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GOOGLE CLASSROOM COMO FERRAMENTA TECNOLÓGICA DE ENSINO: UM
MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DE LITERATURA
GOOGLE CLASSROOM AS A TECHNOLOGICAL TEACHING TOOL: A SYSTEMATIC MAPPING OF LITERATURE
LUSITANI, Klara Granetto; COLOMBO, Janecler Aparecida Amorin;1
Grupo Temático 1. Subgrupo 1.1
Resumo:
Este artigo tem como objetivo principal mapear os trabalhos elaborados com a plataforma online Google Classroom. Ademais, busca-se compreender “se” e “ como” esta plataforma tem sido utilizada como uma ferramenta tecnológica para o ensino. Trata-se de um mapeamento sistemático de literatura, com busca e extração de dados em três plataformas eletrônicas: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (BDTD – IBICT); Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Para a busca, a palavra chave Google Classroom foi utilizada, com a sua correspondente em língua portuguesa, Google Sala de Aula. A coleção final foi constituída por 10 trabalhos. Os resultados obtidos mostram um aplicativo bastante versátil, com aplicações dentro e fora da sala de aula, que pode ser utilizado como suporte as metodologias ativas ou aliado a outras ferramentas tecnológicas, possibilitando interações diversas daquelas tradicionalmente esperadas e ocasionando motivação à aprendizagem dos alunos.
Palavras-chave: ferramentas tecnológicas, mapeamento sistemático de literatura,
Google Classroom.
Abstract:
This article has as main objective to map the papers elaborated with the online platform Google Classroom. In addition, it seeks to understand “if” and “how” this platform has been used as a technological tool for teaching. It is a systematic mapping of literature, with search and data extraction on three electronic platforms: Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations of the Brazilian Institute of Science and Technology (BDTD - IBICT), Catalog of Theses and Dissertations of the Improvement Coordination Higher Education Personnel (CAPES) and Scientific Electronic Library Online (SciELO). To search the keyword Google Classroom was used, with its corresponding in Portuguese, Google Sala de Aula. The final collection consisted of 10 papers. The results obtained show a very versatile app, with applications inside and outside the classroom, which can be used to support active methodologies or combined with other technological tools, enabling interactions different from those traditionally expected and causing motivation to students' learning.
Keywords: technological tools, systematic mapping of literature, Google Classroom.
1. Introdução
1 UTFPR – Campus Pato Branco
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Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (0MS) declarou o seu mais alto nível de alerta, Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, referente ao surto causado pelo novo vírus COVID-19, popularmente conhecido como coronavírus. Em 11 de março deste mesmo ano, a OMS caracterizou o momento vivido como uma pandemia.
O Governo do Estado do Paraná, a partir do Decreto nº 4.320, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento ao coronavírus, em seu artigo oitavo, suspende as aulas em escolas e universidades públicas estaduais a partir de 20 de março de 2020. Como uma solução para a reorganização do calendário escolar perante a pandemia, o Conselho Nacional de Educação publicou no site do Ministério da Educação um parecer técnico afirmando que a melhor solução neste momento seria uma educação à distância (EAD).
Assim, a Secretaria de Estado de Educação e do Esporte do Paraná (SEED) elaborou um protocolo para o ensino EAD em quatro frentes: TV aberta, YouTube, Aplicativo Aula Paraná e o Google Classrom (GC), além de providenciar pacotes de internet gratuitos com as grandes operadoras de telefonia do Brasil para garantir o acesso de alunos e funcionários da rede.
A criação deste protocolo nos inquietou, tanto no sentido do uso emergencial quanto da permanência de tais tecnologias no cenário educacional após o regresso das atividades escolares presenciais. Aliado ao nosso interesse em discutir as Metodologias Ativas no ensino e aprendizagem de matemática, vislumbramos uma possibilidade de pensar como o uso dessas plataformas, poderiam gerar aulas interativas, onde o aluno pudesse efetivamente participar do processo de ensino aprendizagem. Especificamente no caso deste artigo, estamos interessadas no GC.
