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1 MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO

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MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO

Olhar para o futuro é pensar no que fazemos no presente. Foi assim no nascimento da CSN, 70 anos atrás. Um projeto avançado que mobilizou um país que queria, mais do que nunca, andar com as próprias pernas. Agora, em 2011, temos uma nova década de crescimento pela frente. E de novas idéias para o futuro que já bate em nossa porta. Nesse cenário, ao completar sete décadas, a CSN confi rma sua posição de destaque na siderurgia mundial, além de se apresentar como uma empresa atuante e assertiva nos mercados de mineração, cimento, infra-estrutura e energia.

Com um sistema integrado de produção, a Companhia domina toda a cadeia produtiva do aço. Este posicionamento nos garantiu um lugar entre as empresas mais competitivas e rentáveis do mundo.

No ano de 2010, o forte crescimento dos países emergentes contribuiu para a recuperação da economia mundial. O Brasil foi destaque com um crescimento do PIB de 7,5%, sustentado pelo forte consumo interno, em função do aumento do emprego, da renda e da oferta de crédito.

A orientação estratégica da CSN para a excelência operacional e integração permitiu que apresentássemos robustos resultados fi nanceiros e operacionais. O faturamento recorde de R$ 14,5 bilhões e o lucro bruto de R$ 6,8 bilhões, 71% acima do verifi cado no ano anterior, são números expressivos do nosso resultado em 2010.

Na mineração, a CSN e a Namisa totalizaram em termos de produção e compra de minério de terceiros, 32,8 milhões de toneladas. Estamos posicionados para o crescimento, aumentando cada vez mais a importância da atividade mineradora na CSN. A capacidade da mina de Casa de Pedra atingirá 70 milhões de toneladas nos próximos anos, enquanto na Namisa o projeto chegará a 39 milhões de toneladas. Os projetos de concentração e pelotização também completarão a capacidade total.

Na siderurgia, aumentamos em 15% a produção de laminados e estamos preparados para atender a forte demanda do segmento de construção civil, com um portfólio mais completo e produtos diversifi cados e inovadores. Na CSN Cimentos, onde a produção triplicou, temos um portfólio completo para atender o mercado interno da construção civil.

Internamente na Companhia, merece destaque a consolidação da área de gestão de projetos, subordinada a uma diretoria executiva própria. Por meio de sistema de análise critica de projetos, passamos a controlar melhor o cronograma e prazo de nossas obras e projetos. Esse foi um ano de grandes investimentos, que totalizaram R$ 3,6 bilhões, com isso estamos entre as empresas que mais investem no país e comprova nosso compromisso com o desenvolvimento do Brasil. O projeto da Transnordestina recebeu o maior volume desses investimentos e hoje emprega mais de 12 mil trabalhadores.

Além dos projetos de crescimento orgânico, suportados por uma confortável situação corrente de caixa, continuamos atentos às oportunidades de aquisição e aliança estratégica em todos os segmentos que atuamos.

Os 70 anos da CSN marcam não apenas um período de tempo, mas também como ajudamos, no presente, a construir o futuro de uma nação. Boa leitura.

Benjamin Steinbruch Presidente do Conselho de Administração

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A EMPRESA

A Companhia Siderúrgica Nacional é uma empresa altamente integrada, atuando em toda a cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro até a produção e comercialização de bobinas, folhas metálicas e embalagens de aço, incluindo participações em ferrovias, terminais portuários, produção de cimento e geração de energia. Fundada em 1941, iniciou suas operações em 1946, tornando-se pioneira na produção de aços planos no Brasil, propiciando condições para a implantação do setor automotivo nacional. Foi privatizada em 1993, passando por uma profunda reestruturação que a tornou uma das siderúrgicas mais competitivas e rentáveis do mundo. O sistema integrado de produção da Companhia, aliado à qualidade de gestão, faz com que a CSN tenha um dos mais baixos custos de produção da siderurgia mundial.

A CSN busca sempre maximizar o retorno aos seus acionistas através de uma atuação concentrada nas cinco atividades-chave: mineração, siderurgia, logística, cimento e energia.

2.1 - Mineração 2.1.1 - Minério de ferro

O comprometimento das principais economias globais ao longo dos últimos dois anos visando superar a crise, foi fundamental para a recuperação, ainda que parcial, do mercado mundial.

Com relação ao minério de ferro, tal recuperação pulverizou a concentração das vendas existente até 2009, centralizada no principal mercado de minério de ferro, o mercado Chinês.

Entretanto, a China continua com participação expressiva e forte posicionamento no mercado transoceânico de minério de ferro. Seus projetos de urbanização contam com investimentos audaciosos, em que o minério de ferro doméstico não atende plenamente as demandas em termos de qualidade e volume. Em 2010 a China importou 619 milhões de toneladas do produto, representando 60% do mercado transoceânico.

Já o Brasil atingiu um recorde nas exportações de minério de ferro em 2010, comparativamente aos últimos 5 anos. No ano de 2010 foram exportadas 307 milhões de toneladas, um crescimento de 15% se comparado ao ano anterior, de acordo com dados da LBH Group. Posicionada como a segunda maior exportadora do Brasil e com grandes projetos de expansão de mineração e logística portuária, a Companhia aumentou suas vendas em 2010, em comparação ao ano anterior.

Considerando a totalidade das vendas de produtos acabados de minério de ferro da mina de Casa de Pedra e da Namisa, a CSN comercializou 25,3 milhões de toneladas em 2010, um crescimento de 13% em relação ao ano de 2009. Deste total, as exportações representaram 23,8 milhões.

Além disso, em 2010, a Companhia produziu e destinou ao consumo próprio 6,9 milhões de toneladas de minério de ferro.

2.1.2 - Calcário

A mineração da Bocaina, mina de calcário localizada em Arcos-MG, é responsável pelo suprimento de calcário calcítico e calcário dolomitico, fundentes consumidos pela Companhia para a produção de aço na Usina Presidente Vargas em Volta Redonda. Em 2010, a mina forneceu para a UPV cerca de 1,8 milhão de toneladas de calcário.

Com a entrada da CSN no mercado de cimento, a mina de Arcos deverá fornecer, a partir de 2011, o calcário não siderúrgico, a ser utilizado para a produção de clínquer, uma das principais matérias-primas utilizadas na fabricação do cimento em Volta Redonda. Com isso, a CSN demonstra ainda mais integração entre suas atividades, verticalizando a produção e ganhando em competitividade e rentabilidade.

2.1.3 - Estanho

Uma das matérias-primas essenciais para a produção de folhas de fl andres é o estanho, produzido pela ERSA - Estanho de Rondônia S.A, subsidiária da CSN. A ERSA é constituída pela Mineração Santa Bárbara, em Itapuã do Oeste e por uma fundição em Ariquemes ambas no Estado de Rondônia.

2.2 - Siderurgia

Dominando toda a cadeia produtiva do aço, a CSN atende a diferentes segmentos da indústria, com uma diversifi cada linha de produtos de alto valor agregado. A empresa produz os mais diversos tipos de materiais revestidos galvanizados, resistentes à corrosão e menos suscetíveis a oscilações de preços no mercado internacional. Os principais mercados atendidos pela Companhia são: Automotivo; Construção civil; Grande rede (distribuição); Linha branca (eletrodomésticos); OEM (bens de capital, motores, etc.) e embalagens metálicas.

A Companhia possui cinco linhas de galvanização no Brasil, assim distribuídas: três na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, uma em Porto Real no Estado do Rio de Janeiro e outra na fi lial CSN Paraná, em Araucária, onde se opera também com os processos de laminação a frio e pré-pintura.

A CSN conta ainda com duas subsidiárias no exterior: a CSN LLC, instalada em Terre Haute, no Estado de Indiana, nos EUA, que atua em laminação a frio e galvanização e a Lusosider, em Paio Pires, Portugal, que também produz laminados revestidos.

A CSN é a única fabricante de folhas metálicas no Brasil e uma das cinco maiores do mundo, com capacidade instalada de 1 milhão de toneladas por ano de folhas de fl andres, largamente utilizadas no setor de embalagens. A Companhia também é produtora de Galvalume, aço revestido com zinco e alumínio, que conjuga brilho e durabilidade, além de aços pré-pintados, ambos muito aplicados nos setores de construção civil e linha branca.

