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Novo Edifício Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo - Campus Tubarão

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Academic year: 2021

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VINÍCIUS MELO ANDRADE PAES

Tubarão / 2019

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE

ARQUITETURA E URBANISMO

UNISUL

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 1

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VINÍCIUS MELO ANDRADE PAES

Trabalho Final de Graduação 1, apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Ramon Lima de Carvalho

Tubarão

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ACADÊMICO: Vinícius Melo Andrade Paes

ENDEREÇO: R. José Nicolau de Carvalho, 36. Monte Castelo, Tubarão-SC CONTATO: (48) 996442824 / vncxmelo@gmail.com

ORIENTADOR: Ramon Lima de Carvalho

Este Trabalho Final de Graduação 1, elaborado pelo acadêmico Vinícius Melo Andrade Paes e apresentado em Julho de 2019, foi aprovado pela banca avaliadora que segue:

Prof. Arq. Ramon Lima de Carvalho Orientador

Avaliador 1

Avaliador 2

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AGRADECIMENTOS

Aos meus amigos(a), que compartilharam cada momento de aprendizado e dificuldade dentro e fora da Universidade, cada noite virada fazendo projetos, enfrentando cansaços físicos e mentais, preocupações e também sentimentos de felicidade pela conclusão de cada semestre. Além de me proporcionarem amizades verdadeiras que levarei pro resto da vida.

A minha família, que sempre estiveram comigo, me apoiando, colaborando e aconselhando para me tornar uma pessoa melhor e mais determinada a realizar os meus sonhos.

“A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável.” (Mahatma Gandhi)

Por fim, gostaria de agradecer à todos os professores, que me guiaram e me ensinaram da melhor forma para me tornar um profissional melhor, além de todas as pessoas que contribuíram de forma direta ou indireta para eu concluir esta caminhada. À todos esses, muito obrigado!

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por ter me possibilitado de chegar até a etapa final do TFG 1 e ter me dado forças para enfrentar cada momento difícil na minha vida.

(5)

No quarto capítulo foi realizado o diagnóstico da área, para entender melhor o local de inserção do projeto, analisando seu entorno, acessos, usos, perfil do terreno e outros elementos que interferem no desenvolvimento da proposta.

Este Trabalho de Conclusão de Curso refere-se ao processo de desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico de um novo edifício acadêmico para o curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISUL, no campus de Tubarão.

Neste trabalho serão apresentados cinco capítulos referentes à primeira fase deste TCC.

O primeiro capítulo refere-se à toda parte de introdução do trabalho, conhecendo melhor o tema abordado, com definição de objetivos, metodologias, problemáticas e justificativas.

No segundo capítulo é apresentado toda a base teórica para o desenvolvimento deste anteprojeto, com temas relevantes e que auxiliam a elaboração da proposta.

O terceiro capítulo é composto pela análises de referenciais projetuais com o mesmo uso da proposta abordada no trabalho. Essas análises foram elaboradas a partir de imagens e esquemas que possibilitam entender suas funcionalidades, características e outros elementos destes projetos. Também foi realizado um estudo de caso, para melhor compreender o tema abordado na prática.

O quinto capítulo apresenta a proposta do edifício acadêmico, mostrando o conceito, diretrizes, ideias e todos os elementos necessários para finalizar este partido.

This Course Completion Work refers to the process of developing an architectural design for a new academic building for UNISUL Architecture and Urbanism course at the Tubarão campus.

In this paper, five chapters will be presented referring to the first phase of this CCW.

The first chapter refers to every part of the introduction of the work, knowing better the subject, with definition of objectives, methodologies, problems and justifications.

In the fourth chapter, the area was diagnosed to better understand the project insertion site, analyzing its surroundings, accesses, uses, terrain profile and other elements that interfere in the development of the proposal.

The fifth chapter presents the proposal of the academic building, showing the concept, guidelines, ideas and all the necessary elements to finalize this party.

Finally, the final considerations of the author are presented, finishing this first part of the work.

Por fim são apresentados as considerações finais do autor, finalizando esta primeira parte do trabalho.

The third chapter is composed of analyzes of project references with the same use of the proposal addressed in the paper. These analyzes were elaborated from images and diagrams that allow to understand their functionalities, characteristics and other elements of these projects. A case study was also carried out in order to better understand the topic addressed in practice.

The second chapter presents the entire theoretical basis for the development of this draft, with relevant themes and that help to prepare the proposal.

ABSTRACT

RESUMO

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SUMÁRIO

(F) Zoneamento Funcional / Setorização...23

(G) Conforto Ambiental...24

(B) Hierarquias Espaciais...25

3.1.4 Ordem de Ideias...26

(A) Simetria / Assimetria...26

3.2.1 Localização...28

(A) Acessos...28

(B) Circulações...29

3.1.5 Partido...27

3.1.3 Relações...25

3.2 KENT STATE UNIVERSITY DESIGN LOFT...28

(B) Traçados Reguladores...26

3.2.2 Elementos...28

(D) Estruturas e Técnicas Construtivas...30

(E) Definição dos Espaços...22

(A) Relação com Entorno / Interior x Exterior...25

3.1.6 Relevância para a Escolha...27

(C)Volume / Massa...30

(G) Conforto Ambiental...34

(A) Simetria / Assimetria...36

3.2.4 Ordem de Ideias...36

(B) Traçados Reguladores...36

(E) Definição dos Espaços...31

(F) Zoneamento Funcional / Setorização...31

3.2.3 Relações...34

3.2.5 Partido / Relevância para a Escolha...37

(B) Hierarquias Espaciais...35

(A) Relação com Entorno / Interior x Exterior...34

2. REFERENCIAIS TEÓRICOS 11

1.3 OBJETIVOS...9

2.1.1 Conceitos...12

2.2 A PROPOSTA DE HERMAN HERTZBERGER...13

1.1 INTRODUÇÃO...7 1.3.2 Objetivos Específicos...9 1.3.1 Objetivo Geral...9 1.2 PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA...8 1. APRESENTAÇÃO DO TEMA 7 1.4 METODOLOGIA...9 2.1 CRIATIVIDADE...12

2.1.2 Criatividade no ambiente de ensino...12

2.3 ARQUITETURA ESCOLAR...15

2.4 DESEMPENHO E CONFORTO NO AMBIENTE ESCOLAR...16

3.1 FAU-USP - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO...19

3.1.1 Localização...19 3. REFERENCIAIS PROJETUAIS 18 3.1.2 Elementos...19 (A) Acessos...20 (B) Circulações...20 (C)Volume / Massa...21

(7)

SUMÁRIO

5.8 VOLUMETRIA / MATERIALIDADE...64 5.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS...65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...66 4.5 USOS DO SOLO...52 4.9 LEGISLAÇÃO...55 5.4 FLUXOGRAMA...60 4.11 PERFIL DO TERRENO...56

4.10 INFRAESTRUTURA E MOBILIÁRIO URBANO...56

5.1 CONCEITO...58 5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS...59 5. PARTIDO 57 5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES...59 4.6 CHEIOS E VAZIOS...53 4.7 GABARITOS...54 4.8 PÚBLICO x PRIVADO...54 5.5 ZONEAMENTOS...61 5.6 IMPLANTAÇÃO...62 5.7 PLANTAS BAIXAS...62 (C)Volume / Massa...40 (G) Conforto Ambiental...43

(A) Relação com Entorno / Interior x Exterior...43

3.3.4 Ordem de Ideias...45

(E) Definição dos Espaços...41

3.3 ESTUDO DE CASO - UNISOCIESC - BLOCO H...38

3.3.1 Localização...38

3.3.2 Elementos...38

(A) Acessos...38

(B) Circulações...39

(D) Estruturas e Técnicas Construtivas...41

(F) Zoneamento Funcional / Setorização...42

3.3.3 Relações...43

(B) Hierarquias Espaciais...44

(A) Simetria / Assimetria...45

(B) Traçados Reguladores...45

3.3.5 Partido / Relevância para a Escolha...45

4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA 46

4.1 LOCALIZAÇÃO / ACESSOS...47

4.2 BREVE HISTÓRICO...48

4.3 ASPECTOS CLIMÁTICOS...50

(8)

APRESENTAÇÃO

DO TEMA

1.1

INTRODUÇÃO

1.2

PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA

1.3

OBJETIVOS

1.4

METODOLOGIA

1

(9)

1.1 INTRODUÇÃO

Atualmente é notável o aumento de pessoas ingressando em uma faculdade, tanto por ter se tornado mais acessível iniciar uma graduação, quanto pelas pessoas estarem cientes da importância de ter um ensino superior, que pode ser um facilitador para ingressar no mercado de trabalho atual.