O GC é um aplicativo gratuito destinado a escolas e organizações de educação domiciliar sem fins lucrativos, pertencente ao conjunto de ferramentas G Suite for
Education, da empresa multinacional americana Google, em funcionamento desde 2014. Em
2017, a SEED realizou parceira com a empresa, sem ônus ao Estado, ofertando e-mails pedagógicos para alunos e professores, dando acesso a todas as ferramentas presentes no G
Suite for Education.
Estabelece-se assim, o interesse em mapear os trabalhos elaborados a partir da plataforma online GC, para compreender “se” e de que forma ela tem sido utilizada como uma ferramenta tecnológica para o ensino e observar se sua utilização apresenta resultados positivos para a aprendizagem.
Cabe aqui ressaltar que este artigo é um recorte do primeiro levantamento teórico que está sendo desenvolvido para a dissertação “Percepções de professores da rede pública do estado do Paraná acerca do uso da ferramenta Google Classroom” vinculada ao Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional.
2. Ensino mediado pela tecnologia
O termo Nativos Digitais, apresentado por Palfrey e Gasser em seu livro Nascidos na Era Digital: Entendendo a Primeira Geração de Nativos Digitais (2011), se refere a todos
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aqueles que nasceram depois do ano de 1980, quando as tecnologias digitais chegaram
on-line.
Com alunos Nativos Digitais, foi necessário repensar e introduzir as tecnologias digitais para dentro da sala de aula. Dentre as tecnologias que invadiram as escolas, Bruzzi (2016), destaca: o computador pessoal ou de mesa em 1980, o CD ROM em 1985, o quadro interativo em 1999, o projeto Um computador por aluno (UCA) em 2006 e o Apple IPAD em 2010.
Prensky (2008) defende que o papel da tecnologia em sala de aula deve ser de apoiar a “nova” pedagogia, onde os alunos aprendem por si próprios com orientações dos professores, característica presente nas Metologias Ativas. GC, Class Dojo, Classcraft,
Goconqr, Edmodo e Khan Academy são algumas ferramentas online que vem de encontro
com tal visão.
2.1. A ferramenta GC
A ferramenta GC integra o pacote G Suite for Education, disponiblizado pela multinacional americada Google. O pacote é um conjunto de ferramentas e serviços gratuitos adaptados para escolas e organizações de educação domiciliar, disponível no mundo todo para instituições de ensino qualificadas. Para ser qualificada a utilizar o recurso de forma gratuita, a instituição necessita ser uma instituição sem fins lucrativos, além de ser credenciada formalmente e reconhecida pelo governo. As instituições que não se enquadram nestes requisitos, podem estar adquirindo o pacote G Suite Enterprise for
Education, que inclui os mesmo recursos além de ferramentas premium (SUPPORT GOOGLE,
2020). Ainda, de acordo com a própria plataforma, o GC possibilita aos professores criar turmas, distribuir atividades, enviar feedback em um único ambiente, além de permitir a interface com outras ferramentas do Google, como Google Docs e o Google Drive, por exemplo.
Para Cacace (2019), a ferramenta permite que o aluno resolva problemas e tarefas em seu próprio ritmo, enquanto ainda recebe orientações quando necessário, além de propiciar que aprendam por conta própria.
Além disso, pode proporcionar, pela multiplicidade de funções, o desenvolvimento de estratégias metodológicas de ensino muito diferentes das que estamos habitualmente acostumados.
2.2. As Metodologias Ativas
Para Felder e Brent (2009), Metodologia Ativa é algo relacionado ao conteúdo, onde todos os alunos são obrigados a fazer algo, além de simplesmente assistir, ouvir e tomar notas. Para os autores, você está utilizando Metodologias Ativas quando apresenta problemas ou desafios, quando fala para seus alunos trabalharem individualmente ou em pequenos grupos para obterem respostas e mostrarem seus resultados à sala.
