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Análise da assertividade na aplicação da técnica de higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem na pediatria do Hospital Universitário Antônio Pedro - HUAP

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CLARIANA ROSA DE OLIVEIRA

ANÁLISE DA ASSERTIVIDADE NA APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA PEDIATRIA DO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - HUAP

NITERÓI - RJ 2016

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CLARIANA ROSA DE OLIVEIRA

ANÁLISE DA ASSERTIVIDADE NA APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA

PEDIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - HUAP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Título de Enfermeiro Licenciado e Bacharelado em Enfermagem.

Orientadora:

PROF ª DR ª MARILDA ANDRADE

Co-orientador:

PROF. ME. PEDRO PAULO CORRÊA SANTANA

Niterói - RJ 2016

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ANÁLISE DA ASSERTIVIDADE NA APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA PEDIATRIA DO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - HUAP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Título de Enfermeiro Licenciado e Bacharelado em Enfermagem.

Aprovado em 24 de Fevereiro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª Marilda Andrade / UFF

Prof. Me. Pedro Paulo Corrêa Santana / UFF

Prof. Me. Phelipe Austríaco Teixeira / FIOCRUZ

Niterói 2016

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O 48 Oliveira, Clariana Rosa de.

Análise da assertividade na aplicação da técnica de higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem da pediatria do Hospital Universitário Antônio Pedro

(HUAP). / Clariana Rosa de Oliveira. – Niterói: [s.n.], 2016. 54 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2016.

Orientador: Profª. Marilda Andrade.

1. Equipe de Enfermagem. 2. Desinfecção das Mãos. 3. Pediatria. 4. Infecção Hospitalar. I. Título.

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"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa do mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer"

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A todos os profissionais da saúde que exercem sua profissão de maneira exemplar e, acima de tudo, com dedicação e respeito ao próximo.

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Agradeço, primeiramente, a Deus por ser meu maior porto seguro, onde encontro forças para sempre seguir em frente e nunca desistir. Apesar de todas as dificuldades encontradas pelo caminho, foi com minha fé que decidi superá-los e vencê-los.

À minha orientadora Marilda Andrade e meu co-orientador Pedro Paulo Santana que acreditaram em meu potencial e me deram a oportunidade de realizar esse trabalho. Além de companheiros na minha formação acadêmica, os levo comigo como amigos para a vida. Aos meus avós, Luiz (in memoriam) e Paulina, que sempre torceram por mim e por me darem todo o carinho que precisava.

À minha mãe, Ana, e meu pai, Jaime, por me fornecerem todo o apoio emocional para começar e continuar nessa longa caminhada. Além de serem os responsáveis por eu ser quem sou hoje. Obrigada por me ensinarem os verdadeiros valores da vida, e por me tornarem uma pessoa melhor a cada dia.

Aos meus irmãos, Caio e Carolina (in memoriam), pelo amor incondicional e por serem meus companheiros de toda vida. Obrigada por aguentarem meus momentos de estresse e por compartilharem comigo os momentos de alegria.

À minha fiel companheira, minha cadela Mel, por compreender minhas idas e vindas e por sempre me receber com muito carinho a cada vez que eu chegava.

À minha prima, Marcela, que compartilhou de todos os momentos desde o início da faculdade, por me incentivar a continuar estudar e também por me fazer aproveitar os momentos de lazer.

À minha cunhada, Maria Clara Salomão, por ser minha amiga e confidente; e por fazer os momentos de aflição ficarem mais leves. Obrigada por me ajudar nessa jornada e me acompanhar nas horas difíceis e nos momentos de alegria.

As amigas de infância, Maria Clara e Roberta, que apesar de não estarmos juntas todo o tempo, estão sempre presentes no meu coração. Obrigada por fazer da minha infância um momento especial, e por dividir comigo as novas experiências da vida.

A todos os meus amigos da faculdade que se tornaram minha nova família ao longo desses anos, em especial Daniela, por ser minha irmã do coração. Obrigada por me aturarem, principalmente naqueles dias em que pensava em desistir, obrigada por me fazerem continuar. Vocês são um motivo importante por eu ter seguido em frente e chegado até aqui.

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RESUMO

As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. A Higienização das Mãos tem sido demonstrada em diversos manuais e artigos como uma medida simples, barata e individual que traz grandes benefícios acerca do controle de transmissão de infecção. No entanto, em diversos estudos já publicados, nota-se que essa prática ainda é pouco aderida pelos profissionais de enfermagem, que são os que se encontram em maior contato com os pacientes. Portanto, este trabalho trata-se de uma observação não participante na Enfermaria de Pediatria de um Hospital Universitário no município de Niterói – RJ. O objetivo geral é descrever como se dá o processo de higienização das mãos pela equipe de enfermagem da Pediatria do HUAP. E os objetivos específicos são: observar a execução da higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem da Pediatria do HUAP; discutir os passos de higienização das mãos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Antônio Pedro sob nº 47695515.4.0000.5243. A coleta de dados foi realizada em três momentos, respeitando os critérios de inclusão e exclusão dos participantes. No primeiro momento houve o diagnóstico do setor, seguido do contato com os participantes e entrega do TCLE. Com a anuência do Termo de Consentimento, iniciou-se a observação não participante, através da aplicação do check-list. Após a coleta, os dados foram agrupados, contabilizados e para uma melhor visualização, expostos em gráficos e tabelas. Os resultados foram divididos em quatro categorias para uma melhor distribuição. Através dos resultados, pode-se observar que a equipe de enfermagem deixa de realizar a lavagem das mãos em momentos importantes para prevenir a transmissão de microrganismos, principalmente antes de entrar em contato com o paciente. Além disso, não realizam a técnica de forma assertiva para garantir uma adequada higienização das mãos. No setor não havia escassez de material que justificasse as ausências. Com isso, este trabalho espera contribuir para uma maior conscientização à aderência à técnica de lavagem das mãos, para que assim haja um maior índice de controle e prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde.

Palavras chave: Equipe de Enfermagem; Desinfecção das Mãos; Pediatria; Infecção Hospitalar.