Desse modo, os estudantes se esforçam para conseguirem ter o estudo desejado, seja trabalhando para arcar com os altos custos que é frequentar uma instituição de ensino particular, ás vezes contando com ajuda dos pais, outros por meio de bolsas de estudo, entre outros recursos buscados pelos universitários. Com isso, os estudantes merecem e devem ter um ambiente de ensino apropriado que retribua tal dedicação.

Segundo Devitte et al. (2016), existe uma relação direta entre a qualidade do espaço físico e o desempenho do aluno. Dessa forma, o ambiente escolar deve ser projetado com o objetivo de dar aos estudantes um espaço apropriado para o ensino, oferecendo espaços convidativos e confortáveis.

Nota-se que muitas universidades não tratam esses aspectos como prioritários para a formação de seus alunos, visto que existem muitos espaços, principalmente as salas de aula, que não são adequadas a um ambiente de ensino, com um conforto térmico e acústico ruim, entre outros problemas visíveis.

Por esses e outros motivos é que um processo projetual escolar bem elaborado é de extrema importância para a aprendizagem por parte do aluno. Principalmente quando se trata de um curso como o de Arquitetura e Urbanismo, que visa formar profissionais aptos para resolução de grandes problemas na sociedade, usando sua criatividade, imaginação e inteligência, que será aprimorada no ambiente físico escolar em que está inserido.

Kowaltowski (2011), sugere que “a qualidade do espaço físico escolar deve ser baseado em tais aspectos, como: temperatura, qualidade do ar, ruídos, acústica, iluminação e dimensão funcional.'’

1.2. PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA

Analisando especificamente o espaço físico do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisul (Campus de Tubarão), nota-se que existem muitos ambientes inadequados para o ensino. Ambientes pouco convidativos e pouco confortáveis. Sabendo-se que o espaço físico influencia diretamente no desempenho do aluno, esses ambientes acabam causando certa desmotivação nos usuários, quando deveriam inspirá-los a serem criativos, além de fazer se sentirem bem no local em que estão estudando.

Portanto, a criação de um novo bloco acadêmico, visando todos os elementos importantes para um bom projeto da arquitetura escolar será um fator positivo para a universidade, que terá um espaço onde os alunos se sintam inspirados para realizarem suas atividades, além de a sociedade ter profissionais mais aptos para atuar na área de formação.

É visível a má estruturação das salas de aula, em algumas salas de desenho, por exemplo, fica evidente que esses espaços foram

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§ Elaborar ambientes personalizados e com técnicas sustentáveis, que resulte em um espaço com um melhor conforto acústico, térmico e visual;

§ Criar espaços públicos descontraídos que possibilitem a interação social dos usuários, para que possam conversar, estudar e descansar, devido a sua permanência prolongada no ambiente de ensino;

Neste sentido, a proposta visa contemplar espaços bem planejados, personalizados e que possibilitem e facilitem o processo educativo, suprindo as necessidades dos acadêmicos, influenciando-os a serem criativos e melhorando o desempenho dos mesmos. O projeto busca além da melhoria da educação, a motivação que falta para os alunos, professores e colaboradores em geral, criando um ambiente saudável, em que todos possam usufruir de equipamentos e espaços apropriados, convidativos e confortáveis em meio a universidade.

“adaptados” para se aplicar certas aulas do curso, quando na verdade, não deveriam nem ser salas de aula. O Ateliê destinado a uso dos alunos do curso também é inadequado pela falta de espaço, considerando o alto número de acadêmicos. Não há de espaços livres e flexíveis que permitam interação entre os alunos, conversação, estudos e descanso. Além desses detalhes, o mobiliário é inadequado e o desconforto térmico e acústico dos espaços também são resultados da má estruturação dos ambientes de ensino.

1.3 OBJETIVOS

Para melhor compreensão do trabalho de conclusão de curso foram estipulados alguns objetivos listados como geral e específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Elaborar o anteprojeto arquitetônico de um novo bloco acadêmico para o ensino do curso de Arquitetura e Urbanismo, da UNISUL, no campus de Tubarão.

1.3.2 Objetivos Específicos

§ Analisar e entender os condicionantes essenciais para tornar o ambiente de ensino mais convidativo e confortável, proporcionando ao aluno um aprendizado melhor e mais criativo;

§ Desenvolver espaços diferenciados dos padrões já existentes da arquitetura escolar brasileira. Visando o melhor desempenho dos acadêmicos;

Primeiramente, serão feitas pesquisas e análises de referenciais teóricos com temas que abordam sobre arquitetura escolar e

Para o desenvolvimento da proposta serão necessárias diversas etapas de pesquisas e estudos. Tais etapas são: análise de referências teóricas com base no tema escolhido, pesquisa e análise de referências projetuais, levantamento e diagnóstico da área onde será desenvolvida a proposta, lançamento do partido arquitetônico e por fim o anteprojeto arquitetônico.

§ Propor um anteprojeto de um edifício escolar com detalhes contemporâneos, agregando valor em meio a universidade e a sociedade no qual está inserido. Além de ser um exemplo para os alunos, e uma referência para os visitantes;

1.4. METODOLOGIA

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criatividade no ambiente ensino, com embasamento em artigos, livros, trabalhos acadêmicos e sites de autores que tenham propriedade para falar sobre o tema, para assim, ter um melhor entendimento sobre o tema proposto.

Será desenvolvido a análise de referenciais projetuais relacionados ao tema da proposta, analisando exemplos de projetos nacionais e internacionais, identificando os acessos, circulações, volumes, técnicas construtivas, zoneamento funcional, conforto ambiental e relação do edifício com entorno. Após o desenvolvimento das análises, será realizado um estudo de caso, onde pode-se analisar pontos positivos e negativos em um espaço físico com características próximas ao tema escolhido, contribuindo para a evolução da proposta.

A etapa do anteprojeto arquitetônico do Edifício Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISUL/Tubarão será finalizado no TFG II.

Após as análises de referenciais, será realizado um diagnóstico e levantamentos de dados da área que será implantado o projeto, através de pesquisas sobre o histórico da área, visitas ao terreno, levantamento fotográfico e desenvolvimento de mapas, possibilitando o entendimento dos condicionantes do terreno, podendo estabelecer uma relação entre o edifício projetado e seu entorno.

Por meio dos conhecimentos adquiridos com as pesquisas e estudos, será elaborado o partido arquitetônico de um novo Edifício Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo no campus da UNISUL de Tubarão, através do desenvolvimento de programa de necessidades, conceito, implantação e estudo de formas e volumes por meio de croquis.

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REFERENCIAIS

TEÓRICOS

2.1

CRIATIVIDADE

2.2

A PROPOSTA DE HERMAN HERTZBERGER

2.3

ARQUITETURA ESCOLAR

2.4

DESEMPENHO E CONFORTO NO AMBIENTE DE ENSINO

(13)

2.1.1 Conceitos

A criatividade pode ser entendida como um conjunto de capacidades que permitem uma pessoa a comportar-se de novos modos em determinados contextos, (Mouchird e Lubart. 2002). Segundo Sternberg e Lubart (1999) ter a capacidade de criar uma solução inovadora e apropriada também é fruto da criatividade.

Existe um sentido inato no ser humano e na natureza que impulsiona todas as coisas a recriar-se; na maioria das vezes, as pessoas não entendem que o ato criador, criativo, é uma necessidade tão básica como a de respirar e quase independe da vontade. Mas, distintamente da natureza que vai se copiando, a criação do homem supera, cria a inovação, o surpreendente, o inesperado. (FUÃO, 2008, p. 08).

