• Nenhum resultado encontrado

A COMUNICAÇÃO COMO MEDIADORA EM PROCESSOS DE MUDANÇAS DE HÁBITOS E ATITUDES NA COLETA SELETIVA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A COMUNICAÇÃO COMO MEDIADORA EM PROCESSOS DE MUDANÇAS DE HÁBITOS E ATITUDES NA COLETA SELETIVA"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Communication as a mediator in processes of change of habits and attitudes in

the selective collection

SANTOS , Mariana da Luz1; VIRGOLIN, Isadora Wayhs Cadore2; WAYHS, Mariana de Oliveira3; SILVA, Enedina T. da4; FREITAS, Nayara de Sena5; ARAÚJO, Rozali6

RESUMO

O artigo analisa os resultados das ações desenvolvidas no ano de 2018 pelo projeto de extensão, intitulado “Coleta Seletiva Solidária na Unicruz: uma possibilidade de contribuir com a geração de trabalho e renda de catadores de materiais”. E como a comunicação colabora na mediação de mudanças de hábitos e atitudes para descarte de resíduos recicláveis da comunidade acadêmica na Universidade de Cruz Alta - Unicruz. Como referenciais metodológicos, optou-se por levantamento bibliográfico sobre o campo da comunicação e da sustentabilidade, assim como o estudo de caso do Projeto Coleta Seletiva Solidária. Após a realização das ações de comunicação voltadas a conscientização sobre o descarte correto de resíduos recicláveis, notou-se mudanças positivas nos hábitos dos acadêmicos, pois houve aumento nos resíduos descartados de forma correta.

Palavras-chave: Comunicação. Coleta Seletiva. Profissão Catador. Unicruz. ABSTRACT

The article analyzes the results of the actions developed in 2018 by the extension project entitled "Selective Solidarity Collection in Unicruz: a possibility to contribute to the generation of work and income of material pickers". And how the communication collaborates in the mediation of changes in habits and attitudes for the disposal of recyclable waste from the academic community at the University of Cruz Alta - Unicruz. As methodological references, we opted for a bibliographical survey on the field of communication and sustainability, as well as the case study of the Selective Solidarity Collection Project. After carrying out the communication actions aimed at raising awareness about the correct disposal of recyclable waste, we noticed positive changes in the habits of the academics, because there was an increase in correctly discarded waste.

Keywords: Communication. Selective Collet. Occupation Catador. Unicruz.

1 Aluna do Curso de Jornalismo da Unicruz, bolsista PIBEX do Projeto da Coleta Seletiva na Unicruz,

Universidade de Cruz Alta. E-mail: mariana.luz@sou.unicruz.edu.br

2 Docente da Universidade de Cruz Alta – Unicruz e coordenadora do projeto. E-mail: ivirgolin@unicruz.edu.br 3

Publicitária da Inatecsocial, colaboradora do projeto. E-mail: mawayhs@unicruz.edu.br

4 Docente da Universidade de Cruz Alta, colaboradora do projeto. E- mail: eteixeira@unicruz.edu.br

5 Aluna do Curso de Farmácia da Unicruz, bolsista voluntária do Projeto da Coleta Seletiva na Unicruz,

Universidade de Cruz Alta. E-mail: nayarasenars@hotmail.com

(2)

519

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

1 INTRODUÇÃO

Não é novidade que o meio ambiente está sofrendo alterações negativas, por conta da interferência humana. Ao analisar os diversos problemas causados por estas mudanças, fica evidente que a questão dos Resíduos Sólidos Urbanos – RSU é uma das mais preocupantes e crescentes.

De acordo com a NBR 10.004/04 (2004), se entende por resíduos sólidos os restos das atividades humanas, nos estados sólidos e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Inclui-se também os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água. O novo entendimento refere que lixo é aquilo que deve apenas ser descartado e resíduos sólidos possuem valor econômico agregado, pois há possibilidade de reaproveitamento no próprio processo produtivo. Esse pensamento, contribuiu para que políticas voltadas a gestão de RSUs ganhassem destaque nos países desenvolvidos (DEMAJOROVIX, 1995).

Para lidar com esta problemática e também contribuir na geração de renda dos participantes do Projeto Profissão Catador, foi implantado o Projeto de Extensão Coleta Seletiva Solidária na Universidade de Cruz Alta – Unicruz. Este artigo tem a finalidade de apresentar os resultados parciais obtidos no período de março a agosto de 2018 através da execução do referido projeto de extensão7, atualmente intitulado “Coleta Seletiva Solidária na Unicruz: uma possibilidade de contribuir com a geração de trabalho e renda de catadores de materiais.

