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Efeitos do maneio na fertilidade de reprodutores com aptidão creatopoiética: estudo de um caso prático. Comparação de duas relações macho-fêmea

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Efeitos do maneio na fertilidade de

reprodutores com aptidão creatopoiética:

estudo de um caso prático

Comparação de duas relações macho:fêmea

Dissertação de Mestrado em Engenharia Zootécnica

Bárbara Filipe Coimbra

Orientador: José Luís Teixeira de Abreu Medeiros Mourão

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Efeitos do maneio na fertilidade de

reprodutores com aptidão creatopoiética:

estudo de um caso prático

Comparação de duas relações macho:fêmea

Dissertação de Mestrado em Engenharia Zootécnica

Bárbara Filipe Coimbra

Orientador: José Luís Teixeira de Abreu Medeiros Mourão

Composição do Júri:

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As doutrinas apresentadas são da exclusiva responsabilidade do autor.

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I

Agradecimentos

Este trabalho não seria possível sem a ajuda e orientação de pessoas instruídas, e por isso, gostaria primeiramente de dar um imenso obrigado ao Professor José Luís Mourão por ter aceitado esta proposta, pela sua ajuda e orientação e por toda a paciência.

Estou também muito grata ao Engenheiro José Leitão Amaro por me ter aceitado na sua empresa e me ter permitido a realização deste trabalho.

Quero agradecer ao Dr. António Bica por me ter proporcionado esta experiência, que me permitiu o contacto com o mundo real da avicultura e pela ilimitada transmissão de conhecimentos.

Quero também dar um obrigado muito grande à Marisa Soares pela sua extrema simpatia e pela disponibilidade permanente que demonstrou em ajudar-me sempre que necessário.

Um enorme obrigado às tratadoras que me ajudaram e acompanharam ao longo de toda a componente prática efetuada nos pavilhões: D. Céu, D. Fátima, D. Júlia e D. Maria Benilde. Um obrigado especial à D. Helena que todos os dias se apresentava com um sorriso no rosto, sempre bem-disposta e a animar o dia de trabalho, e os meus parabéns pela sua destreza no trabalho, que era sempre um regalo aos olhos.

Quero dar um grande obrigado ao meu primo Francisco Silva, por todos os conhecimentos transmitidos ao longo de toda a minha vida, por me fazer sentir destacável e pelo apoio durante a elaboração deste trabalho.

Quero agradecer aos meus pais, especialmente à minha mãe por todo o apoio que me tem vindo a dar desde sempre, pelos sacrifícios e pelo seu amor incondicional. Obrigada por acreditares sempre em mim e nas minhas capacidades.

Um grande obrigado à minha irmã, Joana Coimbra, que me tem vindo a inspirar ao longo de toda a vida. Obrigada pelos sermões e pelos “abre-olhos” quando penso que tenho tudo controlado, e muitas vezes não tenho. Obrigada por seres a minha âncora.

Um obrigado do tamanho do mundo a todos os meus amigos que me acompanharam e aturaram ao longo destes 5 anos, especialmente ao Alexandre Mouro, Artur Lima, Carolina Nogueira, Cláudia Gonçalves, Inês Santos, João Ferraz, Gonçalo Querido, Mário Rodrigues e Sílvia Braga, vocês vão estar sempre no meu coração. Isto não seria possível sem vocês.

(10)
(11)

III

Resumo

Este trabalho apresenta um estudo realizado numa exploração comercial com reprodutores da estirpe Ross 308, no qual se procurou determinar o efeito da relação macho:fêmea nas performances reprodutivas e nos resultados da exploração. Foram estudadas duas relações macho:fêmea (8% e 10%) analisando parâmetros tais como o peso dos machos, uniformidade, estimativa de alimentação, parâmetros de bem-estar (estado das patas, cloaca, cauda e emplumação), mortalidade das aves, percentagem de postura semanal e postura no chão, fertilidade, eclodibilidade e número de pintos viáveis nascidos por galinha. Foi ainda realizada uma breve análise económica.

Este estudo foi dividido em duas fases. Na primeira fase do estudo, realizada nos pavilhões de produção, foi efetuada uma avaliação física dos galos reprodutores tendo em conta parâmetros de bem-estar como a saúde das patas, estado da cloaca, emplumação do corpo e da cauda, e ainda o peso destas aves. O estudo realizou-se ao longo de 16 semanas e em cada semana 48 galos escolhidos aleatoriamente na relação 8/100 e 56 galos escolhidos aleatoriamente na relação 10/100 foram observados e pesados. Na segunda fase do estudo, realizada no centro de incubação, avaliou-se a fertilidade do bando através da observação dos ovos eclodidos e não eclodidos (férteis), e os ovos inférteis e as mortalidades embrionárias nas diversas fases de incubação foram registados.

Os dados foram recolhidos e analisados numa base semanal tendo-se procedido à sua análise estatística.

Em ambos os tratamentos os galos apresentaram pesos corporais superiores aos recomendados pelos guias de maneio, sendo que esta diferença foi mais evidente no tratamento 8/100, o que parece ter influenciado a fertilidade deste tratamento. Os resultados não mostraram diferenças significativas entre os dois tratamentos nos parâmetros indicadores de bem-estar. No entanto verificou-se que a taxa de fertilidade dos ovos e o número de pintos nascidos viáveis foram superiores no tratamento 10/100 (73,6% vs 83,9% e 3,51 pintos nascido/galinha vs 3,70 pintos nascido/galinha). A análise económica mostrou que a relação 10 machos para 100 fêmeas permitiu um aumento de rendimento de 48 cêntimos por galinha presente no período de 8 semanas de produção quando comparada com a relação 8 machos 100 fêmeas.

Palavras-chave: Fertilidade, reprodutores creatopoiéticos, relação macho:fêmea,

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V

Abstract

This work is presents a study carried out on a commercial farm with Ross 308 broiler breeders, looking to study the male:female ratio effect on the reproductive performances and its advantages for the producer. The relationships of 8% and 10% of males were studied considering parameters such as the male’s weight, uniformity, feeding estimate, welfare parameters (heath of feet and legs, cloaca (vent) condition and body and tail feathering), mortality rate, weekly percentage of egg production and posture on the floor, fertility, hatchability and number of viable chicks hatched. Additional feeding costs and the profit made on the sale of day-old chicks in the two cases were also taken into account in this study.

This study was divided in two different phases. In the first phase of the study, carried out on de production pavilions, a physical evaluation of broiler breeders was conducted over 16 weeks (48 random males in the 8/100 ration and 56 random males in the 10/100 ration weekly), taking into account parameters such as the health of feet and legs, cloaca (vent) condition, body and tail feathering, and the weight of the animals. This study was carried out over 16 weeks and each week 48 random males in the 8/100 ration and 56 random males in the 10/100 ration were observed and weighed. In the second phase of this work, the fertility of flocks was studied with the observation of unhatched eggs and the number of infertile eggs and embryonic mortality at various stages of incubation was recorded.

Data were collected and analyzed on a weekly basis having proceeded to their statistical analysis.

In both treatments the roosters had body weights higher than those recommended by management guides, and this difference was more evident in the treatment 8/100, which seems to have influenced the fertility of this treatment. No significant differences between the two treatments were found as regards to indicators welfare parameters. However it was verified that the fertility rate and viability of chicks hatched were higher in the treatment 10/100 (73.6% vs 83.9% and 3.51 chick/hen vs 3.70 chick/hen).

The ratio 10/100 allowed a yield increase of 0.48€per present hen in 8 weeks of production when compared with the ratio 8/100.

