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Nota sobre ciclo de vida e desenvolvimento econômico: o caso das atividades agroaçucareiras da província de Minas Gerais 1

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Nota sobre ciclo de vida e desenvolvimento econômico: o caso das

atividades agroaçucareiras da província de Minas Gerais

1

Marcelo Magalhães Godoy2

R

ESUMO

O relacionamento entre ciclo de vida e acumulação representa importante vertente do encontro da história demográfica com a história econômica. Este escrito objetiva introduzir algumas sugestões de natureza metodológica que se acredita alargam as possibilidades de relacionamento entre a trajetória de vida refletida nas faixas etárias de escravistas e o número médio de escravos. O caso das atividades agroaçucareiras de Minas Gerais, que apresentam desenvolvimento proeminente no século XIX, se constitui no eixo para a proposição e demonstração da pertinência destas propostas metodológicas. Para além do exame de tendências de acumulação no tempo, segundo o ciclo de vida dos engenheiros, buscam-se evidências a permitir a caracterização de alguns requisitos para inserção neste campo de atividade.

P

ALAVRAS

-

CHAVE

Ciclo de vida; desenvolvimento econômico; atividades agroaçucareiras; província de Minas Gerais

1

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu – MG – Brasil, de 18 a 22 de setembro de 2006.

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Departamento de Ciências Econômicas – FACE/UFMG e Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – FACE/UFMG.

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Nota sobre ciclo de vida e desenvolvimento econômico: o caso das

atividades agroaçucareiras da província de Minas Gerais

Marcelo Magalhães Godoy Departamento de Ciências Econômicas – FACE/UFMG Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – FACE/UFMG

O título deste escrito pretende imediata remissão a outra nota, elaborada no início da década de 1980 e que objetivava, em última instância, propor e demonstrar a pertinência do relacionamento entre ciclo de vida de escravistas e o tamanho médio de suas posses de escravos (Costa, 1983). Decorridas mais de duas décadas, sugere-se a incorporação de algumas variáveis sócio-demográficas, econômicas e espaciais com o propósito de alargar as possibilidades metodológicas desta modalidade de interface entre histórica demográfica e história econômica.

A

S FONTES

:

C

ENSO DE

1831/32

E

M

APAS DE

1836

O Censo de 1831/32, organizado sob a forma de listas nominativas de habitantes, é o mais extenso e circunstanciado levantamento populacional do período provincial mineiro, além de ser o maior conjunto de informações nominais de natureza censitária remanescente para o período imperial brasileiro.

As unidades espaciais de informação do censo eram os distritos de paz, divididos em fogos ou famílias. Foram relacionados para cada indivíduo recenseado o prenome, a condição social, a cor/origem e a idade. Sobrenome, estado conjugal, ocupação, nacionalidade e relações de parentesco ou subordinação sócio-econômica foram informados para parcela da população. A representatividade e cobertura das listas remanescentes de 1831/32 são bastante satisfatórias, compreendem aproximadamente 55% da população e distritos então existentes em Minas Gerais (Paiva, 1996: 54/75).

Documentação fiscal, os Mapas de engenhos aguardenteiros e casas de negócio de

1836 conformam as mais extensas e detalhadas relações nominais de proprietários de

engenhos de cana e estabelecimentos comerciais do Oitocentos mineiro, assim como as fontes com maiores cobertura espacial e número de informantes para o estudo do setores canavieiro e comércio estabelecido do período imperial brasileiro.

Para os engenhos foram informados regularmente o nome e sobrenome dos engenheiros bem como a força motriz dos equipamentos de moagem. Para as casas de negócio foram relacionados com regularidade o nome e sobrenome dos negociantes, localização espacial do estabelecimento, tipo de casa de negócio e mercadorias comercializadas. Além dessas informações, os responsáveis pelos mapas acrescentaram, de forma irregular, uma miríade de informações não solicitadas. A representatividade e cobertura dos mapas remanescentes são excepcionais, abarcam aproximadamente 71% dos distritos e a população correspondente supera 76% (Godoy, 2004: 186/248) .

A diversidade, complexidade e cobertura da informação de ocupação do Censo exigem redobrada preocupação metodológica. A necessidade de entender o significado e classificar as ocupações, ainda que tarefas de grande complexidade e envergadura, normalmente são atendidas pelos pesquisadores. Mensurar a qualidade da informação de

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ocupação e definir metodologia para o tratamento da não-informação de ocupação, conquanto indispensáveis à utilização criteriosa e segura da documentação, freqüentemente são negligenciados pelos investigadores.