Barbosa e Moura (2013) acrescentam que em tal metodologia o aluno é “estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebê-lo de forma passiva do professor”, ouvindo,
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falando, pesquisando, discutindo e fazendo. Para o professor, cabe o papel de orientador e supervisor do processo.
Utilizar a Metodologia Ativa aliada aos recursos tecnológicos, “não é uma atitude docente enraizada de modismo pedagógico, mais que tudo isso é comprometimento com a geração que atua hoje como estudante, de característica ativa, curiosa, que pesquisa e gosta de desafios.” (Nunes, Rocha e Toledo, (2018)).
3. Delineamento Metodológico da Pesquisa
Esta pesquisa trata-se de um mapeamento sistemático de literatura, isto é, “um método para construir um esquema de classificação e estruturar um tema de pesquisa” (Rocha; Nascimento e Nascimento, 2018), baseado em evidências. A partir destas, é possível criar argumentos e conexões para a geração de novas hipóteses (COOPER, 2016 apud ROCHA; NASCIMENTO. NASCIMENTO, 2018). Além disso, o modelo permite a replicação e validação para pesquisas futuras, evitando assim, pesquisas sob amostragem enviesada (BECKER, 2015 apud ROCHA; NASCIMENTO. NASCIMENTO, 2018).
Rocha, Nascimento e Nascimento (2018) propõem um modelo de mapeamento sistemático em educação. No modelo proposto, é sugerido desenvolver o protocolo em três etapas, sendo elas: Definição do protocolo, Busca e extração de dados e Obtenção do resultado. Cada etapa é composta por questões, que seguem apresentadas e respondidas na sequência.
3.1. Etapa 1: Definição do protocolo
a) Qual é o objetivo e a questão que norteia o mapeamento?
O objetivo geral é compreender como a plataforma GC tem sido utilizada como uma ferramenta tecnológica para o ensino. O objetivo específico é mapear as pesquisas elaboradas com a plataforma online GC.
Tais objetivos estão norteados pelas seguintes questões: Existem trabalhos que utilizam o aplicativo GC em salas de aula? Em quais áreas e níveis de ensino sua aplicação é predominante? Como este aplicativo é utilizado? Que resultados são obtidos para a aprendizagem? Existem fundamentos metodológicos que norteiam a utilização do GC?
b) Quais os critérios de seleção, inclusão e exclusão dos trabalhos investigados? O critério de seleção utilizado foi a disponibilidade dos trabalhos em sites eletrônicos, sem restrições para o ano de publicação. Para que o trabalho fosse incluído na pesquisa, os critérios de inclusão adotados foram: utilizar o GC para fins educacionais, estar redigido em língua portuguesa, inglesa ou espanhola e possuir sua versão completa para leitura.
Para o critério de exclusão, definimos que os trabalhos que não envolveram proposta utilizando o GC para fins educacionais seriam descartados.
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A palavra chave Google Classroom foi utilizada, com a sua correspondente em língua portuguesa, Google Sala de Aula.
3.2. Etapa 2: Busca e extração de dados
a) Definição do local de busca.
Optou-se por três bases eletrônicas para a coleta de dados: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (BDTD – IBICT), Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Scientific Eletronic Library Online (SciELO).
A BDTD-IBICT proporciona uma maior visibilidade da produção científica nacional, ao disseminar em um só portal de busca, de forma gratuita, textos de teses e dissertações completos. A biblioteca integra o sistema de informações de 115 instituições e seu acervo consta de 630.753 documentos.
O Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES tem como objetivo facilitar o acesso à informação, disponibilizando teses e dissertações defendidas em programas de pós-graduação do país, de forma on-line e gratuita. Possui em seu acervo 569.830 documentos, entre teses e dissertações. Destacamos o cruzamento dessas duas grandes bases de dados como forma de maximizar a cobertura do mapeamento.
