AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
NA ÁREA DE
GÊNERO E DIVERSIDADE
SEXUAL/2011
Seminário Plano Nacional de Educação –
Mobilização por uma Educação sem Homofobia
Diretrizes:
• Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
(PNEDH/2006) - tem como eixos temáticos: raça, nacionalidade, etnia, gênero, classe social, região, cultura, diversidade religiosa,
orientação sexual, identidade de gênero, geração e deficiência.
• II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (II PNPM/2008) - 94 metas, 56 prioridades e 388 ações - destaque
para o “Capítulo 2: Educação inclusiva, sexista, racista, não-homofóbica e não-lesbofóbica” e o “Capítulo 9: Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia”que apresentam a maioria das metas e ações voltadas para a educação.
• Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT (PNLGT/2009) - 561 recomendações para políticas
públicas para pessoas LGBT.
• Conferência Nacional de Educação (2010), no seu Eixo Temático
VI, aprovou mais de 20 recomendações relativos a gênero e diversidade sexual e 03 moções (Aprovação do PLC 122/2006; Respeito à diversidade sexual na Educação e Direito a identidade e uso do nome social das pessoas travestis e transexuais no ensino brasileiro).
O Projeto Educação para Promoção do Reconhecimento da
Diversidade Sexual e Enfrentamento ao Sexismo e a Homofobia promove e apóia a realização de:
•Pesquisas educacionais sobre sexismo e homofobia no
ambiente escolar;
•Cursos de formação continuada de profissionais da educação
básica; e
•Produção de materiais didático-pedagógicos voltados para
a promoção do reconhecimento da diversidade sexual e o enfrentamento ao sexismo e à homofobia e para promoção da
Pesquisas Educacionais:
Por que discutir sexismo e homofobia no ambiente escolar?
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE realizou em 2008 pesquisa sobre ações discriminatórias no âmbito escolar,
com apoio do Inep (em parceria com a Secadi).
A pesquisa foi organizada de acordo com as áreas temáticas de étnico-racial, gênero, orientação sexual, geracional, territorial, necessidades especiais (deficiência) e socioeconômica.
Entre os dados levantados, no que concerne a orientação sexual e gênero destacamos:
• as atitudes preconceituosas na área temática de gênero
apresentou o percentual mais alto (38,2%); já na área temática de orientação sexual apresentou 26,1% (o quarto índice mais alto).
• o comportamento em relação a pessoas homossexuais foi o que
apresentou o maior valor para o índice percentual de discriminação, com 72%;
• quanto a conhecimento de práticas discriminatórias sofridas pelos
grupos, entre os/as professores/as, os homossexuais apresentaram o segundo maior índice, com 8,1%;
Estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos:
Violência e Convivência nas Escolas", (RITLA, 2009):
amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal. Resultado: 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito.
Pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil:
intolerância e respeito às diferenças sexuais” (Perseu
Abramo, 2009): 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT.
Formação Continuada de Profissionais
da Educação Básica:
O Ministério da Educação apóia a realização de cursos de formação
continuada de profissionais da educação básica voltados para a promoção da equidade de gênero e do reconhecimento da diversidade
sexual, visando o enfrentamento ao sexismo e à homofobia no contexto escolar.
Os cursos Gênero e Diversidade na Escola/GDE, Gênero e
Diversidade Sexual/GDS e de Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/GPP - GeR são ofertados pelas Instituições Públicas
de Ensino Superior com apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação nas modalidades aperfeiçoamento e especialização
-presenciais, semi-presenciais e à distância.
Além de professores e profissionais da educação, participam dos cursos gestores/as e servidores/as públicos/as, integrantes dos Conselhos de Direitos, dos Fóruns Intergovernamentais, dos Conselhos de Educação
e às/aos dirigentes de organizações não-governametais lígados à temática.
Produção de materiais didático-pedagógicos
Foram elaborados e reproduzidos pelo Ministério da Educação as seguintes publicações:
• Caderno Secad 4 – Gênero e Diversidade Sexual na
Escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos
(2007);
• Olhares Feministas (2007) ;
• Livro teórico e Caderno de atividades do Curso de Gênero e Diversidade na Escola (2008);
• Diversidade Sexual na Educação: Problematizações sobre Homofobia nas Escolas (2009) ;
• 1ª a 6ª Edição do Livro do Prêmio Construindo a
Igualdade de Gênero (com redações e artigos científicos
premiados) – um volume para cada edição (2005 a 2010);
• Diversidades – Dimensões de Gênero e Sexualidade (2011).
Os Programas Nacional do Livro Didático (PNLD),
Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de
Jovens e Adultos (PNLA) contém, em seus editais
públicos, orientações e diretrizes para a inclusão das temáticas de gênero, identidade de gênero e orientação
sexual.
Nesse sentido, os editais passaram a incorporar orientações com relação ao papel social dos livros e a sua contribuição
“para a formação da cidadania, incentivando a autonomia do professor e do aluno”.
Os editais indicam, inclusive, que as obras não podem, sob hipótese alguma, “veicular preconceitos nem repetir
padrões estereotipados - por condição econômico-social, étnico-racial, de gênero, de necessidades especiais, de orientação sexual, de localidades urbanas e rurais, incluindo
preconceitos contra variedades lingüísticas não dominantes (dialetos, registros, sotaques, etc.)”.
