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Mercado Futuro de Índices de Ações

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Mercado Futuro de Índices de Ações

Índices Brasileiros

O exame da metodologia do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo, principal indicador usado no Brasil, revela características não encontradas em outros índices acionários no mundo. Uma breve revisão histórica propicia o marco para entender as preocupações que orientaram o desenvolvimento metodológico, bem como as evoluções posteriores evidenciadas em novos índices do mercado brasileiro.

TÓPICOS

1) Introdução

2) Índices de Mercado 3) Índices Setoriais 4) Considerações finais

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Mercado Futuro de Índices de Ações

1. Introdução

A história dos índices acionários no Brasil se remonta à época da reorganização do sistema financeiro nos anos 1960. Desde então, diversas concepções teóricas, alentadas por várias entidades (bolsas e associações) promoveram a apuração e divulgação de índices de ações.

• O índice IBV (Índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro) foi o primeiro índice a ser apurado no Brasil no início dos anos 1960. Depois de várias modificações em sua metodologia, passou a ser denominado IBV-12, por ser composto pelas 12 ações de maior volume de negociação nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa) e do Rio de Janeiro (BVRJ). Após o acordo de mercado assinado entre ambas bolsas, em 2002, o índice deixou de ser apurado.

• Em janeiro de 1968, a Bolsa de Valores de São Paulo começou a apurar o Índice Bovespa, cuja primeira carteira era constituída com 18 ações. O número de ações incluídas no índice chegou a crescer para 138 em 1986, mas, atualmente, é composto por pouco mais de 50 papéis.

• Em 1984, a Comissão Nacional de Bolsas de Valores (CNBV) criou o Índice Brasileiro de Ações – IBA, visando representar o andamento do mercado acionário nacional, mas que hoje não mais é apurado. A carteira do IBA, originalmente, incluía apenas as empresas privadas com maior participação do mercado (número de negócios e presença em pregão da BVRJ). Desta forma, adequava-se o índice a critérios internacionalmente aceitos que, além disso, utilizavam o critério de ponderação pelo valor de capitalização.

Historicamente, o Índice Bovespa foi sempre o mais representativo indicador brasileiro, não só pela sua tradição – não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação –, mas também pelo papel hegemônico da Bovespa entre as bolsas de valores brasileiras.

2. Índices de Mercado 2.1. Índice Bovespa

O Ibovespa é uma média ponderada de preços de ações, selecionadas por um critério de negociabilidade. Com base no “índice de negociabilidade” apurado para cada ação e outros critérios adicionais, determinam-se, quadrimestralmente, as quantidades “teóricas” de cada papel que integrará o índice, servindo, ao mesmo tempo, como fator de ponderação.

Na publicação “Índice Bovespa” que pode ser consultada no site da instituição (observe o link abaixo), descreve-se, em detalhe, a metodologia de cálculo. Veja, a seguir, um resumo destes critérios. (http://www.bovespa.com.br/pdf/ibovespa2.pdf)

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A Bovespa nos anos sessenta

Na época da implantação do índice, o pregão da Bolsa de Valores de São Paulo era localizado no andar térreo do Palácio do Café no Pátio do Colégio. Não havia postos de negociação e as ações iam sendo negociadas à medida que eram chamadas em ordem alfabética por um diretor de pregão. Adotava-se, naquela época, o sistema de pregão do tipo corbeille, no qual os operadores se reúnem em torno de um balcão circular em cujo interior os funcionários da Bolsa processam os registros da execução das ordens. Não havia painéis eletrônicos para divulgar as cotações; estas iam sendo lançadas manualmente em uma grande lousa por um funcionário da Bolsa. Os boletos de cada operação fechada subiam para o registro e o processamento através de um barbante, que tinha em sua extremidade um pregador de roupa onde eram presos os boletos.

2.1.1. Critérios Metodológicos A. Seleção das ações

Participam da carteira teórica do Ibovespa, as ações negociadas nessa Bolsa que:

a) Estejam incluídas em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;

b) Apresentem participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total; c) Tenham sido negociadas em mais de 80% do total de pregões do período. Índice de negociabilidade

A “negociabilidade” de cada ação é apurada utilizando a fórmula:

V v N n NEG= ×

- n = número de transações realizadas com essa ação no período;

- N = número de transações registradas na Bovespa com todos os papéis no mesmo período; - v = valor negociado com essa ação no período;

- V = valor total negociado com todas as ações no período considerado.

B. Cálculo da quantidade teórica de cada ação

Após a seleção das ações, obtém-se a participação ajustada de cada ação no total da carteira ao calcular a razão entre o índice de negociabilidade de cada ação e a somatória dos índices de negociabilidade.

Multiplica-se, então, a participação ajustada da ação pelo montante disponível para comprar a cesta teórica, obtendo o quanto é investido na ação. Em seguida, divide-se este número pelo preço de mercado da ação, achando a sua quantidade teórica.

Exemplo: a primeira ação selecionada representa 10% da somatória dos índices de negociabilidade. Sendo escolhidas ações que resultem em uma somatória de 80%, a primeira ação representa 12,5% da carteira selecionada (= 10% / 80%). Ao dispor de R$100.000 para comprar a cesta teórica, R$12.500 são destinados para a primeira ação. Supondo ainda que o preço de mercado da ação, na véspera, tenha sido de R$ 0,80, a quantidade teórica será de 15.625 ações (= R$12.500 / R$ 0,80).

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C. Cálculo do Índice

O Ibovespa é, então, calculado pelo somatório do produto entre os pesos (quantidade teórica da ação) e o último preço observado das ações integrantes de sua carteira teórica. Ou seja:

Onde:

Ibovespa T = Índice Bovespa no instante T;

n = número total de ações componentes da carteira teórica; P = último preço da ação i no instante T;

Q = quantidade teórica da ação i na carteira no instante T.

D. Alterações do índice pela ocorrência de eventos com ações

Sempre que uma empresa, cujas ações integram o Índice Bovespa, distribuir algum tipo de provento, a Bolsa de Valores realiza os ajustes necessários na quantidade teórica da carteira para evitar distorções.

O mecanismo de alteração para uma ação qualquer é semelhante ao utilizado para o ajuste da carteira como um todo, ou seja, considera-se que o investidor realizou (vendeu) as ações ao último preço de fechamento anterior ao início da distribuição de provento e utilizou os recursos na compra das mesmas ações sem o provento distribuído (Ex-provento). Observe que, além da mudança na quantidade teórica das ações, muda-se o preço, denominado “preço ex-teórico”. Veja a seguir os procedimentos de cálculo.

Fórmula de Alteração na Quantidade Teórica (por ocasião de distribuição de proventos)

Pex

P

Q

Q

o o n

×

=

Onde:

Qn = quantidade nova; Qo = quantidade antiga; Po = último preço de fechamento anterior ao início da distribuição do provento; Pex = preço ex-teórico, calculado com base em Po.

Fórmula Geral de Cálculo do Preço Ex-Teórico

S B Div SxZ Pc Pex % % 1 ) (% + + − + = Onde:

Pex = preço ex- teórico; Pc = último preço de fechamento anterior ao início da distribuição do provento; %S = percentual de subscrição; Z = valor em moeda corrente de emissão de cada ação a ser subscrita; Div = valor em moeda corrente recebido por ação a título de dividendo; %B = percentual de bonificação.

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E. Divulgação e acompanhamento

A Bovespa calcula o índice em tempo real, considerando automaticamente os preços de todos os mercados a vista (lote padrão), com ações componentes de sua carteira. Sua divulgação é feita instantaneamente em seu site na Internet, bem como retransmitida para vendors, facilitando o acompanhamento on-line por investidores do mundo inteiro.

2.1.2. Exemplo de Cálculo

Veja, a seguir, um exemplo de cálculo a partir de dados hipotéticos. a) Cálculo do índice de negociabilidade

Para todas as ações negociadas na Bovespa nos 12 meses precedentes, apura-se o índice de negociabilidade. Veja Tabela 1.

Tabela 1. Cálculo dos índices de negociabilidade Nº de transações (n) Valor Financeiro em R$ (v) Índices de Negociabilidade Ação A 500.000 525.000 0,2642 Ação B 400.000 440.000 0,2163 Ação C 300.000 540.000 0,2075 Ação D 150.000 300.000 0,1094 Ação E 100.000 100.000 0,0516 Ação F 60.000 90.000 0,0379 Ação G 30.000 150.000 0,0346 Ação H 20.000 16.000 0,0092 Ação I 10.000 9.000 0,0049 Ação J 8.000 20.000 0,0065 Ação K 7.500 22.500 0,0067 Ação L 6.200 43.400 0,0085 Ação M 2.000 1.700 0,0010 Ação N 1.800 19.440 0,0031 Ação O 1.650 11.880 0,0023 Ação P 1.500 2.850 0,0011 Ação Q 1.200 2.880 0,0010 Ação R 1.000 55.000 0,0038 TOTAL 1.600.850 2.349.650 0,9694

b) Seleção das ações

Ordena-se a tabela em ordem decrescente segundo o índice de negociabilidade e calcula-se o índice de negociabilidade acumulada. Feito isso, calcula-selecionam-calcula-se as ações que estejam incluídas em uma relação cuja soma, em ordem decrescente, dos índices de negociabilidade de cada papel é de 80%.

Para simplificar, assume-se que as ações selecionadas respeitam os demais critérios (presença mínima no pregão de 80% e representação superior a 0,1% no volume negociado no mercado).

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Tabela 2. Seleção das ações Nº de transações (n) Valor Financeiro em R$ (v) Índices de Negociabilidade Índice Acumulado Ação A 500.000 525.000 0,2642 0,2642 Ação B 400.000 440.000 0,2163 0,4805 Ação C 300.000 540.000 0,2075 0,6880 Ação D 150.000 300.000 0,1094 0,7974 Ação E 100.000 100.000 0,0516 0,8490 Ação F 60.000 90.000 0,0379 0,8868 Ação G 30.000 150.000 0,0346 0,9214 Ação H 20.000 16.000 0,0092 0,9307 Ação L 6.200 43.400 0,0085 0,9391 Ação K 7.500 22.500 0,0067 0,9458 Ação J 8.000 20.000 0,0065 0,9523 Ação I 10.000 9.000 0,0049 0,9572 Ação R 1.000 55.000 0,0038 0,9610 Ação N 1.800 19.440 0,0031 0,9641 Ação O 1.650 11.880 0,0023 0,9664 Ação P 1.500 2.850 0,0011 0,9674 Ação Q 1.200 2.880 0,0010 0,9684 Ação M 2.000 1.700 0,0010 0,9694 TOTAL 1.600.850 2.349.650 0,9694

c) Cálculo da participação ajustada de cada ação

Selecionadas as quatro ações (A, B, C e D), cujos índices de negociabilidade somam 79,74%, obtém-se a participação ajustada de cada um dos papéis na carteira. Para tanto, calcula-se a razão entre o índice de negociabilidade da ação e o somatório dos índices de negociabilidade (veja a Tabela 3).

d) Cálculo da quantidade teórica

Dispondo de R$100 mil para comprar a cesta teórica, multiplica-se este valor pela participação ajustada de cada ação. Tem-se, assim, o montante investido em cada ação. Para obter a quantidade teórica dos papéis, basta dividir este montante pelo respectivo preço de mercado do título (observe a Tabela 3).

e) Cálculo do Índice

O índice é, então, obtido ao somar o produto da quantidade teórica de cada ação pelo seu preço:

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Tabela 3. Cálculos para obtenção do índice ver planilha pelos centavos e arredondamentos Índice Acumulado Participação Ajustada Valor investido (R$) Preço de Mercado em t-0 Quantidade Teórica Preço de Mercado em t+1 Cálculo do Índice Ação A 0,2642 0,3313 33.129,59 1,05 31.552 1,02 32.183,04 Ação B 0,4805 0,2713 27.127,37 1,10 24.661 1,13 27.866,93 Ação C 0,6880 0,2603 26.026,09 1,80 14.459 1,70 24.580,30 Ação D 0,7974 0,1372 13.716,95 2,00 6.858 2,00 13.716,00 TOTAL 100.000,00 98.346,27

O índice é, portanto, de 98.346 pontos! Em muitos casos, o índice é multiplicado por um redutor, por exemplo 1/10, em cujo caso o valor seria de 9.834 pontos.

