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Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT.

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Academic year: 2021

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KAREN RAMOS RIBEIRO1, STÉPHANIE FERGUSON MOTHEO1,

MATHEUS ROBERTO CARVALHO1, HEITOR JOSÉ BENTO1, SANDRA

HELENA RAMIRO CORRÊA2, THAIS OLIVEIRA MORGADO3

1Graduanda (o) de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT.

2 Docente do Departamento de Clínica Médica Veterinária (CLIMEV)da

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT.

3 Médica Veterinária do Zoológico da Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT), Cuiabá, MT.

MIOPATIA SECUNDÁRIA A DECÚBITO PROLONGADO EM RHEA

AMERICANA - RELATO DE CASO

Resumo. A miopatia por decúbito prolongado ocorre em animais

pesados e pode ser resultante da pressão exercida pela grande massa muscular e esquelética e por hipóxia do tecido muscular. O objetivo deste relato foi descrever o quadro de miopatia secundária a decúbito prolongado em Rhea americana. O tratamento instituído consistiu na suplementação vitamínica suporte, uso de anti-inflamatório não-esteroidal sistêmico, e sessões diárias de fisioterapia e mostrou-se efetivo no tratamento desta afecção.

Palavras-chave: ema, afecções musculares, hipóxia

SECUNDARY MIOPATHY DUE TO PROLONGED RECUMBENCY IN GREATER RHEA (RHEA AMERICANA): CASE REPORT

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Abstract. Myopathy due to prolonged recumbency occurs particularly in

heavy animals as a result of the pressure made from large muscles and bone masses and skeletal muscle tissue hypoxia. The aim of this report was to describe a case of myopathy in Rhea as a result of prolonged recumbency. The treatment consisted in vitamin supplementation, systemic use of non-steroidal anti-inflammatory drugs and daily physical therapy sessions and proved to be effective in treating this condition.

Key-words: Greater Rhea, muscular disorders, hypoxia

Introdução

A ema (Rhea americana) é um representante do grupo das ratitas e oriunda da América do Sul. É considerada a maior ave das Américas, medindo até 1,80m de altura e pesando em média 45 kg. A ema possui hábito gregário, ocupando locais campestres, cerrados e áreas de pastagens, podendo ser facilmente encontrada em grande parte do território brasileiro (Hosken, 2003).

Afecções musculares em ratitas são comumente descritas em animais abaixo de 6 meses de idade (Stewart, 1994). As miopatias podem ser hereditárias ou adquiridas, na qual essa última pode estar relacionada com distúrbios nutricionais que afetam a citoarquitetura e o metabolismo muscular e também causas como isquemia, agentes infecciosos, anomalias hormonais ou por eletrólitos, trauma e decúbito prolongado (McGavin, 2013).

A miopatia por decúbito prolongado é comumente observada em animais pesados e pode ser resultante tanto pela pressão exercida pela grande massa muscular e esquelética, como por hipóxia do tecido muscular. Nesses casos há compressão de artérias e veias resultando em isquemia e consequente necrose das fibras musculares, (Pulz, 2007; McGavin, 2013).

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O objetivo do presente relato foi descrever o quadro de alta infestação parasitária com consequente decúbito prolongado levando a uma miopatia secundária em um exemplar de Rhea americana, mantido em cativeiro.

Relato de caso

Uma ema, fêmea, adulta, pesando 16,5kg, foi atendida apresentando sinais clínicos de apatia, dificuldade de permanecer em estação e com suspeita clínica de parasitose. Ao exame físico apresentou frequência cardíaca de 80bpm e temperatura corporal de 34,2ºC. Ao exame coproparasitológico foram encontrados dois nematódeos: Strongyloides sp. e Heterakis sp. O animal foi aquecido e submetido à fluidoterapia com solução de ringer com lactato (10mL/kg/hora, SID, IV) e terapia com vitamina C (20mg/kg, SID, IM), vitamina E (0,06mg/kg, SID, VO), vitamina B1 (2mg/kg, SID, IM), suplemento energético vitamínico mineral (2mL, SID, VO), cloridrato de cimetidina (5mg/kg, SID, IM) e febendazole 10% (15mg/kg, SID, VO, dose única, repetida em 15 dias). Após a estabilização do quadro, o tratamento clínico foi mantido, exceto pela fluidoterapia, por mais 20 dias. Ainda, oito dias após o início do tratamento, iniciou-se a administração de flunixina meglumina (0,2mg/kg, SID, IM) por 7 dias. Concomitantemente ao protocolo terapêutico, a ave era mantida em uma rede improvisada de panos para suspender seu peso e mimetizar a posição em estação, na qual foi submetida a sessões diárias de fisioterapia, que estimulavam a mesma a caminhar, além de massagem nos dígitos dos pés com pomada anti-inflamatória não esteroide,

