�---_._._-
-(
I
A amaaça
do ansino
pago
Luiz
Cláudio
asclaraca
oofl
E muito
mais
Curso da Jornalismo
da
UFSC
-Florianópolis,
11 da dazambro da 2003
-Ano XIX
-NU 2
I, I. ';I
A
rapública
dos
documentos
sacratos
a
do
sigilo
atarno
Voto
alatrõnico
Ii
violával
IMPUNIDADE SEM FRONTEIRAS
Jornalistas
mortos
são
56
em
2003
Aotodonesteano
56
jornalistas
fo ram assassinadosnomundo.Ataques
premeditados
aosprofissionais
e suaspublicações,
novasrestrições
governamentaisaliberdade de
expressão
e aonda de conflitos contribuíram paraa
degradação daimprensalivre
em2003.Criou-seuma
perspectiva
nefasta para opróximo
ano. Foioque concluiuaAssociação
Mundial deJornais,
(WAN,
sigla
eminglês)
narevisãosobreaimprensa livre mundial.AWAN represen ta18mil
jornais
emtodoomundo."Sérias
limitações
deliberdadedeexpressão
naforma de leis desegurança
nacional,
atosdeterrorismoeleis de crimes pordifamação
baixaramosnúmeros de
jornalistas
naprisão,
po-rém incentivaram ainda maisa
pratica
'0-_.'SlIuaçlO
SlIuaçlo s...çlo SR i Sltuoçiode autocensura" dizseurelatório.Are- boa amena deUcada
dJfi':
o
multogray"
pressão
das autoridadestemdeixadoa....
Fo-n-te-:
R-e-p-órt-e-re-s-S-em-F-ro-nt-ei-ra-s---_.;;..----'
imprensa
cadavez menoslivre paraseexpressar.As maisaudaciosastentativasdecriarbar reiras
legais
parareprimir
aimprensa
podem
servis tasnoUzbequistão,
IrãeZimbábue.NoIrãatéhoje
permanecemimpunes
osautoresementoresdosassassinatosde
jornalistas
cometidosem1998.No Zimbábue,
quatrointegrantes
daAssociação
Nacional deJornais
foramdemitidospela
supremacortedopaís.
A
Colômbia,
consideradaopaís
maishostilaosjor
nalistas,
foiultrapassada pelas Filipinas
queteve seunúmerode
jornalistas
mortosdobradoemrelação
ao anopassado.
De3saltou para6.Emsetembro,
oradialista
Juan
"[un"
Palafoimortoatiros.Ele éosextojornalista filipino
morto nesteano.Aesposa de Paladisse queseumaridocostumavacriticarosoficiais do
governo,incluindoo
major
Rodrigo
Dutertee apresí
dente Gloria
Macapagal
Arroyo.
Etambémcostumavaexpora
corrupção
que envolviaalguns
políticos.
Mais
desencorajador
ainda éo numerodecasosquecontinuam
impunes
naColômbia.Nosúltimos 15anos, asautoridades do
país
resolveram apenas 35dos 112casosde
jornalistas
mortos.No
Iraque,
ogoverno detransição
decretouumasérie denovasregrasnas
quais
asprincipais organi
zações
midiáticas do mundo árabe-AI
]azeera
eAIArabiya
- foramtemporaríamente
banidas de cobrireventosoficiaisporseremconsideradas
provocado
rasde violência.Aproibição
foiimposta
depois
deaAI-Arabiya
transmitirumafita deáudio,
em16denovembro,
naqual
avoz,queseriade SaddamHussein,pedia
aosiraquianos
quematassemosmembros dogoverno de
transição
imposto
pelos
americanos. O governo interinoiraquiano
baniupreviamente
aAlArabiya
e ocanal árabesviasatéliteAl-Iazeera
decobrirem atividades oficiaisporduas semanas'
depois
do assassinato de Akila
al-Hashimi,
membro do governo
interino,
mortonodia 20 denovembro.publicações.
NoVietnã,
emjunho,
o ensaísta Pham
Hong
Sonfoicondenadoa 13anosdeprisão
por"espíonagem".
Na
Rússia,
oassassinatodosjorna
listasAleksey
SidoroveAlikhanGulyev,
reacendeuacrescenteviolêncianopaís.
