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Confiança nas relações interorganizacionais: aproximando conceitos, ensaiando reflexões. Resumo

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Academic year: 2021

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Autoria: Moisés Villamil Balestro, Zilá Mesquita

Resumo

No continuum entre hierarquia e mercado, as relações interorganizacionais de cooperação tendem a ser coordenadas por relações de confiança. Em situações onde há um maior nível de cooperação caracterizado pela intensa troca de informação e partilha de conhecimento, a confiança funciona como um mecanismo de coordenação central. Neste sentido, este artigo pretende apresentar uma base conceitual para compreender a confiança e como ela se mostra nas relações interorganizacionais. Após apresentar as premissas das quais a confiança passa a ter destaque entre as empresas, o presente artigo enumera os principais tipos de confiança, suas propriedades estruturais e como ela pode ser fonte de vantagem competitiva. O artigo chama atenção para a necessidade de um enfoque multidisciplinar e a necessidade de realização de mais estudos empíricos sobre as relações de confiança dentro da cooperação interorganizacional.

Abstract

Along the continuum between hierarchy and market, cooperative interorganizational relations tend to be coordinated by relations of trust. Whenever there is a higher level of cooperation with large information exchange and knowledge sharing, trust works as a central coordination mechanism. In this sense ,this article aims to present a conceptual ground to understand trust and how it is unveiled in interorganizational relations . After presenting the assumptions from which trust plays a key role among companies, the current paper considers the main types of trust, their structural properties and how it can be a source of competitive advantage. The paper calls for the need of more empirical studies on trust relations within interorganizational cooperation.

Introdução

Em sua estrutura teórica, a confiança poderia estar bem inserida dentro dos estudos sobre cultura organizacional. No entanto, neste artigo se optou por trabalhar a confiança a partir da ótica da economia das organizações e, em parte, da teoria institucional. Com isto, já se pode adiantar sobre a confiança, que se trata de um tema multifacetado e complexo. Ao longo do artigo, tentaremos desvelar um pouco desta complexidade.

Em um ambiente de competição cada vez mais acirrada, ou de hipercompetição (D’Aveni, 1995), torna-se bastante difícil para as empresas continuarem competindo isoladamente. O ambiente de hipercompetição é caracterizado por descontinuidades tecnológicas freqüentes, vantagens competitivas mais temporárias e ruptura constante com o equilíbrio de mercado. O ambiente atual também se caracteriza por um aumento brutal dos custos de inovação. É muito mais difícil que uma única empresa reúna todos os recursos necessários para desenvolver processos de inovação, uma vez que as atividades de P&D tornaram-se extremamente complexas e custosas. Mesmo grandes empresas têm lançado mão de estratégias de cooperação a fim de reduzir estes custos e poder desenvolver estas atividades. Um outro fator é o aumento da velocidade com que as empresas têm de ir ao mercado (time to market). Ou seja, o tempo entre o

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desenvolvimento do produto e a sua comercialização. Esta velocidade dificulta que a empresa sozinha desenvolva dentro de suas fronteiras todas as competências organizacionais para competir.

Tradicionalmente a economia industrial considerava duas formas de organizar as transações (a chamada decisão “make or buy”); organizar a transação dentro da empresa (“make”) ou por meio de um mecanismo de mercado (“buy”). A decisão “make” significa organizar as atividades necessárias para a produção de um bem a partir de uma divisão de trabalho dentro das fronteiras da empresa. No caso da opção “buy”, produtos ou componentes necessários ao processo produtivo são comprados no mercado ao invés de serem produzidos dentro das fronteiras da empresa. Com a integração vertical ocorrida com a formação de monopólios e produção fordista, houve um deslocamento da opção “buy” para a opção “make”. Movimento inverso ocorreu com a crise do modelo fordista de produção no início dos anos 70.

Na busca de complementaridade de ativos estratégicos para elevar a competitividade da empresa e de redução dos custos de transação1 presentes na utilização do mecanismo de mercado, surgem as formas híbridas de organização (Williamson, 1985; Powell, 1987) com o objetivo de utilizar vantagens tanto das propriedades de mercado quanto da hierarquia. Os custos de transação não são mensuráveis como os custos de produção. Eles estão relacionados com a utilização do mecanismo de mercado. Em The Nature of the Firm, Coase os descreve como sendo custos da busca de informação de preços vigentes, negociação e estabelecimento de contratos. Os dois pressupostos fundamentais da existência dos custos de transação são a racionalidade limitada e o comportamento oportunista dos agentes. Dimensões importantes deste custos são a freqüência das transações, a especificidade dos ativos envolvidos e a incerteza.

