Direito Administrativo Aula 7 Professora Giovana Garcia
CONTRATUAL: quando decorrente de avença
contratual;
EXTRACONTRATUAL: decorrente de ação ou
omissão, lícita ou ilícita
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
TEORIAS PUBLICISTAS (OU DE DIREITO PÚBLICO) Afirmam a responsabilidade civil do Estado independentemente da culpa do agente ou do próprio Estado, bastando a comprovação da falha na prestação do serviço público ou o reconhecimento de que algumas atividades não são dissociadas da possibilidade de causar dano.
EXTRACONTRATUAL
1- TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA (OU “CULPA NO SERVIÇO” OU “CULPA ANÔNIMA DO SERVIÇO”) A "falta do serviço" (faute du service) passa a ser suficiente para a responsabilidade, ainda que não identificado o agente responsável pela ação. Por falta do serviço entenda-se: a) a inexistência propriamente dita do serviço; b) o mau funcionamento do serviço; c) o retardamento do serviço. Ainda que possa ser presumida a "falta do serviço" pela impossibilidade de comprovação, a responsabilidade ainda é subjetiva, já que o lesado terá de demonstrar a inadequação do serviço devido ou prestado pelo Estado;
2 - TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO
Para a responsabilização basta a ocorrência do dano causado por ato "lesivo e injusto", não importando a culpa do Estado ou de seus agentes. Funda-se no risco que a atividade administrativa gera necessariamente.
PRESSUPOSTOS:
a) a existência de um ato ou fato administrativo; b) a existência de dano;
c) a ausência de culpa da vítima; d) o nexo de causalidade.
Demonstrada a culpa da vítima, ou a ausência de nexo de causalidade, exclui-se a responsabilidade civil do Estado. O risco administrativo não autoriza o reconhecimento inexorável da responsabilidade civil do Estado, admitindo formas de exclusão (culpa da vítima, ausência de nexo de causalidade, força maior), ao contrário da teoria do risco integral. A justificar a adoção da teoria do risco administrativo tem-se a "solidariedade social", na medida em que todos devem contribuir para a reparação dos danos causados pela atividade administrativa;
OBSERVAÇÃO
danos causados por terceiros. Ex.: furto de
veículo estacionado em via pública, mesmo em área reservada, desde que não concorra ação ou omissão do Estado;
danos causados pela natureza. Ex.: chuva em
proporções imprevisíveis, mas desde que não concorra ação ou omissão do Estado;
danos causados pela atividade exercida por
pessoas jurídicas de direito privado que explorem atividade econômica, respondendo as próprias entidades e na forma da legislação civil (NCC, art. 927, § único).
3 - TEORIA DO RISCO INTEGRAL
não admite qualquer forma de exclusão, sempre que verificado prejuízo causado a terceiros por atos ou fatos administrativos. Não há aceitação dessa teoria no direito brasileiro, prevalecendo a tese de que seria inaplicável, porquanto sempre será admissível a exclusão da responsabilidade civil. Há quem sustente a incidência dessa teoria em matéria ambiental, porém a regra seria aplicável a todo e qualquer causador do dano ambiental e não apenas ao Estado. Os danos por atentados terroristas ou atos de guerra levam à responsabilização civil do Estado (a União responderá, assumindo a responsabilidade perante terceiros - Lei 10309/01).
1- TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA (OU “CULPA NO SERVIÇO” OU “CULPA ANÔNIMA DO SERVIÇO”) A "falta do serviço" (faute du service) passa a ser suficiente para a responsabilidade, ainda que não identificado o agente responsável pela ação. Por falta do serviço entenda-se: a) a inexistência propriamente dita do serviço; b) o mau funcionamento do serviço; c) o retardamento do serviço. Ainda que possa ser presumida a "falta do serviço" pela impossibilidade de comprovação, a responsabilidade ainda é subjetiva, já que o lesado terá de demonstrar a inadequação do serviço devido ou prestado pelo Estado;
1- TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA (OU “CULPA NO SERVIÇO” OU “CULPA ANÔNIMA DO SERVIÇO”) A "falta do serviço" (faute du service) passa a ser suficiente para a responsabilidade, ainda que não identificado o agente responsável pela ação. Por falta do serviço entenda-se: a) a inexistência propriamente dita do serviço; b) o mau funcionamento do serviço; c) o retardamento do serviço. Ainda que possa ser presumida a "falta do serviço" pela impossibilidade de comprovação, a responsabilidade ainda é subjetiva, já que o lesado terá de demonstrar a inadequação do serviço devido ou prestado pelo Estado;
A doutrina não é unânime em afirmar a responsabilidade subjetiva para a hipótese de omissão do Estado, havendo os que a compreendem como objetiva. O STF já decidiu nos dois sentidos. A corrente majoritária afirma ser objetiva a responsabilidade decorrente de atos omissivos específicos, onde a Administração Pública entra como garantidor da não ocorrência do fato.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
POR OMISSÃO
O Estado não responde, em princípio, por atos legislativos que venham a causar danos a terceiros. Fa-lo-á, todavia, se restar comprovado que "a lei inconstitucional causou dano ao particular", como tem decidido o STF. Há crescente oposição aos que sustentam a irresponsabilidade do Estado por atos legislativos, não encontrando guarida os fundamentos daquela posição (dizem que a natureza soberana da função legiferante e a impessoalidade como características dos atos normativos etc. afastam a responsabilidade).
RESPONSABILIDADE POR ATOS
LEGISLATIVOS
Em verdade, apenas a lei em tese dificilmente permitirá a apuração da responsabilidade do Estado; leis de efeitos concretos, por outro lado, sempre admitem cogitar da responsabilidade do Estado, como ocorre nas desapropriações. O Poder Legislativo responde objetivamente por atos administrativos, não se confundindo com o exercício de sua função precípua;
RESPONSABILIDADE POR ATOS
LEGISLATIVOS
O Poder Judiciário não responde, em princípio, por atos jurisdicionais dos quais decorra prejuízo a terceiro.