Ousode leis
antiquadas,
como asentença deum anodetrabalho
forçado
aGerman
Galkan,
editor chefedojornal
diário
Vecherny
Cheliabinsk,
por difamardois
políticos,
juntamente
com asrígi
das
restrições
dogovernoacoberturadamídia,
distinguiu
aabordagem
russadaimprensa
européia
sobrea guerra daChecheniae as
eleições
deoutubro.As
condições
de trabalho parajor
nalistas locais do
Afeganistão
pioraram
desdejunho.
Asentençademortedoseditores
Sayeed
Mirhassan MahdawieAli Reza
Payampor
porblasfêmia,
em agosto, foioestopim
paraacomunída de internacional começar umalarga
campanha
paraaliberdade deexpressão
nopaís.
Asmedidas tomadas
pelas
autorídadesafegãs
difundiram umclima de medo. Osjornalistas
temempublicar
artigos
quecritiquem
oslíderes locaisereligiosos.
ApermanenteviolênciaemIsraelePalestina
degra
dou tambéma
imprensa
livrenaregião.
Agrande
preocupação
écom asegurança.Apesar
dotemporário
ces sarfogo,
asatividadestantodosjornalistas
locaisquantodos
estrangeiros
ficaramaindamais restritas.América Latina- OBrasiltornou-semais
peri
goso
quando
trêsjornalistas
forammortosnosúltimosseismesessob circunstancias
suspeitas.
Edgar
RibeiroPereirade
Oliveira,
dono deumsemanal,
ofreelancer
LuizAntonioda CostaeNicanorUnharesBatista,
proprietário
deumaestação
de radio foram assassinados. Luiz Antonio daCosta,
quetrabalhava paraa revistaÉpoca
foi assassinadoquando
tiravafotos da invasão de três mil pessoas do Movimento dos TrabalhadoresSemTeto
(MTST)
aoterrenodaVolkswagen
nacidade de São Bernardo doCampo,
noABC
paulista.
NaAmérica Centrala
imprensa
livretevesignificá
tivos
ganhos
naCostaRicaseguindo
adecisão da CorteConstitucional de abrir fontes de
informação
inclu indoo acesso adados decontasbancárias usadasemcampanhas políticas.
Emborana
administração
dopresidente
mexicanoVicente Foxtenhasediscutido sobrealei deim
prensa
mexicana,
querestringe
liberdade deimpren
sa,nenhuma
ação
concretafoifeita ainda para repa rar alei de 1917,ondedifamação,
porexemplo,
re presentaumaofensa criminal. O subornodejornalis
tas
diminuiu,
mas asreformas democráticas dapresi
dência ainda não
reforçaram
aimprensa
livrenopaís.
Apesar
daresolução
oficialdoconflitonoIraque
edo número dejornalistas
mortos terdiminuídoconsideravelmente,
elescontinuamsofrendoasconseqü
ências da hostilidadeeinstabilidadeno
país.
Nosúltimosseismeses,quatro
jornalistas
foram mortos. Ocinegrafista
MazenDanadaReutersfoibaleadoemortoporumsoldado americanoemagosto,
Jeremy
Líttlemorreu em
julho depois
queumagranada
atingiu
seu carro.Mais recentemente,emoutubro,
morreuAhmed
Shawkat,
editor deumjornal
semanaliraquiano.
Muitos
jornalistas
andamescondidoscommedodas ameaças.A
situação
éalarmante,
emvistadorígi
do controle sobreaimprensa
e,emconseqüência,
aliberdade de
expressão. Lá,
oscorrespondentes
precisamcombaterleis que sempre resultamem acusa
ção criminal,
cadeiae censura.A
Ásia
éaregião
commaiornúmero de assassínatosa
jomalistas.
Políticasseverasderepressão,
restrição
excessivaà mídiaeconflitos étnicosetensõesreligiosas
existentesemmuitospaíses
contribuíram parauma
imprensa
semliberdadenaregião.
Orelatóriotambém salientaocontrole abusivo dos govemos chinêse
vietnamitanatrocade
informações
via Internet.NaChinae no
Vietnã,
ataquescontínuosainternautas,em nomeda segurança nacionalaumentaramonú merode
jomalistas
eativistasdos diretos humanos quereceberamseveraspenasem
prisões.
Quatro
jornalís
tas
especializados
emInternetXuWei, lin Haike, Yang
Ziti,
eZhang Honghai
foram sentenciadosentre8 elOanosde
prísão
poratossubversívosemjunho.
