SHEILA FANTIN
BURATTI
PREVALÊNCIA DE
SINTOMAS
DEPRESSIVOS E
ANsIosos
EM
PACIENTES
CoM
CÂNCER
INTERNADOS
NO
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
-UFSC
Trabalho
apresentado àUniversidade
Federal
de Santa
Catarina,para
a conclusaodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.
Florianópolis
Universidade
Federalde Santa Catarina
2004
E /EEE
E
E
EE
EE
EEE
EEE
E
E
ii
E
EE
'-1 0375043
SHEILA
FANTIN
BURATTI
PREVALÊNCIA DE SINTOMAS
DEPRESSIVOS
E
ANSIOSOS
EM
PACIENTES
COM
CÂNCER
INTERNADOS
NO
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
-UFSC
Trabalho
apresentado àUniversidade
Federal
de Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de`Graduação
em
Medicina.
Presidente
do
Colegiado:
Prof.
Dr.
Edson
José
Cardoso
Professora Orientadora:
Profa.
Dra.
Letícia
Maria
Furlanetto
Florianópolis
Universidade
Federalde Santa Catarina
2004
111
(Dedico
a
(Deus
eaos
amigos
Luciana
ejaime
pela
incansáfveí
dísponiôifiíade
na
realização deste traõafño.
AGRADECIMENTOS
Aos
meus
pais, Antenor da Silva Buratti e Rosimari Buratti que nuncamediram
esforços parame
apoiarem
todos osmomentos
da minha
vida.O
incentivo que deles recebi foi a força paraenfrentar as dificuldades ao longo de toda
minha
vida acadêmica.A
minha irmãSamantha
Fantin Buratti,uma
companheira de todas as horas, semprecom uma
palavra amiga e carinhosa para
me
confortar.Sem
nunca perder seu jeitomeigo
e delicado deme
escutar eme
animar.A
Professora Letícia Maria Furnaletto, pela imensa dedicação e preocupação que tevecomigo.
Sua
sabedoria na capacidade de ensinarme
fez entender o grande valor de serProfessor.
Um
grandeexemplo
de educadora, de medica e principalmente de vida.A
convivência que tivemos ficará
marcada
por toda aminha
vida.Ao
meu
maridoLeonardo
Tadeu
deAlmeida
Oliveira peloamor
que recebimesmo
nosmomentos
em
que
não consegui ser presente e por ter suportado a distância que nos separava.Obrigada,
meu
amor.Aos meus
amigos,em
especial, Luigi Favero,André
Giacomelli Leal e FabriciaEger
pelasincera amizade que muitas vezes
me
fez continuar a caminharmesmo
quando
não tinha maisânimo.l\/Iais que amigos são
minha
família.A
todos os pacientes e seus familiares,que
mesmo
no
momento
de sofrimentoprovocado
pela doença aceitaram a colaborarcom
este trabalho.E
principalmente aDeus
pornunca
terme
deixado desanimar e porme
dar essa grande benção de ser médica.RESUMO
Objetivo: Descrever a freqüência de sintomas depressivos e ansiosos
em
pacientescom
câncer intemados no Hospital Universitario da Universidade Federal de Santa Catarina.Método:
Trata-se deum
estudo observacional transversal.De
207
individuoscom
câncer internados nos leitos da Hematologia e na Clinica Cirúrgica, foram entrevistados42
pacientese 165 preencheram os critérios de exclusão.
Dados
sociodemográficos e clínicos foramcolhidos através de entrevista e
do
prontuário médico.Como
instmmento de rastreamento,utilizou-se a escala de medida de ansiedade e depressão
(HADS). Foram
consideradoscomo
possiveis casos de depressão e ansiedade aqueles pacientes que obtiveram escores de 8-10 e
como
prováveis aquelescom
escores acima de 11 nas subescalas que avaliam ansiedade edepressão separadamente.
Resultados:
A
amostra(N
=
42) foicomposta
por pacientescom
câncer,homens
(57_,1%), casados (64,3%) ecom
renda familiar de até 2 salários mínimos (83,4%).A
média
de idadei
desvio padrão(DP)
foi de 56Í
13,09 anos e amedia
de escolaridadeÍ
DP
foi de 4Í
3,70anos.
Na HADS,
53%
dos pacientes obtiveram escores acimado
normal para ansiedadeou
para depressao. p
Conclusão:
A
prevalência de sintomas depressivos e ansiososem
pacientescom
câncer foi de53%
de acordocom
aHADS.
