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Tecnologia Assistiva: uma análise das percepções dos professores sobre o uso desse recurso na promoção da inclusão educacional

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Academic year: 2021

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Tecnologia Assistiva: uma análise das percepções dos professores sobre o uso desse recurso na promoção da inclusão educacional

Cláudia Danielle de França Otoni Universidade Tecnológica Federal do Paraná Rejane Fernandes da Silva Vier Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Dra. Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Dra. Sani de Carvalho Rutz da Silva Universidade Tecnológica Federal do Paraná Eixo Temático: Tecnologia Assistiva

Formação de professores- Tecnologia Assistiva- Inclusão educacional

1. Introdução

A inclusão educacional ainda é considerada um grande desafio para muitos educadores que atuam na classe comum do ensino regular.

A proposta de educação inclusiva é assegurada pela lei e por políticas públicas específicas, competindo à escola a tarefa de atender a essa demanda de modo a garantir não somente o acesso ao espaço escolar, mas ao processo ensino aprendizagem.

A busca de recursos e estratégias que realmente supram às necessidades e especificidades de cada aluno é uma cátedra a ser assumida pelo professor com o intuito de efetivar a inclusão. No entanto, há que se considerar a importância da formação desses professores para o conhecimento e aplicação dos recursos de modo a garantir a sua eficácia na promoção da inclusão educacional.

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2. Objetivos

Esse estudo teve por objetivo identificar o conhecimento prévio dos professores de duas instituições da rede estadual de ensino do município de Ponta Grossa, Paraná, sobre a Tecnologia Assistiva, bem como refletir sobre o uso dos seus recursos na promoção da inclusão educacional de alunos com deficiência na rede regular de ensino.

3. Métodos

Para o estudo foi realizada uma pesquisa quantitativa, sendo utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário aplicado para oitenta e dois (82) professores do ensino fundamental de duas instituições da rede estadual de ensino do município de Ponta Grossa, do interior do estado do Paraná, que atendem alunos com deficiência inclusos na rede regular de ensino.

As escolas foram escolhidas por oferecerem estrutura física e recursos materiais adaptados para a inclusão de alunos com deficiência física e intelectual e assim atenderem a essa demanda de alunos.

O questionário foi composto por questões abertas e fechadas que suscitaram da prática das autoras como professoras das séries finais do ensino fundamental que atendem alunos de inclusão. Os dados foram codificados, interpretados e descritos, sendo preestabelecidas duas categorias de análise: “A Tecnologia Assistiva como recurso facilitador na promoção da inclusão educacional” e “A formação do professor para o uso da Tecnologia Assistiva”.

4. Resultados

Assim como a sociedade de um modo geral é marcada pelo desenvolvimento tecnológico a educação também é influenciada expressivamente por essas novas tecnologias.

Nesse estudo evidenciou-se a possibilidade de utilização dos recursos tecnológicos na promoção da inclusão educacional, bem como a busca dos professores por estratégias e recursos alternativos que visem à inserção de todos os alunos no processo de ensino aprendizagem.

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Dos professores respondentes trinta e um (31) afirmaram trabalhar ou já ter trabalhado com alunos de inclusão. No entanto, desses oitenta e dois (82) professores apenas dezessete (17) sabem o que é Tecnologia Assistiva.

O estudo apontou que dos professores respondentes nove (9) afirmaram utilizar ou já terem utilizado os recursos de Tecnologia Assistiva no trabalho com alunos com deficiência na promoção da inclusão.

Dentre as dificuldades destacadas pelos professores para incluir o aluno com deficiência ao restante da turma foi a falta de conhecimento específico dos recursos necessários.

Ao responderem a questão sobre a formação direcionada à educação especial e ao conhecimento de recursos da Tecnologia Assistiva, cinquenta e três (53) professores relataram não ter formação adequada ou cursos que subsidiassem a utilização desses materiais.

Apesar das duas escolas investigadas possuírem vários materiais adaptados, apenas dezenove (19) professores, afirmaram utilizar os recursos. Quanto ao acesso aos recursos doze (12) professores afirmaram ter ciência da existência desses recursos e que os mesmos são acessíveis a todos os profissionais da escola.

Ao incluir alunos com deficiência em turmas de ensino regular, é fundamental saber se o aluno necessita de materiais adaptados, bem como se o professor também necessita de treinamento para saber conduzir esses recursos e desse modo trazer benefícios aos alunos, atendendo de fato as suas necessidades e especificidades.

5. Discussão

A Tecnologia Assistiva é considerada um recurso especializado para o atendimento às pessoas com deficiência no contexto escolar, o qual tem o objetivo de proporcionar ao aluno com deficiência a ampliação de suas habilidades, a inclusão e a tentativa de integra-los com o restante da turma (BERSCH, 2013).