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Health care associated infections are a major problem and a huge challenge, requiring effective prevention and control from health services. Hand hygiene has been demonstrated in several books and articles as a simple, inexpensive and individual measure which brings great benefits related to the transmission of infection control. However, in many published studies , it is noted that this practice is still not adhered to by nursing professionals, who are the ones who are most in contact with patients. Therefore this work it is a non- participant observation in the pediatric ward of a university hospital in the city of Niterói - RJ. The overall objective is to describe the process of hand hygiene by the nursing staff of the Pediatrics of HUAP. The specific objectives are the observation of the implementation of hand hygiene by HUAP Pediatric nursing professionals; discuss the steps of handwashing. The study was approved by the University Hospital Antonio Pedro’s Ethics Committee under No. 47695515.4.0000.5243. Data collection was carried out in three stages , respecting the criteria for inclusion and exclusion of participants. At first there was the diagnosis of the sector, followed by contact with the participants and delivery of consent terms. The acceptance of the consent terms was followed by starting the non-participant observation by applying the check-list. After collection, the data were grouped , and accounted for a better view , displayed in graphs and tables. The results were divided into four categories for better distribution. From the results , it can be observed that the nursing team fails to perform handwashing at key times to prevent transmission of microorganisms , especially before contact with the patient. Besides, nursing professionals do not carry out assertively technique to ensure proper hand hygiene. In the unity there was no shortage of material that could justify absences. Finally, this work hopes to contribute to a greater awareness of adherence to the washing technique of hands, in order to achieve greater control of content and prevention of infection related to health care

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO, p. 13 1.1 OBJETIVOS, p. 14 1.1.1 OBJETIVO GERAL, p. 14 1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO, p. 15 1.2 JUSTIFICATIVA, p. 15 1.3 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO, p. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA, p. 18 2.1 INFECÇÕES HOSPITALARES, p. 18

2.2 INFECÇÕES HOSPITALARES EM CRIANÇAS, p. 20

2.3 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR, p.22 2.4 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, p. 22

2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PEDIATRIA E CONTROLE DE INFECÇÕES, p. 25 3. METODOLOGIA, p. 28 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA, p. 28 3.2 CENÁRIO DA PESQUISA, p. 28 3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA, p. 29 3.4 ASPECTOS ÉTICOS, p. 29 3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA, p. 30 3.6 COLETA DE DADOS, p. 31 3.7 ANÁLISE DE DADOS, p. 31 3.8 LIMITAÇÃO DO ESTUDO, p. 32 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES, p. 33

4.1 PRIMEIRA CATEGORIA: DIAGNÓSTICO DO SETOR – SUJEITOS DA PESQUISA, p. 34

4.2 SEGUNDA CATEGORIA: DIAGNÓSTICO DO SETOR – MATERIAIS E INSUMOS, p. 35

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4.5 QUARTA CATEGORIA: MOMENTOS DA LAVAGEM DAS MÃOS, p. 39

5. CONCLUSÃO, p. 41

6. OBRAS CITADAS, p. 43

7. OBRAS CONSULTADAS, p. 47

8. APÊNDICES, p. 48

8.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p. 48 8.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA - CHECK-LIST, p. 49

9. ANEXOS, p. 51

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

I. Tabela nº 01: Quantitativo total da equipe de enfermagem e participantes da pesquisa, p. 35

II. Tabela nº 02: Quantidade de materiais disponíveis em cada ala do setor de Pediatria, p. 36

III. Gráfico nº 01: Enumeração dos passos de higienização das mãos e frequência dos enfermeiros que os executaram, p. 38

IV. Gráfico nº 02: Enumeração dos passos de higienização das mãos e frequência dos técnicos de enfermagem que os executaram, p. 38

V. Tabela nº 03: Momentos de lavagem das mãos realizados pelos enfermeiros e técnicos de enfermagem, p. 39

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LISTA DE SIGLAS

HUAP – Hospital Universitário Antônio Pedro

HM – Higienização das mãos

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

IRAS – Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

IH – Infecção Hospitalar

CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

CNS – Conselho Nacional de Saúde

FA – Frequência Absoluta

FR – Frequência Relativa

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1 INTRODUÇÃO

O tema infecção hospitalar começou a me chamar atenção a partir do momento em que fui pela primeira vez para o campo prático na clínica médica e clínica cirúrgica no Hospital Universitário Antônio Pedro – HUAP, durante a graduação em Enfermagem na Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – EEAAC / UFF. Além disso, também tive a oportunidade de ser aluna bolsista do Projeto de Iniciação Científica, acerca do tema de higienização das mãos pela equipe de enfermagem no Centro de Terapia Intensiva do HUAP.

Durante o estágio de Saúde da Criança 2 em que exerci o papel de monitora da disciplina, onde tive contato direto com crianças hospitalizadas, pude notar o quanto as crianças são vulneráveis. O que me fez perceber que devemos ser ainda mais cuidadosos com esses pacientes, principalmente no que diz respeito à prevenção de infecções hospitalares.

Durante as aulas teóricas, aprende-se a técnica correta que se deve utilizar durante a higienização das mãos, incluindo os momentos que a mesma deve ser realizada, sendo antes e após ter qualquer contato com o paciente. No entanto, ao ir para o campo hospitalar, foi notado o quanto essa prática é desvalorizada, o que pode colocar em risco a saúde dos pacientes.

É notório que a prática de higienização das mãos é o meio mais prático e barato para se prevenir infecções hospitalares. Isso se dá pelo motivo de que as mãos constituem a principal maneira de transmissão e disseminação de microrganismos para os pacientes, e a principal fonte desses microrganismos são as mãos dos próprios profissionais de saúde, sendo os profissionais de enfermagem os que merecem maior destaque por ter contato mais direto com o paciente (OPAS; ANVISA, 2008, p.10).

De acordo com a Lei do Exercício da Enfermagem - Lei 7.498 de 25 de Junho de 1986 - o enfermeiro tem privativamente, dentre outras, as funções de “cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; e cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas”.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2013), “receber uma assistência à saúde de qualidade é um direito do indivíduo e os serviços de saúde devem oferecer uma atenção que seja efetiva, eficiente, segura, com a satisfação do paciente em todo o processo”. Assim, é imprescindível que os profissionais da saúde preconizem a utilização de métodos de prevenção de infecção para garantir a devida assistência ao paciente.

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Na análise feita sobre estudos anteriormente publicados, percebe-se que grande parte dos profissionais de enfermagem deixa de realizar a lavagem das mãos em momentos imprescindíveis, assim como não a realizam dentro da técnica preconizada segundo o manual da ANVISA, como, por exemplo, o Manual de Segurança do Paciente: Higienização das Mãos. Tal medida que é individual e essencial, tanto para a segurança do paciente quanto para a segurança do próprio profissional, é deixada de lado por diversos fatores (SANTOS et al., 2014).

Alguns dificultadores da adesão à higienização das mãos, foram apontados: a pressa e a falta de tempo desses profissionais (SANTOS et al., 2014). Desse modo, é essencial que haja profissionais suficientes para manter uma assistência de qualidade, para que não haja sobrecarga e falta de tempo para medidas tão importantes (PEREIRA et al., 2013); além de manter uma boa qualidade dos materiais que se fazem necessários para tal prática.

Sabe-se que as infecções são importantes causas de mortalidade, assim como de maior tempo de internação e elevação de custos relacionados à saúde (SANTOS et al., 2014). Para tanto, faz-se necessário a implementação de medidas que visem aumentar os meios de controle e prevenção de infecção.

Foi instituída, em 2012, a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (CNCIRAS) por meio da Portaria 158, com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (IRAS) (BRASIL, 2013).

Como objeto de estudo tem-se a assertividade da higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem da Pediatria do HUAP. Para tanto, a questão norteadora dessa pesquisa é: a equipe de enfermagem da Pediatria do Hospital Universitário Antônio Pedro – HUAP executa corretamente a técnica de lavagem das mãos?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Descrever como se dá o processo de higienização das mãos pela equipe de enfermagem da Pediatria do HUAP.