Em 2010 a produção de aço bruto atingiu 4,9 milhões de toneladas, representando uma utilização de 88% da capacidade instalada de 5,6 milhões de toneladas anuais da Usina Presidente Vargas e um crescimento de 12% em relação ao volume produzido em 2009. Já a produção de laminados atingiu 4,7 milhões de toneladas em 2010, um aumento de 14% em relação à produção do ano anterior. Estão em andamento as obras da nova unidade para produção de aços longos, utilizando a infraestrutura existente no complexo siderúrgico da Usina Presidente Vargas.

Em 29/01/2010, a CSN incorporou a controlada GalvaSud S.A., que passou a ser uma fi lial da Companhia, denominada CSN Porto Real, buscando a otimização dos processos e maximização dos resultados, concentrando em uma única estrutura organizacional todas as atividades comerciais, operacionais e administrativas das duas sociedades.

A CSN Porto Real está situada estrategicamente entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, atendendo principalmente o setor automotivo, oferecendo ampla gama de produtos e serviços de padrão internacional. Conta com uma linha de galvanização a quente e um centro de serviços de corte, além de um moderno centro de solda a laser. Em 2010 foram a produção superou 307 mil toneladas, direcionadas basicamente para o setor automotivo, 30 mil toneladas superior ao ano de 2009.

CSN LLC

Braço da Companhia nos EUA, a CSN LLC administra uma usina de laminação a frio e galvanização, instalada no Estado de Indiana. Em 2010 foram produzidas 250 mil toneladas de bobinas laminadas a frio e galvanizadas,15% superior em relação à produção de 2009.

Lusosider

Instalada em Paio Pires, Portugal, a Companhia opera com laminação a frio e galvanização por imersão a quente. No ano de 2010 a Lusosider produziu e comercializou no mercado europeu 241 mil toneladas de produtos galvanizados, 22% superior em comparação à produção de 2009.

Metalic Nordeste

Controlada pela CSN, a Metalic é a única produtora de latas de aço de duas peças para bebidas da América Latina, produzindo também tampas de alumínio para latas de bebidas. Em 2010, a companhia vendeu 831 milhões de latas de 350 ml, 60 milhões de latas de 250 ml e 1.284 milhões de tampas, sendo que destas, 13% foram exportadas para a América Latina.

Atualmente a Metalic detém 5% da participação no mercado nacional e 34 % de participação no mercado do Nordeste de latas para bebidas.

Prada Distribuição

A CSN atua no mercado de distribuição e serviços por meio da unidade de negócios Prada Distribuição, pertencente a sua coligada, Companhia Metalúrgica Prada.

Cobrindo todo o território nacional, a Empresa possui três centros de serviço e oito centros de distribuição preparados para atender, com produtos como: chapas, blanks, rolos, perfi s UDC, tubos com costura, steel deck e telhas metálicas aos mais diversos segmentos da indústria, do automotivo à construção civil. A Prada Distribuição está entre as maiores do segmento de distribuição e processamento de aços planos e por meio de sua ampla gama de serviços de corte, conformação e logística, oferece serviços de pronta entrega, sob encomenda e kanban, agregando valor ao portfólio de produtos CSN, de forma a atender plenamente as necessidades dos consumidores mais exigentes.

Em 2010 a unidade de negócios Prada Distribuição comercializou 372 mil toneladas de produtos, volume 3% superior ao verifi cado no ano anterior, e reposicionou seu centro de distribuição no Paraná, o que torna a Empresa uma atividade estratégica para a CSN. Para os próximos anos, a meta é continuar investindo no aumento de sua capacidade de armazenamento, benefi ciamento e no aumento de sua abrangência geográfi ca e logística na distribuição. Para tanto, prevê, ainda em 2011, a abertura de mais 3 novos centros de distribuição.

Prada Embalagens

Fundada em 1936, a Companhia Metalúrgica Prada foi integrada ao Grupo CSN em 2006. Com o maior parque industrial da América Latina voltado à produção de embalagens de aço, a Prada possui 2 plantas localizadas em São Paulo, SP e Uberlândia, MG, constituindo-se em importante cliente de folhas metálicas da CSN.

Suas linhas estão capacitadas a atender os elevados volumes e especifi cações técnicas demandados pelas indústrias de alimentos, química e de aerossóis.

A Prada revalidou sua Certifi cação ISO 9001:2008, obtida inicialmente em 1995, tendo sido a primeira empresa do segmento a alcançar tal qualifi cação.

Em 2010, a empresa manteve os níveis de investimento dos anos anteriores, focando suas operações no mercado de produtos químicos e aerossol, segmentos de atuação que apresentam maior rentabilidade no setor de embalagens metálicas.

2.3 - Logística Portos

A CSN administra dois terminais no Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro: o terminal de granéis sólidos (Tecar) e o terminal de contêineres (Sepetiba Tecon).

Em 2010, o Tecar embarcou 25 milhões de toneladas de minério de ferro, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Desembarcou cerca de 4 milhões de toneladas de outros produtos como carvão, coque, barrilha e clínquer para consumo próprio e para clientes diversos.

O Sepetiba Tecon, terminal de contêineres e carga geral administrado pela CSN, é um dos pilares do projeto da plataforma logística da Companhia em Itaguaí no Estado do Rio de Janeiro.

Em 2010, o Sepetiba Tecon movimentou 196 mil contêineres, 306 mil toneladas de produtos siderúrgicos e 30 mil toneladas de carga geral, mantendo-se na primeira posição no market share entre os quatro principais terminais dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo com 29% do total de contêineres movimentados.

Como resultado dos constantes investimentos e das excelentes condições de acessos marítimo e terrestre, o Sepetiba Tecon recebeu em 2010 os maiores navios de contêineres operados na América do Sul: o MSC Messina e o Hamburg Süd Santa Clara ambos com 300 metros de comprimento.

Todos esses fatores confi rmam a posição do Sepetiba Tecon como porto concentrador de cargas (Hub Port), contribuindo para que seja, além do maior terminal de contêineres do Rio de Janeiro, um dos maiores do Brasil em seu segmento.

Para a expansão do Tecon estão previstos investimentos em infraestrutura, como a equalização do berço 301 e em novos equipamentos: - dois portêineres Super Post Panamax, quatro transtêineres e seis Reach Stackers. Estão ainda em desenvolvimento projetos para implantação de um polo logístico multimodal e para a adequação dos berços 302/303.

Após a conclusão destes investimentos, o complexo portuário de Itaguaí se consolidará como um dos principais do país.

Ferrovias

A CSN tem participação em duas companhias ferroviárias: a MRS Logística e a Transnordestina Logística S.A.

MRS

A MRS Logística opera a antiga Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), no eixo Rio de Janeiro-São Paulo-Belo Horizonte. A CSN detêm diretamente 22,93% do capital da MRS, além de uma participação indireta de 10,34%. Somando-se as duas participações, a CSN tem 33,27% do capital total da MRS.

A MRS Logística, que completou 14 anos de atividade reafi rmando uma trajetória de expressivo crescimento, continua apresentando bons resultados. Em 2010 transportou cerca de 144 milhões de toneladas, volume 12% superior ao ano de 2009.

No setor de contêineres a MRS manteve sua posição entre os maiores transportadores do setor ferroviário nacional, com 53,5 mil contêineres transportados.

O principal segmento de atuação da MRS é o de clientes chamados heavy haul (cargas de minério, carvão e coque), responsável pelo transporte de cerca de 107 milhões de toneladas, o equivalente a 74% do total transportado pela Companhia, bem como contratos de longo prazo, novos negócios e projetos que visam alavancar o crescimento da empresa.

Os serviços de transporte ferroviário prestados pela MRS são fundamentais para o abastecimento de matérias-primas e escoamento de produtos fi nais. A totalidade de minério de ferro, carvão e coque consumidos pela Usina Presidente Vargas é transportada pela MRS, bem como parte do aço produzido pela CSN, tanto para o mercado doméstico como para exportação, além dos produtos de mineração.

Transnordestina

Em 2006 a CSN incorporou a Transnordestina S.A., na época uma companhia estatal, à Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN). A entidade resultante foi posteriormente denominada Transnordestina Logística S.A.

A Transnordestina Logística S.A. (TLSA) é operadora da antiga malha nordeste da RFFSA, percorrendo sete estados, com extensão total de 4.534 km: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O contrato de concessão da TLSA foi assinado em 1997 por 30 anos, podendo ser prorrogado por igual período.