A criatividade não é uma característica exclusiva da arquitetura e das artes em geral, mas contempla todos os domínios. A função da criatividade é descobrir diferentes maneiras de se enxergar o mundo, em oposição ao pensamento comum e à tradição que engessam a humanidade (Fuão, 2008). Contudo, Paul Valery afirma que criar não é um processo de imaginação, mas de inteligência.

Alves (2003), entende que a função do pensamento é inventar, para o corpo, aquilo que se não recebeu por nascimento. Não se cria nada quando se está contente com as coisas do jeito que estão. Portanto, dizer que a criatividade é um dom simplificaria muito o trabalho do arquiteto,

sendo que na verdade, é uma habilidade de combinar decisões, baseado na sua capacidade de assimilar suas vivências.

O professor Fuão (2008, p. 13) diz que “os bichos não inventam máquinas, não precisam, seus corpos são maquinas precisas, completas. O corpo imperfeito do homem inventou o pensamento, o pensamento que existe para inventar aquilo que o corpo não tem.”

2.1.2 Criatividade no Ambiente de Ensino 2.1 CRIATIVIDADE

Conforme Fuão (2008, p. 02) “A criatividade não é propriedade da imaginação, do inconsciente, da emoção, mas da mente e do corpo como um todo, e está presente também na inteligência, na consciência, no raciocínio lógico.''

O cenário social da vida humana altera-se em ritmo acelerado. O desenvolvimento criativo pode modificar os ambientes de ensino e trabalho, influenciando portanto, nas atividades das pessoas. Essas mudanças ocorrem porque interpretamos as informações recebidas, resultando em novas ideias. Por esse motivo, reafirma-se a necessidade de priorizar a criatividade na educação, relatam Dias e Blattman (2002).

Para a arquitetura deveria importar mais a criatividade e menos a imaginação, a capacidade de visualização, afirma Fuão (2008). Portanto, a criação e a organização de espaços independentes e livre para manifestações de ideias, são condições capazes de estimular o uso das potencialidades criativas dentro do ambiente de ensino, incentivando a ter um pensamento com maior liberdade e um olhar diferente para o futuro.

Segundo a psicóloga Regina Drumond (200-), o ambiente é um elemento fundamental para despertar e impulsionar o potencial criativo de todos. Desse modo, entende-se que para criar um ambiente acolhedor e que incentive a criatividade, as escolas devem ser flexíveis, comtemplar programações maleáveis e professores acessíveis. Para repensar o modelo

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Fonte: ArchDaily, 2017. Fotografia de Nelson Kon.

Para as escolas que precisam estimular a criatividade de seus alunos, assim como as empresas com seus colaboradores, Dabus (2014) afirma que é recomendado a cor laranja (Fig. 01), que segundo a Cromoterapia, é a cor dos processos criativos. Assim como o amarelo

ação, o azul para aumentar a disposição, para finalizar tarefas. Além de diversas outras cores que são capazes de transmitir diferentes sensações. De modo geral, as cores devem ser utilizadas com esse intuito, mas nunca com tons exagerados.

Muitas escolas e empresas utilizam a Psicologia das Cores, para inspirar seus alunos e colaboradores de forma positiva. Sabe-se que as cores do ambiente de ensino e trabalho podem ser responsáveis por auxiliar ou prejudicar o desempenho das atividades, sendo capazes de influenciar o nosso corpo e transmitir diferentes sensações.

tradicional de ensino, é preciso dar aos alunos a possibilidade de aprendizagem pela experiência, contemplando espaços que possibilitem a sensação de pertencimento, afirma Prestes (2019).

Figura 01: Colégio Positivo Internacional de Curitiba

Se por um lado elas devem sustentar um clima acolhedor, por outro, elas não podem induzir ao comodismo ou à monotonia. A busca pelo equilíbrio tem de se pautar por composições pensadas especialmente para cada escola e para cada uma de suas alocações. Desse modo, as salas de aula terão um tipo de orientação, enquanto a biblioteca e cantina, por exemplo, possuirão configurações cromáticas diferentes. (DABUS, 2014. p.01).

Segundo Dabus (2014), tons quentes estimulam e aumentam a atividade cerebral, despertando sentimentos calorosos. Já os tons frios provocam relaxamento, são cores que acalmam a mente.

Dessa forma, o ambiente escolar é composto por espaços distintos com o mesmo objetivo, acolher o usuário com conforto, gerando estímulos que promovam o aprendizado, a interação social e a criatividade. Nesse intuito, as cores são um recurso de grande importância. (Dabus, 2014).

Segundo Dabus (2014, p. 01) “O emprego das cores assume um papel ergonômico e enriquece a arquitetura escolar de maneira funcional sob diferentes aspectos: físico, cognitivo e psíquico.''

2.2 A PROPOSTA DE HERMAN HERTZBERGER

Nascido em Amsterdã no ano de 1932, Herman Hertzberger (Fig. 02) foi um dos mais notáveis nomes do Estruturalismo holandês, com ênfase na busca de uma arquitetura mais humana, no intuito de convidar o usuário a habitá-la, adaptá-la e modificá-la. Graduado na Delft Politechnic em 1958, lecionou entre 1970 e 1999 nos Países Baixos, e foi professor visitante em

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Tratando uma escola como uma “microcidade'', considerando as dependências da escola em seus projetos, Herman compara o ambiente escolar com situações urbanas. Por exemplo, os corredores se assemelham às ruas, a iluminação destes com a iluminação urbana, e os espaço centrais, como se fossem praças. Não somente os ambientes, como também os mobiliários fazem parte dessa analogia. Portanto, a escola pode ser vista como um modelo para o mundo. Botelho apud Hertzberger. (2017).

O arquiteto holandês, também acredita que os instrumentos escolares não deviam ficar confinados em paredes, e sim em espaços abertos, transformando locais de passagem em áreas de permanência. Esses lugares devem oferecer proteção e cobertura, porém sem prejudicar a visão das potencialidades em volta.

Hertzberger (2009), defende que já que os arquitetos não tem influência direta no ensino, no processo pedagógico, eles podem criar ambientes em que isso ocorra da melhor maneira possível, como espaços de

interação, com vários possíveis usos.

Em sua obra, “Space and Learning'', Hertzberger (2009) fala em como decisões de projeto podem influenciar a aprendizagem dos alunos. Outro ponto importante, é a comparação que Herman faz entre os equipamentos escolares e os elementos urbanos, tentando extrair os melhores conceitos para o projeto. Segundo Botelho (2016), Herman projeta com bastante empatia, o que é uma lição que deveria ser adotada por todos os arquitetos.

Fonte: Architecture and Education, 2017.

Além disso, Herman ressalta que as escolas necessitam de um local grande o bastante, que além de ser ocupado por uma quantia de alunos, possam também receber os pais e visitantes em ocasiões especiais. FIGURA 02: Herman Hertzberger

Herman é autor de uma arquitetura estruturalista, que deixa o usuário intervir da sua maneira, em vez de apresentar soluções prontas. Ele já projetou diversos edifícios escolares premiados em sua carreira. Hertzberger consegue expressar muito bem seus ideais, revelados sempre em cada detalhe. O arquiteto defende que não deva existir necessariamente oposição entre espaço público e espaço privado, e sim hierarquias de acessibilidade, funções e formas, que podem ser definidas pelo uso de cores, luz e materiais. (Alves, 2009).

Hertzberger (2008) entende que, não há escola sem a sala de coordenação, no qual os professores podem descansar e realizar tarefas sem incômodo, funcionando como um centro de governo da escola, em analogia às sedes das prefeituras municipais, dentro do parâmetro da microcidade escolar. O mesmo autor afirma que a relação entre professores e alunos, são resultados do tipo de projeto que contemplam a sala de coordenação. Seu grau de abertura e localização expressam espacialmente a hierarquia entre professores e alunos, quanto menos aberto, mais nítida a diferenciação.