Key-words: Fertility, broiler breeders, male:female ratio, reproduction, egg production,

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(15)

VII

Índice

I. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1 Introdução ... 1

2 Reprodutores de carne: entre a otimização do crescimento e o nível competitivo de reprodução ... 3

2.1 Organização da fileira avícola para a produção de frangos de carne ... 3

3 Maneio de aves reprodutoras ... 7

3.1 Período de crescimento das aves reprodutoras... 7

3.1.1 Maneio geral das aves em crescimento ... 7

3.1.2 Alimentação no período de crescimento ... 9

3.2 Período de reprodução das aves reprodutoras... 10

3.2.1 Condições ambientais... 11

3.2.2 Alimentação das aves ... 17

3.2.3 Relação macho:fêmea ... 19

3.2.4 Uniformidade do bando ... 20

3.2.5 Spiking ... 20

4 Parâmetros de bem-estar e indicadores de atividade sexual nos galos reprodutores ... 23

5 Maneio dos ovos incubáveis ... 25

5.1 Recolha dos ovos ... 25

5.2 Ovos do chão ... 26

5.3 Desinfeção de ovos incubáveis... 27

5.4 Preparação e conservação dos ovos para incubar ... 27

5.4.1 Pré-aquecimento ... 28

6 Incubação ... 29

6.1 Incubadora ... 29

6.2 Eclosora ... 30

6.3 Mortalidade embrionária ... 31

7 Parâmetros de controlo de eficiência reprodutiva ... 35

7.1 Fertilidade ... 35

7.2 Eclosibilidade verdadeira ou viabilidade... 35

7.3 Eclodibilidade total ou incubabilidade... 36

II. PARTE EXPERIMENTAL 8 Estudo efetuado... 41

(16)

VIII

8.1 Objetivo... 41

8.2 Local de estudo... 41

8.3 Materiais e métodos ... 41

8.3.1 Maneio dos animais ... 41

8.3.1.1 Instalações ... 41

8.3.1.2 Condições ambientais ... 43

8.3.1.3 Animais ... 43

8.3.1.4 Alimentação ... 44

8.3.1 Maneio dos ovos incubáveis ... 47

8.3.2 Centro de incubação ... 48

8.3.3 Parâmetros controlados... 50

8.3.3.1 Peso corporal e uniformidade ... 50

8.3.3.2 Parâmetros de bem-estar e indicadores de atividade reprodutiva ... 51

8.3.3.3 Produção de ovos ... 60

8.3.3.4 Análise dos ovos não eclodidos ... 60

8.3.3.5 Pintos do dia ... 64

8.3.1 Análise estatística ... 64

8.3.2 Análise económica ... 64

8.4 Resultados e discussão ... 65

8.4.1 Peso corporal e uniformidade ... 66

8.4.2 Ingestão de alimento ... 69

8.4.3 Parâmetros de bem-estar e indicadores de atividade reprodutiva ... 71

8.4.4 Mortalidade dos animais ... 77

8.4.5 Produção de ovos ... 79

8.4.6 Ovos incubados ... 85

8.4.6.1 Fertilidade ... 85

8.4.6.2 Viabilidade ou taxa de eclosão ... 87

8.4.6.3 Incubabilidade ... 89

8.4.7 Pintos do dia ... 90

8.4.8 Análise dos ovos não eclodidos ... 92

8.4.8.1 Mortalidade embrionária por semana de incubação... 93

8.4.9 Análise económica ... 95

9 Considerações finais ... 97

(17)

IX

Índice de figuras

Figura 2-1 – Esquema das fileiras da produção avícola . ... 4

Figura 3-1 – Zonas correspondestes à temperatura ideal num pavilhão de crescimento. ... 8

Figura 3-2 – Exemplo de ninhos colectivos ... 12

Figura 3-3 – Interior de um ninho automático. ... 12

Figura 3-4- Resposta das aves a mudanças de temperatura e humidade (generalizado) ... 16

Figura 3-5 – Comedouros em grelha para fêmeas (A) e comedouros em prato para machos (B). ... 18

Figura 4-1 – Exemplo de patas do macho pretendido (A) e a evitar (B). ... 23

Figura 4-2 – Exemplo da cabeça do macho pretendido (A) e a evitar (B) ... 24

Figura 4-3 – Exemplo de emplumação do macho pretendido (A) e a evitar (B) ... 24

Figura 4-4 – Exemplo da cloaca do macho pretendido (A) e a evitar (B). ... 24

Figura 6-1 - Padrão normal de morte embrionária durante a incubação ... 31

Figura 8-1 – Estrutura de um pavilhão de produção. ... 42

Figura 8-2 – Ilustração do interior do pavilhão (sala) de reprodutores. ... 42

Figura 8-3 – Ninhos coletivos. ... 43

Figura 8-4 – Comedouros das fêmeas (A), comedouro dos machos (B). ... 45

Figura 8-5 – Final do tapete rolante, exterior à ala. ... 47

Figura 8-6 - Cabine de desinfeção dos ovos.. ... 48

Figura 8-7 - Reação do formol e permanganato para fumigação.. ... 48

Figura 8-8 - Interior de uma incubadora de carga única.. ... 49

Figura 8-9- Interior de uma eclosora (retirada dos carros após eclosão). ... 49

Figura 8-10 – Colocação da cerca no pavilhão. ... 50

Figura 8-11 – Aves dentro da cerca e Figura 8-12 – Pesagem das aves. ... 51

Figura 8-13 – Exemplos de patas com grau zero. ... 52

Figura 8-14 - Exemplos de patas com grau um.. ... 52

Figura 8-15 - Exemplos de patas com grau dois. ... 53

Figura 8-16 – Exemplos de patas com grau três ... 53

Figura 8-17 - Exemplos de patas com grau quatro... 54

Figura 8-18 - Exemplos de cloacas com grau zero. ... 54

Figura 8-19 – Exemplos de cloacas com grau um... 55

Figura 8-20 - Exemplos de cloacas com grau dois ... 55

(18)

X

Figura 8-22 - Exemplos de cloacas com grau quatro. ... 56

Figura 8-23 - Exemplos de diferentes aberturas de cloaca ... 57

Figura 8-24 – Exemplos de penas com grau zero. ... 57

Figura 8-25 - Exemplos de penas com grau um. ... 58

Figura 8-26 - Exemplos de penas com grau dois ... 58

Figura 8-27 - Exemplos de penas com grau três. ... 59

Figura 8-28 – Exemplo de penas com grau quatro... 59

Figura 8-29 – Exemplos de caudas com grau quatro. ... 60

Figura 8-30 Preparação do material antes de iniciar a abertura dos ovos.. ... 61

Figura 8-31 - Abertura dos ovos não eclodidos. ... 61

Figura 8-32 - Morte embrionária ocorrida na 1º semana. ... 62

Figura 8-33 - Morte embrionária ocorrida na 2º semana ... 62

Figura 8-34 - Exemplo de mortalidade embrionária na 3º semana. ... 63

Figura 8-35 - Exemplo de anomalias embrionárias. ... 63

Figura 8-36 - Exemplos de morte embrionária devido a fissura na casca do ovos. ... 63

(19)

XI

Índice de tabelas

Tabela 3-1 – Temperatura ideal utilizando o sistema convencional de campânulas num

pavilhão de crescimento. ... 8

Tabela 6-1- Objetivos máximos de perdas de incubabilidade ao realizar um controlo de qualidade de rotina dos ovos analisados (% sobre o numero total de ovos postos a incubar)... 32

Tabela 6-2 – Possíveis causas para os diferentes tipos de mortalidade embrionária.. 33

Tabela 7-1 – Fatores determinantes na incubabilidade. ... 36

Tabela 8-1 Efetivo do bando dos dois pavilhões com 36 semanas de idade. ... 44

Tabela 8-2 - Efetivo do bando dos dois pavilhões com 51 semanas de idade. ... 44

Tabela 8-3 – Composição dos alimentos distribuídos. ... 45

Tabela 8-4 – Estimativa da ingestão de alimento (kg) pelos machos em ambos os tratamentos ... 46

Tabela 8-5 – Estimativa da ingestão de alimento (kg) pelas fêmeas em ambos os tratamentos ... 46

Tabela 8-6 – Efeito dos tratamentos no peso dos machos. ... 67

Tabela 8-7 – Efeito dos tratamentos na uniformidade (%) dos machos... 69

Tabela 8-8 – Efeito dos tratamentos para o estado das patas dos machos. ... 71

Tabela 8-9 – Efeito dos tratamentos no estado das cloacas. ... 73

Tabela 8-10 – Efeito dos tratamentos no estado da emplumação dos machos. ... 75

Tabela 8-11 – Efeito dos tratamentos no estado da cauda. ... 76

Tabela 8-12 – Mortalidades (%) das aves nos diferentes tratamentos. ... 77

Tabela 8-13 – Efeito dos tratamentos na percentagem de postura semanal durante o período de estudo. ... 80