A participação da CSN no capital social da TLSA ao fi nal de 2010 atingiu 76,45%.

A capacidade de transporte atual da ferrovia é de dois milhões de toneladas ano, sendo que em 2010 foram transportadas um milhão e meio de toneladas, com destaque para o transporte de combustível, cimento, aluminio, bobinas, malte entre outros produtos, especialmente no trecho entre São Luís, Teresina e Fortaleza.

2.4 - Cimento

A indústria cimenteira possui alta complementaridade com a siderurgia e abastece todo o segmento de construção civil, setor de importância fundamental para o desenvolvimento econômico do país.

A CSN produziu e comercializou em 2010 cerca de um milhão de toneladas de cimento, através de sua primeira fábrica localizada em Volta Redonda, um expressivo crescimento em relação às 338 mil toneladas produzidas e comercializadas em 2009.

O cimento produzido pela CSN é atualmente comercializado na região da Baixada Fluminense, sul do Estado do Rio de Janeiro, Vale do Paraíba e Grande São Paulo, além do sul do Estado de Minas Gerais. Até o fi nal de 2010 foram implantados quatro centros de distribuição, fator essencial para aumentar sua competitividade, já que a aceitação do produto tem sido excelente, superando as estimativas iniciais.

2.5 - Energia

A CSN é uma das maiores consumidoras industriais de energia elétrica do país, superada apenas pelas empresas do setor de alumínio. Por isso, vem investindo desde 1999 em projetos de geração de energia elétrica, visando garantir sua autossufi ciência. Seus ativos neste segmento são a usina Hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina, onde a CSN detêm 29,5%, correspondentes a 167 MW, através de uma participação societária de 48,75% na Itá Energética S.A.; a Usina Hidrelétrica de Igarapava, em Minas Gerais, com capacidade de 210 MW e participação de 17,9% e a central de co-Geração Termoelétrica, instalada na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, com capacidade instalada de 238 MW.

Esta unidade utiliza como combustível os próprios gases residuais da produção siderúrgica. Estes três ativos asseguram à CSN uma capacidade de geração média de 428 MW, atendendo dessa forma a necessidade total de energia elétrica do grupo.

A Companhia está desenvolvendo o projeto para instalação de uma turbina de topo no Alto-Forno 3 da Usina Presidente Vargas, o que permitirá adicionar 18 MW à sua atual capacidade de geração. A CSN estuda ainda outros investimentos em energia para acompanhar os projetos de expansão e manter sua autossufi ciência.

2.6 - Excelência Operacional

Simultaneamente ao esforço de crescimento, a CSN tem promovido e planeja uma série de projetos de redução de custos e aumento de produtividade, a fi m de melhorar cada vez mais sua competitividade e rentabilidade em todos os elos da cadeia.

Destacam-se os projetos de excelência na siderurgia, nas áreas de energia elétrica, produção própria de coque, redução e reaproveitamento de resíduos, efi ciência energética, entre outros. Esses projetos têm o potencial de reduzir de forma expressiva o custo de produção, em especial na Usina Presidente Vargas.

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PERSPECTIVAS, ESTRATÉGIAS E INVESTIMENTOS

Após a recuperação da crise econômica, a economia brasileira acelerou seu ritmo de desenvolvimento em 2010, com um crescimento do PIB em torno de 7,5%, sustentado pelo forte consumo interno, possível graças ao aumento do emprego, da renda e da oferta de crédito. No cenário internacional, a China permaneceu impulsionando a recuperação mundial, com crescimento do PIB de 10,3% em 2010, favorecendo especialmente o mercado de commodities.

Apesar do baixo ritmo de recuperação do emprego e consumo, que trazem incertezas no curto e médio prazo, a economia norte-americana vem retomando seu crescimento, com elevação de 2,9% do PIB em 2010.

Na Europa, o ritmo de crescimento está desacelerando, à exceção da Alemanha, que vem apresentando boa recuperação. A situação de défi cit fi scal em alguns países, associada ao alto índice de desemprego, traz preocupações de que a crise não esteja superada. Já nas economias emergentes, os índices de infl ação vem atingindo níveis altos devido à combinação de forte crescimento da atividade econômica e elevação nos preços das commodities.

No panorama global, os desequilíbrios cambiais se acentuaram. Por razões diferentes, as políticas cambiais dos EUA e da China geraram fortes desequilíbrios para alguns países, entre eles o Brasil. De um lado, os EUA emitem grandes volumes de dólares, enquanto a China mantém seu câmbio excessivamente desvalorizado. Somam-se a esse quadro as medidas protecionistas de alguns países. O efeito em países como o Brasil é duplo: a valorização de nossa moeda favorece a importação, reduzindo as vantagens dos produtores locais, que já convivem com aumento nos preços das matérias-primas e dos custos de investimentos, além dos problemas estruturais de gargalos logísticos, entre outros.

Mesmo diante de todos estes fatores, a CSN tem apresentado, consistentemente, resultados fi nanceiros robustos e em 2010 não foi diferente. As operações consolidadas da CSN geraram uma receita líquida anual de R$ 14,5 bilhões, novo recorde da Companhia. Além dos projetos de crescimento orgânico, suportados por uma confortável situação corrente de caixa, a empresa permanece atenta às oportunidades de aquisição e aliança estratégica em todos os segmentos em que atua, no Brasil e no exterior, de forma a acelerar sua expansão e geração de valor para seus acionistas.

3.1- SIDERURGIA

Segundo a World Steel Association, o índice de capacidade de utilização da indústria siderúrgica mundial encerrou o ano de 2010 próximo a 74%, ainda com um elevado desbalanceamento entre a capacidade de produção e o consumo mundial de produtos siderúrgicos. Atualmente, de acordo com a W.S.A., o excedente de capacidade de produção mundial de aço gira em torno de 500 milhões de toneladas. Esses desequilíbrios, juntamente com a valorização do Real e a existência de incentivos tributários à importação em alguns estados, contribuíram para um forte crescimento das importações de aços planos no Brasil em 2010, provocando, ao fi nal do ano, algumas reduções de preços e volumes vendidos no mercado interno.

A CSN vem trabalhando na diversifi cação de suas atividades siderúrgicas, com a entrada no segmento de aços longos, através da construção de uma unidade em Volta Redonda, com capacidade de produção de 500 mil toneladas anuais, entre vergalhões e fi os-máquina, cuja entrada em operação está prevista para o fi nal de 2012.

Além desta, a CSN planeja construir, na região sudeste, mais duas plantas de aços longos, cujos equipamentos já foram contratados, cada uma com capacidade de produção de 500 mil toneladas anuais.

Com relação ao mercado de aços planos, a CSN vem ampliando seus centros de serviços, com investimentos na ampliação da unidade de Porto Real, no estado do Rio de Janeiro, voltada para o setor automobilístico.

Paralelamente, a CSN vem desenvolvendo importantes projetos buscando sempre a excelência operacional e a redução de custos, entre os quais pode-se destacar: a instalação de novas baterias de coque, visando sua autosufi ciência; a substituição da alimentação elétrica da Usina Presidente Vargas, de 138KV para 500KV, proporcionando maior estabilidade ao sistema e redução do custo do transporte de energia; a fi nalização da turbina de topo prevista para 2011, que acrescentará 18 MW à capacidade instalada de geração de energia elétrica da Companhia. Há ainda vários projetos em desenvolvimento, direcionados para a redução do consumo de matérias-primas, aumento de efi ciência e produtividade.

A CSN estuda ainda a possibilidade de ampliação de sua produção siderúrgica, seja através de novas usinas, expansão do parque existente e aquisições, tanto no Brasil como no exterior.

3.2- MINERAÇÃO Minério de Ferro

O ano de 2010 será lembrado como de profundas mudanças no mercado de minério de ferro. O sistema de precifi cação tradicional, usado há mais de 40 anos, foi substituído por alternativas mais fl exíveis às oscilações de mercado e com revisões periódicas ao longo do tempo. A participação da China no mercado transoceânico de minério de ferro continua expressiva, com importação de 619 milhões de toneladas em 2010, representando cerca de 60% do mercado transoceânico. Este volume deverá continuar a crescer signifi cativamente pelos próximos anos. O mercado transoceânico de minério de ferro continua com demanda superior à oferta disponível. Durante o ano de 2010 diversos fatores contribuíram para que a oferta se reduzisse, como certas medidas adotadas pela Índia, entre elas a taxação para exportação de minério de ferro. Além disso, a maioria dos novos projetos de expansão da produção sofreram atrasos, retardando ainda mais o incremento da oferta. Diante desse cenário, a CSN, segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil, vem implementando os projetos de expansão na mina de Casa de Pedra e na Namisa de modo a atingir uma capacidade total de produção anual de 89 milhões de toneladas de minério de ferro. A capacidade da mina de Casa de Pedra atingirá 50 milhões de toneladas anuais em 2014, enquanto na Namisa os projetos de concentração e pelotização completarão a capacidade total.