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Hertzberger apresenta grande valor espacial e sensibilidade nos detalhes em seus projetos, cuidando para não deixar espaços sem usos e sempre possibilitando que o usuário utilize o ambiente conforme sua vontade e imaginação. (Alves, 2009).

O principal aspecto na avaliação do projeto escolar deve ser a configuração das salas de aula. O ambiente deve ser estimulante, proporcionar o ensino em grupo, apresentar a relação entre os ambientes internos e externos. Além disso, deve contemplar áreas públicas integradas ao espaço escolar, variedade espacial, permitindo personalização dos espaços, flexibilidade, além de espaços comunitários. (Sanoff, 2001).

A arquitetura escolar recomendada deve partir de 3 pilares, sendo função, qualidade e impacto do edifício. Consecutivamente, entende-se que o edifício deve cumprir a função que lhe é proposto perante o projeto. A qualidade é relacionada aos acabamentos, estruturas e sistemas que garantem o bom funcionamento da edificação. Já o impacto faz referência à percepção do usuário e observador, além de agregar valor ao meio em que está inserido. (CABE, 2005).

No Brasil, existem muitas discussões sobre a sala de aula ideal, mas ainda dentro de um formato tradicional, apenas com algumas variações na disposição dos móveis, com a inclusão de equipamentos e metodologias de atividades em grupo, relata Kowaltowski (2011).

A arquitetura escolar visa melhorar a qualidade do ambiente de ensino construído e detalhes arquitetônicos importantes necessários para alcançar essa qualidade, tais como: adaptar-se ao entorno, atender as necessidades locais e oferecer espaços convidativos e confortáveis. (Devitte et al. 2016).

Os prédios escolares atuais são criticados porque suas salas de aula de padrão usual não passam “de um monte de cadeiras voltadas para um quadro negro e uma mesa de professor bem imponente em cima de um tablado.'' (KANITZ, 2000, p.21).

Kowaltowski (2011, apud SANOFF, 2001, p. 162) destaca o poder que o espaço físico tem de organizar e proporcionar relações entre as

pessoas, promover mudanças, possibilitar diferentes atividades, além de despertar diferentes tipos de aprendizado social, cognitivo e afetivo.

A maior parte das escolas brasileiras ainda apresenta esse modo de ensino tradicional, que utiliza os espaços de forma pouco criativa. Esse modelo de sala de aula é desmotivador para os alunos, valoriza a autoridade do professor e não a individualidade de cada estudante, contradizendo as metodologias educacionais mais recentes. (Kowaltowski, 2011).

2.3 ARQUITETURA ESCOLAR

A sala de aula é o local da educação. Estudos sobre escolas indicam que há diferenças significativas em se aprender em diferentes escolas e em diferentes salas de aula da mesma escola. Princípios e currículos podem ser recursos, porém a qualidade da educação é determinada pelas ações dos estudantes e professores, em um ambiente de aprendizado bem projetado. (KOWALTOWSKI, 2011, p. 163).

Assim, destaca-se a responsabilidade do arquiteto e sua contribuição à proposição de soluções para as questões educacionais, bem como a necessidade de estudos mais aprofundados que relacionem a atuação desse profissional com a tipologia arquitetônica escolar, principalmente em razão da sua importância social. (KOWALTOWSKI, 2011, p. 163).

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As questões de conforto abordam diversos fatores, tais como a qualidade do ar, as condições de ventilação, de comunicação verbal, os níveis de iluminação, a disponibilidade do espaço e os materiais de acabamentos. [...] Ambientes escolares são ricos em informações e poder ter avaliações em relação à satisfação dos usuários e à aprendizagem dos alunos, medindo-se a produtividade do ambiente. (Kowaltowski, 2011, p. 111).

A satisfação do usuário do ambiente de ensino está diretamente relacionada com os aspectos do conforto ambiental. Portanto, funcionalidade, luminosidade e acústica devem ser priorizadas durante o processo projetual de ambientes internos e externos, de modo que sejam flexíveis e adaptáveis conforme avaliação, nesse caso, de alunos e professores. (Kowaltowski, 2011).

Diante disso, quando o conforto térmico apresenta um desempenho insatisfatório, altera a percepção do usuário sobre os demais elementos, como o acústico, luminoso e ergonômico, comprovando assim, a importância do conforto ambiental em seus vários aspectos, relata Araújo (1999). Portanto, os estudos e pesquisas dos condicionantes do conforto

ambiental são essenciais para possibilitar um ambiente melhor e mais adequado ao ensino, afirma Kowaltowski (2011).

2.4 DESEMPENHO E CONFORTO NO AMBIENTE ESCOLAR

A professora (2011) também afirma que a acústica é outro aspecto importante para o conforto ambiental, já que afeta diretamente a comunicação verbal, que é um critério chave para o processo de ensino e aprendizagem. O ruído externo, por exemplo, é um problema comumente enfrentado, principalmente em escolas de áreas urbanas, atrapalhando o desenvolvimento das atividades no interior dos ambientes. Outro fator que afeta diretamente a comunicação verbal é a densidade ocupacional nas salas de aula. A falta de espaço reduz a possibilidade de atividades especificas desenvolvidas no ambiente escolar, reduzindo as experiências e a qualidade da educação.

Neste sentido, a qualidade quando aplicada à arquitetura escolar, deve ser fundamentada em diversos sentidos e possibilidades referentes a inovações e adequação à realidade local. Entende-se que, no processo do projeto escolar, visa-se a obtenção do conforto e espaços personalizados que possibilitam e facilitam o processo educativo. (DEVITTE et al. 2016, p. 53).

Portanto, nota-se que a arquitetura escolar é um elemento chave para o bom funcionamento de uma instituição de ensino e está ligada diretamente com o desempenho dos alunos, para assim, concluir o objetivo principal da escola, que é a aprendizagem e educação, com êxito.

Segundo a mesma autora (2011), além do conforto térmico, é comprovado que a luz do dia em salas de aula é de extrema importância para o bem-estar dos ocupantes. Além da necessidade de economizar energia, beneficia as condições salubres dos alunos e a qualidade espacial dos edifícios escolares.

O planejamento de áreas externas é outro fator importante, podendo contribuir com a composição geral da escola, evitando as características típicas encontradas na maioria dos ambientes escolares do brasil. A maioria dos terrenos de escolas não possuem muitas árvores, que de alguma forma, contribuem para humanizar o ambiente construído. A qualidade de vida de uma instituição de ensino, pode ser melhorada em um projeto paisagístico, por exemplo. (Kowaltowski, 2011).

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“O bom funcionamento da um ambiente de estudo ou trabalho depende da qualidade da construção, da disposição dos seus equipamentos e da cooperação e conscientização do público que frequenta, trabalha e estuda nele. Entre os instrumentos para aumentar essa conscientização estão os manuais de conforto ambiental e um processo de projeto mais participativo, com maior responsabilidade em relação aos impactos sobre o conforto e a funcionalidade dos espaços que são propostos.'' (KOWALTOWSKI, 2011, p. 157).

Conforme Goettert et al. (2015, p. 04) “Para otimizar o conforto ambiental no espaço escolar são necessários projetos bem elaborados, desde a sua concepção, que sejam capazes de garantir a possibilidade de desenvolvimento das estratégias sustentáveis.'’

Portanto é necessário despertar um senso crítico para o ambiente construído, para melhor adequação do espaço para o usuário conforme suas preferências, resultando em um melhor desempenho dos alunos e uma melhor avaliação sobre a instituição de ensino.

[...] a sustentabilidade, no espaço escolar, deve ser vista também como forma educativa. Indivíduos devem estar expostos a um ambiente pensado na redução do consumo energético e dos recursos naturais para promover a conscientização ambiental desde a infância e adolescência. (GOETTERT et al. 2015, p. 04).

(19)

REFERENCIAIS

PROJETUAIS

3.1

FAU-USP

3.2

KENT STATE UNIVERSITY DESIGN LOFT

3.3

UNISOCIESC - BLOCO H (ESTUDO DE CASO)

3

(20)

Materialidade: Concreto e Vidro FICHA TÉCNICA:

Status: Construído

Este capítulo apresenta a análise de três referenciais projetuais relacionado com o tema da proposta, a fim de adquirir informações relevantes para o desenvolvimento do projeto, além do entendimento do funcionamento do espaço físico que será proposto para o novo edifício acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo.

