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TCC Livro didatico digital

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Academic year: 2021

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROJETOS EDITORIAIS IMPRESSOS E

MULTIMÍDIA

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS:

O LIVRO DIDÁTICO DIGITAL NO BRASIL

ALUNA: Ana Barbini de Moraes PROFESSOR ORIENTADOR: Maria do Rosário Alves Pereira

BELO HORIZONTE 2012/ 2º SEMESTRE

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2 Inovações tecnológicas: o livro didático digital no Brasil*

Ana Barbini de Moraes1

Resumo

Este artigo apresenta um breve panorama do atual mercado editorial de livros didáticos digitais brasileiro, avaliando também o novo tipo de leitor presente nas escolas. O avanço tecnológico e sua influência no cotidiano dos jovens gerou a necessidade de acompanhar essas transformações, para uma maior proximidade entre aluno e ensino. O artigo mostra o cenário brasileiro diante da introdução deste dispositivo, quais resistências e obstáculos são encontrados no mercado e nas escolas, o que vem sendo feito pelo mercado editorial e pelo governo e como os livros didáticos digitais podem ajudar, sustentar e enriquecer as práticas de conhecimento nas escolas.

Palavras-chaves: livro didático digital; avanços tecnológicos; mercado editorial.

Introdução

As inovações tecnológicas são muitas. A cada dia que passa há novas tecnologias, novos tipos de acesso às informações, novos suportes e estruturas para o texto. Hoje, é possível ler um livro até mesmo no celular. Devido a este rumo, as editoras vêm enfrentando uma nova realidade: a do livro digital. Com tantos dispositivos como laptops, iPads e e-books, o cenário para o mercado editorial vem mudando muito. Uma nova realidade se faz presente diante da possibilidade de leitura em uma plataforma diferente do papel, do livro impresso.

*

Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação nível

Latu Sensu do Centro Universitário UNA, como requisito para obtenção do título de especialista em

Projetos Editoriais Impressos e Multimídia. 1

Graduada em Jornalismo pela Faculdade Newton Paiva. Pós-graduanda em Projetos Editoriais Impressos e Multimídia na UNA. E-mail: anabarbini@yahoo.com.br

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3 É indiscutível que as escolas e o mercado editorial sofrerão mudanças ainda maiores no que diz respeito à produção do material didático. O acesso a essas novas tecnologias faz, cada vez mais, parte do cotidiano das crianças e dos jovens, e, por isso, algumas escolas já adotam o livro didático digital. Sendo assim, é possível perceber a força dos livros digitais imposta sobre algumas editoras e escolas brasileiras. Considerando a importância do livro didático para a formação tanto acadêmica quanto cultural dos alunos é que nasce toda esta discussão.

Para Bittencourt (2008), o livro didático deve ser “considerado como veículo portador de um sistema de valores, de uma ideologia, de uma cultura”. Daí a importância de os alunos terem nas escolas um livro que os acompanhe não só dentro da escola, mas que faça parte do seu entender, do seu mundo e de suas habilidades, já que estes jovens que fazem parte da chamada “geração Z”, nascidos após 1995, utilizam a tecnologia, de modo geral, com muita facilidade, pois convivem desde o nascimento com esses aparelhos.

Porém, não se deve esquecer de que, no Brasil, a pobreza ainda é grande. Há uma parte da população que sequer já tocou em um computador, muito menos em um tablet. Segundo o Ibope NetRatings, no Brasil há 83,4 milhões de internautas (dados de setembro de 2012), sendo o país o 5º mais conectado. Mas ainda assim há um grande número de pessoas que não tem acesso a essa tecnologia. Ainda de acordo com o Ibope NetRatings, os índices de acesso à internet das regiões Sul (25,6%) e Sudeste (26,6%) contrastam com os das regiões Norte (12%) e Nordeste (11,9%), revelando que há obstáculos sobretudo nessas últimas áreas para a inserção de materiais didáticos de ponta (tecnológica, principalmente).

Outro obstáculo é a venda desses livros didáticos digitais. Como Apple (1995) aborda, uma peculiaridade dos livros didáticos é que eles não são escolhidos pelo seu real público, os alunos, e sim pelos professores. Então, diferentemente dos outros livros, sua venda não se define pelo público real. Por isso é importante lembrar da resistência existente nas escolas, onde as tecnologias demoram mais a serem incorporadas, já que elas provocam desde mudanças nos padrões, na formação dos professores, na infraestrutura escolar, até a produção de todo o material.

