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O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem

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Academic year: 2021

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(1)Encontro. Revista de Psicologia Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010. O PROCESSO DE MORTE E MORRER NO ENFOQUE DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM The process of death and dying in the focus of nursing students. Misael R. de Martins Custódio Faculdade Anhanguera de Brasília unidade Taguatinga misael.rdemc@yahoo.com.br. RESUMO Este estudo tem como objetivo identificar a percepção dos acadêmicos de enfermagem em relação ao processo de morte e morrer, assim como seu preparo durante a graduação. Trata-se de um estudo quantitativo, realizado em uma instituição de ensino superior de Brasília/DF. Para o refereido estudo utilizou-se um questionário semiestruturado como técnica de coleta de dados. A amostra foi de 30 estudantes entre o sexo feminino e masculino, escolhidos aleatoriamente do 4º e 8º semestre, que frequentam o curso de enfermagem. Os resultados deste estudo foram organizados e dispostos em tabelas e discutidos posteriormente. Palavras-Chave: acadêmicos de enfermagem; morte e graduação de enfermagem.. ABSTRACT This study is an attempt to identify the perception of entropy and death processes by nursing reasearchers and their preparation along graduation. This a quantitative study, made in a college located in Brasília. A semi-structured questionnaire has been used as data collection technique. Samples were taken from thirty male and female students attending from fourth to eighth terms in nursing graduation, chosen randomly. The result harvest from this survey were organised and displayed on boards then discussed. Keywords: nursing researchers; death and nursing graduation.. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@aesapar.com Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 26/11/2010 Avaliado em: 30/5/2011 Publicação: 10 de agosto de 2011. 127.

(2) 128. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. 1.. INTRODUÇÃO A maneira de estudar a morte é um esforço que demanda uma atitude de compreensão íntima e de observação externa. E em decorrência disso, torna-se possível fazer investigações sobre como podemos enfrentar o medo da morte e do morrer e, assim, como sermos mais eficaz diante de outro ser humano que lida com a experiência única de estar findando sua existência física (BELLATO, 2007). A morte representa o cessar de um ciclo. Trata-se de uma circunstância natural que todos passarão, sendo fato que o homem é um ser para a morte. É fato que esse dia chegará, porém não se pode precisar o momento exato. Essa indistinação, aliada à incerteza do que encontrará adiante, a dúvida sobre a possível continuidade de alguma forma de vida, causa medo e instabilidade. Contudo, cada um apresenta uma reação de acordo com suas próprias experiências e formação cultural. Nesse contexto, o conceito de morte é relativo, depende do desenvolvimento psíquico e situação afetiva de cada pessoa, é complexo e mutável, depende do situacional (SAFATLE, 2008). Para Áries (2003), no início da Idade Média, a morte era vista como algo natural, encarada com familiaridade, domiciliar, sem medo ou desespero, em um meio termo entre resignação passiva e confiança mística. Ao doente cabia o ritual de despedir-se da família e dos amigos e determinar o que ainda lhe era possível. Era, portanto, um acontecimento público; os corpos seriam enterrados nos pátios das igrejas, que também serviam de palco para as festas. Nesse paralelo, mortos e vivos podiam coexistir no mesmo espaço público. No entanto, ao longo dos séculos, referida proximidade se tornou incômoda, no qual a postura da civilização em relação a morte foi sofrendo modificações. Pouco a pouco, foi se criando um sentido dramático e uma carga de emoção que antes não possuía, cuja saudade e lembrança inspiram o novo culto dos túmulos e dos cemitérios. A partir do século XVIII, atribui-se à morte um caráter doloroso, em que predomina o culto ao cemitério e o luto exagerado, no qual o protagonista passa a ser a família e não mais o morto. Tal situação perdurou pelo século XIX, sendo que os parentes omitiam ao doente a gravidade do seu estado e na tentativa de poupá-lo, transformando a morte em tabu, rigorosamente afastada, principalmente das crianças (ÁRIES, 2003). Entre 1930 e 1950, a medicina, subsidiada pelos avanços tecnológicos, proporcionou uma mudança na representação social da morte. Não se morre mais em domicílio, rodeado por parentes e amigos, com serenidade para despedir-se da vida e, sim, às escondidas, em um ambiente hospitalar, considerado neutro. A presença da morte é dissimulada pela equipe de saúde que rapidamente prepara o corpo e legaliza o novo. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(3) Misael Rabelo de Martins Custódio. 129. status do morto, por meio de atestado de óbito. Até as palavras denunciam essa ocultação; ao invés de simplesmente dizer que alguém morreu, usam a expressão, impessoal e menos angustiante, “foi a óbito” (SHIMIZU, 2007). Hoje em dia, vive-se nas sociedades ocidentais uma crise contemporânea da morte. Por influência da evolução técnico-científica, o indivíduo sente-se acanhado diante de uma realidade que não consegue ultrapassar e a morte passa a ser considerada um tabu pessoal, estendendo-se até a sociedade. Contudo, a partir de 1960/70, começam os primeiros trabalhos voltados à discussão do tema morte, destacando-se como ciência, que se difere do seu estado de clandestinidade para ganhar as páginas da história como objeto de estudo (MARQUES, 2000). A carência da reflexão sobre a morte, ou até o não comentar sobre ela, mostra utilizar-se do mecanismo de defesa, a fuga, manifestado pela insensibilidade e frieza, assim, impedindo o desenvolvimento na prática profissional, que implica não conhecer os pacientes em sua finitude, ou seja, aceitar e reconhecer que somos seres para a morte, e que a morte, é parte integrante da existência humana (AGUIAR et al., 2006).. 1.1. Profissão de enfermagem e a morte O enfermeiro, como sujeito que é e por ser o profissional de saúde que mais convive com o doente, atribui a este, uma variedade de sentimentos acerca da morte, logo esse profissional necessita estar preparado para compreender e cuidar dos doentes na sua globalidade. Para que o fenômeno da morte seja encarado com serenidade por este profissional, ele deve prevê-la como inevitável (BELLATO, 2007). A equipe de enfermagem presta os primeiros cuidados ao cadáver, neste sentido dar se especial atenção a determinados pormenores, como exemplo, identificar horário da morte, estabelecer a identidade do cliente, nomeadamente retirar todos os tubos, cateteres, drenos que possam estar colocados no corpo, fechar os olhos da pessoa e colocar a dentadura, no caso de possuir, verificar vestimentas, colocar o corpo em uma maca, em posição supina onde os braços se encontram ao longo do corpo ou cruzados sobre este para alocação em local conveniente (BIFULCO et al., 2009). Durante a percepção a cerca da dimensão da postura humana, o enfermeiro se destaca diante da morte na prevenção de luto patológico, no incentivo a manifestações normais de luto, apoio a novos reajustes frente a perdas, redução da vulnerabilidade emocional e respeito aos rituais e crenças que a família propõe em benefício da pessoa falecida (OLIVEIRA et al., 2007).. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(4) 130. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. Para Penna (1999) é importante identificar a realidade envolvida na prática dos acadêmicos de enfermagem, pela qual se sabe que o autoconhecimento é um processo notável a ser explorado e tem como finalidade trabalhar melhor com situações que impliquem manifestação de emoções profundas, principalmente as relacionadas com a morte. A prática profissional dos estudantes de enfermagem ocorre por meio de estágios curriculares e de sua preparação pessoal para enfrentar o processo de morte-morrer, obeservados por outros autores como Kovács (1985; 1992); Ghezzi (1995); Kübler-Ross (1996; 1997) Fernandes e Boemer (1989; 2005), que durante a graduação existe um déficit nesta preparação específica para esta situação, o que pode ocasionar um impacto emocional futuro, problemas psicológicos, para estes acadêmicos, devido as limitações de discussões teóricas, visto que a graduação é um respaldo para preparar estes alunos sobre o processo de morte e morrer (VARGAS, 2010).. 1.2. Preparação dos graduandos para a morte O conhecimento do profissional de enfermagem com a morte é tratada de forma muito sucinta e breve no decorrer da formação deste, pois o enfermeiro em formação atual é sempre preparado a lutar pela vida. Contraditoriamente, percebe-se ainda que a morte seja abordada sem préstimo, ou seja, é ensinado com maior profundidade para manutenção do corpo vivo, através dos esforços profissionais e tecnológicos possíveis. Essa situação gera um paradoxo para os profissionais enfermeiros cuidadores de pessoas e que estão enfrentando o processo do morrer e da morte, pois oscilam entre necessidades igualmente de manter a pessoa viva, a todo custo, e ao mesmo tempo, ajudá-la a morrer da maneira mais natural e digna possível (BELLATO, 2007). Atualmente, questões em torno da formação acadêmica do enfermeiro tem sido objeto de análise. Entretanto, apesar da implementação por modificações, ainda existem profissionais que são despreparados e estudantes que, ao final do curso, declaram-se ainda incapazes, imaturos para exercerem a temática dentro da profissão. De um lado, os enfermeiros não se sentem capazes em atuar-nos diversos serviços de saúde com competência, por outro lado, os serviços de saúde queixam-se do despreparo desses profissionais (SILVA, 2009). “Evidentemente, se negamos a morte, se nos recusarmos a entrar em contato com nossos sentimentos, o luto será mal elaborado e teremos uma chance maior de adoecermos e cairmos em melancolia ou em outros processos substitutivos.” (CASSORLA, 1991).. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(5) Misael Rabelo de Martins Custódio. 131. É uma responsabilidade para a formação em enfermagem o envolvimento da morte com os estudantes. Avaliar a relação destes junto ao enfrentamento da negação, o ocultamento da morte, sinaliza para a graduação um despreparo em lidar com o processo de morte e o morrer na sua futura prática profissional (CARVALHO et al., 2006).. 2.. OBJETIVO Identificar a percepção dos acadêmicos de enfermagem em relação ao processo de morte e morrer e seu preparo durante a graduação. 3.. METODOLOGIA O referido estudo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa descritiva e exploratória, de levantamento quantitativo, por meio de um questionário (Apêndice III). Para análise dos dados foi elaborado um questionário semi-estruturado com objetivo de levantar dados relativos à percepção e o preparo dos alunos sobre o processo morte-morrer. Para tanto, ele tem 15 questões, sendo uma descritiva e as demais de múltipla escolha relacionadas aos aspectos intrínsecos ao processo de morte e morrer. A amostra do estudo foi aleatória e composta por acadêmicos de enfermagem do 4º e 8º período do turno vespertino e noturno da Faculdade Anhanguera Educacional de Brasília. Como critério de inclusão era necessário cursar o 4º e 8º períodos do curso de enfermagem. Os acadêmicos que expressaram o desinteresse ou negação em responder o questionário ou que não assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice II) foram excluídos da amostra Para o estudo foram escolhidos 30 (trinta) alunos, sendo 02 grupos distintos, onde o primeiro grupo foi composto de 15 alunos do 4º semestre sem experiência de estágio, sendo 14 indivíduos do sexo feminino e um do sexo masculino e 15 alunos do 8º semestre com 14 indivíduos do sexo feminino e um do sexo masculino, com experiência de estágio. A aplicação do questionário foi feita por meio de abordagem direta, durante os intervalos das aulas teóricas e estágios curriculares, com a devida informação sobre a pesquisa e após autorização verbal foi entregue um TCLE e em seguida o questionário. No que se refere aos aspectos éticos, este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (Apêndice I) em Pesquisa (CEP) da instituição, ao qual foi submetido à observância de todos os aspectos éticos previstos na Resolução n.º 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – Ministério da Saúde, no que se refere a pesquisas com seres humanos. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(6) 132. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. A análise dos dados foi através da técnica estatística de freqüência e foi utilizado o Statistical Package for the Social Sciences 18.0 (SPSS).. 4.. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos 30 estudantes pesquisados, a maioria (86,7%) pertence ao sexo feminino, disposto entre o quarto e oitavo semestres. A média de idade entre o 4º período é de 25 anos, sendo que a idade mínima foi de 18 anos e a máxima de 38 anos. Os acadêmicos do 8º período possuem média de idade de 27 anos, obtendo a idade mínima de 20 anos e a máxima de 39 anos. As respostas foram distribuídas em dois blocos de categorias: (1) Percepção do próprio estudante, quanto ao processo de morte e morrer, no qual foram encontradas três subcategorias: Conceito, Impacto Emocional e Diálogo sobre a morte; (2) Preparo dos acadêmicos diante do tema da morte e do morrer, na qual foi encontrada uma subcategoria: Preparo dos estudantes durante a graduação.. 4.1. Percepção dos Acadêmicos sobre o processo de morte e morrer Tabela 1. Análise Pessoal dos Acadêmicos sobre a temática morte e morrer. Percepção Morte e Morrer. 4º Semestre. Conceito. Sim. (%). Não. (%). Sim. (%). Não. (%). Nº. (%). É possível conceituar a morte e o morrer. 9. 60,0. 6. 40,0. 6. 40,0. 9. 60,0. 30. 100. A morte é um insucesso. 1. 6,7. 14. 93,3. 3. 20,0. 11. 73,3. 29*. 93,3. 