O edifício está localizado na Rua do Lago, 876, Cidade Universitária, Zona Oeste de São Paulo. Está inserida na antiga fazenda Butantã, que transformou-se em um polo da Universidade de São Paulo.

Arquitetos: João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi Tipo de Projeto: Educacional

Ano: 1969

João Batista Vilanova Artigas iniciou o projeto do edifício da FAU em 1961, com colaboração de Carlos Cascaldi, evidenciando as linhas mestras da sua concepção de arquitetura, bem como suas ideias a respeito da formação do arquiteto. O uso do concreto bruto, do vidro, a simplicidade de suas linhas, assim como a ênfase na integração dos espaços, caracterizam esse edifício. A construção foi iniciada em 1966 e concluída em 1969.

Estrutura: Concreto Área: 18.000m²

3.1 FAU-USP - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

3.1.1 Localização

Figura 03: Localização FAU-USP

Localização: São Paulo, Brasil.

autor.

Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.

3.1.2 Elementos

O edifício possui uma área de 18 mil m² construídos, com ocupação para 1.700 pessoas. Contém circulações livres e sem acessos demarcados, dando uma continuidade espacial dinâmica à quem transita e convive no local.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(21)

(B) CIRCULAÇÕES

As circulações verticais também são áreas importantes deste edifício, pois possui rampas suaves e amplas em desníveis que procuram causar a sensação de um só plano. Há presença de elevadores e escadas. Figura 04: Acessos ao edifício da FAU-USP

O edifício não possui nenhum detalhe e demarcações específicas em seus acessos. O principal acesso de pedestres do edifício se dá pelo pavimento térreo. Os acessos secundários são localizados no subsolo e também no térreo (Fig. 02). A falta de detalhes marcantes nas entradas enfatiza o desejo de Artigas de tratar o edifício como um templo.

(A) ACESSOS Figura 05: Acesso principal e secundário do edifício.

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

Fonte: Revista Centro, 201-. Por Rafael Craice. Editado pelo autor, 2019.

O edifício possui circulações livres (difusa), circulações horizontal lineares e circulações verticais. As circulações difusas encontram-se nas áreas sociais de convívio, onde algumas são orientadas pelos pilotis intermediários. As circulações lineares encontram-se em maioria nos corredores, com um bom dimensionamento.

Há uma interligação física em todo o prédio, possuindo áreas com grandes espaços abertos que traz uma maior integração entre os usuários, além de valorizar as circulações.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

20

(22)

A massa destaca-se em meio as vegetações abundantes no local onde está inserido, causando um contraste entre o grande bloco retangular de concreto aparente e a área verde do terreno, mas mantendo a integração entre os dois elementos.

Figura 07: Planta baixa do subsolo e térreo com circulações demarcadas.

Figura 08: Imagens do volume do edifício da FAU-USP Figura 06: Circulações e espaços da FAU-USP

Fonte: ArchDaily, 2011.

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

(C) VOLUME / MASSA

A forma do edifício é caracterizado predominantemente por um volume brutalista, possuindo uma aparência de um grande paralelepípedo em concreto, que mede em planta, aproximadamente 110m de largura por 66m de comprimento, sustentado por pilares em forma de trapézios duplos apoiados levemente sobre o solo.

As fachadas do edifício são iguais, enfatizando o modelo de ser um grande bloco de concreto, na maior parte opaco. Os andares inferiores envidraçados não tem grande contribuição para a composição plástica da fachada, pois como são recuados, ficam quase sempre na sombra.

Fonte: ArchDaily, 2011.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL LINEAR CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DIFUSA CIRCULAÇÃO VERTICAL

(23)

Fonte: Revista Veja, SP. 2017. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Figura 11: Relação dos ambientes de estudo x convívio

No interior do edifício, foram organizados diversos ambientes com diferentes usos, como oficinas, estúdios, laboratórios fotográficos, salas de aula, tipografias, biblioteca, auditórios, secretarias, departamentos, café, ateliê, museu caracol e o salão caramelo, que é o maior espaço de convívio social existente no prédio.

A cobertura foi planejada para ser um elemento importante na concepção do projeto, utilizando uma grande quantidade de pequenos domos translúcidos vedados com fibras de vidro, espelhados por toda a grelha estrutural de concreto armado, proporcionando uma iluminação zenital importante para os ambientes, já que as fachadas são predominantemente opacas.

(D) ESTRUTURAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Figura 09: Cobertura do edifício Figura 10: Croqui do pilar exterior A estrutura do edifício é um elemento arquitetônico marcante nessa obra, destacando-se o uso do concreto armado moldado in loco. Seu sistema estrutural é de massa ativa, com vigas dimensionadas para vencer grandes vãos e manter a horizontalidade. Em seu interior, devido à grande proporção, pilares intermediários auxiliam na sustentação. Utilizou-se lajes de caixão perdido, apoiando-se em vigas de maior rigidez, para diminuição das cargas.

(E) DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS

A FAU contempla muitos espaços integrados, mas com uma notável divisão que demarca os diferentes usos e funções dos ambientes. No caso da maioria desses ambientes, as paredes não vão até o teto, unificando os espaços, mas mantendo a privacidade necessária.

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

Figura 12: Corte transversal com uso e níveis indicados

Fonte: ArchDaily, 2011.

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(24)

(F) ZONEAMENTO FUNCIONAL / SETORIZAÇÃO

A maior parte do edificio é ocupado por áreas funcionais, como as salas de aula e ambientes de atividades variadas. As áreas sociais de convivência ocupam na maior parte os pavimentos inferiores, como o térreo e o subsolo. Os espaços de serviços são localizados de forma organizada, em sua maioria, nas extremas do prédio.

Figura 13: Zoneamento funcional

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor. 2019.

O edificio foi setorizado organizadamente para que todos os ambientes fossem bem localizados e despertasse um melhor desempenho aos usuários. Os primerios pavimentos possuem mais áreas de convivências. Os pavimentos superiores abrigam os espaços de estudo e atividades acadêmicas. Como mostra a figura 14 na próxima página.

FUNCIONAL SERVIÇO LAZER

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(25)

Fonte: Revista Centro, 201-.

Figura 14: Setorização

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor,2019.

(G) CONFORTO AMBIENTAL

O clima de São Paulo é considerado subtropical úmido, tendo uma temperatura média de 20º C, com invernos frescos e verôes com temperaturas relativamente altas, aumentadas principalmente pelo efeito da poluição atmosférica e da alta concentração de edifícios.

Como o edifício é quase todo fechado, principalmente nos pavimentos superiores, a característica opaca da fachada de concreto aparente, apesar de minimizar a incidência de luz solar diretamente no ambiente, acaba aquecendo esses espaços por indução, necessitando do utilização de ar condicionado nesses ambientes. A utilização de domos de fibra de carbono na cobertura foi a principal solução para a entrada de iluminação natural nestes pavimentos, já que os mais baixos, a iluminação e ventilação natural são gerados por janelas.

Conclui-se que o prédio possui algumas deficiências em relação ao conforto térmico, acústico e visual, como salas de aula com temperaturas desconfortáveis e falta de iluminação natural, além de ruídos externos causando pelo fluxo intenso de veículos nas vias e estacionamentos que rodeiam a faculdade.

Figura 15: Salas de aula com pouca iluminação e ventilação natural

1. OFICINA DE MODELOS 2. TIPOGRAFIA 3. LAB. FOTOGRÁFICO 4. AUDITÓRIO 5. SALÃO 6. DIREÇÃO 7. PORTARIA 8. CAFÉ 9. MUSEU CARACOL 10. GREMIO 11. BIBLIOTECA 12. SECRETARIA 13. DEPARTAMENTOS 14. OFICINA 15. SALA DE REUNIÕES 16. ESTÚDIOS 17. SALA DE AULA

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(26)

3.1.3 Relações

(A) RELAÇÃO COM ENTORNO / INTERIORxEXTERIOR Figura 16: Mapa de insolação no edifício da FAU-USP

Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Por estar no meio de uma massa de vegetação intensa, o edifício da FAU não tem uma relação muito clara com seu entorno construído, valorizando seu grande volume em meio a essas vegetações.