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4 Referencial teórico

Nos dias de hoje, além do fácil acesso às tecnologias, os adolescentes e jovens apresentam também uma facilidade em operar aparelhos eletrônicos. É possível ver nas ruas desde crianças a jovens operando algum aparelho eletrônico como o celular, o notebook, ou um tablet, acessando as redes sociais, entrando no sistema de notas da escola, baixando conteúdos diversos como música, filmes e livros, acessando sites, enfim, se comunicando e buscando informações. O que podemos perceber é que, com toda essa interferência digital no cotidiano desse público, um novo leitor acabou surgindo, o leitor imersivo, virtual:

Se trata (sic) de um modo inteiramente novo de ler, [...] pois não se trata mais de um leitor que tropeça, esbarra em signos físicos, materiais [...] mas de um leitor que navega numa tela, programando leituras, num universo de signos evanescentes e eternamente disponíveis, contanto que não se perca a rota que leva a eles. Não é mais tampouco um leitor contemplativo que segue as sequências de um texto, virando páginas, manuseando volumes, percorrendo com passos lentos a biblioteca, mas um leitor em estado de prontidão, conectando-se entre nós e nexos, num roteiro multilinear, multissequencial e labiríntico que ele próprio ajudou a construir ao interagir com os nós entre palavras, imagens, documentação, músicas, vídeo etc. (SANTAELLA, 2004, p. 33).

Este leitor – imersivo virtual – descreve bem as crianças e os jovens da atualidade. Já em contato com as novas tecnologias desde o nascimento, essa geração é capaz de buscar por informações e conteúdos na rede em diversos lugares e formatos, o que gerou um tipo de leitor capaz de ir de uma mídia a outra com uma facilidade de transição enorme, tornando-se um leitor multilinear, portanto.

Por isso se questiona tanto a introdução de livros didáticos digitais nas escolas. Como Chartier (1999) afirma, “a revolução do livro eletrônico é uma revolução nas estruturas do suporte material do escrito assim como nas maneiras de ler”; esse novo leitor – aluno – sente a necessidade de as escolas acompanharem essas mudanças naturais na maneira de comunicação e consequentemente da sociedade. É importante ressaltar que o livro didático tem um papel fundamental na educação.

Textos didáticos integram sistemas de comunicação e de representação. Por meio deles as sociedades se comunicam com suas crianças e seus jovens, passam-lhes representações de vida, símbolos, formas de entendimento de discursos, delimitam campos de estudo.

O livro didático não se configura como simples instrumento para a transmissão de conhecimentos. O entendimento do discurso contido nesses

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5 livros está vinculado às condições em que acontece a prática da leitura, está vinculado à formação das pessoas envolvidas na atividade. Os discursos, as imagens contidas nos livros didáticos, as diferentes maneiras como esses livros são apresentados aos leitores se inscrevem no social, no espaço escolar (BARBOSA; BOLDARINE, 2011, p. 45).

Com um papel não só cultural, mas também social, é fundamental que os livros didáticos busquem uma proximidade com os alunos, já que eles são os materiais que tais alunos irão utilizar por muitos anos. Além de oferecer uma realidade mais próxima do almejado pela sociedade como um todo – a evolução tecnológica –, é necessário inclusive que se ensine a utilizar desses meios, em prol dos benefícios que se oferecem, orientando e educando os alunos nestes contatos tecnológicos. Maria Luiza Belloni (2005, p. 10) chega à conclusão de que “a escola deve integrar as tecnologias de informação e comunicação porque elas já estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social”. Por isso vemos no mercado editorial um grande interesse na mudança da produção dos livros didáticos, com conteúdos cada vez mais digitais e multimídia. Há uma crescente busca e interesse dos alunos por um conteúdo mais digital, seja por motivos de familiaridade com os suportes, seja pela linguagem mais próxima do seu cotidiano.

Mas ainda é importante lembrar a resistência que esses novos padrões ainda impõem nas escolas. Talvez aí se encontre grande parte da dificuldade de inserção e desenvolvimento dos livros didáticos digitais. Apesar de a escola ter um papel fundamental em auxiliar e inserir os alunos nesse novo contexto, e de os alunos serem um público que convive e busca por todas essas novidades diariamente, ainda assim não é fácil lidar com essas mudanças.