O
conhecimento da freqüência destes sintomas no nossomeio
é importante para alertar quanto â necessidade de diagnóstico precoce e tratamentoadequado
permitindo, assim,uma
melhoria na qualidade de vida ebem
estar dos pacientescom
câncer.Palavras-chave: Prevalência; sintomas depressivos; sintomas ansiosos; câncer; hospitais
vi
SUMMARY
Objective:
To
describe the prevalence of depressivesymptoms
and anxietysymptoms
incancer inpatients at the University Hospital of Federal University of Santa Catarina
(HU-
UFSC)
Method:
In a transversal study,207
cancer inpatients at the hematology and surgical medicalwards of the
HU-UFSC
were
included and 165were
excluded. Socio-demographic andclinical data
were
collectedby
interview and by chart.The
patientswere
evaluated using theHospital Anxiety and Depression Scale
(HADS).
Itwas
used a cutoff threshold of 8-10 for possible cases and scores2
ll for probable cases in the subscales of anxiety and depression.Results:
The
samplewas
composed
by
42 patients with cancer,men
(57,1%), married (64,3%), with amean
age +/- Standard Deviation(SD)
=
56 +/- 13,09 years.The
majority hadup
to five years of schooling and family incomebetween
1 and 2minimum
salaries. In theHADS, 53%
scored>8
for anxiety or depressionConclusion:
The
prevalence of depressive and anxietysymptoms
was
53%
according to theHADS.
Information about the frequency of thesesymptoms
in our field is important to alertof importance
of
early diagnosis and proper treatment, to allow improved quality of life andwell being of cancer patients.
Key-words:
Prevalence; depressive symptoms; anxiety symptoms; cancer inpatients; generalAgradecimentos ... __
Resumo
... __Summary
... ._ 1 Introdução . . . _. 2 Objetivo ... . _ 3 Metodologia ... .. 3_lDesenho
... _. 3 .Z Local ... __ U) .3Amostra
... __ 3.4 Procedimentos ... ._ 3.5 Instrumento ... .. 3.6 Análise Estatística ... _. 3_7 Aspectos Éticos ... __ 4 Resultados ... ._SUMÁRIO
5 Discussão ... .. 6 Conclusão ... __ Referências Bibliográficas ... _.Normas
Adotadas
__________ _. Apêndice ... ._ f1
INTRODUÇÃO
Na
pratica clínica os pacientes freqüentemente apresentam sofrimento psíquicoassociado a doenças fisicas." Muitas vezes essa comorbidade não e detectada
porque
ejulgada
como uma
reaçãonormalz Por
outro lado, estatambém
pode
ser superestimadaquando
os sintomas fisicos são consideradoscomo
sendo causados pelo sofrimento psíquico. Por exemplo: perda de peso, anorexia, astenia e insõnialNos
pacientescom
doenças graves, o sofrimento psíquicopode
ser mais intenso.Nestes, a ansiedade e a depressão
podem
tomar proporções queexcedem
o esperado, levando aum
prejuizo na qualidade de vida.3Algumas
dessas doenças 'principalmente as neoplasias malignas são percebidas pelos pacientescomo
algo associado a muita dor, sofrimento eprognóstico
ruim* Devido
a essa percepçãocomum,
que muitas vezes não reflete a realidadeclínica, os pacientes
com
neoplasias malignaspodem
apresentar sintomas de ansiedade e dedepressão de
uma
forma intensa, chegando atomar
proporções graves quemerecem
um
acompanhamento
psiquiátrico. Esses sintomas são, muitas vezes, sinais principais detranstornos psiquiatricos.° Depressão e ansiedade interferem substancialmente no conforto
do
paciente, na qualidade de vida, na capacidade
em
decidir sobre o próprio tratamento ecompreendê-lo
apud
Carrol et al., 6 refletindo inclusive nos familiares e profissionais dasaúde.
Por
isso é importante distinguir o termo depressão, que écomumente
usado,refletindo
um
sintoma, da depressão enquantouma
doença
quetem
como
elemento central ohumor
depressivo.Os
pacientescom
humor
depressivopossuem
a sensação de que a vida está mais pesada, dificil e arrastada, o que é diferente da tristeza normal. Este tipo dehumor
pode
estar associado a outros sintomas depressivos,como
anedonia (perda da capacidadeem
sentirprazer); alterações
no
apetiteou
peso; insôniaou
hipersonia; agitaçãoou
retardo psicomotor; diminuição da energia; sentimentos de desvaliaou
culpa; dificuldades para pensar;concentrar-se
ou tomar
decisões;ou
pensamentos recorrentes sobre morteou
ideação suicida,planos
ou
tentativas de suicídio. Esta multiplicidade de sintomas cognitivos e somaticoscaracterizam a “sindrome depressiva”.7* 8
Dentre os transtomos depressivos destaca-se a depressão maior.