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1.1.2 Objetivos específicos

Observar a execução da higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem da Pediatria do HUAP;

Discutir os passos de higienização das mãos.

1.2 JUSTIFICATIVA

A higienização das mãos (HM) é uma importante profilaxia contra as infecções hospitalares, já que as mãos são o meio mais comum de disseminação de microrganismos, e ainda, “o risco de transmissão refere-se a qualquer momento durante a prestação de assistência à saúde, especialmente em pacientes imunocomprometidos e/ou na presença de dispositivos invasivos” (OPAS; ANVISA, 2008, p.11).

Este trabalho justifica-se pelo fato de que a técnica correta de lavagem das mãos vem sendo descrita em diversos manuais publicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e Ministério da Saúde – MS. O último manual publicado foi “Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde”, de 2013, onde é apresentado o desafio global previsto na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, que foca na prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), a qual envolve ações de melhoria da higienização das mãos em serviços de saúde.

No entanto, na análise de estudos já publicados, nota-se que essa prática ainda não é aderida de forma satisfatória nos ambientes hospitalares, sendo executada com pouca frequência e de maneira que a técnica não é a ideal (GREGORIUS, 2012).

Segundo Santos (2014), “destaca-se que somente a frequência de Higienização das Mãos (HM) não é o suficiente para a redução da disseminação de patógenos, necessitando também de adequada execução da técnica de HM para que se possa garantir uma adesão adequada à HM”.

Assim, é necessário um estudo para a observação dessa técnica pelos profissionais de enfermagem, pois são os que prestam assistência mais direta aos pacientes. A importância do estudo está na implementação de medidas que visem à melhora do conhecimento da técnica e conscientização dos benefícios da mesma pelos profissionais de enfermagem, visando à redução de transmissão de microrganismos, e a consequente diminuição de infecções nos ambientes hospitalares.

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Além disso, o fato do estudo estar sendo realizado no setor de Pediatria torna-se essencial, uma vez que as crianças são uma classe de pacientes que são mais suscetíveis a adquirir infecções. Isso se dá por causa da falta de maturidade do sistema imunológico, o que torna as crianças mais vulneráveis (RIZZON, 2011, p.13).

1.3 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO

Como contribuição deste estudo, têm-se a assistência, ensino e pesquisa. Para uma melhor assistência prestada aos pacientes, visando também uma maior segurança durante a prestação de serviços pela equipe de enfermagem, sendo necessário um conhecimento aprimorado sobre a questão abordada; para assim assegurar a minimização de riscos de infecção cruzada.

Em relação ao ensino, é importante lembrar que o cenário de pesquisa trata-se de um Hospital Universitário, onde o contato da equipe de enfermagem com os alunos da graduação é constante. Portanto, a equipe precisa servir de exemplo na assistência segura ao paciente, no disseminar e implementar medidas de controle e prevenção de infecção no âmbito hospitalar.

Ainda, com este estudo, pretende-se contribuir também na conscientização da importância de se aderir às medidas de controle e prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, ampliando assim o conhecimento sobre o assunto em questão. E em como uma medida barata e individual, como a devida higienização das mãos, é essencial no combate dessas infecções.

Para a instituição onde serão coletados os dados, espera-se contribuir para a elaboração e realização de atividades educativas que conscientizem e aumentem à adesão à técnica de lavagem das mãos. Mostrando a importância da mesma tanto para a segurança do paciente quanto para a segurança do próprio profissional de saúde. Além de abranger orientações também para os acompanhantes. Como produto deste estudo, tem-se a construção de um indicador de lavagem das mãos para equipe de enfermagem da Pediatria do HUAP.

Como contribuição à avaliação de serviço, tem-se que com as devidas precauções, sejam elas simples e baratas, como a higienização das mãos, pode-se evitar grande parte das infecções hospitalares, evitando assim um maior tempo de internação do paciente; o que evitaria um maior gasto para a instituição.

Para o setor em que o estudo foi realizado, espera-se contribuir para uma maior adesão à higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem, uma vez que são eles que estão em contato direto com os pacientes. Assim, por meio da conscientização desses profissionais

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acerca das infecções hospitalares, da vulnerabilidade das crianças que se encontram hospitalizadas e os riscos que uma má higienização das mãos traz para todos, tanto pacientes quanto profissionais, pretende-se fazer com que se tenha maior comprometimento acerca da prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde.

A pediatria é um setor que conta com a presença constante dos acompanhantes das crianças. Sendo assim, o enfermeiro também é visto como um exemplo a ser seguido pelos responsáveis que lá se encontram, devendo efetuar a lavagem das mãos de forma correta e nos momentos corretos, para que essa prática seja também efetuada pelos acompanhantes, a fim de prevenir a disseminação de microrganismos dentro da enfermaria.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 INFECÇÕES HOSPITALARES

As infecções hospitalares (IH) são aquelas adquiridas no hospital, e que podem se manifestar durante o período de internação ou mesmo após a alta hospitalar, desde que possam ser relacionadas à internação ou aos procedimentos hospitalares. Sendo assim, representam um importante problema de saúde pública no mundo devido à morbidade, mortalidade, aumento do tempo de internação e custos associados ao seu tratamento (BATISTA, 2012).

As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada (ANVISA, 2010).

Menegueti et al. (2015) afirmam que as infecções não se limitam somente ao ambiente hospitalar, sendo então Infecção Relacionada à Assistência em Saúde a terminologia mais apropriada. Os mesmos autores ainda trazem que em alguns países desenvolvidos as estimativas indicam que, dos pacientes admitidos em hospitais, ao menos 5% adquirem uma infecção. Ainda, no Brasil, uma pesquisa realizada em um hospital universitário verificou a “taxa de prevalência de IH anual média de 8,2%, sendo149 (29,1%) pneumonias, 136 (26,6%) infecções de corrente sanguínea, 87 (17%) infecções do trato urinário, 57 (11,1%) infecções de cateter central e 47 (9,2%) infecções de sítio cirúrgico” (MENEGUETI et al., 2015).

Em uma pesquisa realizada por Pérez et al. (2015), traz que a prevalência de infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAS) nos países desenvolvidos é de 7,6 infecções a cada 100 pacientes. Já nos países em desenvolvimento, essa prevalência é de 15,5 a cada 100 pacientes.

A ocorrência de infecção hospitalar depende da existência de uma fonte de infecção, da transmissão do agente etiológico, da susceptibilidade do paciente à infecção, das características do hospital, dos serviços oferecidos, do tipo de clientela atendida, ou seja, a gravidade e complexidade dos pacientes, e o sistema de vigilância epidemiológica e programa

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de controle de infecções hospitalares adotados pela instituição de saúde (BRETAS et al., 2013).

Segundo Grillo et al. (2013), “as infecções de maiores preocupações dos profissionais da área de saúde são as encontradas em unidades que atendem pacientes mais suscetíveis à infecção, como a Pediatria, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Unidades Oncológicas, Unidades de Transplantes e Neonatologia”.