Tabela 8-14 – Efeito dos tratamentos na percentagem de postura no chão. ... 82

Tabela 8-15 – Efeito dos tratamentos na percentagem de ovos incubáveis. ... 84

Tabela 8-16 – Efeito dos tratamentos na taxa de fertilidade. ... 86

Tabela 8-17 – Efeito dos tratamentos na taxa de eclosão. ... 88

Tabela 8-18 – Efeito dos tratamentos na taxa de incubabilidade durante o período de estudo. ... 90

Tabela 8-19 – Efeito dos tratamentos na percentagem de pintos viáveis em ambos numa amostragem de 2100 ovos. ... 92

Tabela 8-20 – Efeito dos tratamentos nas diferentes mortalidades embrionárias ao longo do estudo. ... 94

(20)
(21)

XIII

Índice de gráficos

Gráfico 8-1 - Peso (g) dos machos durante o período de estudo, comparando com o

peso recomendado (standard) pelo guia de maneio ... 66

Gráfico 8-2 – Uniformidade dos machos ao longo do período de estudo. ... 68

Gráfico 8-3 – Percentagem de mortalidade dos machos nos dois tratamentos. ... 77

Gráfico 8-4 – Percentagem de mortalidade das fêmeas nos dois tratamentos. ... 78

Gráfico 8-5 – Produção semanal de ovos (%) objetivo e dos dois tratamentos. ... 79

Gráfico 8-6 – Percentagem de postura no chão em ambos os tratamentos. ... 81

Gráfico 8-7 – Percentagem de ovos incubáveis nos diferentes tratamentos. ... 83

Gráfico 8-8 – Fertilidade dos ovos durante o período de estudo, comparando com a fertilidade objectivo ... 85

Gráfico 8-9 – Taxa de eclosão semanal em ambos os tratamentos. ... 87

Gráfico 8-10 – Incubabilidade dos ovos durante o período de estudo, comparando com a % de incubabilidade objetivo segundo o guia de maneio. ... 89

Gráfico 8-11 – Percentagem de pintos viáveis em ambos os tratamentos, numa amostragem de 2100 ovos. ... 90

(22)
(23)

XV

(24)
(25)

1

1 Introdução

A produção de carne de aves é realizada em explorações que vão desde pequenas unidades de subsistência a explorações comerciais de grande dimensão (Stromberg, 1975, citado por King'ori, 2011). Nas unidades que aplicam as técnicas de produção mais modernas, o setor da reprodução que produz os pintos encontra-se separado do setor de produção de frango, que adquire estas aves e as cria até atingirem o peso de abate adequado aos mercados. A produção de frango está assim baseada na obtenção a preço competitivo do maior número possível de pintos vigorosos das aves reprodutoras e no elevado desempenho de crescimento destes pintos. Estas duas características não combinam facilmente, uma vez que as aves pesadas utilizadas na produção de carne têm as suas características reprodutivas afectadas negativamente (Meijerhof, 2011). O fornecimento regular de pintos do dia é influenciado pela fertilidade dos reprodutores e pela incubabilidade dos ovos. Estas características são afetadas pela genética das aves reprodutoras e por fatores ambientais a que estas animais são submetidos (King'ori, 2011).

Entre os fatores que podem afetar a fertilidade de um bando, destacam-se a alimentação e a nutrição das aves reprodutoras, sanidade e outras condições de maneio a que as aves estão sujeitas, como por exemplo o número de ninhos e a qualidade da cama. A proporção entre machos e fêmeas reprodutoras é também um parâmetro importante para maximizar a fertilidade, o que faz com que o planeamento correto desta relação assuma grande importância. (Hazary, 2001). Para atingir tanto o potencial genético como a produção consistente do bando, é importante que o produtor tenha um bom programa de maneio (Mabbett, 2011).

Este estudo teve como principal objetivo determinar o efeito da relação macho:fêmea nas performances reprodutivas e nos resultados da exploração. Foram estudados os efeitos de duas relações macho:fêmea (8% e 10%) em parâmetros como o peso dos machos, uniformidade, ingestão de alimento, parâmetros de bem-estar (estado das patas, cloaca, cauda e emplumação), mortalidade das aves, percentagem de postura semanal e postura no chão, fertilidade, eclodibilidade e número de pintos viáveis nascidos por galinha. Foi ainda realizada uma breve análise económica.

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(27)

3

2 Reprodutores de carne: entre a otimização do

crescimento e o nível competitivo de reprodução

A espécie Gallus gallus domesticus tem sido selecionada ao longo das últimas décadas com dois objetivos divergentes, a produção de carne e a produção de ovos. Em resultado, obtiveram-se aves para a produção de carne que apresentam uma elevada taxa de crescimento (Mourão, 2012 b).

Na produção intensiva, os frangos de carne tornaram-se animais produtores de carne muito eficientes devido ao seu rápido crescimento, suportado por uma ingestão de alimento elevada (Decuypere, 2010). Os reprodutores de carne têm sido selecionados valorizando as suas características de crescimento rápido que são trasmitidas aos seus descendentes (Mabbett, 2011). No entanto, estas características causam muitos problemas no maneio das galinhas reprodutoras devido à correlação negativa entre o crescimento muscular a eficácia da reprodução (Decuypere, 2010). Como consequência desta dificuldade, as galinhas reprodutoras de carne põe apenas cerca de 160 ovos por período de postura, enquanto que as galinhas poedeiras do tipo ovopoiético (mais leves) põem mais de 300 ovos (Mabbett, 2011).

A seleção dos reprodutores de carne envolve um equilíbrio entre a otimização do crescimento e da reprodução, no entanto, estas características movem-se em direções opostas (Leeson & Summer, 2009). De facto, enquanto que numa empresa que integra a produção de carne de frango, as características de crescimento são as suas preocupações primordiais, para um produtor de ovos para incubação ou produtor de pintos do dia, haverá sobretudo uma preocupação em relação às características reprodutivas, tais como o número de ovos, fertilidade e eclodibilidade (Leeson & Summer, 2009).

Também os galos creatopoiéticos apresentam problemas de fertilidade e de capacidade de reprodução em resultado do seu elevado potencial de crescimento. Este problema leva a que as galinhas e os galos reprodutores necessitem de programas de restrição alimentar delicados para maximizar a produção de ovos e de pintos e para evitar distúrbios metabólicos (Decuypere, 2010).

2.1

Organização da fileira avícola para a produção de

frangos de carne

A seleção e melhoramento avícola para a produção de frangos de carne levaram ao aparecimento de híbridos comerciais de elevada produtividade. Para

(28)

4

obtenção destes animais a fileira da produção organizou-se em escalões, nomeadamente o da seleção, o da multiplicação a nível dos avós, o da multiplicação a nível dos pais e o da produção (Mourão, 2012 b).

Nos aviários de seleção, são desenvolvidas estirpes puras de aves, designados por bandos “Grand Grand Parent Stock” ou seja as aves bisavós das aves comerciais. Estes bandos são testados e são fixados cruzamentos a realizar entre estes. Seguidamente o cruzamento das aves selecionadas de forma a obter as estirpes macho e fêmea e fixam-se as estirpes “Avós”. Os pintos do dia destas estirpes são entregues aviários de multiplicação ao nível dos avós (Grand Parent Stock) (híbridos de 1º grau). Estes aviários de multiplicação, produzem os reprodutores machos e fêmeas e os pintos do dia são entregues aos aviários de reprodução como “Parent Stock” (híbridos de 2º grau) (Mourão, 2012 a). Nestes aviários de multiplicação, produzem-se os pintos híbridos comerciais, que posteriormente serão para os pavilhões de produção para crescimento e engorda de frangos até ao peso de abate (Mourão, 2012 a). Na Figura 2-1 está esquematizado o funcionamento da seleção dos animais até se obter o pinto do dia comercial para engorda.

Figura 2-1 – Esquema das fileiras da produção avícola (Mourão, 2012 a).

Em resultado da seleção e melhoramento avícola, foram criados diversos híbridos comerciais, entre os quais encontramos o Ross 308, que faz parte da multiplicação do “Parent stock” dos frangos de carne. O Ross 308 apresenta-se como uma das variedades mais populares nas diversas partes do mundo. A sua reputação baseia-se na capacidade da sua descendência crescer rapidamente com um mínimo consumo de alimento, constituindo isso a solução ideal para produtores que requeiram

Seleção

Grand Grand Parent Stock

Multiplicação

Grand Parent Stock (AxB; CxD)

Multiplicação

Parent Stock (ABxCD)

Produção

(29)

5

frangos com caracteres uniformes e excelente produtividade de carne (Avicol, 2014). A galinha reprodutora Ross 308 foi selecionada para produzir um elevado número de ovos com boa capacidade de incubação para otimizar o custo do pinto em simultâneo com o desempenho do frango (Aviagen, s.d.).