Paralelamente, a Companhia vem trabalhando na elevação da capacidade de embarque do Tecar, no Porto de Itaguaí, visando atingir 84 milhões de toneladas anuais de minério de ferro em 2015.

Além destas expansões, a Companhia está estudando incrementos de capacidade adicionais, tanto da mina de Casa de Pedra, que poderá atingir uma capacidade de 70 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, quanto do Tecar, cuja capacidade total de embarque poderá chegar a 130 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

Carvão

Visando atingir autossufi ciência em carvão metalúrgico, a CSN adquiriu, até fevereiro de 2011, uma participação minoritária de 19,98% no capital social da Riversdale Mining Limited, companhia de mineração de carvão, com importantes projetos de carvão metalúrgico e térmico em Moçambique e minas de antracito na África do Sul.

A Riversdale, cujas ações são listadas na Bolsa de Valores da Austrália, deve iniciar sua produção de carvão até o fi nal de 2011.

3.3- CIMENTO

Dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mostram que no ano de 2010 as vendas de cimento no mercado interno somaram 59 milhões de toneladas, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. A região sudeste foi responsável por metade desse consumo, enquanto que a região Norte apresentou crescimento de 58% nas vendas, destacando-se perante outras regiões. A expectativa para o ano de 2011 é de um novo recorde. Estima-se que haverá um incremento de 8% a 9% nas vendas, atingindo 65 milhões de toneladas.

Já as exportações caíram 23% em 2010, pela prioridade dos fabricantes nacionais em atender o mercado interno.

Operam atualmente no Brasil aproximadamente 70 fábricas, pertencentes a 12 grupos industriais nacionais e estrangeiros, com capacidade instalada de 67 milhões de toneladas ano, o que vem garantindo o atendimento da demanda interna.

Os incentivos para a aquisição da casa própria, o aumento da renda e emprego, a ampliação da infra-estrutura brasileira e a intensifi cação das obras relacionadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas devem continuar suportando o crescimento do setor nos próximos anos.

Focada neste crescimento, a CSN, após ter concluído a construção de sua primeira fábrica de cimento, que deve atingir o ritmo pleno de produção de 2,4 milhões de toneladas até o fi nal de 2012, deverá iniciar, ainda no primeiro semestre de 2011, a produção de clínquer, em sua planta de Arcos – MG, reduzindo signifi cativamente seus custos de produção.

A CSN estuda alternativas de crescimento orgânico, para aumentar em até 4,0 milhões de toneladas anuais sua capacidade de produção integrada no Brasil, a partir de 2013.

Além disso, a Companhia mantém seu interesse em crescer no setor, visando obter uma participação relevante no mercado brasileiro e mundial, avaliando eventuais oportunidades de aquisição.

3.4 - TRANSNORDESTINA

A Transnordestina Logística S.A. (TLSA), com o apoio do Governo Federal, está construindo a ferrovia Nova Transnordestina, com extensão de 1.728 km, que interligará o terminal ferroviário em Eliseu Martins (PI) aos Portos de Suape (PE) e Pecém (CE), passando por diversas cidades nos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará.

O investimento estimado para a construção desta nova ferrovia de classe mundial é de R$5,4 bilhões, com participação da CSN em torno de R$1,3 bilhões. O restante dos investimentos será oriundo de fundos de desenvolvimento regional (FDNE – Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, FNE – Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste e FINOR – Fundo de Investimento do Nordeste), BNDES e VALEC.

As obras nos trechos até Suape estão em forte ritmo, empregando mais de 11 mil trabalhadores, com a utilização de cerca de 1.600 equipamentos pesados, em diversas frentes.

A entrada em operação comercial da nova ferrovia está prevista para o fi nal de 2012. A capacidade de operação projetada, de 30 milhões de toneladas ano, deve ser atingida no sétimo ano de operação.

A nova ferrovia terá papel importante no desenvolvimento da região Nordeste, criando uma opção logística para o desenvolvimento econômico local, especialmente nos setores de mineração e de produção de grãos.

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ANÁLISE DOS RESULTADOS CONSOLIDADOS DA COMPANHIA

SUMÁRIO EXECUTIVO

• A receita líquida de R$14,5 bilhões do ano de 2010 é recorde da Companhia, 32% superior à receita líquida do ano anterior;

• A margem bruta do ano 2010 alcançou 47% um crescimento de 11 p.p. sobre a margem bruta de 2009; • O lucro bruto em 2010 atingiu R$6,8 bilhões, 71% superior ao lucro bruto de 2009;

• O EBITDA ajustado do ano de 2010 atingiu R$6,4 bilhões, um crescimento de 76% em relação ao EBITDA ajustado de 2009;

• A margem EBITDA ajustada do ano de 2010 chegou a 44%, sendo 11 p.p. maior que a margem EBITDA ajustada de 2009; • As receitas de mineração atingiram o recorde de R$3,6 bilhões no ano de 2010, um crescimento de 84% em relação a

2009;

• As vendas de minério de ferro em 2010 atingiram 25,3 milhões de toneladas, recorde da Companhia, correspondendo a um crescimento de 13% em relação ao volume comercializado em 2009;

• No ano de 2010, o volume consolidado de produtos siderúrgicos comercializado pela CSN no mercado interno, onde historicamente as margens são mais elevadas, representou 86% das vendas totais;

• Os investimentos realizados pela Companhia em 2010 totalizaram R$3,6 bilhões;

• Em 31 de dezembro de 2010, a relação dívida líquida/EBITDA ajustado de 1,55x caiu 0,19x em relação ao final de 2009; •A CSN é uma empresa altamente líquida, com R$ 10,2 bilhões em caixa.

2010x2009

Destaques Consolidados (R$ milhões) 2009 2010 (Variação %)

Receita Líquida 10.978 14.451 32%

Lucro Bruto 3.956 6.764 71%

EBITDA ajustado 3.621 6.355 76%

Margem EBITDA ajustada (%) 33% 44% 11 p.p.

Lucro Líquido 2.615 2.516 -4%

Dívida Líquida 6.297 9.850 56%

CONTEXTO ECONÔMICO

A recuperação da economia global está sendo liderada pelos países emergentes. A expectativa do FMI para o crescimento mundial em 2010 é de 3% a 4%, sendo que os países desenvolvidos se limitarão a um crescimento médio entre 1% e 2%, enquanto os países emergentes deverão apresentar crescimento aproximado de 6% a 8%. Nas economias desenvolvidas a pressão infl acionária permanece contida, embora os preços das commodities e dos alimentos estejam aumentando. Já nas economias emergentes, os índices de infl ação estão em alta devido a combinação de forte crescimento da atividade econômica e elevação nos preços das commodities.

Estados Unidos

Houve uma retomada no crescimento da economia norte-americana no fi nal de 2010, contribuindo para que o PIB encerrasse o ano com elevação de 2,9%, maior alta desde 2005. A expansão é atribuída principalmente ao estimulo fi scal do governo, crescimento das exportações e retomada dos investimentos privados.

Mesmo assim o nível de desemprego continua alto, o índice registrou uma taxa de 9,4% em dezembro de 2010. O país tem hoje aproximadamente 14 milhões de pessoas desempregadas. Em todo ano de 2010 foram criados 900 mil empregos.

Diversos economistas esperam um crescimento maior em 2011, segundo pesquisa realizada recentemente pelo Wall Street Journal. As expectativas para 2011 são as seguintes: crescimento de 3,5% no PIB, infl ação estável em 2%, sem aumento nas taxas de juros e taxa de desemprego abaixo de 9%.

O setor automotivo poderá ser um dos propulsores desse crescimento. As expectativas das principais montadoras apontam que as vendas deverão superar a marca de 13 milhões de veículos em 2011.

