• Nenhum resultado encontrado

SAÚDE SAZONAL: INVERNO E SAÚDE PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA TEMPERATURAS EXTREMAS ADVERSAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SAÚDE SAZONAL: INVERNO E SAÚDE PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA TEMPERATURAS EXTREMAS ADVERSAS"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

Outubro de 2016

SAÚDE SAZONAL: INVERNO E SAÚDE

PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA TEMPERATURAS

(2)

- 2 - Saúde sazonal: "Inverno e Saúde”

Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas (PCTEA)

Unidade de Saúde Pública do ACeS do Dão-Lafões

Coordenador J. Mota Faria

Telefone 232 419 900

Correio eletrónico de contacto dsviseu@srsviseu.min-saude.pt

(3)

ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO ... 5

-2.FINALIDADE ... 6

3. GRUPOS MAIS VULNERÁVEIS ... 6

4. EIXOS DO PLANO ... 7

-4.1INFORMAÇÃO EM SAÚDE/VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ... -8

-4.2PREVENÇÃO, CONTENÇÃO E CONTROLO ... -8

-4.3COMUNICAÇÃO ... -8

5. OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO ... 10

6. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ... 14

-Anexo 1: Resposta fisiológica do organismo ao frio Anexo 2: Hipotermia

Anexo 3: Enregelamento dos membros

Anexo 4: Recomendações gerais para a população em períodos de frio intenso

(4)

- 4 - ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 Fluxograma de comunicação (nível nacional, regional e local) ... 9 Figura 2 Configuração geográfica do ACeS do DãoLafões ... 10 -Figura 3 - Distribuição percentual da população residente (estimada em 2015), por grupo etário ... 10

-ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Síntese das medidas a desenvolver no decurso do período de vigência do Plano “Inverno e saúde” ... 11

-LISTADESIGLAS

ACeS Agrupamento de Centros de Saúde ARS Administração Regional de Saúde CCS Conselho Clínico e de Saúde DE Diretor Executivo

DGS Direção-Geral da Saúde

ERPI Estrutura Residencial para Pessoas Idosas IPSS Instituições Particulares de Solidariedade Social

PCTEA Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas

PPCIRA Programa de Prevenção e Controlo da Infeção e Resistência aos Antimicrobianos RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

SUB Serviço de Urgência Básica TSA Técnico de Saúde Ambiental UAG Unidade de Apoio à Gestão

UCC Unidade de Cuidados na Comunidade

UCSP Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados URAP Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados USP Unidade de Saúde Pública

(5)

- 5 -

1- Introdução

A exposição a períodos de frio intenso, sobretudo durante vários dias consecutivos, pode ter efeitos nefastos na saúde. Em condições de frio extremo são produzidas alterações no organismo que facilitam o aparecimento de doenças como a gripe, a pneumonia, a bronquite e o agravamento das doenças crónicas, concretamente, das doenças respiratórias e cardíacas. Por outro lado, podem ocorrer efeitos indiretos do frio na saúde resultantes de acidentes rodoviários, quedas devido ao gelo, incêndios e intoxicações por monóxido de carbono provocados pelo uso incorreto ou mau funcionamento dos equipamentos de aquecimento1.

Os problemas graves de saúde mais frequentemente associados ao frio são a hipotermia e o enregelamento (ver anexos).

O aumento da mortalidade que acompanha os surtos sazonais de gripe é resultante das complicações graves da gripe, mas também das descompensações graves da patologia crónica subjacente, sobretudo cardiorrespiratória. A população com idade igual ou superior a 65 anos, as crianças até aos 4 anos de idade e as pessoas com patologia crónica grave apresentam maior risco de complicações. A vacinação é a estratégia mais efetiva na prevenção da infeção, na diminuição da gravidade clínica da doença (sobretudo nos grupos de maior risco) e na redução do impacto epidemiológico dos surtos1. Outras medidas importantes no controlo da infeção consistem na proteção das pessoas contra o frio, no cumprimento das regras de etiqueta respiratória e “distanciamento social”, no reforço da higiene das mãos e na utilização, em caso de doença, da Linha Saúde 24.

No âmbito da “Saúde Sazonal”, é ativado anualmente o Plano Inverno e Saúde - Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas (PCTEA), enquadrado por normativos legais2.