O prédio está localizado na Cidade Universitária, no campus da USP. Sendo uma região valorizada e relativamente tranquila, com bairros de classe média e alta e que possui muitas atrações culturais, como museus, shopping, blocos acadêcimos, praças e parques.

Fonte: Google Earth, 2017.

Figura 18: Exterior do edifício da FAU-USP

Fonte: ArchDaily, 2011. (B) HIERARQUIAS ESPACIAIS

Figura 17: Bloco de Economia e Administração e o Instituto Oceanográfico

O interior do edifício segue a mesma linha brutalista da parte externa, com a grande quantidade do uso do concreto. Sua integração com o exterior se dá pelos primeiros pavimentos que são envidraçados, mas ainda assim, de maneira reduzida, devido a opacidade dos pavimentos superiores. A vegetação no exterior do prédio é disposta de forma irregular, rodeando todo o bloco acadêmico.

O edifício da FAU-USP tem predominância de uma hierarquia privada, já que a maioria dos espaços são destinados à estudos e atividades do curso. Já os espaços semi-privados, semi-públicos e públicos O edificio tem certo destaque em relação ao seu entorno, com

um volume diferenciado quando comparado à outros blocos acadêmicos e empresariais com estilos tradicionais da região, em meio a vegetações que contornam o edificio, chamando a atenção de quem por ali passa.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(27)

Figura 19: Plantas Baixas com demarcações de hierarquias

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

3.1.4 Ordem de Ideias

É possível notar a oposição entre o interior e exterior do edifício em relação a sua simetria e seus traçados reguladores.

lugares mais acessíveis à visitantes, como hall de entrada, salão caramelo, restaurante, museu e outros espaços de convívio. É possível observar essas hierarquias na Figura 19.

(A) SIMETRIA/ASSIMETRIA / (B) TRAÇADOS REGULADORES

Volumetricamente, o prédio é totalmente simétrico, devido as suas linhas retas marcantes que formam um imponente bloco de concreto retangular. Entretanto, no seu interior os ambientes são organizados de forma diferente, não são espaços iguais e possuem uma característica assimétrica, mas com eixos que demarcam os ambientes, principalmente nos espaços de convívio.

Figura 20: Imagem aérea do edifício e planta baixa térreo demarcando os traçados reguladores do exterior e interior

Fonte: Imagens USP, 2012. / ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

26

PRIVADO SEMI-PRIVADO SEMI-PÚBLICO PÚBLICO

(28)

Artigas (19--) relata que sempre achou que a obra que fazia não era pra ser olhada de fora, mas era pra ser um espetáculo pra quem desfruta de seu interior. Neste caso, é possível analisar que não é exatamente o que acontece com o edifício da FAU-USP, que foi um projeto ótimo conceitualmente, mas que pecou em relação ao conforto ambiental. Dessa forma, o projeto também mostra a importância do estudo das diretrizes projetuais, que deve ser pensada em cada detalhe para não prejudicar os usuários.

3.1.6 Relevância para a Escolha 3.1.5 Partido

A FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (USP) é um projeto ícone no Brasil, com isso mostra a importância de como o edifício influencia diretamente no desempenho dos alunos, inspirando-os a serem criativos no local de aprendizagem.

O projeto de Vilanova Artigas reside na ideia de continuidade espacial, desejava-se que fosse como um templo, sem portas de entrada, onde não sabe-se em que pavimento está, tornando o espaço fluído e integrado, onde todas as atividades fossem permitidas. (Fracalossi, 2011).

Por fim, o projeto mostra uma identidade própria, uma arquitetura marcante, um volume imponente que não possui mistura de materiais variados, mas que se destaca no local que está inserido.

Figura 21: Croquis de Artigas mostrando elementos do projeto

Nas figuras 21 e 22, é possível observar por meio de croquis de Artigas, os elementos presentes no projeto construído, como a iluminação zenital, conexão entre os pavimentos intermediários por meio de rampas e criação do átrio central.

Esse conceito tornou o edifício um grande volume de concreto aparente sólido com linhas retas, gerando um contraste em meio a natureza, sem uma integração clara com seu exterior, o que tornou alvo de críticas e ao mesmo tempo inspiração e referência nacional.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(29)

O novo edifício acadêmico é um local para novas conexões, se abrindo para a cidade, conectando diretamente o público da universidade e fornecendo muitos espaços de aprendizado flexíveis, criativamente projetados, que podem ser facilmente transformados para acomodar exposições e eventos de design.

3.2 KENT STATE UNIVERSITY DESIGN LOFT

Tipo de Projeto: Educacional

Localização: Ohio, Estados Unidos

O Novo Centro de Arquitetura e Design Ambiental de Kent, ganhou o primeiro lugar na competição nacional do projeto. O edifício foi executado no ano de 2016, no estado de Ohio – EUA.

FICHA TÉCNICA:

Arquitetos: WEISS/MANFREDI (NY) com colaboração de Richard L. Bowen

Status: Construído Ano: 2016

Área: 10.870m²

3.2.1 Localização

A Kent State University Design Loft está situada na 132 S Lincoln ST. na cidade de Kent, estado de Ohio, na região Centro Oeste dos Estados Unidos. Está inserida no principal campus da Universidade.

Figura 22: Localização da Kent State Design Loft

Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.

3.2.2 Elementos

A Kent State University está posicionada no top ranking das melhores universidades dos EUA, de acordo com a U.S News & World Report. O projeto, apelidado de “Kent State Design Loft'' transforma a noção de um estúdio contínuo em uma estrutura de três níveis que une todos os programas da faculdade, resultando em um edifício bem organizado e funcional.

(A) ACESSOS

Os acessos do edifício se dão pelo pavimento térreo e são quatro no total, todos nas áreas sociais ou de circulação. O principal acesso está situado na fachada principal do edifício, sem nenhum elemento marcante na entrada, apenas o volume do pavimento superior projetado para fora. Os acessos

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(30)

Figura 23: Implantação com acessos demarcados

Figura 24: Fachada com indicação do acesso principal

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

As circulações horizontais do prédio são, em geral difusas,

como acontece nos estúdios. As poucas circulações lineares existentes são demarcadas por elementos necessários para aquele espaço e estão situadas em ambientes menores. O edifício possui muitas circulações verticais (escadas e elevadores), devido a sua variedade de níveis dos espaços, tornando os ambientes mais dinâmicos. É possível observar as principais circulações do edifício na Figura 25.

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

secundários também não possuem elementos que marcam as entradas, apenas são acessos para quem vem por caminhos secundários do campus.

(B) CIRCULAÇÕES

Figura 25: Plantas Baixas com principais circulações indicadas.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL LINEAR CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DIFUSA CIRCULAÇÃO VERTICAL

(31)

Fonte: Archpaper, 2016.

A forma do edifício é predominantemente horizontal, trabalhada com um jogo de volumes internos que se sobressaem para fora do prédio, formando uma espécie de zig-zag e ao mesmo tempo uma descontinuidade da forma geométrica retangular, deixando o edifício mais dinâmico, sendo o grande diferencial de seu exterior.

Uma das diretrizes do projeto era a relação do interior do edifício com a cidade, neste sentido, foi usado uma grande quantidade de vidros tradicionais e reflexivos nas fachadas, que ao mesmo tempo possibilita a visualização do interior por quem está do lado de fora, e o mesmo reflete a paisagem urbana que está ao seu redor.

Além da utilização do vidro, foi criado grandes paredes opacas com tijolos comuns instalados como se fosse um folheado de tijolo único, que é uma material tradicional, mas através do design elaborado foi usado como um material contemporâneo.

Figura 27: Imagens da fachada destacando o tijolo cerâmico e o vidro (C ) VOLUME/MASSA

(D) ESTRUTURA E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Figura 26: Fachadas da Kent State University Design Loft

Fonte: ArchDaily, 2014.