Diferentemente da teoria neoclássica que pressupõe o conhecimento ou informações completas de parte dos agentes sobre as transações, a Teoria dos Custos de Transação reconhece que a nossa cognição do mundo é limitada. Por sua vez, esta cognição limitada possui relação tanto com o comportamento oportunista quanto com a confiança, como será visto mais adiante. Se existisse uma racionalidade plena sobre o comportamento do outro, seria possível antecipar o comportamento oportunista e, desta forma, anulá-lo. Williamson (1985:30) define comportamento oportunista como “condição de busca de auto-interesse com astúcia” e resume este comportamento com atos como mentir, roubar, lograr, enganar de forma sutil, revelar informações incompletas, confundir etc. Poder-se-ia dizer que o comportamento oportunista está negativamente relacionado com a confiança, sendo a confiança necessária para reduzir os custos de transação.

Nas relações comerciais, ou mais especificamente, nas relações cooperativas entre duas ou mais empresas, existem quatro momentos chaves nos quais podem ocorrer custos de transação (Williamson, 1985: 20). Ao encaminhar a cooperação, surgem custos relacionados com a procura de informações sobre possíveis parceiros e suas condições para entrar no negócio. Tais custos podem se manifestar na negociação (intensidade e duração das negociações para a formulação do contrato), controle para assegurar que as condições estipuladas no contrato sejam cumpridas (datas, quantidades, qualidade, preço, segredo, propriedade industrial, etc) e custos de adaptação que surgem a partir das novas condições, quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas. As formas híbridas, levando em conta o ambiente competitivo acima mencionado, surgem da necessidade de cooperar para construir vantagens competitivas no nível interempresarial. Desta forma, a competição tende a se manifestar entre grupos de empresas que cooperam ao invés de empresas concorrentes isoladas (Barney et Hesterly, 1996). Em suma, há necessidade das empresas constituírem formas intermediárias de governança (alianças estratégicas, “joint ventures”, consórcios e, em um nível de agregação e inter-relação mais complexos, as redes de

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empresas) para adquirir competências (ou recursos) com vistas a garantir uma vantagem competitiva mais duradoura. Assim, a cooperação interorganizacional é considerada um movimento estratégico dos empreendedores para desenvolver competitividade (Park, 1996). Ela contribui para reduzir os riscos de oportunismo, dar incentivos para revelar informações, partilhar “know-how” e tecnologia específica (Hennart 1988; Kogut 1988 apud Park, 1996). Por não se situar no marco das relações de troca do mercado e nem dentro das relações hierárquicas presentes dentro das empresas, a cooperação interorganizacional, mesmo quando formalizada em obrigações contratuais como no caso de uma “joint venture”, depende de um grau mais elevado de relações de confiança. Isto porque a cooperação interorganizacional não possui a precisão dos mecanismos de controle existentes em uma relação hierárquica dentro da empresa e nem na facilidade presente nas relações de troca baseadas no mercado.

A cooperação nas relações interorganizacionais pressupõe a existência da confiança. Antes porém de examinar a confiança neste âmbito, consideramos oportuno partir de uma definição geral de confiança. Dito de outra forma, afinal em que se constitui a confiança?

Definindo a confiança

Segundo o “Webster’s Third New International Dictionary”, a confiança implica uma atitude segura em relação ao outro que pode se basear em uma evidência mesclada de experiência e percepções mais subjetivas tais como afeto, admiração, respeito ou reverência. Segundo o próprio Webster, a confiança está relacionada à dependência e à crença. Esta definição remete ao caráter probabilístico (com base na experiência, a inferência de que o comportamento do ator será o mesmo dos eventos passados) e de crença social e individual da confiança. A confiança, enquanto um fenômeno social complexo, deve ser vista como um conceito multidimensional. Neste sentido, serão apresentadas as três dimensões do conceito de confiança. São elas; a confiança como cálculo (Coleman, 1990); a confiança baseada na cognição e a confiança baseada em normas. É preciso ter claro que nenhuma destas dimensões isoladamente pode dar conta deste fenômeno (Bachmann, 1998). É muito provável que nas relações de cooperação estes três tipos de confiança se misturem.