A principal fonte de ocorrência dessas infecções é relacionada à prestação da assistência à saúde. Desta maneira, pode ocorrer, embora nem sempre, como consequência da falha do sistema e dos processos de prestação de cuidados, assim como do comportamento humano. Portanto, isso representa um grande problema de segurança do paciente (OPAS; ANVISA, 2008, p.9).

Tais infecções podem ser causadas por diversos microrganismos, como: bactérias, fungos, e vírus. Os patógenos que são a principal causa destas infecções são as bactérias que constituem a flora humana, que possuem uma baixa virulência, não trazendo riscos a indivíduos saudáveis. No entanto, em indivíduos com estado clínico prejudicado, elas podem causar infecções, chamadas de infecções oportunistas(ABEGG, 2011).

Estudos nos quais a idade é incluída, demonstram que até 9% dos pacientes menores de 1 ano contraem infecção hospitalar, comparados a 1 a 4% dos pacientes maiores de 10 anos. As infecções hospitalares podem ser causadas por qualquer microrganismo patogênico, sendo mais frequentes as infecções bacterianas. Nos últimos anos, com aumento do número de pacientes imunocomprometidos e dos procedimentos invasivos, a incidência de infecções fúngicas tem aumentado. Menor importância tem as infecções causadas por vírus e protozoários (ANVISA, 2006).

Existem diversas razões para a ocorrência das infecções hospitalares e, ainda, diversos mecanismos que potencializam seu aparecimento. A transmissão de microrganismos pelos profissionais de saúde é um desses mecanismos, já que os mesmos atuam como vetores, direta ou indiretamente, na transmissão de microrganismos patogênicos a pacientes vulneráveis. Em estudos já publicados, se mostra que a adequada higiene das mãos pode ser uma das importantes medidas de prevenção e controle de infecção (FELIX, 2009).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Desafio Global para a Segurança do Paciente, o qual o primeiro é “Uma assistência limpa é uma assistência mais segura”, que trouxe atenção e compromisso político sobre a importância da higiene das mãos visando o cuidado da saúde, em relação às infecções (WHO, 2008-2009; p.6). Esses desafios globais

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demonstram o quanto é imprescindível que as medidas de prevenção e controle de infecções sejam efetivadas, principalmente para a proteção e segurança do paciente.

Mesmo com tantos manuais lançados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e também com o auxílio da OMS, a adesão à prática de higienização das mãos ainda é um obstáculo a ser superado no ambiente hospitalar.

2.2 INFECÇÕES HOSPITALARES EM CRIANÇAS

A hospitalização, apesar de ser muitas vezes um meio inevitável de se cuidar da saúde, torna-se um ambiente perigoso por causa da alta exposição a patógenos, o que faz com que o indivíduo seja mais suscetível a adquirir infecção hospitalar. Assim, é necessário que sejam tomadas algumas medidas que previnam e controlem as infecções, a fim de que o ambiente se torne menos prejudicial (DUTRA et al., 2015).

O índice de morbidade e mortalidade é maior nas crianças, que apresentam uma grande suscetibilidade às infecções relacionadas a vários patógenos. Isso ocorre devido a imaturidade do sistema imunológico, o que resulta em limitações nos mecanismos imunológicos inatos e adaptativos (RIZZON, 2011, p.13).

Farias (2012), em seu estudo, menciona que a presença de fatores intrínsecos e extrínsecos faz com que os pacientes pediátricos sejam mais suscetíveis às IRAS. Dentre os fatores intrínsecos, encontram-se: sexo, idade, peso e altura para a idade, indicação de internação em unidade intensiva clínica ou pós-operatória, ter sido submetido à cirurgia cardíaca, estado infeccioso na admissão, pontuação em escores de gravidade clínica e tempo de hospitalização prévio à admissão.

Os fatores extrínsecos podem ser exemplificados como os relacionados à terapêutica utilizada pela criança, tais como: medicamentos (aminas vasoativas, corticoides e/ou bloqueadores H2, etc...), hemoderivados e nutrição parenteral. Além disso, os procedimentos invasivos como acesso venoso profundo e periférico, ventilação mecânica e cateter vesical de demora, também podem ser considerados um desses fatores extrínsecos (FARIAS, 2012).

Além disso, em se tratando de um paciente pediátrico, acaba por contribuir para um maior sofrimento para a família e para a criança principalmente, pois a mesma encontra-se “impossibilitada de realizar suas atividades cotidianas, alterando a sua rotina diária, como brincar e ir à escola” (OLIVEIRA, 2009).

As altas taxas de infecções e mortalidade estão ligadas direta e indiretamente a diversos fatores; entre eles, pode-se citar: o ambiente hospitalar, principalmente aqueles

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hospitais ligados ao ensino, como os hospitais universitários; a gravidade da doença, que é diretamente proporcional ao risco de infecção devido à necessidade de tratamentos mais complexos; além dos procedimentos demorados e invasivos e dos longos períodos de internação (GRILLO et al., 2013).

No ambiente hospitalar é imprescindível que o controle de infecção seja uma questão primordial para os profissionais da saúde, envolvendo todas as ações e procedimentos os quais os pacientes são envolvidos (DUTRA et al., 2015).

Por diversos fatores como a maior exploração pelas diversas áreas do ambiente físico pela criança, pela sua menor autonomia para o autocuidado, exigindo a presença de um acompanhante, e também um suporte mais adequado da equipe profissional; na unidade de internação pediátrica há a necessidade de intensificar ainda mais as medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar. Além disso, deve-se levar em consideração que o paciente pediátrico mantem um maior contato com as superfícies e objetos, incluindo os brinquedos que são compartilhados por diversas crianças nesse ambiente, podendo estar contaminados por bactérias (RIBEIRO et al., 2008).

De acordo com um estudo realizado por Silva et al. (2013), pacientes mais vulneráveis tem maior predisposição à contraírem as infecções relacionadas à assistência a saúde. A mesma pesquisa traz que em países em desenvolvimento 4384 crianças morrem todos os dias em decorrência dessas infecções. As crianças são consideradas pacientes mais vulneráveis por serem mais suscetíveis às infecções, por apresentarem o sistema imunológico ainda em desenvolvimento.

Fontana e Lautert (2006, p. 257) afirmam que,

Com a evolução da tecnologia, antimicrobianos foram sendo aperfeiçoados, técnicas modernas de assistência foram sendo desenvolvidas e o tratamento das doenças assumiu alta complexidade. Por outro lado, a invasão das bactérias multirresistentes, a inserção de novas formas vivas de microrganismos e a luta contra a resistência bacteriana surgiram nesse contexto, fragilizando o ambiente do cuidado humano e desafiando as ações do cotidiano dos trabalhadores em saúde, no que se refere à prevenção das infecções hospitalares.