(30)
(31)

7

3

Maneio de aves reprodutoras

A criação dos reprodutores dos frangos de carne engloba duas fases distintas: o período de crescimento onde, em geral, os machos e as fêmeas são criados separadamente, e o período de produção onde as aves se juntam nos pavilhões de produção para dar início ao período reprodutivo. A separação durante o crescimento apresenta vantagens em termos de controlo do crescimento e da alimentação e permite uma melhor sincronização de machos e fêmeas antes de se juntarem nos pavilhões de produção para dar início à vida reprodutiva (Mourão, 2014)

As aves devem ser mantidas no pavilhão de crescimento até às 18 semanas, passando depois para os pavilhões de reprodução. Na prática, com frequência os reprodutores do tipo de carne são mudados para o pavilhão de produção por volta das 18 a 19 semanas de idade, no máximo às 20 semanas (Mourão, 2005 b).

3.1

Período de crescimento das aves reprodutoras

A fase de crescimento das aves reprodutoras tem como objetivo preparar os machos e fêmeas para a maturidade sexual (Aviagen, 2013 a). Para tal, machos e as fêmeas são criados separadamente desde o primeiro dia de idade até serem transferidos para os pavilhões de produção. No entanto, neste período de crescimento, os fundamentos do maneio são os mesmos para ambos os sexos, excetuando as diferenças de pesos corporais e os programas de alimentação (Aviagen, 2013 a).

3.1.1

Maneio geral das aves em crescimento

No período de cria, que corresponde às primeiras semanas de vida das aves, procura-se assegurar o bom desenvolvimento inicial do pinto e a uniformidade do peso corporal. Os pintos devem ter acesso adequado à luz, calor, alimento e água (Garmon

et al., 2010).

Os comedouros devem ficar cheios de alimento durante os primeiros 7 a 10 dias para promover a ingestão. Tanto os comedouros dos pavilhões, como comedouros adicionais, colocados para incentivar a alimentação dos pintos, devem estar colocados dentro da zona de conforto da fonte de calor. Pode ser também utilizado papel, onde o alimento é colocado diretamente, para estimular a ingestão dos animais.

É, igualmente importante fornecer água limpa, fresca e prontamente disponível. O consumo inadequado de água pode levar à desidratação e provocar a mortalidade, assim como problemas com a uniformidade.

(32)

8

Uma temperatura ótima é essencial para o desenvolvimento do apetite e da saúde dos pintos. Como a ave não regula eficazmente a sua temperatura até aos 12 a 14 dias de idade, é fundamental fornecer aos animais uma temperatura ambiente adequada e que sejam feitos os ajustes necessários de acordo com o comportamento observado (Aviagen, 2013 a). O calor pode ser proporcionado por fontes variadas (campânulas, aquecedores radiantes, aquecedores de ar forçado ou aquecedores tubulares radiantes). A Tabela 3-1e a Figura 3-1mostram as temperaturas adequadas quando se utiliza o sistema convencional de campânulas e os espaços do pavilhão correspondentes às mesmas.

Tabela 3-1 – Temperatura ideal utilizando o sistema convencional de campânulas num pavilhão de crescimento (Aviagen,2008).

Sistema convencional (Campânulas) Idade (dias) Temperatura (ºC) A B C 1 30 27 25 3 29 26 24 6 28 25 23 9 27 25 23 12 26 25 22 15 25 24 22 18 24 24 22 21 23 23 22 24 22 22 21 27 21 21 21

Figura 3-1 – Zonas correspondestes à temperatura ideal num pavilhão de crescimento (Aviagen, 2008).

(33)

9

A distribuição adequada de luz durante o período de cria é fundamental para assegurar que os pintos possam comer e beber. O objetivo é estimular o apetite e a atividade o mais cedo possível (Garmon et al., 2010).

Em geral, os machos seguem o mesmo programa de luz que as fêmeas. As aves devem ser criadas sob um fotoperíodo constante de 8 a 9 horas até às 20 a 21 semanas de idade (Infiesta, 2003). Em alternativa, Winchell (2005) recomenda que nos primeiros 4 dias as aves devem receber 23 horas de luz diária com uma intensidade de 20 lux. A fase de crescimento é dividida em dois períodos: entre o 4º dia e a 3ª semana de idade os animais devem receber 15 horas de luz diária com intensidade de 5 lux; a partir da 3ª semana de idade até à 19ª é aconselhável uma redução do fotoperíodo para 11 horas diárias, com a mesma intensidade de 5 lux (Winchell, 2005).

No período entre as 15 semanas de idade até ao momento da foto-estimulação o objetivo é aumentar a uniformidade das aves para o início da maturidade sexual do bando e prepará-las para as exigências fisiológicas da etapa inicial da reprodução. Os aumentos de peso corporal adequados durante este período garantem uma transição suave e uniforme nas fêmeas para a maturidade sexual e produção de ovos e, nos machos, reforçará uma condição física ótima e uniforme, bem como sua fertilidade (Aviagen, 2013 a). O objetivo é manter um bando uniforme de aves que se encontrem dentro dos objetivos de peso corporal, de maneira que a transição para a maturidade sexual ocorra uniformemente e na idade desejada, como já foi referindo anteriormente. (Aviagen, 2013 a)

Como já foi igualmente referido, é uma prática comum transferir as aves do pavilhão de recria para pavilhão de produção. Esta transferência não deve ser feita antes das 18 semanas nem depois das 23 semanas de idade (Aviagen, 2013 a). É também recomendável que os machos sejam transferidos antes das fêmeas para permitir que estes encontrem os comedouros e bebedouros (Aviagen, 2013 a). Os comedouros devem estar completamente cheios, de maneira que as aves tenham acesso imediato ao alimento ao chegarem ao pavilhão de produção.

3.1.2

Alimentação no período de crescimento

Na fase do crescimento, a alimentação dos machos e fêmeas deve ter como objetivo obter um crescimento adequado de modo a atingir a maturidade sexual a uma idade correta, com um peso corporal correto e bandos uniformes. A maturidade sexual deve ser atingida às 24 semanas de idade pesando os machos cerca de 3,2 kg e as fêmeas 2,4 kg. Uma vez que os reprodutores têm um elevado apetite e um grande

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10

potencial de crescimento, se forem alimentadas ad libitum adquirem pesos excessivos e atingem a maturidade sexual muito cedo. Isto origina, no período de reprodução fêmeas com menor persistência na postura, menor produção de ovos incubáveis e maior ingestão de alimento (Mourão, 2005 b).

Durante o período de crescimento devem ser atingidos os objetivos semanais definidos anteriormente para as aves reprodutoras em crescimento. O não cumprimento destes objetivos pode originar:

• Atraso no início da postura;

• Maior percentagem de ovos deformados; • Maior quantidade de ovos inférteis; • Aumento do choco;

• Perda de uniformidade de pesos corporais e maturidade sexual; • Menor pico de produção;

• Perda de sincronização sexual entre machos e fêmeas (Aviagen, 2013 a) Nos machos, o excesso de peso leva a menores produções de sémen e consequentemente diminui a taxa de fertilidade. Assim, é essencial controlar a ingestão de alimento nesta fase de crescimento (Mourão, 2005 b).

Em relação aos machos, considerando que são responsáveis por 50% da fertilidade do bando, e, consequentemente pela produção de pintos, as práticas de maneio devem receber a mesma, ou mais, atenção que é dada às fêmeas. O maneio dos machos, focado no controlo do desenvolvimento, peso corporal e alimentação, produzirá machos de boa qualidade suficientes para manter a fertilidade e a eclodibilidade durante toda a vida reprodutiva do bando (Garmon et al., 2010).

Uma vez que os machos têm maior potencial de crescimento que as fêmeas, e que as consequências negativas de uma engorda excessiva são também mais acentuadas nos machos, estes devem ser criados com programas de alimentação específicos (Mourão, 2005 b).

3.2

Período de reprodução das aves reprodutoras

As aves reprodutoras são transferidas para o pavilhão de produção por volta das 18 a 19 semanas de idade e atingem, em regra, a maturidade sexual às 24 semanas de idade (Mourão, 2005 b).

