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Academic year: 2021

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PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=171>.

Pesquisa de opinião sobre o trabalho em suinocultura com funcionários de uma granja no município de Ituiutaba, MG

Oliveira E. F.¹, Osava C.F.², Antunes R.C.³

¹ Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. ² Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. ³ Professor Adjunto da Famev, Universidade Federal de Uberlândia

INTRODUÇÃO

Apesar dos extensos estudos na área dos recursos humanos, métodos de treinamento de mão-de-obra especializada na suinocultura ainda são deficitários. A falta de pessoal capacitado para desempenhar os papéis operacionais na produção a campo de suínos é um dos maiores fatores limitantes desta atividade¹.

A realidade dos trabalhadores empregados nessa área é de pessoas que não apresentam níveis escolares mínimos, pertencentes ás classes sociais mais baixas da população e que apenas refletem a realidade brasileira no que diz respeito ao nível de educação populacional². Empregados que não apresentam o mínimo de conhecimento a respeito do trabalho a ser desempenhado, não podem gerar resultados positivos para sua atividade. Os danos causados pelo

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mau desempenho das atividades atribuídas a esses trabalhadores são evidentes nos resultados de produção³.

O treinamento de funcionários, na maioria das granjas atualmente, é feito ao longo dos primeiros meses de serviço, ou seja, os gerentes e técnicos das granjas são responsáveis por ensinar os procedimentos operacionais a serem realizados e devem contar com o mínimo de erros, para que a produção não seja prejudicada4 .

A necessidade de conhecer melhor a realidade dos trabalhadores e dos sistemas utilizados na atividade da suinocultura foram o incentivo para a realização deste trabalho.

HISTÓRICO E DESCRIÇÃO

A pesquisa de opinião foi realizada em uma granja no município de Ituiutaba – MG, que conta com 32 funcionários distribuídos entre os setores de maternidade, gestação, laboratório de sêmen, creche, escritório e serviços gerais. Deste total destaca-se que apenas 3 mulheres estão empregadas na granja. Estes empregados apresentam uma carga horária diária de 8 horas de trabalho (48 horas semanais). Todos os funcionários passam por um teste de três dias para serem contratados e posteriormente por um período de três meses de experiência e então são registrados e tem suas carteiras de trabalho assinadas. Os funcionários recebem de acordo com as horas trabalhadas semanalmente. Há o pagamento de horas extras e feriados. O pagamento é feito por uma folha de pagamentos com depósito dos salários em contas individuais em um banco. São descontados atrasos e faltas não justificadas.

A granja dispõe de relógio de ponto automático em que são registradas as impressões digitais de cada funcionário. Há vestiários femininos e masculinos para os procedimentos de biosseguridade da granja (banhos e troca de roupas na entrada e saída dos funcionários), assim como cada funcionário tem dois conjuntos de uniforme para o trabalho, botas brancas e chinelos, além de toalhas numeradas e sabonetes. São fornecidos armários

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individuais para o armazenamento dos pertences pessoais durante o período de trabalho. A granja conta também com área de refeitório e descanso no período de almoço. Ainda são fornecidos transporte para o trabalho e uma refeição diária (café da manhã).

A hierarquia é estabelecida pelos cargos de um gerente geral da propriedade, um gerente da granja, quatro chefes de setores (maternidade, gestação, laboratório de sêmen e creche), e funcionários subordinados como parteiros, saleiros (responsáveis por salas da maternidade), crecheiros (responsáveis por barracões da creche, inseminadores, faxineiros, serviços gerais, guardas e secretários).

Para a averiguação da realidade vivida pelos funcionários de forma com que não houvesse constrangimentos preferiu-se a elaboração de um questionário, ao invés de uma entrevista oral, permitindo assim uma abertura para qualquer tipo de informação. Não houve a imposição da identificação dos funcionários, e sim o compromisso de que as informações contidas no questionário não seriam divulgadas na granja. O questionário foi formulado com 11 questões, sendo 8 questões de múltipla escolha e 3 questões dissertativas. As questões de escolha apresentavam perguntas que deveriam ser respondidas entre sim ou não e um espaço para possíveis comentários. Já as questões dissertativas foram elaboradas de forma que dessem liberdade para a exposição das opiniões dos funcionários sobre os temas do questionário, assim como outros assuntos que não foram levantados inicialmente.

Não foram feitas perguntas a respeito de nível social, nível escolar, estado civil e estruturação familiar com o objetivo de evitar constrangimentos aos entrevistados, pois algumas dessas informações podem ser retiradas da interpretação das questões dissertativas e outras não apresentavam nível de relevância para este estudo. As questões abordadas foram: a intimidade dos funcionários com animais, a satisfação com o emprego, o salário e os benefícios, as condições de trabalho, a valorização pessoal, as oportunidades provindas desde emprego e as expectativas sobre o mesmo. O questionário foi

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distribuído para todos os funcionários em folhas A4 com a orientação para devolução após o preenchimento. O preenchimento do questionário não foi obrigatório. Este mecanismo nos permitiu avaliar o interesse por parte dos funcionários de serem ouvidos e interagirem de alguma forma com a avaliação. Foram avaliadas as respostas relacionadas com as questões de múltipla escolha em forma de porcentagem sobre o total de respostas. As questões dissertativas foram interpretadas e levadas em consideração sobre os pontos positivos e negativos deste nicho de trabalho.

