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18/04/2012. Substituição de equipamentos:

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18/04/2012

Ponto 2 – Metodologia e Princípios da Análise de Investimentos; Análise de projetos Industriais e substituição de equipamentos; Prática Instrumental, tabelas, planilhas e calculadoras financeiras.

Diante da vastidão do tópico, a idéia da aula é a de realizar uma exposição a respeito de substituição de equipamentos, abordando os conceitos básicos de análise de investimentos, e seu instrumental, assim como alguns pontos de análise de projetos industriais.

Para FONSECA (2009), existem inúmeros pontos a serem estudados tratando-se de elaboração e análise de projetos, como o produto e mercado, o mercado de insumos e mão de obra, a localização, aspectos técnicos e aspectos financeiros.

Na presente aula serão tão somente levantadas algumas questões sobre a análise de projetos, no que tange principalmente aos chamados aspectos técnicos e à vida útil de equipamentos visando fundamentalmente à análise de substituição de equipamentos.

Substituição de equipamentos:

Segundo CASAROTTO (2009) Decisões de substituição de equipamentos em uma empresa normalmente são bastante críticas porque em geral são irreversíveis (envolvem altos custos afundados), não possuem liquidez (é muitas vezes difícil vender um equipamento específico para a fabricação de determinado bem) e comprometem grandes quantidades de dinheiro. Decisões como “livrar-se da sucata” ou possuir sempre “o último modelo”podem causar sérios problemas de capital de giro.

Mas por que substituir?

- Manutenção Crescente, Custos operacionais excessivos, perdas, etc. - Avanço tecnológico pode causar obsolescência de equipamentos.

Teoricamente a decisão de substituir determinado equipamento é muito simples, entretanto, segundo Casarotto (2009), diversas empresas mantém equipamentos velhos em funcionamento, mesmo quando seu funcionamento não é mais economicamente viável. Segundo o Autor as decisões sequer chegam a ser avaliadas por causa de acomodamento administrativo, onde preferem resolver os problemas só em último caso. Não é por acaso, visto que um processo de substituição além de ser “traumático” deve ser alimentado com estudos estatísticos a respeito de quebras e falhas, contendo dados históricos decorrentes de inspeções periódicas, bem como valores de custo a respeito de manutenções e consertos, o que exige um sistema de administração bastante eficiente. Além dos dados a respeito dos equipamentos existentes também é fundamental existir dados de custos e prazos de compra e instalação de novos equipamentos.

TORRES (2006) faz a seguinte classificação dos equipamentos: a) De eficiência decrescente e vida útil previsível;

Equipamento vai se desgastando com o passar do tempo pelo uso, seu custo de manutenção vai aumentando e seu valor de venda no mercado vai diminuindo. Chegamos ao ponto em que não é mais interessante continuar a utilizar o equipamento, e embora ele ainda “funcione”, devemos dar baixa no mesmo. Esses são problemas de substituição.

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O equipamento mantém sua eficiência até que a falha aconteça de modo repentino e aleatório. A falha pode causar prejuízo, por isso pode ser economicamente interessante substituir o equipamento antes que falhe. Esses são problemas de reposição.

Vida Econômica x Vida Útil

A vida física de um equipamento pode ser definida como sendo o período em que o mesmo ainda desempenha satisfatoriamente sua função.

Vida econômica é o intervalo ótimo econômico entre as substituições.

Resta assim que a determinação da vida econômica nada mais é do que uma aplicação da comparação de alternativas diferentes das técnicas de análise de investimento.

Tipos de Substituição em Equipamentos de Eficiência decrescente que serão abordados:

- Baixa sem substituição;

- Baixa com substituição por equipamento do mesmo tipo; - Baixa com Substituição por equipamento mais eficiente. Baixa sem substituição:

É o caso em que a empresa encerra suas atividades. Pode refletir casos em que a produção do produto se tornou obsoleto, ou ainda casos em que determinado maquinário perde sua essência e seu valor ao ser transferido de local e não existe mais matéria prima abundante. Por exemplo, uma olaria cujo barro está escasseando, uma máquina de industrialização de peixe em um lugar onde outrora peixes eram abundantes. Em análise de projeto, deve-se tomar o cuidado de verificar o local para a instalação de uma determinada empresa, utilizando o arcabouço do fator locacional que leva em consideração, segundo FONSECA (2009) custos de transferência, incentivos fiscais, disponibilidade de terrenos e edifícios, políticas de desenvolvimento industrial e economias de escala e aglomeração. Além disso, a empresa deve analisar o produto, de forma a verificar se o ciclo de vida do mesmo não esteja em sua fase de declínio, e se estiver que possa ser prolongado o ciclo de maturidade por meio de, por exemplo uma melhoria incremental, o que exige um monitoramento freqüente do mercado e dos concorrentes.

Neste caso é melhor utilizar o método do valor presente líquido VPL, visto que a idéia é obter o máximo de retorno possível ao comparar a opção continuar a produzir com a opção parar de produzir. Por meio de um exemplo torna-se fácil o entendimento de como se processa a avaliação da continuidade ou não da produção.

É importante perceber que devido ao ponto sorteado mencionar expressamente o uso de tabelas,planilhas, calculadoras financeiras e princípios da análise de investimento, cada exemplo será resolvido com um método distinto, devendo necessariamente serem obtidos os mesmos resultados.

Exemplo retirado de TORRES (2009): Uma linha de fabricação de carroças vem experimentando uma redução de vendas e custos crescentes de manutenção, prevendo-se, para os próximos três anos, as receitas líquidas e os valores residuais do equipamento da tabela abaixo:

Ano Receita líquida Valor residual no fim do ano

1 20000 25000

2 15000 20000

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Sabendo-se que hoje o valor residual é R$ 30.000, e que a taxa de mercado é 12% ao ano (que vamos adotar como taxa atrativa mínima), quando deverá ser encerrada a produção?

Cálculo do Valor Presente Líquido para o caso da venda hoje: Fluxo de Caixa:

VP=30.000

Cálculo do Valor Presente Líquido para o caso da venda no fim do primeiro ano: Fluxo de Caixa:

Utilizamos da matemática financeira: FV=$45.000

i=12% n=1

Cálculo do Valor Presente Líquido para o caso da venda no fim do segundo ano: Fluxo de Caixa:

FV1=20.000 FV2=35.000 Logo temos:

Cálculo do Valor Presente Líquido para o caso da venda no fim do terceiro ano: Fluxo de Caixa:

Logo temos:

A Tabela abaixo nos mostra os resultados:

Período 0 1 2 3

Receita Líquida 0 20.000 15.000 9.000

Valor Residual 30000 25.000 20.000 12.000

VPL 30.000 40.178 45.759 44.762

Desta forma, no presente caso é fácil perceber que devemos vender a máquina no final do segundo ano, uma vez que o VPL é maior.

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Outra forma de resolver este mesmo problema é utilizar a análise incremental. Para tanto, devemos comparar as três alternativas e fazer o fluxo de caixa da diferença.

Primeiro:

Comparando P1-P0:

No período 0 ganharíamos 30.000, mas como não ganhamos nada, o fluxo possui o 30.000 como negativo. No período 1 ganharíamos 45.000. O fluxo de caixa ficaria como abaixo:

Podemos calcular por tabelas de juros. Existem tabelas que possuem todos os indicadores para uma determinada taxa de juros. Existem também tabelas que possuem diversas taxas de juros para um único fator. Esse é o nosso caso.

Calculando o VPL deste fluxo por meio de tabelas temos: VPL=-30000+45000(P/F;12%,1)

VPL=-30000+45000(0,89286) VPL=10178,7

Uma vez que o VPL é positivo, temos que a venda no período 1 é preferível à venda no período zero.

Agora comparamos o “período vencedor” com o seguinte. Subtraindo-se P2 de P1 temos o seguinte fluxo de caixa:

Calculando o VPL deste fluxo temos: VPL=-25000(P/F;12%,1)+35000(P/F;12%,2) VPL=-25000(0,89286)+35000(0,79719) VPL= 5580,15

Uma vez que o VPL é positivo, temos que a venda no período 2 é preferível à venda no período 1.