Europa

O ritmo de crescimento na Europa está se desacelerando, principalmente por conta do aperto fi scal e insegurança acerca da dívida soberana, principalmente na Itália, Espanha, Grécia e Irlanda. O alto índice de endividamento desses países criou um cenário de incerteza a respeito do pagamento da dívida soberana e a solvência do setor bancário. De acordo com o CRU, os 4 países citados detêm 64% de todos os empréstimos concedidos a instituições fi nanceiras na Zona do Euro.

A taxa de desemprego na Zona do Euro permanece em 10%, um dos maiores níveis dos últimos 12 anos e atinge aproximadamente 15 milhões de pessoas. A expectativa é que haja uma estabilização nos próximos meses por conta de uma possível melhora nas exportações, principalmente na Alemanha, e no aumento dos gastos dos consumidores.

Pela primeira vez em mais de dois anos a infl ação da zona do Euro superou a meta de 2% estipulada pelo Banco Central Europeu. Em dezembro o índice de infl ação foi de 2,2%. O frio rigoroso elevou os preços dos alimentos e energia. Para 2011 a expectativa é que o preço das commodities e a energia continuem exercendo pressão infl acionária, mesmo assim o Banco Central Europeu manteve a meta de infl ação em 2%.

Segundo o CRU a Zona do Euro deverá apresentar crescimento no PIB de 1,7% em 2010 e 1,6% em 2011. A Alemanha é o país que mais se destaca no cenário europeu e mantém seu papel de liderança econômica na região. Espera-se que o PIB do país cresça 2,5% no próximo ano.

Ásia

Após impulsionar a recuperação da crise fi nanceira global, a China entra em um ciclo de aperto monetário para tentar frear o crescimento da infl ação, que encerrou o ano de 2010 com alta de 4,6%.

Durante o ano de 2010, o governo adotou medidas de contenção do ritmo de crescimento através do aumento das taxas de juros e dos depósitos compulsórios, restrição ao crédito e metas de redução do consumo de energia. Todas as medidas apesar de restritivas visam o crescimento sustentável da economia chinesa.

O PIB cresceu 10,3% em 2010, 2% além da meta estipulada pelo governo chinês. A China ultrapassou o Japão e tornou-se a segunda potência econômica mundial, atingindo um PIB de US$5.9 trilhões.

No que se refere ao câmbio, a China tem deixado o yuan se valorizar a uma taxa anual de cerca de 6% sobre o dólar desde junho de 2010, quando efetivamente encerrou a fi xação entre as duas moedas, que durou dois anos, tornando o yuan mais fl exível. A China está com um projeto ambicioso de urbanização que conta com grandes investimentos até 2025. O país espera atingir 221 cidades com 1 milhão de habitantes cada. O mercado imobiliário Chinês está aquecido e os preços dos imóveis continuam subindo anualmente acima de dois dígitos.

Brasil

O desempenho da economia brasileira ao longo de 2010 foi destaque entre as economias emergentes. Esta boa performance foi possível graças ao aumento do emprego, da renda e da oferta de crédito.

O grande destaque do ano fi cou por conta da criação de vagas de trabalho nos diversos setores da economia. No acumulado do ano foram criados 2,52 milhões de empregos, expansão de 115% sobre o mesmo período do ano anterior. Em dezembro de 2010 o IBGE apurou taxa de desemprego de 5,3%, a menor desde o início da apuração da série histórica, em 2002. A queda do desemprego e o aumento de renda contribuíram para o aumento do consumo. Dados do IBGE mostram que a massa salarial cresceu 8,6%, em termos reais, na comparação de dezembro de 2010 com dezembro de 2009, impactando nas vendas do varejo que cresceram 10,9% em 2010, o maior resultado dos últimos nove anos.

Por outro lado os investimentos do setor produtivo não acompanharam o mesmo ritmo o que acabou aumentando a pressão infl acionária. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou em 2010 uma alta de 5,91%, 1,41 p.p. acima do centro da meta estipulada pelo BACEN. Prestação de serviços e alimentos foram os itens que mais contribuíram para a elevação do indicador. Medidas monetárias restritivas foram adotadas pelo governo para tentar conter o aumento da infl ação. O Conselho Monetário Nacional decidiu aumentar o limite de pagamento mínimo do cartão de crédito e elevar o compulsório recolhido pelos bancos enquanto que o COPOM aprovou, por unanimidade, um aumento de 0,5p.p. na taxa de juros que passou a ser de 11,75%a.a.

O volume total de crédito do sistema fi nanceiro alcançou R$1.7 trilhão em 2010, crescimento de 21% se comparado ao mesmo período do ano anterior. A relação crédito e Produto Interno Bruto se elevou para 47%, já a inadimplência se reduziu ao longo do ano de 2010.

Medidas de restrição ao fi nanciamento de bens de consumo e o encarecimento do dinheiro no sistema bancário podem alterar as expectativas do mercado para o ciclo de aperto monetário em 2011, podendo impactar os investimentos e a expansão da economia. No que tange o crescimento econômico, o ano de 2010 teve o maior PIB desde o início do plano Real. O indicador atingiu 7,5%. As expectativas para os próximos anos também são positivas, ratifi cando o bom momento da economia brasileira. De acordo com o relatório FOCUS o crescimento médio do PIB em 2011 e 2012 será de 4,2% ao ano.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística) a produção industrial de 2010 atingiu 10,5% e também foi destaque entre os indicadores macroeconômicos. Os setores que mais contribuíram com esta performance foram os de bens de capital e consumo duráveis, principalmente automóveis e eletrodomésticos, além de setores tipicamente exportadores, com destaque para as commodities.

Os movimentos de capitais internacionais continuam pressionando a cotação do Real. Apesar das medidas adotadas pelo governo ao longo do ano, o Real seguiu forte movimento de apreciação perante a moeda norte-americana. No início do ano o relatório FOCUS apontava uma cotação próxima a R$1,80 para o fi nal de 2010. No entanto, a moeda local encerrou o ano cotada a R$1,67. As reservas internacionais bateram recorde e já atingiram US$300 bilhões em fevereiro de 2011.

Quadro de Projeções Macroeconômicas

2011 2012

IPCA (%) 5,88 4,80

Dólar comercial (fi nal) - R$ 1,70 1,75

SELIC (fi nal - %) 12,50 11,25

PIB (%) 4,03 4,40

Produção Industrial (%) 4,00 4,70

Fonte: FOCUS BACEN Base: 18 de março de 2011

ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

As Demonstrações Financeiras Consolidadas da CSN são apresentadas em conformidade com as normas internacionais de contabilidade - IFRS, emitidas pelo International Accounting Standard Board – IASB, também de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e plenamente convergentes com as normas internacionais de contabilidade, emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e referenciadas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, conforme Instrução CVM no 485 de 1º de setembro de 2010.

RECEITA LÍQUIDA

No ano de 2010, a receita líquida consolidada de R$14.450 milhões, novo recorde da Companhia, cresceu 32% em relação aos R$10.978 milhões registrados no ano anterior.

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

No ano de 2010, o custo consolidado dos produtos vendidos atingiu R$7.687 milhões, 9% superior em relação aos R$7.022 milhões verifi cados no ano anterior.

DESPESAS COM VENDAS, GERAIS E ADMINISTRATIVAS E OUTRAS OPERACIONAIS

Em 2010, a linha de “Outras Receitas e Despesas” apresentou resultado negativo de R$551 milhões, frente ao resultado positivo de R$721 milhões em 2009. Essa variação negativa de R$1.272 milhões deve-se basicamente aos efeitos positivos não recorrentes do ganho de incorporação reversa da Big Jump Energy Participações S.A. pela Namisa e da adesão da CSN e suas subsidiárias ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS), registrados em 2009.

No ano de 2010, as despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$1.215 milhões, um crescimento de 9% em relação a 2009, refl etindo o maior esforço de vendas da Companhia.

EBITDA

O EBITDA ajustado apresentado neste relatório consiste no lucro líquido, excluído do resultado fi nanceiro, imposto de renda e contribuição social, depreciação e amortização e do resultado de outras receitas e (despesas) operacionais, este último excluído por se tratar de item não recorrente da operação.

APURAÇÃO DO EBITDA CONSOLIDADO (Ajustado) 2009 2010

Lucro Líquido do Período 2.615 2.516

(-) Resultado Financeiro Líquido 246 1.911

(-) Contribuição Social 180 154

(-) Imposto de Renda 520 417

(-) Depreciações e Amortizações 780 806

(-) Outras Receitas (Despesas) Líquidas (721) 551

EBITDA ajustado 3.621 6.355

No ano de 2010 o EBITDA ajustado totalizou R$6.355 milhões, um crescimento de 76% em relação aos R$3.621 milhões registrados no ano de 2009. A margem EBITDA ajustada em 2010 atingiu 44%, 11 p.p. superior em relação à margem EBITDA ajustada de 33% verifi cada em 2009.

As diferenças entre os valores de EBITDA ajustado e margem EBITDA ajustada publicados anteriormente em BRGAAP e os agora publicados em IFRS são apresentadas a seguir (R$ milhões):

EBITDA ajustado 2009 2010

EBITDA ajustado (BRGAAP Publicado) 3.607

-Efeito de convergência da prática contábil 14

-EBITDA ajustado (IFRS) 3.621 6.355

RESULTADO FINANCEIRO E DÍVIDA LÍQUIDA

No ano de 2010 o resultado fi nanceiro líquido foi negativo em R$1.911 milhões, basicamente devido a: • Encargos de empréstimos e financiamentos, no total de R$1.808 milhões;

• Variações monetárias e cambiais negativas de R$354 milhões, incluindo o resultado das operações com derivativos; • Atualização monetária das provisões fiscais no total de R$284 milhões.

Compensaram parcialmente estes efeitos negativos sobre o resultado fi nanceiro os rendimentos sobre aplicações e demais receitas/ despesas fi nanceiras no valor de R$535 milhões, basicamente em função do maior caixa disponível.

Em 31/12/2010 a dívida líquida consolidada totalizou R$9,8 bilhões, um acréscimo de R$3,5 bilhões em relação aos R$6,3 bilhões registrados ao fi nal de 2009. Ao fi nal de dezembro de 2010, a relação dívida líquida/EBITDA ajustado de 1,55x, caiu 0,19x em relação àquela registrada ao fi nal de 2009.

20.089 9.850 1,55 20.767 9.284 1,51 17.941 8.269 1,56 15.759 6.610 1,56 14.268 6.297 1,74

Evolução da Dívida (R$ MM) e Relação Dívida Líquida/EBITDA ajustado

4T09 1T10 2T10 3T10 4T10

Dívida Bruta Dívida Líquida Dívida Líquida/EBITDA ajustado

Em 14/07/2010 a CSN, por meio de sua subsidiária integral CSN Resources S.A, emitiu “bonds” no valor de US$1bilhão, a uma taxa de 6,5% ao ano e vencimento em Julho de 2020, conforme as regulamentações “Rule 144A e Regulation S” dos EUA. O preço de oferta foi de 99,096% e os “bonds” são garantidos pela CSN.

Em 16/09/2010 a CSN, por meio de sua subsidiária integral CSN Islands XII Corp., emitiu “bonds” perpétuos no valor de US$1 bilhão, a uma taxa de 7,0% ao ano, conforme as regulamentações “Rule 144A e Regulation S” dos EUA. Estes “bonds” são garantidos pela CSN, sendo que os recursos foram principalmente utilizados para quitação dos “bonds” perpétuos de US$750 milhões, emitidos em 2005 pela CSN Islands X Corp, que pagavam uma taxa de 9,50% ao ano.

A seguir os vencimentos dos empréstimos, fi nanciamentos e debêntures (posição em 31/12/2010):

LUCRO LÍQUIDO CONSOLIDADO

No ano de 2010, o lucro líquido de R$2.516 milhões foi 4% inferior ao lucro líquido de 2009.

Os melhores resultados dos segmentos de siderurgia e mineração foram compensados pelo aumento das outras despesas operacionais, por conta dos ganhos não recorrentes registrados em 2009 e pelo aumento das despesas fi nanceiras.

As diferenças entre os valores do lucro líquido publicados anteriormente em BRGAAP e os agora publicados em IFRS são apresentadas a seguir (R$ milhões):

Lucro Liquido 2009 2010

Lucro Líquido (BRGAAP Publicado) 2.599

-Ajustes 16

-Lucro Líquido (IFRS) 2.615 2.516

INVESTIMENTOS

No ano de 2010 os investimentos realizados pela CSN totalizaram R$3.636 milhões, dos quais R$2.201 milhões foram investidos em/por suas controladas ou controladas em conjunto, com destaque para:

3 Transnordestina Logística: R$1.371 milhões; 3 CSN Aços Longos: R$275 milhões; 3 CSN Cimentos: R$249 milhões; 3 MRS Logística: R$199 milhões.

O saldo remanescente dos investimentos, R$1.435 milhões, foi aplicado na Controladora, cabendo destacar: 3 Manutenção e reparos: R$483 milhões;

3 Expansão da mina de Casa de Pedra: R$275 milhões; 3 Expansão do Porto de Itaguai: R$139 milhões; 3 Melhorias tecnológicas: R$125 milhões.

CAPITAL DE GIRO

O capital de giro aplicado no negócio totalizava R$2.844 milhões no fi nal de dezembro de 2010, um crescimento de R$770 milhões em relação ao fi nal de 2009, basicamente pelo acréscimo nos estoques, em decorrência do menor volume de vendas de produtos siderúrgicos.

O prazo médio de recebimento de clientes passou de 31 dias no fi nal de dezembro de 2009 para 26 dias em dezembro de 2010 e o prazo médio de pagamento a fornecedores passou de 26 dias para 25 dias no mesmo período.

Variação

CAPITAL DE GIRO (R$ Milhões) Dez/2009 Dez/2010 4T10 x 4T09

Ativo 3.130 3.963 833 Contas a Receber 1.186 1.259 73 Estoques (*) 1.889 2.492 603 Antecipação de Impostos 55 212 157 Passivo 1.057 1.120 63 Fornecedores 504 521 17

Salários e Contribuições Sociais 134 165 31

Tributos a Recolher 333 398 65

Adiantamentos de Clientes 85 35 (50)

Capital de Giro 2.074 2.844 770

TURNOVER RATIO Variação

Prazos Médios Dez/2009 Dez/2010 4T10 x 4T09

Recebimento 31 26 (5)

Pagamento 26 25 (1)

Estoques 88 113 25

* Estoques - inclui "Adiantamento a Fornecedores" e não considera "Almoxarifado". RESULTADO POR SEGMENTO

A Companhia atua de forma integrada em cinco segmentos de negócios: Siderurgia, Mineração, Logística, Cimento e Energia. Os principais ativos que compõem cada segmento de negócios são apresentados a seguir:

Siderurgia Mineração Logística Cimento Energia

Usina Presid. Vargas Casa de Pedra Ferroviária: Volta Redonda CSN Energia e Itasa

Porto Real Namisa (60%) - MRS Arcos

Paraná Tecar - Transnordestina

LLC ERSA Portuária:

Lusosider - Sepetiba Tecon

Prada (Distribuição e Embalagens) Metalic

As informações apresentadas referentes aos cinco segmentos de negócios da CSN são derivadas das informações contábeis, combinadas com alocações e rateio de custos entre os segmentos. A Administração da CSN utiliza-se do EBITDA ajustado como indicador para medir a capacidade de geração de caixa recorrente de caixa operacional.

A seguir as participações dos diversos segmentos na receita líquida e no EBITDA ajustado da Companhia:

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Receita Líquida por Segmento em 2010 (R$ milhões)

Siderurgia Mineração Logística Cimento Energia

R$ 3.615 R$ 957 R$ 202 R$ 113

R$ 9.926

67,0% 24,4% 6,5% 1,4% 0,7%

Receita Líquida por Segmento em 2010 (R$ milhões)

Participação do EBITDA ajustado de cada segmento no EBITDA ajustado consolidado de 2010 (R$ milhões)

A seguir os resultados consolidados da Companhia por segmento de negócio:

R$ milhões Elimin/ Ano 2010

Resultado consolidado Siderurgia Mineração Logist. Port. Log. Ferrov. Energia Cimento Corpor. Consolidado Receita Líquida 9.926 3.615 119 838 114 202 (364) 14.451

Mercado interno 8.763 574 119 838 114 202 (364) 10.247

Mercado externo 1.163 3.041 - - - 4.204

Custo Produtos/Serv. Vendidos (6.095) (1.187) (70) (522) (42) (164) 393 (7.687)

Lucro Bruto 3.831 2.428 49 317 72 38 29 6.764

Despesas Vendas Administr. (574) (135) (17) (71) (26) (43) (351) (1.215)

Depreciação 519 146 6 103 23 14 (3) 806

EBITDA ajustado 3.776 2.439 38 349 69 9 (325) 6.355

Margem EBITDA ajustada 38% 67% 32% 42% 61% 4% 44%

R$ milhões Elimin/ Ano 2009

Resultado consolidado Siderurgia Mineração Logist. Port. Log. Ferrov. Energia Cimento Corpor. Consolidado Receita Líquida 8.201 1.964 144 823 117 60 (330) 10.978

Mercado interno 7.046 247 144 823 117 60 (330) 8.107

Mercado externo 1.156 1.716 - - - 2.872

Custo Produtos/Serv. Vendidos (5.572) (1.179) (76) (464) (43) (61) 373 (7.022)

Lucro Bruto 2.629 784 69 358 73 (1) 43 3.956

Despesas Vendas Administr. (491) (108) (14) (58) (25) (16) (403) (1.116)

Depreciação 484 135 11 110 25 9 7 780

EBITDA ajustado 2.623 811 65 410 74 (8) (353) 3.621 Margem EBITDA ajustada 32% 41% 45% 50% 63% -13% 33%

SIDERURGIA

Cenário

Dados da World Steel (WSA) mostram que a produção mundial de aço bruto bateu novo recorde atingindo 1.4 bilhão de toneladas, 15% acima da produção registrada em 2009.

Apesar do recorde, muitos dos países produtores ainda não superaram os níveis pré-crise, com exceção da China e alguns países asiáticos.

Segundo a World Steel Association, o índice de capacidade de utilização da indústria siderúrgica mundial encerrou o ano de 2010 próximo a 74%, ainda com um elevado desbalanceamento entre a capacidade de produção e o consumo mundial de produtos siderúrgicos. Atualmente, de acordo com a W.S.A., o excedente de capacidade de produção mundial de aço gira em torno de 500 milhões de toneladas.

Esse desequilíbrio, somado ao câmbio valorizado e a existência de incentivos estaduais à importação contribuíram para o aumento das importações de aços planos no Brasil.

72,2%

Capacidade mundial de utilização de aço

Jul Ago Set Out Fonte: Worldsteel

Nov Dez Jan Fev Mar Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 100 90 80 70 60 50 78,2% 72,7% 79,7% 82,6% 73,4% 75,3% Abr 73,8%

Guiados pelos aumentos de preços das matérias primas, principalmente carvão, sucata e minério de ferro, os preços de aço no mercado externo mostraram sinais de recuperação no fi nal de 2010. Algumas siderúrgicas estudam religar seus altos-fornos aproveitando os recentes aumentos nos preços.

De acordo com o IABr (Instituto Aço Brasil) o consumo aparente de produtos siderúrgicos em 2010 totalizou 26,6 milhões de toneladas, novo recorde, 43% superior ao ano de 2009. Para 2011, o instituto projeta um crescimento 6% no consumo aparente de produtos siderúrgicos, totalizando 28 milhões de toneladas.

Ainda de acordo com o IABr, a produção acumulada de janeiro a dezembro de 2010 totalizou 32,8 milhões de toneladas de aço bruto e 15,6 milhões de toneladas de laminados planos, um aumento de 24% e 31%, respectivamente, em comparação ao ano anterior. No acumulado do ano de 2010, as vendas internas de laminados planos totalizaram 11,7 milhões de toneladas, apresentando alta de 30% em relação a 2009.

No que se refere às exportações de planos, em 2010 elas totalizaram 2,3 milhões de toneladas, em linha quando comparadas ao ano anterior.

No Brasil os preços estão equiparados aos preços dos produtos importados, incluindo os custos agregados de importação.

Considerando o crescimento econômico previsto para o Brasil nos próximos anos, o BNDES estima que a produção de aço e o consumo aparente devam crescer 26,5% e 43,5%, respectivamente até 2014.

Segmentos Automotivo

Segundo dados da ANFAVEA, a produção de veículos em 2010 totalizou 3,6 milhões de unidades, crescimento de 14% se comparado ao ano anterior.

As vendas de veículos bateram um novo recorde anual. Em 2010, foram vendidas 3,5 milhões de unidades, um aumento de 12% em comparação com o ano de 2009, marcando o sétimo ano seguido de crescimento de vendas no País. Além do recorde nacional de vendas, o Brasil encerrou 2010 como quarto maior mercado mundial de veículos, pela primeira vez nesta posição, atrás da China, Estados Unidos e Japão.

Já as exportações atingiram 766 mil unidades em 2010 frente a 475 mil do ano anterior. Para 2011, espera-se um crescimento de 5% nas vendas, ainda de acordo com a ANFAVEA.

Recentemente o setor anunciou investimentos de R$9 bilhões para os próximos 2 anos. Os recursos serão destinados a ampliação de linhas de produto, aumento da produção e construção de novas fábricas.

Construção Civil

Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que anualmente 1,5 milhão de novas famílias têm intenção de comprar um imóvel. A expansão da classe média, o crescimento da renda e do emprego formal e a disponibilidade de crédito contribuíram para o aumento da demanda de bens imóveis. Por este motivo, os empresários elegeram 2010 como o melhor ano da história do setor da construção, com grandes resultados e margens signifi cativas.

O fi nanciamento habitacional da Caixa Econômica Federal, líder neste segmento de crédito, totalizou R$77,8 bilhões em 2010 com crescimento de 57,2% frente ao ano de 2009.

A consultoria LCA estima que a Construção Civil cresceu 13,9% em 2010 frente ao ano anterior, refl etindo o aquecimento do setor. Para 2011, o SindusCon estima que o Produto Interno Bruto da Construção cresça 6,1% frente o ano passado.

Grande Rede

De acordo com o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), as vendas de aços planos no ano de 2010 cresceram 13% em comparação ao ano anterior atingindo o patamar de 3,8 milhões de toneladas. As compras pela rede associada, em 2010, cresceram 39%, terminando o ano em 4,3 milhões de toneladas.

Esta dinâmica elevou os estoques, que atingiram um giro de 4,3 meses de vendas em dezembro, superior a média histórica. O INDA estima um crescimento nas vendas da distribuição em torno de 10% em relação a 2010, e normalização no volume de estoques até o 2T11.

Máquinas Agrícolas

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) a produção de máquinas agrícolas aumentou 34% em 2010, quando comparada com o ano anterior, totalizando 89 mil unidades.

As vendas de máquinas agrícolas em 2010 somaram 68 mil unidades, crescimento de 24% em relação a 2009, melhor resultado para o setor desde 1976. As exportações somaram 19 mil unidades em 2010, alta de 27% em relação a 2009.

Em 2011 as vendas de máquinas agrícolas no mercado interno devem permanecer estáveis, resultado positivo considerando o forte desempenho do setor em 2010.

Internacional EUA

Dados da World Steel mostram que foram produzidos 80,6 milhões de toneladas de aço bruto em 2010 nos EUA, crescimento de 38,5% sobre o mesmo período do ano anterior. Segundo o Departamento de Comércio Americano as importações de aço totalizaram 21,7 milhões de toneladas no ano de 2010, 47% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Por conta da forte pressão de custos das matérias primas as siderúrgicas estão anunciando aumentos nos preços dos aços planos. Uma bobina a quente, que no 3T10 estava sendo negociada a aproximadamente US$630/t FOB teve seu preço reajustado para US$836 FOB/t em janeiro de 2011.

Os estoques dos distribuidores de aço nos EUA totalizaram 4.2 milhões de toneladas em dezembro de 2010, o que representa 2,6 meses de vendas.

Europa

Segundo dados da World Steel a produção de aço na zona do Euro totalizou 315 milhões de toneladas em 2010, crescimento de 19% se comparado ao mesmo período do ano anterior.

A escalada nos custos das matérias primas está levando a indústria a rever seus preços. Aumentos têm sido vistos em todo o continente. Uma bobina a quente fabricada na Alemanha, que estava sendo negociada a aproximadamente US$703 FOB no 3º trimestre de 2010 e em janeiro de 2011 teve seu preço reajustado para US$773/t FOB, de acordo com o CRU.

Embora a demanda de aço esteja mostrando sinais de recuperação em alguns países, dúvidas permanecem quanto à sustentabilidade de preços, principalmente em função da fraca expectativa de crescimento dos países europeus.

Ásia

Segundo a World Steel, a produção de aço bruto na China bateu novo recorde atingindo 626 milhões de toneladas, crescimento de 9% se comparado ao ano de 2009, o que representa 44% da produção mundial.

Já o Japão teve crescimento signifi cativo na produção de aço bruto, o país produziu 109 milhões de toneladas em 2010, crescimento de 25% em relação ao ano anterior.

Dados do CRU também mostram aumentos de preços na China, com uma bobina a quente sendo negociada a US$740/t CIF na primeira semana de fevereiro de 2011.

Análise dos Resultados

O Segmento de Siderurgia consolida as operações relacionadas à produção, distribuição e venda de aços planos no Brasil e no exterior.

Receita Líquida

No ano de 2010, a receita líquida do segmento de siderurgia atingiu R$9.926 milhões, um crescimento de 21% em relação ao ano anterior, principalmente por conta do crescimento do volume vendido em 2010.

Volume de Vendas Totais

Em 2010, o volume de aço comercializado foi de 4,8 milhões de toneladas, representando um aumento de 17% em comparação ao ano de 2009. Desse total, 86% foi comercializado no mercado interno, 10% nas subsidiárias no exterior e 4% nas exportações.

Volume de Vendas Mercado Interno

No ano de 2010, as vendas no mercado interno totalizaram 4,1 milhões de toneladas, representando um aumento de 28% em relação ao ano anterior, por conta da maior demanda de aços planos no mercado brasileiro.

Volume de Vendas Mercado Externo

No ano de 2010, o volume exportado pela companhia foi de 661 mil toneladas, 24% menor que o volume exportado no ano de 2009. As vendas efetuadas pela CSNLLC e Lusosider totalizaram 484 mil toneladas e as exportações diretas chegaram a 177 mil toneladas. Esta queda é justifi cada pela estratégia da empresa de priorizar o mercado doméstico, onde as margens foram mais elevadas.

Preços

No ano de 2010 a receita líquida média foi de R$ 2.019 por tonelada, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, por conta do incremento do mix de vendas no mercado interno e recuperação dos preços de exportação em 2010.

Produção

No ano de 2010 a produção de aço bruto da Companhia (Controladora) atingiu 4,9 milhões de toneladas e a produção de laminados chegou a 4,7 milhões de toneladas, representando crescimentos de 12% e 15% respectivamente em relação a 2009.

Variação %

Produção (em mil toneladas) 2009 2010 2010 x 2009

Aço Bruto (Usina Pres. Vargas) 4.371 4.902 12%

Total Laminados 4.109 4.707 15%

Custo dos Produtos Vendidos

No ano de 2010, o custo de produtos vendidos do segmento de siderurgia atingiu R$6,09 bilhões, 9% superior em relação aos R$5,57 bilhões verifi cados no ano anterior, basicamente em decorrência do maior volume de vendas de produtos siderúrgicos no ano, parcialmente compensado pela maior diluição dos custos fi xos.

Custo de Produção

No ano de 2010, o custo total de produção siderúrgica da Controladora atingiu R$5,57 bilhões, sendo R$1,02 bilhão superior em relação aos R$4,56 bilhões registrados em 2009.

Matérias-primas: aumento de R$646 milhões, principalmente nos seguintes insumos:

– Carvão: aumento de R$197 milhões basicamente em função do maior custo de aquisição e maior consumo; – Bobinas e placas adquiridas de terceiros: crescimento de R$210 milhões;

– Pelotas: aumento de R$110 milhões, em função do maior consumo e do maior custo de aquisição; – Metais: aumento de R$71 milhões, devido ao maior consumo e ao maior custo de aquisição; – Demais matérias primas: aumento de R$58 milhões.

Mão-de-obra: crescimento de R$102 milhões, devido ao reajuste salarial, em função do acordo coletivo anual e da incorporação da Galvasud em janeiro de 2010.

Custos gerais: aumento de R$223 milhões, basicamente em:

– Energia e combustíveis: crescimento de R$125 milhões, principalmente em gás natural e energia elétrica;

– Manutenção, Suprimentos e Outros Custos: aumento de R$98 milhões, basicamente devido à realização de manutenções periódicas. Depreciação: aumento de R$47 milhões, ocasionado por novas incorporações de ativos.

EBITDA ajustado

No ano de 2010 o EBITDA ajustado do segmento de siderurgia atingiu R$3.776 milhões, um crescimento de 44% em relação aos R$2.623 milhões registrados no ano de 2009, basicamente em função do maior volume de vendas no mercado interno.

No ano de 2010 a margem EBITDA ajustada da siderurgia atingiu 38%, sendo 6 p.p. superior à margem EBITDA ajustada de 32% registrada em 2009.

MINERAÇÃO

Cenário

No início do ano de 2010, os pacotes de estímulo econômico ainda estavam em curso e muitos deles focados em uso intensivo do aço. O comprometimento das principais economias mundiais em superar a crise foi instrumental, cada um com particular intensidade e essenciais para a recuperação do mercado como um todo.

Tal recuperação do mercado pulverizou a concentração das vendas de minério de ferro, até então existente durante o ano de 2009 e centralizada no mercado Chinês.

A China continua com participação expressiva e forte posicionamento no mercado de minério de ferro. Em 2010 o país importou 619 milhões de toneladas do produto, representando 60% do mercado transoceânico. Até 2015 o volume importado atingirá 895 milhões de toneladas, de acordo com o CRU.

O ano de 2010 será lembrado como o ano de profundas mudanças no mercado de minério de ferro. O sistema de precifi cação tradicional, usado há mais de 40 anos, foi substituído por alternativas mais fl exíveis às oscilações de mercado e com revisões periódicas em seu valor ao longo do tempo.

O mercado transoceânico continua com demanda superior à oferta disponível. Durante o ano de 2010 alguns fatores contribuíram para que a base de oferta se reduzisse ainda mais. As restrições políticas na Índia para exportação de minério de ferro, bem como a taxação da exportação reduziram a base de oferta transoceânica. Além disso, a sazonalidade tradicional da Índia, as Monções, foram mais agressivas do que inicialmente esperado, reduzindo a produtividade portuária. A grande maioria dos novos projetos (brownfi eld e Greenfi eld) sofreram atrasos e o incremento no volume disponível no mercado inicialmente esperada acabou não acontecendo. Diante desse cenário, o Brasil apresentou um recorde nas exportações de minério de ferro. Em 2010 foram exportadas 307 milhões de toneladas do produto, crescimento de 15% se comparado ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da LBH Group.

Exportação Brasileira de Minério de Ferro (milhões de toneladadas)

2009 2010 14% Europa 10% Japão 4% Coréia do Sul 10% Outros 62% China 21% Europa 12% Japão 5% Coréia do Sul 13% Outros Fonte: LBH Group 49% China Total: 266 Mt Total: 307 Mt

O governo lançou recentemente um Plano Nacional de Mineração, o qual prevê investimentos de US$270 bilhões nos próximos 20 anos para o setor. O projeto pretende triplicar a produção de minério de ferro, cobre e outros minerais até 2030.

O preço spot do minério de ferro que em dezembro/2010 era negociado a US$174/ton CFR já atingiu US$190/ton CFR na terceira semana de fevereiro. Para 2011, a estimativa é de aumento de preços do minério de ferro durante o primeiro semestre, suportado pelo crescimento da demanda da China e pela recuperação dos mercados da Europa e da América do Norte.

Análise do Resultado

O setor de mineração da Companhia abrange as atividades de mineração e comercialização de minério de ferro (Casa de Pedra e participação de 60% na Namisa) e de estanho através da ERSA, além das operações do terminal portuário (Tecar).

Vendas de Minério de Ferro

No ano de 2010, as vendas de produtos acabados de minério de ferro da CSN e da Namisa para terceiros somaram 25,3 milhões de toneladas, um crescimento de 13% em relação a 2009. Deste total, as exportações representaram 23,8 milhões de toneladas, enquanto a Namisa vendeu 16,9 milhões de toneladas.

O volume de minério de ferro destinado ao consumo próprio totalizou 6,9 milhões em 2010.

(1) Volumes de produção, compras e vendas incluem 100% de participação na NAMISA.

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Referências

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