2 METODOLOGIA

Como referenciais metodológicos, optou-se por levantamento bibliográfico sobre o campo da comunicação e da sustentabilidade, assim como o estudo de caso do Projeto Coleta Seletiva Solidária. Para defender o estudo de caso como uma abordagem metodológica, foi usada como base Yin (2010, p. 39), para ele, a análise empírica “investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seus contextos de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes”, assim como o caso

7 O projeto integra a Incubadora e Aceleradora Tecnológica de Negócios Sociais da UNICRUZ e faz parte da

linha de pesquisa “Campo social, saberes, práticas e geração de trabalho e renda” do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Práticas Sociais – NEPPS da UNICRUZ.

(3)

520

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

exposto neste trabalho. Pois, este artigo é resultado do desenvolvimento do Projeto Coleta Seletiva Solidária sobre as múltiplas dimensões que o compõem.

Assim, neste artigo será abordado as ações de sensibilização realizadas no ano de 2018, que tiveram como base a comunicação para incentivar os processos de mudanças de hábitos dos acadêmicos. Para nortear a leitura até chegar as ações e resultados, inicialmente abordar- se- a sobre a comunicação, as suas especificidades e as possibilidades desta como mediadora em processos de mudanças e hábitos em relação ao meio ambiente.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

As facetas da Comunicação

O conceito sobre o que é a comunicação possui múltiplas facetas e vários significados. Para Martino (2012, p. 11), responder o que é comunicação é uma pergunta embaraçosa, pois é necessário compreender o seu significado. Ele esclarece que embora a reação espontânea de todos seja considerar a conversa entre duas pessoas, ou seja, o diálogo entre emissor8 e receptor9 como resposta, não se pode definir apenas esta situação como comunicação. Já França (2012, p. 40) em um primeiro momento, faz alusão ao senso comum, para ela, “tende a achar que o objeto da comunicação são os seus ‘produtos’”, ou seja, produtos midiáticos como programas de rádio, TV, cinema, internet, etc.

Para dar início a compreensão sobre o significado do termo comunicação, Martino (2012) destaca alguns sentidos encontrados em sua etimologia:

O termo comunicação vem do latim communicatio, do qual distinguimos três elementos: uma raiz munis, que significa “estar encarregado de”, que acrescido do prefixo co, o qual expressa simultaneidade, reunião, temos a ideia de uma “atividade realizada conjuntamente”, completada pela terminação tio, que por sua vez reforça a ideia de atividade. E, efetivamente, foi este o seu primeiro significado no vocabulário religioso onde o termo aparece pela primeira vez (MARTINO, 2012, p. 12-13).

Ao analisar o sentido etimológico da palavra, percebe-se a comunicação como um produto social, para ela acontecer como tal, é necessário o compartilhamento de um mesmo objeto de consciência. França (2012, p. 41) ao entender a comunicação como um “processo social básico de produção e compartilhamento de sentidos através da materialização de formas

(4)

521

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

simbólicas” concorda com o que foi definido por Martino (2012). Outra ideia defendida pela autora é que a palavra comunicação engloba ainda um outro sentido, ou dimensão, “ela é também um conceito, uma forma de apreensão, uma ‘representação’ dessas diferentes práticas, uma maneira de concebê-las e conhecê-las” (2012, p. 41).

Ferrari (2009, p. 153) argumenta que a comunicação um processo qual a sociedade não pode abster-se e que “todo ato consciente do ser humano envolve, necessariamente, uma forma específica de interação”, pois, “a comunicação requer algo mais que uma simples ação, já que é resultado de um processo de significação compartilhada entre seus participantes”. Ou seja, para os três autores, a comunicação só pode ser entendida como um processo se há o compartilhamento de interação e da troca de significados entre receptores e emissores.

A Comunicação como mediadora em processos de mudanças e hábitos no meio ambiente A sociedade só começou a se preocupar com os problemas ligados ao meio ambiente a partir da década de 1960, com a discussão gerada pelo Clube Roma sobre os limites de crescimento, com o passar dos anos, questões de ordem econômica, social, cultural e histórica também começaram a ser discutidas. Esta mudança no modo de pensar sobre questões ambientais ganhou espaço também no campo da comunicação.