8º Semestre. * Um estudante deixou em branco a questão.. Total. Fonte: (ALENCAR, 2010).. A Tabela 1 apresenta a dificuldade dos acadêmicos do 8º semestre em conceituar a morte (60,0%), onde a percepção desta está vigente a convicções pessoais, adquiridas ao longo de sua vida, no qual se observa que para estes estudantes/profissionais a sua conceitualização diante da morte parece imóvel, mesmo já obtendo experiência com ela, onde a graduação poderia intervir para as implicações inerentes à profissão e ao preparo, contextualizada para a realidade, procurando fornecer embasamento para melhoria na prática de enfermagem. Apesar de o conceito ser formado ao longo das experiências pessoais, culturais e até espirituais, que não necessariamente perpassam a graduação, pode-se pensar que o período de formação em saúde, no caso específico deste estudo formação em enfermagem, voltado para assistência a pessoas e que a todo instante pode envolver Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(7) Misael Rabelo de Martins Custódio. 133. questões relacionadas à morte e ao morrer não contribuíram para ajudar o estudante a conceituar a morte e o morrer, ao contrário, estão saindo da faculdade sem este conceito. Este dado chama atenção, pois parece haver a necessidade de se discutir mais sobre questões envolvendo a morte e até mesmo a inserção de disciplinas, como por exemplo, a tanatologia, que tratem especificamente sobre a morte, já que é uma realidade na assistência em enfermagem. Em se tratando sobre a morte como insucesso, a maioria dos estudantes afirmou que a morte não pode ser percebida como um insucesso. Esta percepção é importante, pois a morte é inerente ao ser humano, faz parte do ciclo vital. Por outro modo, a morte associada à doença já é uma quebra de ciclo e pode gerar um abandono da conformação do ciclo vital e ainda distanciá-la da realidade. Portanto, a percepção dos estudantes sobre o processo de morte e morrer neste estudo apontou que a morte não pode ser percebida como insucesso e é possível aferir que a morte faz parte do ser humano. Este pensamento é adequado, pois a morte passa a ser percebida de maneira mais real, o que pode contribuir para o estudante/profissional prestarem uma assistência mais humanizada ao indivíduo. Por outro lado, chamou atenção o fato de os estudantes do oitavo semestre apresentarem dificuldade em conceituarem a morte e o morrer. Tabela 2. Impacto emocional dos Acadêmicos de Enfermagem sobre a morte e morrer. Percepção Morte e Morrer Impacto Emocional. 4º Semestre Sim. Sentimentos associados a morte:. 8º Semestre. (%). Não. Nº de sujeitos. (%). (%). Sim. (%). Total Não. (%). Nº. Nº de sujeitos. (%). Total. (%). (1) Negativos. (1). 11. 73,3. (1). 7. 46,7. Nº. (%). (2) Indiferente. (2). 1. 6,7. (2). 4. 26,7. 30. 100. (3) Nulos. (3). 2. 13,3. (3). 3. 20,0. (4) Outros. (4). 1. 6,7. (4). 1. 6,7. (5) Positivos. (5). -. -. (5). -. -. A morte gera aumento de problemas psicológicos. 14. 93,3. 1. 80,0. 3. 20,0. 30. 100. 6,7. 12. Fonte: (ALENCAR, 2010).. A Tabela 2 refere-se aos sentimentos dos estudantes acerca da morte. A maioria das respostas (%) esteve associada a sentimentos negativos como: tristeza, medo, angústia e pavor. Diante de situações em que a morte está presente, estes sentimentos são compreensíveis,. uma. vez. humanos,. indicam. a. não. imparcialidade. do. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(8) 134. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. estudante/profissional diante de uma possível perda, ou seja, são reações esperadas e até adequadas diante deste tipo de vivência. Por outro lado, (%) dez respostas afirmaram que os sentimentos associados à morte são nulos ou indiferentes, o que pode indicar fuga e até mesmo negação da realidade e que em breve pode contribuir para o adoecimento psíquico. Chama atenção que a maioria dos estudantes, (%) afirmaram que a morte gera aumento de problemas psicológicos. Diante de situações em que a morte está presente, sentimentos negativos estarão presentes, ou seja, ocorre impacto emocional, mesmo que o estudante/profissional tenha clareza do que é a morte e de que a morte faz parte do processo de adoecimento grave e não deve ser vista como insucesso profissional. Por outro lado, é importante que o estudante tenha consciência dos sentimentos envolvidos no processo, de forma que estes não tomem conta dele. Somente a partir do momento em que os sentimentos se tornam conscientes é que podem ser controlados e até mesmo minimizados, sem que haja consequências na assistência, na própria vida profissional e inclusive na vida pessoal do estudante/profissional. Discutir sobre a presença de sentimentos negativos e poder reconhecê-los é um exercício imprescindível para a prestação de serviços de qualidade. O melhor momento é quando o estudante, na graduação, passa a ter os primeiros contatos com situações de perda. O indivíduo é formado pela razão e emoção, enfatizar apenas um destes aspectos, a razão, por