______________________________________________________________

1

DGS, 2016, Saúde Sazonal Inverno e Saúde: Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas

2

Despacho nº 4113-A/2015, de 13 de abril; Despacho nº 34/2015 de 9 de Setembro do SEAMS; Despacho nº 1/2015 de 10 de novembro do SES; Despacho nº 13119-I/2015 de 17 de Novembro; Despacho nº 13264-A/2015 de 19 de Novembro

(6)

- 6 -

O Plano “Inverno e Saúde” do ACeS Dão-Lafões pretende ser um documento estratégico, com orientações que permitam prevenir ou minimizar os efeitos negativos do frio e o impacto das infeções respiratórias na saúde da população da área de abrangência do ACeS Dão-lafões, nomeadamente da gripe, e preparar a resposta dos serviços de saúde, perante a perspetiva de ocorrer um aumento da procura de cuidados. Está alinhado com as orientações emanadas pela Direção Geral da Saúde (DGS) e Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro. Será ativado ente 1 de novembro de 2016 e 31 de março de 2017, eventualmente noutros períodos, em função das condições meteorológicas obsevadas.

2 - Finalidade

A finalidade deste Plano é prevenir ou minimizar os efeitos negativos do frio na saúde e reduzir a incidência e o impacto das infeções respiratórias, nomeadamente da gripe, na saúde da população da área de abrangência do ACeS Dão-Lafões, com particular atenção aos grupos de maior vulnerabilidade.

Pretende-se ainda minimizar a ocorrência de outros acontecimentos com impacto na saúde, nomeadamente, as intoxicações por monóxido de carbono e os acidentes.

3 - Grupos mais Vulneráveis

Os grupos mais vulneráveis ao frio são:

- As crianças: perdem o calor corporal mais rapidamente que os adultos e têm mais dificuldade em produzir calor suficiente para compensar as perdas. - As pessoas idosas: produzem menos calor porque, à medida que a idade avança, o metabolismo do corpo humano tende a ser mais lento e os indivíduos tendem a reduzir a atividade física. A resposta fisiológica de adaptação ao frio por parte dos idosos pode ser menor pela existência de

(7)

- 7 -

doenças crónicas e pelo facto de eventualmente tomarem medicação que pode afetar a circulação sanguínea.

Estes dois grupos são ainda particularmente vulneráveis ao frio porque não têm grande perceção das alterações de temperatura.

São ainda consideradas vulneráveis:

- Pessoas com doenças crónicas, em especial cardiovasculares, respiratórias, reumáticas, diabetes e da tiroide;

- Pessoas com doenças neurológicas ou transtornos psíquicos; - Pessoas com problemas de alcoolismo;

- Pessoas que tomam medicamentos como psicotrópicos ou anti-inflamatórios;

- Pessoas com mobilidade reduzida;

- Pessoas com dificuldades na realização das atividades da vida diária; - Pessoas que vivem mais isoladas;

- Pessoas a viver em habitações degradadas e sem condições de isolamento térmico;

- Pessoas em situação de exclusão social.

4 - Eixos do Plano

Os eixos do Plano terão em consideração:

a) Informação em saúde/vigilância epidemiológica b) Prevenção, contenção e controlo

(8)

- 8 -

4.1 - Informação em saúde/vigilância epidemiológica

A informação relacionada com o Inverno integra (entre outros) os seguintes parâmetros1:

- Temperaturas máximas e mínimas observadas e previstas; - Avisos meteorológicos para temperaturas mínimas;

- Estimativas de incidência de síndrome gripal; - Identificação dos vírus circulantes;

- Número de vacinas contra a gripe administradas no SNS; - Procura e resposta dos serviços de saúde;

- Evolução diária da mortalidade;

- “Captura” da informação através de fontes informais - epidemic intelligence; - Acesso a plataformas internacionais de alerta;

- Acompanhamento da atividade gripal no hemisfério norte.

A avaliação de risco, para efeitos de aviso interno e/ou para população, em cada ARS, é efetuada pelos Departamentos de Saúde Pública e/ou Unidades de Saúde Pública1.

4.2 - Prevenção, contenção e controlo

O Plano Inverno e Saúde do ACeS Dão-Lafões contempla um conjunto de medidas de prevenção, contenção e controlo, adaptadas à realidade local. Estas medidas encontram-se descritas no capítulo 5.