Os principais fatores que determinam uma boa relação entre machos e fêmeas são o número de machos em relação às fêmeas, a diferença de pesos e o tempo de maturação sexual entre uns e outros (Infiesta, 2003). Assim sendo, a fase imediatamente antes da maturidade sexual ser atingida, (4 semanas antes) é de

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11

grande importância para minimizar os fatores que provocam a variação do início da maturidade sexual do bando e preparar as aves para as exigências fisiológicas da etapa inicial da reprodução (Aviagen, 2013 a). É essencial assegurar a sincronização sexual correta entre machos e fêmeas, que é em grande parte influenciada pela diferença de peso corporal entre os sexos. Um bando devidamente sincronizado terá galinhas com uma elevada recetividade aos machos e alta eficiência de acasalamento (Cobb-Vantress, 2013).

A produção de pintos do dia por um núcleo de reprodutores é determinada pelas características das estirpes e também por factores como o maneio das aves, doenças, alimentação e controlo do meio ambiente, que acabam por ter mais influência nos resultados produtivos do que a estirpe com que se trabalha.

3.2.1

Condições ambientais

Para as aves reprodutoras expressarem o seu potencial genético é necessário que tenham as melhores condições ambientais (Leeson & Summer, 2009). É assim importante dar atenção aos fatores ambientais do pavilhão de produção. Seguidamente são enumeradas e descritas as principais características dos fatores ambientais a ter em conta no maneiro das aves reprodutoras.

Pavilhão

Os pavilhões devem proporcionar as condições ideais de conforto e bem-estar às aves para que, deste modo, possam maximizar a sua produção. Com exceção dos reprodutores utilizados na inseminação artificial, que são alojados em jaulas, os reprodutores devem ser sempre alojados no chão, em pavilhões com cama ou cama e ripado (Mourão, 2005 b).

Ninhos

Os ninhos têm um papel muito importante no processo de produção de pintos na medida em que os ovos limpos mantêm um potencial maior de eclodibilidade do que os sujos ou contaminados (Aviagen, 2008). Os ninhos para as galinhas reprodutoras podem ser construídos em diversos materiais, sendo a madeira mais cómoda mas mais difícil de lavar e desinfetar. Os ninhos podem ser individuais ou coletivos com diversas dimensões e com recolha automática ou manual dos ovos, no entanto, os ninhos individuais são mais recomendados, sobretudo com as reprodutoras pesadas (Mourão, 2005 b).

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Figura 3-2 – Exemplo de ninhos colectivos (Bigdutchman, s.d.)

Os ninhos com recolha automática dos ovos possuem o chão revestido por um tapete em material lavável e desinfetável, capaz de amortecer a queda dos ovos. O chão está inclinado para o lado onde se encontra uma cinta de transporte dos ovos, de modo a permitir que os ovos rolem lentamente para esta. A cinta de transporte dos ovos deve ser perfurada, de forma a deixar cair o material estranho que possa acompanhar os ovos, e deve ser limpa regularmente (Mourão, 2005 b). Na Figura 3-2 e Figura 3-3 estão representados exemplos de ninhos colectivos e o interior de um ninho automático, respetivamente.

Figura 3-3 – Interior de um ninho automático. (Automation, s.d.)

O ninho é um fator de prevenção da postura de ovos no chão. Para isto o ninho deve ser um local confortável, seguro e de fácil acesso para a galinha realizar a postura (Oliveira et al., 2010). Devem também ser em número adequado. No pavilhão dos reprodutores deve existir um ninho individual por cada 4 galinhas reprodutoras.

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Com um menor número de ninhos aumenta a postura de ovos no chão e há mais galinhas que entram em choco (Mourão, 2005 b). No caso de ninhos coletivos, a recomendação é de 120 galinhas/m2 (ISA, s.d.). Demasiada concorrência pelos ninhos pode fazer com que galinhas submissas aprendam a usar ninhos alternativos ou a atrasar a postura do ovo para além do período crítico para o comportamento de pré- postura. Em ambos os casos, aumenta a postura de ovos no chão, pois são impedidas de entrar nos ninhos pelas galinhas dominantes (Webster, 2007).

Na produção de ovos para incubação procuram-se práticas para concentrar a postura nos ninhos e evitar a postura na cama e, consequentemente, a presença de ovos sujos (Oliveira et al., 2010). O maneio dos ninhos na pré-postura e um maior número de recolhas diárias contribuem para a obtenção de ovos mais limpos e com menor nível de contaminação (Avila, 2001 citado por Oliveira et al., 2010).

O material do ninho, que se encontra à temperatura ambiente (22 a 24ºC), inferior à do ovo (42ºC), é a primeira superfície com que o ovo recém-posto contata após a postura. Estas diferenças de temperatura levam ao arrefecimento o ovo e a posterior contração do conteúdo favorece a penetração bacteriana. A limpeza e manutenção do ninho também são, assim, muito importantes (Sbanotto, 2007).

As condições em que se encontram as aves no aviário vão determinar o grau de higiene no ninho. Camas húmidas, ripado de pequeno espaço e pobre ventilação no aviário favorecem a ocorrência de contaminações que a galinha levará para o ninho e, consequentemente, o ovo posto limpo por uma galinha poderá ficar sujo pelas patas ou penas sujas de outra ave (Oliveira et al., 2010).

Um ninho confortável deve ser seco e limpo e sem entradas de ventos frios, não ser muito aquecido e deve também fornecer uma posição confortável para a ave sentar apoiada no próprio peito. Para a galinha se sentir segura no ninho, este deve ser um pouco profundo ou pode ter algum tipo de plástico a tapar parte da porta, para que ela possa se esconder e não deve ter muita luz. A cobertura deve ser escorregadia, para evitar que aves se sentem nela, assustando e evitando que outras aves entrem no ninho (Oliveira et al., 2010).

É crucial ter os ninhos no lugar e prontos, antes do início da produção. No entanto, as aves vão perder o interesse se ninhos forem abertos muito cedo. Assim, os ninhos devem ser abertos dois dias após ver o primeiro ovo (Sbanotto, 2007). Note-se que os hábitos de postura das galinhas são muito persistentes.

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14 Cama

A qualidade da cama pode influenciar diretamente a produtividade do bando. A cama de má qualidade, aliada a fatores como pH neutro, atividade da água e temperatura elevada, é um ambiente favorável para o desenvolvimento de bactérias. Quando os animais são criados numa cama de boa qualidade, estão menos suscetíveis a problemas sanitários (Duarte, 2009).

Existem vários fatores importantes para um maneio adequado da cama, tais como uma boa ventilação no interior do pavilhão, uma intensidade luminosa uniforme para estimular a distribuição das aves e o maneio da água. É essencial que a cama se mantenha em bom estado, para que as patas e as penas das galinhas se mantenham secas e limpas e assim não arrastarem para dentro do ninho materiais que iriam sujar os ovos (Mourão, 2005 b).

A composição da cama pode sofrer alterações de acordo com o material utilizado, época do ano, idade das aves, dieta fornecida, maneio e densidade animal (Duarte, 2009).

A capacidade de absorção de humidade das camas é muito importante mas também existem outras características relevantes, como a qualidade sanitária do material da cama. É fundamental realizar um tratamento de manutenção da cama durante todo o ciclo produtivo, com o objetivo de controlar a flora microbiana produzida durante toda a produção (Somolinos & Lopes, 2013).

Alguns dos problemas diretamente ligados à má qualidade da cama são dermatites, lesões nas patas e calos no peito (Duarte, 2009) e dermatites das almofadas plantares (Smith, 2013).O contacto prolongado das lesões podais com o material fecal e a grande quantidade de humidade na cama são provavelmente os principais fatores de desenvolvimento de dermatites das almofadas plantares. Otimizar a qualidade da cama é, portanto, fundamental para melhorar este tipo de dermatite de contacto e o bem-estar animal em geral (Smith, 2013).

Programas de luz

O índice produção recomendado para as galinhas reprodutoras de carne é de 5% às 25 semanas de idade. Para que isto ocorra, a foto-estimulação não deve ocorrer antes das 21 semanas de idade. No entanto, a idade para se aumentar o fotoperíodo curto (8 horas) para fotoperíodo longo (≥11horas) depende do peso e da uniformidade dos animais (Aviagen, 2013 a).

