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Ciência Veterinária da UFRPE. para correspondência:

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Academic year: 2021

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INVESTIGAÇÃO EM FOCOS DE ANEMIA INFECIOSA EQUINA PELO SERVIÇO VETERINÁRIO OFICIAL NO MUNICÍPIO DE CANHOTINHO, ESTADO DE

PERNAMBUCO, NO BIÊNIO 2012-2013

Research focuses of equine infectious anemia by official veterinary service in Canhotinho municipality, state of Pernambuco, Biennium 2012-2013

Joab Félix Carvalho de MOURA1; Paula Regina Barros de LIMA2;; Fabrício dos Santos SILVA; Francisco David Nascimento SOUSA2;Erivânia Camelo de ALMEIDA3 ;José Wilton

PINHEIRO JÚNIOR4

1

1

Médico Veterinário autônomo.

2

Fiscais Estaduais Agropecuários, ADAGRO. Doutorandos do Programa de Pós-graduação em Ciência Veterinária da UFRPE. Email para correspondência: franciscodavid@adagro.pe.gov.br

3

Fiscal Estadual Agropecuária, Doutora em Ciência veterinária, Gerente Geral da ADAGRO.

4

Professor adjunto, Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE.

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Introdução

De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a Anemia Infecciosa Equina está enquadrada como doença de notificação obrigatória imediata ao serviço veterinário oficial, que no Brasil é composto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelos órgãos estaduais de Defesa Sanitária Animal.

Visando o fortalecimento do complexo agropecuário destas espécies, foi instituído pelo MAPA o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos, e por meio da Instrução Normativa n° 45, de 15 de junho de 2004, aprovou normas para a prevenção e o controle da AIE em território brasileiro. Para atender condições epidemiológicas peculiares ao estado de Pernambuco, as ações são determinadas pela CECAIE-PE.

Diante da importância dessa enfermidade na equideocultura nacional, objetivou-se com este trabalho relatar os casos de AIE ocorridos no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013 no município de Canhotinho/PE e descrever as respectivas ações implementadas pelo serviço veterinário oficial para que possam servir de subsídios numa avaliação posterior quanto à eficácia das medidas adotadas para o controle e o combate da doença no estado de Pernambuco.

Material e Métodos

Natureza e número das notificações de casos suspeitos ou confirmados de AIE

Foram utilizados dados oriundos de testes de diagnósticos realizados em laboratórios credenciados requisitados por veterinários da iniciativa privada; resultados laboratoriais decorrentes da vigilância epidemiológica em propriedades vínculo e resultados de testes cuja motivação inicial foi a suspeita clínica.

Ações de controle executadas pelo Serviço Veterinário Oficial

Foram descritas detalhadamente as atividades executadas pelo serviço veterinário oficial diante das notificações de casos suspeitos ou confirmados de AIE, incluindo procedimentos e formulários utilizados.

Resultados e Discussão

No período de execução deste trabalho (biênio 2012/2013) foram registrados 19 focos de AIE em uma população de 592 equídeos, entre os quais 75 (setenta e cinco) reagiram positivamente à prova sorológica de Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA), implicando numa prevalência média de 12,67%.

Dos estabelecimentos rurais estudados 35,8% resultaram em foco para AIE e a prevalência média anual entre os animais foi de 6,37%. A distribuição espacial das propriedades envolvidas no estudo está evidenciada na figura 1. Os resultados são superiores aos identificados na Paraíba (2,86%), Rio Grande do Norte (1,29%) e Ceará (3,10%) por SILVA et al. (2010). Todavia, ALMEIDA et al. (2006), encontraram resultados similares no estado de Minas Gerais ao determinarem uma prevalência de 5,29% em animais de rebanho e 3,1% em animais de serviço.

O número significativo de propriedades atendidas devido ao vínculo epidemiológico e os atendimentos por suspeita clínica refletem o trabalho bem conduzido pelo serviço veterinário oficial do estado de Pernambuco, ao realizar além da eliminação dos animais positivos, a vigilância em propriedades vizinhas aos focos, e também pela sensibilização dos produtores a partir das orientações técnicas prestadas.

Com relação às atividades de Defesa Sanitária Animal frente a uma notificação de AIE, foram descritas as seguintes ações:

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1) Levantamento de informações sobre a propriedade no banco de dados-SIAPEC (dados cadastrais de produtores, propriedades, coordenadas geográficas, vias de acesso, trânsito de animais e vacinações);

2) Lavratura dos termos oficiais – Interdição e proibição do trânsito de equídeos;

3) Identificação do animal soropositivo através da resenha contida no laudo laboratorial e isolamento para posterior sacrifício. 4) O FORM IN (Formulário de Investigação de Doenças - Inicial) é preenchido para registrar o primeiro atendimento do médico veterinário oficial no caso de suspeitas ou focos de doenças animais de notificação obrigatória, cujas informações seguem um fluxo documental na ADAGRO e servem de fonte para gerenciamento pelo MAPA.

5) Ainda na primeira visita do SVO na propriedade foco, faz-se um levantamento de todos os equídeos existentes para que sejam submetidos a coletas de sangue para realização de teste de diagnóstico por IDGA, assim como os animais de propriedades vizinhas ou que tiveram algum outro tipo de vínculo epidemiológico com o foco.