exemplo, pode gerar desequilíbrio e desconhecimento das próprias emoções, que certamente terão impacto na prestação de serviço do enfermeiro. É necessário tratar sobre os aspectos emocionais envolvidos e ajudar o estudante a se conscientizar deles. Como resultado, estes futuros profissionais poderão exercer uma assistência integral. A afirmação de que os sentimentos diante da morte são indiferentes ou nulos, constatados neste estudo, apontam para um comportamento racionalizado onde os mecanismos como fuga e negação das próprias emoções está presente, uma defesa de autoproteção encontrada pelo próprio sujeito para lidar com a realidade da dor. Se não há oportunidade de se discutir e trabalhar os aspectos emocionais ainda no processo de formação, o resultado pode ser a formação de profissionais indiferentes e não humanizados, padrão de comportamento que estes profissionais encontram para lidar com a dor e a aflição de seus pacientes e até mesmo suas próprias, dor e a aflição. Ao mesmo tempo, o uso prolongado da negação pode gerar ainda consequências mais graves como o aparecimento de dificuldades emocionais e até problemas patológicos de ordem psicológica.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(9) Misael Rabelo de Martins Custódio. 135. Tabela 3. Diálogo sobre a morte na percepção dos Acadêmicos de Enfermagem. Percepção Morte e Morrer. 4º Semestre. 8º Semestre. Total. Diálogo. Nº. Diálogo sobre a morte em fase terminal. Nº de sujeitos. (1) Muito Frequente. (2). 2. (2) Frequentemente. (3). 4. (3) Pouco Frequente. (4). (4) Raramente. (5). (%). Nº de sujeitos (2). 2. 13,3. (3). 8. 8. 26,7. (4). 5. 1. 53,3. (%). (%). Total (%). Nº. (%). 13,3. 46,7. 30. 100. 53,3. 26,7 20,0. (5) Nunca. 6,7 Fonte: (ALENCAR, 2010).. A Tabela 3 refere-se ao diálogo sobre a morte, entre os estudantes do 4º e 8º períodos. A maioria das respostas está associada a abordar este tema raramente e pouco frequente. A remoção dos tabus e mitos, interpostos para a sociedade em relação à morte pode ser mais bem explicada para os estudantes da área de saúde por meio de discussões sobre o tema, com ênfase nos procedimentos técnicos, cuidado ao paciente, familiares e equipe e o impacto emocional causado por ela. A universidade é o espaço adequado que possibilita a criação de uma visão crítica-reflexiva para o processo de morte e morrer, e pode gerar modificação no olhar/pensar dos futuros profissionais. Como consequência, os olhares e os pensamentos advindos de uma crítica-reflexiva podem gerar mudanças, tanto no meio profissional quanto na própria sociedade, e talvez em uma visão utópica, propiciar mudanças até na cultura de se ver e encarar a morte, distanciada da realidade. Afinal de contas, é no ensino superior que se produz conhecimento e mudança de paradigmas.. 4.2. Preparação dos acadêmicos durante a graduação A Tabela 4 aponta que (86,7%) dos acadêmicos do 8º semestre não se sentem preparados para lidar com a morte. Chama a atenção por serem estudantes prestes a exercerem a profissão com autonomia e por apresentarem dificuldades relacionadas ao processo de morte e morrer. Por outro lado, como já discutido anteriormente, o universo da morte envolve não apenas aspecto técnico científicos, mas também as próprias experiências de vida, particulares de cada um. Porém, cabe ressaltar que a formação acadêmica contribui em grande parte para o preparo para lidar com vivências de perda, pois a assistência em enfermagem é um reflexo do entendimento que o estudante adquiriu durante toda a sua formação ao abordar aspectos éticos, psicológicos, filosóficos, históricos, religiosos,. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(10) 136. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. culturais e jurídicos. Assim sendo, o preparo acadêmico para lidar com a morte pode ser abordado não só na prática de estágio, mas ao longo do curso, ainda nas matérias teóricas. Tabela 4. O preparo dos Acadêmicos sobre a temática morte e morrer. Percepção Morte e Morrer Sente-se preparado (a) para lidar coma morte. 4º Semestre. 8º Semestre. Total. Sim. (%). Não. (%). Sim. (%). Não. (%). Nº. (%). 8. 53,3. 6. 40,0. 2. 13,3. 3. 86,7. 29*. 93,3. Nº. (%). Nº. (%). Total. Disciplina teórica para abordar o tema: (1) Fundamentos de Enfermagem;. (1). 5. 33,3. (1). 1. 6,7. Nº. (%). (2) Psicologia;. (2). 7. 46,7. (2). 7. 46,7. 28**. 86,7. (3) Saúde do Adulto;. (3). 2. 13,3. (3). 3. 20,0. (4) Exercício de Enfermagem;. (4). 1. 6,7. (5) Anatomia. (5). 1. 6,7. (6) Bioética. (6). 1. 6,7. Nº. (%). Total. (7) Outros O conteúdo morte e morrer são visto durante a:. Nº. (%). (1) Teoria. (1). 5. 33,3. (1). 4. 26,7. Nº. (%). (2) Prática/Estágio. (2). 10. 66,7. (2). 11. 73,3. 30. 100. Nº. (%). Nº. (%). Total. Cuidados ao doente (1) Bem estar. (1). 