Na confiança como cálculo, os atores possuem informações parciais sobre o comportamento futuro daquele em quem confiam. A posse de informações completas sobre este comportamento futuro tornaria a confiança redundante e a ausência completa de informações tornaria a confiança altamente arriscada. Assim, o ator tenta calcular o risco de ser traído na relação que ele estabelece com o outro onde o ato de confiar torna-se mais vantajoso do que a possível perda diante de um comportamento oportunista da outra parte. No caso da confiança baseada na cognição, é fundamental investigar como os atores partilham determinados esquemas de interpretação e sentidos. A confiança baseada na cognição de esquemas partilhados de interpretação da realidade social é mais forte em ambientes sociais que dependem de características específicas de um forte arcabouço institucional. Sob estas condições, a produção de confiança é facilitada pelo conhecimento, normas e recursos de ação social. De outra parte, as normas sociais desempenham um papel, embora não determinante, na produção de confiança. Elas são mais importantes nos casos onde as culturas são mais homogêneas e as tradições desempenham um papel mais proeminente, o que não é o caso dos países ocidentais desenvolvidos.

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Uma questão central para a discussão sobre a confiança diz respeito ao entendimento de porque atores sociais individuais estão mais inclinados a confiar um no outro sob condições de um certo ambiente institucional e desconfiar sob outras condições. É possível vincular a confiança com valores culturais de um determinado país (Doney, 1998; Shane, 1994). Isto explicaria porque instituições muito específicas de uma dada cultura nacional ou regional facilitam a produção de confiança. Mesmo com suas características universais, a confiança possui relação com as normas sociais em determinado ambiente cultural e os valores que o norteiam.

Em uma perspectiva bastante diversa das que foram mencionadas acima, a confiança também pode ser vista a partir do capital social (das teorizações a respeito do conceito de capital social). O capital social é a capacidade de trabalhar conjuntamente para fins comuns no seio dos grupos e organizações que formam a sociedade civil, proporcionando uma maior eficiência na produção coletiva da riqueza (Putnam, 1996). Segundo o enfoque do capital social, a capacidade de cooperar é, em parte, determinada pela qualidade do tecido social no seio do qual os atores interagem. O capital social é formado quando as relações entre as pessoas mudam de forma a facilitar uma ação coletiva em benefício de todos. Grupos e comunidades onde os membros possuem maior capital social, tendem a ter mais confiança uns nos outros do que grupos e comunidades com menos capital social.

Em um tecido social com maior qualidade ou em que os atores econômicos estão mais imbricados socialmente (Granovetter, 1985), formam-se cadeias de relações sociais que permitem transmitir e disseminar confiança: confio em você porque confio nela e ela me garante que confia em você (Putnam, 1996). O imbricamento social, termo cunhado por Granovetter (1985), se refere ao papel de relações pessoais concretas para gerar confiança e desencorajar o comportamento oportunista. Isto poderia conduzir a duas deduções. A de que a intensificação das relações sociais (pelo imbricamento) pode ser um elemento facilitador na sedimentação da confiança e a de que confiança e comportamanto oportunista são antinomias; a maior intensificação de uma poderia reduzir as probabilidades de ocorrência do outro. Se estas deduções forem corretas, já se pode aproximar a perspectiva predominantemente econômica da confiança, da perspectiva predominantemente social ou cultural. O que apóia estas nossas deduções é o argumento de Granovetter, (1985) de que as relações econômicas se tornam mescladas com conteúdo social que traz fortes expectativas de confiança e abstenção de oportunismo (Granovetter, 1985). Ainda segundo ele, são as relações pessoais mais do que os arranjos institucionais os principais responsáveis pela produção da confiança na via econômica, o que corrobora para as deduções acima.

A confiança enquanto capital social depende das normas e valores partilhados pela comunidade ou sociedade. Tentando então aproximar a teoria dos custos de transação das deduções anteriores e da confiança enquanto capital social, poder-se-ia então hipotetizar que o fortalecimento da confiança permite reduzir os custos de transação, facilitando a cooperação. É ainda o enfoque do capital social que assevera: entre as normas partilhadas pela comunidade, destaca-se a reciprocidade, que pode assumir duas vias. Entre as normas partilhadas pela comunidade, pode-se destacar a reciprocidade. Há a reciprocidade específica e a reciprocidade generalizada. A primeira diz respeito a uma relação de troca simultânea de itens de igual valor. A reciprocidade generalizada diz respeito a uma contínua relação de troca que a qualquer momento apresenta desequilíbrio ou falta de correspondência, mas que supõe expectativas mútuas de que um favor concedido hoje venha a ser retribuído amanhã. Esta regra é um componente altamente

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produtivo do capital social. Ela facilita coibir o comportamento oportunista e solucionar os problemas de ação coletiva (Putnam, 1996).