No edifício foi utilizado o sistema estrutural de concreto armado para possibilitar maiores alturas do pé direito, balanços e vãos livres, ideal para os ambientes como oficinas e galerias. Também foi usado estrutura metálica para sustentar os grandes planos de vidro, além de tijolos com processo de queima em fornos, produzidos por uma empresa local.

No seu interior, pilotis de concreto ajudam na sustentação da estrutura, devido aos pés direitos amplos existentes. Também é visível o contraste de materiais em relação ao exterior, já que na parte interna é predominante o uso de pisos e revestimentos mais neutros, e apenas em

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(32)

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

alguns ambientes foi utilizado cores que se destacam em meio a estes materiais.

(E) DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS

Figura 28: Imagem do interior mostrando os pilotis de sustentação, as cores que se destacam em relação aos materiais neutros e a laje de concreto aparente

No interior do edifício, os espaços são em sua maioria integrados, estabelecendo uma melhor conexão entre os ambientes, já que em alguns ambientes foram usados paredes translúcidas, além de escadas que diferenciam os níveis, mas não seccionam os ambientes de fato.

Dessa forma, Weiss (2016) explica que a ideia de permitir uma conexão com todos os níveis, fazendo-os se sentirem parte de uma “comunidade'' sob o mesmo teto, seria uma maneira interessante de visualizar uma escola de design.

O escalonamento dos pavimentos criou visões contínuas por todo o edifício, mantendo a integração entre os ambientes, deixando o bloco

acadêmico mais criativo e criando espaços diversificados. Figura 29: Imagem exemplificando o escalonamento do edifício

O edifício é ocupado na maior parte por usos funcionais, como as salas de aula, oficinas, ateliê e laboratórios. São ambientes integrados e que possibilitam comunicação física e visual com outros pavimentos.

(F) ZONEAMENTO FUNCIONAL / SETORIZAÇÃO

Fonte: ArchDaily, 2016.

Figura 30: Interior do edifício, mostrando os espaços integrados

Fonte: Weiss e Manfredi, 2016.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(33)

Figura 32: Plantas Baixas pavimentos superiores com zoneamento funcional demarcado

A Figura 33 mostra a setorização e organização dos ambientes dos ambientes de todos os pavimentos do edifício.

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

Figura 31: Plantas Baixas pavimentos inferiores com zoneamento funcional demarcado

As áreas de serviços são localizadas normalmente nas extremidades dos pavimentos e são espaços menores comparados aos outros usos. O edifício também possui bastante áreas sociais e de lazer, como livraria, café e espaços de descanso/leitura, sendo áreas bem dispostas nos ambientes e harmônicas visualmente.

FUNCIONALIDADE SERVIÇO LAZER

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(34)

Figura 33: Setorização dos pavimentos em planta baixa

F

Fonte: Deezen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

1. ESTÚDIO 2. SALA DE CRÍTICA 3. LIVRARIA 4. ÁREA DE LEITURA 5. CAFÉ 6. GALERIA 7. SALA DE AULA 8. FACULTY SUITE 9. CONSELHO 10. ADMINISTRAÇÃO 11. SEMINÁRIO 12. LABORATÓRIO 13. SALA MECÂNICA

REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(35)

Analisando o edifício da Kent State University Design Loft, é possível observar a grande cobertura verde usada no prédio, contribuindo no conforto térmico dos ambientes e auxiliando na captação da água pluvial, que é reaproveitada no uso interno.

Os grandes planos envidraçados do prédio proporcionam uma boa iluminação natural e insolação aos ambientes, principalmente por serem bem orientados. Além de aberturas que valorizam a ventilação cruzada em vários espaços. É possível observar algumas dessas características nas Figuras 34 e 35.

3.2.3 Relações

O prédio está inserido na cidade universitária de Kent e foi projetado para ter uma boa conexão com seu entorno. O seu entorno imediato não possui grandes construções, sendo uma área com muitas vegetações.

Fonte: Architect Magazine, 2016.

Figura 35: Mapa de insolação no edifício

Figura 34: Imagem exterior evidenciando o telhado verde e os planos de vidro.

O edifício possui aquecimento por piso radiante e um sistema de geo-troca que utiliza poços para aquecimento e resfriamento do prédio. (McKnight, 2016).

Segundo McKnight (2016) “O prédio está no caminho certo para obter a certificação LEED Platinum, o mais alto nível concedido pelo US Green Building Council.'’

(A) RELAÇÃO COM ENTORNO / INTERIOR x EXTERIOR

Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Os planos de vidro foram evidenciados para ter uma boa comunicação visual entre o interior e o exterior do edifício, principalmente na fachada norte, que proporciona vistas panorâmicas tanto do campus quanto da cidade. Além de refletirem a paisagem urbana do local, intensificando ainda mais essa conexão.

(G) CONFORTO AMBIENTAL

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(36)

Seu volume consideravelmente grande não é agressivo no local que está inserido, ainda mais por terem utilizado materiais tradicionais da região. O prédio foi levemente rotacionado no terreno para permitir que o Museu da universidade de Kent tivesse uma melhor visualização do campus e da cidade, como podemos ver na figura 37.

O edifício é bem localizado e se destaca no meio que está inserido, rodeado por uma grande massa de vegetações, outros blocos acadêmicos e residências de pequeno porte. Mostrando essa forte ligação com a cidade.

Os pavimentos inferiores (térreo e mezanino) possuem alguns ambientes que podem ser considerados semi-privados, pois são áreas sociais ou de convívio, que permite o acesso de visitantes. Já os pavimentos superiores são todos ambientes privados, como os estúdios, salas de aula, laboratórios e outros espaços dedicados ao ensino. Podemos observar essas hierarquias na Figura 39.

Figura 37: Imagem mostrando a rotação do edifício para a melhor visualização do campus.

Figura 36: Fachada que evidencia a reflexão da paisagem urbana no edifício

Fonte: ArchDaily, 2016.

Figura 38: Imagem mostrando o edifício e seu entorno imediato

Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.

(B) HIERARQUIAS ESPACIAIS

O edifício possui uma hierarquia predominantemente privada, já que é um bloco acadêmico e suas principais atividades são destinadas aos alunos da universidade.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(37)

Figura 39: Plantas baixas indicando as hierarquias espaciais no térreo e mezanino.

Os volumes que se sobressaem para fora em forma de zig-zag, quebram a predominância de linhas retas do prédio, apesar de serem projetados de forma simétrica, dando uma dinâmica maior ao edifício, além de deixa-lo diferenciado esteticamente.

No interior do edifício os espaços são livres e integrados, criando uma continuidade, que acontece mesmo com a diferença de níveis dos pavimentos, por meio do escalonamento projetado para o bloco acadêmico. Também possui materiais neutros e elementos, que de certa forma, destaca ainda mais seu exterior.

Figura 40: Imagem do edifício destacando seus traçados

3.2.4 Ordem de Ideias

(A) SIMETRIA / ASSIMETRIA / (B) TRAÇADOS REGULADORES

Fonte: Deezen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

O edifício possui características que misturam simetria e assimetria, já que o prédio tem fachadas com linhas retas e outras com detalhes que quebram a forma retilínea, tornando um edifício diferenciado e harmônico.

Esses elementos que se completam, dão um movimento harmônico as fachadas, mantendo a linguagem contemporânea e destacando os eixos e traçados que mantém o edifício em equilíbrio.

Além do volume em zig-zag, outras fachadas possuem elementos que mantém as linhas retas do edifício, que também se “desencaixam '' para fora, mantendo a mesma materialidade, criando uma ligação entre todo o exterior do edifício.

Fonte: Architect Magazine, 2016. Editado pelo autor, 2019.

PRIVADO SEMI-PRIVADO

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REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(38)

3.2.5 Partido / Relevância para escolha

Após analisar esse projeto concluído, é possível notar que foi um edifício bem projetado, com espaços integrados que influência diretamente no desempenho do aluno, incentivando-os a serem mais criativos e organizados, o que reflete a forma que foi tratada o prédio.