De
acordocom
a AssociaçãoAmericana
de Psiquiatria,no
seuManual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos2
Mentais (DSM-IV)9_,
um
episódio depressivo maior requer que o indivíduo apresente pelomenos
cinco dos sintomas listados acima, sendo que pelomenos
um
deles deve serhumor
depressivo
ou
anedonia. Tais sintomasdevem
estar presentes por pelomenos
duas semanas, na maior partedo
dia, quase todos os dias, causar desconforto clínico significativo ecomprometimento do desempenho
social, ocupacionalou
funcionaldo
individuo.Além
disso,não
podem
ser explicados poruma
condição médica geralou
por efeitos diretos de substâncias.9E
comum
depressão e cânceracometerem
o paciente concomitantemente.”E
nestescasos há
uma
dificuldadeem
diagnosticar depressão. Muitos dos sintomas orgânicos presentes na depressão,também
estão presentes nas doenças oncologicaslAlém
disso, os pacientesmuitas vezes não expressam seus sentimentos para seu médico
ou
para a enfermeira. Ap-udCitero et al.
H
Assim, háum
sub-reconhecimento eum
sub-tratamentodo
transtornopsiquiátrico pelo fato de se acreditar que depressão é
uma
reação normal e universalem
doenças graves.Apud
Spiegel er al. 2Eni 1990, Razavi et al., encontraram altos niveis de transtornos de ajustamento
em
pacientes
com
câncer.” Estes são definidoscomo
uma
reação maladaptativa aum
eventoestressante na vida
do
individuo.Os
quadros agudos são aquelesque ocorrem
no periodo de até seismeses
e os quadros crônicos aqueles queexcedem
seis meses.Podem
tercomo
subtipos os transtornos de ajustamento
com
ansiedadeou
com
humor
depressivo.No
trabalhode
Osbome
ez al.,com
731 mulherescom
câncer demama,
houve
uma
alta prevalência dessessintomas, particularmente ansiedade.
B
A
ansiedadepode
serum
sentimentohumano
normal frente a situações novas edesconhecidas,
bem
como,
em
certas condições,um
sintoma deum
processo patológico mentalou
orgânico,ou
aindapode
constituir a própria doença~
como
é o caso dos transtornosde ansiedade.
É
natural, frente ao adoecer, omedo
que precedeum
exame
invasivoou
aansiedade
que
surge apósum
comunicado
de diagnósticoou
de intemação.Não
é agradávelestar ansioso, a ansiedade normal e difiisa,
um
mal-estar fisico e psíquico.É
dita normal se forum
mal suportável e passageiromDalgalarrondo define ansiedade
como
um
estado dehumor
desconfortável,uma
apreensão negativa
em
relação ao futuro,uma
inquietação interna desagradávelsA
ansiedadeé
um
sintoma não-específico de causas diversas e múltiplas manifestações clinicas. Ap-ud 14Quadro
1 - Freqüê ncia de depressão e ansiedadeem
pacientescom
câncer.Estudo/Ano
N
SeleçãoInstrumento
/Ponto de
Resultadoscorte Hãrte et al.,2001 495 Pacientes internados,
em
reabilitação eem
tratamento ambulatorial.HADS
2
llpara ansiedadeHADS
2
11 para depressão20%*
17%*
Brédart ez al.,1999 190HADS
214
Pacientes internados 34%
(Subescalas juntas)Love
et al.,2002
Lú.) C) Lê)Pacientes
com
câncer demama
DSM-IV
(transtornos de ansiedade) (transtornos depressivos)8,3%
L.) P* w O 5\Hammerlid
et al., 1999 306Pacientes
com
câncer de cabeça e pescoçoum
mês
após o diagnósticoHADS
>
8 ansiedadeHADS
>
8 depressão32%
17%
Pinder et al, 1993 139Pacientes
com
câncer demama
avançadoHADS211
para ansiedadeHADS211
para depressão19%
›_JJ \o °\
Carrol et al, 1993
280
Pacientes internadosHADS211
para ansiedadeHADS211
para depressão17,1%
._. _o› *Q\ °\ Aass et al,1997
716 Pacientes internado e não internadosHADS211
para ansiedadeHADS211
para depressão13%
9%
Pascoe et al,
2000
504 Pacientesnão
internadosHADS21
1 para ansiedadeHADS211
para depressão11,5%
7,1%
*HADS
(HospitalAnx
para possiveis casosd
1 1.