8. 53,3. (1). 7. 46,7. Nº. (%). (2) Humanização. (2). 4. 26,7. (2). 8. 53,3. 30. 100. (3) Família. (3). 2. 13,3. (3). -. -. (4) Atitude profissional. (4). 1. 6,7. (4). -. -. * Um estudante deixou em branco; ** Dois estudantes deixaram em branco. Fonte: (ALENCAR, 2010).. Para a dualidade vida e morte dentro da graduação questiona-se aos estudantes qual disciplina teórica se faz alusão de abordar o processo de morte e morrer, sendo respondida pela maioria dos estudantes a disciplina de psicologia vista como um respaldo emocional para eles. Os conhecimentos científicos, ao ingressar no curso de enfermagem são constituídos a partir do primeiro momento em que se entra em um laboratório didático de anatomia, o que pode e deve ser pensado como um momento específico de aprendizagem acerca do corpo humano e do óbito. Essa formação para múltiplos. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(11) Misael Rabelo de Martins Custódio. 137. processos e relações quanto ao preparo técnico e emocional, pressupõe a convivência de seres vivos com cadáveres. Para estes acadêmicos o desenvolvimento cognitivo partiria do princípio da característica feita pela observação, do registro de atitudes, práticas desenvolvidas pelos sujeitos na atividade, na análise do discurso, história de vida dos indivíduos, na reconstrução do ato de proceder, na construção do conhecimento científico moderno e natural perante a morte e o morrer. Mesmo ao enfrentar a morte durante as práticas curriculares, certificada pelos estudantes do 4º período (66,7%) e o 8º período (73,3%), cabe a discussão, de que se não são oportunizados ao aluno debates em sala, embasamentos teóricos, matéria específica para a abordagem do assunto, limitando este estudante/profissional a sua atenção para aquilo que é visível ao corpo e para voltada sempre a estrutura biomédica. Ampliar esta visão é uma necessidade, portanto, a graduação pode oferecer a estes acadêmicos subsídios como discussões, palestras, cursos, disciplinas teóricas, dinâmicas e educação continuada que reflete ao preparo destes estudantes e que compreendam aquilo que se apresenta de forma subjetiva, onde a vivência com situações de vida e morte é a sua realidade cotidiana. Além do preparo técnico dos cuidados com os doentes terminais apresentados como o bem estar do doente e a humanização da técnica dos cuidados para este paciente, considerados importantes para a maioria dos acadêmicos, que pode ser agrupados a qualificação técnica e a valorização da subjetividade destes futuros profissionais, a fim de prever a morte como inevitável.. 5.. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo verifica que os acadêmicos de enfermagem entrevistados corroboraram com o pressuposto de que os eles não estão sendo preparados para vivenciar o processo de morte e morrer durante a graduação e no exercício profissional. Isso se vincula a poucas oportunidades de discussão durante o curso, no qual a variabilidade de disciplinas que resulta a enfermagem poderia acompanhar este tema durante toda a formação deste aluno, num espaço objetivo externo e no subjetivo interno de cada um, reconhecendo a importância do assunto e as habilidades frente ao processo de morte e morrer. Este trabalho é uma ferramenta que consiste na ligação teórica e prática, na qual é certo que a formação acadêmica não tem como objetivo preparar o estudante para lidar com a morte, já que é um tema que perpassa o mundo subjetivo do mesmo. Por outro lado, o respaldo técnico e reconhecimento das dificuldades emocionais podem minimizar Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(12) 138. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. o impacto da morte no estudante e habilitá-lo para uma formação mais humanizada e integral.. REFERÊNCIAS AGUIAR, I.R. et al. O Envolvimento do Enfermeiro no Processo de Morrer de bebês internados em unidades Neonatal. Acta Paulista de Enfermagem. São Paulo, v.19, n.2, p. 131-7, abr./jun. 2006. ÁRIES, P. Sobre uma história da morte no ocidente, desde a Idade Média. Lisboa: Teorema, 1988. BELLATO, Roseney et al . A abordagem do processo do morrer e da morte feita por docentes em um curso de graduação em enfermagem. Acta paul. enferm., São Paulo, v.20, n.3, set. 2007. BRETAS, José Roberto da Silva; OLIVEIRA, José Rodrigo de; YAMAGUTI, Lie. Reflexões de estudantes de enfermagem sobre morte e o morrer. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.40, n.4, dez. 2006. BIFULCO, Vera Anita; IOCHIDA, Lúcia Christina. A formação na graduação dos profissionais de saúde e a educação para o cuidado de pacientes fora de recursos terapêuticos de cura. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v.33, n.1, mar. 2009. CARVALHO, Lucimeire Santos, OLIVEIRA, Milena Arão da Silva, PORTELA, Sandra Cabral et al. A morte e o morrer no cotidiano de estudantes de Enfermagem. Rev. enferm. UERJ, v.14, p.551557, 2006. CASSORLA, R.M.S. Da Morte: Estudos Brasileiros. Campinas: Papirus, 1991. COHEN, Claudio; GOBBETTI, Gisele. Bioética e morte: respeito aos cadáveres. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v.49, n.2, jun. 2003 . CZERESNIA, Dina. Ciência, técnica e cultura: relações entre risco e práticas de saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.20, n.2, abr. 2004. DEL GIGLIO, Auro. O preparo do médico e a comunicação com familiares sobre a morte. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v.51, n.1, fev. 2005. FALCAO, Eliane Brígida Morais; MENDONÇA Sandro Bichara. Formação médica, ciência e atendimento ao paciente que morre: uma herança em questão. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 33, n. 3, Set. 2009. GUTIERREZ, Beatriz Aparecida Ozello; CIAMPONE, Maria Helena Trench. O processo de morrer e a morte no enfoque dos profissionais de enfermagem de UTIs. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 4, dez. 2007. GUTIERREZ-TERRAZAS, José. O conceito de pulsão de morte na obra de Freud. Ágora, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, jun. 2002. KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. 7.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. LOUZÃ, J.R.; LOUZÃ NETO, M.R. O hospital e a morte. RPH, Rio de Janeiro, v.30, n.7/8, p. 172177, mar./abr. 1982. MARKHAM, U. Luto: esclarecendo suas dúvidas. São Paulo: Ágora, 2000. MARQUES, P. Ansiedade face à morte: uma abordagempsicológica e educativa. 2000. Disponível em: <http://pcmarques.paginas.sapo.pt/Ansiedade.htm>. MARTINS, E.L.; ALVES, R.N.; GODOY, S.A.F. Reações e sentimentos do profissional de enfermagem diante da morte. Rev Bras Enferm, v.52, n.1, p.105-17, 1999. MAUES, Raymundo Heraldo. “Morte moderna” e “morte contemporânea”: formas distintas e contemporâneas de expropriação. Physis, Rio de Janeiro, v.16, n.2, 2006. OIGMAN, Gabriela. Tabu da morte. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.23, n.9, set. 2007.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(13) Misael Rabelo de Martins Custódio. 139. OLIVEIRA, José Rodrigo de; BRETAS, José Roberto da Silva; YAMAGUTI, Lie. A morte e o morrer segundo representações de estudantes de enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 41, n.3, set. 2007. PENNA, C.M.M. et al. A morte e seus significados: um estudo compreensivo com professores e alunos de enfermagem. Enfermagem em Revista, Belo Horizonte, v.5, n.9/10, p. 20-38, jun./dez. 1999. PINHO, Lícia Maria Oliveira; BARBOSA, Maria Alves. A relação docente-acadêmico no enfrentamento do morrer. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.44, n.1, mar. 2010. PITTA, A. Hospital: dor e morte como ofício. 5.ed. São Paulo: Hucitec, 2002. PRATA, Maria Regina. Pulsão de morte: mortificação ou combate?. Ágora, Rio de Janeiro, v.3, n.2, dez. 2000. RIBEIRO, Maria Cecília; BARALDI, Solange; SILVA, Maria Júlia Paes da. A percepção da equipe de enfermagem em situação de morte: ritual do preparo do corpo ‘pós-morte’. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.32, n.2, ago. 1998. SAFATLE, Vladimir. O amor é mais frio que a morte: negatividade, infinitude e indeterminação na teoria hegeliana do desejo. Kriterion, Belo Horizonte, v.49, n.117, 2008. SHIMIZU, Helena Eri. Como os trabalhadores de enfermagem enfrentam o processo de morrer. Rev. bras. enferm., Brasília, v.60, n.3, jun. 2007. SILVA, Antonio Lucieudo Lourenço da; RUIZ, Erasmo Miessa. Cuidar, morte e morrer: significações para profissionais de Enfermagem. Estud. psicol., Campinas, v.20, n.1, abr. 2003. SILVA, Karen Schein da; RIBEIRO, Rubia Guimarães; KRUSE, Maria Henriqueta Luce. Discursos de enfermeiras sobre morte e morrer: vontade ou verdade?. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 62, n.3, jun. 2009. SILVA, Ronaldo Corrêa Ferreira da; HORTALE, Virginia Alonso. Cuidados paliativos oncológicos: elementos para o debate de diretrizes nesta área. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.22, n.10, out. 2006. SIQUEIRA, José Eduardo de. Sobre a morte e o morrer: tecnologia ou humanismo?. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v.49, n.1, jan. 2003. VARGAS, Divane de. Morte e morrer: sentimentos e condutas de estudantes de enfermagem. Acta paul. enferm., São Paulo, v.23, n.3, jun. 2010. Misael Rabelo de Martins Custódio Possui graduação em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília UCB (2003), Especialização em Fisiologia e Cinesiologia da Atividade Física e Saúde pela Universidade Gama Filho UGF (2004), Especialização em Fisiologia do Exercício pela Universidade Veiga de Almeida UVA (2004), Especialização em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Ciência, Educação e Teologia Equipe Darwin FACETED (2007), Especialização em Medicina Tradicional Chinesa pelo Instituto TAO de Medicina Tradicional Chinesa TAO (2003), Mestrado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília UCB (2007), Doutorando em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília UCB (2007). Atualmente é docente da Faculdade Anhanguera de Brasília.