...as “escolas” se vinculam a “tecnologias” que parecem não ter nada a ver com o sistema escolar, ainda que tenham sido concebidas em instituições universitárias ou por sociedades com alto grau de escolarização. Da mesma forma, parece que os sujeitos, que acabaram de cruzar a entrada da escola, deixam de ser agentes ou pessoas moldados pelas mídias e pela cultura visual, e convertem-se em seres preservados de seus efeitos intelectuais, políticos ou estéticos (deve-se dizer que este argumento é formulado somente para os adultos; no caso das crianças e adolescentes, parecem estar irremediavelmente perdidos no emaranhado internético e audiovisual, embora a intenção seja, em vão, colocá-la entre parênteses no horário escolar). A mesma oposição taxativa é formulada em relação à cultura: impõe-nos pensar que há uma cultura escolar que não foi forjada nem influenciada pelos meios de comunicação em massa, nem pelas mudanças tecnológicas, e também seu inverso: que essa nova cultura nasceu em total oposição aos modos de conhecimento ou de interação das escolas e do saber acadêmico. (DUSSEL, 2010, p. 3)

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6 Essa resistência por parte das escolas fica clara quando se percebe a dificuldade de professores em inserir a tecnologia no cotidiano escolar, rotulando-a como algo que pode “distrair” o aluno, afastando-o do conhecimento. Se se pensa em tecnologia, resumidamente, como algo criado dentro de instituições universitárias para um maior desenvolvimento da sociedade e utilizada por toda ela constantemente, facilitando desde as tarefas mais simples até as mais sofisticadas e o acesso às informações, fica clara sua necessidade nas escolas. Em relação à resistência por parte das escolas, Ana Tereza Ralston (2010), diretora de Tecnologia de Educação e Formação de Professores da Abril Educação, em matéria para a Veja Educação, afirma que “muitos estudiosos apontam que a educação levará mais tempo do que outras áreas para incorporar todas essas inovações”, já que “novas tecnologias requerem novos conteúdos, e, para isso, é preciso profissionais capacitados, preparados para produzir esse novos conteúdos. Além disso, o professor que irá usar essas ferramentas também precisa ser formado para essa tarefa.”

No Brasil, para capacitar esses profissionais, vêm sendo tomadas algumas medidas. De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no ano de 2013 serão entregues 5 mil unidades de tablets para uso de professores do ensino médio, além de ser oferecido a 53 coordenadores estaduais do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo Integrado) um curso de formação, no qual, em seguida, serão treinados os professores de cada estado participante. Para o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, é importante que seja feita a inserção dos professores e das escolas no ambiente tecnológico.

Em matéria para o site Correio Brasiliense, o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Gilberto Lacerda, afirma que “novas tecnologias demandam novas pedagogias e que os docentes precisam buscar alternativas”.

Estamos em uma sociedade conectada o tempo inteiro. Isso não será diferente em sala de aula. [...] O uso do tablet na educação pode ser avaliado em diferentes perspectivas. Na abordagem ecológica, ele é muito bom. Vamos economizar muito papel por causa dos livros e das atualizações constantes. Na perspectiva educacional, o computador vai integrar mais a escola com os jovens, porque é uma mídia de que eles gostam. Os livros não podem simplesmente ser transformados em arquivos de PDF, cópias genuínas dos livros. Isso é lastimável. O tablet é um novo meio e uma nova linguagem, ele não pode ser uma migração do papel para a tela. A migração deve ser benfeita, os critérios didáticos precisam continuar prevalecendo, mas com atrativos de som e de imagem inovadores. Tudo em prol do aprendizado. No início, os educadores não

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7 saberão trabalhar da melhor maneira com essa ferramenta, estamos em um período de adaptação e isso deve ser levado em conta. (LACERDA, 2011) A preocupação das editoras é em relação ao conteúdo. Há uma grande expectativa quanto a isso e elas já se preparam para esta realidade. De acordo com matéria publicada no site Brasil Econômico, a produção de conteúdos para tablets deve fazer parte do edital de licitação do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2014, cujos livros serão entregues ainda em 2013 às escolas públicas. Ainda de acordo com o site, conta-se também com a produção de conteúdos de editoras como a Abril Educação, que engloba a Ática e a Scipione, principal fornecedora do PNLD, com 558 títulos, um contrato de cerca de R$ 270 milhões, que conta com 3 mil títulos didáticos e que atualmente concentra seus esforços nos materiais digitais. Há também a editora Positivo, hoje a quarta maior fornecedora do governo, que além de livros impressos já conta com materiais didáticos digitais e com edições já planejadas para a plataforma. É importante ressaltar que, de acordo com matéria publicada na Revista Língua Portuguesa, um estudo recém-publicado pela International Publishers Association (Associação Internacional dos Editores) revelou que o mercado editorial brasileiro já é o 9° maior do mundo, com R$ 6,2 bilhões de faturamento, crescimento esse explicado parte pela inserção de grupos estrangeiros, como a Amazon, e parte devido à queda do preço médio dos livros no país.