Comparando o período vencedor com o próximo. Subtraindo-se P3 de P2 temos o seguinte fluxo de caixa:

Calculando o VPL deste fluxo teríamos: VPL=-20000(P/F;12%,2)+21000(P/F;12%,3) VPL=-20000(0,79719)+21000(0,71178)

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VPL=-996,42

Uma vez que o VPL é negativo, a opção de vender no final do período dois é mais vantajosa que a venda no final do período 3.

Baixa com substituição por equipamento do mesmo tipo

É o caso em que a produção tende a se perpetuar no tempo e o avanço tecnológico não atingiu os equipamentos a serem substituídos. Imagine o caso de um setor onde o avanço tecnológico não é tão intenso. Uma atividade que é realizada a muito tempo da mesma forma e os equipamentos não se alterem, ou considere equipamentos que necessitem serem substituídos de forma permanente, antes de existir avanço tecnológico.

O Custo de Investimento inicial tende a tornar a vida do bem o maior possível e os custos de operação/manutenção tendem a tornar a vida econômica do bem o menor possível.

Adaptado de Casarotto (2009)

Exemplo TORRES (2009): Um automóvel de marca Z novo custa R$ 20.000. Estima-se que os valores de mercado e custos de manutenção são os descritos na tabela abaixo.

Supondo que a TMA é 12% ao ano, com que intervalo é economicamente vantajoso substituir o carro por outro novo, do mesmo modelo? Assuma que o carro é de uso pessoal e não existem receitas a considerar e vamos trabalhar apenas com os custos e os valores de mercado.

No exercício anterior estávamos interessados em verificar qual o montante de lucro era maior com base na operação da máquina. Neste caso, estamos interessados em saber qual é o melhor prazo para vender o veículo, dada a sua desvalorização e também o seu custo de manutenção. Assim, o método que melhor se aplica aqui é o método do CUL, ou seja, o Custo Uniforme Líquido, visto que podemos supor que as alternativas se repetem perpetuamente.

Anos de uso 1 2 3 4 Valor de mercado 17000 15000 13000 10000 Custo de manutenção 800 1200 1700 2300

Temos que verificar, portanto o Custo Uniforme Líquido para cada opção, a de ficar apenas um ano, dois, três ou quatro. A opção de vender o carro no período zero é descartada, pois senão o carro não será sequer utilizado, além de perder, por óbvio, o valor após a compra. Para 1 ano de uso temos o seguinte fluxo de caixa:

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Para facilitar o entendimento, primeiro acharemos o VPL e depois o CUL por meio da HP12-C: 20000 CHS PV

12 i 1 n 16200 FV

PMT = 6200 que é o valor do CUL

Como estamos trabalhando com o CUL, temos que este valor é de 6.200. Para o 2º ano de uso temos o seguinte fluxo de caixa:

Achando o VPL do fluxo de caixa acima, da mesma forma que realizado acima obtemos o valor de -9.713. O CUL tem o valor de 5.747.

Utilizamos agora a função da HP 12C: 20000 CHS g CF0 800 CHS g CFj 15000 Enter 1200 – g CFj 12 i f NPV PV 2 n PMT Temos o valor de 5747

Para o 3º ano de uso temos o seguinte fluxo de caixa:

Achando o VPL do fluxo de caixa acima, da mesma forma que realizado acima obtemos o valor de -13.628. O CUL tem o valor de 5.674.

20000 CHS gCF0 800 CHS g CFj 1200 CHS g CFj 13000 Enter 1700 – g CFj 12 i f NPV PV 3 n PMT

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Para o 4º ano de uso temos o seguinte fluxo de caixa:

Agora utilizamos o MS Excel para realizar os cálculos:

Achando o VPL do fluxo de caixa acima, obtemos o valor de -17.987

O CUL tem o valor de 5,922.

Os resultados estão sintetizados na tabela abaixo:

Instante de venda: 0 1 2 3 4

Valor de Mercado: 20.000 17.000 15.000 13.000 10.000

Manutenção: -800 -1200 -1700 -2.300

VPL: -20.000 -5.536 -9.713 -13.628 -17.987

CUL: 6.200 5.747 5.674 5.922

Com base na tabela acima, concluímos que o ideal é vender o veículo no final do terceiro ano, para então comprar outro similar.