Após buscar aproximar estes dois enfoques teóricos diversos em que a confiança está implicada, vejamos como ela se apresenta do ponto de vista da cooperação interempresarial

Confiança nas relações interorganizacionais

Da mesma forma que o mercado (oferta e demanda) é o mecanismo central para as relações de troca e a hierarquia (divisão do trabalho, controle e poder de mando) para as atividades organizadas dentro da empresa, a confiança é a variável chave para a análise dos mecanismos de coordenação da cooperação interempresarial. Ela permite uma solução eficiente do problema da coordenação das expectativas e interações entre atores econômicos (Bachmann, 2001). O tema da confiança tem recebido destaque nos estudos organizacionais e sobre gestão estratégica, pois ele está diretamente relacionado, como já dissemos, com a emergência das formas híbridas de coordenação.

Estas formas buscam aproximar a oferta e a demanda, ou seja, as relações de troca (de mercado) da divisão do trabalho, controle e comando, tradicionalmente exercidas dentro da empresa. Esta aproximação entre relações de mercado e hierarquia necessita de um amálgama imprescindível para se efetivar: a confiança entre parceiros. Uma vez transformada na forma hegemônica de coordenação para estas novas configurações organizacionais, a estrutura e dinâmica das relações interorganizacionais dependem da existência de uma considerável quantidade de confiança entre atores econômicos (Bachmann, 2001). No que diz respeito à cooperação entre empresas, pode-se dizer que a confiança é tanto resultado como meio da interação cooperativa. Em um mundo de crescente incerteza e complexidade, a confiança surge como um mecanismo mais apropriado para controlar a vida organizacional do que o poder hierárquico e a supervisão direta (Sydow, 1998), dada a racionalidade limitada dos agentes. Em níveis mais elevados de cooperação, a confiança pode contribuir com a formação de estratégias coletivas, facilitar a coordenação de atividades econômicas, promover a troca aberta de informações e a aprendizagem interorganizacional e contribuir, enfim, para a redução dos custos de transação (Sydow, 1998). Vale dizer que esta afirmação de Sydow desconsidera a contribuição da confiança para a sustentabilidade do tecido social de uma região, reforçando os laços de solidariedade entre os atores sociais e econômicos. Em outras palavras, regiões com um maior nível de confiança têm melhores condições de um desenvolvimento sustentável.

De acordo com Luhmann, é necessário que existam mecanismos capazes de reduzir a incerteza e a complexidade, permitindo expectativas sobre o comportamento futuro dos atores sociais. Com isto, sistemas de interação social podem emergir a partir da redução desta complexidade difusa com o conseqüente surgimento de longas cadeias de ações e reações sociais coordenadas. Estas longas cadeias de ações e reações dão fundamento às relações interorganizacionais de cooperação que necessitam estar fortemente baseadas na confiança. Ao mesmo tempo em que a confiança absorve incerteza e reduz complexidade, ela produz risco, pois é inevitável que um ator social que decide confiar em outro extrapola a informação limitada disponível sobre o comportamento futuro deste ator (Luhmann, 1987). De certa forma, Luhmann assume a postura da confiança como cálculo.

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Em outras palavras, a falta de informações completas sobre o comportamento futuro do ator é a própria razão da existência do ato de confiar. Só confio porque desconheço, ou seja, “extrapolo” no sentido de ir além das informações que possuo sobre o ator. Sob certas condições, a confiança possui desvantagens que podem levar à questão da existência de mecanismos alternativos para substituí-la, situações em que posso buscar um maior número de informações sobre o ator, diminuindo a necessidade de confiar nele. O risco e o custo associados à decisão de investir em uma relação de confiança pode ser mais alto do que o controle ou a relação hierárquica. Sendo este o caso, é improvável que a confiança se desenvolva entre os atores sociais.