A atividade sexual dos machos reprodutores é afetada pela intensidade e comprimento de onda da luz e pela variação do fotoperíodo (Mourão, 2005 b). Se os machos forem recriados seguindo o programa de luz e o perfil de peso corporal

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recomendados, não precisam de aumentos de fotoperíodo antes das fêmeas (Aviagen, 2013 a). Quanto maior for a precocidade do desenvolvimento testicular induzida pelo fotoperíodo menor será o peso dos testículos no fim do período de crescimento (maturidade sexual). Por este motivo, os machos pesados não devem ser foto-estimulados antes das 18 semanas de idade (Mourão, 2005 b).

A duração e a intensidade da luz durante o período de produção não devem diminuir (Mourão, 2005 b). A resposta reprodutiva das aves é maximizada com um fotoperíodo de 13 a 14 horas na etapa de postura. Isto atrasará o início da foto-refratividade adulta e irá minimizar a incidência de ovos no chão ao assegurar que a maioria dos ovos são postos depois das luzes acenderem (Aviagen, 2013 a). Durante a postura não se observam vantagens em exceder as 13 a 14 horas de luz por dia. Fornecer mais de 14 horas de luz irá adiantar o início da foto-refração e irá resultar em taxas de produção mais baixas até ao final do ciclo (Aviagen, 2013 a).

Pelo contrário, Winchell (2005) recomenda que na fase de produção o fotoperíodo deve aumentar de 11 horas diárias para 17 horas diárias, aumentando meia hora por dia até chegar ao objetivo pretendido. A intensidade da luz nesta fase deve ser de 50-60 lux.

Segundo o manual de maneio de matrizes Ross, a intensidade de luz recomendada no pavilhão de produção é de 30 a 60 lux. Esta intensidade é recomendada para fomentar o uso dos ninhos e maximizar a produção de ovos incubáveis, minimizando o número de ovos postos no chão (Aviagen, 2013 a).

Temperatura

O desempenho dos reprodutores será otimizado com temperatura ambiente entre os 22 e os 24ºC e, para além das mudanças na produção de ovos, há ainda um incentivo em otimizar a eficiência alimentar ao manter esta temperatura ideal (Leeson & Summer, 2009). Em termos práticos, as temperaturas baixas vão provocar um pior índice de conversão alimentar, um aumento da mortalidade e aumento da incidência dos problemas respiratórios. Com a subida da temperatura, a galinha aumenta o consumo de água para compensar as perdas de água através do aparelho respiratório e procura também reduzir a produção de calor através da diminuição da sua atividade física e da redução da ingestão de alimento. Esta redução da ingestão poderá ter efeitos negativos no crescimento, na produção de ovos e no índice de conversão alimentar (Mourão, 2005 a).

A partir de temperaturas ambiente superiores a 30ºC, a ave tem dificuldades em se libertar do calor produzido pelo seu metabolismo, pelo que há um aumento da temperatura corporal que provoca um acréscimo exponencial no metabolismo dando

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origem a mais produção de calor. As temperaturas elevadas, para além dos efeitos negativos diretos que têm na eficiência alimentar, afetam negativamente a produção e tamanho dos ovos, reduzem a fertilidade do bando de reprodutores e aumentam os problemas patológicos e a mortalidade, especialmente quando há uma carga animal excessiva no pavilhão. As mudanças bruscas de temperatura agravam estes problemas (Mourão, 2005 a).

No que diz respeito ao galo, a espermatogénese é máxima quando a temperatura ambiente é inferior a 25ºC. Com temperaturas superiores a 25ºC a atividade sexual e a produção de espermatozóides diminuem, sendo a diminuição mais acentuada a partir dos 30ºC. Os efeitos negativos são mais acentuados quando a temperatura se eleva rapidamente e se mantêm assim por períodos prolongados (Mourão, 2005 b). Um choque térmico de 3 dias pode afetar a produção espermática durante cerca de uma semana e um choque mais prolongado pode afetar a espermatogénese durante várias semanas (Mourão, 2005 b).

Enquanto a maioria das discussões sobre controlo ambiental se foca na temperatura, é necessário relembrar que a humidade relativa que prevalece é muitas vezes o fator que causa mais stress às aves. Altas temperaturas e baixa humidade relativa (ex: 32ºC, 40% HR) são aceitavelmente toleradas pelas aves, enquanto que elevada temperatura e elevada humidade (ex: 32ºC, 90% HR) são problemáticas (Leeson & Summer, 2009). A Figura 3-4 ilustra a resposta generalizada das aves a mudanças de temperatura e humidade.

Figura 3-4- Resposta das aves a mudanças de temperatura e humidade (generalizado) (Leeson & Summer, 2009).

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17 Ventilação

A correta ventilação representa um requisito essencial para se obter um bom ambiente numa exploração avícola, na medida em que serve para otimizar o conforto das aves no pavilhão, para que se atinja o melhor rendimento biológico e se mantenha a saúde e o bem-estar do bando (Aviagen, 2013 a)

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O objetivo de uma ventilação correta consiste em fornecer o oxigénio necessário às aves e retirar do interior do pavilhão os excessos de dióxido de carbono, de gases tóxicos, de poeiras e de microrganismos suspensos na atmosfera, bem como o calor produzido em excesso (Mourão, 2005 a).

O sistema de ventilação ajuda também a controlar a temperatura e a humidade relativa (Aviagen, 2013 a). A ventilação recomendada é 4m3/hora/kg (ISA, s.d.)

3.2.2

Alimentação das aves

O fator que mais influencia a obtenção de bons resultados de fertilidade é a utilização da alimentação separada por sexos, o que implica que os machos não devem ter acesso ao alimento das fêmeas e vice-versa (Cobb-Vantress, 2013). Uma vez que as aves, embora criadas separadamente, são alimentadas pelo mesmo tipo de comedouro (grelha), é recomendável que os machos sejam transferidos para os pavilhões de produção uns dias antes das fêmeas para que se possam familiarizar com os comedouros que lhes são destinados (pratos), que são diferentes dos comedouros dos pavilhões de crescimento a que estavam habituados (grelhas) (Moreno, 2003 b).

O desafio da alimentação de aves reprodutoras está relacionado com a moderação do seu potencial de crescimento, de modo a conseguir um desempenho reprodutivo adequado. Como já foi referido, há uma correlação negativa entre a taxa de crescimento e de reprodução, o que significa que não se deve permitir que, tanto os galos como as galinhas, exibam o seu potencial de crescimento. Os programas de alimentação implicam formulações de dietas apropriadas e uma restrição alimentar que visa controlar a taxa de crescimento (Leeson & Summer, 2009).

A alimentação dos galos nos períodos de crescimento e de reprodução influencia a sua capacidade reprodutiva, sobretudo quando pertencem ao tipo cárnico. Estes machos, quando alimentados ad libitum, ficam rapidamente inaptos para a reprodução devido a um peso corporal excessivo e a uma diminuição acentuada da produção espermática. Torna-se, assim, essencial restringir qualitativa e/ou quantitativamente a alimentação dos galos no período de crescimento (Mourão, 2005 b).

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A obtenção de pintos de maior qualidade com altos parâmetros de produtividade depende de muitos fatores, incluindo uma gestão adequada da alimentação das aves com nutrientes essenciais. Assim, a dieta dos reprodutores deve ser adequada, tanto em qualidade como em quantidade, de modo a atender aos níveis recomendados estabelecidos nas normas de alimentação (Moyle et al., 2012).

Para maximizar o número de ovos por reprodutora, melhorando o nível de incubabilidade e a qualidade do pinto do dia, os reprodutores devem estar um estado nutricional ótimo para que os nutrientes cheguem ao embrião da forma mais eficiente possível. Efetivamente, altas concentrações de nutrientes essenciais estão relacionadas com uma melhoria da incubabilidade, a sobrevivência, os resultados produtivos e a saúde dos frangos (Hernández et al., 2010). Torna-se assim importante impedir que as fêmeas se alimentem a partir do comedouro dos machos. Manter o comedouro a uma altura que faça com que os machos se estendam ligeiramente para comer, evita que as fêmeas o alcancem (Cobb-Vantress, 2013).