Não avaliar a qualidade e não considerar a cobertura dessa variável sócio-demográfica e econômica, problemas superpostos, podem conduzir o usuário do Censo de 1831/32, assim como de outros censos nominais do período, a resultados tanto mais distorcidos quanto menor for a unidade espacial analisada. O fato da informação de ocupação alcançar aproximadamente 40% da população recenseada impõe o estudo da não-informação de ocupação. É imperioso conhecer as características da população não coberta e ponderar o impacto dessa altíssima omissão na estrutura ocupacional. Entretanto, para além de entender o sentido da não-informação faz-se necessário mensurar a qualidade da informação de ocupação.

Com o propósito de conhecer as características da população sem dados ocupacionais e a qualidade da informação de ocupação foi desenvolvida metodologia para a classificação das listas nominativas. Tendo por base múltiplos critérios, que contemplaram a maior parte das variáveis do censo, foi estabelecida escala de pontuação que permite aferir a posição relativa de cada lista. Assim, foi possível recortar o censo de 1831/32 e constituir amostra composta de listas em que a informação de ocupação não somente é abrangente, mas também de boa qualidade. Elaborada debaixo de rigorosa avaliação de cobertura espacial e representatividade, a amostra é composta de 60 distritos, ou 24,8% das listas remanescentes para 1831/32, e 113.903 indivíduos, ou 27,9% da população total. Da amostra foram excluídas 28.470 crianças de 0 a 9 anos, ou 25,0%. A não-informação para esse segmento da população é de 92,2%, contra 17,4% para a população acima de 9 anos (Godoy 2003).

Entre sinônimos, variantes vocabulares, ocupações simples e associadas foram relacionadas milhares de designações em 1831/32. Sistematizadas e classificadas, as ocupações foram reunidas em mais de 800 unidades ocupacionais. Para o estudo da estrutura ocupacional procedeu-se a setorização desse amplo universo de ocupações (Godoy 2003). No quadro seguinte estão relacionados os setores e respectivos subsetores.

Setores e subsetores Setores e subsetores

Agropecuária Serviço doméstico

Agricultura Funções públicas

Agroindústria Civis

Pecuária Militares

Atividades agrícolas em geral Igreja

Mineração Outros setores

Atividades manuais e mecânicas Extrativismo

Artífices em madeira Assalariados

Artífices em metais Controle do trabalho escravo Artífices em couros e peles Educação

Artífices em barro Saúde

Artífices em fibras Transportes

Artífices em fiação e tecelagem Outras atividades Artífices em tecidos Desocupados

Artífices em edificações Deficientes, enfermos e idosos

Outros artífices Indigentes

Comércio Sem ocupação

Comércio fixo Associações ocupacionais Comércio de tropas

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A proposta de regionalização adotada foi elaborada exclusivamente com base na percepção do espaço de viajantes estrangeiros que percorreram o território mineiro na primeira metade do século XIX. Do inter-relacionamento de fatores físicos, demográficos, econômicos, administrativos e históricos dividiu-se o espaço de Minas Gerais em 18 regiões. Embora aspectos de natureza econômica tenham ocupado posição central, as identidades regionais resultaram de combinações específicas de múltiplos aspectos (Godoy, 1996).

A classificação das regiões segundo o nível de desenvolvimento econômico resultou da mensuração da importância relativa da dinâmica da produção e comércio regionais articulada com a avaliação da expressão provincial das regiões. A determinação do nível de desenvolvimento econômico fundamentou-se nessa combinação da magnitude regional com a posição relativa na economia provincial. Assim, foram propostos, como categorias analíticas, três níveis de desenvolvimento econômico: baixo, médio e alto (Paiva, 1996: 113/127).

A

TIVIDADES AGROAÇUCAREIRAS EM

M

INAS

G

ERAIS

Durante o século XIX e início da centúria seguinte, período final da hegemonia de formas tradicionais de produção de derivados da cana-de-açúcar, Minas Gerais ocupou posição proeminente no setor canavieiro do Brasil. No século XVIII, após duzentos anos em que os engenhos do litoral, notadamente do Nordeste, responderam por quase toda a produção de açúcar, em suas diversas formas, e aguardente, inicia-se o efetivo processo de interiorização da cana com a implantação e rápido desenvolvimento do cultivo e transformação da gramínea em Minas Gerais. Pouco mais de um século após a montagem do

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primeiro engenho em território mineiro, o número de unidades produtivas, o tamanho da força de trabalho escrava e a magnitude da produção do setor em Minas Gerais superavam, largamente, as dos demais espaços canavieiros do Brasil. No século XX, o ritmo relativamente mais lento do processo de modernização do setor em Minas determinou a perda de secular liderança e possibilitou, em espaços regionais economicamente pouco dinâmicos, a persistência de formas tradicionais de produção de derivados da cana-de-açúcar.

