico, assim como em qualquer outro, há singularidades e conflitos de valores.

Tendo como foco a análise das necessidades de adaptações sentidas por acadêmicos universitários a pesquisa de Oliveira (2003) realizada junto a onze acadêmicos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que apresentavam necessidades educacionais especiais identificou que alguns alunos tiveram dificuldades para aprender, devido a seus professores não adaptarem seus procedimentos de ensino. Como exemplo das dificuldades sentidas pelos alunos, Oliveira (2003, p.74) apresenta alguns relatos. A seguir um exemplo para ilustrar:

Transparência é uma mancha branca que tem lá, na frente, uma luz branca e acabou. Eu não enxergo mesmo. Precisaria de pelo menos ter uma cópia pra mim, do que ela está mostrando ali na frente. [...] Eu geralmente não enxergo por mais que tente ampliar, colocar o retroprojetor para trás assim. Eu pedia: deixa eu tirar xerox da transparência? Antes de mostrar chegava. Ah! Esqueci!

Este exemplo mostra que, ainda alguns professores apresentam resistência para realizar as adaptações necessárias ao processo de aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. Fato que confirma a necessidade de buscar alternativas para possibilitar aos professores universitários desenvolverem habilidades que venham a favorecer efetivamente a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais também no ensino superior, visto que estes professores estarão ainda preparando estes alunos para ingressarem no mercado de trabalho.

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Rattner (2002) afirma que a inclusão não pode restringir-se apenas à entrada no mercado de trabalho, mas deve considerar também as formas de manter tal inserção. Para este autor, “a inclusão torna-se viável somente quando, através da participação em ações coletivas, os excluídos são capazes de recuperar sua dignidade e conseguem – além de emprego e renda – acesso à moradia decente, facilidades culturais e serviços sociais, como educação e saúde” (RATTNER, 2002, p.1).

Conceitualmente, inclusão não é o mesmo que integração. Inclusão é mobilização social. A sociedade se prepara para acolher os sujeitos. Diferentemente, integração é mobilização pessoal para se ajustar a uma sociedade. Para Ferreira, integração é a “ação ou política que visa integrar em um grupo minorias sociais” (FERREIRA, 1986, p. 954). O esforço é do indivíduo que se adapta para integrar um grupo. Saliba (2004) afirma que a integração é uma conquista individual para se adaptar ao social. Mantoan (2004) afirma que um curso, por exemplo, não é considerado inclusivo quando o currículo é adaptado para que alunos com maiores dificuldades aprendam.

Enfim, o futuro da Educação Inclusiva na Educação Profissional dependerá de um esforço coletivo, de políticos, escolas, educadores, para tentar garantir uma educação de melhor qualidade para todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho foi possível perceber que ainda são muitas as dificuldades encontradas pelos professores em receber alunos com necessidades especiais em suas atividades acadêmicas. Um melhor preparo desses professores nos cursos de formação seria uma alternativa para minimizar essas dificuldades. Os professores precisam além de um maior preparo, dar subsídios para os alunos com necessidades especiais ingressarem no mercado de trabalho e se manterem ativos em suas atividades profissionais, mas para isso é necessário um trabalho conjunto entre as universidades e o sistema educacional.

REFERÊNCIAS

CASTANHO, D. M.; FREITAS S. N. Inclusão e prática docente no ensino superior. In:

Revista Educação Especial. Santa Maria, n. 27, 2005. Disponível em:

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EIDELWEIN, M. P. Pedagogia universitária voltada a formação de professores na

temática da inclusão. Revista Educação Especial. Santa Maria, n. 26, 2005. Disponível em:

http://www.ufsm.br/ce/revista/ceesp/2005/02/a9.htm . Acesso em: 25 jul 2009.

FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1986.

GLAT, R.; OLIVEIRA, E. da S. G. Adaptações Curriculares. Relatório de consultoria técnica, projeto Educação Inclusiva no Brasil: Desafios Atuais e Perspectivas para o Futuro. Banco Mundial, 2003. Disponínel em: http: //www.cnotinfor.pt/inclusiva. Acesso em: 28 ago 2009.

JESUS, D. M. Inclusão escolar, formação continuada e pesquisa-ação colaborativa. In: BAPTISTA, C. R. (Org.) Inclusão e Escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006. p. 95 -106.

MANTOAN, M. T. E. O Direito À Diferença Na Igualdade dos Direitos – Questões sobre a inclusão escolar de pessoas com e sem deficiências. In: BATISTA, C. A. M. (Org). Ética da

Inclusão. Belo Horizonte: Armazén de Idéias, 2004.

MARTINS, L. A. R. Inclusão escolar: algumas notas introdutórias. In: MARTINS, L. A. R. et. al. (Org.). Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis: Vozes, 2006. p.17-26. OLIVEIRA, E. T. G. Acessibilidade na Universidade Estadual de Londrina: o ponto de

vista do estudante com deficiência. 2003, 185f. Dissertação (Mestrado em Educação) -

Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, 2003.

RATTNER, H. Sobre exclusão social e políticas de inclusão. In: Revista Espaço Acadêmico. Ano II, n.18, 2002.

RODRIGUES, D. A Inclusão na Universidade: limites e possibilidades da construção de

uma Universidade Inclusiva. Cadernos de Educação Especial. Santa Maria, nº 23, 2004.

Disponível em: http://www.ufsm.br/ce/revista/ceesp . Acesso em: 11 ago 2009.

SALIBA, A. M. P. M. A Inclusão De Um Estranho Imaginário. In: BATISTA, C. A. M. (Org). Ética da Inclusão. Belo Horizonte: Armazén de Idéias, 2004.

Referências

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