iety and Depression Scales); Zigmond AS, Snaith RP. Apresenta como ponto de cone
3
em
razão de sua intensidadeou
duração, paralisa o indivíduoou
o faz agir de forma caótica.com
issoocorrem
dificuldades para adaptação às situações e ao ambiente, caracterizando aansiedade patológica. Esta
pode
interferirno
desenvolvimento normalcom
prejuízo na auto-estima, socialização, aquisição de conhecimento e memória, além de predispor a maior
vulnerabilidade,
com
perda de defesas fisicas e psíquicas. 14Ao
longo dos últimos anos, muitos trabalhos sobre a prevalência de transtornospsiquiátricos
em
pacientescom
câncertêm
sido publicados.3' 5” 6* H* 12*13'15-JG' 17' 18' 19-' 20° 21 Esses apresentaram valores consideráveis,mas
muitas vezes diferentes uns dos outros, pois há de se ressaltar a diversidade de instrumentos e pontos de corte por elesutilizados.(Quadro 1). Todavia, aqueles que utilizaram o
mesmo
instrumento,com mesmo
ponto de corte e
com
pacientes internados, obtiveram resultados que variaram de 17 a20%
5
No
Brasil,poucos
estudosforam
publicados sobre a prevalência de distúrbiospsiquiátricos
em
pacientescom
neoplasias.Em
2000,um
trabalho estudou 84 pacientescom
câncer de
mama,
atendidas no Institutodo
Câncerdo
Ceará.Observou
uma
prevalência de21,42%
de depressão maior e/ou ansiedade generalizada.Ao
longo de todo tratamento aansiedade esteve presente e a depressão maior foi mais presente
no
primeiromês
detratamento.” Citero et al., 19
em
2003, analisaram319
pacientes internados queforam
encaminhados por
412
pedidos de interconsulta psiquiátricaem
um
hospital de câncerem
São
Paulo.Todas
as interconsultas solicitadas no periodo de agosto de 1997 a julho de 1998 foramregistradas.
A
prevalência de transtornos psiquiátricos foi, neste estudo maiordo que
aesperada,
em
torno de60%
.19Na
medicina paliativa, bastante aplicada na oncologia, o diagnostico e tratamento dostranstornos psiquiátricos
também
vêm
tendouma
importância cada vez maior, sendo talvez,uma
das questões mais importantes e dificeis na prática dos cuidados paliativos.23O
rastreamento e a identificação de ansiedade e depressão na oncologia são importantes na detecção dos casoscom
risco para problemas psiquiátricos quepodem
ser beneficiadoscom
uma
terapêutica especifica.”O
tratamento efetivo da depressão e da ansiedade,quando
patologicos, no câncerpode
influenciarno
cursoda doença
como
também
na qualidade de vida.O
proprio tratamentodo
câncer causauma
queda
na qualidade de vida. Conseguir eliminar outrascircunstâncias (comorbidades psiquiátricas) que
também
causem
um
prejuizo na vidado
paciente seria de grande valia
no
curso de toda terapêutica oncologica.Assim
sendo, estudar a prevalência de sintomas depressivos e ansiososem
pacientes oncológicos apresenta-secomo
um
importante passo para aprimorar o diagnóstico etratamento de transtornos psiquiátricos que
podem
aparecer durante o tratamento dasneoplasias.
6
2
OBJETIVO
Descrever a freqüência de sintomas depressivos e ansiosos
em
pacientescom
câncer internadosno
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina(HU-UFSC),
7
3
METODOLOGIA
3.1
Desenho
Trata-se de
um
estudo observacional transversal. 3.2 LocalEste estudo foi realizado nas Enfermarias de Clinica
Médica
(leitos da Hematologia) e de Clinica Cirúrgicado
Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani deSão
Thiago daUniversidade Federal de Santa Catarina,
HU-UFSC.
i3.3
Amostra
Os
pacientes(N=207)
estavam internados nas Enfermarias de ClinicaMédica
(leitosda Hematologia) e Clinica Cirúrgica
do
HU-UFSC
que
abrange os leitos da cirurgia geral,cirurgia plástica, urologia e proctologia. Destes, 165 preencheram os criterios de exclusão:
incapacidade de completar a entrevista por alterações decorrentes da condição fisica; idade
inferior a 18 anos; pacientes
com
Prejuízo Cognitivo (delirium e/ou demência)*; recusa na participaçãoou
altaem
menos
de 72 horas; e dificuldade para entrevistar o paciente.Foram
entrevistados42
pacientescom
câncer (detectado atraves de biópsiaou
citologia demedula
Óssea anexados ao prontuário)
que
assinaram o consentimento e que não preencheram oscritérios de exclusão.
As
entrevistasforam
realizadasno
periodo de julho de2003
a fevereiro de 2004.3.4
Procedimentos
Os
pacientescom
câncer que internaram nos leitos da Hematologia e ClínicaCirúrgica
do
HU-UFSC
e quenão
preencheram os critérios de exclusão foram convidados aparticipar
do
estudo, após esclarecimento por parte da autora. Aqueles individuos queconsentiram, após serem esclarecidos sobre os objetivos e a natureza
do
estudo foramentrevistados.
Foram
colhidos dados sociodemográficos, de historia clínica, e aplicada a*Transtornos caracterizados por comprometimento da cogriiçâo, por exemplo: memória. atenção e/ou
8
HADS
(total de 14 itens). Este instrumento foi aplicado sempre pelomesmo
entrevistador( aautora),
no
intuito de evitarum
viés de aferição.A
duração de cada entrevista foi deaproximadamente 20 minutos.