Aspectos geográficos, econômicos e demográficos explicam o vigor do espaço canavieiro de Minas Gerais no Oitocentos. O insuficiente abastecimento a partir do exterior da capitania desencadeou, ainda na primeira metade do século XVIII, vigoroso processo de substituição de importações. O constante crescimento populacional e a constituição de mercado de consumo de elevado poder aquisitivo, associados com isolamento geográfico em relação às áreas potencialmente capazes de abastecer as Minas, explicam o estabelecimento e acelerado desenvolvimento da agricultura, pecuária e indústria de transformação de gêneros agrícolas. No século XIX, a consolidação da independência frente ao abastecimento externo de gêneros alimentícios básicos assegurou aos produtores mineiros o quase monopólio no provimento do maior mercado consumidor do Brasil.

Os engenhos de Minas Gerais atendiam plenamente às necessidades internas e exportavam excedentes para províncias vizinhas, sobretudo o sertão nordestino. Regular e abundante oferta permitiram o enraizamento de dieta caracterizada por grande consumo de açúcares e destilados da cana. No século XIX, a dimensão do setor canavieiro de Minas ensejou exacerbada preocupação tributária do Estado – principalmente em relação à produção, circulação e comércio de aguardente – pronunciada sonegação fiscal e a clandestinização da grande maioria dos engenhos de cana (Godoy, 2004).

A

LGUNS REQUISITOS SETORIAIS PARA ASCENSÃO À CONDIÇÃO DE ESCRAVISTA

As variáveis idade, estado conjugal e posse de escravos permitem aproximação dos requisitos de acessibilidade aos segmentos mais dinâmicos, posto que escravistas, dos grandes setores econômicos de Minas Gerais. Considerado o pressuposto de que a grande maioria dos indivíduos permanecia em um mesmo setor ao longo de toda a existência, avaliação geral sugere distintos padrões de acumulação prévia para os indivíduos que ascendiam à condição de escravistas.

Na agropecuária, responsável pela maior proporção de senhores de escravos da província, apenas pouco mais de um terço dos proprietários (37,5%) convertia-se em escravista ao longo da trajetória de vida, muito provavelmente depois de ultrapassada a idade que correspondia à expectativa de vida para indivíduos de elevada extração social na década de 1830 (expectativa que dificilmente pode ser estimada para além da quarta faixa etária, ou depois dos 39 anos). Esta tardia ascensão à condição de escravista também foi observada para os artesãos, conquanto no caso das artes e ofícios os senhores de escravos respondessem por menos de um quinto dos proprietários (19,0%). Distinção mais relevante entre agropecuaristas e artesãos era definida pelo estado conjugal dos proprietários de escravos, decorrência do elevado percentual de mulheres chefes de unidades artesanais (Godoy, 2000). Enquanto entre os agropecuaristas a posse de escravos estava fortemente associada com a maturidade sócio-econômica a permitir a contração de matrimônio (76,4%), entre os artesãos os solteiros e viúvos perfaziam quase dois terços dos casos (60,8%).

A mineração conforma padrão relativamente distinto, principalmente porque os dados sugerem exigências ainda maiores para a aquisição de escravos, apesar da natureza empírica da mineração a conferir certa imprevisibilidade ao resultado dos processos extrativos e ser capaz de sustentar a condição de escravistas para mais de um quarto dos chefes de fogo

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(28,3%). Em outros termos, menos de um sexto dos mineradores (15,8%), o mais baixo percentual dentre todos os setores, era escravista antes dos 40 anos. Ainda sobre a mineração, destaca-se a elevada participação relativa de indivíduos nas últimas três faixas etárias (14,4%), muito mais alta do que nos demais setores, também possivelmente como decorrência da menor tendência a linearidade do padrão de acumulação para a ascensão à condição de senhor de escravos e, como se demonstrará mais a frente, da maior instabilidade relativa da evolução da posse segundo o ciclo de vida dos proprietários. Por fim, corroborando estas evidências, verifica-se que a especificidade da acumulação na mineração permite a maior participação relativa de indivíduos solteiros dentre os mineradores escravistas (28,1%), bem como a segunda maior proporção de viúvos (20,2%).

Elevada participação de chefes de fogo escravistas (46,9%) e a maior proporção de senhores de escravos nas três primeiras faixas etárias (44,4%) singularizavam o setor comercial, que não apenas ensejava amplas possibilidades de aquisição de escravos, como também se caracterizava por padrão de acumulação a permitir que quase a metade dos comerciantes ascendesse rapidamente à condição de escravista.