Segundo o Manual de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar em Pediatria da ANVISA (2006), os Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativa; as bactérias da família Enterobacteriaceae como Klebsiella spp., Escherichia coli, Enterobacter spp. e os microrganismos não fermentadores, estão entre as bactérias de maior relevância clínica e epidemiológica.

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2.3 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

No Brasil, houve a necessidade da interferência do Ministro da Saúde no que diz respeito ao índice de infecções hospitalares. Estas representam um importante problema de saúde pública, evidenciado pelo aumento no custo dos tratamentos, interdição nas unidades de serviço de internação e pelo número elevado de mortes que pode ser causado; o que acarretou na criação de medidas específicas para prevenção e controle de tais infecções. Assim, foi criada a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (DUTRA et al., 2015).

Segundo Ferreira et al (2010, p.9), “a CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando dessa maneira toda a comunidade assistida, como também de proteger o hospital e o corpo clínico”.

A Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde traz a seguinte informação: “Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997: dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares”.

Faz parte do trabalho da CCIH elaborar, programar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecções; esse trabalho deverá ser feito de forma a adaptar de acordo com as características e necessidades da instituição. Além disso, inclui a elaboração de vigilância epidemiológica de infecções nosocomiais, educação e treinamento de equipes e controle do uso ponderado de antibióticos e antimicrobianos e suporte médico e hospitalar (DUTRA et al., 2015).

Para tanto, torna-se essencial que o enfermeiro seja membro da equipe de CCIH, pois, por atuar continuamente na assistência direta com o paciente e realizar procedimentos invasivos potencialmente contaminados, é visto como responsável pela profilaxia e controle das infecções nosocomiais (DUTRA et al., 2015).

Segundo Batista et al. (2012), o enfermeiro possui uma maior aproximação com as demais categorias, além de sua habilidade educativa, com respaldo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Lei do exercício profissional de no 7.498, de 25 de junho de 1986. Para tanto, o enfermeiro é reconhecido como um membro importante na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

2.4 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

As mãos têm a capacidade de abrigar microrganismos e transferi-los, por contato direto ou indireto, de uma superfície a outra; baseando então a importância da higienização

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das mãos. Assim, a higienização de forma cuidadosa e frequente das mãos, promove o controle das infecções hospitalares, proporcionando uma maior segurança e qualidade da atenção prestada ao paciente (PRIMO et al., 2010).

Para tanto, a prática em questão tem a finalidade de remoção de sujidades, suor, oleosidade, pelos e células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo então a transmissão de infecções que são efetivadas por meio do contato; além de auxiliar na prevenção e redução de infecções por transmissões cruzadas (ANVISA, 2007).

O termo “Higiene das mãos”, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, engloba a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica e a antissepsia cirúrgica das mãos (ANVISA, 2007). O mesmo manual traz as seguintes técnicas:

- Higiene simples das mãos: possui a finalidade de remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, retirando a sujidade; é o ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

- Higiene antisséptica das mãos: possui a finalidade de promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos; é o ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

- Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: tem a finalidade de reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades); é feita a aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos. Duração do procedimento: 20 a 30 segundos.

- Antissepsia cirúrgica das mãos: tem finalidade de eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico. Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos.

Algumas recomendações como, manter as unhas naturais, limpas e curtas; não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes; evitar o uso de esmaltes nas unhas; evitar a utilização de anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir ao paciente; aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual), diariamente, para evitar ressecamento da

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pele; fazem com que o processo de higiene das mãos seja efetuado de uma melhor maneira (BRASIL, 2009).

Essa prática, além de ser um importante indicador de qualidade dos serviços de saúde para a segurança do paciente, é considerada a medida individual mais simples e eficaz na prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde e a disseminação de microrganismos multirresistentes (PRADO et al., 2013).

De acordo com Garcia et al. (2013, p.46),

(...) a prevenção e controle das IH envolve toda a equipe de saúde, inclusive quanto ao cumprimento das normas de proteção ao paciente, ressaltando a lavagem das mãos pelos profissionais como medida mais importante de evitar a transmissão de microrganismos de um paciente para outro; o uso de luvas para proteção individual e para redução da possibilidade de microrganismos das mãos dos profissionais contaminarem o campo operatório, (...). A IH representa uma preocupação não apenas dos órgãos da saúde competentes, mas também de ordem social, ética e jurídica frente as implicações na vida dos pacientes e o risco a que estão submetidos.

Apesar da prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde no momento certo e da maneira correta ser um importante auxiliador para a redução da disseminação da infecção no ambiente de saúde e prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e suas consequências, esta medida ainda possui um baixo índice de adesão da equipe de saúde (ANVISA, 2013).

Diversos estudos vêm demonstrando até agora a importância da medida de conhecimentos, riscos, atitudes e percepções dos profissionais acerca da higienização das mãos como medida preventiva de infecções relacionadas à saúde em qualquer nível assistencial (PÉREZ et al., 2015).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma proposta para a higienização das mãos que se baseia em cinco momentos durante a prestação de cuidados, que são: 1. Antes de contato com o paciente; 2. Antes da realização de procedimentos (limpos e assépticos); 3. Após risco de exposição a fluídos corporais; 4. Após contato com o paciente; 5. Após contato com as áreas próximas ao paciente (ANVISA, 2013).

O descumprimento da prática de higienização das mãos é apontado por algumas razões como a falta ou localização não acessível de equipamentos necessários para a prática ou a não disponibilização de suprimentos e produtos imprescindíveis para a higienização das mãos, além da falta de cultura institucional para a prática e ausência de liderança administrativa para estimular a adesão ou punir aqueles que a negligenciam (PRADO et al., 2013).

De acordo com o manual da ANVISA “Segurança do Paciente: Higienização das Mãos” (2009, p.62-63), a técnica correta de lavagem das mãos é a seguinte:

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1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia; 2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos; 3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; 4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos, e vice-versa; 5. Entrelaças os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa; 7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa; 8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa; 9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa; 10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; 11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha.

O Manual da ANVISA (2009, p.33) traz a seguinte informação:

Segundo Larson (1988), o principal problema da higienização das mãos não é a falta de bons produtos, mas sim, a negligência dessa prática. A autora sugere a aplicação da seguinte fórmula: Impacto da Higienização das Mãos = Eficácia x Adesão. Exemplificando, se um produto é 100% eficaz, mas, somente 20% das pessoas aderem, o impacto é de 20%. Por outro lado, se o produto tem eficácia de 50%, mas possui melhor aceitação, 50% de adesão, o impacto será um pouco melhor, isto é, 25%. Portanto, caso o profissional de saúde não realize a higienização das mãos por qualquer razão (falta de tempo, indisponibilidade de pia ou produto), o resultado deixa a desejar, não importando quão eficaz seja o produto na redução microbiana das mãos contaminadas.

Visando melhorar a adesão à higienização das mãos, a OMS, desde 2008, estimula a implantação da estratégia multimodal, a qual é constituída por: adequação da estrutura da instituição com a disponibilização de pias, sabonete, papel toalha e solução alcoólica; treinamento e educação regular das equipes; avaliação periódica da higienização das mãos com feedback para os profissionais; utilização de cartazes atuando como lembretes para os profissionais e informativos para pacientes e visitantes (SANTOS et al., 2014).