4.3 - Comunicação

A comunicação com a população deve incluir recomendações sobre:

- Utilização preferencial da linha saúde 24, como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde;

- Efeitos do frio extremo na saúde incluindo a descompensação de doenças crónicas como a diabetes e a doença cardiovascular, e de outros acontecimentos nomeadamente, infeções respiratórias, intoxicações por monóxido de carbono e acidentes;

- Medidas para evitar os efeitos diretos e indiretos do frio e das infeções respiratórias, nomeadamente, sobre medidas de proteção individual onde se incluem:

(9)

- 9 - Vacinação contra a gripe; Higiene das mãos; Etiqueta respiratória;

Vestuário e alimentação adequados;

Compete à DGS e ARS Centro garantir adequados circuitos de comunicação entre os serviços, para divulgação de informação, comunicação do risco e das medidas a adotar.

Na figura 1 apresentamos o fluxograma de comunicação, nos diferentes níveis (nacional, regional e local) , com base nas orientações emanadas pela DGS1.

Figura 1- Fluxograma de comunicação (nível nacional, regional e local)

___________________________ Nível nacional Nível regional Nível local Coordenacão DGS (Grupo Operativo) Grupo de Crise ARS

(Grupo Operativo Regional)

ACeS Dão-Lafões Centro Hospitalar Tondela-Viseu- E.P.E. Coordenação Regional da Rede de Cuidados Continuados Integrados

.

Autoridade Nacional de Proteção Civil . Centro Hospitalar Tondela-Viseu - E.P.E. . Casa de Saúde S. Mateus

. Hospital CUF Viseu

. Comissão Municipal de Proteção Civil . IPSS

. Forças de Segurança . Instituto de Segurança Social

. Agrupamento de Escolas/Escolas não agrupadas . Municipios . Juntas de Freguesia . Diocese . Rádios e jornais UCSP USF UCC URAP SUB S. P. Sul UAG Médico, Enfermeiro e TSA da Equipa Local (concelho) Entidades e instituições locais Coordenador da USP DE/CCS

(10)

- 10 -

5. Operacionalização do Plano

O ACeS Dão Lafões abrange 14 concelhos: Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu (sede do ACeS) e Vouzela, pertencentes ao distrito de Viseu e, o concelho de Aguiar da Beira, pertencente ao distrito da Guarda (figura 2).

Figura 2- Configuração geográfica do ACeS do Dão-Lafões

Abrange uma população residente de 259.168 habitantes (estimada para 2015). Penalva do Castelo é o concelho com maior valor percentual de população com 65 e mais anos (28,8%), seguido do concelho de Tondela, com 28,7% (figura 3).

Figura 3 - Distribuição percentual da população residente (estimada em 2015), por grupo etário

(11)

- 11 -

Na área de abrangência do ACeS Dão Lafões existem 95 estruturas residenciais para pessoas idosas, 92 centros de dia, 120 serviços de apoio domiciliário, 12 centros de apoio à deficiência e 2 centros de noite.

No quadro 1 resumem-se as medidas a implementar no decurso do período de vigência do Plano “Inverno e Saúde” do ACeS Dão-Lafões, em articulação com todos os parceiros e de acordo com a informação sobre avaliação do risco.

Quadro 1 - Síntese das medidas a desenvolver no decurso do período de vigência do Plano

“Inverno e saúde”

Responsável Medidas a desenvolver

ACeS (DE/ CCS)

Divulgar o Plano “Inverno e Saúde” do ACeS Dão-Lafões:

- articular com os coordenadores das unidades funcionais do ACeS; Assegurar recursos (humanos e materiais) necessários;

Adequar a oferta de consultas:

- Aumento do número de consultas não programadas;

- Alargamento eventual de horários da consulta de atendimento complementar ou das consultas não programadas, em função da atividade gripal;

Verificar a adequação dos equipamentos de climatização e o seu funcionamento

Disponibilizar atempadamente a vacina contra a gripe a todas as unidades de saúde do ACeS;

Sensibilizar os profissionais da saúde do ACeS para a vacinação contra a gripe;

Promover a vacinação dos cidadãos, de acordo com a norma da DGS para a época sazonal 2016/2017;

ACeS (DE/ CCS) USP

Divulgar aos profissionais de saúde as orientações técnicas disponiveis (normas da DGS, documentos de operacionalização da vacinação contra a gripe, orientações sobre quimioprofilaxia e terapêutica para a gripe, se necessário);

Comunicar aos cidadãos, profissionais de saúde e comunicação social sobre o início do Plano “Inverno e Saúde” (1 de novembro).