simulando movimentos de extensão e flexão musculares. O animal

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Discussão

A endoparasitose em emas está associada com a presença de parasitas adultos na superfície do pró-ventrículo causando uma reação inflamatória e sinais clínicos como letargia, perda de apetite, perda de peso, anorexia, anemia e paralisia gástrica. No presente relato, a presença de nematódeos no exame coproparasitológico foi de suma importância para o diagnóstico dessa afecção, a qual foi sanada por meio da administração de febendazole (Lovato, 2014).

Particularmente em ratitas, a ocorrência de endoparasitose pode culminar em decúbito prolongado (Lovato, 2014), que por sua vez, pode gerar hipóxia do tecido muscular por compressão dos vasos que promovem a irrigação dessas estruturas, devido à presença de grandes grupos musculares (McGavin, 2013). Dessa forma, a realização de fluidoterapia foi imprescindível para o restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico e da perfusão da musculatura afetada. Já o uso de flunixina meglumina promoveu analgesia e ação anti-inflamatória indicadas para o tratamento de miopatia (Pulz et al., 2007)

A vitamina E foi realizada por ser um antioxidante e ser

responsável por remover radicais livres liberados pelas células musculares em degeneração, interromper a reação de propagação em cadeira do processo de lipoperoxidação da membrana e prevenir a hemólise (Machado, 2009). O uso da vitamina C teve como objetivo sua ação redutora, agindo sobre a vitamina E oxidada e, consequentemente, auxiliando em sua reativação (Machado, 2009).

Nos casos de miopatia por decúbito prolongado, a isquemia pode causar danos ao nervo periférico e neuropatia, gerando atrofia por denervação das fibras nervosas (McGavin, 2013). A vitamina B1 (tiamina) atua nas vias metabólicas aeróbicas do sistema nervoso central e periférico, sendo assim, essa foi utilizada no presente relato

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para preservar a função das fibras nervosas e prevenir lesões decorrentes do decúbito (Case, 1998).

Conclusão

A conduta terapêutica instituída foi eficiente para o quadro de miopatia por decúbito prolongado, secundária a parasitose grave em

Rhea americana.

Referências bibliográficas

CASE, L.P; CAREY, E.P; HIRAKAWA, D.A. Vitaminas. In Nutrição

canina e felina: manual para profissionais. 1.ed. Madrid: Harcourt

Brece, 1998. 424p.

HOSKEN, F.M.; SILVEIRA, A.C. Criação de Emas. Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 366 p.

LOVATO, M; SANTOS, E.O. Rheiformes (Ema) e Struthioniformes (Avestruz, Emu e Casuar). In: CUBAS, Z.S; SILVA, J.C.R, CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de Animais Selvagens – Medicina Veterinária. 2.ed. São Paulo: Roca, 2014. Cap.18., p.272-302.

MACHADO, L.P; KOHAYAGAWA, A; SAITO, M.E. et al. Lesão oxidativa eritrocitária e mecanismos antioxidantes de interesse na Medicina Veterinária. Revista de Ciências Agroveterinárias, v.1, n.8, p. 84-94, 2009.

MCGAVIN, M.D; ZACHARY, J.F. Bases da Patologia em Veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1324 p.

PULZ, R.S.; GEHLEN, L.; DELMORÁ, D.D. et al. Miopatia pós-anestésica em um equino. Veterinária em Foco, v.5, n.1, p. 64-70, 2007.

STEWART, J. Ratites. In RITCHIE, B.W; HARRISON, G.J; HARRISON, L.R. Avian Medicine: Principles and Application. Lake Worth: Wingers Publishing Inc, 1994. p.1284 – 1326.

Referências

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