3.:
Instrumento
A
HADS
(Hospital Anxiezyand
Depressz`0n Scale) éuma
escala desenvolvida porZigmond
e Snaith,em
1983, para detectar casos de transtornos de ansiedade e depressãoem
pacientes de hospitais não psiquiátricos.É
constituida de 14 questõesdo
tipo múltipla escolha, sendo divididaem
duas subescalas,uma
para ansiedade e outra para depressão,com
sete itenscada.
A
pontuação globalem
cada subescala vai de O a 21 .24Foi utilizada a versão validada
em
português daHADS
em
amostra brasileira. Essetrabalho foi realizado por
Botega
er al.25em
um
hospital geralcom
78 pacientes internados.Os
coeficientes de validação obtidos paraum
ponto de corte de oito nas subescala deansiedade foi de
93.7%
de sensibilidade,72.6%
para especificidade, o valor preditivo positivofoi de
484%
e o valor preditivo negativo foi de97.7%
.Na
subescala de depressão os valoresforam de
84.6%
de sensibilidade,903%
de especificidade, o valor preditivo positivo foi de81.5%
e o valor preditivo negativo foi de 92.1%.Como
instrumento de rastreamento, aHADS
mostrou-se potencialmente útil para avaliar transtornos
do
humor
em
situações de comorbidade fisicazsOs
autores daHADS
sugeriram que escores entre 8 e 10corresponderiam a possíveis casos de transtornos psiquiátricos e escores acima de 11 a
prováveis casos.” Neste trabalho consideramos essa subdivisão de escores da escala feita
pelos autores,
mesmo
porque os estudos encontrados na literatura, que utilizaram aHADS
para descrever a prevalência de ansiedade e depressão ein pacientes
com
câncer,também
utilizaram tal subdivisão.3` 6' 15* 16" U' 18' 20' 26' 27A
HADS
tem
avantagem
de não considerar sintomas somáticos que são esperadosem
pacientescom
câncer, tanto pela propriadoença
como
por seu tratamento, sendoum
instrumento -efetivo na identificação de sintomas depressivos e ansiosos
como
também
no9
3.6 Análise Estatística
Para a análise descritiva dos dados
foram empregados
freqüências, porcentagens,medias e desvios padrão.
Foram
consideradoscomo
tendo sintomas depressivos aqueles pacientesque
obtiveram escores maior que 8 nasoma
dos 7 itens (total de 14 itens) daHADS
(subescala
que
avalia depressão), ecomo
tendo sintomas ansiosos aqueles que obtiveramescores maiores que 8 na
soma
dos 7 itensda
HADS
(subescala que avalia ansiedade).Foram
consideradoscomo
possíveis casos para depressãoou
ansiedade escores de 8 a 10 nassubescalas, separadamente, e
como
prováveis casos escores acima de 'l1.
Utilizou-se para a analise estatistica o
programa
SPSS
10.0 paraWindows
queauxilia
no
cálculo/na avaliação dos dados quantitativos coletados.”3.7
Aspectos
ÉticosO
estudo foi avaliado e aprovado peloComitê
de Ética para Pesquisascom
SeresHumanos
da UÍFSC.Os
pacientes foram esclarecidos sobre o estudo, sendo informados queem
nada
seria alterado seu tratamento caso a decisão fosse a de não participar. Aqueles queconcordaram
em
participar assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.Os
medicos assistentes foram avisadosquando houve
diagnóstico de sofrimento psíquico que pudesse ser reduzido através de tratamento específico.10
4
RESULTADOS
A
amostra foicomposta
por42
individuoscom
câncer dos quais57,1%
eram
homens,
com
média
de idadei
desvio padrão de 56i
l3,09 anos, sendo a idademinima
de 26 anos e amáxima
de79
anos.A
maioria dos participantes possuia escolaridade mediai
DP
de 4i
3,70 anos.Quanto
ao estado civil,64,3%
eram
casadosou mantinham
união estável equanto a renda familiar
83,4%
recebiam até dois salários minimos.A
Tabela
1 detalha ascaracteristicas sociodemográficas da amostra.
Com
relação às caracteristicas clínicas, 28 pacientes estavam nas enfermarias daclínica cirúrgica e 14 pacientes nos leitos da Hematologia.
Os
tipos de câncer sãoespecificados na
Figura
1, sendoque
16%
dos pacientes encontravam-seem
estagioavançado da
doença
(metástases). Dentre os pacientes internados na Clínica Cirúrgica, 12estavam de pos-operatório e, entre os pacientes internados nos leitos da Hematologia,
nove
estavam recebendo quimioterapia.