2.2. Índice FGV - 100

Calculado pelo IBRE/CEEF ( http://www2.fgv.br/dgd/asp/dsp_FGV100.asp ), o FGV-100 é um índice de preços de ações de 100 empresas privadas não-financeiras, que têm seus papéis negociados na Bolsa de Valores de São Paulo e na Sociedade Operadora do Mercado de Ativos – SOMA ( http://www.somativos.com.br/ ), selecionadas segundo os seguintes critérios:

ƒ devem mostrar a dimensão e o desempenho, medidos a partir dos resultados dos balanços patrimoniais;

ƒ devem refletir a liquidez dos papéis, tendo como base a representatividade dos mesmos em termos de presença nos pregões, número de negócios, número de títulos negociados, volume negociado.

O peso de cada uma das empresas selecionadas para fazer parte da carteira teórica do índice FGV100 é calculado a partir de uma ponderação que toma como base seus patrimônios líquidos. A composição e a estrutura de ponderação da carteira teórica são revistas e atualizadas anualmente e sua cotação é em pontos.

O índice FGV 100 acompanha o desempenho das ações consideradas de segunda linha pelo mercado (apenas empresas não-financeiras de capital privado). Contudo, o índice FGV E acresce as empresas estatais às do Índice FGV 100.

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2.3. Índice Brasil - IBrX

O Índice Brasil, calculado pela Bovespa, capta o retorno de uma carteira formada pelas 100 ações mais negociadas nesta bolsa, cuja participação é ponderada pelo valor de capitalização.

O critério de seleção destes papéis baseia-se no número de negócios praticados e no volume financeiro obtido. Levando em consideração que o Ibovespa é composto de 55 ações, o IBrX engloba uma quantidade razoável de ações de baixa liquidez. A carteira de ações do IBrX tem vigência de quatro meses, vigorando sempre para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. Ao final de cada quadrimestre, a carteira é reavaliada, utilizando-se os procedimentos e critérios integrantes da metodologia.

Veja, a seguir, os principais critérios deste índice (sempre referentes aos doze meses anteriores à formação da carteira):

a) Estar entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade conforme fórmula a seguir.

V

vi

x

N

ni

IN

=

Onde: IN = índice de negociabilidade;

ni = número de negócios com a ação i no mercado a vista (lote-padrão); N = número total de negócios no mercado a vista da Bovespa (lote-padrão);

vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação i no mercado a vista

(lote-padrão);

V = volume financeiro total do mercado a vista da BOVESPA (lote-padrão).

b) Ter sido negociada em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira do índice.

Curiosidade!

Índice Brasil 50 (IBrX-50): com a divulgação iniciada em janeiro de 2003, o IBrX-50 possui as mesmas características do Índice Brasil (IBrX), porém sua carteira teórica apresenta as 50 ações mais líquidas da Bovespa, ou seja, metade da quantidade do IBrX. Veja no site: http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormCons ultaApresentacaoP.asp?indice=IBrX50

O IBrX começou a ser divulgado no início de 1997. Porém, a Bovespa estabeleceu um valor inicial de 1.000 pontos em 28 de dezembro de 1995. Dessa forma, foi preciso que o valor de mercado da carteira se adequasse à base original – para tanto, este valor foi ajustado por um redutor (coeficiente de ajuste µ), na fórmula do índice. Veja:

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Índice inicial = Valor da Carteira / µ = 1.000

Com o objetivo de acomodar as modificações existentes na carteira teórica, advindas do rebalanceamento ou de ajustes, este redutor passa sempre por modificações.

Fórmula de cálculo

O IBrX pode ser calculado através da seguinte fórmula:

Onde:

IBrX(t) = valor do índice no dia t; IBrX(t-1) = valor do índice no dia t − 1;

n = número de ações integrantes da carteira teórica do índice (100);

Qi t-1 = quantidade teórica da ação i disponível à negociação no dia t − 1. Na ocorrência da distribuição de proventos em ações do mesmo tipo pela empresa, refere-se à quantidade teórica da ação i disponível à negociação no dia t − 1, recalculada em função deste provento;

Pi t = preço da ação i no fechamento do dia t;

Pi t-1 = preço de fechamento da ação i no dia t − 1, ou seu preço ex-teórico, no caso da distribuição de proventos nesse dia.