De acordo com os estudos de Galvão Filho (2009) a terminologia Tecnologia Assistiva ainda é considerada recente, trata-se de todas as possibilidades e recursos que ajudam no desenvolvimento das pessoas com deficiência.

Os dados apresentados na pesquisa sugerem que apesar da inclusão educacional ser uma proposta já evidenciada nas escolas, ainda há necessidade de promover a formação dos

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professores para a prática pedagógica inclusiva e o uso da Tecnologia Assistiva, pois muitos professores ainda desconhecem os recursos disponíveis.

Embora os recursos tecnológicos sejam grandes agentes facilitadores no desenvolvimento da inclusão escolar, o professor inicialmente, necessita observar as dificuldades e limitações do estudante, por meio dessas informações é possível buscar recursos que atendam as necessidades especificas de cada aluno. (ROCHA; DELIBERATO, 2012)

Empregados para dar amparo à inclusão de pessoas com deficiência, esses recursos por si só, não são suficientes para suprir todas as necessidades da educação inclusiva.

Acredita-se que a formação dos professores para a inclusão educacional, é imprescindível não somente para o manejo de tais recursos, mas na adequação às necessidades e realidade dos alunos de modo a propiciar uma educação realmente inclusiva e de qualidade.

Weinert et al. (2011) alertam para a importância de direcionar o olhar para a formação do professor visando a atender as dificuldades apresentadas por esses profissionais para o uso das novas ferramentas de aprendizagem. Na pesquisa trinta e oito (38) informantes relatam que nunca participaram de curso ou formação sobre a Tecnologia Assistiva, número bastante significativo que chama a atenção para a necessidade de redimensionar a formação continuada dos profissionais de modo a atender essa demanda cada vez mais significativa nas escolas.

6. Conclusão

A pesquisa aponta que ainda pouco se conhece sobre a terminologia “Tecnologia Assistiva”, sendo essa uma terminologia considerada por muitos educadores recente. Porém, há um contraponto que se perpetua no meio escolar, que é o discurso sobre os caminhos para a inclusão educacional e esse não condiz com a condição de falta de conhecimento sobre o assunto.

O trabalho com alunos com deficiência depende em grande parte da utilização de recursos de Tecnologia Assistiva e esses devem fazer parte da formação continuada de professores que já atuam com alunos de inclusão. Todavia, o que se percebe é que o ideal ainda não é atingido nas instituições pesquisadas.

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Uma questão constatada na pesquisa é a necessidade de formação inicial e formação continuada de professores, que preconize a inclusão educacional como uma realidade a ser trabalhada e conduzida pelo professor. Que essa formação disponha do conhecimento de recursos e estratégias de ensino necessárias a prática inclusiva.

Identifica-se também a necessidade de trabalho em conjunto entre os professores das diferentes áreas de ensino, a equipe pedagógica e professores especialistas no atendimento aos alunos inclusos. É imprescindível que o conhecimento de recursos e estratégias de ensino especial, bem como o acesso aos recursos não se restrinja aos professores especializados, mas sim a todos os profissionais da escola, mesmo porque a inclusão é um desafio para todo o coletivo escolar.

7. Referências

BERSCH, Rita. Introdução a Tecnologia Assistiva. Assistiva – Tecnologia e Educação. Porto

Alegre – RS. Disponível em: <

http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>. Acesso em: 13 de out.

2015.

GALVÃO FILHO, Teófilo. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: MACHADO, G.C.; SOBRAL, M. N. (Orgs.) Conexões: educação, comunicação, inclusão e interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora, p. 207-235, 2009. Disponível em:

<http://www.galvaofilho.net/TA_dequesetrata.htm >. Acesso em: 23 de fev. 2015.

ROCHA, Alia N. D. C.; DELIBERATO, Débora. Tecnologia assistiva para a criança com paralisia cerebral na escola: identificação das necessidades. Revista Brasileira de Educação Especial. Marilia, v.18, n.1, p. 71-92, Jan. Mar., 2012, 2011. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-65382012000100006&script=sci_arttext >.

Acesso em: 30 mai. 2014.

WEINERT, Mariane Eliza; LIMA, Siumara Aparecida de; GRAVONSKI, Isabel Ribeiro; MOREIRA, Herivelto. O uso das tecnologias de informação e comunicação no cotidiano escolar das séries iniciais: panorama inicial. Revista Brasileira Ensino de Ciência e

Tecnologia. V.4, n.3, set/dez. 2011. Disponível em:

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