Hipótese de erro judiciário, a regra constantedo art. 5º, LXXV da Constituição: "o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença". Em matéria criminal, diga-se, o Código de Processo Penal já previa:
Art. 630. O Tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos".
RESPONSABILIDADE POR ATOS
JURISDICIONAIS
Fixada a responsabilidade do Estado e efetivada a indenização devida ao particular que sofreu lesão, decorrerá a possibilidade de regresso em face daquele que causou o dano, agente público ou não. Trata-se de "direito de regresso" submisso aos rigores do regime jurídico-administrativo, não assistindo ao administrador nenhuma possibilidade de deixar de buscar a responsabilização, salvo se inexistente a culpa do servidor. O direito tem a característica de dever (vige a indisponibilidade do interesse público) e não está sujeito a prazo prescricional (CF, art. 37, § 5º).
AÇÃO REGRESSIVA
O Estado, assim, ajuizará a ação regressiva sempre que reunidas provas da culpa do agente público, buscando reaver tudo quanto tenha sido efetivamente pago pelo dano suportado por outrem. O falecimento, a demissão, a exoneração, a disponibilidade ou a aposentadoria do agente não obstam a ação regressiva, que pode ser ajuizada em face de herdeiros ou sucessores;
Definição: é direito real público que autoriza à Administração usar da propriedade imóvel, particular ou pública, limita o direito de usar e fruir do bem, para permitir a execução de obras e serviços de interesse público.
Características: São obrigações de caráter concreto, positivas, negativas e permissivas, de caráter permanente.
Podem ser instituídas:
1) por ato administrativo de conteúdo declaratório
editado pelo Poder Público (União,
Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios), podendo ser formalizada por acordo (voluntária ou amigável) ou sentença judicial (compulsória – aplica-se o procedimento da lei de desapropriação - DL 3365/41, art. 40). Estas servidões devem ser levadas ao registro no Cartório de Registro de Imóveis (lei 6015/73);
2) impostas por lei (ex lege), como as que se destinam a permitir o transporte e distribuição de energia elétrica, realização de obras hidráulicas, instalação e funcionamento de aquedutos e passagem nas margens de rios (Dec. nº. 24.643/34 - Código de Águas) Exemplos: servidão sobre terrenos marginais (D. 24643/34, art. 12, lei 1507/67, art. 39 e Dec. 4105/68); servidão nas fontes de água mineral (D. 7841/45 – recursos hídricos); servidão de prédios vizinhos ao patrimônio histórico e artístico (DL 25/37, art. 18); servidão em torno de aeródromos e heliportos (D. 3437/41); servidão de aqueduto (D. 24643/34, art. 117 e 138); servidão de energia elétrica (CF, 21, XII, b; D. 24643/34, 151; Dec. 35851/54); servidão militar (DL 3437/41 – “área militar”).
DESAPROPRIAÇÃO
Conceito corresponde à transferência compulsória da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior) de determinado bem para o Poder Público, seus delegados ou terceiros, para fins de interesse público.
TIPOS COMUM ESPECIAL ou SANÇÃO CONFISCO INDIRETA MOTIVO e FUNDA MENTO LEGAL Por necessidade ou utilidade pública DL3365/41 Por interesse social Lei4132/62
Por mau uso do solo urbano CF art 182, parágrafo 4º,III (Competência exclusiva do Município) Para fins de Reforma Agrária Competência exclusiva da União) CF art 184 Lei 8629/93 Glebas com cultivo de plantas psicotrópic as Art 243, CF Lei 8257/91 Por apossamento administrativo Por ato lícito que excedeu seus efeitos
TIPOS COMUM ESPECIAL ou SANÇÃO CONFISC O INDIRETA Indeniz
ação Prévia,justa e em dinheiro CF art 5º, XXIV Em títulos da Dívida Pública ou da Dívida Agrária Não
indeniza Pleiteadapelo expropriad o em ação indenizató ria
DL 3365/41
Art. 2° Mediante declaração de utilidade pública,
todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 1° A desapropriação do espaço aéreo ou do
subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
§ 2° Os bens do domínio dos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
O QUE NÃO PODE SER
DESAPROPRIADO?
bens da União;
bens tombados (matéria de divergência); direitos personalíssimos;
moeda corrente do país;
RETROCESSÃO
Código Civil/02, art. 519 "Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa“.
TREDESTINAÇÃO
a) Lícita
É aquela que ocorre quando, persistindo o interesse público, o expropriante dispense ao bem desapropriado destino diverso do que planejara no início. O Estado desejava construir um Hospital e decidiu fazer uma Escola Pública. O motivo (fato) expropriatório continua revestido do interesse público.
b) Ilícita
É aquela pela qual o Estado, desistindo dos fins da desapropriação, transfere para terceiro o bem desapropriado ou pratica desvio de finalidade, permitindo que alguém se beneficie de sua utilização (inclusive aspectos que denotam a desistência da desapropriação).
Consequências:
1ª. Corrente - Ação de Nulidade cumulada com
Reivindicatória para decretar a nulidade do ato de desapropriação, reintegrar os autores na posse do imóvel e condenar o réu a indenizar lucros cessantes.
Informativo STF Nº 540
Brasília, 23 a 27 de março de 2009Culturas Ilegais de Plantas Psicotrópicas e Expropriação de Gleba
A expropriação de glebas a que se refere o art. 243 da CF há de abranger toda a propriedade e não apenas a área efetivamente cultivada (CF: "Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas
serão imediatamente expropriadas e
especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.").