No livro ‘A comunicação na gestão da sustentabilidade das organizações’, de autoria e organização por Margarida K. Kunsch em conjunto com Ivone de Lourdes Oliveira é possível perceber que entre os diversos autores, todos concordam entre si que o crescimento a qualquer custo não é mais uma realidade possível. E que é necessária uma mudança de pensamento, cultura e na comunicação. Baldissera (2009) afirma:

[...] tomando-se como norte a necessária mudança paradigmática de seu viés econômico-consumista para o da sustentabilidade, pode-se afirmar que, além da geração de conhecimento e da seleção e circulação de informações será necessário pensar a comunicação como processo que permite desorganizar o atual sistema de significação de modo a exigir/gerar nova organização – a organização que atenta para a sustentabilidade (BALDISSERA, 2009, p. 35).

Em sua obra, Kunsch (2009, p. 70) reflete sobre qual seria o papel da comunicação neste cenário de mudanças. Para ela, é fundamental promover a sustentabilidade na sociedade “com o auxílio da comunicação e também dos meios e de toda a convergência midiática”.

(5)

522

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

Somente através da comunicação, pode-se conscientizar a população em geral sobre a responsabilidade de suas ações individuais e fazê-los se comprometer a cuidar do meio ambiente. Pois com a comunicação voltada para novos processos de significação, a sociedade ao entrar em contato com estas novas formas de pensar e agir, modifica hábitos que estão enraizados pela cultura do crescimento econômico desenfreado, e aos poucos começará a construir uma mudança cultural.

Bueno (2012 s/p.) concorda com os discursos do livro organizado por Kunsch e Oliveira (2009) e em seu artigo ‘Comunicação e sustentabilidade: aproximações e ruptura s’, argumenta que “a comunicação da (e para a) sustentabilidade deve estar respaldada em conceitos adequados para que possa efetivamente contribuir para o debate da questão ambiental”, e para que isto ocorra é necessária a mudança da racionalidade econômica para a ambiental (Leff, 2006 apud BUENO, 2012).

A abordagem sobre comunicação voltada para a sustentabilidade utilizada por Bueno (2012), se estende a uma perspectiva que possui o papel fundamental no processo de educar e mobilizar a sociedade para ações mais sustentáveis. O Projeto Coleta Seletiva Solidária, desenvolveu suas ações voltadas para esta perspectiva. Porque muito mais que apenas informar, buscou-se estabelecer um diálogo aberto com a comunidade acadêmica, para ensinar, trocar experiências, conscientizá-los da importância de suas ações frente ao meio ambiente e principalmente, aproximá-los de uma nova realidade onde os seus hábitos fossem modificados.

Um breve histórico sobre Projeto Profissão Catador e suas conexões com o Projeto Coleta Seletiva Solidária - CSS

Em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul a organização de catadores de materiais recicláveis teve início em 2010, através de projetos de extensão universitária que ocorriam desde 2006, executados pela Universidade de Cruz Alta em parceria com o poder público e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico – CNPQ, Rede de Parceria do Estado do Rio Grande do Sul, Programa Petrobrás Socioambiental, Secretária Nacional de Economia Solidária – SENAES e Petrobrás Desenvolvimento e Cidadania (Silva et al, 2014).

O Projeto Profissão Catador, visava na época à construção de alternativas coletivas dos catadores através da criação de associações para a coleta, separação, armazenamento e comercialização de materiais recicláveis. Atualmente são quatro associações existentes de

(6)

523

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

Cruz Alta, localizadas nos seguintes bairros: Bairro dos funcionários, Bairro Acelino Flores, Bairro Jardim Primavera II e Bairro Progresso. (VIRGOLIN, DA SILVA & DOS SANTOS, 2016).

A partir dessas ações desenvolvidas, em 2009 surgiu o Projeto da Coleta Seletiva Solidária – CSS na Unicruz. O projeto teve como objetivo destinar os resíduos recicláveis descartados na universidade às associações de catadores de Cruz Alta, além de desenvolver um processo de ações contínuas sobre educação ambiental, o descarte e reaproveitamento dos resíduos sólidos, voltado a toda comunidade acadêmica. Devido a necessidade de as ações de educação ambiental serem desenvolvidas continuamente, em 2013 a CSS passou a ser um projeto institucional da Unicruz.

Atualmente, a CSS está em sua fase de manutenção. Sendo que os principais objetivos são: potencializar a Coleta Seletiva Solidária através de ações educacionais de sensibilização e informação, desenvolver parcerias dentro da universidade e ampliar a qualidade dos materiais que são destinados às associações.

Durante o ano de 2018 foram realizadas diversas ações acerca da educação ambiental na Unicruz e em locais externos. A base destas ações foi a comunicação, além da divulgação do Projeto CSS e a exibição de audiovisuais, houve conversas e contato direto com os acadêmicos. Os participantes foram interativos fazendo perguntas e comentando sobre experiências pessoais de situações vivenciadas por eles. Sendo assim, as ações realizadas provocaram na comunidade acadêmica atitudes de reflexão a respeito de seus hábitos frente a coleta seletiva.

