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CAPÍTULO 1 QUESTÕES DE PROVA DE JUIZ DO TRABALHO

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QUESTÕES DE PROVA

DE JUIZ DO TRABALHO

1.1 COMENTÁRIOS INICIAIS DO CAPÍTULO – ANÁLISE DA DISCIPLINA NAS PRO-VAS DE JUIZ DO TRABALHO

A disciplina Direito Constitucional, como não poderia deixar de ser, sempre vem sendo cobrada nos concursos de Juiz do Trabalho, tanto na primeira quanto na segunda fase.

Para este capítulo foram selecionadas apenas provas de 2012, as quais trouxeram, em média, de 07 a 08 questões da nossa disciplina. Vale ressaltar que pelo menos em alguma dessas provas seleciona-das (TRT da 3ª Região, TRT da 15ª Região e TRT da 21ª Região) houve questão anulada, bem como caso de erro evidente de gabarito não corrigido posteriormente.

Ademais, nota-se que as respostas das questões, de um modo geral, muitas vezes puderem ser encontradas na literalidade do Texto Maior, existindo momentos, evidentemente, em que o quesito exigia o conhecimento doutrinário e jurisprudencial, notadamente a posição do STF.

Os temas cobrados em Direito Constitucional, nas provas para este cargo, geralmente giram em torno dos assuntos que, por exem-plo, foram exigidos no concurso do TRT da 15ª Região. Foram eles:

DIREITO CONSTITUCIONAL:

1. Constituição. Conceito, objeto e elementos. Supremacia da Cons-tituição. Tipos de ConsCons-tituição. Poder Constituinte. Emenda, Reforma e Revisão Constitucionais.

2. Princípios constitucionais: validade, eficácia e aplicação. Princí-pio da isonomia. PrincíPrincí-pios constitucionais do trabalho.

3. Normas constitucionais. Classificação. Aplicabilidade. Normas constitucionais e inconstitucionais. Interpretação da norma constitucional.

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4. Dos direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres indivi-duais, difusos e coletivos. Tutelas constitucionais das liberdades: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança individual e coletivo, mandado de injunção e ação popular. Dos direitos sociais. Da associação sindical: autonomia, liberdade e atuação. 5. Constituição e Processo: direitos e garantias fundamentais de

natureza processual.

6. Da Administração Pública. Estruturas Básicas. Servidores Públi-cos. Princípios constitucionais.

7. Princípio da separação dos Poderes: implicação, evolução e ten-dência.

8. Poder Legislativo. Organização. Atribuições do Congresso Nacio-nal. Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Competên-cias do Senado e da Câmara. Processo legislativo.

9. Poder Executivo. Presidencialismo e Parlamentarismo. Ministros de Estado. Presidente da República: poder regulamentar. Medi-das provisórias. União. Competência. Bens da União. Estado--membro. Competência. Autonomia. Distrito Federal. Territórios Federais. Municípios. Competência. Regiões metropolitanas. 10. Poder Judiciário. Organização. Órgãos e Competência. Supremo

Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho. Justiça Federal, Justiça Estadual, Justiça do Tra-balho. Estatuto Constitucional da Magistratura. Garantias da Magistratura. Estatuto.

11. Controle da constitucionalidade das leis: conceito, espécies, ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de cons-titucionalidade e arguição de descumprimento de preceito fun-damental. Controle difuso. Efeitos da declaração de constitucio-nalidade das leis.

12. Das Finanças Públicas: normas gerais; dos orçamentos. Execução contra a Fazenda Pública.

13. Da Ordem Econômica e Financeira. Dos princípios gerais da ati-vidade econômica. Atiati-vidade Econômica do Estado. Propriedade na Ordem Econômica. Regime constitucional da propriedade: função socio-ambiental. Sistema Financeiro Nacional.

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14. Ordem Social. Seguridade Social. Meio Ambiente. Da família, da Criança, do Adolescente, do Idoso, dos Índios.

15. Federação brasileira: características, discriminação de compe-tência na Constituição de 1988.

16. Advocacia Geral da União, representação judicial e consultoria jurídica dos Estados e do Distrito Federal.

Embora se trate de prova tradicionalmente conhecida pelo seu alto grau de exigência, a primeira etapa (prova objetiva) não tem apresentado maiores surpresas. Por esse motivo, além da leitura exaustiva da própria Constituição, bem como dos informativos do STF, nas as provas objetivas de Juiz do Trabalho, para o estudo desta disciplina, indico o livro Direito Constitucional – Coleção

Tribunais, de minha autoria, publicado pelo Complexo Editorial

Renato Saraiva.

Complementando esse estudo, inclusive para as fases subse-quentes (prova subjetiva e prova oral), sugiro um maior aprofun-damento da disciplina, por exemplo, pela obra Curso de Direito

Constitucional, de autoria do Professor Dirley da Cunha Júnior,

publicada pelos tipos da Editora JusPODIVM.

1.2 RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 2012 (21 QUESTÕES)

GRAU DE DIFICULDADE: MÉDIO.

1. (TRT 3ª Região/2012) Assinale a opção correta, após a análise das afirmativas abaixo:

I. A manifestação do poder constituinte reformador verifica-se por meio das emendas constitucionais. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Pode-res e os direitos e garantias individuais.

II. A proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por preju-dicada não pode ser objeto de nova proposta de emenda.

III. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, do Presidente da República, de mais de metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando--se, cada uma delas, pela maioria absoluta de seus membros.

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IV. A revisão constitucional só pode ser realizada uma única vez. A revi-são constitucional deve ocorrer pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. A revisão constitucio-nal deve ser realizada no máximo após cinco anos da promulgação da Constituição, não estando vinculada a resultado de plebiscito. V. A revisão constitucional deve ser votada pela maioria absoluta do

Congresso Nacional e esta revisão não pode versar sobre: a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais, também não pode substituir integralmente a Constituição, não pode dizer respeito a mais de um dispositivo, a não ser que se tratem de modi-ficações correlatas e também não pode contrariar a forma republica-na de Estado e o sistema presidencialista de governo.

(A) Somente as afirmativas I e II estão corretas; (B) Somente as afirmativas II e III estão corretas. (C) Somente as afirmativas III e V estão corretas. (D) Somente as afirmativas I e V estão corretas. (E) Todas as afirmativas estão corretas.

Comentário item I: É verdadeiro. De fato, o poder constituinte

derivado reformador, diferentemente do originário (que cria a Constituição), é o poder de alterar e atualizar o texto constitucio-nal, através da supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. Entretanto, como um limite material ao poder constitucional de reforma, o art. 60, § 4º, do texto constitucional, consagra as chamadas cláusulas pétreas. E com o dispositivo em comento, efetivamente, fica estabelecido que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais.

Importante registrar que muito embora a Constituição Federal faça referência, no inciso IV, apenas aos direitos e garantias indivi-duais, dúvidas não restam que, a despeito disso, numa interpre-tação extensiva, sistemática e teleológica do texto constitucional todos os direitos fundamentais devem ser considerados cláusulas pétreas. Isso porque, à luz do título II da CF, direitos fundamentais é um gênero do qual são espécies não só os direitos individuais, como também os direitos sociais, de nacionalidade, políticos e dos

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partidos políticos, todos com igual dignidade para não poderem ser abolidos do texto.

Comentário item II: É falso. O princípio da irrepetibilidade das

emendas constitucionais, insculpido no art. 60, § 5º, da CF, deter-mina que a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Assim, passada a sessão legislativa em que a emenda foi rejeitada ou prejudicada, a partir de então ela já poderia ser proposta novamente.

Comentário item III: É falso. O único erro deste item, à luz dos

incisos I, II e III do art. 60 da CF, é o quórum de manifestação das Assembleias Legislativas, que é de maioria relativa, e não absoluta. Assim, a versão correta deste enunciado, com base na literalidade do dispositivo em comento, é:

“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante pro-posta: I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II – do Presidente da República; III – de mais de metade das Assembleias Legis-lativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros”.

Comentário item IV: É falso. O art. 3º do ADCT enuncia que a

revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. De fato, a previsão é que esta revisão deveria acontecer apenas uma vez e não estava vinculada ao resultado do plebiscito do art. 2º do ADCT. Ocorre que, ao contrário do que disse o item, o prazo de cinco anos não é máximo, mas, sim, mínimo, o que o torna equivocado, já que a revisão só poderia ser realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição.

Comentário item V: É verdadeiro. Sendo o poder constituinte

revisor um poder derivado, naturalmente ele deve obedecer a limi-tações. Na época, várias teorias surgiram apontando os limites ao exercício da revisão constitucional. A teoria prevalecente foi a que estabeleceu como limite material o mesmo determinado ao poder constituinte derivado reformador, vale dizer, o limite material das chamadas cláusulas pétreas, previsto no art. 60, § 4º, da CF.

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Vale registrar, ainda, que o procedimento de revisão foi discipli-nado na Resolução n. 1-RCF, do Congresso Nacional, de 18.11.1993 (alterada pela Res. n. 2, de 1993-RCF, e pela Res. n. 1, de 1994-RCF), que dispôs sobre o funcionamento dos trabalhos de revisão constitucional. Nesse diapasão, o § 3º do art. 4º da referida resolu-ção n. 1-RCF estabeleceu ser vedada a apresentaresolu-ção de propostas revisionais que incidam na proibição constante do § 4º do art. 60 da Constituição (cláusulas pétreas, já comentadas), que substi-tuam integralmente a Constituição, que digam respeito a mais de um dispositivo, a não ser que se trate de modificações correlatas e também que contrariem a forma republicana de Estado e o sis-tema presidencialista de governo.

Gabarito oficial: Letra D.

GRAU DE DIFICULDADE: MÉDIO.

2. (TRT 3ª Região/2012) Leia as afirmativas abaixo e assinale a alter-nativa correta:

I. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação decla-ratória de constitucionalidade apenas: o Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa de Assembleia Legislativa, Governador do Estado ou do Distrito Fe-deral, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Or-dem dos Advogados do Brasil, partido político com representação no Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

II. Há o controle de constitucionalidade das omissões legislativas, na forma concentrada, o qual abrange as ações diretas de inconstitucio-nalidade por omissão e o mandado de injunção.

III. A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorren-te da Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, re-sultante de ato do Poder Público. Caberá também arguição de des-cumprimento de preceito fundamental quando for relevante a con-trovérsia sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.

IV. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no pro-cesso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional inte-resse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

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V. O controle difuso de constitucionalidade, também chamado de pela via da exceção, ou defesa, ou controle aberto, pode ser realizado por qualquer juízo ou tribunal do Poder Judiciário, observadas as regras de competência processual. O controle difuso dá-se em um caso con-creto e seus efeitos serão “inter partes” (somente entre as partes do processo) e “ex tunc” (retroativos), mas o Supremo Tribunal Federal também entendeu que estes efeitos podem ser “ex nunc” ou para o futuro. O controle concentrado de constitucionalidade de lei ou ato normativo concentra-se em um único tribunal e pode ser verificado nas situações: de ação direta de inconstitucionalidade genérica, ar-guição de descumprimento de preceito fundamental, ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ação direta de inconstitucionali-dade interventiva e ação declaratória de constitucionaliinconstitucionali-dade. (A) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.

(B) Somente as afirmativas III e IV e V estão corretas. (C) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas. (D) Somente as afirmativas II, IV e V estão corretas. (E) Todas as alternativas estão corretas.

Comentário item I: É falso. Os legitimados à propositura da ação

direta de inconstitucionalidade (ADI) e da ação declaratória de cons-titucionalidade (ADC) – que também são os mesmos legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) e da arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) – estão listados no art. 103 da CF e não são apenas esses mencionados no item I. Embora todos que neste item foram citados de fato sejam legitimados, ficou faltando fazer referência à Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Com isso, percebe-se que o domínio do rol de legitimados pre-visto no art. 103 da CF é de suma importância para as provas. Com o objetivo de possibilitar a memorização deste rol, peço licença para expor uma técnica que pode ser extraída da minha obra Direito

Constitucional – Coleção Tribunais, produzida pelo Complexo

Edito-rial Renato Saraiva.

“A técnica se chama: 3/4 MAE. Leia-se: três quatros, MÃE.

Para totalizar 12 legitimados ativos, distribuem-se três blocos contendo, cada um, quatro legitimados. Seguindo a ordem das

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letras (M.A.E.), tem-se: 4 mesas, 4 autoridades e 4 entidades. Passa--se à análise:

4 MESAS: 4 AUTORIDADES: 4 ENTIDADES:

• Mesa da Câmara dos

Deputados; • Presidente da Repú-blica; • Conselho Federal da OAB; • Mesa do Senado

Fede-ral; • Procurador-Geral da República; • partido político com representação do Con-gresso Nacional; • Mesa de Assembleia

Legislativa; • Governador de Estado; • confederação sindical; • Mesa da Câmara

Legis-lativa do Distrito Fede-ral.

• Governador do Distrito

Federal. • entidade de classe de âmbito nacional”.

Comentário item II: É falso. Isso porque apenas a ação direta de

inconstitucionalidade por omissão (ADO) é considerada uma ação controle concentrado de constitucionalidade, já que o mandado de injunção é, tipicamente, considerado uma ação do controle difuso, muito embora ambas as ações sirvam para combater aquilo que o Ministro Celso de Mello convencionou chamar de síndrome da ine-fetividade das normas constitucionais.

Comentário item III: É verdadeiro. De início, a primeira parte do

item, ao falar que a arguição de descumprimento de preceito fun-damental, decorrente da Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, corresponde à literalidade do art. 102, § 1º, da CF. Já a segunda parte (ao dispor que tal ação terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, e que também será cabível quando for relevante a contro-vérsia sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição), corresponde à previsão lite-ral do art. 1º, caput, parágrafo único e inciso I da lei nº 9.882/99, que dispõe sobre o processo e julgamento dessa ação.

Comentário item IV: É verdadeiro. De fato, o art. 11 da lei nº

9.882/99 dispõe, literalmente, que ao declarar a inconstitucionali-dade de lei ou ato normativo, no processo de arguição de descum-primento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segu-rança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,

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res-tringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

É a chamada modulação da eficácia temporal da decisão. Quando essa declaração de inconstitucionalidade se dá pro futuro ocorre aquilo que se convencionou chamar de declaração de incons-titucionalidade sem pronuncia de nulidade.

Comentário item V: É verdadeiro. De fato, o controle difuso

de constitucionalidade, difundido, disperso, espalhado, poder ser realizado por qualquer juiz ou tribunal. É comumente chamado de controle concreto (porque surge de um caso concreto), incidental ou incidenter tantum (porque a questão de inconstitucionalidade é mero incidente do processo, repousando sobre a causa de pedir pro-cessual), e controle pela via de exceção (já que em regra, mas não sempre, é exercido em defesa). Como se trata de um caso concreto, os seus efeitos se restringem às partes deste caso concreto (salvo a previsão do art. 52, X, da CF). Além disso, a regra é o efeito retroativo (ex tunc), muito embora, como disse o enunciado, o STF já tenha admitido a modulação da eficácia temporal da decisão também neste tipo de controle (o leading case – primeiro precedente – foi o caso envolvendo a redução do número de vereadores do município de Mira Estrela).

Já o controle concentrado, efetivamente, é aquele cujo julga-mento concentra-se em um único órgão. Se o parâmetro é a Cons-tituição Federal, este órgão é o STF; se é a ConsCons-tituição Estadual, o órgão será o Tribunal de Justiça. Este controle é normalmente cha-mado de controle abstrato (porque não surge de um caso concreto), principal ou principaliter tantum (já que a questão de inconstitu-cionalidade é a questão principal do processo, repousando sobre o próprio pedido, e não sobre a causa petendi – causa de pedir – processual), e também controle por via de ação, já que possui ações próprias, quais sejam: ação direta de inconstitucionalidade genérica, arguição de descumprimento de preceito fundamental, ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ação direta de inconstitucio-nalidade interventiva e ação declaratória de constitucioinconstitucio-nalidade.

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GRAU DE DIFICULDADE: MÉDIO.

3. (TRT 3ª Região/2012) Assinale a alternativa correta, após a análise das afirmativas a seguir:

I. As partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, contestados em face da Constituição Estadual, serão especificadas em cada Constituição Estadual.

II. Nos exatos termos da Constituição Federal, apenas os tratados in-ternacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

III. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade públi-ca ou agente de pessoa jurídipúbli-ca no exercício de atribuições do Poder Público. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: (a) partido político com representação no Congresso Nacional; (b) organização sindical, entidade de classe ou associação, esta última, legalmente constituída e em funcionamento há mais de um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

IV. No mandado de segurança, o “direito líquido e certo” é aquele que pode ser demonstrado de plano, mediante prova pré-constituída, sem a necessidade de dilação probatória, porque todo direito, se existente, já é líquido e certo, os fatos é que deverão ser líquidos e certos para o cabimento dessa ação.

V. O mandado de segurança pode proteger tanto direito individual, quanto metaindividual, podendo ser repressivo ou preventivo. O prazo é de cento e vinte dias para sua impetração, prazo prescricio-nal, contado a partir da ciência pelo interessado, do ato a ser impug-nado.

(A) Somente as afirmativas I e II estão corretas. (B) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. (C) Somente as afirmativas II e III estão corretas. (D) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. (E) Todas as afirmativas estão corretas.

Comentário item I: É verdadeiro. De fato, muito embora os

legitimados da ação direta de inconstitucionalidade no âmbito federal, previstos no art. 103 da CF, possam servir de parâmetro para uma eventual aplicação do princípio da simetria o paralelismo

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das formas, a Constituição da República não ousou estabelecer quais seriam os legitimados ativos à propositura da ação direta de inconstitucionalidade em face de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, contestados em face da Constituição Estadual. O máximo que fez foi estabelecer, no art. 125, § 2º, que cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Cons-tituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. Assim, está correto o enunciado ao afirmar que as partes legítimas para a propositura desta ação serão especificadas em cada Constituição Estadual.

Comentário item II: É falso. Com o art. 5º, § 3º, da CF, inserido

pela Emenda Constitucional nº 45/04, não só os tratados, como também as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Comentário item III: É falso. O item corresponde, praticamente,

à literalidade dos incisos LXIX e LXX do art. 5º da CF. A única dife-rença, e equívoco da questão, é que as associações devem estar legalmente constituídas e em funcionamento não há mais de um ano, mas sim há, pelo menos, um ano.

Comentário item IV: É verdadeiro. Apesar da pouca clareza na

redação do item, de fato, direito líquido e certo é aquele que pode ser comprovado de plano mediante prova documental inequívoca e pré-constituída. Já se disse, inclusive, que a expressão “direito líquido e certo” é um erro técnico, visto que, em verdade, são os fatos que devem ser líquidos e certos, ou seja, incontroversos, prin-cipalmente porque o célere procedimento do mandado de segu-rança não admite dilação probatória. Na trilha deste raciocínio cabe mencionar que a súmula 630 do STF enuncia que a controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão do mandado de segurança.

Comentário item V: É falso. De início, reconhece-se que o

man-dado de segurança pode ser individual ou coletivo. O primeiro, protegendo o direito de cada indivíduo isoladamente. O segundo, protegendo os direitos coletivos, assim entendidos os

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