A União Monetária Europeia
Capitulo 10
Revisão de Conceitos
zMoeda
zTaxa de Câmbio
zInflação
zDeficit Orçamental
zDivida Publica
História Monetária da Europa
z
Moeda Metálica
–
O valor de cada moeda era definido pelo seu
conteúdo de metais preciosos:
–
Cada senhor controlava a emissão da sua moeda
–Quando as finanças públicas atravessavam
dificuldades reduzia-se a gramagem das moedas
raspando algum ouro
–
A identificação do estado com a moeda ocorre no
sec. XIX com o aparecimento do estado-nação.
Padrão Ouro
z
Vigorou no período 1880-1914
z
Operou como uma união monetária de facto
z
Tem por base dois princípios
macroeconómicos:
–
Neutralidade da moeda no longo prazo
Pressupostos Base
z
Neutralidade da moeda no longo prazo
–
Assume que a taxa de inflação é o resultado do
crescimento monetário no longo prazo;
z
O efeito do stock de moeda nas taxas de juro
Moeda Ouro Preços P M CAB deficit CAB surplus
Mecanismo Preço - Moeda
KAB surplus KAB deficit i M Moeda Ouro Taxa de Juro
Três Princípios Básicos
zCompleta convertibilidade;
z
Suporte total por reservas
z
Liberdade de comércio e de movimento de
O Sistema de Bretton-Woods
z O fim da 2ª Guerra Mundial coloca de novo o problema da
reorganização das relações económicas internacionais;
z A experiência anterior à eclosão conflito, de falta de
cooperação, de rivalidade acesa, de desvalorização competitiva, de impotência face à crise de 30 não estava esquecida;
z O sistema assentava:
– na convertibilidade dólar/ouro (1 onça de ouro fino=35 dólares);
– Um sistema de câmbios fixos ajustáveis;
– A criação duma instituição internacional capaz de financiar os países deficitários quando existissem desequilíbrios fundamentais.
O Fim de Bretton Woods
z A Guerra do Vietname e o excesso de dólares;
– O deficit orçamental dos EUA
z A diminuição das reservas de ouro americanas (1957-1971); z Nixon e o fim da convertibilidade do dólar;
z O Acordo do Smithsosian
– Desvalorização do dólar de 35 para 38 dólares a onça;
– Realinhamento da paridade das taxas de câmbio;
– Ampliação das margens de flutuação das taxas de câmbio em
2.25%
– Abolição da sobretaxa de 10% às importações decretada pelos
Crise económica e monetária
z Aumento dos preços do petróleo em 1973; z Desvalorização do dólar para 42,28 a onça; z Aumento do desemprego;
z Aumento da Inflação;
z Abolição do preço oficial do ouro em Setembro de 1975; z O FMI altera os estatutos:
– É abolido o sistema de paridades fixas;
– Cada país é livre de escolher o seu sistema de câmbios; – Desmonetarização progressiva do ouro, os Direitos de Saque
Especiais passam a ser definidos em função dum cabaz de 16 moedas;
– É eliminada a obrigatoriedade das transacções com o Fundo serem realizadas em ouro.
Taxa de Inflação 0 5 10 15 20 25 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 Austria França Alemanha Portugal Espanha
2,9 3,4 9,5 6,1 18 24,2 6,4 4,8 1 UK 3,2 8,9 20,4 19,3 24,9 13,4 2,9 3,1 1,6 Grécia 3,4 4,7 6,7 8,8 15,5 16,9 5,8 13,2 1,2 Espanha 2,9 4,1 13,4 19,3 16,6 20,4 4,5 3,5 3 Portugal 1,9 1,7 2,7 2,2 5,4 5,9 3,4 3,2 1,5 Alemanha 1,7 1,8 3,4 5,8 13,5 11,7 5,8 2,7 4,1 França 2,4 2,3 3,3 3,2 6,3 8,4 4,4 4,9 1,9 Austria 2000 1995 1990 1985 1980 1975 1970 1965 1960 Taxa de Inflação 0 5 10 15 20 25 30 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 Portugal Espanha Grécia UK
Acordo de Basileia-1972
z Cria o mecanismo da serpente no túnel;
z Uma auto limitação da flutuação das moedas europeias; z O desvio instantâneo em relação à paridade das cotações de
duas quaisquer moedas dos países da CEE fica limitado a 2.25%;
z A flutuação conjunta de duas moedas relativamente ao dólar
fica limitado a 4.5% (a largura do Túnel);
z As intervenções par manter as moedas europeias na serpente
são feitas em moedas europeias enquanto as intervenções para manter a serpente no túnel são realizadas em dólares.
