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CAMPANHAS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO POTI, TERESINA- PI. Paulo Roberto de Oliveira Júnior

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Academic year: 2021

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CAMPANHAS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO POTI, TERESINA- PI.

Paulo Roberto de Oliveira Júnior

Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí.

RESUMO: O rio Poti que corta o município de Teresina é um importantíssimo recurso hídrico para todo o estado do Piauí, sendo de extrema importância o estudo de sua variabilidade sazonal da qualidade da água. O crescimento acelerado e desordenado do município sem o acompanhamento adequado de infraestrutura e saneamento básico deixa o meio hídrico vulnerável a diversas formas de contaminação e gerando consequências, como o efeito da eutrofização. A pesquisa em estudo buscou o monitoramento e interpretação de resultados sobre os parâmetros da qualidade da água e na determinação do índice da qualidade da água (IQA) que vem sofrendo uma degradação crescente à medida que se aumenta a concentração de pessoas no núcleo urbano.

Palavra-chave: Índice de Qualidade da água, Poti, Meio urbano, Teresina.

CAMPAIGNS OF RIVER WATER QUALITY POTI, TERESINA- PI

ABSTRACT: The Poti river that crosses the city of Teresina is an important water resource for the entire state of Piauí, it is extremely important to study its seasonal variability of water quality. The rapid and unplanned growth of the city without the proper monitoring of infrastructure and sanitation leaves the water environment vulnerable to various forms of pollution and generating consequences, as the effect of eutrophication. The research study aimed at monitoring and interpretation of results on parameters of water quality and to determine the water quality index (IQW) which has been suffering increasing degradation as the concentration of people in urban core increases.

Keyword: Water Quality Index, Poti, Urban Environment, Teresina.

INTRODUÇÃO

Os rios são sistemas complexos caracterizados como escoadouros naturais das áreas de drenagens adjacentes, que em principio formam as bacias hídricas. As fontes difusas de poluição tem sido objeto de atenção em muitos países devido à dificuldade de se estabelecer procedimentos que avaliem os impactos ambientais e de adotar padrões aceitáveis, como outrora ocorre com as fontes pontuais. Embora esses autores enfatizem a complexidade das fontes difusas no mecanismo de

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transporte de fósforo em micro bacias precisando análises de todos os parâmetros indicadores da qualidade da água. (TOLEDO, 2010)

Para Mota (2011) essas fontes difusas de poluição se agravam devido a intensa urbanização e o uso inadequado dos recursos hidrológicos, contribuindo para a “pegada ecológica” devido à exploração excessiva da água que causa danos irreversíveis a função ecológica, afetando diretamente o ciclo hidrológico.

Segundo Dasmaceno (2005) em ambientes onde a ação antrópica é marcante a qualidade da água deixa de ser afetada somente por fatores naturais, como nos centros urbanos onde a situação dos recursos hídricos é agravada pelo crescimento acelerado e desordenado sem a implantação adequada de saneamento básico, sendo o monitoramento da qualidade da água um dos principais instrumentos para execução de uma política de planejamento e gestão de recursos hídricos.

Devido essas alterações provocadas na qualidade dos recursos hídricos (principalmente pelo homem) é necessário um monitoramento devendo ser feito a implementação de um instrumento de gestão obtendo informações estratégicas e imprescindíveis para direcionamento de decisões a serem tomadas e a partir das bases de dados analisados se possam avaliar a qualidade da água.

Foram então desenvolvidos vários métodos de se analisar o grau de qualidade de um meio hídrico sendo o mais usual o IQA (Índice de Qualidade da Água) adaptado e desenvolvido ,em 1975 ,pela CETESB, a partir de estudos realizados pela National Sanitation Foundain (1970). Este método que incorpora nove variáveis consideradas relevantes para a avaliação da qualidade das águas :: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitratos, fosfatos, temperatura da água, turbidez e sólidos totais, determinados em ensaios de laboratório. Esse índice pode ser apresentado na sua forma somatória e produtória.

A formulação para o cálculo do IQA mais utilizado é do tipo produtório, como apresentado na equação:

Sendo: qi : qualidade do i-ésimo parâmetro;

wi : peso correspondente ao i-ésimo parâmetro.