Uma das principais ações foi a realização de visitas nas semanas acadêmicas dos cursos da Unicruz com o intuito de conscientizar os acadêmicos sobre questões ambientais e para apresentar um audiovisual com instruções sobre o descarte correto de resíduos e medicamentos. Além disto, foi realizado um bate-papo para lembrá-los sobre a importância de algo que para eles pode parecer “lixo”, mas que para os catadores contribui através da geração de renda.

(7)

524

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

Figura 01 - Curso de Ciência da Computação

Fonte: Fanpage 10da Inatecsocial

Os acadêmicos se mostraram participativos e interessados, durante as visitas nas semanas acadêmicas muitos comentaram que já conheciam o projeto, mas mesmo com a existência de adesivos indicativos, alguns sentem por vezes dúvidas sobre qual é a lixeira correta para fazer o descarte.

Ocupou-se o espaço da Inatecsocial no campus para divulgar as ações já realizadas pelo projeto e interagir com os acadêmicos que estavam presentes no Centro de Convivência. Foram exibidos dois audiovisuais, com o intuito de sensibilizar os acadêmicos e ao assistir o vídeo sentir uma aproximação com o projeto, em um deles haviam histórias de alguns catadores que fazem parte do Projeto Profissão Catador. No segundo vídeo, a intenção era informar sobre o descarte correto de resíduos. Participaram da atividade uma representante de uma das associações de catadores de Cruz Alta e o boneco do Super Seletivo que é o mascote do projeto.

Figura 02- Divulgação do projeto no espaço Inatecsocial - campus

Fonte: Fanpage da Inatecsocial

O projeto da CSS colabora com ações de outros projetos, cujos focos de atuação tratam de temas que se aproximam, como o do descarte correto dos medicamentos, realizado

(8)

525

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

pelo curso de Farmácia, e no descarte de banners que são utilizados para a confecção de sacolas sustentáveis, produzidas pelo projeto PIBEX “Construindo Alternativas para a Inclusão Produtiva de Mulheres”. Durante o encontro registrado na foto abaixo, foram planejadas ações de conscientização na Unicruz da CSS, em conjunto entre os projetos do descarte de medicamentos e o projeto de extensão, intitulado “ Educação Formal aos Catadores”. A ação será a visita conjunta de integrantes dos projetos referidos às salas de aula de todos os cursos de graduação e pós-graduação da instituição para explicar sobre objetivos das coletas de medicamentos e materiais recicláveis. Esta ação estava planejada para ser realizada em junho, porém devido a imprevistos foi transferida para o mês de novembro deste ano.

Figura 03 - Reuniões para o planejamento de ações interdisciplinares

Fonte: Fanpage da Inatecsocial

Dentre as ações externas houve uma atividade realizada no calçadão da cidade, proposta de Projeto Profissão Catador II que teve como propósito principal a divulgação da coleta seletiva parcial, realizada pelos catadores de materiais recicláveis em oito bairros do município. Na ocasião foram distribuídos informativos sobre os dias que a coleta seletiva acontece pelo município, juntamente com uma conversa sobre instruções de separação dos resíduos e a venda de sacolas recicláveis e vassouras feitas de garrafa pet.

(9)

526

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

Figura 04 - Ação externa – Catadores e a Coleta Seletiva Solidária

Fonte: Fanpage da Inatecsocial

Também através do Projeto da CSS colaborou- se com uma ação externa, promovida pelo Projeto Profissão Catador II. A partir desta foi desenvolvida uma pesquisa11 em quatorze ruas de Cruz Alta, para diagnosticar se a população faz o descarte corretamente dos resíduos recicláveis em suas residências e foram passadas orientações de como fazê-la de forma correta.

Figura 05 – Ação externa - Pesquisa sobre o descarte correto de resíduos recicláveis

Fonte: Fanpage da Inatecsocial

Quanto ao volume de materiais doados pela Unicruz para as associações de catadores de Cruz Alta, atualmente a Unicruz envia por mês uma média de 680 kg de materiais

11 Os resultados desta pesquisa serão apresentados em outro trabalho científico, específico sobre o Projeto

(10)

527

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

recicláveis. Este volume representa em torno de R$ 250,00 mensais, dividido entre as quatro associações da cidade. Sendo o papel branco o material mais descartado.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto de extensão oportunizou reflexões a respeito de questões sobre a conservação do meio ambiente, mudanças hábitos relacionados ao descarte de resíduos, além de propiciar o contato com catadores e aprender com a realidade social e as suas histórias de vida. E ainda, contribuiu com o crescimento em questões humanas das bolsistas.