Baixa com substituição por equipamento mais eficiente:

Neste caso, temos um equipamento desafiante e outro defendente. Como a evolução e progresso técnico é incerto, a única decisão apropriada é decidir se devemos substituir já o defendente ou mantê-lo por mais um período. Imagine, por exemplo o caso de computadores. Não podemos tomar a decisão de substituir um computador caso seja apenas vantajoso daqui a 3 anos, uma vez que daqui a três anos teremos novos desafiantes. Outra coisa importante a perceber é que não devemos considerar os custos passados, e tão somente os custos futuros. Se uma máquina em uso encontra-se no terceiro ano de uso, devemos desconsiderar os custos anteriores e utilizar somente a previsão de custo futura.

Dado o progresso técnico no ramo da informática, podemos dizer que praticamente qualquer maquinário que possua um computador se enquadre nesse exemplo.

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Substituição com Projeto Tecnológico:

Casarotto (2009) traz um modelo com progresso tecnológico. Ocorre que diante do caráter imprevisível do mesmo, o modelo pode não servir para muita coisa, ou ainda, caso erremos as previsões o mesmo induz a erros, visto que a inovação tecnológica possui um caráter imprevisível, ainda mais no meio empresarial. Talvez a utilidade aqui seja a de retornar um prazo para que um novo estudo de substituição seja realizado.

Substituição de equipamento de eficiência constante:

Neste caso tem-se um grande número de unidades idênticas que falham aleatoriamente e possuem um custo maior de serem repostas quando falham, o que justificaria o fato de serem substituídas periodicamente, diante de estudos estatísticos que demonstrem a distribuição das falhas ao longo do uso. O exemplo clássico é o exemplo dos pneus, que estouram repentinamente, causando prejuízos, atrasos e eventualmente até algum acidente. Também pode ser aplicado a outros exemplos, como polias de alguma máquina.

Substituição Estratégica:

Caso a manutenção tenha ganhos de escala, muitas vezes é mais barato alugar do que comprar a máquina. Por óbvio é importante evitar a possibilidade de outra pessoa conhecer a fábrica, dependendo do grau de sigilo necessário, mas uma empresa terceirizada pode causar economia significativa, visto que pode, por exemplo dar manutenção em veículos de forma mais célere e eficiente, como acontece muito na esfera pública. Além disso, devido a pagamentos de leasing e depreciações alterarem a lucratividade da empresa muitas vezes, introduzindo os dados relativos à depreciação pode ser interessante substituir um equipamento antes do prazo.

Análise de projetos: Seleção dos equipamentos

Consoante com o apresentado, apesar de muitas vezes a substituição de equipamentos não ser levada a cabo no tempo ideal por “acomodação administrativa”, ela pode fazer a diferença de forma bastante importante em uma indústria. Em um mercado competitivo pode inclusive significar a vida ou a morte de uma empresa.

Por óbvio a Análise de Investimento não é uma ciência exata e sempre ocorrerão erros. Entretanto, quando mais precisos forem os dados que alimentam nosso modelo, melhores serão os resultados.

Em relação à análise de projetos é de fundamental importância realizar estudos prévios a respeito da vida útil e vida econômica do maquinário utilizado, para que possamos prever com certo grau de acerto eventuais substituições mesmo em um mercado onde o progresso tecnológico não seja elevado.

Bibliografia Utilizada:

FONSECA, J. W. F.. Elaboração e Análise de Projetos A viabilidade Econômico-Financeira. São Paulo: Atlas, 2012.

TORRES, Oswaldo Fadigas Fontes. Fundamentos da Engenharia Econômica e da Análise Econômica de Projetos, São Paulo, Thomson Learning, 2006.

BLANK, L., TARQUIN, A.. Engenharia Econômica. 6ª Ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.

CASAROTTO FILHO, N. KOPITTKE, B. H.. Análise de Investimentos. 11ª edição. São Paulo 2009. PENIDO, E.. Matemática Financeira Essencial. São Paulo: Atlas, 2008.

Referências

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