A composição do alimento e a frequência de alimentação podem ter um efeito negativo e absoluto na fertilidade e, tanto a sub como a sobrealimentação podem conduzir a uma perda de produção de sémen. Para evitar ganhos de peso e perdas de fertilidade dos machos e otimizar a produção de sémen, os galos devem ser alimentados com recurso a dietas com um nível de proteína inferior ao das dietas das galinhas durante o período de reprodução (Leeson & Summer, 2009). Os alimentos dos machos devem possuir teores mais baixos em proteína e em cálcio (11% contra 16%) e em cálcio (1% contra 4%), uma vez que o elevado teor em cálcio dos alimentos das fêmeas prejudica a fertilidade dos machos (Mourão, 2005 b).

Figura 3-5 – Comedouros em grelha para fêmeas (A) e comedouros em prato para machos (B) (Aviagen, 2013 b).

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3.2.3

Relação macho:fêmea

Os principais factores que determinam uma boa relação entre machos e fêmeas são o número de machos em relação às fêmeas, a diferença de pesos e o tempo de maturação sexual entre uns e outros (Infiesta, 2003).

A influência da relação macho-fêmea nos índices de produção e incubação de ovos foi estabelecida e provada na teórica e na prática há muito tempo (Scripnic, s.d.). Para manter a fertilidade durante a postura, cada bando requer um número otimizado de machos sexualmente ativos em relação ao número de fêmeas. À medida que o bando envelhece e a produção de ovos diminui, são necessários menos machos para manter a fertilidade e, desse modo, os galos mais fracos podem ser progressivamente eliminados ao longo do período de produção (Aviagen, 2013 b).

A relação macho:fêmea deve ir diminuindo ao longo do período de produção, o guia de maneio da Aviagen (2013) recomenda uma relação de 8 a 9,5% de machos entre as 35 e as 40 semanas e 7,5 a 9,25% de machos das 40 às 50 semanas. Outros manuais recomendam 9% a 10% de machos (Cobb-Vantress, 2013) e no manual de maneio da Ross, citado por Barroeta et al., (s.d), recomenda que na 35ª semana de vida a relação macho:fêmea seja de 7,5 a 8%, na 40ª de 7 a 7,5% e da 45ª à 50ª semana de 6,5 a 7%.

O planeamento correto dos números necessários de machos e fêmeas assume grande importância. Numa relação maior que 10/100 a fertilidade pode ser adversamente afetada pela agressão e competição excessiva pelo acasalamento e pelo território (Hazary et al., 2001). Demasiados machos provocam lutas entre eles para determinar a hierarquia do bando, e ao mesmo tempo perturba as fêmeas. Como resultado do aparecimento destas lutas, as galinhas podem ficar em choque, o que faz com que evitem os machos e produzão ovos não fertilizados (Scripnic, s.d.).

Bandos com um número excessivo de machos vão apresentar reduções na fertilidade, eclodibilidade e no número de ovos. Com o acasalamento excessivo, há ainda uma maior perda de penas nas costas das fêmeas e, posteriormente, as galinhas são arranhadas na pele, o que faz com que depois se escondam dos machos debaixo dos equipamentos (Aviagen, 2013 b). Após este tipo de stress, as galinhas recusam o alimento e água, e o resultado é uma grande perda de água pelos seus corpos e ao mesmo tempo a queda da produção de ovos. Além disso, a utilização de um elevado número de machos mostrou que o efeito económico da produção foi muito baixo (Scripnic, s.d.).

Quanto melhor for a condição corporal, mais agressivos são os machos e, por esse motivo, menos galos serão necessários. Geralmente, com 7 a 9 galos por 100

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galinhas, obtêm-se bons resultados de fertilidade. Se a relação macho:fêmea for muito baixa, a frequência de acasalamento provavelmente será reduzida. Nessa situação podem ser adicionados galos de outros bandos. Uma relação inferior a 7/100 pode dar resultados adequados de fertilidade em bandos mais velhos, mas em algumas circunstâncias pode haver um número insuficiente de machos para acasalar com as fêmeas (Hazary et al., 2001).

3.2.4

Uniformidade do bando

Várias técnicas de alimentação, programas de luz e controlo de peso têm sido aperfeiçoadas nos últimos anos, mas, de todos os fatores que afetam o desempenho dos reprodutores, a uniformidade do bando é a mais importante. O maneio deve ser orientado para a preservação da uniformidade enquanto se alcança a ingestão de alimento e o controlo de peso necessário para um bom desempenho reprodutivo. As aves uniformes podem ser alimentadas adequadamente e foto-estimuladas com maior efeito, o que resulta numa ótima produção e persistência. A uniformidade começa no primeiro dia e continua ao longo da vida do bando (Cobb-Vantress, s.d.).

A uniformidade de um bando avalia-se pela percentagem de aves cujo peso se encontra dentro de ±10% do peso corporal médio. O objetivo do produtor é ter uma uniformidade superior a 80% (Moreno, 2003 a).

Geralmente, todas as aves num bando são sujeitas a um mesmo maneio. Isto significa que a todas as aves é atribuída a mesma quantidade de alimento e que todas as aves são submetidas à mesma intensidade de luz e, à mesma idade destas, a foto-estimulação. Quanto mais uniforme for o bando, maior é a probabilidade deste estar sujeito a um óptimo maneio, isto é, quanto mais variável for o peso dos animais, mais variável será a sua condição reprodutiva e as suas exigências nutricionais individuais (Robinson et al., 2003).

3.2.5

Spiking

Há dois pontos cruciais no que diz respeito à fertilidade do bando: o período inicial e a segunda metade do ciclo produtivo, onde podemos observar uma queda da fertilidade depois de 45 semanas. A razão desta descida da fertilidade está parcialmente relacionada com uma má qualidade do sémen, mas principalmente, deve-se a uma menor atividade reprodutiva dos machos.

Ainda que existam diferenças entre estirpes e sistemas de maneio, é fundamental manter um nível alto de incubabilidade na segunda metade do período de

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produção do bando. Uma das soluções para resolver os problemas da fertilidade no final do ciclo do bando consiste em introduzir no pavilhão machos jovens a meio do período de produção. Esta técnica, designada por spiking, tem como objetivo melhorar a fertilidade do bando. O spiking deve realizar-se entre a 35ª e a 50ª semana de idade. Depois da 40ª semana de idade, é necessário adicionar galos jovens ao bando (spiking com 2%), para sustentar a elevada fertilidade. Se os galos mais velhos estiverem em boa condição física, a frequência de acasalamento dos mesmos vai aumentar durante 4 a 5 semanas após o spiking. Os galos jovens vão ter uma elevada frequência de acasalamento mas uma baixa eficiência de acasalamento nas primeiras 1 a 2 semanas após o spiking. No entanto, se os galos novos se adaptarem ao pavilhão (se o comedouro não estiver muito alto, e tamanho corporal for o suficiente para competirem com os outros galos, e se estiverem maduros às 26 a 28 semanas de idade), a sua frequência de acasalamento será superior à dos galos mais velhos. Deste modo, a frequência de acasalamento e fertilidade global do bando aumentam (Kolanczyk & Meijerhof, 2013).

Existem vários erros que podem ser cometidos num programa de spiking. Os mais críticos consistem em ignorar o estado de saúde dos novos galos, usar machos com má condição física ou imaturos e adicionar novos galos numa situação em que a proporção sexual é elevada. A morte dos galos novos por anorexia devido à altura demasiado elevado do comedouro é outro erro comum quando se realiza o spiking (Wilson, 2002). Em contrapartida, antes do repovoamento, deve ser verificada a condição dos machos existentes no bando e eliminar os improdutivos. A proporção de machos deve aumentar pelo menos 20 %, mas nunca deve exceder a razão de 10 galos para 100 galinhas (Aviagen, 2011 a).

Gerido de forma eficaz, o repovoamento pode ajudar a melhorar a fertilidade dos machos durante as últimas semanas do ciclo produtivo. A introdução de uma série de novos galos, em geral jovens, altera a hierarquia social da população e isso melhora a atividade sexual dos galos, por isso pode aumentar a fertilidade global e a produção do bando (Aviagen, 2011 a).

Infiesta (2003) realizou um estudo na Universidade de Georgia e, assim como em diversos estudos de campo realizados posteriormente, pôde comprovar que a adição de machos jovens cria, sobretudo, um tremendo estimulo na atividade sexual dos machos velhos que, definitivamente, são os que realizam maior parte da atividade sexual durante as primeiras 5-6 semanas após a introdução dos mais novos. Após este período, os machos jovens começam a assumir o controlo, dado que a sua capacidade espermática é maior, têm maior interesse pelo acasalamento e como têm melhor forma física, prologam a persistência da fertilidade.

