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1. GENITÁLIA FEMININA EXTERNA

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Academic year: 2021

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Compreender os aspectos anatômicos do sistema reprodutor feminino é fundamental para que possamos nos apropriar dos processos fisiológicos e patológicos que mais comumente acometem as mulheres. Para tal, precisamos ter em mente que todo esse sistema se encontra localizado na cavidade pélvica e que ele pode ser subdivido em 2 porções: a genitália feminina externa e a genitália feminina interna.

1. GENITÁLIA FEMININA EXTERNA

A genitália feminina externa, também chamada de “vulva” ou “pudendo”, atua orientando o fluxo da urina, evitando a entrada de corpos estranhos no trato urogenital e ainda participando da excitação e da relação sexual da mulher. E para descrevermos a sua anatomia, a gente adota como referencial, a posição ginecológica, na qual a mulher se encontra em decúbito dorsal e com os MMII elevados e afastados um do outro. Dessa forma, a parede mais superior, na verdade, é mais anterior e o que parece ser inferior é, na verdade, posterior. Entendido isso, a genitália externa apresenta 8 componentes:

• Monte do Púbis;

• Lábios Maiores do Pudendo; • Lábios Menores do Pudendo; • Vestíbulo da Vagina;

• Glândulas Vestibulares Maiores; • Glândulas Vestibulares Menores; • Bulbo do Vestíbulo;

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1.1. MONTE DO PÚBIS

O monte do púbis, também conhecido como “monte de Vênus”, é uma eminência arredondada de tecido adiposo subcutâneo, que fica localizada na região anterior à sínfise púbica, aos tubérculos púbicos e aos ramos superiores do púbis.

Antes da puberdade, essa eminência é um pouco mais plana, porém à medida em que o corpo da mulher vai se desenvolvendo, aumenta a quantidade de tecido adiposo nessa região e, associado a isso, começam a aparecer nela os chamados “pelos pubianos” - que se tornam mais delgados após a menopausa.

Além disso, temos que os o monte do púbis é contínuo superiormente com a parede abdominal anterior e inferiormente, com os lábios maiores do pudendo.

1.2. LÁBIOS MAIORES DO PUDENDO

Os lábios maiores do pudendo, também chamados de “grandes lábios”, consistem em pregas longitudinais de pele que se estendem do monte do púbis até o ânus.

Eles possuem uma face externa pigmentada, com pelos e glândulas sebáceas; e uma face interna lisa, rosada e com glândulas sebáceas, porém, sem pelos. Já no seu interior nós encontramos músculo liso, tecido adiposo e a porção terminal do ligamento redondo do útero.

Além disso, temos que os lábios maiores se unem anteriormente, formando a comissura labial anterior; e posteriormente, formando a comissura labial posterior, sendo que essa última só está presente em mulheres nulíparas (que nunca tiveram parto normal).

E, por fim, medialmente ao lábio maior, se encontra a rima do pudendo, um espaço delimitado entre os lábios maiores e menores.

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1.3. LÁBIOS MENORES DO PUDENDO

Os lábios menores, ou pequenos lábios, por sua vez, são pregas cutâneas desprovidas de pelos e de gordura, que apresentam uma pele fina, úmida e rosada, com uma grande quantidade de glândulas sebáceas e terminações nervosas sensitivas.

Além disso, eles se estendem lateralmente a partir do clitóris, para baixo e para trás, sendo que anteriormente eles se bifurcam de modo a originar 4 lâminas: 2 mediais e 2 laterais. As mediais se unem anteriormente ao clitóris, formando o que chamamos de “frênulo do clitóris”, enquanto as laterais se unem atrás dele para formar, então, o prepúcio do clitóris.

Já na sua região posterior, os lábios menores se unem entre si formando o frênulo dos lábios do pudendo: uma prega transversal de mucosa que está presente apenas em mulheres virgens.

Dessa forma, os pequenos lábios acabam por delimitar a região do vestíbulo da vagina.

1.4. VESTÍBULO DA VAGINA

Esse vestíbulo, então, corresponde à região que se encontra entre os lábios menores e nele que encontramos:

• Óstio externo da uretra;

• Óstio da vagina (que é recoberto por uma prega de mucosa chamada de “hímen”, a qual é rompida na primeira relação sexual, deixando como remanescentes as carúnculas himenais);

• Ductos das glândulas uretrais (de Skene);

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1.5. GLÂNDULAS VESTIBULARES

As glândulas vestibulares se dividem entre as menores e as maiores. As menores estão em maior quantidade, porém são muito pequenas e elas atuam liberando um muco que umedece os lábios da vagina e o próprio vestíbulo. Já as maiores, também chamadas de “glândulas de Bartholin”, são duas massas bilaterais, pequenas e arredondas, que são homólogas às glândulas bulbouretrais masculinas, de modo que atuam secretando um muco lubrificante durante a excitação sexual da mulher.