O terceiro banco de dados utilizado, a SciELO, diferente dos anteriores, é uma biblioteca eletrônica de artigos científicos, enquanto as demais são bancos de teses e dissertações. Trata-se de uma biblioteca eletrônica de períodicos provenientes de 14 países, sendo 11 pertencentes ao continente americano, 2 ao continente europeu e 1 ao continente africano.
b) Definição de cadeia de busca empregada, com dados de período de busca.
As palavras chaves foram combinadas por meio de um operador booleano, gerando a seguinte expressão de busca: “Google Classroom” OR “Google Sala de Aula”. Nenhum filtro foi utilizado para refinar os resultados. A busca nas 3 plataformas foram realizadas no dia 14 de abril de 2020.
c) Definição da forma da extração.
Inicialmente houve a leitura dos títulos e resumos para uma pré-seleção, com a posterior leitura integral dos trabalhos que se enquadraram nos critérios da pesquisa.
A tabela a seguir apresenta os dados levantados até o momento, com as etapas 1 e 2:
Tabela 1. Dados relacionados às etapas 1 e 2
Etapa BDTD CAPES SciELO Estudos encontrados 9 2 2
6
educacionais Sem acesso ao texto
na íntegra
1 0 0
Restantes 8 2 2
Fonte: Autoria própria.
Cabe destacar que os dois estudos presentes na plataforma CAPES também constavam na plataforma BDTD, resultando em um total de 10 trabalhos que tratam da utilização do GC com fins educacionais. Posto isso, no decorrer deste artigo, os dois trabalhos repetidos apenas configurarão na plataforma BDTD.
3.3. Etapa 3: Obtenção dos resultados
Após a coleta de dados, os trabalhos foram analisados e tabulados de acordo com as seguintes características gerais: título, autor, ano de publicação, instituição dos autores, formato do trabalho (dissertação, tese ou artigo), a área de ensino que o trabalho engloba e o nível a que está destinado.
Posteriormente, para informações mais detalhadas, também foram analisados os objetivos, como ocorreu à utilização do GC e os resultados obtidos.
4. Resultados
4.1. Caracterização geral dos resultados
Os dez trabalhos presentes neste mapeamento sistemático, que utilizam da plataforma GC como uma ferramenta tecnológica para o ensino, estão presentes na tabela 2. Observa-se que os mesmos estão distribuídos perante o seu formato da seguinte maneira: 2 artigos, 7 dissertações e 1 tese. Os estudos estão inseridos na faixa temporal 2016 – 2019, com uma concentração no ano de 2019, com metade dos trabalhos (n=5), seguido do ano de 2018 (n=3).
Os 10 trabalhos estão vinculados a 7 instituições de ensino brasileiras, sendo 6 universidades públicas (1 municipal, 1 estadual e 4 federais) e 1 universidade particular. Além de 3 universidades internacionais (UACH do México e UCSC e UBB do Chile). A Universidade Federal do Rio Grande do Sul é a única instituição que apresenta mais de um trabalho acerca do assunto, totalizando dois trabalhos.
Cabe ressaltar que na pesquisa de Basso-Aránguiz et al (2018) houve colaboração entre duas instituições de ensino, isso justifica a diferença no quantitativo anterior de trabalhos vinculados às instituições de ensino.
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Banco de
dados Título Autor Ano Formato Universidade
SciELO Sistemas de gestión del aprendizaje en dispositivos móviles: evidencia de aceptación en una universidad pública de México
Palma Ruiz, Jesús Manuel; González Moreno, Sonia Esther; Cortés Montalvo, Jorge Abelardo. 2019 Artigo UACH Propuesta de modelo tecnológico para Flipped Classroom (T-FliC) en educación superior Basso-Aránguiz, Matilde; Bravo-Molina, Mario; Castro-Riquelme, Antonella; Moraga-Contreras, César.