RESULTADOS E COMENTÁRIOS

A devolução do questionário foi de 43,7%. Devemos citar os casos de pessoas que não responderam ao questionário por serem analfabetos ou analfabetos funcionais. Não foi possível realizar a mensuração destes casos. Os resultados diretos apresentaram os seguintes números: 71,4% dos funcionários da granja já haviam trabalhado com animais anteriormente. 85,7% dos funcionários estão satisfeitos com o emprego, apesar de que 50% destes mesmos funcionários não estão satisfeitos com o salário recebido, contrapondo a posição em relação os benefícios em que 71,4% dos funcionários estão satisfeitos. 71,4% destes funcionários se sentem valorizados como profissionais da suinocultura, e 92,8% afirmam que tiveram a oportunidade de aprender sobre a atividade e ter uma profissão através deste emprego. 92,8 % afirmam que tem a expectativa de crescer dentro da granja e serem promovidos de acordo com as oportunidades dadas pela gerencia e ainda o mesmo número de pessoas afirma que gostam e aproveitam os ensinamentos por parte dos técnicos que dão assistência à granja e gostariam de participar de cursos profissionalizantes.

A interpretação das repostas das questões dissertativas mostrou que as condições de trabalho foram classificadas em ruins (16,6%), médias (41,6%) e boas (33,3%), foram apontados alguns aspectos a serem melhorados como: orientações profissionais, materiais, instalações, itens de segurança e uniformes. Da mesma forma o desempenho da gerência da granja foi

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classificado ruim (0%), médio (16,6%) e bom (83,3%). Pontos positivos constantemente citados como: o transporte para o trabalho, o pagamento em dia, o bom relacionamento entre os funcionários, a oportunidade de aprendizado e a boa comunicação entre a gerência e o operacional, deixam claro que estes são fatores vitais para o sucesso da granja em questão e que são valorizados e reconhecidos pelos funcionários.

Em contrapartida fatores como: falta de convênio medico para atender aos riscos de acidentes de trabalho e o contagio de zoonoses, o controle de pragas e animais peçonhentos inadequado, o não fornecimento de alimentação (almoço) e a alta rotatividade de funcionários em alguns cargos, são as mais constantes reclamações por parte dos funcionários. Tais fatores representam falhas nos recursos humanos que poderiam ser reavaliados para um reajuste destes benefícios em prol do bem estar das pessoas empregadas na granja e consequentemente da produção.

CONCLUSÕES

A partir da avaliação completa dos dados fornecidos pela empresa e pelos funcionários da mesma, sob o ponto de vista de técnicos veterinários pode-se perceber que além de gestores de sistemas de produção animal devemos ser também gestores de pessoas, entendendo a importância dos papéis desempenhados por cada funcionário da cadeia de produção. Atender as necessidades profissionais dos funcionários a quem assistimos de forma a melhorar a qualidade do trabalho, a alto estima e satisfação dos mesmos, fazendo-os entender o seu valor para o sucesso da atividade em questão.

A elaboração, por parte de veterinários e consultores da área de suinocultura, de cursos de formação de pessoal especializado para o trabalho na suinocultura, como gerentes e operacionais, seria válido para este segmento acelerando assim a chegada ao potencial máximo da produção brasileira de suínos.

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REFERÊNCIAS

1. MORÉS, N., Gestão Eficiente da Granja. Disponível em: http://www.acrismat.com.br/arquivos_pesquisas/Gest%C3%A3o%20Eficiente %20da%20Granja%20%20Nelson%20Mor%C3%A9s.pdf. Acesso em 13 de setembro de 2007. 2. LEMES,S. Avaliação de desempenho para gestão econômica de empresas pecuárias. Cadernos de estudos, São Paulo, FIPECAF. v.9, n. 16, p. 39-58. Julho/Dezembro. 1997. 3. CALDAS, R. de A. et al. (edits.) Agronegócio brasileiro: ciência, tecnologia e competitividade. Brasília: CNPq, 1998. 4. SOBESTIANSKY, J., et al. Suinocultura intensiva: produção, manejo e saúde do rebanho. Brasília: 1998. 5. SOARES, R. P. Competitividade de grãos e de cadeia selecionadas do agribusiness. Brasília : IPEA. 1998. 6. BATALHA, M. O. (Coord.) Gestão agroindustrial. São Paulo : Atlas, 1997, vol. 1) 573p., vol. 2)

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