Frequentemente, elas são acometidas por inflamações, chamadas de “Bartolinite”, nas quais a paciente apresenta bastante dor e prurido na região. E elas se encontram lateralmente ao óstio da vagina, fazendo relação com o bulbo do vestíbulo.

1.6. BULBO DO VESTÍBULO

O bulbo do vestíbulo consiste em uma massa de tecido erétil bilateral, com cerca de 3cm de comprimento. Ele ainda é homólogo ao bulbo do pênis e se encontra recoberto inferior e lateralmente pelos Mm. Bulboesponjosos.

Além disso, temos que os dois bulbos ficam em contato com as glândulas vestibulares maiores e se encontram lateralmente ao óstio da vagina, o que tem muito a ver com a função desempenhada por eles, que é a de, quando estimulados, aumentar de tamanho, de modo a diminuir o óstio da vagina, o que acaba aumentando a fricção com pênis, contribuindo, assim, para a excitação sexual da mulher.

1.7. CLITÓRIS

Por fim, um outro órgão que também atua no processo de excitação sexual da mulher é o clitóris. Ele consiste em um órgão erétil homólogo aos corpos cavernosos do pênis e que está localizado abaixo da comissura labial anterior, mais especificamente: entre as lâminas medial e lateral dos lábios menores.

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Além disso, ele é dividido em:

• Raiz; • Corpo; • Glande.

A raiz é a porção que se fixa aos ramos isquiopúbicos dos ossos do quadril. Já o corpo, por sua vez, possui um formato cilíndrico e é composto por 2 ramos e 2 corpos cavernosos, sendo que é justamente nele que se fixa o ligamento suspensor do clitóris: uma massa de tecido conjuntivo fibroso que prende esse órgão à sínfise púbica.

Por fim, a glande é uma parte do corpo que se encontra recoberta pelo prepúcio e que se exterioriza, sendo, por isso, bastante em rica em terminações nervosas sensitivas para conseguir desempenhar sua função na excitação sexual.

2. GENITÁLIA FEMININA INTERNA

A genitália feminina interna é a responsável por produzir os óvulos, bem como por fecundá-los com os espermatozóides e, na sequência, sustentar a gestação. Para isso, ela é formada por 4 órgãos que se encontram na pelve:

• Vagina; • Útero;

• Tubas Uterinas.

2.1. VAGINA

A vagina é um tubo musculomembranáceo distensível, que atua servindo como órgão copulatório da mulher, uma vez que ele permite que o sêmen seja depositado na cúpula vaginal para que, daí, os espermatozoides possam seguir até a cavidade uterina, o que implica dizer que a vagina também serve como uma via de acesso ao útero.

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Feito isso, caso algum espermatozoide fecunde o óvulo, a vagina servirá de canal de parto para o bebê, porém, caso não haja fecundação, ela funciona como canal menstrual.

A vagina ainda se estende desde o vestíbulo até o útero, o que lhe garante entre 7 e 9cm de comprimento e ela se encontra colapsada no sentido anteroposterior, de modo que a parede anterior fica em contato com a parede posterior.

Já a sua extremidade superior circunda a projeção vaginal do colo uterino, formando um recesso anular ao redor desse colo, o qual pode ser chamado de “fórnice vaginal” e possui 3 porções: anterior, posterior e laterais.

Além disso, temos que a vagina é comprimida por 5 músculos que atuam como esfíncteres, sendo eles:

• Pubovaginal;

• Esfíncter Externo da Uretra; • Compressor da uretra; • Esfícnter Uretrovaginal; • Bulboesponjoso.

2.2. ÚTERO

O útero é um órgão muscular, oco, piriforme e de paredes espessas, que é o local de implantação e nutrição do embrião - o que faz necessário que ele tenha uma estrutura muito dinâmica, capaz de modificar seu tamanho e proporções de acordo com os vários eventos da vida, como a própria gravidez ou até o ciclo menstrual.