2.4. Índice Valor Bovespa – IVBX-2

Criado a partir de uma parceria entre a Bovespa e o jornal Valor Econômico, o IVBX-2 é composto por 50 ações de empresas que, além de possuírem um alto conceito junto aos investidores, devem:

a) apresentar índice de negociabilidade (medido nos últimos 12 meses) classificado a partir da 11º posição;

b) não apresentar os 10 maiores valores de mercado da amostra;

c) não possuir outro tipo classificado entre os 10 primeiros índices de negociabilidade;

d) ter sido negociada em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira do índice.

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De acordo com a sua metodologia, o IVBX-2 mede o retorno da carteira, a qual é formada pelas ações, que obedeçam aos critérios mencionados acima, sendo estas ponderadas pelo seu respectivo valor de mercado.

Vale ainda mencionar que a vigência da carteira teórica do índice é de quatro meses (janeiro-abril, maio-agosto e setembro-dezembro), sendo reavaliada a cada quadrimestre. Veja maiores informações a respeito deste índice em:

http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormConsultaApresentacaoP .asp?indice=IVBX2

2.5. Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada

O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) avalia o desempenho de uma carteira teórica formada pelas ações de empresas negociadas no Novo Mercado ou classificadas nos níveis 1 e 2 da Bovespa. Ou seja, reúne as empresas com regras de transparência.

As ações, que formam o IGC, são ponderadas pela multiplicação de seu valor de mercado por um fator de governança, sendo este igual a 2 para as ações do Novo Mercado, 1,5 para os títulos do Nível 2 e 1 para aqueles de Nível 1. Vale observar que a participação de uma empresa no índice não pode ser superior a 20%.

Definições

Nível 1: as companhias nível 1 são aquelas listadas em bolsa que assumem o compromisso de praticar um maior e melhor disclosure (informações divulgadas ao mercado) e favorecer a dispersão acionária. Dentre essas práticas, destacam-se a manutenção em circulação de ações que no mínimo representem 25% do capital; aumento de informações trimestrais e divulgação das demonstrações do fluxo de caixa da empresa. Nível 2: as companhias nível 2, além de atender os requisitos previstos para as do Nível 1, devem respeitar outros critérios sobre constituição de seu Conselho de Administração, uso de normas contábeis aceitas internacionalmente e adesão à Câmara de Arbitragem para resolver conflitos societários.

Caso você tenha interesse em consultar as fórmulas de cálculo do índice e seus ajustes, pesquise em:

http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormConsultaApresentacaoP .asp?indice=IGC

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Comparativo entre a evolução do IGC e do Ibovespa entre 2001 e 2005 (em pontos)

Fonte: Bovespa 3. Índices setoriais

Em época recente, devido ao processo de abertura econômica e crescente estabilidade, começaram a ser apurados os índices setoriais de lucratividade de ações. Com eles, os investidores passaram a dispor de um benchmark (padrão de comparação), seja para acompanhar a evolução dos seus investimentos, como para avaliar o andamento de alguns setores da economia nacional.

Observa-se, atualmente, na Bovespa, a existência de dois índices setoriais: o Índice de Energia Elétrica (IEE) e o Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL). O desenvolvimento de tais índices é um reflexo dos significativos processos de reestruturação e privatização, pelos quais estes dois setores passaram nestes últimos anos.

3.1 Índice de Energia Elétrica - IEE

Constituído pelas empresas mais representativas do setor, o IEE incluiu em sua composição inicial nove companhias, procurando espelhar o comportamento da lucratividade das empresas geradoras, distribuidoras ou holdings de energia. Neste sentido, o IEE permite a elaboração de estratégias de hedge consistentes para as empresas que compõem o setor.

Leia a seguir alguns tópicos que explicam a metodologia utilizada pela Bovespa na formação do IEE.

a) É composto pelas ações do setor que registraram presença em pelo menos 80% dos pregões e que em 80% desses pregões tenham registrado pelo menos dois negócios. Esse parâmetro tem o objetivo de assegurar que a medida de tendência dos preços das ações do setor esteja sustentada sobre uma base de dados representativa. Ao mesmo tempo, visa também evitar a inclusão de ativos com baixa liquidez.

b) Na carteira teórica do índice, cada empresa está representada pelo ativo de sua emissão que tenha maior liquidez em Bolsa.