O objetivo do projeto foi envolver o público e a instituição simultaneamente com programas desenvolvidos para promover essa interação. Segundo Graham (2016), antes da construção do edifício, os programas de arquitetura, design de interiores e pesquisas estavam dispersos por todo o campus, com pouca interação entre as disciplinas. Dessa forma, o projeto consistia em consolidar esses programas debaixo do mesmo teto, facilitando o aprendizado, a colaboração e o envolvimento interdisciplinar.

Fonte: ArchDaily, 2014.

Figura 41: Croqui do volume do edifício

O seu volume diferenciado é outro fator importante, com materiais contemporâneos tradicionais que se destacaram pela forma que foram projetados, seguindo fielmente como o projeto. Além de ser um edifício que ilustra o papel fundamental da arquitetura e do design na visão de um futuro sustentável.

Figura 42: Imagens do projeto da Kent State University Design Loft

Fonte: Weiss/Manfredi, 2013.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(39)

O novo edifício projetado para abrigar o curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISOCIESC foi pensado para as pessoas, que segundo os autores do projeto (2016), queriam um edifício que representasse o cenário contemporâneo, mas que ao mesmo tempo fosse um releitura das características da arquitetura brasileira. O projeto foi realizado em 2015 e executado em 2016.

Figura 43: Localização do Bloco H da UNISOCIESC

O edifício está localizado na Rua Albano Schmidt, no bairro Boa Vista, em Joinville/SC, Brasil. Está inserido no campus de Boa Vista da UNISOCIESC.

(A) ACESSOS Arquitetos: Metroquadrado

Materialidade: Concreto e Vidro Estrutura: Concreto

3.3 ESTUDO DE CASO - UNISOCIESC - BLOCO H

3.3.2 Elementos Tipo do Projeto: Educacional

Área: 3.703m²

Localização: Joinville, Santa Catarina - Brasil Ano: 2016

3.3.1 Localização FICHA TÉCNICA:

Status: Construído

Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor

O projeto possui aproximadamente 3.700m² e pode receber cerca de 300 alunos por período. O edifício foi pensado para melhorar a interação e relacionamento das pessoas e dos espaços, sendo mais intuitivo, aberto e transparente.

Os acessos do edifício se dão todos pelo pavimento térreo, sem nenhuma demarcação ou detalhe específico. Existe uma entrada principal e uma secundária que dá acesso à área de circulação do edifício, sendo outras duas entradas para o auditório. Como mostra a Figura 44.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

REFERENCIAIS PROJETUAIS

3

(40)

Fonte: Acervo do autor, 2019.

O edifício possui circulações variadas, tendo espaços com circulações livres, demarcadas e verticais. As circulações horizontais

difusas estão localizadas principalmente no térreo, onde possui um grande espaço livre, possibilitando uma maior permeabilidade do espaço e integração dos usuários. Além de ter um espaço de convívio e descanso no terraço.

Figura 46: Planta baixa térreo com circulações demarcadas

As circulações horizontais lineares estão presentes em todos os pavimentos, onde liga as circulações verticais com os ambientes de ensino, como as salas de aula.

As circulações verticais também estão localizadas em todos os pavimentos, possuindo uma escada principal e um elevador, além de uma escada secundária para saída de incêndio, que fica na parte de fora do edifício. Podemos ver as circulações demarcadas nas Figuras 46 e 47.

Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

Figura 44: Planta baixa térreo com acessos demarcados

Figura 45: Imagens dos acessos do edifício

(B) CIRCULAÇÕES

ACESSO PRINCPAL ACESSOS SECUNDÁRIOS

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL LINEAR CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DIFUSA CIRCULAÇÃO VERTICAL

REFERENCIAIS PROJETUAIS

(41)

Figura 47: Plantas baixas dos pavimentos superiores com circulações demarcadas

Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

O volume do edifício no campus da universidade se destaca em relação à outros blocos acadêmicos mais antigos. O prédio foi construído com características modernistas brasileiras, linhas retas e com a predominância de concreto aparente e vidro nas fachadas, com algumas

cores pontuais. Além disso, vários elementos da estrutura foram deixamos aparentes no edifício, como pilares, forros, lajes e tubulações, que segundo os autores, evidencia o processo de execução da obra, sendo objeto de estudos dos alunos, possibilitando-os aprender no próprio prédio.

O edifício possui a característica de ser um grande bloco retangular com fachadas que misturam opacidade com translucência, onde não se sabe qual fachada é a frontal, lateral ou dos fundos. O grande diferencial do edifício é a forma como foi pensado o térreo, que foi projetado como um espaço que fizesse o prédio flutuar, oferecendo uma área de circulação que os alunos já estavam acostumados a trafegar, antes de existir o edifício no local.

Figura 48: Imagens do volume do Bloco H

(C ) VOLUME / MASSA

Fonte: ArchDaily, 2016.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

REFERENCIAIS PROJETUAIS

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(42)

(E) DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS

Figura 50: Imagem do interior mostrando a utilização das cores

Os espaços do edifício são bem definidos e delimitados, já que a maioria são salas de aula ou ambientes de atividades acadêmicas, estas, possuem indicação com placas ou desenhos em todos os pavimentos. Os espaços integrados são área de convivência ou descanso dos alunos, que são localizados no primeiro pavimento e também no terraço.

(D) ESTRUTURAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Os pilotis de concreto também ficaram expostos no interior do edifício, além da laje nervurada e tubulações que também ficaram aparentes. Os materiais do interior conversam com o do exterior. Foi utilizado materiais neutros, como piso vinílico de cimento queimado e paredes brancas e pretas, sendo somente usado cores em algumas paredes próximas as circulações.

Foi utilizado cores nas paredes e embaixo das escadas para diferenciar cada pavimento, proporcionando uma identidade para cada área do edifício. As Figuras 50 e 51 mostram esses espaços.

Figura 49: Imagens mostrando as estruturas aparentes

O edifício foi construído com estrutura de concreto armado, laje nervurada e pilotis de concreto aparente que se destacam pela forma que foram dispostos, suportando toda a estrutura. Os arquitetos priorizaram o uso de elementos industriais, estruturas aparentes e materiais em seu estado natural.

Figura 51: Imagens mostrando o terraço, atelier de projeto e sala de aula Fonte: ArchDaily, 2016.

REFERENCIAIS PROJETUAIS

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Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

Figura 52: Zoneamento funcional em plantas baixas (F) ZONEAMENTO FUNCIONAL / SETORIZAÇÃO

Figura 53: Setorização dos ambientes

No edifício predomina ambientes com usos funcionais, como salas de aula, atelier de projetos e maquetaria. Também possui área sociais ou de lazer, que estão localizadas no primeiro pavimento e no terraço, além das circulações e do térreo flutuante que proporciona a integração social. O Bloco H não possui muitas áreas de serviço, já que essas áreas da universidade ficam localizados em outros edifícios que rodeiam o prédio, possuindo apenas uma sala de professores grande localizada na extrema do primeiro pavimento.

O prédio foi setorizado de maneira organizada e dinâmica. Possuindo banheiros em todos os pavimentos, devido ao número alto de salas de aula e ao fluxo de alunos. Auditório foi localizado no térreo para melhor acesso de alunos e visitantes, além de áreas de convívio ou descanso no primeiro e terceiro pavimento, permitindo que não tenha foco somente em um local. Podemos observar o zoneamento funcional na Figura 52 e a setorização na Figura 53.

SERVIÇO FUNCIONALIDADE LAZER

1. AUDITÓRIO 2. BANHEIROS 3. MAQUETARIA

4. LAB. CONF. AMBIENTAL 5. INFORMÁTICA

6. ATELIER DE PROJETO 7. SALA DOS PROFESSORES 8. LAB. EXP. GRÁFICA 9. SALA DE AULA 10. SALA DE APOIO 11. ÁREA DESCANSO 2 1 3 4 5 6 2 7 8 9 10 11 9 6 6 6 9 9 6 2 6 6 6 6 9 9 2 11

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

REFERENCIAIS PROJETUAIS

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Referências

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