6) Após a eutanásia do animal positivo é lavrado um termo de sacrifício assinado pelo veterinário executor e testemunhas, não cabendo indenização ao proprietário do animal. Dos 75 equídeos positivos para AIE, 74 foram sacrificados pelo SVO e 1 animal morreu devido a progressão

da doença antes mesmo da confirmação laboratorial.

7) A partir do segundo atendimento à propriedade foco, é preenchido o FORM COM (Formulário de Investigação de Doenças – Complementar) com o objetivo de

elencar informações

complementares, e quando da colheita de sangue, é utilizado também o FORM LAB (Formulário de Colheita de Amostras) para acompanhar os soros a serem testados pelo laboratório oficial. 8) Em posse de dois exames negativos

consecutivos em intervalos de 30 a 60 dias, a propriedade é desinterditada. Caso detecte-se resultado positivo nesse intervalo reinicia-se todo o processo.

Paralelamente às ações de saneamento foram realizadas palestras e orientações técnicas sobre a AIE abordando as principais medidas de controle da enfermidade.

Uma vez que as condições edafoclimáticas do município de Canhotinho são propícias ao desenvolvimento dos vetores mecânicos da AIE e associado ao grande efetivo de equídeos nestas áreas e a não adoção de práticas de controle da doença por parte dos proprietários podem ter favorecido a disseminação da enfermidade dentre esses animais, condições que corroboram com ISSEL et al. (1990) ao afirmarem que o risco de transmissão aumenta, também, com a prevalência da doença na propriedade, a diversidade e abundância dos vetores e a distância entre os animais. Segundo CORRÊA & CORRÊA (1992) a morbidade da AIE varia de acordo com as condições ecológicas, população de insetos hematófagos e densidade demográfica de equídeos.Embora diversos autores (FOIL, 1983; CUENCA et al., 2011) salientem que não haja predileção por espécie, idade ou raça, no presente estudo,

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os machos foram mais prevalentes, em número absoluto, que as fêmeas. E entre os resultados por espécies, os muares apresentaram prevalência maior do que os equinos, 26 e 11% respectivamente (Tabela 1).

Conclusão

As ações de defesa sanitária animal executadas pela UVL de Canhotinho estão em conformidade com as diretrizes do PNSE e em perfeito atendimento a IN N° 45, de 15 de junho de 2004 quando da detecção de focos, e da Resolução da CECAIE para peculiaridades inerentes ao combate e profilaxia da AIE no estado de Pernambuco.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, V.M.A.; GONÇALVES, V.S.P.; MARTINS, M.F., HADDAD, J.P.A.; DIAS, R.A.; LEITE, R.C.; REIS, J.K.P. Anemia infecciosa: prevalência em equídeos de serviço em Minas Gerais. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 58: 141-148, 2006.

CORRÊA, W.M.; CORRÊA, C.N.M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2. 304 Ed. Rio de Janeiro: MEDSI, Cap.76, p.695-698, 1992. 305p.

CUENCA, J.C.; PRADO, E.S. Prevalencia de anemia infecciosa equine em el municipio de Santa Clara, Cuba. REDVET. Revista Eletrónica de

Veterinaria, v. 12, n.1, 2011. Disponível em: <http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/ n010111/011105.pdf> Acesso em: 16 de janeiro de 2014. de 2014.

FOIL, L. A mark-recapture method for measuring effects of spatial separation of horses on tabanid (Diptera) movement between hosts. Journal of Medical Entomology, Lanhan, v.20, n.3, 319 p.301-305, 1983.

ISSEL, C.J.; McMANUS, J.M.; HAGIUS, S.D.; FOIL, L.D.; ADAMS, W.V. JR; MONTE LARO, 330 R.C. Equine infectious anemia: prospects for control. Dev. Biol. Stand. 72: 49-57, 1990.

SILVA, C.F.; PEQUENO, N.F.; CLEMENTINO, I.J.; AZEVEDO, S.S.; SILVA, A. Frequência de anemia infecciosa equina em equinos nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará durante o ano de 2010. Braz.J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 50, n. 1, p. 12-17, 2013.

Palavras chave: agreste meridional, doença infecciosa, equino.

Key words:

southern agreste, infectious

disease,equine.

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Figura 1. Distribuição das propriedades focos identificadas no município de Canhotinho/PE, 2012-2013.

Tabela 1. Resultado laboratorial para pesquisa de AIE, por sexo para as espécies equina, muar e asinina; no município de Canhotinho, PE, registrados no Serviço Veterinário Oficial no período de 2012 a 2013

Equídeos Sexo Nº animais Resultado Laboratorial

Negativos % Positivos % Equinos Machos 286 247 86,36 39 13,64 Fêmeas 239 220 92,05 19 7,95 Subtotal 525 467 88,95 58 11,05 Muares Machos 30 20 66,67 10 33,33 Fêmeas 33 26 78,79 7 21,21 Subtotal 63 46 73,02 17 26,98 Asininos Machos 2 2 100 0 0 Fêmeas 2 2 100 0 0 Subtotal 4 4 100 0 0 TOTA2L Machos 318 269 84,59 49 15,41 Fêmeas 274 248 90,51 26 9,49 Total 592 517 87,33 75 12,67

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