Porém, quando não-gravídico, situa-se na pelve menor, entre a bexiga e o reto, sendo que na mulher adulta, o útero geralmente encontra-se antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina) e antifletido (curvado anteriormente em relação ao seu colo), de modo que sua massa fica apoiada sobre a bexiga urinária. Diante de tudo isso, temos que a posição do útero pode sofrer alterações de acordo com o grau de enchimento da bexiga e do reto, além da própria evolução da gravidez.

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E embora varie muito, o útero apresenta cerca de 7,5cm de comprimento, 5cm de largura e 2cm de espessura, chegando a pesar, em média, 90g. Além disso, ele ainda pode ser dividido em 3 partes:

• Corpo (que consiste nos seus 2/3 superiores e que inclui o chamado “fundo uterino”, que é essa porção arredondada situada acima dos óstios uterinos); • Istmo (que é um segmento estreitado que separa o corpo do colo);

• Colo (que também é chamado de “cérvice” e representa o 1/3 inferior desse órgão, onde é possível encontrar as chamadas “pregas palmadas”, que são projeções das paredes que fecham canal cervical);

• Supravaginal (entre o istmo e a vagina); • Vaginal (circundada pelo fórnice vaginal).

Além disso, por ser um órgão oco - como já vimos - o útero possui uma cavidade, a qual se estende desde o óstio uterino (ápice) até o fundo uterino (base), de modo a se continuar inferiormente com o canal do colo do útero, e superolateralmente com as tubas uterinas, através dos cornos uterinos.

E para que o útero seja mantido centralizado em sua posição dentro da cavidade pélvica, ele conta com dois mecanismos de sustentação, um passivo e um dinâmico.

SUSTENTAÇÃO PASSIVA

A sustentação passiva é proporcionada pela própria posição antevertida e antifletida do útero e por meio de 5 ligamentos:

• Ligamento Redondo do Útero;

• Ligamento Útero-ovárico (Próprio do Ovário); • Ligamentos Retouterinos (Uterossacrais); • Ligamentos Transversos do Colo (Cardinais); • Ligamento Largo:

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▪ Mesovário; ▪ Mesométrio.

SUSTENTAÇÃO DINÂMICA

Já a sustentação dinâmica é garantida pelo diafragma da pelve, o qual é formado pelos músculos: • M. Isquiococcígeo; • M. Levantador do Ânus; • M. Puborretal; • M. Pubococcígeo; • M. Iliococcígeo. 2.3. TUBAS UTERINAS

As tubas uterinas, por sua vez, também são conhecidas como “trompas de Falópio” e atuam na condução dos oócitos liberados pelos ovários na cavidade peritoneal até a cavidade uterina, servindo também como local habitual de fertilização.

Elas possuem cerca de 10cm de comprimento, uma vez que se estendem desde a cavidade peritoneal (próximo aos ovários) até os cornos uterinos, que é através de onde penetram no útero.

Dessa forma, as tubas uterinas acabam se posicionando lateral, posterior e superiormente ao útero. Além disso, temos que elas são consideradas órgãos intraperitoneais e, por conta disso, possuem um meso estreito que é chamado de “mesossalpinge”.

Por fim, elas ainda se dividem em 4 partes, que, de medial para lateral, são:

• Intramural (que atravessa a parede do útero); • Istmo (que é a porção mais espessa);

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• Infundíbulo (que, na sua extremidade, apresenta processos digitiformes de mucosa chamadas de “fímbrias”, sendo que, dentre elas, uma se destaca como sendo maior e mais ramificada, que é a fímbria ovárica, que se encontra fixada ao polo superior do ovário).

2.4. OVÁRIOS

Por fim, os ovários são glândulas endócrinas que produzem hormônios sexuais e ainda são o local em que se desenvolvem os oócitos. Eles são os únicos órgãos verdadeiramente intraperitoneais e estão localizados na fossa ovárica, a qual é delimitada:

Anteriormente = Prega Umbilical Medial Posteriormente = Ureter

Lateralmente = Vasos Ilíacos Externos

E para que permaneçam nessa localização, os ovários são sustados por 3 estruturas:

• Ligamento Suspensor do Ovário (que contém os vasos e nervos ovarianos e que é contínuo com o mesovário);

• Ligamento Útero-ovárico (Próprio do Ovário) (que o liga ao útero);

• Mesovário (uma prega dupla de peritônio, que prende o ovário à parte posterior do Ligamento Largo).

Observação - É interessante comentar que durante a gestação, os ovários mais do que dobram de tamanho. Além disso, eles mudam de posição nesse período: basicamente, eles ascendem e se tornam órgãos abdominais por volta do terceiro trimestre, quando se posicionam posteriormente ao útero gravídico.

Referências

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