De
acordocom
aHADS, 53%
dos pacientes apresentaram escores significativos,sugerindo a necessidade de
uma
melhor investigação psiquiátrica.A
Figura
2 apresenta osvalores
em
porcentagem
das duas subescalas separadamente lembrando queum
mesmo
Tabela
1 - Caracteristicas sociodenlográficas da amostra(N
=
42
) CaracterísticasN
(42)%
Sexo
Masculino24
Feminino 18Idade
(anos) 18 a64
29
2
65 13Estado
Civil Solteiro (a) 2Casado
(a)/ união estável27
Separado (a) 5
Viúvo
(a) 8 Escolaridade (anos)* O 3 1 a 4 28 5 a 8 7>
8 4Renda
Familiar (saláriosminimos)
l-2 35
De
3 até 5 3 Superior a 5 4 57,l 42,9 69,0 31,0 4,8 64,3 ll,9 19,0 7,1 66,7 1ó,7 9,6 83,4 7,2 9,5PEB 12% Cabeça e DESCDÇU Gastrointestlnais Fígado evias 35% biliares 10% Urológicus
L
Hematulúgicos 33% iFigura
1. Distriuiçãoda
amostra(N
=
42) de acordocom
a localização primária das neoplasias._ -.-_.-_ .
mw
“'-“~-' - 16 7 14 -ge; 1:11: -ti ° À âmw¿» __s,..._____. _____‹__,s______ ., __ __ ___s___ Possível Provável'Depressão
ElAnsiedade IFigura
2. Freqüência de “casos” T de ansiedade e de depressãode acordo
com
aHAD*
em
porcentagem.N=42
*HAD
(Hospíta1AnxieIy and Depression Scale) = (Escala de medida deansiedade e depressão). 25
l
“Casos” de depressão e ansiedade. Possíveis escores 8-10; prováveis
13
5
DISCUSSÃO
Dos
pacientes entrevistados,53%
obtiveram escores significativos para ansiedadeou
depressão.A
porcentagem para prováveis casos de ansiedade e depressão respectivamente foide
16,7%
e 14,3%.Os
dados desta pesquisa foramcomparados
a três artigos que estudaram aprevalência de ansiedade e depressão através da
HADS
em
pacientes hospitalizadoscom
diagnóstico de câncer.
Os
resultados encontrados nos estudos de Carrol et al. 6 e Pinder et al. 15 sãosemelhantes aos encontrados neste trabalho. Naqueles, a porcentagem para prováveis casos,
tanto de depressão
como
de ansiedade, foram muito próximos aos nossos. Entretanto, Pinderet al. 15 relataram
um
valor superior naporcentagem
de casos prováveis de ansiedade e/ou depressão. Issopode
ser explicado pelo fato de que nesse estudo a amostra era exclusivamentecomposta
de mulherescom
câncer demama
avançado, justificando tais resultados já que adepressão é mais freqüente
em
mulheres, e a percepção de estarcom
doença avançada e conseqüentemente ter mais sintomas orgânicos (náuseas, vômitos, astenia, etc) estasignificativamente relacionada
com
um
sofrimento psíquico mais intenso.”No
presentetrabalho
menos
dametade
da amostra(16%)
era de pacientescom
doença avançada.Além
disso,
houve
um
equilibriono
número
dehomens
e mulheres.Já os resultado de Carro] et al., 6 os resultados, se
comparados
com
os deste trabalho,são extremamente semelhantes.
As
amostras são parecidas, tantoem
relação ao sexo, quanto ao tipo de neoplasias. Naquele, ainda foi realizadauma
comparação
entre pacientes internadose ambulatoriais mostrando as porcentagens
menores
para ansiedade e depressão nos pacientes ambulatoriais.Em
1997, Aass et al. 16 realizaramum
trabalho semelhanteem
um
hospital para tratamento radioterápico e encontraram valores aproximados aos encontrados neste estudo.Assim, os resultados obtidos aqui foram muito semelhantes aos estudos
com
pacientescom
câncer hospitalizados, poré.m, nossos resultados para ansiedade e depressão são percentualmente superiores aos resultados encontradosem
um
estudoucom
pacientes de ambulatórios 'Esta diferençapode
ser explicada pelo fato deque
os indivíduos internados14
geralmente apresentam mais sintomas ñsicos, são mais graves e, no geral, conseqüentemente.