O Tratado de Maastricht
z
O Conselho de Maastricht decide substituir a CEE
pela EU;
z
Compromisso de lançar a moeda única até Janeiro
de 1999
z
Lista de cinco critérios de admissão à união
monetária
z
Definição clara das instituições bancárias centrais
zCondições adicionais (e.g. Procedimento por deficit
Os custos da moeda única
z Estes custos decorrem do facto do país deixar de ter moeda
nacional e de poder alterar o preço da sua moeda em termos das outras moedas. Esta perda traduz-se num custo porque as estruturas económicas dos países são diferentes:
– Diferentes reacções aos choques assimétricos na procura e
oferta;
– Diferenças nas preferências dos países em relação à inflação e ao desemprego;
– Diferenças nas instituições do mercado de trabalho e em relação à mobilidade e flexibilidade laboral;
– Diferenças nas taxas de crescimento económico dos países; – Diferenças nos sistemas fiscais;
– Diferenças nos graus de abertura da economia.
Os benefícios da moeda única
z
Redução dos custos de transacção;
–
Efeitos directos estimados de 0,25% a 0,5% do
PIB;
–
Efeitos indirectos, diminui a incerteza relativa ao
preço dos bens
z
Diminuição das taxas de juro;
z
Redução da inflação;
Os critérios de convergência de
Maastricht
z Inflação
– Não deve exceder em mais de 1.5% a média das três mais
baixas taxas de inflação entre os países da União Europeia
z Taxa de Juro de Longo Prazo
– Não deve exceder em mais de 2% a Taxa média de Juro
nos 3 países com as taxas de inflação mais baixas
z Membro do ERM
– Pelo menos dois anos no ERM sem desvalorização da
moeda
z Deficit Orçamental
– Deficit menor do que 3% do PIB z Dívida Pública
– A divida deve ser menos de 60% do PIB
Interpretação dos critérios de convergência: inflação
0.00 5.00 10.00 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 France Italy Spain Germany Belgium Portugal
Interpretação dos critérios de
convergência:
taxa de juro de longo prazo
z Seria fácil reduzir a inflação em 1997 – artificialmente ou não –
e depois deixá-la subir
z As taxa de juro de longo prazo incorporam as expectativas
sobre a inflação no longo prazo no mercado de dívida
z O critério exige convencer o mercado z Problema: self-fulfilling prophecy
– Se os mercados acreditam na admissão na zona euro,
esperam que a inflação e taxa de juro de longo prazo seja baixa, o que cumpre o critério…
Interpretação do critério
membro do ERM
z
A mesma lógica usada para a taxa de juro: é
necessário convencer os mercados de
câmbio
Interpretação do critério de
convergência:
Deficit orçamental e divida publica (1)
z
Historicamente os períodos de grande
inflação estão associados a deficits públicos
e divida galopante;
z
Necessidade de arrumar a casa antes da
entrada no sistema;
z
Escolha dos limites:
–
Deficit: A regra dourada Alemã
–Divida: a média em 1991
Interpretação do critério de convergência: deficit orçamental e divida
z
Problema No.1: alguns anos de disciplina
orçamental não garantem disciplina no longo
prazo
–
O procedimento por deficit excessivo trata deste
problema
O critério do deficit e da divida em 1997
Maastricht fiscal criteria 1997
0 20 40 60 80 100 120 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 Deficit (% GDP) Pu b lic D eb t ( % GD P )
As siglas
z N países com N Bancos Centrais (BCNs) que continuam a
operar mas sem a função de dirigir a politica monetária
z Um novo Banco Central: O Banco Central Europeu (BCE) z O Sistema Europeu de Bancos Centrais (ESCB): o BCE e todos
BCNs (N=15)
O sistema
Como opera o Sistema Euro?
z
Objectivos
–
O que se pretende atingir?
z
Instrumentos
–
Os meios disponíveis?