2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PEDIATRIA E O CONTROLE DE INFECÇÕES

Um dos princípios fundamentais da Enfermagem, segundo o COFEN é: “Art. 3º – O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza”; além de ser de sua responsabilidade: “Art. 16 – Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência” (COFEN, 2004).

A Lei 7.498 de 25 de Junho de 1986 - Lei do Exercício da Enfermagem – diz que o enfermeiro tem privativamente, dentre outras, as funções de “cuidados diretos de enfermagem

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a pacientes graves com risco de vida; e cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas”.

Desse modo, nota-se que a presença do enfermeiro torna-se indispensável para a segurança e assistência do paciente. É importante que haja um trabalho em equipe para a prevenção e controle das infecções hospitalares. De forma a favorecer esse trabalho, existe a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Assim, a participação do enfermeiro como membro da CCIH é de extrema importância, uma vez que o ele possui contato mais direto com o paciente (CARDOSO, 2004).

Para o controle de infecções hospitalares é necessário que haja mudança de comportamento dos profissionais de saúde, os quais devem estar convencidos da importância dessa transformação. A prática de ações educativas é um meio de se implantar tais alterações que se fazem necessárias e depende não só daqueles envolvidos nos cuidados ao paciente, mas também da organização (TURRINI, 2004).

De acordo com o artigo 12 do Estatuto da Criança e Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990), “Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente”. Sendo assim, o paciente pediátrico tem direito a ter um acompanhante em tempo integral.

Como parte do trabalho da equipe de enfermagem, temos então que a educação em saúde, com a orientação aos acompanhantes em relação ao controle de infecção também torna-se imprescindível para que mantenham-se as devidas condições de higiene e assim, de menores riscos de transmissão de microrganismos entre os pacientes (BRETAS et al., 2013).

A unidade pediátrica é um setor destinado à internação de crianças e adolescentes que necessitam de cuidados contínuos de serviços de saúde. Como particularidade deste setor, tem-se a brinquedoteca, onde são encontrados brinquedos diversos como forma de interação para as crianças hospitalizadas, a fim de diminuir os impactos que a hospitalização poderá causar. A “Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005 apresenta a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação” (OLIVEIRA, 2009).

No setor indicado, a associação de doenças, juntamente com a condição clínica do paciente, a realização de procedimentos invasivos, seja para diagnóstico ou tratamento, e também as falhas nas medidas de controle e prevenção de infecções colaboram para as causas mais frequentes de infecções nesses pacientes (PEREIRA et al, 2005).

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Os profissionais de enfermagem são os que prestam uma assistência mais diretamente aos pacientes e a realização de procedimentos invasivos, compondo assim importante base para a prevenção de infecções relacionadas à saúde, por terem mais chance de disseminar microrganismos através de suas mãos, quando não são higienizadas de maneira correta (OPAS; ANVISA, 2008, p.9).

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, de natureza aplicada, do tipo observação sistemática não participante, cujo objetivo é observar a execução da técnica de lavagem das mãos pela equipe de enfermagem, descrevendo como ocorre a realização desta técnica.

Segundo Gil (2002), as pesquisas descritivas possuem como finalidade a descrição das características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Tem como característica mais significativa a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistêmica.

A abordagem quantitativa traduz em números as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas. Esse tipo de pesquisa tem a finalidade de medir relações entre variáveis por associação e obter informações sobre determinada população. “As análises quantitativas são muito divulgadas e, nesse sentido, sua planificação geralmente necessita de menos explicações que as análises qualitativas” (CONTANDRIOPOULOS, 1994, p.90).

A observação é uma técnica de coleta de dados que consiste em ver, ouvir e também permite examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. Esta técnica obriga o observador a ter um contato mais direto com o objeto de estudo. Na observação não participante, o pesquisador não se integra ao grupo, presenciando o fato sem participar. O pesquisador faz papel de espectador, já que não se deixa envolver pelas situações (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

3.2 CENÁRIO DA PESQUISA

O cenário da pesquisa foi o Hospital Universitário Antônio Pedro - HUAP, localizado no centro da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, o HUAP é a maior e mais complexa unidade de saúde da Grande Niterói e, portanto, considerado na hierarquia do SUS como hospital de nível terciário e quaternário, isto é, unidade de saúde de alta complexidade de atendimento.

O HUAP atende a população da Região Metropolitana II que engloba, além de Niterói, as cidades de Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Sua área de

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abrangência atinge uma população estimada em mais de dois milhões de habitantes e, pela proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, atende também parte da população desse município.

O Hospital é separado por andares, contendo oito andares ao todo, que contém os seguintes setores: ambulatório, banco de sangue, emergência, lavanderia, almoxarifado, Serviço de Infectologia, central de exames radiológicos, setor de diálise, centro cirúrgico, Centro de Terapia Intensiva, Unidade de Terapia Intensiva Coronariana, laboratório de patologia clínica, enfermaria de hematologia, enfermaria de ortopedia, enfermaria de pediatria, enfermaria clínica e enfermaria cirúrgica masculina, enfermaria clínica e a enfermaria cirúrgica feminina e maternidade contendo Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, alojamento conjunto, sala de parto, enfermaria pré-natal. O setor escolhido foi a Enfermaria de Pediatria.

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes do estudo serão os profissionais de enfermagem do Hospital Universitário Antônio Pedro que atuam na Pediatria, com regime de trabalho por plantão diurno ou diarista e que autorizem a realização da observação ao assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE.

Os critérios de exclusão são: profissionais que não pertençam à equipe de enfermagem; profissionais de enfermagem que possuem um regime de plantão noturno; profissionais de enfermagem que atuam na parte administrativa do hospital; e profissionais que não aceitem participar da observação e/ou não assinem o termo de consentimento livre e esclarecido.

O quantitativo de sujeitos utilizados nesta pesquisa foi de 10 profissionais de enfermagem. Os participantes foram observados em dias variados, nunca possuindo duas observações do mesmo funcionário. O n=10 foi escolhido por uma amostra de conveniência, pois são os profissionais que mantem maior contato com os pacientes.

3.4 ASPECTOS ÉTICOS

Antes de ser iniciada a coleta de dados, esta pesquisa foi submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina/ Hospital Universitário Antônio Pedro no dia 19/10/2015, tendo como CAAE o nº 47695515.4.0000.5243.

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Será de responsabilidade do pesquisador o sigilo das informações e o anonimato dos sujeitos envolvidos, desenvolvendo a pesquisa segundo os preceitos da Resolução Nº 466, de 12 de Dezembro de 2012.

O pesquisador se responsabilizará pela preservação dos dados da pesquisa, cabendo-lhe divulgar os resultados em eventos científicos, sem denegrir a imagem da instituição envolvida na pesquisa. O pesquisador tem a obrigação de conduzir a pesquisa de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

O parecer do Comitê de Ética e Pesquisa segue nos Anexos.