possuem
um
prejuizo no seubem
estar e na sua qualidade de vida.Outro ponto importante, diz respeito ao
número
de pacientes que constituíram a amostra dos trabalhosem
comparação.A
presente amostra foibem
menor
que a dos outrosestudos. Contudo, deve-se considerar que dois destes aconteceram
em
hospitais que atendiamexclusivamente pacientes oncológicos, diferente da realidade
do
HU
que atende pacientescom
os mais variados tipos de enfermidades.Mesmo
com
essa diferença, os resultados encontradosforam
muito proximos aos desses estudos.Existem algumas limitações que
merecem
ser mencionadas.É
de grande importância destacar que escalascomo
aHAD,
assim os outros instrumentos para avaliar transtornospsiquiátricos, não são indicados para diagnóstico, e, sim, para rastreamento da
doença ou
paraobter-se
uma
idéia aproximadada
sua prevalência.As
freqüências obtidas através de escalas são,em
geral, falsamente aumentadasem
relação à freqüência real.A HADS
foi desenvolvidacomo
um
instrumento que avalia ansiedade e depressãoseparadamente e não avalia sintomas orgânicos,
comuns
em
pacientes internados.24Entretanto, não questiona a ideação suicida, sintoma importante
em
pacientes depressivos(DSM
IV)9.No
estudo de Lloyd-Williams et al.H
aHADS
não érecomendada
paraindivíduos
com
doença
maligna avançada. Todavia,Hammerlid
et al., 18 enfatizaram autilidade desta escala
com
um
instrumento de rastreamento de fácil aplicação ecom
baixocusto.3* 18
A
brevidade desta é importanteem
escalas de rastreamento, principalmente naoncologia
em
que
número
de pacientesem
acompanhamento/tratamento é grande.3 Entende- se que,quando
os casos possíveisou
prováveis forem detectados pela escaladevem
ser encaminhados parauma
investigação psiquiátrica.Ao
longo de todo o trabalho, foi utilizado o termo “câncer”, evitado pelos pacientes, devido ao estigma da doença, eamplamente
utilizado por alguns médicos.A
amostraconstituiu
um
grupo
heterogêneo quanto à gravidade real, variando desde quadros levescom
tratamentos
menos
agressivos e até curaveis até quadroscom
prognóstico desfavorável. Contudo, sabe-se que o sofrimento psíquico está relacionadocom
a percepção que o pacientefaz de sua
doença
e tratamento emenos
com
a situação clinica real.O
grupo
estudadotambém
apresentou diferenças quanto ao conhecimento sobre odiagnóstico.
Alguns
pacientes sabiam da sua condição clínica, diagnóstico e prognóstico,outros, entretanto, não estavam cientes
do
seu diagnóstico. Isto significa que, muitos15
individuos
quando
entrevistados, não sabiam sobre a malignidade da sua doença. Este fato érelevante
uma
vez que, a falta de informaçãopode
estar relacionada a maiores niveis de ansiedade. 3°LI1 U) .xo Q\
A
prevalência de de pacientescom
sintomas depressivos e ansiosos quemerecem
uma
melhor avaliação psiquiátrica demonstra a necessidade deuma
maior atenção para os sintomas psiquiátricos visando a aumentar o diagnóstico precoce, o tratamento, eassim melhorar a qualidade de vida dos pacientes
com
câncer e até reduzir o custocom
16
6
CONCLUSÃO
1.
A
prevalência de sintomas depressivos e ansiosos nos pacientescom
câncerinternados nas Enfermaria da Clínica Cirúrgica e leitos da Hematologia
do
HU-UFSC
de acordocom
aHADS
foi de53%.
1 '7 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 17
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Spiegel D. Cancer and depression.
Br
J Psychiati-y Suppl l996(30):lO9-16.Spiegel D, Giese-Davis J. Depression and cancer:
mechanisms
and diseaseprogression. Biol Psychiatry 2003;54(3):269-82.
Pascoe S,
Edelman
S,Kidman
A. Prevalence of psychological distress and use ofsupport services by cancer patients at
Sydney
hospitals. AustN
Z
J Psychiatiy 2000;34(5)1785-91.Lopes
V. Paciente oncológico "Fora de possibilidades terapêuticas": comunicaçõesdolorosas e conduta
médica
[Dissertação de Mestrado]. Rio de Janeiro: UniversidadeFederal
do
Rio de Janeiro; 2000. p.Derogatis
LR,
Morrow
GR,
Fetting J,Penman
D, Piasetsky S,Schmale
AM,
et al.The
prevalence ofpsychiatiic disorders
among
cancer patients.Jama
l983;249(ó):75 l-7.Carroll
BT,
KatholRG, Noyes
R, Jr.,Wald TG, Clamon GH.
Screening for depressionand anxiety in cancer patients using the Hospital Anxiety and Depression Scale.
Gen
Hosp
Psychiatry 1993,;l5(2):69-74.Kaplan
HISB, Grebb
JA.Compêndio
de Psiquiatria. 7 ed. Baltimore: Williams&
Wilkins; 1997.
Dalgalarrondo P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 1 ed.
São
Paulo: Artmed; 2000.
Association A. Diagnostic and Statistical
Manual
of Mental Disorders. 4 ed.Washington,
DC:
American
Psychiatric Association; 1994.Raison
CL,
MillerAH.
Depression in cancer:new
developments regarding diagnosisand treatment. Biol Psychiatry 2003;54(3):283-94.