2018 Artigo UCSC e UBB
BDTD Uma proposta de ensino de conceitos de física relacionados à nanotecnologia por meio de um sistema de gestão de aprendizagem e uma atividade experimental utilizando cristais líquidos termotrópicos
Silva, Rodnil da. 2019 Dissertação UFABC
"Raconte-moi des contes d'ailleurs..": uma experiência didática de leitura de contos francófonos com adolescentes de um centro de línguas do estado de São Paulo Carvalho, Ana
Paula Neto. 2019 Dissertação USP
O uso de metodologias ativas para o desenvolvimento de um projeto de multiletramentos em Lingua Portuguesa Lima, Priscilla
8 O uso de ferramentas tecnológicas de colaboração na aprendizagem a distância Franceschini,
Franciele. 2019 Dissertação UFRGS
Desenvolvimento de Material Didático Digital para o ensino de Língua Portuguesa na perspectiva de
gêneros e
multiletramentos
Marchezan,
Mariléia da Silva. 2018 Dissertação UFSM
Oficina on-line complexa como extensão da sala de aula de inglês: percepções e construções Costa, Solange
Lopes Vinagre. 2018 Dissertação PUC-SP
Processos cognitivos na construção da língua escrita em situações de uso de aplicativos de comunicação virtual Kist, Silvia De
Oliveira. 2017 Tese UFRGS
O uso das ferramentas do aplicativo “Google Sala de Aula” no ensino de matemática
Araujo, Helenice
Maria Costa. 2016 Dissertação UFG
Fonte: Autoria própria
Três países figuram na relação dos trabalhos: Brasil (n=8), México (n=1) e Chile (n=1). Assim, oito trabalhos estão escritos em Língua portuguesa, advindos da plataforma BDTD, e dois em Língua espanhola, da plataforma SciELO. Nos resultados encontrados neste mapeamento, nenhum trabalho em inglês foi identificado. Tal resultado possivelmente advém pelas plataformas utilizadas na pesquisa.
Pela quantidade de trabalhos identificados em cada país, na Tabela 3 é apresentada somente a distribuição geográfica das pesquisas realizadas no Brasil. Esta produção acadêmica ficou restrita a 3 estados brasileiros, com o maior número de trabalhos em São Paulo (n=4).
9 Tabela 3. Distribuição dos trabalhos brasileiros segundo a região
Região Estado Trabalhos
Sul Rio Grande do Sul 3
Sudeste São Paulo 4
Centro-Oeste Goiás 1
Total 8
Fonte: Autoria própria
Na Tabela 4, apresentamos os trabalhos tabulados quanto ao nível de ensino abordado e a natureza da área de pesquisa. Por natureza da área de pesquisa, entendemos aqui, a disciplina escolar específica a qual a pesquisa foi destinada, para casos da Educação Básica, e para casos mais gerais desenvolvidos no Ensino Superior, abrangendo cursos de graduação.
Tabela 4. Distribuição dos trabalhos segundo nível de ensino e natureza da área de pesquisa
Banco de
Dados Nível de ensino
Número de
trabalhos Natureza da área de pesquisa
SciELO Ensino Superior 2 Curso de Administração e não
especificada
BDTD
Ensino Fundamental I 1 Língua Portuguesa
Ensino Fundamental II 2 Matemática e Língua
Portuguesa
Ensino Médio 2 Física e Língua Portuguesa
Ensino Superior 1 Curso de Pedagogia
Cursos de formação
complementar 2
Língua Francesa e Língua Inglêsa
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O termo não especificada diz respeito ao trabalho de BASSO-ARÁNGUIZ et al (2018), pois o mesmo não especifica para qual área do conhecimento a plataforma GC seria empregada, apresentando-a de uma forma geral para o Ensino Superior. Os cursos de formação complementar referem-se a cursos de línguas estrangeiras realizados em instituições privadas e atividades extracurriculares realizadas no ambiente escolar.