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(14) 140. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. ANEXO. Apêndice II. Termo de consentimento livre e esclarecido. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. I - O presente estudo tem como objetivo a percepção do preparo dos acadêmicos de enfermagem frente à representação do tema morte e será realizada pelo(s) aluno(s) do(s) curso(s) de Enfermagem da Unidade Anhanguera Educacional de Brasília - DF sob a orientação do(s) Professore(s) Simone Bohry de Oliveira Prata. II – Você responderá a um questionário que você deverá responder no setor de campo de estágio na data combinada com um tempo estimado para seu preenchimento. Não existe obrigatoriamente, um tempo pré-determinado, para responder o questionário. Será respeitado o tempo de cada um para respondê-lo. Informamos que a Senhor (a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento. III – A qualquer momento você pode desistir da participação na pesquisa. IV – Os dados obtidos com as respostas do questionário poderão ser publicados, mas seus dados pessoais serão mantidos em sigilo. Eu, __________________________________________, após ter recebido informações sobre o estudo O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem, por meio da carta informativa lida por mim ou por terceiro, declaro que ficaram claros os objetivos do estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Não tendo nenhuma dúvida a respeito da pesquisa, concordo voluntariamente em participar deste estudo, o qual poderei deixar de participar a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízos, ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. Data: ____/____/____ Assinatura do indivíduo/ representante legal___________________________________.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(15) Misael Rabelo de Martins Custódio. 141. Apêndice III FORMULÁRIO DE ENTREVISTA COM ACADÊMICOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Observações • Nas questões marque apenas uma alternativa. • As questões rasuradas serão desconsideradas. Semestre: _______ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade: _____ Q1. Em sua opinião a Graduação de Enfermagem prepara o acadêmico para enfrentar o processo de morte e morrer? ( ) Sim ( )Não Q2. Em seu conceito qual (s) disciplinas do Curso de Graduação em Enfermagem devem abordar o tema processo de morte e de morrer? ___________________________________ Q3. Você já pensou em seus sentimentos sobre a morte? ( ) Sim ( )Não Q4. A abordagem desse conteúdo se dá durante a: ( ) Teoria ( ) Prática/ Estágio Q5. Para você pensar na morte (a própria ou de alguém próximo) leva aos seguintes sentimentos: () Medo () Indiferença () Angústia () Raiva () Pavor () Depressão () Tristeza () Nenhum () Conformação () Outro(s). Especifique: Q6. Para um Enfermeiro, é fundamental produzir emoções a partir do domínio e do manejo com o corpo, os quais lhe possibilitam formas de atuação entre a espontaneidade e o controle absoluto? ( ) Sim ( )Não. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

(16) 142. O processo de morte e morrer no enfoque dos acadêmicos de enfermagem. Q7. Na estrutura psicológica dos Acadêmicos de Enfermagem com o processo de morte e morrer traz como característica a transitoriedade da vida e a fatalidade da morte? ( ) Sim ( )Não Q8. A morte pode ser considerada como agradável e bela? ( ) Sim ( )Não Q9. Você já conversou, com seus familiares, amigos, professores sobre a morte e o morrer? ( ) Muito Frequentemente ( ) Frequentemente ( ) Pouco Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca Q10. O que mais preocupa ao prestar cuidados ao doente em fim da vida? ( ) Bem estar do doente ( ) Humanização dos cuidados ( ) Família ( ) Atitude pessoal no confronto com a morte Q11. Há relação entre os anos de exercício profissional e a atitude destes perante a morte? ( ) Sim ( )Não Q12. À morte é tido por um insucesso? ( ) Sim ( )Não Q13. É possível conceituar a morte? ( ) Sim ( )Não Q14. O confronto com a morte surge mais problemas psicológicos do que físicos? ( ) Sim ( )Não Q15. É necessário lidar com a morte de maneira técnica e rotineira? ( ) Sim ( )Não. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 127-142.

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