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Os nove parâmetros apresentados para o calculo do IQA estão diretamente relacionados com a variabilidade sazonal da vazão e da precipitação, sendo estes processos que provocam o transporte e a diluição das cargas poluentes podendo ser apresentados de forma mais acentuada ou atenuada de acordo com a região e em épocas distintas. Em locais com lançamentos pontuais de efluentes a qualidade da água, por exemplo, apresentará níveis melhores em períodos que a vazão se encontre em níveis máximos e níveis de qualidade inferiores para vazões mínimas. Outra relação da qualidade de água com a vazão se dá por meio das cargas advindas de fontes difusas. As águas de escoamento superficial trazem consigo cargas que podem ser prejudiciais ao meio. Ou seja, a qualidade das águas pode ser prejudicada tanto em períodos secos como em períodos chuvosos sendo diretamente influencia pela precipitação e vazão do meio hídrico. (PORTO, 2011)

METODOLOGIA

Para o monitoramento da qualidade da água do rio Poti foram definidos sete pontos de coleta sendo estas coletas mensais. A partir da água coletada em cada ponto realizou-se as análises químicas para determinação das variáveis de qualidade. A seguir a qualidade da água foi interpretada através do IQA e avaliada a influência do regime de precipitação/vazão sobre a qualidade. As etapas realizadas no presente trabalho:

 Coleta:

É compreendida a fase em que se tem a obtenção das amostras de cada ponto.

 Fase laboratorial:

1. Oxigênio dissolvido: Método titulométrico de Winkler modificação Azida; Titulação com tiossulfato de 100 ml da amostra. E o uso do oxímetro.

2. Demanda bioquímica de Oxigênio (DBO): Método dos frascos padrões titulação com tiossulfato de 100 ml da amostra.

3. Sólidos totais: Método gravimétrico; Deixando em banho Maria a amostra até sua evaporação completa e com isso fazer a pesagem dos sólidos.

4. Condutividade: Método da resistência elétrica; Leitura com uso do Condutivímetro.

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5. Temperatura: Método do filamento de Mercúrio;

6. Fósforo total: Método Espectrofotométrico do Ácido Ascórbico com pré-digestão pelo Persulfato de Amônia, APHA;

7. Nitrato total: Método de Salicilato de Sódio;

8. Coliformes termotolerantes: uso de substratos definidos nas amostras sendo após colocada 24h na estufa.

9. PH: Método potenciométrico; Leitura com o uso do pHmetro

10. Turbidez: Método nefelométrico.Leitura com o uso do turbidímetro.

 Avaliação da Qualidade da Água: Análise e interpretação dos dados obtidos nas campanhas de coletas e em laboratório, correlacionando com o regime de vazão e precipitação do rio Poti.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O clima predominante na bacia do rio Poti é do tipo tropical quente e úmido caracterizado por possuir um verão chuvoso e o inverno seco com um regime irregular de chuvas conforme foi apresentado no gráfico 01:

Gráfico 01 - Precipitação da bacia hidrográfica rio Poti

Fonte: Adaptado de ANA (2013)

As precipitações apresentadas nos dados em analises demonstram uma melhor síntese no IQA e na vazão do rio (fator determinante na curva de permanência). Demonstrando que nos meses de maiores precipitações (janeiro e fevereiro) houve um aumento da vazão e alteração de alguns parâmetros da qualidade da água como principalmente aumento da turbidez e aumento de sólidos

0 50 100 150 200 250 300 Aug/1 3 Se p /13 Oct/ 13 N ov /13 De c/13 Jan /1 4 Fe b /1 4 Ma r/1 4 Ap r/14 May /1 4 Ju n /1 4 Ju l/14

Precipitação (mm)

Precipitação (mm)

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totais dissolvidos devidos o aumento de sólidos em suspensão na água. A partir do gráfico de precipitação observa-se estreita relação para a elaboração das vazões mensais da bacia hidrográfica do rio Poti.

Como o regime de vazão esta diretamente relacionada com as variações sazonais de precipitação, observou que os maiores volumes de vazão se encontram no mês de Janeiro e Fevereiro Os parâmetros que sofreram intervenção do aumento da vazão do rio Poti foram principalmente: turbidez, sólidos totais, condutividade e coliformes termotolerantes.