As atividades agroaçucareiras, subsetor da agropecuária, distinguiam-se pela quase que completa dependência do trabalho escravo (95,6%). O universo de proprietários considerados (800) é resultante da reconstituição no Censo de 1831/32 de indivíduos listados nos Mapas de Engenhos Aguardenteiros e Casas de Negócio de 1836 (Godoy, 2004: 414/415). Se a documentação fiscal de meados da década de 1830 não contemplou a maior parte dos micro-engenhos, unidades diminutas que produziam quase sempre para autoconsumo, ainda assim não deixou de abarcar parcela substantiva dos engenheiros das pequenas e médias unidades de Minas Gerais. De outra forma, pode-se afirmar que o caráter escravista das unidades produtivas com engenho de cana, como também das atividades específicas ao cultivo e transformação da cana desenvolvidas nestas unidades (Godoy, 2004: 532/538), não encontra paralelo em nenhum outro setor ou subsetor econômico. Conclui-se que os engenhos de cana mineiros raramente eram montados por indivíduos sem escravos e que na transmissão de bens imóveis rurais somente excepcionalmente uma unidade com engenho de cana era herdada por não-escravista e/ou sem o acompanhamento de significativa escravaria. Entretanto, os engenheiros escravistas estavam pronunciadamente concentrados nas três faixas etárias intermediárias, ou entre os 40 e 69 anos (72%), inclusive em proporção superior a dos setores econômicos anteriormente analisados. Estas evidências, assim como a elevada participação relativa dos senhores de engenho e de escravos casados (76,4%), indiciam também para este subsetor a correlação geral entre escravidão e específica posição na trajetória de vida dos proprietários de cativos.

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Distribuição dos proprietários de escravos por múltiplas variáveis, segundo setores econômicos – Minas Gerais, Censo de 1831/32.

Agropecuária Atividades

Agroaçucareiras Mineração Artes e Ofícios Comércio

Variáveis % % % % % Faixas etárias 10-19 10 0,3 3 0,4 1 0,9 2 0,2 1 0,2 20-29 344 11,0 39 5,1 6 5,3 78 7,9 106 17,1 30-39 637 20,4 126 16,5 11 9,6 158 16,0 168 27,1 40-49 750 24,0 219 28,6 30 26,3 249 25,2 161 25,9 50-59 718 23,0 207 27,1 23 20,2 243 24,6 103 16,6 60-69 422 13,5 125 16,3 27 23,7 174 17,6 59 9,5 70-79 162 5,2 37 4,8 13 11,4 64 6,5 18 2,9 80-89 66 2,1 9 1,2 3 2,6 16 1,6 3 0,5 90- 13 0,4 0 0,0 0 0,0 3 0,3 2 0,3 total 3.122 100 765 100 114 100 987 100 621 100

Estado conjugal* solteiro 262 8,4 83 10,9 32 28,1 258 26,2 95 15,3

casado 2381 76,4 580 76,4 59 51,8 386 39,2 472 76,1

viúvo 473 15,2 96 12,6 23 20,2 341 34,6 53 8,5

total 3.116 100 759 100 114 100 985 100 620 100

Posse de escravos sem escravos 5.208 62,5 35 4,4 289 71,7 4.212 81,0 549 46,9

com escravos 3.121 37,5 765 95,6 114 28,3 986 19,0 621 53,1

total 8.329 100 800 100 403 100 5.198 100 1.170 100

Fonte: Arquivo Público Mineiro, Censo de 1831/32. * Excluídos 5 casos de não informação da variável estado conjugal para a agropecuária, 6 para as atividades agroaçucareiras, 1 para as artes e ofícios e 1 para o comércio.

C

ICLO DE VIDA E POSSE DE ESCRAVOS SEGUNDO SETORES ECONÔMICOS

Considerados os sugeridos distintos padrões de acumulação prévia para os indivíduos que ascendiam à condição de escravistas em Minas Gerais, examinam-se agora algumas relações entre a trajetória de vida refletida nas faixas etárias dos escravistas e o número médio de escravos. Em geral, verificou-se válida as hipóteses de “uma correlação positiva entre as duas variáveis” ou da tendência dos escravistas em “acumular riqueza – neste caso representada pelo número de escravos possuídos – no correr do período economicamente ativo de sua vida”, bem como da inflexão desta curva ascendente a partir de determinado ponto da trajetória de vida dos escravistas, quando da vigência de “uma relação inversa entre a idade do proprietário e número de escravos”, conseqüência da ocorrência de específicos eventos vitais e/ou emergência de restrições econômicas: “uma eventual partilha de bens em vida ou da não reposição de escravos falecidos" (Costa, 1983: 121). Apesar da validade geral das hipóteses em torno da relação entre “ciclo de vida e posse de escravos”, constatou-se importantes especificidades concernentes aos principais setores econômicos de Minas Gerais na década de 1830.

