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ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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-ESTADO DA PARAÍBA

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ACÓRDÃO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N o 2004.000829-0 — 2 a Vara da Fazenda Pública da Capital

Relator : O Exmo. Des. José Rodrigues de Ataide Embargante : Mônica Vieira de Souza

(Adv.: Alexandre G. Bronzeado e outro)

Embargado : O Estado da Paraíba, representado por seu Procurador Sérgio Freire de Lucena

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO — Omissão e obscuridade Inexistência — Pretensão de ver julgado ao entendimento da embargante — Prequestionamento — Impossibilidade — Efeito Modificativo — Inocorrência — Rejeição.

Os embargos prestam-se a esclarecer, se existentes, s obscuridade, contradição ou omissão no julgado. Não para que se

amolde a decisão ao entendimento do embargante.

- O caráter infringente em embargos de declaração apenas pode sobrevir, por construção doutrinário-jurisprudencial, em ca os excepcionais, de erro manifesto e ausência de via adequada à sua correção, não se prestando ainda a reexame do julgado.

VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos de Embargos de Declaração, N o 2004.000829-0, em que é Embargante

Mônica Vieira de Souza,

sendo Embargado o

Estado da Paraíba,

representado por seu Procurador Sérgio Freire de Lucena.

ACOR DAa Egrégia Primeira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba,

à unanimidade,

em rejeitar os embargos.

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RELATÓRIO

Trata-se de Embargos de Declaração opostos por Mônica Vieira de Souza, em face do acórdão proferido. nos autos da apelação em mote, no qual alega a embargante que houve omissão e obscuridade no acórdão embargado; que houve agressão a sua imagem, quando da publicação da sua fotografia; que não ocorrera autorização tácita para a exibição da imagem; que o fato da autora ter participado do concurso de fotografias não conduz à idéia de que tenha autorizado a divulgação da foto; que restaram violados o art. 5 0, X, da

• CF, bem como o art. 186, do CC.

Devidamente intimada, o embargada apresentou impugnação (fls. 118/119), pugnando pela rejeição dos embargos.

--Em seguida, colocou-se o feito em mesa para julgamento.

VOTO

Não há o que se modificar no presente recurso.

Em consonância com o prescrito no art. 535 e seus incisos,

do Código de Processo Civil, os Embargos de Declaração somente são cabíveis quando o Acórdão for eivado de obscuridade, contradição ou omissão. Além disso, não servem para adequar a sentença ou o acórdão ao entendimento do embargante, conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, em aresto a seguir colacionado:

"Os embargos prestam-se a esclarecer, se existentes, dúvidas,

omissões ou contradições no julgado. Não para que se adegue a

decisão ao entendimento do embargante." (STJ, ia T., EDclagREsp

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Ademais, ia casu, pretende o embargante oferecer caráter infringente, objetivando a reforma do acórdão, revendo questões já julgadas e óbices superados.

A respeito o Ministro Sálvio de Figueiredo, em julgado assemelhado, pontificou:

"... o efeito infringente em tal recurso somente pode ocorrer, por construção doutrinário-jurisprudencial, em casos excepcionais, de erro manifesto e ausência de via adequada à sua correção, inocorre na espécie (....) os embargos, como elementarmente

àsabido não se prestam a reexame decidido" (RT 723/282-3).

É de se vislumbrar que no acórdão atacado, no que tange à matéria de direito, foi_completamente exaurido os temas postos em julgamento. Em verdade, o descabimento do meio recursal intentado é por demais evidente, inequívoco e insofismável. Na hipótese, não há, sequer, nenhum defeito que possa comprometer a certeza de validade de argumento do acórdão atacado.

Como já se afirmou,

"os embargos de declaração não

constituem recurso idôneo para corrigir os fundamentos de uma decisão"

(Boletim AASP, 1.536/122).