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Produtores dos Estados Unidos fizeram um estudo em relação à sua forma de fazer spiking e a correlação com os nascimentos obtidos. Os dados confirmaram que os bandos com melhores percentagens de nascimentos foram aqueles em que se fez spiking apenas uma vez (Infiesta, 2003).

Na opinião de Infiesta (2003), a pesquisa indica que a maioria dos melhores bandos teve um programa em que o spiking se fazia como medida preventiva, antes que a fertilidade começasse a cair. Nos bandos com piores percentagens de nascimentos o spiking não teve praticamente resultados positivos, mesmo quando este se realizou várias vezes durante a vida do bando para tentar corrigir o problema de fertilidade.

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4

Parâmetros de bem-estar e indicadores de

atividade sexual nos galos reprodutores

No que concerne aos parâmetros de bem-estar e indicadores de atividade sexual nos galos, existem alguns aspetos físicos nos animais que o produtor deve controlar para ter uma noção do bem-estar e do maneio em geral do bando (Aviagen, 2013 b). As figuras 4-1, 4-2, 4-3 e 4-4 mostram o que o produtor deve e não deve encontrar no seu bando de reprodutores.

A saúde das patas e das pernas é essencial aos machos reprodutores, para que consigam acasalar com as fêmeas sem dificuldade. As pernas e os dedos das patas devem ser direitos e a planta do pé deve estar limpa e livre de lesões (Figura 4-1) (Aviagen, 2011 b).

Figura 4-1 – Exemplo de patas do macho pretendido (A) e a evitar (B) (Aviagen, 2011 b). Os machos devem ter cristas, barbelas e a área ao redor dos olhos com uma cor vermelha intensa e uniforme. Geralmente, este aspeto das é sinónimo de saúde dos galos, no entanto, há outras vantagens teoricamente associadas a este parâmetro. Uma crista erguida e bem desenvolvida e com uma cor vermelha intensa é u m chamariz para as fêmeas, que parecem ser mais recetivas aos machos com cristas de maior tamanho. A vascularização e o desenvolvimento das cristas e barbelas são dependentes do nível de produção de testosterona, sendo que os galos com cristas maiores produzem uma maior quantidade desta hormona, o que por sua vez indica um maior desenvolvimento testicular e maior libido (Infiesta, 2003).Os machos que apresentem uma cor vermelha mais pálida são machos com fraca atividade reprodutiva e devem ser eliminados. Os bicos devem ter também uma forma uniforme (Figura 4-2).

(48)

24

Figura 4-2 – Exemplo da cabeça do macho pretendido (A) e a evitar (B) (Aviagen, 2011 b).

Os machos ativos que acasalam com frequência apresentam normalmente uma emplumação de pior qualidade na parte do abdómen, coxas e sobretudo na cauda (Infiesta, 2003).

Figura 4-3 – Exemplo de emplumação do macho pretendido (A) e a evitar (B). (Aviagen, 2011 b)

A cor da cloaca é usada com um indicador do grau da atividade sexual dos galos, sendo uma cloaca vermelha um bom indicador. Cloacas grandes e húmidas e com algum desgaste de penas ao redor são também características de galos em boa atividade reprodutiva (Aviagen, 2013 b).

Figura 4-4 – Exemplo da cloaca do macho pretendido (A) e a evitar (B) (Aviagen, 2011 b).

A

B

A

B

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25

5

Maneio dos ovos incubáveis

Um dos aspetos com maior importância para otimizar a quantidade e a qualidade dos pintos recém-nascidos está relacionado com o maneio do ovo para incubar (Llobet, 2003 b).

Para que os ovos a incubar mantenham a sua fertilidade e originem uma elevada quantidade de pintos após a eclosão, as condições ambientais existentes no aviário e as práticas de maneio nele adotadas devem ser as melhores. Estes ovos devem manter-se limpos e com a casca intacta, sem qualquer fenda e devem ser armazenados a menos de 20ºC (Mourão, 2005 b).

5.1

Recolha dos ovos

Os ovos devem ser recolhidos pelo menos 4 vezes por dia, podendo chegar a 5 vezes no pico de postura. Como a maior parte dos ovos é posta durante a manhã, é aconselhável fazer pelo menos duas recolhas nesta parte do dia (Llobet, 2003 b). Tatum Farms (1984), citado por Llobet (2013), recomenda que a 1ª recolha seja feita às 8.30h, a 2ª recolha às 11.00h, a 3ª às 14.00h e por fim, a 4ª recolha deve ser feita por volta das 16.30h.

A colocação dos ovos nos tabuleiros deve ser feita de modo a que a pólo mais larga do ovo fique virada para cima. O facto de a câmara-de-ar estar numa posição superior ajuda a melhorar a incubabilidade ao evitar um mau posicionamento do embrião (Llobet, 2003 b).

Nem todos os ovos postos pelas galinhas são adequados para incubação. São rejeitados ovos:

 Partidos

 Casca defeituosa  Sujos

 Com dupla gema

 Pequenos (<52g) - associados a uma mortalidade elevada dos embriões durante o período de incubação, a aberrações cromossómicas e à produção de pintos pequenos pouco vigorosos (Mourão, 2005 b).

(50)

26

5.2

Ovos do chão

Um dos principais problemas de um aviário de reprodutores é a postura de ovos no chão. Estes ovos contaminam-se mais rapidamente que os postos no ninho porque o chão está mais sujo e porque os ovos postos no chão arrefecem mais rapidamente (em geral a temperatura ambiente no chão é inferior à do ninho), provocando assim uma maior aspiração de microrganismos que se encontram na sua casca (Mourão, 2005 b).

Os produtores querem ovos limpos para as incubadoras, livres de bactérias, e sem humidade. Na maioria dos casos, os ovos postos no ninho têm mais hipóteses de chegar à incubadora limpos e livres de contaminação excessiva. Se não houver postura no chão não é necessário tanto trabalho para apanhar os ovos do chão e são produzidos mais ovos limpos para incubação. Os ovos do ninho, como já foi referido, têm menos contaminação à superfície, ou seja, têm uma incubabilidade superior e produzem pintos saudáveis (Sbanotto, 2007). Para os produtores de frango de carne, o resultado são pintos mais saudáveis e mais fortes entregues na sua exploração. Para a empresa de produção, ovos postos no ninho significam o aumento do retorno devido a uma maior produção de pintos viáveis (Sbanotto, 2007)

Em termos de objetivos, seria desejável não haver mais de 2-3%, mas em certos pavilhões pode verificar-se 20 a 30% de postura no chão. Isto faz com que cheguem às incubadoras mais ovos sujos do que é aconselhável, prejudicando tanto o nascimento como a qualidade do pinto do dia (Moreno, 2003 b). Não é, no entanto, possível resolver este problema apenas com a recolha dos ovos, sendo também necessárias mudanças no maneio.

Hulzebosch (2006) citado por Oliveira et al., (2010) realizou um teste de campo, com 62 explorações avícolas com reprodutoras de frango de carne. A menor percentagem de ovos postos no chão encontrado foi 0,1% e o maior foi 18%. Isso indica que é possível ter uma larga variação, mas também mostra que é possível alcançar uma postura de ovos no chão quase nula.

Depois da transferência, tanto a percentagem de machos como o seu estado de desenvolvimento, pode influenciar negativamente a postura no solo. Quando há uma percentagem elevada de machos, as galinhas tendem a mover-se pouco e a fazer grupos, aumentando então a postura no chão. Se os machos estão menos desenvolvidos que as fêmeas, estas tendem a ocupar a área onde estão os machos (em redor dos comedouros dos mesmos) e aumentam a postura no chão onde encontram mais alimento (Moreno, 2003 b).

Imagem

Tabela 3-1 – Temperatura ideal utilizando o sistema convencional de campânulas num pavilhão  de crescimento (Aviagen,2008)
Figura 3-2 – Exemplo de ninhos colectivos (Bigdutchman, s.d.)
Tabela  6-1-  Objetivos  máximos  de  perdas  de  incubabilidade  ao  realizar  um  controlo  de  qualidade  de  rotina  dos  ovos  analisados  (%  sobre  o  numero  total  de  ovos  postos  a  incubar)
Figura 8-3 – Ninhos coletivos. (Fonte própria).
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Referências

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