Só através de uma comunicação voltada para a perspectiva de educar e mobilizar a sociedade, é possível gerar mudanças sobre a percepção dos hábitos e atitudes de cada indivíduo. Na Unicruz percebeu-se um maior engajamento na separação correta de resíduos recicláveis após a realização das ações educacionais e os acadêmicos que possuíam dúvidas, demonstraram interesse em aprender mais sobre a reciclagem de materiais.

Desta forma, se reforça a importância da existência do Projeto Coleta Seletiva Solidária na Unicruz e a necessidade do desenvolvimento de ações educativas contínuas, especialmente porque culturalmente a sociedade de uma forma geral ainda apresenta resistências quanto a separação correta dos resíduos recicláveis. E apesar de avanços nos últimos anos, considera-se que ainda, pouco se reconhece a contribuição de processos de coleta seletiva para a geração de trabalho e renda. Ou seja, muitas pessoas restringem a percepção da contribuição a questão ambiental.

REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004/04: Resíduos sólidos – Classificação. 2004. Disponível em:< http://www.v3.eco.br/docs/NBR-n-10004-2004.pdf>. Acesso em: 30 de ago. 2018.

BALDISSERA, Rudimar. ; KUNSCH, Margarida K. ; Oliveira, Maria de Lourdes (orgs). A Comunicação na gestão da sustentabilidade das organizações. São Caetano do Sul: Difusão, 2009.

BUENO, Wilson da Costa. Comunicação, Jornalismo e Meio Ambiente: teoria e pesquisa. São Paulo – SP: Mojoara Editorial, 2007

(11)

528

A comunicação como mediadora em processos de mudanças de hábitos e atitudes na coleta seletiva

ISSN 2358-6036 – v. 6, 2018, p. 518-528

DEMAJOROVIC, Jacques. Da política tradicional de tratamento do lixo à política de gestão de resíduos sólidos as novas prioridades. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 3, 1995. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a10v35n3.pdf>. Acesso em: 30 de ago. 2018.

FRANÇA, Vera V. ; MARTINO, Luis C. ; HOHFELDT, Antônio. (orgs). Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

FERRARI, Maria Aparecida. ; FRANÇA, Fábio. ; GRUNIG, James E. Relações públicas: teoria, contexto e relacionamentos. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2009.

KUNSCH, Margarida K. ; OLIVEIRA, Maria de Lourdes (orgs). A Comunicação na gestão da sustentabilidade das organizações. São Caetano do Sul: Difusão, 2009.

MARTINO, Luiz C. ; HOHFELDT, Antônio. ; FRANÇA, Vera V. (orgs). Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

SILVA, Enedina Maria Teixeira da et al. DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COM TRABALHADORES DA CATAÇÃO. Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, v.2, n.1, 2015. Disponível em: <http://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/eletronica/article/view/1419/pdf_13>. Acesso em: 30 de ago. de 2018.

VIRGOLIN, Isadora Wayhs Cadore; DA SILVA, Enedina Maria Teixeira; DOS SANTOS, Rozali Araújo. Relato de experiência sobre o projeto profissão catador: O lixo como fonte de trabalho e cidadania. Diálogo, n. 31, p. 13-29, 2016. Disponível em: <http://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Dialogo/article/view/2238-9024.16.21>. Acesso em 30 de ago. 2017.

YIN, Robert. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 2010

Referências

Documentos relacionados

• A falta de registro do imóvel no CAR gera multa, impossibilidade de contar Áreas de Preservação Permanente (APP) na Reserva Legal (RL), restrição ao crédito agrícola em 2018

• Não garantir condições dignas e saudáveis para os trabalhadores pode gerar graves consequências para o empregador, inclusive ser enquadrado como condições análogas ao

• A falta de registro do imóvel no CAR gera multa, impossibilidade de contar Áreas de Preservação Permanente (APP) na Reserva Legal (RL), restrição ao crédito agrícola em 2018

• É necessário realizar o pagamento do ITR pelo seu fato gerador: deter propriedade, domínio útil ou posse de imóvel rural.. • O não pagamento do imposto gera cobrança do

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

1 – O subscritor do presente é pós-graduando do curso de especialização em gestão pública municipal, junto à Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Assim sendo, o

Ficou com a impressão de estar na presença de um compositor ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um guitarrista ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um director

6 Num regime monárquico e de desigualdade social, sem partidos políticos, uma carta outor- gada pelo rei nada tinha realmente com o povo, considerado como o conjunto de