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c) Todas as empresas têm igual participação na composição da carteira. Ou seja, o IEE não utiliza o parâmetro de liquidez como fator de ponderação.

d) As divulgações diárias do índice têm seu início de difusão somente após a abertura de pelo menos 60% dos papéis componentes de sua carteira. Esse procedimento busca assegurar representatividade ao índice de abertura.

e) Os ativos que compõem a carteira têm seu valor em quantidades arredondadas para seus lotes padrão ou múltiplos. Para tanto, arredondou-se a quantidade resultante da aplicação de R$10.000 para o seu múltiplo de lote-padrão mais próximo. Com isso, o peso relativo de cada ação pode ser um pouco diferente. f) São realizados rebalanceamentos quadrimestrais após o fechamento do mercado,

tomando-se como base os preços de fechamento dos ativos no quadrimestre (abril, agosto, dezembro).

g) Alguns procedimentos adotados internacionalmente foram incorporados à metodologia do IEE. São eles: igual peso para as ações componentes da carteira do índice; arredondamento para lote-padrão ou seu múltiplo mais próximo; procedimento especial para início de divulgação do índice; utilização de somente um tipo de ação da empresa como sua representante no índice.

h) O índice é composto por somente um tipo de papel de cada. Sendo assim, os fatores que afetariam as perspectivas de uma empresa são refletidos nos outros papéis. Isso facilita a divulgação de informação e evita a concentração do índice em torno de uma mesma empresa.

Você pode obter mais informações no site:

http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormConsultaApresentacaoP .asp?indice=IEE

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Mercado Futuro de Índices de Ações

Evolução do IEE entre o ano de 1998 e 2005 (em pontos)

Fonte: Bovespa

3.2 Índice de Telecomunicações – ITEL

Ao considerar empresas de telefonia fixa e celular, o Índice de Telecomunicações (ITEL) busca representar de maneira consistente o comportamento deste setor. A Bovespa fixou a base de 1.000 pontos para o ITEL no dia 30/12/1999, ou seja, após ter completado aproximadamente um ano de negociações com as ações de empresas que surgiram após a privatização da Telebrás. Veja nos itens a seguir algumas características deste índice:

a) Sua composição compreende as empresas mais representativas do setor de telecomunicações. Veja a composição de sua carteira teórica em: http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormConsultaApresen tacaoP.asp?indice=ITEL

b) A ponderação dos papéis é realizada pelo valor de mercado das ações em circulação, conhecido como “free float”;

c) A participação das ações neste índice deve respeitar os seguintes critérios: i) o volume financeiro negociado do título deve ter participação superior a 0,01% em relação ao total negociado no mercado à vista nos últimos 12 meses, ii) o papel deve ter uma participação de no mínimo 80% dos pregões realizados nos últimos 12 meses; iii) o valor mínimo de “free float” deve ser de R$20 milhões.

d) A carteira teórica é reavaliada a cada quatro meses.

e) Um papel não pode ter uma participação no ITEL superior a 20%. Caso isso ocorra no processo de reavaliação periódica da carteira, ajustes deverão ser realizados de forma a diminuir tal peso para o seu limite.

Veja no gráfico a seguir a evolução do ITEL nos últimos dois anos comparada com a evolução do mercado representado pelo Índice Bovespa a vista.

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Mercado Futuro de Índices de Ações

Evolução do ITEL entre o ano de 2002 e 2005 (em pontos)

Fonte: Bovespa

5. Considerações finais

No Brasil, como no resto do mundo, encontram-se diversos exemplos de construção de índices acionários desenhados com finalidades específicas e com grau de sucesso também variado. Apesar da evolução orientada à construção de índices com ponderação dada pelo free float das companhias (nos índices setoriais), um fato significativo no mercado nacional é a persistência do Índice Ibovespa como o principal indicador desse tipo. Em boa medida, esse prestígio pode advir do fato de manter intacta a metodologia de cálculo por mais de 35 anos.

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