Articular com o Instituto de Segurança Social e Autoridade Nacional de Proteção Civil;

(12)

- 12 - USP

UCC

Levantamento das necessidades relativamente ao nº de vacinas a administrar a pessoas institucionalizadas, de acordo com as orientações específicas da DGS para a época sazonal 2016/2017;

Priorizar a vacinação de pessoas institucionalizadas, em articulação com as várias unidades funcionais do ACeS;

Visitar instituições de apoio social (ERPI, centos de dia) para avaliação das condições higiossanitárias, de climatização e arejamento, reforço de medidas de proteção, sensibilização para a vacinação dos seus utentes e profissionais e recomendar a utilização da Linha Saúde 24 (808 24 24 24) como primeiro contacto com o sistema de saúde;

UCSP, USF, UCC

Reforçar a vacinação dos grupos mais vulneráveis (idosos, doentes crónicos)

PPCIRA

USP

Reforçar a informação aos profissionais de saúde sobre higiene das mãos, etiqueta respiratória e equipamento de proteção individual (máscaras);

Sensibilizar os profissionais de saúde para o reforço das medidas de higiene das mãos, aquando de sintomatologia de síndrome gripal;

USP Atualizar o diagnóstico de situação em estruturas residencuais para pessoas idosas relativamente ao nº de utentes, nº de horas médicas e de enfermagem semanais (atualização das listagens já existentes), com o objetivo de desencadear medidas de prevenção onde se incluem a vacinação conta a gripe, medidas de etiqueta respiratória, higiene das mãos e procedimentos a adotar no tratamento de infeções respiratórias, em articulação com as UCSP, USF e UCC de cada concelho;

Monitorizar (a partir da semana 40) o número de consultas em unidades funcionais dos ACeS Dão-Lafões (total e por síndrome gripal) (SIARS);

Informar sobre a situação epidemiológica (infeções respiratórias e síndrome gripal);

Monitorizar o número de inoculações de vacinas contra a gripe administradas, com periodicidade semanal;

Informar sobre a evolução da campanha vacinal contra a gripe;

Realizar o inquérito epidemiológico a todos os casos de gripe não sazonal notificados (pelo SINAVE)

Identificação de camas disponíveis na região para utilização em eventual situação de emergência;

Reforçar a vigilância da água para consumo humano e efetuar a vigilância da Legionella nos locais favoráveis ao seu desenvolvimento

(13)

- 13 -

Divulgar os alertas definidos para o ACeS;

Divulgar as recomendações da DGS e ARS Centro, via e-mail, aos profissionais que trabalham com população vulnerável;

Realizar ações de sensibilização e de capacitação para a população em geral, com especial enfoque para os grupos mais vulneráveis, incidindo sobre: efeito do frio extremo na saúde e medidas de etiqueta respiratória;

Divulgar aos Agrupamentos de Escolas/Escolas não agrupadas, as orientações da DGS ou outras, relacionada com etiqueta respiratória, higiene das mãos e outra considerada relevante;

UCSP, USF, UCC, SUB S. P. Sul

Divulgar e recomendar a utilização da Linha Saúde 24 (808 24 24 24) como primeiro contacto de doentes com sintomatologia compatível com síndrome gripal com o sistema de saúde;

Disponibilizar máscaras a doentes que apresentem sintomatologia de síndrome gripal, aguardando atendimento, se possível, em local separado dos que apresentam outras patologias;

Utilização de máscaras por parte dos profissionais de saúde, aquando de sintomatologia de síndrome gripal;

Recomendar medidas de etiqueta respiratória e de “distanciamento social”, em situação de sintomatologia compatível com síndrome gripal;

UCSP, USF, UCC,

USP

Identificar os grupos mais vulneráveis

Visitação domiciliária a pessoas mais vulneráveis aos efeitos nefastos do frio (idosos, doentes crónicos, acamados no domicilio, pessoas que vivam em condições precárias e de isolamento), perante a previsão de temperaturas extremas;