No entanto, em uma situação onde há um forte e coerente arcabouço institucional, a confiança é produzida em uma base institucional. Esta forma de confiança é chamada de confiança no sistema (system trust) (Bachmann, 2001), uma vez que o risco de traição ou comportamento oportunista é relativamente baixo nestas circunstâncias. Na situação em que existem instituições mediadoras das relações empresariais tais como associações industriais e comerciais, organismos de certificação e um sistema legal eficiente e confiável, a confiança tende a ser o mecanismo de coordenação social hegemônico. Tanto no nível da estrutura institucional quanto no nível das interações interpessoais, os mecanismos intermediários tais como os padrões específicos de emprego alternado do poder e/ou confiança em cada país desempenham um papel vital na constituição social das relações interorganizacionais (Bachmann, 2001). Se por um lado a confiança parece ser uma variável chave para explicar a natureza e a qualidade das relações interempresariais, por outro lado, os ambientes institucionais nos quais as empresas estão localizadas precisam ser vistos como elementos constitutivos da interação com outras empresas. Depreende-se disto que a confiança não é o único mecanismo de redução de risco (o poder também precisa ser considerado) e que ela pode não ser a melhor opção em um ambiente institucional que não estimula relações de maior confiança (Lane et Bachmann, 1996).

Em relação à construção social da confiança, o trabalho de Zucker (Zucker 1986 apud Lane et Bachmann, 1996) examina a confiança como um mecanismo para coordenar as expectativas dos atores sociais. Para ela, os atores sociais não são nem totalmente egoístas nem totalmente altruístas. Para Zucker, a produção de confiança é uma pré-condição vital para o desenvolvimento de sistemas sócio-econômicos complexos. Partindo de um enfoque da teoria da escolha racional, Zucker (1995) argumenta que a confiança pode ser construída por meio de regras formais (presentes na confiança baseada em instituições) ou por meio de mecanismos informais, envolvendo fortes relações pessoais (presentes na confiança baseada em processo). A construção de estruturas sociais capazes de produzir confiança é muitas vezes um processo longo e custoso.

Por isto, muitas iniciativas de colaboração partem de níveis iniciais de confiança já existentes. Estes níveis iniciais podem ser operacionalizados por meio de variáveis como homogeneidade cultural, dispersão e concentração de controle e homogeneidade organizacional. Por estar dentro da teoria da escolha racional, a construção social da confiança apresentada por Zucker (1995) também é vista como cálculo; uma questão chave para a autora é o quanto de confiança é necessário para obter uma maior produtividade, bem como qual o custo marginal para a produção de uma quantidade adicional de confiança em relação à demanda e benefício que esta confiança trará. Este enfoque possui limites, pois não considera o papel do imbricamento social na atividade econômica. Como salienta Bachmann (2001), os modelos formais tal como o que está por trás de um ator econômico puramente calculista e racional parecem estar historicamente esgotados.

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Uma variável importante a ser considerada nas relações de confiança diz respeito às relações de poder e como estas se mesclam com as relações de confiança. Da mesma forma que as demais práticas sociais, a cooperação interorganizacional está baseada em uma mistura de poder e confiança. Uma vez que ambos estes mecanismos (poder e confiança) são limitados em sua capacidade para controlar a estrutura e dinâmica dos relacionamentos, uma combinação parece ser a única forma de assegurar a coordenação das expectativas e interações entre os atores de forma satisfatória (Bachmann, 2001). Como destacam Hardy, Phillips e Lawrence (1998), o poder pode estar escondido atrás de uma fachada de confiança e retórica de colaboração. Os autores criticam a confiança vista como cálculo, pois ela desconsidera as implicações de poder presentes nas relações entre os atores, desconsiderando assim a construção social da confiança onde a variável poder é central.

Conseqüentemente, é preciso distinguir como a confiança é gerada a fim de distinguir entre relações baseadas na confiança e relações baseadas em uma fachada de confiança. O próprio Granovetter (1985) destacava que muitas das complexidades presentes nas interações entre empresas são resolvidas por relações de poder implícitas ou explícitas. Isto é especialmente verdadeiro quando um dos atores é colocado em uma posição de “ter que confiar”. Este é certamente o caso das redes “top-down” a exemplo das redes de fornecedores das grandes empresas japonesas, os chamados ‘keiretsu’.

Já a confiança como reciprocidade e “boa vontade” pressupõe a existência de valores comuns que possam ser traduzidos em objetivos comuns. Este tipo de confiança necessita de representações simbólicas que reforcem estes valores (Hardy, Phillips et Lawrence, 1998). Quando os grupos não possuem valores nem base cultural comuns, é necessária a criação da confiança por meio da comunicação de símbolos que representem as expectativas dos distintos grupos.