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O instrumento de pesquisa escolhido para ser utilizado na pesquisa foi um check-list (ou Lista de Verificações) elaborado de acordo com o manual da ANVISA (BRASIL, 2013). A Lista de Verificação tem a intenção de ser uma ferramenta prática e de fácil utilização por profissionais de saúde interessados na melhoria da segurança do paciente e na redução de complicações (BRASIL, 2013).

Para o desenvolvimento desse check-list, foi levado em consideração dois princípios. Como primeiro princípio tem-se a simplicidade. Uma lista que seja exaustiva de padrões e orientações, apesar de ser de grande importância para melhoria da segurança do paciente, poderia se tornar um empecilho na hora de sua utilização (BRASIL, 2013).

O segundo princípio constitui-se pela possibilidade de mensuração. A mensuração do impacto é uma parte imprescindível do estudo, para assim avaliar a qualidade da assistência à saúde (BRASIL, 2013).

O check-list contém os devidos momentos em que deve ser realizada a higienização das mãos, assim como a descrição de como deve ser feita a técnica de lavagem das mãos. Inclui os 11 (onze) passos a serem realizados durante a técnica, contendo espaço para marcação de sim ou não e observações que possam ser pertinentes. Além disso, também constam os 5 (cinco) momentos em que o procedimento deve ser efetuado.

Além dos passos e momentos para uma higienização correta das mãos, há também espaço destinado para a identificação do indivíduo que estará em observação, determinando sua categoria, como auxiliar de enfermagem, técnico em enfermagem ou enfermeiro. Assim como o turno em que haverá a coleta.

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3.6 COLETA DE DADOS

Após a aprovação do Comitê de Ética, a coleta de dados foi realizada em três etapas. A primeira etapa ocorreu no mês de Novembro, onde foi realizado um diagnóstico in loco do setor, atribuindo os critérios de inclusão e exclusão dos participantes. Após esta avaliação foi escolhido o quantitativo de 10 sujeitos participantes, sendo aqueles que possuem maior contato com os pacientes.

A segunda etapa da coleta de dados foi realizada através do contato com os participantes, apresentando o tema da pesquisa aos funcionários da Enfermaria de Pediatria, com a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.

Após a concordância dos participantes com a assinatura do TCLE, a terceira etapa ocorreu com a aplicação de um check-list previamente elaborado para observação não participante, nos meses de Dezembro e Janeiro.

3.7 ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva, que é a etapa inicial utilizada para descrever e resumir os dados. É o conjunto de métodos para organização, apresentação e descrição de dados representativos do comportamento. Através desse meio de análise, a estatística descritiva permite organizar e descrever os dados de por meio de tabelas e gráficos. Tem como objetivo básico sintetizar uma série de valores de mesma natureza, permitindo que se tenha uma visão global da variação desses valores (BARBETA, 1999).

Os dados foram agrupados e organizados. Optou-se pelo uso de gráficos e tabelas, que proporcionam uma melhor visualização das informações coletadas através da observação não participante. Na construção das tabelas utilizou-se frequência absoluta e frequência relativa para indicar o quantitativo de sujeitos.

A frequência absoluta corresponde ao número de elementos pertencentes a uma classe. Enquanto que a frequência relativa é determinada em porcentagem, dada pela relação entre a frequência absoluta e o somatório dos valores. Assim, os sujeitos que realizaram as etapas presentes no instrumento de pesquisa correspondem a frequência absoluta, e a frequência relativa é o número de sujeitos da frequência absoluta representado por porcentagem sobre o número de sujeitos totais.

Para uma melhor visualização e entendimento, os dados foram agrupados em quatro categorias. A primeira categoria corresponde ao diagnóstico do setor, identificando o

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quantitativo de sujeitos do setor, atribuindo-se os critérios de inclusão e exclusão para determinar o número de sujeitos participantes.

A segunda categoria refere-se ao diagnóstico do setor em relação aos materiais e insumos necessários à prática de lavagem das mãos. A terceira categoria inclui o primeiro grupo de itens do instrumento de pesquisa, que leva em consideração a assertividade da técnica de lavagem das mãos pela equipe de enfermagem. E a quarta categoria é constituída do segundo grupo de itens do instrumento de pesquisa, o qual observa os momentos em que ocorre a lavagem das mãos pela equipe de enfermagem.

3.8 LIMITAÇÃO DO ESTUDO

Ao saberem que estão sendo observados, os profissionais poderão alterar seus hábitos no setor, procurando manter a adequada técnica de higienização das mãos. Para eliminar tal viés de pesquisa que poderá ter, optou-se por fazer a observação durante a disciplina de Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente II, na qual exerço papel de monitora.

Assim, os profissionais não souberam em que momento estavam sendo observados, fazendo com que a pesquisa fosse efetivada.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta seção serão apresentados os resultados referentes à coleta de dados realizada durante os meses de dezembro de 2015 e janeiro de 2016. As informações coletadas serão apresentadas em cinco categorias temáticas com o objetivo de favorecer e facilitar a visualização e entendimento dos resultados.

Tais categorias respondem aos objetivos, geral e específico, propostos na pesquisa. Assim trazendo considerações e importantes dados a serem discutidos. A partir do tema proposto e da análise do material, optou-se por agrupar os dados em cinco categorias temáticas.

A primeira categoria a ser descrita será referente ao Diagnóstico do setor e dos participantes. A segunda categoria traz o diagnóstico relacionado aos materiais e insumos imprescindíveis para a aplicação da técnica de lavagem das mãos. A terceira categoria expõe o viés de pesquisa. A quarta categoria trabalha a questão da assertividade da técnica do procedimento em questão. A quinta categoria compreende a questão dos momentos em que ocorre a lavagem das mãos.

A categoria referente ao diagnóstico do setor e participantes corresponde à etapa inicial da coleta de dados. Nessa etapa realizou-se um diagnóstico na enfermaria de Pediatria, a fim de identificar o quantitativo de sujeitos que iria participar da pesquisa, aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão.

Na segunda categoria, o diagnóstico incluiu a observação em relação aos materiais e insumos necessários a uma correta e adequada técnica de lavagem das mãos, presentes ou não na enfermaria.

Já na terceira categoria, procurou-se mostrar o viés da pesquisa encontrado no início da coleta, e a estratégia utilizada para eliminar o risco de se continuar a pesquisa.

Na quarta categoria será exposto o primeiro grupo de itens presentes no instrumento de pesquisa, que se refere à assertividade da técnica de lavagem das mãos pelos profissionais de enfermagem participantes da pesquisa, descrevendo como se dá essa técnica na rotina de trabalho.

A quinta e última categoria trabalha com a questão dos momentos em que foi realizada a lavagem das mãos, onde será mostrado se a equipe de enfermagem realiza tal procedimento nos devidos momentos preconizados pela ANVISA.