Distribuir informação à população em geral e aos grupos de risco, através de folhetos, nomeadamente nas unidades funcionais do ACeS sobre prevenção dos efeitos do frio extremo (diretos e indiretos) e das infeções respiratórias, nomeadamente da gripe e etiqueta respiratória;

Divulgar informação à população relativamente a medidas de proteção da saúde, nomeadamente através comunicação social (rádios e jornais locais);

(14)

- 14 -

6. Monitorização e Avaliação

A monitorização e avaliação do Plano “Inverno e Saúde” será efetuada tendo por base:

Medidas tomadas no âmbito da implementação do Plano;

Monitorização do número de consultas em unidades funcionais dos ACeS Dão-Lafões (total e por síndrome gripal) (SIARS);

Monitorização de informação reportada à USP de situações relacionadas com o frio;

Número de vacinas contra a gripe administradas a utentes que residem em estruturas residenciais para pessoas idosas e RNCCI;

Proporção de profissionais de saúde vacinados

Cobertura vacinal a utentes com idade igual ou superior a 65 anos Relatório no final do período de vigência do Plano

(15)

- 15 -

Anexo 1: Resposta fisiológica do organismo ao frio

O corpo humano possui um sistema termorregulador cuja função é controlar a temperatura corporal interior, mantendo-a entre os 36,5ºC e os 37,5ºC, para que a temperatura do coração, do cérebro e de outros órgãos centrais não desçam mais de 2ºC. Fora dos limites constantes de temperatura corporal interior (36,5ºC – 37,5ºC) são desencadeados, pelo hipotálamo, mecanismos de resposta que permitem controlar e manter uma temperatura interior estável.

O sistema sensorial do corpo reconhece quando este se encontra exposto ao frio, fazendo com que os recetores da pele respondam de forma imediata. Se a resposta for insuficiente para manter a temperatura interior do corpo normal, os recetores no cérebro registam uma descida na temperatura provocando uma sensação adicional de frio.

Em ambientes frios, a temperatura interna do corpo não desce mais do que 1 a 2ºC abaixo da temperatura normal do corpo porque este tem a capacidade de se adaptar a condições menos favoráveis. Em períodos de frio intenso, dependendo da severidade das condições ambientais (temperatura, vento e humidade) e sem a proteção adequada, o corpo não consegue compensar a perda de calor, e a sua temperatura interna desce.

Para sobreviver e permanecer ativo em ambientes frios, a perda constante de calor tem que ser contrabalançada pela produção de uma quantidade igual de calor.

O corpo humano perde calor para o meio através do contacto com objetos, por radiação, por convecção e por evaporação e mantém o seu balanço de calor aumentando a sua produção através do metabolismo celular e ativando os mecanismos de retenção de calor (diminuição da corrente sanguínea superficial).

Fatores importantes para a produção de calor incluem a ingestão de alimentos e a atividade física, enquanto a retenção de calor pode ser assegurada pelo uso de vestuário apropriado.

Se continuar a exposição ao frio intenso e houver uma queda brusca da temperatura corporal, as terminações nervosas detetam a baixa temperatura e imediatamente o organismo começa a realizar a vasoconstrição periférica dos vasos sanguíneos, principalmente dos da pele, com o objetivo de diminuir a perda do calor e estabilizar a temperatura interna. O principal efeito que resulta desta situação é que

(16)

- 16 -

o sangue deixa de transportar calor do interior do corpo para a sua superfície, fazendo com que a pele e os tecidos subcutâneos arrefeçam.

À medida que o corpo arrefece a segunda forma de retenção de calor no corpo ocorre através dos calafrios, que consistem numa contração aleatória involuntária das fibras musculares superficiais, o que vai aumentar a produção de calor. Uma pessoa em repouso, ao tremer de forma intensa, pode multiplicar por três ou quatro vezes a sua produção de calor metabólico e aumentar a temperatura corporal interior em cerca de 0,5ºC.

Nos casos em que é perdida maior quantidade de calor do que aquela que os processos combinados de produção de calor e mecanismos de retenção de calor podem gerar, a temperatura interna do corpo pode descer abaixo dos 35ºC. Por outro lado, o volume de sangue tem que ser reduzido para prevenir uma sobrecarga na circulação com a quantidade de sangue que foi deslocado da pele. Desta forma, os fluidos são perdidos do sangue para os tecidos, os quais vão remover o excesso de volume, deixando o sangue mais concentrado e mais suscetível de formar coágulos, podendo levar à ocorrência de acidentes vasculares cerebrais (AVC).