A jurisprudência posiciona-se da mesma maneira. Senão Vejamos:

"Nos embargos declaratórios não se modifica o julgado, nem em seu alcance, nem em sua conclusão; apenas se o aclara seja desfazendo a dúvida, eliminado a contradição ou acabando com

a obscuridade" (Acórdão unân. da 2a Câm. do TJSC - rel. Des. Osnyr

Caetano da Silva).

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No caso concreto, alega a embargante que houve uma agressão a sua imagem, quando da publicação da sua fotografia; que não houve autorização tácita para a exibição da imagem; que o fato da autora ter participado do concurso de fotografias não conduz à idéia de que tenha autorizado a divulgação da foto; que restaram violados o art. 5 0, X, da CF e o art. 186, do CC.

As alegações da embargante não apresentam fundamento algum, conforme restará demonstrado a seguir.

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Na verdade, pretende a embargante que o caso seja

julgado conforme seu entendimento.

É que, no acórdão embargado, concluiu-se que não houve uso indevido, nem dano à imagem da autora, conforme transcrição a seguir:

"Aquela que participa de um concurso de fotografias não pode alegar que houve uso indevido de sua imagem, em decorrência da publicação das fotografias, tendo em vista que se a mesma posou espontaneamente como modelo, sem ameaça, coação ou constrangimento, serra inconcebível que não pudesse supor o fim publicitário das mesmas, fazendo presumir, assim, que houve uma a autorização tácita pata a divulgação de tais imagens. Mormente, quando se trata de uma campanha que não apresenta fins lucrativos e demonstrava o incentivo a ato nobre e essencial."

E mais:

"Infere-se dos autos que a apelante participara de um concurso fotográfico entre mães que tivessem filhos recém-nascidos e em fase de aleitamento materno.

É incontroverso, nos autos, que não fora firmado contrato algum para utilização das fotografias, tendo em vista que tal concurso realizou-se sem formalidades.

O art. :50 da CF, em seu inciso X, dispõe que a imagem das pessoas é inviolável, sendo assegurado o direito à indenização pelos danos decorrentes, conforme transcrição a seguir:

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"X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação,rff

Em primeiro lugar, faz mister ressaltar que, a meu ver, não restou configurada a utilização indevida das imagens da apelante.

Com efeito, se Secretaria de Saúde do Estado promove um concurso de fotografias, é indubitável que a mesma tenciona utilizar tais imagens para algum fim, até porque todos os atos da administração pública devem ser previamente motivados.

Sendo assim, como a promovente participara do concurso de fotografias, não

pode alegar que houve utilização indevida de sua imagem.

Na verdade, deve-se presumir que houve, ao menos, uma autorização tácita para o uso de tais imagens.

Com efeito, em momento algum, a apelante conseguiu demonstrar o uso indevido sua imagem, tendo em vista que as fotos foram tiradas com a sua aquiescência, sem ameaça, coação ou constrangimento, sendo inconcebível que a mesma não pudesse supor o fim publicitário das mesmas.

É válido ressaltar que, no caso em tela, a divulgação da imagem da autora não lhe ocasionou dano algum, posto que não fora feita de forma vexatória, ridícula ou ofensiva ao decoro da pessoa retratada.

De fato, as fotografias traz/das aos autos demonstram a prática de um ato nobre; o aleitamento de um filho recém-nascido, servindo, inclusive, de exemplo a outras genitoras"

Destarte, não há que se falar em omissão, obscuridade ou mesmo em violação aos arts. 5 0, X, da CF e 186, do CC, posto que, no acórdão embargado, conclui-se que não houve uso indevido da imagem, ou qualquer dano à embargante, diante das circunstâncias dos fatos.

Por tais razões, REJEITO OS EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO.

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Participaram do julgamento, que foi presidido mim, Relator, Des. José Rodrigues de Ataide, o Exmo. Des. Marcos Antônio Souto Maior e o Exmo. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega.

•Presente a Sessão o(a) Exmo(a). Dr(a). Cláudio Antônio Cavalcante, Procurador(a) de Justiça.

João Pessoa, 21 de Fevereiro de 2005.

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Relator

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