Por fim houve analise e interpretação dos dados obtidos sobre os parâmetros do IQA correlacionando com os resultados de precipitação e vazão:

Tabela 03 - Valores m édios dos parâm etros qualidade da água no período de agosto de 2013 á julho de 2014 PARÂMETRO P-0 P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 P-6 pH 7,37 7,27 7,28 7,31 7,12 7,26 7,20 Temperatura 29,1 29,5 30,3 29,9 29,8 30,2 30,55 Turbidez 67 76 80 81 78 76 64 E.coli 192 2000 720 4232 5261 1987 1567 DBO 1,73 1,48 1,55 1,97 3,23 4,18 4,04 OD 5,43 6,12 5,89 5,73 4,97 6,31 5,43 Sólidos totais 256,2 178,3 180,5 190,2 169,2 163,5 161,4 Nitrogênio 0,265 0,442 0,296 0,301 0,322 0,332 0,26 Fósforo total 0,025 0,018 0,026 0,025 0,015 0,023 0,037 Condutividade 117,9 120,2 130,4 199,4 195,3 182,1 187,3 (Laboratório de Saneamento-UFPI)

Os parâmetros da qualidade da água que obtiveram resultados diretamente influenciados pela variabilidade da vazão do rio Poti, foram principalmente turbidez, sólidos totais, condutividade e coliformes termotolerantes. Já a condutividade parâmetro relacionado a presença de íons dissolvidos na água e mais elevados no período de estiagem.

Constatou- se que os coliformes termotolerantes foi o parâmetro que mais influenciou nos baixos valores do IQA em decorrência do ineficaz sistema de saneamento principalmente nos pontos P-2, P-4, P-5 e P-6.

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Os valores dos parâmetros iram ser usados pra determinação do IQA e através desses obter conclusões sobre os valores mais críticos e procurar a causa e soluções para esses valores. Verificou-se conforme o quadro comparativo que os valores do IQA vão sendo piores à medida que se aproxima do meio urbano.

Quadro 01- Valores do IQA para cada ponto m onitorado

DATA P-0 P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 P-6 28/08/2013 77,52 64,11 73,20 74,97 65,45 64,78 66,84 26/09/2013 77,95 78,99 78,00 68,81 58,79 69,07 63,78 17/10/2013 76,70 75,02 67,23 68,53 67,55 64,62 63,25 28/11/2013 57,80 52,24 49,31 56,30 52,44 74,48 54,65 20/12/2013 59,80 63,50 65,10 66,20 49,20 55,50 52,10 30/01/2014 69,74 78,36 74,64 71,99 72,31 70,36 72,39 13/02/2014 76,53 74,88 68,67 66,79 66,86 61,16 70,08 24/03/2014 77,70 76,21 73,00 74,78 69,16 68,13 68,61 07/04/2014 74,48 72,20 73,50 67,28 70,06 65,92 65,70 02/05/2014 70,39 63,09 72,72 67,43 65,59 62,38 63,24 06/06/2014 73,34 70,49 72,32 71,97 69,42 65,45 64,60 04/07/2014 78,18 75,26 75,44 79,59 66,45 68,67 65,86

CLASSIFICAÇÃO: BOM MÉDIO RUIM

Fonte: Pesquisa direta 2013-2014.

CONCLUSÃO

O IQA do Rio Poti vem sendo analisado mensalmente, de acordo com o cronograma. Os resultados mostram valores sobre as reais condições em que se encontra o meio hídrico e que sua água, mesmo que de qualidade boa a regular apresentou valores de parâmetros como sólidos totais, coliformes, DBO e Oxigênio dissolvido, além da alta concentração de nitrogênio e fósforo (causando o processo de eutrofização) com certa desregularização em relação aos níveis padrões dando indícios de efluentes e esgotos despejados diretamente no rio que veem á atingir concomitantemente esses parâmetros obtendo uma degradação da qualidade da água ao longo de seu curso. No mais, as análises ocorreram como esperado, os valores foram todos discutidos entre o grupo de pesquisa, propiciando uma continuação adequada do trabalho até seu término em Agosto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MACÊDO, J. B.. Métodos Laboratoriais de Análises Físico-Químicas e Microbiológicas. 3 ed. Belo Horizonte: CRQ-MG, 2005.

MARGULIS, S.O, ed. Meio Ambiente: Aspectos Técnicos e Econômicos. 2 ed. Brasília: IPEA, 1996. PORTO, M, L. XIX Simposio brasileiro de recursos hídricos-2005.São Paulo, 2006.14p

OLIVEIRA, L. N. Estudo da variabilidade sazonal da qualidade da água do Rio Poti em Teresina e suas implicações na população local. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e

Desenvolvimento). UFPI, Teresina, 2012.

PARRY,R.Agriculture phosphor used water quality :aU.S.EnvironmentalProtectionAgency

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Qualidade da águamicrobacias, JAGUARIÚNA, SP, 2012.

TOLEDO, Luís Gonzaga; NICOLELLA, Gilberto. Índice de Qualidade de água em microacias sob uso

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