A área de linguagens foi tema predominante nas pesquisas analisadas (n=5), abrangendo diferentes níveis de ensino. Os cursos de Administração e de Pedagogia, bem como as disciplinas de Física e Matemática figuraram em apenas um trabalho cada. Por outro lado, podemos notar que praticamente todos os níveis educacionais estão representados no mapeamento, com apenas a Educação Infantil não figurando nos trabalhos. Este fato nos parece compreensível dada à natureza do objeto de estudo, uso do GCno ensino, uma vez que este nível educacional é por essência, baseado na interação e socialização presencial (ao menos até o momento em que vivemos atualmente).
4.2. Caracterização detalhada dos resultados
Para melhor compreensão acerca dos trabalhos que tratam da utilização do GC como uma ferramenta tecnológica no ensino, na Tabela 5, apresentamos os trabalhos tabulados segundo seus objetivos; forma de utilização da plataforma GC no decorrer do estudo e os resultados que estes encontraram.
Tabela 5. Caracterização detalhada das pesquisas que utilizaram o GC
Banco de
dados Autor Objetivo Utilização do GC Resultados
SciELO Palma Ruiz, Jesús Manuel; Gonz ález Moreno, Sonia Esther; Cortés Montalvo, Jorge Abelardo.
Medir os fatores que afetam a aceitação do Google Classroom entre 72 estudantes de negócios internacionais em seu primeiro ano de
graduação na Universidade Autônoma de Chihuahua, no México. Desenvolvimento de atividades para realização presencial e não presencial.
Apresentou-se como uma ferramenta de ensino flexível, facilitou a comunicação com o aluno, além de ser um sistema de fácil uso. Por meio das aplicações da plataforma, o aluno conseguiu gerenciar seu tempo para a realização das atividades e promover trabalhos colaborativos. Basso-Aránguiz, Matilde; Bravo -Molina, Mario; Castro-Riquelme, Antonella; Mo
Dar um suporte mediado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) ao modelo pedagógico homônimo existente, a ser considerado em Associou com a metodologia sala de aula invertida, onde na plataforma GC os materiais para estudo anterior as aulas estariam
Um ambiente de
aprendizado flexível, que promove o trabalho autônomo dos alunos. Como também oferece feedback permanente e a comunicação assíncrona
11 raga-Contreras, César. futuras implementações em sujeitos de diferentes níveis de Ensino Superior.
presentes, como também fóruns para discussão.
em fóruns.
BDTD
Silva, Rodnil da.
Criar uma plataforma educacional para ajudar os professores a ensinar temas de física que estão relacionados com a nanotecnologia aos alunos do Ensino Médio, aproximando-os da física de alguns equipamentos que utilizam no seu cotidiano. Associou com a metodologia sala de aula invertida. No GC eram disponibilizados materiais para estudos anteriores à aula. A familiaridade que os alunos possuem com plataformas digitais auxiliou na realização do trabalho. Houve resultados expressivos quanto ao estímulo ao estudo da física. Carvalho, Ana Paula Neto. Investigar como se dá a leitura de textos literários, de contos francófonos, em um ambiente digital, o Google Sala de Aula, por meio da realização de um projeto de leitura denominado "Raconte-moi des contes d’ailleurs", junto a um grupo de adolescentes de um Centro de Estudos de Línguas do estado de São Paulo. (CEL) A plataforma foi utilizada para designar atividades, individuais e coletivas, fóruns para debates, tanto para as aulas presenciais como para atividades à distância. Também houve a utilização de outros recursos da G Suite for Education.
A plataforma influenciou
positivamente a
participação dos alunos no projeto, por se tratar de uma dinâmica menos cansativa. Também favoreceu a motivação, a interação entre os alunos e o desenvolvimento de competências digitais. O GC constituiu um espaço que possibilitou uma reconfiguração do ensino tradicional. Lima, Priscilla Alves. Trabalhar com metodologias ativas e plataformas digitais para o desenvolvimento de um
projeto de
multiletramentos em Língua Portuguesa, em uma sala de nono ano, com dezesseis alunos do Ensino Fundamental II de uma escola pública estadual de tempo integral localizada na região do Vale do Paraíba. Aliou a utilização da plataforma GC a metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas e o aplicativo Toondoo. A plataforma Google Classroom era utilizada em sala de aula, onde disponibilizava as atividades que deveriam ser feitas.