À medida que a humidade do corpo é perdida através de vários processos de evaporação, o volume total de líquidos existentes no corpo é reduzido, o que pode levar à desidratação. Este decréscimo no nível de fluidos torna o corpo mais suscetível à hipotermia e outras doenças provocadas pelo frio.

Para além das temperaturas baixas, os fatores que mais contribuem para o agravamento de situações provocadas pelo frio são a exposição ao vento e à humidade relativa do ar. O vento é um fator importante que aumenta a suscetibilidade do indivíduo à hipotermia devido à sua capacidade de causar perda de calor por convecção e evaporação. A humidade relativa do ar provoca um efeito prejudicial ao corpo em ambientes frios em função da perda de calor do corpo. A água é 25 a 30 vezes mais condutiva de calor do que o ar, ou seja, qualquer indivíduo em contacto com a humidade pode perder de 25 a 30 vezes mais calor do corpo do que se o ambiente estivesse seco.

Primeiro, o frio afeta as extremidades do corpo, como sejam as mãos e os pés que têm uma temperatura inferior à temperatura interior do corpo, têm uma maior superfície na relação área/volume e porque é mais provável estarem em contacto com superfícies frias do que as outras partes do corpo. Além disso, o corpo conserva o calor protegendo os órgãos internos, logo, reduzindo a circulação do sangue nas extremidades.

(17)

- 17 -

A forma mais severa de lesão provocada pelo frio é a hipotermia que resulta da excessiva perda de calor do corpo e da consequente descida da temperatura corporal interior.

Anexo 2: Hipotermia3

A hipotermia ocorre quando o corpo começa a perder calor mais rapidamente do que aquele que pode ser produzido. A temperatura corporal muito baixa pode afetar e reduzir as funções normais dos músculos e do cérebro fazendo com que a vítima deixe de conseguir pensar claramente ou movimentar-se. Uma pessoa com hipotermia severa pode estar inconsciente e pode parecer que não tem pulso ou que não está a respirar.

Os mais vulneráveis a sofrerem de hipotermia são os idosos em condições não apropriadas de vestuário, comida ou aquecimento; os bebés quando dormem em quartos frios; aqueles que permanecem na rua por longos períodos de tempo e aqueles que bebem álcool ou consomem drogam ilícitas.

Sintomas

A sensação de frio, seguida de dor nas partes expostas do corpo, fortes tremores e exaustão, são os primeiros sinais associados a esta lesão. Conforme o frio aumenta ou o período de exposição se prolonga, a sensação de frio e dor tendem a diminuir devido à perda de sensibilidade que o frio causa (efeito anestésico). Seguem-se sintomas de fraqueza muscular, sonolência e desorientação. As crianças podem apresentar a pele muito vermelha e fria, e apatia.

O que fazer:

- Deslocar a pessoas para uma área aquecida o mais rápido possível;

- Remover qualquer peça de roupa molhada e substitui-la por outra quente e seca;

- Aquecer a pessoa envolvendo-a em cobertores para que a temperatura possa subir gradualmente.

- Começar por aquecer o peito, pescoço, cabeça e tronco, com cobertores; - Dar bebidas quentes (sem cafeína e não alcoólicas), se a pessoa estiver consciente;

(18)

- 18 -

- Depois da temperatura corporal aumentar, manter a pessoa seca e envolvida em cobertores, incluindo o pescoço e a cabeça. Colocar alguma gaze entre os dedos (das mãos e dos pés) para absorver a humidade e evitar que eles se colem entre si.

O que não fazer:

- Não tentar reaquecer a zona corporal afetada no local onde a pessoa se encontra em hipotermia, mas sim, deslocá-la para uma zona mais quente; - Não massajar a zona afetada, porque pode danificar os tecidos afetados; - Não usar o calor de uma lareira, fogão, ou radiador para aquecer a zona afetada, porque esta está dormente e pode ser facilmente queimada;

- Não permitir que a pessoa ingira bebidas alcoólicas, bebidas com cafeína ou fume.

