CONTROLE EFICIENTE
DE PLANTAS DANINHAS
Maurílio Fernendes de OliveiraEngenheiroagrônomo e pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo maurilio.oliveira@cnpms.embrapa.br
Rafael Vivian
Engenheiro agrônomo epesquisador da Embrapa Meio Norte rafae/. vivian@cpamn.embrapa.br
O
Sherbicidas pré-emergentes jáforam muito utilizados naslavou-ras comerciais em todo o mun-do. O aparecimento dos produtos com ação pós-emergente reduziu a opção pela utilização deste grupo de produtos.
Os produtos pré-emergentes
de-vem permanecer na camada superficial do solo, acima da profundidade onde se depositam as sementes das culturas, fai-xa onde se encontra a maior parte das sementes das plantas daninhas (banco de sementes), especialmente no sistema de plantio direto.
Isso é muito importante para os pro-dutos com ação granninicida, que são ab-sorvidos quando da germinação das
plan-tas daninhas. Geralmente, osprodutos
aplicados em pré-emergência apresen-tam persistência no solo, ou seja, per-manecem no perfil com potencial para atividade biológica nas plantas daninhas após aplicação por alguns dias.
Plantas daninhas
A permanência da atividade no solo proporciona controle por mais tempo das plantas daninhas, contribuindo para a re-dução da emergência delas no período crítico de competição.
Como o produto é aplicado direta-mente no solo, deve-se atentar para as condições deste no momento da aplica-ção do herbicida, como por exemplo: a umidade do solo, preparo deste em áre-as que ainda utilizam esse manejo, a pre-sença de palhada que impede contato di-reto do produto com o solo, permitindo maior emergência das plantas daninhas, entre outras, tudo isso para
potenciali-zar a atividade herbicida ,
Um grandenúmero dos herbicidas
aplicados nesta condição pode apresentar ligeira fitotoxicidade àsculturas.O desen-volvimento de safeners (substâncias que promovem maior seletividade do produ-to às culturas por impedir ação fiprodu-totóxica dos herbicidas) garante maior segurança na utilização destes herbicidas.
Adicionalmente, novas formulações para estes herbicidas que promovam li-beração lenta no solo ao longo do desen-volvimento da cultura reduz problemas de fitotoxicidade, pois evita alta concen-tração do produto próxima às plântulas da cultura quando da germinação, assim como promove maior controle das plan-tas daninhas.
Direto ao alvo
Tanto a aplicação na condição de pré quanto pós-emergente apresentam alta eficiência, desde que observadas e segui-das asorientações técnicas para utilização do herbicida:E>efeito residual do produto aplicado na pré-emergência proporciona
Paraser eficiente, adessecação deveocorrerantes
da emergência daculturaedasplantasdaninhas
tempo mais longo de controle das plan-tas daninhas emergidas, contrariamente àaplicação pós-emergente que, em sua grande maioria,têm na absorçãofoliar a principalvia de penetração nas plantas e, de modo geral,reduzida atividade no solo. Quando foraplicar herbicida na con -dição de pré-emergência, considere os seguintesfatores:
qSoloscom altosteores de matéria or -gânica eargilasão os que apresentam maior retenção dos produtos. Esses podem requerer dosagens maiores do produto que os solosarenosos ou de textura média.
qProblemas de resíduos de herbicidas de cultura para outra em sucessão e injú -rias a culturas são mais frequentes em solosarenosos e de textura média de-vidoàmenor retenção dos produtos.
qO risco do resíduo de herbicida nos si s-temas em sucessãovaria com o pH do solo, com o teor de umidade e com o tempo após o plantio da cultura em su-cessão.
Vantagem do herbicida de solo
Hoje, a utilização repetida de glifosa-to para dessecação e/ou culturas trans-gênicas com gene de resistência ao glifo-sato,mais especificamente da soja com tecnologia Roundup Ready"ou RR, pro-pordonao surgirnento de plantas dani-nhasresistentes ao glifosato (basicamente do azevém- LDlium multifforum; da buva -Conyza bonariensis e C.canadensise eainda do capim amargoso- Digitaria insularis) e de plantasvoluntárias de soja nasculturas subsequentes.O manejo destas plantasvoluntárias e resistentes nos sistemas produtivos com rotação, atualmente, demonstra maior eficiência quando da adoção de produ-tos pré-emergentes. Isso porque asalter -nativasde controle das plantasdaninhas resistentes tornam-se restritas devido à
ação de controle dos produtos disponí-veis no mercado. .
Devido àreduzidadisponibilidade de princípios ativoscom ação sobre gramíne -as para aplicação em pós-emergência, n e-cessita-se de aplicação de herbicidas pré--emergentes que apresentem espectro sobre as plantas resistentes e voluntárias. O aparecimento de novas tecnolo-gias transgênicas com gene deresistên -cia a herbicidas com outros mecanismos de ação (por exemplo, resistência a 2,4 -D,dicamba, haloxyfop-methyl) poderão ser opção de uso nos sistemas de pro -dução que utilizam a tecnologia glifosa-to resistente.
Quanto custa?
O custo da aplicação varia pouco, o que é dependente do custo do produ-to.Herbicidas de menor custo tornam-se preferidos em comparação com aqueles de maior custo. A exceção ocorrerá para áreas de cultivo com presença de pl an-tas daninhas resistentes, em que o pro -dutor optar pelo.contínuo cultivo da soja RR.Nestas áreasa aplicaçãode pré-emer-gente pode onerar o custo de produção.
A aplicação deve ocorrer antes da emergência da cultura e das plantas da-ninhas.Logo,imediatamente após o plan-tio devem-se aplicarosherbicidas de ação pré-emergente. Nossistemasde produ-ção com utilização da soja RR,a aplicação do pré-emergente poderá ocorrer na cul -tura em sucessão.
Medidas eficientes
A aplicação deve ocorrer antes da emergência da cultura e das plantas daninhas. Logo, imediatamente após o plantio devem-se aplicar os herbicidas de ação pré-emergente. Nos sistemas de produção com utilização dasoja RR, a aplicação do pré-emergente poderá ocorrer nacultura em sucessão.
Primeiramente, é preciso conhecer o banco de sementesda área visando esco-lher o herbicida mais adequado,conhecer a recomendação do fabricante para utiliza-ção do herbicida selecionado,utilizar a do-sagem correta para o tipo de solodaárea, verificar a vazão adequada e averiguar as condições do equipamento de aplicação.
Não menos importante é a aplicação do herbicida no momento, na dosageme na vazão correta, para promover maior eficiência de utilização, e aplicaremsolo úmido ou irrigar após a aplicação do pro -duto, o que permite ligeira movimenta -ção descendente deste nosolo para ár e-ascom alta quantidade de sementes das plantas daninhas.
Recomenda-se, ainda, calibrar a va-zão para que se obtenha formação do tamanho adequado de gotas paraam e-lhor cobertura do solo. Neste caso, su -gerem-segotasmaiores,e evitar ae ntra-da de máquinas na áreaaplicada visando manutenção do produto na camada su
-perficial do solo.•