z
Estratégia
Objectivos (1)
z
O Tratado de Maastricht Art.105
“
O objectivo principal do ESCB é manter a estabilidade de preços. Sem prejuízo da estabilidade de preços, the ESCB apoiará as políticas económicas da Comunidade contribuindo para atingir os objectivos expressos no artigo 2.”z
Logo:
–
A prioridade absoluta é combater a inflação
–Seguido pelo apoio ao crescimento e emprego
Objectives (2)
z A inflação objectivo operacional: existe uma meta? z Não, apenas a definição de estabilidade de preços
:
“A estabilidade de preços é definida como a variação abaixo de
2% do Harmonised Index of Consumer Prices (HICP) .A estabilidade
de preços deve ser assegurada no médio prazo."
“O Conselho de Administração decidiu que para manter a estabilidade de preços deverá ter como objectivo manter a inflação abaixo dos 2% no médio prazo.”
z Deixa margem de interpretação: – Quanto abaixo dos 2% – O que é médio prazo?
Instrumentos (1)
z Canais da política monetária – Taxas de longo prazo – Credito
– Preços de activos – Taxa de câmbio
z Todos fora do controle do Banco Central
z Que apenas controla a taxa de juro de curtíssimo prazo:
European Over Night Index Average (EONIA)
z EONIA afecta as expectativas do mercado
Instrumentos (2)
z
O Sistema Euro controla a EONIA
estabelecendo um valor máximo e mínimo e
gerindo o mercado nesse intervalo
z
Valor mínimo: a taxa de depósito no Sistema
Euro
z
O valor máximo: a taxa de empréstimo do
Sistema Euro
z
Leilões semanais (principal facilidade de
EONIA & Co.
0 1 2 3 4 5 6 7Jan.99 Jul.99 Jan.00 Jul.00 Jan.01 Jul.01 Jan.02 Jul.02 Jan.03 Jul.03
EONIA Deposit facility Marginal lending facility Main refinancing
Os dois pilares da estratégia
z
As decisões mensais do BCE sobre a taxa
de juro apoiam-se em dois pilares:
z
Análise Económica
–
Geral das condições económicas
zCrescimento, emprego ,taxas de câmbio etc.
z
Análise Monetária
–
Evolução dos agregados monetários (M3,
O mesmo tamanho para todos?
z
Com uma política monetária unica as
condições especiais de cada país não
podem ser atendidas
z
Há um custo associado a esta política unica
que pode ser interpretado como outra versão
do choque assimétrico da teoria da Zona
Monetária Óptima
z
A Política Monetária afecta cada país de
form diferente.
Independência e fiscalização
z
O senso corrente defende a independência
dos bancos centrais
–
Os Governos não resistem à tentação de imprimir
moeda
–
O Bundesbank estabeleceu a referência
z
Os governos respondem perante os eleitores
z
Nos bancos centrais a independência
remove esse controle
Reequilibrando o deficit democrático
z
Os Bancos Centrais devem responder
–
Perante os cidadãos
–
Perante os responsáveis eleitos
z
Exemplos
–
O Ministro das Finanças fixa uma meta de
inflação ao Banco de Inglaterra .O Banco é livre
de decidir como atinge essa meta mas deve
explicar-se se falhar.
–
O Banco Federal dos EUA deve explicar a sua
política oa Congresso que pode reduzir a
independência do FED
A Fiscalização do Sistema Euro
z
Informar o Parlamento Europeu
z
O Presidente do BCE deve comparecer no
PE quando solicitado e fá-lo todos os
trimestres
z
O Parlamento Europeu não pode alterar a
independência do BCE e tem pouca
visibilidade
A história recente
z
Um período difícil
–
Choque petrolífero de 2000
–
Abrandamento da economia mundial
–11 de Setembro
–
O crash bolsista de 2002
–Afeganistão, Iraque
–
A bolha no mercado de activos
Inflação: objectivo quase atingido
0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
O euro: inicio fraco, mas depois
muito forte?
The euro/dollar exchange rate
0.8 0.9 1 1.1 1.2
Jan.99 Jul.99 Jan.00 Jul.00 Jan.01 Jul.01 Jan.02 Jul.02 Jan.03 Jul.03
Sem choques assimétricos fortes
Inflation 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003Average Min Max
GDP growth -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003