Os usos das plataformas digitais propiciaram uma aprendizagem
contextualizada à atualidade, além de propiciam aulas inovadoras e mais atrativas aos alunos.
Franceschini, Analisar como as ferramentas tecnológicas
A plataforma GC foi utilizada para propor
Ferramentas presentes no G Suite for Education
12 Franciele. de colaboração apoiaram
as aprendizagens das alunas-professoras do Curso de Graduação de Licenciatura em Pedagogia na modalidade a distância (PEAD/UFRGS). atividades que introduziam outras ferramentas tecnológicas.
poderiam ser mais exploradas durante a graduação, por se tratar de ferramentas de fácil gestão, pelos seus recursos integrados, favorecendo interações entre estudantes. Marchezan, Mariléia da Silva. Desenvolver Material Didático Digital para a aprendizagem de Língua Portuguesa, mais especificamente, para promover as habilidades de leitura e de escrita de gêneros multimodais na perspectiva da pedagogia de genêros e de multiletramentos. Durante as aulas presenciais, eram disponibilizadas atividades, textos e slides na platafroma. Também utilizou de outras plataformas tecnológicas, como Whattsapp, Canva, e outros aplicativos da G Suite for Education.
Além do GC ser uma plataforma de fácil uso para professores e alunos, os alunos mostraram-se engajados na realização das tarefas. O acesso se restringiu à sala de aula, mesmo o acesso sendo liberado em qualquer lugar. Costa, Solange Lopes Vinagre. Descrever e interpretar o fenômeno vivência em oficina on-line complexa, desenvolvida com base no design educacional complexo (FREIRE, 2013), como extensão da sala de aula de inglês, na perspectiva dos alunos.
A plataforma GC foi utilizada para a realização de atividades e fóruns juntamente com outros aplicativos do G Suite for Education. O uso do GC foi considerado de fácil utilização, porém, necessita de um tempo para familiarização dos alunos com a plataforma.
Kist, Silvia De Oliveira.
Compreender como a interação por meio de
aplicativos de
comunicação virtual pode favorecer o processo de construção da língua escrita e como ele se diferencia em função do suporte Juntamente com o GC, utilizou o Google Hangouts. Nas plataformas, eram postadas perguntas para interação entre os alunos. Interações no GC favorecem o surgimento da necessidade da compreensão da língua escrita, embora a plataforma não ofereça os feedback’s necessários. Araujo, Helenice Maria Costa. Desenvolver atividades utilizando Tecnologias de Comunicação e
Informação, por meio da plataforma “Google Sala
de Aula”,
concomitantemente com as aulas presenciais, para
Na plataforma GC foi disponibilizado questionários e atividades para serem realizadas. Como também vídeos relacionados à matéria e vídeos A plataforma se apresentou eficaz em motivar os alunos a desenvolver atividades e facilitar o trabalho docente.
13 contribuir com a aprendizagem de conteúdos matemáticos. realizados pelos alunos.
Fonte: Autoria própria
Com relação à utilização da plataforma GC, constatou-se o uso tanto para atividades realizadas em sala de aula, como para atividades à distância, mostrando-se como um aplicativo versátil. Três dos trabalhos (BASSO-ARÁNGUIZ et al (2018), SILVA (2018), LIMA (2019)) utilizaram como uma ferramenta de suporte ao uso de metodologias ativas, nesse caso especificamente, Sala de Aula Invertida e Aprendizagem Baseada em Problemas.