3

https://www.dgs.pt/saude-ambiental/areas-de-intervencao/frio/hipotermia.aspx

Anexo 3: Enregelamento dos membros 4

O enregelamento é uma situação que resulta da exposição excessiva ao frio ou pelo contacto com objetos extremamente frios. Consiste no congelamento das camadas superficiais dos tecidos da pele e afeta principalmente as bochechas, os lóbulos das orelhas e os dedos das mãos e dos pés.

Sintomas

Os sintomas incluem arrepios, uma sensação de formigueiro e adormecimento dos pés, mãos e orelhas, a pele torna-se branca, pálida e a camada superficial da pele fica rígida.

O que fazer:

- Reaquecer suavemente a zona corporal afetada;

- Se os dedos das mãos começarem a “formigar”, fazer vários movimentos rotativos com o punho; se forem os dedos dos pés, desapertar os sapatos e bater com os pés no chão, a fim de aumentar a circulação sanguínea.

(19)

- 19 -

- Não massajar a zona corporal afetada, pois pode danificar os tecidos afetados;

- Iniciar o aquecimento por um banho de água morna;

- Nunca deve usar objetos quentes (sacos de água quente) diretamente na zona afetada, mas enrolados em toalhas quentes e secas;

- Não permitir que a pessoa ingira bebidas alcoólicas, bebidas com cafeína ou fume.

4

https://www.dgs.pt/saude-ambiental/areas-de-intervencao/frio/enregelamento.aspx

Anexo 4: Recomendações gerais para a população em períodos de frio intenso (DGS, Orientação nº 017/2012 de 25/10/2012)

DGS: Orientação nº 017/2012 de 25/10/2012

- Verificar se os equipamentos utilizados para aquecimento estão em condições de ser utilizados e o estado de limpeza da chaminé e da lareira; - Colocar um termómetro dentro de casa em local visível;

- Calafetar portas e janelas para evitar a entrada de ar frio e a saída do calor acumulado;

- No caso de estar prevista a ocorrência de um período de frio intenso ou neve forte, assegure-se de que dispõe dos bens necessários para 2 ou 3 dias de modo a evitar as saídas para o exterior. Atenda às necessidades de bens alimentares, água potável, medicamentos e botijas de gás suplementares, se for o caso.

Medidas a adotar durante períodos de frio: recomendações gerais para a população

No domicílio

- Manter a temperatura da casa entre os 18ºC e 21ºC;

- Se não for possivel aquecer todas as divisões da casa, tentar manter a sala de estar quente durante o dia e aquecer o quarto antes de se ir deitar;

(20)

- 20 -

- Ao utilizar lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos a gás manter correta ventilação das divisões de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde, evitando os acidentes por monóxido de carbono que podem ser causa de intoxicação ou morte;

- Não utilizar fogão a gás, forno ou fogareiro a carvão para aquecimento da casa, nem utilizar equipamentos de aquecimento de exterior em espaços interiores;

- Evitar dormir/descansar muito perto dos equipamentos de aquecimento; - Apagar ou desligar os equipamentos de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa, de forma a evitar fogos ou intoxicações;

- Promover uma boa circulação de ar, não fechando completamente os aposentos, mas evitar as correntes de ar frio;

- Manter sob vigilância a utilização de botijas de água quente, para evitar o risco de queimadura.

Higiene pessoal e vestuário

- Manter a higiene pessoal tomando banho com água morna uma vez que a água muito quente remove a camada protetora natural da pele;

- Manter a pele hidratada, principalmente mãos, pés, cara e lábios;

- Usar várias camadas de roupa, em vez de uma única muito grossa, e não usar roupas demasiado justas que dificultem a circulação sanguínea;

- Protejer as extremidades do corpo (com luvas, gorro, meias quentes e cachecol) e usar calçado adequado às condições climatéricas;

- Evitar andar descalço no chão frio ou molhado. Alimentação

- Fazer refeições mais frequentes encurtando as horas entre elas; - Dar preferência a sopas e a bebidas quentes, como leite ou chá;

- Aumentar o consumo de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais e antioxidantes (ex. frutos e hortícolas) porque contribuem para minimizar o aparecimento de infeções;

- Fazer uma alimentação variada e saudável, evitando alimentos fritos, com muita gordura e alimentos açucarados;

(21)

- 21 -

- Evitar bebidas alcoólicas porque provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.