É justamente neste processo de comunicação que podem ocorrer relações assimétricas de poder disfarçadas de confiança. Para que o processo de construção de confiança tenha maior legitimidade e não esteja mesclado com relações coercitivas de poder, é fundamental que todas as partes envolvidas participem do diálogo de forma igual, com liberdade para representar seus interesses e participarem de um diálogo franco e aberto, desprovido de manipulação, coerção e uma agenda oculta (“hidden agenda”) (Hardy, Phillips et Lawrence, 1998). Ao ser construída pelo uso do poder simbólico para criar significados partilhados, a confiança, neste caso, pode se valer de sentidos que não considerem a reciprocidade, mas o aumento dos diferenciais de poder. Por meio do poder, os atores dominantes asseguram a cooperação e ditam os seus termos.

Para as relações interorganizacionais, há dois tipos de confiança que são determinantes. São eles a confiança baseada em processo e a confiança baseada em instituições. Para a confiança baseada em processo nas relações interorganizacionais, a duração de uma relação tem uma forte influência na freqüência da interação e, com isto, há maior probabilidade da formação de conhecimento e expectativas partilhadas (Lane et Bachmann, 1996). Já no caso da confiança baseada em instituições nas relações interorganizacionais, a capacidade de construção de confiança difere entre países e regiões.

As relações baseadas em parceria presentes na cooperação interempresarial não surgem espontaneamente. Ao contrário, elas tendem a ser construídas com base em expectativas comuns que, por sua vez, são constituídas pelo ambiente institucional no qual os atores sociais estão imbricados (Lane et Bachmann, 1996). Choe e Hagen (1998), em um trabalho sobre confiança nas relações interorganizacionais no Japão, destacam a importância do sistema de sanções ás

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empresas que se comportam de maneira oportunista em relação aos seus clientes ou fornecedores. Além de questões culturais como a rejeição social e ostracismo a que são submetidas pessoas que se comportam de maneira oportunista, as sanções no nível institucional são determinantes para a produção de confiança e maior cooperação. Sem estas sanções, é possível que as questões culturais não fossem suficientes para um ambiente empresarial facilitador da cooperação.

Uma outra perspectiva sob a qual a confiança é analisada por alguns autores refere-se à maneira como ela se estrutura. É por esta razão que, a seguir, serão examinadas as propriedades estruturais da confiança.

Propriedades estruturais da confiança

Segundo Sydow (1998), existem propriedades estruturais que contribuem para o desenvolvimento da confiança nas relações interorganizacionais. Uma primeira propriedade estrutural diz respeito à freqüência e abertura da comunicação interorganizacional. A comunicação aumenta a oportunidade de entendimento mútuo, facilitando a previsão do comportamento do outro. Por sua vez, a freqüência da comunicação depende da interdependência de tarefas e interesses comuns, mas também da proximidade espacial das empresas. A abertura da comunicação desempenha papel importante para a definição das regras que dão legitimidade ao comportamento dos atores.

Uma segunda propriedade estrutural que pode promover a confiança interorganizacional é a multiplexidade das relações. Ela se refere à variedade de conteúdos trocados entre os atores, produtos, serviços, informações e conhecimento. Quanto maior a variedade dos conteúdos trocados, maior é a contribuição desta propriedade para a confiança. Empresas que cooperam em atividades de P&D e distribuição de produtos tendem a possuir um maior nível de confiança do que empresas que apenas cooperam na aquisição de insumos (as compras coletivas), pois os conteúdos necessários a uma cooperação em P&D e logística são mais variados do que em compras.

Uma terceira propriedade estrutural é a não-finitude da relação. Quanto mais duradouro o caráter da relação, maior a probabilidade da cooperação e confiança. A repetição das transações fortalece a confiança.

Como quarta propriedade estrutural está a relação equilibrada entre autonomia e dependência. Isto porque uma completa dependência ou autonomia dos atores dentro da relação de cooperação tenderia a prescindir de relações baseadas em confiança; neste caso pode ser feito um paralelo entre hierarquia (completa dependência) e mercado (completa autonomia).

Uma quinta propriedade estrutural diz respeito ao número e homogeneidade das organizações que fazem parte da relação interorganizacional. Um menor número de empresas facilita a constituição de relações de confiança. Além disto, a constituição da confiança também é facilitada pela presença de características estruturais comuns nas empresas (o que na análise estrutural das redes se denomina de equivalência estrutural).