Os editais indicam ainda que os livros não podem “fazer
doutrinação de qualquer tipo, desrespeitando o caráter laico e democrático do ensino público”.
Nesse sentido, os livros adquiridos pelo Ministério da Educação devem “favorecer o diálogo, o respeito e a convivência (...), propagando conceitos e informações necessárias à cidadania e ao convívio democrático, como o
Outras iniciativas:
Programa Saúde Escolar/PSE – Saúde – Programa Saúde e Prevenção nas Escolas/SPE
O Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas/SPE é implementado desde 2003, tendo como foco o desenvolvimento de ações voltadas para protagonismo juvenil, formação de pares, promoção dos direitos sexuais e reprodutivos, de gênero e de orientação sexual, prevenção à gravidez indesejada e ao uso indevido de drogas, por meio de formações para estudantes, profissionais da educação e da saúde e materiais didáticos (tais como Guia de Formação de
Profissionais, Guia de Formação de Jovens, entre outros).
Em 2007, foi instituído o Programa Saúde Escolar/PSE, voltado para a promoção da saúde de estudantes e dos profissionais da educação.
O Programa é desenvolvido em parceria entre o Ministério da Educação e da Saúde.
Programa de Extensão Universitária - ProExt
Tem o objetivo de apoiar as instituições públicas de ensino superior no desenvolvimento de programas ou projetos de extensão que contribuam para a implementação de políticas públicas. Criado em 2003, o ProExt abrange a extensão universitária com ênfase na inclusão social.
Linhas temáticas do Edital 2011:
1. Educação (com subtema Educação e Direitos Humanos), 11. Direitos Humanos (com subtemas Educação em Direitos Humanos; Centro de Referência de em Direitos Humanos; Promoção e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – LGBT; Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas; Defensores de Direitos Humanos e Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes) e 13: Mulheres e relações de gênero.
O PROEXT selecionou entre 2010 e 2011 mais de 50 projetos de extensão na área de direitos humanos, gênero e orientação sexual.
Nome social de Travestis e Transexuais nos Registros Escolares (2009 a 2011)
Ofícios Enviados para as seguintes instituições: CONSED,
UNDIME, Conselhos Estaduais de Educação (26 estados e DF), CRUB, ABRUC, ABRUEM, ANDIFES e Conselho Nacional das
Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – CONIF).
Instituições que já regulamentaram a adoção do nome social:
• Conselho Estadual de Educação (PI, MA,SP, PA, GO, SC, RS, PR, MT, AL, TO)
• Secretarias Municipais de Educação (Belo Horizonte e Fortaleza)
• Secretarias Estaduais de Educação (PA e DF)
• IES: UNIFAP e IF-SC
• Ministério Público do Estado do Paraná (Parecer nº 04/2009)
• MS (Portaria nº 1.820/2009), MPOG (Portaria nº 233/2010)
Série Educação e Diversidade Sexual do
Programa Salto para o Futuro
Desenvolvida em parceria com a Secadi, a série é composta de 5 Episódios (1 - Direitos Humanos e Diversidade Sexual; 2 – Orientação Sexual e Identidade de Gênero; 3 – Educação para Diversidade; 4 – Outros Olhares sobre Educação e Diversidade Sexual; 5 – Educação e Diversidade Sexual em Debate).
A série tem por objetivo debater a temática de diversidade de orientação sexual e de identidade de gênero no âmbito da educação em direitos humanos.
Apresenta um panorama de reflexões e experiências educacionais que vem sendo desenvolvidas para a promoção dos direitos humanos de LGBT.
Foi exibida por meio do canal e do site da TV Escola entre os dias 09 e 13/05/2011.
Projeto “Escola sem Homofobia”
Desenvolvido entre 2008 e 2011, tem por objetivo enfrentar a homofobia no ambiente escolar.
É fruto da parceria entre o Ministério da Educação e a Pathfinder do Brasil, Ecos e Reprolatina, com o apoio da ABGLT.
Tem previsto os seguintes produtos: 1) Pesquisa qualitativa sobre a temática, que forneceu subsídios para a formulação dos referenciais pedagógicos; 2) Realização de Seminários Regionais de formação; e 3) Desenvolvimento de um conjunto de materiais didático-pedagógicos.
Plano Nacional de Educação
Está em discussão no Congresso Nacional o Projeto de Lei que regulamentará o Plano Nacional de Educação (PNE)
para o decênio 2011-2020.
O PNE apresenta 10 diretrizes e 20 metas, seguidas das estratégias específicas de concretização.
O texto prevê formas de a sociedade monitorar e cobrar cada meta e/ou estratégia prevista. As metas seguem o modelo de visão sistêmica da educação estabelecido em 2007 com a criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Tanto as metas quanto as estratégias tratam de iniciativas
Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB; Estratégia 7.14) Garantir políticas de combate à violência
na escola e construção de uma cultura de paz e um
ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade escolar.
Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar
para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%,
nesta faixa etária.
Estratégia 3.9) Implementar políticas de prevenção à
evasão motivada por preconceito e discriminação à
orientação sexual ou à identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão.