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Estimativa do Número de Visitantes no Município de Ouro Preto

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Academic year: 2021

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Estimativa do Número de Visitantes

no Município de Ouro Preto

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Sumário

1. Apresentação e Justificativa... 3

2. Método de Monitoramento nas Entradas da Cidade ... 3

3. Método Misto de Ocupação Hoteleira e Pesquisa de Campo ... 8

4. A Taxa de Ocupação Hoteleira e a Legislação Nacional... 11

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1. Apresentação e Justificativa

O município de Ouro Preto tem o turismo como uma das principais atividades econômicas. Sendo ele, gerador de emprego e renda, movimentando significativamente a economia local. Porém, só é possível inferir o verdadeiro impacto dessa atividade se for possível quantificar o número de visitantes que a cidade recebe.

Não há dados oficiais que registrem o número de turistas em Ouro Preto. Dessa forma, este estudo, realizado pela equipe do Departamento de Turismo da Prefeitura Municipal de Ouro Preto propõe, por dois métodos distintos, como se calcular o total de visitantes na cidade em um intervalo de tempo preestabelecido.

O primeiro sugere a monitoração dos veículos que entram no município por três possíveis entradas. Já o segundo, se dá através da amostragem obtida em pesquisas de campo, em um modelo que utiliza a ocupação nos meios de hospedagem.

Os valores obtidos na aplicação dos métodos serão ferramentas fundamentais de planejamento e gestão para os órgãos de turismo da cidade.

2. Método de Monitoramento nas Entradas da Cidade

O método de monitoramento nas entradas da cidade tem como objetivo prático buscar, coletar e agregar informações sobre o fluxo de visitantes na cidade, medindo-o através de câmeras de monitoramento e coletando informações por meio de barreiras ou blitz nas três principais entradas da cidade, em um determinado intervalo de tempo.

Essas entradas podem ser enumeradas conforme a figura 1.

1 – Entrada 01: Belo Horizonte

2 – Entrada 02: Ouro Branco (Saramenha) 3 – Entrada 03: Mariana

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Os visitantes seriam quantificados a partir desses portais nas entradas do município e um sistema de câmeras com tecnologia OCR (em português, Reconhecimento Ótico de Caracteres) deve ser instalado para contar os veículos nesses locais, além de identificar automaticamente os carros com placas do município e eliminá-los da contagem.

Outra fórmula deve ser considerada para a média de visitantes dentro dos veículos. Por convenção, alguns municípios, como Gramado-RS, utilizam o valor de 03 (três) pessoas por carro. Mas em Ouro Preto pode ser realizada uma pesquisa piloto, que forneceria um dado mais aproximado.

Além da medição do total de veículos, utilizando-se de ferramentas estatísticas, com métodos de amostragem probabilísticos, é possível coletar informações nas três entradas da cidade.

Nesta etapa pode ser utilizada a amostragem sistemática, que retira um elemento da amostra periodicamente, tendo como principal vantagem a determinação de quantos elementos serão permanecentes na amostra. Nessa amostragem os elementos são escolhidos não por acaso, mas por um sistema.

Assim, realizando pesquisas piloto, seria escolhido um intervalo, chamado “passo”, que será denominado de K. Teríamos sempre, por exemplo, a cada “passo”, um veículo sendo avaliado e fornecendo informações turísticas.

Com isso, a amostragem é descrita da seguinte forma:

a) Realização de estudos piloto para se obter do número de veículos que entram na cidade pelos portais, representado por (N); isso pode ser feito através de câmeras de monitoramento, conforme descrito acima.

b) Estimaria um valor para realizar o intervalo do “passo”, denominado de (K);

c) Com ajuda de força policial e outros órgãos, aplicar-se-iam os questionários conforme o método.

A amostragem sistemática é representada pela seguinte formulação teórica:

1º) Considerando “N” o tamanho da população e “n” o tamanho da amostra, calcular o intervalo de amostragem, chamado “k”, através da fórmula “k=N/n”, sendo “k” igual ao número

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inteiro mais próximo, ou seja, quando este número não for inteiro, arredondar para o valor inteiro menor.

2º) Sorteia-se um número entre 01 (um) e “k”, chamado “m”, sendo 0 < m ≤ k. Esse número “m” será o primeiro elemento da amostra. O segundo elemento da amostra será “m+k”; o terceiro será “m+2k”; e assim sucessivamente, de forma sistemática.

3º) Um estimador para a margem de erro amostral, pode ser representada principalmente pela variância amostral e pelo nível de significância pré-estabelecido, como a seguir:

Um estimador para variância amostral será:

) 1 ( ) 1 ( 2 )² ( ² 1 1 f n n X X S i n i i      

Obs.: N = total populacional, n = amostra, Xi= elementos da amostra em cada instante

i, f = (n/N) e S ²y= variância amostral.

O erro amostral, utilizando as quantidades descritas assim, será:

) 1 ( * ) ² * ² * ( 2 /2    N n z S n S N E   

Obs.: z/2 = valor tabelado para um nível de significância pré-estabelecido da

amostra.

Exemplo: temos que realizando a pesquisa nas três entradas da cidade:

A partir de um estudo piloto, de 100 veículos que passam nos portais da cidade foi escolhido um intervalo de tamanho n=10, portanto o período em uma amostragem sistemática será dado por 100/10 = 10 veículos. Escolhendo aleatoriamente, um valor entre 01 e 10 para ser

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escolhido K = 4.

Com o valor K, a amostra sistemática será dada pelos seguintes veículos:

4 - 14 - 24 - 34 - 44 - 54 - 64 - 74 - 84 - 94

Através das fórmulas descritas acima, obtemos a variância amostral e o erro amostral em porcentagem com um nível de significância pré-estabelecido:

5 . 4 ) 1 ( ) 1 ( 2 )² ( ² 1 1       

f n n X X S i n i i  25 . 1 ) 1 ( * ) ² * ² * ( 2 /2     N n z S n S N E   

A partir desta amostra sistemática, compreendidos entre os 100 veículos que passaram nos portais da cidade em determinado tempo, tendo que o erro amostral utilizando amostragem sistemática será de 1,25%, sendo considerado um valor baixo e eficaz para realização de inferências acerca da amostra.

Mesmo utilizando o plano amostral descrito acima, é necessária colaboração de outros órgãos para execução. Ajudantes nas entradas com identificação, policiais para pedir a parada dos visitantes e de treinamento cabível para uma boa entrevista.

Tendo uma limitação em relação ao horário, pois a entrada da cidade pode ser subestimada por não privilegiar horários noturnos. Também, quando não for possível a locomoção ao local por complicações climáticas, falta de expediente policial, entre outros.

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3. Método Misto de Ocupação Hoteleira e Pesquisa de Campo

O método misto de ocupação hoteleira é calculado conforme a disponibilização de dados dos meios de hospedagem.

Inicialmente é preciso considerar que os visitantes não são apenas os turistas que pernoitam em meios de hospedagem oficiais, como já foi identificado através de pesquisas piloto no município, diversas formas de permanência são usadas pelos visitantes, tais como:

 Hotéis e Pousadas

 Albergues e Hostels

 Camping

 Casa de parentes ou amigos

 Casa alugada ou própria

 Excursionistas (não pernoitam)

 Dentro do próprio veículo

 Repúblicas

 Moto home

Para uma estimativa assertiva é preciso considerar todas as formas de hospedagem e ainda os excursionistas. A pesquisa de campo (que já é feita pela Secretaria de Turismo) pode revelar o percentual de cada um desses meios de hospedagem.

Inicialmente, deve ser obtido o número de turistas em hospedagens oficiais (hotéis, pousadas, albergues, etc.) através do fornecimento por parte dos gestores das empresas da hotelaria.

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9 relativo:

Assim, temos:

Onde,

Ti = Total de visitantes

= Total de turistas em meios de hospedagem oficiais

%Y = Percentual de turistas em meios de hospedagem oficiais (dados obtidos em pesquisas de campo).

A margem de erro da pesquisa de campo será também a margem de erro para o total de visitantes.

Obtido o valor de Ti, pode-se dividir proporcionalmente o valor restante para as outras

formas de permanência.

Exemplo:

Se através de dados fornecidos pela hotelaria, obtivéssemos um total de 5000 turistas em um feriado prolongado. E nesse mesmo período, em uma pesquisa feita com os transeuntes nas ruas (pesquisa de campo com amostragem aleatória) foi revelado que o percentual de turistas em hospedagens oficiais representa 40% dos visitantes, além disso, outros dados de hospedagem teriam sido obtidos: Camping = 5%; Casa de parentes ou amigos = 25%; Casa alugada ou própria = 10 %; Excursionistas = 16%; Repúblicas = 4%.

Temos, portanto, que o Total de Visitantes pode ser obtido da seguinte forma: Ti = (5000 x 100) / 40

Ti = 12500 visitantes naquele período.

Este valor pode ainda ser dividido proporcionalmente entre as demais formas de permanência no município:

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Hospedagem Oficial (Hotel, Pousada, Albergue) --- 5000 (40%) Camping --- 625 (5%) Casa de parentes ou amigos --- 3125 (25%) Casa alugada ou própria --- 1250 (10%) Excursionistas (Não pernoitam) --- 2000 (16%) Repúblicas --- 500 (4%)

As diferentes formas de se obter a ocupação nos meios de hospedagem

O total de leitos no município pode ser obtido através do INVTUR (Inventário da Oferta Turística) e a ocupação pode ser obtida pelos meios de hospedagem, através do recolhimento mensal dos dados. Porém, algumas barreiras serão encontradas, como a informalidade e a resistência em fornecer os dados.

Uma alternativa pode ser implantada para se obter o quantitativo de turistas pela taxa de ocupação média de um período, conforme modelo:

Considerando uma formulação teórica, temos: Para calcular o número de leitos disponíveis:

Li = Y x Di i

Onde,

Li = Total de leitos disponíveis

i

Y

= Total de leitos na cidade (dados do INVTUR) Di = Intervalo de tempo que se pretende estudar, em dias.

Para calcular o número de leitos ocupados:

Lo = Li x O

Onde,

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O = Ocupação média no período (pode ser estimada com a ajuda de órgãos representativos do setor de hotelaria)

E por fim, para se calcular o Total de Turistas, temos:

Xi = Lo / M

Onde,

Xi = Total de turistas.

Lo = Total de leitos ocupados

M = Média de permanência do turista na cidade, em dias. (Esses dados podem obtidos com a ajuda de órgãos representativos do setor de hotelaria, ou, caso não seja viável, pode ser utilizado dados de pesquisas de campo).

A vantagem desse método é que o tempo médio de permanência pode ser extraído em pesquisa de campo. O que driblaria a dificuldade em coletar dados com o empresariado da hotelaria. A desvantagem é que a cada valor estimado aumenta-se a margem de erro do valor final e também o fato da pesquisa não contemplar os distritos.

De fato, essas informações teriam que ser repassadas pelos meios de hospedagem conforme é mostrado no item 4 seguir.

4. A taxa de ocupação hoteleira e a legislação Nacional

A taxa de ocupação hoteleira (%OCC) pode ser dada de duas formas, uma em relação ao número de UHs (Unidades Habitacionais) e outra em relação ao número de Leitos.

O entendimento da taxa de ocupação deve ser considerado em um intervalo de tempo pré-estabelecido, por exemplo, se um meio de hospedagem que dispõe de 20 UHs, em dois dias, ele dispõe de 40 UHs.

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%OCC = UHs Ocupadas UHs Disponíveis

Onde, %OCC = taxa de ocupação

Em um exemplo hipotético, um hotel com 10 UHs, cada uma com 02 leitos, tem, portanto, uma capacidade para 20 pessoas. Se forem ocupadas as 10 UHs com 01 pessoa cada, tem-se uma taxa de ocupação de 100% (Número de UHs ocupadas/ Número de UHs disponíveis = 10/10).

Utilizando o número de leitos, temos que a relação se dará através do número de leitos ocupados pelo total de leitos disponíveis.

%OCC = Leitos Ocupados Onde, %OCC = taxa de ocupação Leitos Disponíveis

Utilizando o mesmo exemplo, temos que em um hotel há disponíveis 20 leitos, e em um determinado dia há 10 leitos ocupados, assim a taxa de ocupação será 10 leitos/20 leitos = 50% dos leitos ocupados.

Não obstante da dificuldade em coletar as informações nos meios de hospedagem, o compartilhamento da informação da taxa de ocupação tem seu destaque na Lei nº 11.771, de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, definindo as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico. Onde no seu artigo 26 cita:

Art. 26. Os meios de hospedagem deverão fornecer ao Ministério do Turismo, em

periodicidade por ele determinada, as seguintes informações:

I - perfil dos hóspedes recebidos, distinguindo-os por nacionalidade; e

II - registro quantitativo de hóspedes, taxas de ocupação, permanência média e número

de hóspedes por unidade habitacional.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, os meios de hospedagem utilizarão as informações previstas nos impressos Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH e Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, na forma em que dispuser o regulamento.

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5. Referências

[1] Notas de aula, Curso Técnicas de Amostragem 1 – Professor Ricardo Tavares – Departamento de Estatística - Universidade Federal de Ouro Preto.

[2] Livro Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros- Douglas C. Montgomery, 2003.

[3] Livro Applications of Sampling Techniques – Charles M. Backstrom – University of Columbia, 2010

[4] Sítio: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11771.htm Acessado em 11/06/2013

Samuel Sabino Freitas Assessor

Departamento de Turismo / julho de 2013

turismo@ouropreto.mg.gov.br

Referências

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