Lloyd-Williams
M,
Friedman
T,Rudd
N.An
analysis of the validity of the HospitalAmciety and Depression scale as a screening tool in patients With advanced metastatic
cancer. J Pain
Symptom Manage
2001;22(6):990-6.Razavi D,
Delvaux
N,Fawacques
C,_Robaye
E. Screening for adjustment disordersand major depressive disorders in cancer in-patients.
Br
J Psychiatiy l990;156:79-83.Osborne
RH,
ElsworthGR, Hopper
JL. Age-specificnorms
and detenninants ofanxiety and depression in 731
women
with breast cancer recruited through apopulation-based cancer registry.
Eur
J Cancer 2003,39(6):755-62.Cabrera
CC,
Sponholz A, Jr. Ansiedade e Insônia. In:Botega
NJ, editor. Praticapsiquiátrica
no
hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre: Artmed;2002.
Pinder
KL,
Ramirez
AJ, BlackME,
RichardsMA,
Gregory
WM,
Rubens
RD.
Psychiatric disorder in patients With advanced breast cancer: prevalence and
associated factors.
Eur
JCancer
1993;29A(4):524-7.Aass N,
Fossa SD,Dahl
AA,
Moe
TJ. Prevalence of anxiety and depression in cancerpatients seen at the
Norwegian
Radium
Hospital.Eur
J Cancer 1997;33(10):l597-604.Bredart A, Didier F, Robertson C, Scaffidi E,
Fonzo
D, Costa A, et al. Psychologicaldistress in cancer patients attending the
European
Institute ofOncology
in Milan.Oncology
l999;57(4):297-302.Hammerlid
E, Ahlner-ElmqvistM,
Bjordal K, Biorklund A,Evensen
J,Boysen
M,
et al.A
prospective multicentre study inSweden
andNom/ay
of mental distress and19
20
21 22 2324
2526
27 2829
30 l8psychiatric morbidity in head and neck cancer patients.
Br
J Cancer 1999;80(5-6):766-74.
Citero
Vde
A, Nogueira-MartinsLA, Lourenco
MT,
Andreoli SB. Clinical anddemographic profile
of
cancer patients in a consultation-liaison psychiatric service.Sao
PauloMed
J 2003,121(3):1ll-6.Harter
M,
Reuter K, Aschenbrenner A, Schretzmann B, Marschner N,Hasenburg
A, etal. Psychiatric disorders and associated factors in cancer: results of an interview study
with patients in inpatient, rehabilitation and outpatient treatment.
Eur
JCancer
2001;37(11):l385-93.
Bisson JI,
Chubb HL,
Bennett S,Mason
M,
Jones D,Kynaston
H.The
prevalence andpredictors of psychological distress in patients With early localized prostate cancer.
BJU
Int 2002;90(1):56-61.Matos
eSouza FG,
RibeiroRA,
SilvaMSB,
IvoPSA, Lima
Jr. VS. Depressao eansiedade
em
pacientescom
cancer demama.
Rev. psiquiatr. clin. 2000;27(4):207-14.Potash
M,
BreitbartW.
Affective disorders in advanced cancer.Hematol
Oncol ClinNorth
Am
2002, l6(3):ó71-700.Zigmond
AS,
Snaith RP.The
hospital anxiety and depression scale. Acta PsychiatrScand 1983;67(6):36l-70.
Botega
NJ, BioMR,
Zomignani
MA,
Garcia Junior C, PereiraWAB.
Transtornosdo
humor
em
enfermaria de clinica médica e validação de escala demedida
(HAD)
deansiedade e depressão. Rev. saúde publica 1995j,29(5):355-63.
Kugaya
A, Akechi T,Okuyama
T,Nakano
T,Mikami
I,Okamura
H, et al.Prevalence, predictive factors, and screening for psychologic distress in patients with newly diagnosed head and neck cancer. Cancer 2000_;88(12):28l7-23.
Love
AW,
KissaneDW,
Bloch
S, Clarke D. Diagnostic efficiency of the HospitalAnxiety and Depression Scale in
women
with early stage breast cancer. AustN
Z
JPsychiatry 2002;36(2):246-50.
Angelino AF, Treisman GJ.
Major
depression and demoralization in cancer patients:diagnostic and treatment considerations. Support Care Cancer 2001;9(5):344-9.
Norusis
M. SPSS/PC
10.0Base
Manual. Chicago:SPSS
Inc., 2000.Horikawa
N,Yamazaki
T,Sagawa M,
Nagata
T.The
disclosure of information tocancer patients and its relationship to their mental state in a consultation-liaison
psychiatry setting in Japan.
Gen
Hosp
Psychiatry I999;2l(5):368-73.lllllllllillímlIIIIIIIIIIIIINIIIIHIIIIIIIIIII! 03750413