A sexta e última propriedade estrutural refere-se à estrutura do campo interorganizacional. Quanto maior a proximidade dos atores que integram o campo e maior a reputação destes, maior a probabilidade da constituição de relações de confiança. Isto porque nas redes regionais com empresas mais iguais e próximas, a confiança interorganizacional emerge a partir da intensidade de comunicação entre as empresas, de esquemas de interpretação partilhados, normas e laços regionais (Piore et Sabel, 1984).

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Confiança na Teoria dos Recursos Internos

Na seqüência, serão apresentadas algumas considerações de autores da Teoria dos Recursos Internos (Barney et Hansen, 1994) sobre o merecimento de confiança (trustworthiness) como fonte de vantagem competitiva. Segundo a Teoria dos Recursos Internos, as empresas são um conjunto de recursos heterogêneos e essa heterogeneidade decorre de um processo endógeno, específico para cada empresa, definido a partir de suas decisões estratégicas e de sua trajetória na constituição de competências únicas e valiosas, desenvolvidas num ambiente onde prevalece a racionalidade limitada e a incerteza (Barney et Hesterly, 1996).

Para esta abordagem, a vantagem competitiva de uma empresa vem do desenvolvimento de seus recursos internos (entendidos aqui como ativos tangíveis e intangíveis) inimitáveis e capazes de criar um valor superior ao cliente.Para isto, os autores identificam três níveis de confiança e postulam em que condições estes níveis de confiança podem ser fonte de vantagem competitiva. É importante esclarecer que os tipos de confiança fraca, semi-forte e forte dizem respeito ao quanto a confiança pode ser fonte de vantagem competitiva. Portanto, estes tipos não se referem à quantidade de confiança, maior ou menor. Pode haver situações em que exista um grande quantidade de confiança “fraca” porque não contribui para a vantagem competitiva das empresas.

O primeiro nível diz respeito à confiança “fraca” presente em situações onde há oportunidade limitada para o oportunismo. Existe quando os bens são de baixo custo e há pouca ou nenhuma especificidade de ativos. Este tipo de confiança apenas será fonte de vantagem competitiva caso os competidores utilizem mecanismos de governança mais custosos do que uma forma de confiança fraca.

O segundo nível diz respeito à confiança semi-forte presente em situações onde as partes terão a confiança mútua de que suas vulnerabilidades não serão exploradas. Há menor seleção adversa e menor risco moral. Um espaço para vantagem competitiva neste tipo de confiança refere-se à possibilidade de existirem diferentes habilidades na constituição de distintos mecanismos de governança. A utilização de um mecanismo de governança intermediário quando outros concorrentes estão utilizando uma forma hierárquica de mecanismo de governança é um exemplo. O grau de imbricamento da rede de relações sociais é um outro ponto importante. Quanto maior o imbricamento em uma complexa rede de relações sociais, maior a utilização de mecanismos sociais de governança menos custosos em detrimento dos mecanismos econômicos de governança mais custosos. Um exemplo disto pode ser a relação da Toyota com seus fornecedores em comparação com a relação da GM com seus fornecedores. Já nos anos 50, a Toyota estimulava os fornecedores de primeiro nível a participarem integralmente do desenvolvimento de novos produtos (Womack et Roos, 1992). A Toyota também estimulou seus fornecedores de primeiro nível a trocarem idéias entre si de como melhorar os projetos. Os mecanismos sociais de governança da Toyota mais desenvolvidos (por meio de uma rede de relações sociais mais sólidas) permitiram trocas vulneráveis e arriscadas com custos mais baixos do que no caso da GM. Em geral, os mecanismos sociais de governança são complexos e custosos para imitar, dependem da trajetória da empresa. Quando vários concorrentes possuem tais mecanismos, eles apresentam uma paridade competitiva.

O terceiro e último nível de confiança surge diante de significativas vulnerabilidades nas relações de troca. Ela existe independentemente dos mecanismos de governança sociais e econômicos. Ela reflete os valores empresariais , princípios e padrões que os parceiros trazem

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para estas relações de troca. Este tipo de confiança está relacionado com a cultura organizacional, ou seja, organizações que partilham uma cultura organizacional semelhante. Esta confiança é forte porque valores de uma cultura organizacional não podem se imitados, constituindo uma importante fonte de vantagem competitiva quando contribuem para as competências das empresas.