Tendo em vista a reduzida freqüência de escravistas na primeira (10 a 19) e duas últimas (80 a 89 e 90 a ...) faixas etárias, que juntas nunca ultrapassaram 3,5% dos casos, e as freqüentes distorções na média de escravos, nos gráficos seguintes foram representadas as faixas do intervalo 20 a 79 anos. Se a exclusão da primeira faixa não altera o comportamento das curvas, quase sempre regularmente ascendentes a partir da faixa 20 a 39 anos, a não representação das duas últimas faixas não permite visualização do referido ponto de inflexão

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que, salvo no caso da mineração, evidencia a vigência dos mencionados específicos eventos vitais e/ou emergência de restrições econômicas à imprescindível reposição de escravos. Para a observação desta virada em tendências de crescimento do tamanho médio dos plantéis ver o apêndice estatístico.

No gráfico imediatamente abaixo é possível visualizar as distintas trajetórias de acumulação de escravos segundo os principais setores econômicos de Minas Gerais na década de 1830. Ressaltam três padrões que provavelmente refletem as dinâmicas de acumulação determinadas pelas características inerentes a cada setor. As artes e ofícios e o comércio definem o primeiro padrão, marcado pela relativa estabilidade do tamanho médio dos plantéis de escravos ao longo da trajetória de vida dos escravistas. O artesanato apresenta médias entre 2,9 e 4,0 escravos por proprietário, ou variação máxima de 38%, e as atividades mercantis médias entre 3,5 e 6,0 escravos por proprietário, ou variação máxima de 71%. Em geral, constata-se que as artes e ofícios e o comércio não sustentavam perspectivas de acentuado enriquecimento se comparados com outros setores econômicos.

A mineração define o segundo padrão, caracterizado por relativa instabilidade ou não linearidade na relação entre ciclo de vida e posse de escravos. As atividades extrativas minerais não apenas apresentam médias que variam entre 3,2 e 11,2 escravos por proprietário, ou variação máxima de 250%, como também as mais bruscas oscilações, principalmente se considerada a média de escravos da faixa etária de 80 a 89 anos (13,0), que não está representada no gráfico. A anteriormente mencionada natureza empírica da mineração a conferir certa imprevisibilidade ao resultado dos processos extrativos deve explicar estas oscilações. Portanto, a mineração revela padrão de relacionamento entre ciclo de vida e posse de escravos em que a acumulação depende do processo gradativo de enriquecimento e, ao mesmo tempo, comporta a instabilidade inerente à imponderabilidade do resultado da extração. Nesse sentido, aos mineradores estavam abertos pelo menos três cenários: acumulação progressiva possibilitada por resultados constantes nos processos extrativos ou, talvez mais freqüentemente, rápido enriquecimento proporcionado por grandes achados, ou ainda empobrecimento definido por lavras improdutivas.

As referidas hipóteses de relação entre ciclo de vida e posse de escravos encontram perfeita demonstração no setor agropecuário. Como a representação do gráfico não inclui as duas últimas faixas, não é possível visualizar a inflexão na curva, que no caso acontece a partir dos 80 anos (ver apêndice estatístico). O padrão de acumulação definido pela agropecuária caracteriza-se pela regularidade do crescimento do tamanho dos plantéis, refletido em médias de escravos por faixa etária cada vez maiores. A variação entre a menor (3,9) e maior (9,9) média representada no gráfico é de 154%. Na natureza das atividades agrícolas está a explicação para esta evolução, ou seja, dentre todos os setores a agropecuária certamente apresentava as perspectivas mais estáveis de acumulação, ou menos vulnerável às diversas variáveis que determinavam as flutuações próprias às atividades mercantis e mineradoras.

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Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários, segundo setores econômicos - Minas Gerais, Censo de 1831/32

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

escr av o s n º m é d io Artes e ofícios Comércio Mineração Agropecuária

O desenho da curva relativa às atividades agroaçucareiras é similar a da agropecuária. Essa semelhança decorre da natural proximidade entre as atividades do subsetor em relação ao conjunto do setor a qual pertenciam. Entretanto, os tamanhos médios dos plantéis de escravos dos engenheiros eram muito maiores do que os correspondentes para os principais setores econômicos da província, independente da faixa etária que se considere (ver apêndice estatístico). Assim sendo, parece correto afirmar que nas unidades produtivas com cultivo e transformação da cana estavam as melhores oportunidades de acumulação em Minas Gerais, na década de 1830. Mais ainda, parece lícito considerar que as atividades agroaçucareiras estavam fortemente associadas à etapa superior do desenvolvimento econômico rural, constituindo-se em diferencial a permitir à elite escravista agrícola posição proeminente no processo mais amplo de acumulação ensejado pela agricultura, pecuária e atividades de transformação rural.