Além da linguagem próxima à dos alunos e de uma possibilidade de interação multimídia que, sendo benfeita, pode estimular os estudos, não há dúvidas quanto ao número de benefícios que o livro didático digital pode trazer às escolas também em relação à impressão e distribuição. Pelo fato de ser “digital”, sua distribuição é rápida e fácil, não implica gasto de tempo de transporte nem de impressão, barateando, portanto, os custos. Ainda se pode contar com mochilas mais leves, já que o aluno pode carregar uma biblioteca em um dispositivo leve e fino.

Apesar das qualidades, não podemos ignorar que há uma série de fatores que impedem o maior impulso, o fomento desses livros. Além dos docentes, que na sua maioria ainda não estão capacitados para lidar com esses materiais, os altos preços dos livros digitais se tornam uma barreira para uma população como a do Brasil. Não se pode esquecer também de que aparelhos eletrônicos como os leitores digitais requerem cuidado ao serem manuseados, já que quebram, estragam,

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8 precisam de manutenção, o que pode ser um empecilho frente a um material utilizado por crianças e adolescentes.

Quanto ao conteúdo, Blikstein assevera que foi feito em Stanford um projeto com o apoio da Apple no qual o objetivo era substituir livros didáticos na faculdade por iPads, e, após uma pesquisa feita com professores, “a conclusão geral é que a tecnologia ainda não está à altura do que se precisa numa escola”. Como ainda não há tempo suficiente de uso destes materiais, o que se percebe é que há muito a se acrescentar no ensino através dos livros digitais, mas ainda não se chegou à melhor forma desta utilização. Em matéria para a Carta Capital, Klaus Schlünzen Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), afirma que faltam resultados concretos.

A tecnologia por si só não melhora a educação. Isso é algo óbvio e evidente. Educação é um processo humano que depende de bons professores. Ela precisa ser vista como um novo instrumento pedagógico como qualquer outro. Apenas aliada a um professor com boa formação inicial e continuada é que ela poderá trazer efetivos avanços. [...]

Poucas experiências no mundo apontam algum sucesso, até porque trata-se de algo novo, que ainda trata-se está começando a estudar. Mas, trata-se pensarmos em Piaget, na desenvoltura que as crianças têm com esses aparelhos e no fato de que é preciso que a sala de aula esteja em consonância com o mundo exterior, isso tudo já estabelece que podemos relacionar sim a inclusão digital com melhoras no ensino. Mas isso, mais uma vez, volta à necessidade de um educador preparado para guiar esse processo. (KLAUS, 2012)

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9 Procedimentos metodológicos

Para a execução do artigo, bem como das próprias características que o permeiam, utilizou-se da metodologia de estudos exploratórios, que de acordo com Oliveira (2003) “tem como objetivo a formulação de um problema para efeito de uma pesquisa mais precisa ou, ainda, para elaboração de hipóteses”.

Foi realizada uma pesquisa exploratório-bibliográfica, como meio, por recorrer ao uso de materiais, como livros, teses de mestrado e doutorado, artigos, revistas, além de pesquisas em sites especializados. Já quanto aos fins, é descritiva, pois visa descrever brevemente o cenário brasileiro diante da introdução dos livros didáticos digitais, assim como o novo leitor existente nas escolas. E qualitativa, pois requer a interpretação e atribuição de significados no processo de pesquisa, não requerendo o uso de métodos e técnicas estatísticas.

Por essa razão, o presente artigo também está associado a um estudo descritivo, já que, conforme Oliveira (2003), “possibilita o desenvolvimento de um nível de análise em que se permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação”.

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10 Considerações finais

O que se observa é que há um novo tipo de leitor presente nas escolas, com um cotidiano cheio de novas tecnologias e novos suportes que interfere na sua comunicação e na busca por informações. O livro didático, que estabelece uma função não só de informar, mas também de introduzir o aluno no contexto social, tem como objetivo conduzi-lo neste novo rumo tecnológico que se enfrenta atualmente.