O custo de desenvolver e manter uma forma de confiança forte e o custo de descobrir parceiros merecedores de confiança forte deve ser menor do que o custo de explorar e criar dispositivos de formas de governança semifortes. A confiança forte é fonte de vantagem competitiva quando o nível de vulnerabilidade nas transações econômicas é maior que a habilidade de quaisquer dispositivos de governança protegerem as transações contra a ameaça de oportunismo. Ela se apresenta como fonte de vantagem competitiva quando constitui a única forma para que estas transações ocorram com os mais baixos custos de transação, mas acima de tudo quando estas trocas permitem a criação de valor a exemplo da cooperação para o estabelecimento de uma plataforma para o desenvolvimento de novos produtos.

De um modo geral, formas de confiança fortes tendem a ser raras. Isto as tornam fonte de vantagem competitiva. A forma de confiança forte pode ser formada ao longo de uma trajetória, possui ambigüidades causais (tal como muitos recursos internos) e é socialmente complexa. É improvável que empresas com forma de confiança semiforte tenham condições de se transformar em empresas com confiança forte no curto ou médio prazo. Os atributos individuais e organizacionais que tornam possível as relações de confiança fortes (valores individuais, princípios, cultura da organização e sistema de controle associado) são complexos para serem desenvolvidos e imitados; daí sua ambigüidade causal.

Quadro 1 - Confiança como fonte de vantagem competitiva

Forma de confiança Implicações para a vantagem competitiva e suas características

“Fraca” Bens de baixo custo

• Pouca ou nenhuma especificidade de ativos

“Semiforte” Utilização de mecanismos de governança

intermediários

• Imbricamento da rede de relações sociais com a maior utilização de mecanismos sociais de governança menos custosos em detrimento dos mecanismos econômicos de governança, mais custosos.

“Forte” Cultura organizacional partilhada

• Socialmente complexa e difícil de ser imitada

• Maior sinergia e troca de conhecimento tácito e explícito

Fonte: Adaptado de Barney et Hansen (1994)

Como se verificou a partir desta abordagem com base na Teoria dos Recursos Internos, os benefícios da confiança (redução nos custos de transação, troca de conhecimento, maior sinergia na utilização de recursos partilhados) podem ir além da sustentabilidade que ela confere às relações interorganizacionais. Examinando as implicações de diferentes tipos de confiança nas

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trocas econômicas, observa-se que a variação da confiança dá espaço para a existência de vantagem competitiva.

Conclusão

Neste artigo, trabalhamos a confiança sob os prismas da Nova Economia Institucional, da Teoria Institucional, da Teoria dos Sistemas Sociais, da Teoria dos Recursos Internos, do capital social e da Teoria do Poder Simbólico.

Todavia é importante realçar que o tema da confiança além de possuir implicações bastante relevantes para estudos sobre a cooperação e arranjos interorganizacionais, necessita ser examinado com maior profundidade sob várias facetas. Isto porque a confiança não é apenas plural nas suas definições, mas nos diferentes contextos da sua existência e construção. A nosso ver o seu caráter universalista é adequado como ferramenta teórica para apurar a reflexão. Temos certeza de que referir-se a relações de confiança em uma comunidade ou região é certamente bastante distinto de referir-se a confiança em uma rede de fornecedores de uma grande multinacional, assim como de uma rede de pequenas empresas. Acima de tudo, isto reforça a confiança como uma construção social muito mais do que como resultado de um cálculo da racionalidade econômica em busca de vantagens competitivas.

Não houve a pretensão de exaurir o tema neste trabalho, mas apenas de apresentar o seu caráter multifacetado e complexo. Isto dá base para uma maior reflexão sobre o tema e para a realização de futuros estudos empíricos dentro da área de cooperação interorganizacional. Optou-se por verificar como a confiança, tema do âmbito da cultura organizacional, atravessa estas fronteiras e que contornos ela assume na economia das organizações.Sob esta ótica, poucos foram os trabalhos encontrados sobre o tema, em especial os de caráter empírico. Portanto, sugere-se e insiste-se sobre a sua necessidade. Desta maneira poder-se-á avançar na compreensão e explicação de práticas sociais sugeridas pela confiança entre atores e parceiros, que induzam a uma melhor compreensão sobre a cooperação entre as antigas ou as emergentes configurações organizacionais.

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Referências Bibliográficas

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