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4.1 PRIMEIRA CATEGORIA: DIAGNÓSTICO DO SETOR – SUJEITOS DA PESQUISA

O setor de Enfermaria de Pediatria fica situado no quinto andar do prédio principal do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), localizado no município de Niterói – RJ. Sua estrutura física conta com duas alas de enfermaria, que são divididas entre pré-escolares e escolares; a enfermaria de pré-escolar é constituída de 05 (cinco) leitos, enquanto que 06 (seis) leitos fazem parte da enfermaria de escolar. Possui um posto de enfermagem central que possibilita a visualização dos leitos das duas alas.

Além disso, possui uma brinquedoteca, onde as crianças podem desenhar e realizar diversas atividades recreativas. Conta ainda com uma sala para procedimentos, banheiro, expurgo, sala de estar médico e de enfermagem, copa, sala da pedagogia, sala da nutrição e também uma área reservada onde ficam os prontuários. Atualmente, a Unidade Intensiva Neonatal também fica dentro da Pediatria, em uma área reservada e isolada.

De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN (2004) “para berçário e unidade de internação em pediatria, caso não tenha acompanhante, a criança menor de seis anos e o recém-nascido devem ser classificados com necessidades de cuidados intermediários”. Assim, levando em consideração o sistema de classificação de pacientes, o percentual do total de profissionais de Enfermagem necessário para assistência mínima e intermediária é de 33 a 37% de enfermeiros (mínimo de seis) e os demais auxiliares e/ou técnicos de enfermagem.

A Enfermaria de Pediatria do Hospital Universitário Antônio Pedro é composta, em sua equipe de Enfermagem, por um total de 07 enfermeiros e 15 técnicos de enfermagem. Dentre os enfermeiros, 03 (três) são plantonistas noturnos e 04 (quatro) fazem plantão diurno; sendo que 01 (um) plantonista diurno é responsável pela parte administrativa do setor, o enfermeiro diarista.

Os técnicos de enfermagem também são divididos por plantão durante a semana. O plantão de dia é constituído de 03 (três) técnicos de enfermagem, enquanto que o plantão feito durante a noite é composto de 02 (dois) técnicos.

Durante os meses de Dezembro/2015 e Janeiro/2016 em que foram coletados os dados, tiveram algumas pessoas integrantes desta equipe que estavam em seu período de férias. No mês de Dezembro/2015 05 (cinco) integrantes estavam ausentes do serviço pelo motivo de férias; e em Janeiro/2016 obteve-se 06 pessoas não estavam presentes pelo mesmo motivo.

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A Tabela 1 mostra o quantitativo total da equipe de enfermagem e o quantitativo dos participantes da pesquisa.

Tabela 1 – Quantitativo total da equipe de enfermagem e participantes da pesquisa

Enfermeiros Técnicos de enfermagem

Total 7 15 Participantes da pesquisa 3 (43%) 7 (47%)

Aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão para a participação na pesquisa, temos que: o enfermeiro diarista foi excluído por fazer parte da administração e não da assistência direta ao paciente; os enfermeiros e técnicos de enfermagem pertencentes ao plantão noturno também foram excluídos por não fazerem parte dos critérios de inclusão, além daqueles que não aceitaram fazer parte da pesquisa.

Sendo assim, temos um quantitativo de 10 (dez) sujeitos participantes da pesquisa, que são compostos de 3 (três) enfermeiros e 7 (sete) técnicos de enfermagem.

4.2 SEGUNDA CATEGORIA: DIAGNÓSTICO DO SETOR – MATERIAIS E INSUMOS

Considerando-se a parte de recursos e infraestrutura necessária à aplicação da técnica de higienização das mãos, o setor deve ser contemplado com pias, dispensadores de sabonete líquido e dispensadores de papel toalha; além de dispensadores com álcool em gel distribuídos pelo setor.

Dentre esses materiais encontrados, notou-se que durante a realização da coleta de dados estavam em boas condições de uso, estando aptos para a realização do procedimento em questão, pois não houve falta dos mesmos nesse período.

A Tabela 2 mostra o quantitativo de materiais encontrados em cada ala do setor de Pediatria.

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Tabela 2 – Quantidade de materiais disponíveis em cada ala do setor de Pediatria

Setor Pias Dispensadores de

sabonete Dispensadores de papel toalha Posto de Enfermagem 01 01 01 Enfermaria pré-escolar 01 01 01 Enfermaria escolar 01 01 01 TOTAL 03 03 03

Para tanto, o quantitativo de materiais achados no setor foi o seguinte: 03 (três) pias, sendo uma na enfermaria de pré-escolar, outra na enfermaria de escolar, e a terceira localizada dentro do posto de enfermagem; em cada pia foi encontrado juntamente um dispensador de sabonete e também um dispensador de papel toalha, totalizando 03 (três) dispensadores de sabonete e 03 (três) de papel toalha.

4.3 TERCEIRA CATEGORIA: ASSERTIVIDADE DA TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS

O primeiro item abordado no instrumento de pesquisa foi em relação à assertividade da técnica de higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem, onde são abordados os onze passos para uma adequada realização da mesma.

Para a correta prevenção de transmissão de microrganismos pelas mãos, são imprescindíveis que haja três fatores, sendo eles: “agente tópico com eficácia antimicrobiana, procedimento adequado ao utilizá-lo (com técnica adequada e no tempo preconizado) e adesão regular no seu uso (momentos indicados)” (BRASIL, 2009).

Através da observação não participante, observou-se que diante dos passos mencionados para a efetividade da técnica, alguns deles foram deixados de lado, tais como: a duração do procedimento; o ato de esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta; esfregar os polegares; friccionar as polpas digitais e unhas; e esfregar os punhos.

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As mãos dos profissionais de saúde são um importante meio de contaminação no ambiente hospitalar. Diversos estudos já publicados demostraram que medidas como a higienização das mãos possuem efetividade em relação ao combate às infecções relacionadas à saúde, já que a ocorrência dessas infecções nas unidades de saúde tem grande relação com a má qualidade na lavagem das mãos (DUTRA et al., 2015).

A enfermagem por ser a equipe que está em contato mais direto com o paciente é a principal responsável pela prevenção desse tipo de infecção. A equipe de enfermagem é a responsável por fazer a maior parte dos procedimentos, invasivos ou não. Além disso, a transmissão de microrganismos também se dá de forma indireta, por exemplo, através de equipamentos utilizados na assistência ou até mesmo objetos que ficam próximos ao paciente. Os passos para uma correta higienização das mãos, segundo o manual da ANVISA (2009), são:

1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia; 2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos; 3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; 4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos, e vice-versa; 5. Entrelaças os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa; 7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa; 8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa; 9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa; 10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; 11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha.

O gráfico 1, mostrado abaixo, demonstra a frequência de enfermeiros que efetuou cada um dos passos de higienização das mãos, citados anteriormente, onde se visualiza que os passos 1, 2, 3, 4, 9, 10 e 11 foram cumpridos com excelência por todos os enfermeiros. Já os passos 5 e 8 foram realizados apenas por dois deles, representando 67%. E apenas um enfermeiro efetuou os passos 6 e 7,o que representa 33%.

Referências

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