Alguns obstáculos foram observados diante da introdução e produção do livro didático digital no Brasil. Quanto à introdução deste nas escolas, nota-se o despreparo por parte delas, já que, além da resistência natural que a escola oferece a novas tecnologias, há também o despreparo dos professores de nem sempre saberem utilizar os dispositivos da melhor forma, e muitas vezes até mesmo de não conseguirem operar os aparelhos. Apesar de saber que o governo brasileiro vem investindo nisso, notamos que para as escolas públicas esse material pode ser algo distante da realidade. Inclusive em cidades do interior, onde o acesso às tecnologias é ainda mais difícil.

Quanto à produção, percebe-se que o conteúdo tem muito a ser melhorado. Considerar apenas a conversão de livros para livros digitalizados em PDF, por exemplo, está longe da interação e criatividade que os tablets podem proporcionar aos alunos. Há muito a ser melhorado, e, por isso, se percebem os altos investimentos que as editoras vêm fazendo. Por ser um produto que vem sendo produzido e inserido no mercado há muito pouco tempo, não se sabe ainda qual o rumo certo. As tecnologias vêm evoluindo tão rapidamente que o que se percebe é que não há tempo para um estudo aprofundado do produto antes de ser colocado no mercado, o que gera um método de tentativas que funciona na base de erros e acertos.

É preciso lembrar também que é preciso desenvolver um livro didático digital compatível com este novo leitor presente nas escolas, o imersivo. Não só criar meios interativos, mas desenvolver uma linguagem que acompanhe este leitor, que ajude as escolas a enriquecerem suas práticas de conhecimento.

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11 Referências

APPLE, Michael W. Trabalho docente e textos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. BARBOSA, Raquel Lazzari Leite; BOLDARINE, Rosaria de Fátima. Livros didáticos de Língua Portuguesa e representações de leitura a partir de suportes midiáticos. Revista Resgate, v. XIX, n. 22, jul./dez. 2011.

BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 2. ed. Campinas: Autores associados, 2005.

BITTENCOURT, Circe. Livro didático e saber escolar (1810-1910). Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

Brasil Econômico. Governo prepara a troca de material didático por tablet. Disponível em: <http://www.brasileconomico.com.br/noticias/governo-prepara-a-troca-de-material-didatico-por-tablet_104402.html>. Acesso em: 27 nov. 2012.

CARAMELLA, Elaine; FOGLIANO, Fernando; KUTSCHAT, Daniela; NAKAGAWA, Fábio Sadao. Mídias: multiplicação e convergências. São Paulo: Editora SENAC, 2009.

Carta Capital. Tablets na sala de aula: mais do mesmo. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/tablets-na-sabela-de-aula-mais-do-mesmo/.> Acesso em: 25 nov. 2012.

CHARTIER, Roger. A Aventura do Livro: do Leitor ao Navegador. Tradução Reginaldo de Moraes. São Paulo: Editora UNESP/ Imprensa Oficial do Estado, 1999. CORREIO BRASILIENSE. Popularização dos tablets no país inspira escolas a utilizarem a tecnologia. Disponível em: <http://www.correiobraziliense .com.br/app/noticia/cidades/2011/11/07/internacidadesdf,277282/popularizacao-dos-tablets-no-pais-inspira-escolas-a-utilizarem-a- tecnologia.shtml>. Acesso em: 27 nov. 2012.

DUSSEL, Inés. A escola e as novas mídias digitais. Disponível em: <http://www.sangari.com/midias/pdfs/dussel_port_01.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2012.

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12 FNDE. Ministro entrega tablets e tem início a formação de coordenadores. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/fnde/sala-de-imprensa/noticias/item/3917-

ministro-entrega-tablets-e-tem-in%C3%ADcio-a-forma%C3%A7%C3%A3o-de-coordenadores>. Acesso em: 28 nov. 2012.

FOLHA DE S.PAULO. Especialista faz ressalvas ao uso de tablets em escolas. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/saber/949425-especialista-faz-ressalvas -ao-uso-de-tablets-em-escolas.shtml>. Acesso em: 28 nov. 2012.

OLIVEIRA, Fátima Bayma de. Desafios da educação: contribuições estratégicas para o ensino superior. Rio de Janeiro: E-papers: Fundação Getúlio Vargas, 2009. OLIVEIRA, F. M de. Análise de gênero da seção de metodologia em artigos acadêmicos eletrônicos de Linguística Aplicada. 2003. 134f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2003. REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo, Gigante Editorial, Ano 8, n. 86, dez. 2012.

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SANTAELLA, Lucia. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004.

TO BE GUARANI. Estatísticas, dados e projeções atuais sobre a Internet no Brasil. Disponível em: <http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>. Acesso em: 28 nov. 2012.

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