Atividades e exercício físico no exterior

- Manter a prática de exercício físico habitual mas em situações de frio intenso evite fazer exercício físico de esforço ao ar livre;

- Se houver necessidade de realizar trabalho com muito esforço, deve utilizar-se roupa adequada e ir doutilizar-seando o esforço;

- Procurar locais abrigados se a temperatura diminuir e houver muito vento; - Em caso de frio intenso fazer pequenos movimentos com os dedos, os braços e as pernas evitando o arrefecimento do corpo;

- Evitar caminhar sobre o gelo devido ao risco de lesões por queda;

- Beber água antes, durante e depois da atividade física para evitar a desidratação.

Se vai viajar de automóvel

- Informar-se sobre a previsão meteorológica, sobre problemas de circulação e assegurar-se de que dispõe de um mapa;

- Observar o tubo de escape para ver se não está obstruido, evitando o risco de intoxicação por monóxido de carbono;

- Se a previsão meteorológica incluir a queda de neve levar roupas quentes e mantas bem como comida e bebidas quentes, tendo em conta que poderá ficar bloqueado;

- Evitar viajar sozinho de automóvel ou em situações de reduzida visibilidade; - Ligar o aquecimento do veículo 10 minutos em cada hora e baixar os vidros uns milímetros para arejar;

- Se o carro bloquear, colocar uma manta colorida presa na janela ou na antena do veículo para chamar a atenção;

Recomendações para os Grupos Vulneráveis a) Bebés ou recém-nascidos

(22)

- 22 -

- Em caso de necessidade de sair de casa agasalhar bem o bebé, principalmente a cabeça e as extremidades (mãos, orelhas e pés);

- Utilizar várias camadas de roupa em vez de uma única peça grossa; - Dar de beber regularmente ao bebé;

- Transportar o bebé num carrinho que lhe permita movimentar-se para se aquecer e verificar se está bem protegido do frio;

- Evitar transportar as crianças em porta-bebés tipo mochila, que poderá comprimir as pernas e causar enregelamento.

b) Pessoas idosas

- Os idosos precisam do acompanhamento dos familiares ou prestadores de cuidados para que sejam tomadas as medidas adequadas em situações de frio descritas nas recomendações gerais, nomeadamente ao nível da alimentação, vestuário, cuidados com os equipamentos de aquecimento e precauções ao sair de casa;

- Os familiares, amigos e vizinhos têm um papel importante devendo manter um acompanhamento de proximidade, sempre que possível, de pessoas idosas sós/isoladas, fazendo um telefonema ou contactando pessoalmente, pelo menos uma vez por dia, para prestar ajuda e verificar o seu estado de saúde e conforto;

c) Doentes cardíacos, vasculares, respiratórios, reumáticos e com diabetes

- Devem seguir as recomendações gerais; em caso de frio intenso devem considerar a redução de atividades físicas no exterior;

Ter ainda em consideração as recomendações da DGS em www.dgs.pt (http://saudesazonal.min-saude.pt/)

Referências

Documentos relacionados

No capítulo 2, quando abordamos os marcos da mortalidade juvenil, verificamos que, entre 1980 e 2012, as taxas de suicídio tinham crescido de 62,5%, aumentando o ritmo

Para avaliar as características dendrométricas e químicas, a massa específica básica, e as estimativas de massa seca da madeira, da casca, de holocelulose e de lignina, instalou-se

Apesar do teste estatístico ter indicado não haver relação entre a quantidade dos componentes e a ocorrência da capivara, verifica-se que dos 1,2% de água presentes

A presente pesquisa tem como objetivo verificar o efeito do etilenoglicol e do glicerol como solventes, visando a obtenção de etanol anidro com o mínimo de

Para o controle da rotação do motor, foi utilizado um circuito para a manutenção de corrente constante, nesse caso de 400 mA, aquecendo as molas e fazendo-as transitar da

Os documentos utilizados foram: questionário aplicado aos professores solicitando informações pessoais e concepções iniciais sobre pesquisa, registros de observações

Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé. Não andeis, pois,

Permanência (“estava sobre” x habitação) Boas novas em Jesus Cristo segundo João Capítulo 14 – Consolador – Obras maiores farão.!. aquele que crê