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Tenho alguma dificuldade em escolher um excerto desta história porque toda ela é

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Academic year: 2021

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TRABALHO INDIVIDUAL REALIZADO NO ÂMBITO DA AÇÃO DE FORMAÇÃO:

“LER EM FAMÍLIA: VIAGENS PARTILHADAS (COM A ESCOLA?)”

 LIVRO ESCOLHIDO: “OS OVOS MISTERIOSOS”;

 AUTORAS: LUÍSA DUCLA SOARES/MANUELA BACELAR – edições Afrontamento

 PÚBLICO-ALVO: CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR

Tenho alguma dificuldade em escolher um excerto desta história porque toda ela é fabulosa. O vocabulário, a estética, as emoções, a forma (prosa e verso), os conteúdos e a mensagem que transmite torna-o um livro emocionante, especial.

Não sei se a nossa formadora conhece a história por isso decidi escolher não um mas alguns excertos.

“Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho.

- Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de 1000 filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente gulosa – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir.

Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata.

Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem, farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se nele e pôs um ovo muito branquinho.

(…)

- Cocorocó…Que vem a ser isto? – disse ela. – Na minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte.

E logo se aninhou.

Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o corpo quente, quente como uma botija.

O tempo foi passando. Quanto não sabia, porque não aprendera a contar nem se guiava pelo calendário.

Até que… crac! O primeiro ovo estalou e de lá de dentro saiu um bicharoco de bico retorcido.

Ai mas que filho, eu até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio

- exclamou a galinha. (…)

(2)

- Olhem para a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada.

- Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos – aconselhava a perdiz.

Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles?

Era feliz mas vivia num desassossego. (…)

A serpente metia-se em todos os buracos e ela era gorda demais para a poder ir buscar. A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse.

Só o pinto, naturalmente se portava como um pinto. Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.

Coçava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha faltavam as patas. (…)

- Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua “não lhe toques, senão eu pico-te”.

O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango.

Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à sua frente, mostrando os dentes de veneno.

(…)

Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta. (…)

Aí estava o papagaio empoleirado numa árvore: És ladrão, és ladrão,

vou prender-te na prisão! És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão!

- Um polícia… – assustou-se o moço. – Deixa-me fugir.

Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes, depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz.

(…)

Às costas da irmã avestruz o frango voltou para casa. Para festejar, a galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares.

Um tinha milho para o frango. Outro, peixe para o crocodilo. Outro, fruta para o papagaio. Outro, ratos para a serpente.

E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a avestruz só gostava de pitéus extravagantes.

Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseram-se a cantar: Somos todos irmãos,

somos todos diferentes: há uns que têm bico, outros que têm dentes, há uns que têm escamas, outros que têm asas, na terra e na água

(3)

Eu só tenho pescoço. Eu voo pelo ar.

Eu nado a quatro patas. Eu cá gosto de andar. Somos todos diferentes, mas todos queremos bem à boa da galinha

que é a nossa mãe.” 1º Momento de leitura

Estou em roda com as crianças. Digo-lhes que hoje vai acontecer, na sala, algo especial. Que vão ver e ouvir uma história cujo título é: “Os ovos misteriosos”.

Perguntas possíveis (tenho em atenção as respostas das crianças, respeitando e indo ao encontro das suas vivências):

- Gostam de comer ovos?

- Que animal põe os ovos que comem lá em casa? - Conhecem outros animais que ponham ovos? - Que serão “Ovos misteriosos”?

Depois de ter antecipado, um pouco, a temática a abordar:

 Aumento o interesse do grupo pela história mostrando o livro, a capa, lendo o título, dizendo quem escreveu e desenhou a história;

 Coloco-me num local onde todos me veem;

 Verifico se todas as crianças estão confortáveis e visualizam bem o livro.

2º Momento de leitura

Leio a história dando ênfase às diversas situações da ação à medida que vou folheando o livro:

 Leio mais lentamente;  Leio de forma mais dengosa;  Leio zangada;

 Leio com surpresa;  Leio mais alto;

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 Tenho o cuidado de, ao ler uma palavra que as crianças não conhecem, completar com dois ou três sinónimos mais acessíveis e que façam parte do léxico das crianças. Só assim poderão aumentar o vocabulário e interiorizar novas palavras de modo a poderem utilizá-las de forma contextualizada;

 Leio imitando as vozes dos animais em questão;  Faço os sons utilizando o corpo: pés, mãos, boca;

 Faço pequenas paragens utilizando, apenas, a expressão facial e passando, novamente, o enfoque para o livro (pode-se utilizar este momento para passar para a próxima folha);

 Acrescento, se necessário, alguns pormenores para aumentar o interesse das crianças;

 Utilizo a mão livre para agir conforme a ação sugere (gestos mais bruscos, mais suaves, rápidos, lentos, de lavar os dentes ao crocodilo, de coçar as costas à serpente…);

 Sugiro que as crianças façam alguns sons;  Sugiro que as crianças repitam algumas frases;

 Pergunto para quem acham que são os diferentes andares do bolo antes de o revelar;

 Na canção final leio uma frase de cada vez e pergunto a que animal corresponde cada caraterística…

3º Momento de leitura

É o momento de tentar perceber o que as crianças conseguiram reter, que sensações deixam transparecer e conseguem verbalizar, que mistérios descobriram, através de uma conversa, de uma partilha de opiniões (e de rever partes do livro, ou todo ele, se solicitado ou necessário). Perguntas possíveis (tenho em atenção as respostas das crianças, respeitando e indo ao encontro das suas vivências):

 O que gostaram mais na história?  Onde se passava a história?  Quem era a mãe?

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 Mas eles eram tão diferentes! Quem eram os filhos? Como eram eles (caraterísticas físicas e emocionais)?

 Qual é o animal da história de que gostam mais?  Quem pôs os ovos que estavam no ninho?

 Conhecem mais alguns animais que ponham ovos?  Todos os animais nascem dos ovos?

 Digam alguns que não nascem. De onde nascem?  …

Nota final:

Para esta história, tão rica, muitas planificações posso fazer. Mas o melhor é estar preparada para o que o grupo sugere em seguida, para que caminhos os seus interesses nos podem conduzir e ajudá-los a adquirir novos sentimentos, novas competências, abordando novos conteúdos.

O envolvimento das famílias neste processo enriquece sobremaneira as crianças e os próprios pais. Posso sugerir:

 Que as crianças façam perguntas aos pais e que, se estes não lhes souberem responder, os ajudem a pesquisar em livros, em revistas, na Internet…;

 Que os pais colaborem/elaborem diversos materiais;

 Que os pais se desloquem à escola para falar sobre alguns animais;

 A colaboração de algum pai ou familiar que tenha alguma profissão relacionada com animais;

 …

Lagoa, 5 de julho de 2012

A Educadora de Infância:

Referências

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