Número médio de escravos segundo a faixa etária dos proprietários de engenhos de cana - Minas Gerais, Censo de 1831/32

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

esc ra vo s - n º m é d io

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C

ICLO DE VIDA E POSSE DE ESCRAVOS SEGUNDO SETORES ECONÔMICOS E POR NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO REGIONAL

A província de Minas Gerais apresentava pronunciada diversidade regional a determinar distintas bases sociais e econômicas de sustentação da instituição da escravidão. Os níveis de desenvolvimento econômico referidos são categorias que refletem os múltiplos graus de enraizamento da escravidão e indicam sistemas escravistas regionais com dinamicidade bastante variada. Na tabela seguinte é apresentada a distribuição dos fogos segundo a posse de escravos para os principais setores econômicos da província e segundo os três níveis de desenvolvimento econômicos adotados. Salvo no caso da mineração, com pronunciada concentração regional e estágios diferenciados da evolução da exploração das ocorrências auríferas, para os demais setores observa-se a regular tendência de decréscimo da base social e econômica da escravidão, aqui mensurada pela proporção de fogos com escravos, das regiões de nível de desenvolvimento econômico alto para as de nível baixo. Assim, verifica-se que as unidades escravistas da agropecuária das regiões de nível de desenvolvimento econômico alto (43,6%) eram quase 50% mais incidentes do que das regiões de nível de desenvolvimento baixo (29,9%). A mesma tendência é observável para as artes e ofícios e comércio, embora com variações em outros patamares. As atividades agroaçucareiras apresentavam as menores variações entre os distintos níveis de desenvolvimento econômico, indicando a quase inexistente variação regional no grau de associação do cultivo e transformação da cana com a escravidão

Distribuição dos fogos segundo a posse de escravos, por setores econômicos e níveis de desenvolvimento econômico – Minas Gerais, Censo de 1831/32

Atividades

Agroaçucareiras Agropecuária Mineração Artes e Ofícios Comércio

Nível de Desenvolvimento Econômico S C T S C T S C T S C T S C T 14 368 382 1.806 1.394 3.200 254 84 338 2.449 611 3.060 322 374 696 Alto % 3,7 96,3 100 56,4 43,6 100 75,1 24,9 100 80,0 20,0 100 46,3 53,7 100 16 361 377 2.077 1.162 3.239 34 30 64 1.284 313 1.597 188 211 399 Médio % 4,2 95,8 100 64,1 35,9 100 53,1 46,9 100 80,4 19,6 100 47,1 52,9 100 5 36 41 1.325 565 1.890 1 0 1 479 62 541 39,0 36,0 75,0 Baixo % 12,2 87,5 100 70,1 29,9 100 100 0,0 100 88,5 11,5 100 52,0 48,0 100 Fonte: Arquivo Público Mineiro, Censo de 1831/32. S = fogos sem escravos, C = fogos com escravos, T = total.

O exame dos cinco gráficos seguintes permite avaliar a relação setorizada entre o número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de cativos, segundo os níveis de desenvolvimento econômico. No apêndice estatístico são apresentados os dados completos, inclusive as médias para a primeira e duas últimas faixas etárias que não estão representadas nos gráficos. Como no caso da posse de escravos acima analisada, percebe-se a predominância de tendência das médias de escravos por faixa etária se apresentarem decrescentes das regiões com nível de desenvolvimento econômico alto em relação as de nível médio, bem como dessas para as de nível baixo. Todavia, a feição da trajetória no tempo das médias segundo o nível de desenvolvimento econômico revela pronunciadas dessemelhanças entre os setores econômicos.

As curvas da agropecuária são as que melhor refletem aquele padrão ascendente das médias de escravos por faixa etária, bem como a acima referida tendência ascensional

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segundo o nível de desenvolvimento econômico. Conclui-se que determinantes do desenvolvimento regional eram decisivas para definir o nível de acumulação das atividades agrícolas, embora persistisse padrão único de crescimento das posses segundo o ciclo de vida.

As artes e ofícios apresentavam situação bem diferente, caracterizada pela ausência do crescimento das médias de escravos por faixa etária nos e também entre os três níveis de desenvolvimento econômico. Ao que parece, prevaleciam condições econômicas regionais que tendiam a homogeneizar o tamanho das posses no tempo, ou entre as faixas etárias (sobretudo naquelas com maior participação relativa de proprietários e escravos), e no espaço, ou entre as regiões segundo o nível de desenvolvimento econômico.

Os casos do comércio e da mineração distinguem-se por pronunciadas oscilações na média de escravos ao longo da trajetória de vida dos proprietários de cativos, notadamente para os casos de alto e médio desenvolvimento econômico entre os comerciantes e baixo desenvolvimento entre os mineradores. Dessa forma, constata-se que a acumulação nestes setores estava duplamente condicionada: pelo nível de desenvolvimento econômico regional e pela trajetória de vida dos escravistas.

Por fim, o gráfico das atividades agroaçucareiras revela padrão algo semelhante ao da agropecuária, explicável pela anteriormente salientada relação do subsetor com o conjunto do setor a qual pertencia. É evidente a tendência geral de crescimento das posses de escravos em estreita relação com o ciclo de vida, assim como a prevalência de médias de cativos por faixa etária quase sempre declinantes das regiões com nível de desenvolvimento econômico elevado em relação às de nível médio, e dessas para as de nível baixo.

Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de unidades agropecuárias, segundo nível de desenvolvimento econômico - Minas Gerais, Censo de 1831/32

0 2 4 6 8 10 12 14 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

e scr avo s n º m é d io

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Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de unidades de artes e ofícios, segundo nível de desenvolvimento econômico - Minas Gerais, Censo de 1831/32

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

escr a v o s n º m é d io

Nível de Desenvolvimento Alto Nível de Desenvolvimento Médio Nível de Desenvolvimento Baixo

Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de unidades comerciais segundo nível de desenvolvimento econômico - Minas Gerais, Censo de 1831/32

0 1 2 3 4 5 6 7 8 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

es cr avo s - n º m é d io

Nível de Desenvolvimento Alto Nível de Desenvolvimento Médio Nível de Desenvolvimento Baixo

Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de unidades mineradoras segundo nível de desenvolvimento econômico - Minas Gerais, Censo de 1831/32

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

es cr avo s n º m é d io

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Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de engenhos de cana, segundo níveis de desenvolvimento econômico,

Minas Gerais, Censo de 1831/32

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79

proprietários - faixas etárias

es c rav o s n º médi o

Nível de Desenvo lvimento A lto Nível de Desenvo lvimento M édio Nível de Desenvo lvimento B aixo

F

ONTES PRIMÁRIAS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Censo de 1831/32. SPPP1/10 e MP, diversas caixas.

ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Mapas de Engenhos Aguardenteiros e Casas de Negócio de

1836. SPPP 1/6, diversas caixas.

COSTA, Iraci del Nero da. “Nota sobre ciclo de vida e posse de escravos”. História Questões e Debates. Curitiba: APAH, 4(6): 121-127, 1983.

COSTA, Iraci del Nero da. Ciclo de vida e posse de escravos: algumas relações entre cortes transversais e estudos longitudinais. São Paulo: FEA-USP/NEHD, 1997. Mimeografado.

GODOY, Marcelo Magalhães. “Intrépidos viajantes e a construção do espaço, uma proposta de regionalização para as Minas Gerais do século XIX”. Texto para discussão nº 109. Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 1996.

GODOY, Marcelo Magalhães. “Uma província artesã: o universo social, econômico e demográfico dos artífices da Minas do Oitocentos”. Anais do XII Encontro Nacional da

ABEP (cd-rom). Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 2000.

GODOY, Marcelo Magalhães. A informação de ocupação nos censos nominais da província

de Minas Gerais. Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 2003. Relatório de pesquisa

mimeografado.

GODOY, Marcelo Magalhães. No país das minas de ouro a paisagem vertia engenhos de cana

e casas de negócio – Um estudo das atividades agroaçucareiras tradicionais mineiras, entre o Setecentos e o Novecentos, e do complexo mercantil da província de Minas Gerais. São Paulo: FFLCH/USP, 2004. Tese de doutorado.

PAIVA, Clotilde Andrade. População e economia nas Minas Gerais do século XIX. São Paulo: FFLCH/USP, 1996. Tese de doutorado.

(14)

A

PÊNDICE ESTATÍSTICO

Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários, segundo setores econômicos – Minas Gerais, Censo de 1831/32

Atividades

Agroaçucareiras Agropecuária Mineração Artes e Ofícios Comércio

Faixa etária P E M P E M P E M P E M P E M 10 a 19 3 43 14,3 10 42 4,2 1 4 4,0 2 8 4,0 1 1 1,0 20 a 29 39 468 12,0 344 1.339 3,9 6 19 3,2 78 223 2,9 106 370 3,5 30 a 39 126 2.443 19,4 637 3.498 5,5 11 92 8,4 158 388 2,5 168 772 4,6 40 a 49 219 4.519 20,6 750 5.212 6,9 30 259 8,6 249 837 3,4 161 934 5,8 50 a 59 207 4.976 24,0 718 6.113 8,5 23 233 10,1 243 867 3,6 103 621 6,0 60 a 69 125 3.474 27,8 422 3.613 8,6 27 302 11,2 174 644 3,7 59 302 5,1 70 a 79 37 1.007 27,2 162 1.608 9,9 13 93 7,2 64 253 4,0 18 88 4,9 80 a 89 9 171 19,0 66 531 8,0 3 39 13,0 16 50 3,1 3 5 1,7 90 a ... 0 0 0,0 13 89 6,8 0 0 0,0 3 4 1,3 2 4 2,0 Total 765 17.101 22,4 3.122 22.045 7,1 114 1.041 9,1 987 3.274 3,3 621 3.097 5,0

Fonte: Arquivo Público Mineiro, Censo de 1831/32. P = número de proprietários, E = número de escravos, M = número médio de escravos.

Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários de engenhos de cana, segundo níveis de desenvolvimento econômico – Minas Gerais, Censo de 1831/32

Nível de Desenvolvimento Econômico Alto Nível de Desenvolvimento Econômico Médio Nível de Desenvolvimento Econômico Baixo Faixa etária P E M P E M P E M 10 a 19 2 29 14,5 1 14 14,0 0 0 0,0 20 a 29 16 184 11,5 20 276 13,8 3 8 2,7 30 a 39 55 1.192 21,7 63 1.037 16,5 7 93 13,3 40 a 49 98 1.960 20,0 107 1.873 17,5 10 126 12,6 50 a 59 101 2.658 26,3 94 1.805 19,2 9 94 10,4 60 a 69 61 1.710 28,0 57 1.455 25,5 5 80 16,0 70 a 79 21 661 31,5 14 180 12,9 1 23 23,0 80 a 89 6 126 21,0 3 45 15,0 0 0 0,0 Total 360 8.520 23,7 359 6.685 18,6 35 424 12,1

Fonte: Arquivo Público Mineiro, Censo de 1831/32. P = número de proprietários, E = número de escravos, M = número médio de escravos. Excluídos 11 casos de proprietários com mais de 100 escravos.

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Número médio de escravos por faixa etária dos proprietários, segundo setores econômicos e níveis de desenvolvimento econômico – Minas Gerais, Censo de 1831/32

Nível de Desenvolvimento Econômico Alto Nível de Desenvolvimento Econômico Médio Nível de Desenvolvimento Econômico Baixo Faixa etária P E M P E M P E M AGROPECUÁRIA 10 a 19 4 11 2,8 3 27 9,0 3 4 1,3 20 a 29 164 820 5,0 112 360 3,2 68 159 2,3 30 a 39 263 1.461 5,6 231 1.478 6,4 143 559 3,9 40 a 49 323 2.503 7,7 321 2.166 6,7 106 543 5,1 50 a 59 331 3.053 9,2 268 2.411 9,0 119 649 5,5 60 a 69 198 1.932 9,8 151 1.228 8,1 73 453 6,2 70 a 79 78 962 12,3 50 364 7,3 34 282 8,3 80 a 89 28 275 9,8 24 186 7,8 14 70 5,0 90 a ... 6 37 6,2 2 6 3,0 5 46 9,2 Total 1.395 11.054 7,9 1.162 8.226 7,1 565 2.765 4,9 MINERAÇÃO 10 a 19 0 0 0,0 1 4 4,0 -- -- -- 20 a 29 3 15 5,0 3 4 1,3 -- -- -- 30 a 39 9 56 6,2 2 36 18,0 -- -- -- 40 a 49 22 201 9,1 8 58 7,3 -- -- -- 50 a 59 16 132 8,3 7 101 14,4 -- -- -- 60 a 69 20 215 10,8 7 87 12,4 -- -- -- 70 a 79 11 64 5,8 2 29 14,5 -- -- -- 80 a 89 3 39 13,0 0 0 0,0 -- -- -- Total 84 722 8,6 30 319 10,6 -- -- -- ARTES E OFÍCIOS 10 a 19 2 8 4,0 0 0 0,0 0 0 0,0 20 a 29 42 125 3,0 28 86 3,1 8 12 1,5 30 a 39 94 233 2,5 55 130 2,4 9 25 2,8 40 a 49 151 514 3,4 83 263 3,2 15 60 4,0 50 a 59 157 591 3,8 70 221 3,2 16 55 3,4 60 a 69 113 436 3,9 53 185 3,5 8 23 2,9 70 a 79 43 199 4,6 17 44 2,6 4 10 2,5 80 a 89 9 34 3,8 5 14 2,8 2 2 1,0 90 a ... 1 1 1,0 2 3 1,5 0 0 0,0 Total 612 2.141 3,5 313 946 3,0 62 187 3,0 COMÉRCIO 10 a 19 0 0 0,0 0 0 0,0 1 1 1,0 20 a 29 63 231 3,7 31 116 3,7 12 23 1,9 30 a 39 103 447 4,3 56 301 5,4 9 24 2,7 40 a 49 100 679 6,8 56 244 4,4 5 11 2,2 50 a 59 61 416 6,8 35 183 5,2 7 22 3,1 60 a 69 35 133 3,8 23 165 7,2 1 4 4,0 70 a 79 9 52 5,8 8 33 4,1 1 3 3,0 80 a 89 2 3 1,5 1 2 2,0 0 0 0,0 90 a ... 1 3 3,0 1 1 1,0 0 0 0,0 Total 374 1.964 5,3 211 1.045 5,0 36 88 2,4

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