Por ser uma ferramenta do pacote G Suite for Education, a utilização simultânea com outros aplicativos se torna de fácil acesso, preenchendo possíveis lacunas, como por exemplo, a edição de textos compartilhados e formulários, que apenas o GC não abrangeria, como pode ser visto nos trabalhos de Carvalho (2019), Lima (2019), Marchezan (2018), Costa (2018) e Kist (2017).
Com relação aos resultados encontrados com a utilização da plataforma GC, Silva (2019) aponta que a familiaridade dos alunos com plataformas digitais contribuiu para a realização da proposta. Tal familiaridade pode ser a responsável pelos alunos não encontrarem dificuldades para manusear GC, como apontam Costa (2018), Palma Ruiz, Gonzaléz Moreno, Cortés Montalvo (2019), Franceschini (2019), Marchezan (2018) em seus trabalhos.
Por se tratar de uma plataforma flexível, com recursos integrados, (PALMA RUIZ; GONZALÉZ MORENO; CORTÉS MONTALVO (2019), BASSO-ARÁNGUIZ et al (2018), FRANCESCHINI (2019)), a dinâmica das aulas se torna menos cansativa, reconfigurando o ensino tradicional com aulas inovadoras e atrativas, motivando os alunos para a realização das atividades (CARVALHO (2019), LIMA (2019), ARAUJO (2016)). Por suportar comunicações assíncronas e síncronas, a plataforma facilita a comunicação com os alunos e entre os alunos (PALMA RUIZ; GONZALÉZ MORENO; CORTÉS MONTALVO (2019), BASSO-ARÁNGUIZ et al (2018), CARVALHO (2019), FRANCESCHINI (2019)).
Porém, para tais resultados serem obtidos, é necessária uma familiarização dos alunos com a plataforma (COSTA, (2018)), que apenas será alcançada com a utilização da mesma por parte dos alunos, com alguns erros e muitas tentativas. Uma ação necessária para isso seria a conscientização de que a mesma pode (e deve) ser utilizada pelos alunos para além da sala de aula e dos momentos formais estabelecidos pelo professor, fato que não ocorreu na pesquisa realizada por Marchezan (2018).
5. Conclusões
A partir deste mapeamento foi possível observar que as pesquisas relacionadas à utilização da ferramenta tecnológica GC para o ensino estão presentes de forma bastante tímida nas plataformas de busca utilizadas. No entanto, considerando a existência da plataforma desde o ano de 2014 e que geralmente, uma dissertação para ser publicada exige
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em média dois anos; uma tese, 4 anos; e, ainda que os artigos científicos publicados em periódicos indexados também demandam de um certo tempo até sua divulgação, este número reduzido de pesquisas é coerente e aceitável.
Dada a atualidade do tema e de sua utilização atual em massa, acreditamos que mais pesquisas utilizando tal ferramenta irão aparecer no cenário acadêmico. Cabe ressaltar que até a data de submissão deste artigo mais duas dissertações foram inseridas no banco de dados BDTD.
Pode-se verificar ainda, por meio desta pesquisa, que a ferramenta GC apresentou-se como um aplicativo bastante versátil, que pode ser utilizado tanto dentro da sala de aula como para atividades extraclasses. Por se tratar de um aplicativo pertencente à plataforma
G Suite for Education, a facilidade de concilia-lo a outros aplicativos se mostrou proveitosa.
Ademais, a ferramenta se mostrou eficiente, motivando os alunos e transformando sua maneira de aprender, para uma perspectiva mais ativa. O obstáculo encontrado para sua utilização é o costume quase inexistente dos alunos de estudarem em casa, dificultando a utilização da plataforma fora do espaço escolar.
Outro ponto importante a se destacar, é sua utilização aliada na aplicação das Metodologias Ativas, por oferecer um espaço de armazenamento de arquivos, facilitando a distribuição de tarefas, e por favorecer interações com (e entre) alunos, por possuir uma plataforma de comunicações assíncronas e síncronas.
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