Elesse somaram aoutros30quejá
estãoaprisionados.
Asautoridadeschinesas também
suspenderam
apublicação
de673 jornais
noâmbitodeumareformada
imprensa estatal,
queestariaentrandonuma"fasecrucial",
conformenoticiouaagência
estatal.AChinatem2.119
jomais,
9.038revistase568
editoras deMaria Fernanda
Ziegler
ZERO
������
MelhorPeçaGráfica
I, II, III, IV,VeXl SetUniversitário-PUC-RS
88,89,90,91,92e98
gaZEBO
3° Melhor�
Jornal-laboratório
do Brasil Expocom94Direito
é
uma
coisa�
acesso
ébemoutra
AAssociaçãoBrasileira deJornalismo
Investigativo
(Abraji)
promoveuemsetembro,ernBrasília,oSeminário
Internadonal sobreDireitodeAcessoa
Informações
Públicas,reunindojornalistas,
representantes dogovernoe entidadescomprometidas
corn osdireitos dasodedade,O
objetivo
foi levaraquestãodoacesso ainformações
públicas
aentidadesnãojornalísticas,
corno aOrdem dos
Advogados
do Brasil(OAB),
entendendoqueoassuntoédointeressede todaasociedade.A
conclusãodareuniãofoi de queo direitodeacesso a
informações públicas
noBrasil é muitolimitado,erngeral
foradoalcance do cidadãocomum."Édifídl obter
íníormações
públicas
noBrasil. Equando
esse acessoexiste,édemaneirainadequada, redigida
deformaquepouquíssimas
pessoas têmcondições
deentendê-la",destaca MarceloBeraba,
presidente
daAbraji.
Urndosprincipaisresultados do semináriofoiacriaçãodeumfórumde
organizações não-jornalísticas
paradiscutireencaminhar propostas
relativasaodireito deacesso a
informações.
"AAbraji
ternoidealdequedevese
esforçar
aomáximo parapassarobastão dessa lutaaentidades não
jornalísticas
parapodermos
trabalharjuntos.Essa nãoéumaluta dosjornalistas,
éurnaluta da sociedade",lembra. "O direitodeacessoà
informação pública
nãoé exclusivonemprivativodaimprensa,que éa menos
afetada poressaculturaobscurantista.
Maloubern,elacorreatrás das
informações.
Quemseprejudica
de fatoéasociedade,que nãoterncaminho paraobtê-las",
completa.
Seguro
contraacorrupção- RosentalCalmonAlves,diretor daCátedra
Knight
deJornalismodaUniversidadedoTexas, destacou,noevento,que "agarantiade
acessoà
informação pública
éumsegurocontraacorrupçãoe o
desperdício
derecursospúblicos".
Ele lembrouque desde1966,
nosEUA,oscidadãos
podem pedir
todotipodeinformação
do governo,excetoalguns
dados controlados
pela
ClAconsidera dos de segurança nacional. Pela leiamericana,
qualquer
pessoa, inclusive de fora dopaís, pode pedir informações
seminformaromotivo,e ogovernotern
dez dias para
responder.
Em2002,maisdedoismilhões de
pedidos
deinformação
foramfeitos,
apenas 5% deles porjornalistas.
Hoje,50países
têmleisquepermitemacessopúblico
a todasasinformações produzidas pelos
governos. Oprimeiroaadotaressetipo
de
legislação
foiaSuéda,
ern1766,
e oMéxico foiumdosúltimos,ern2001, cujalei
figura
entreasmaismodernas. Oseminárioteveoapoiodo CentroKnight
paraoJornalismo
nasAméricas, da CâmaradosDeputados,
doSenadoFederal,da UniversidadedeBrasília
(UnB),
daTransparêndaBrasil,
daFederação
NacionaldosJornalistas
(Fenaj)
edaAssodaçãoNadonaldosJornais
(ANJ).
(CA)I
ANOXIX- Nº2-DEZEMBRO2003- CURSO
DE]ORNALISMO
-CCE-lOR
-UFSCjornal-laboratório
do Curso deJornalismo
da UniversidadeFederal de Santa Catarina Arte:AlexandreBrandão,
MakotoSaito,
RenataDalmaso, Wagner
MaiaApoio: Labfoto,
LabInfografia,
LabRadioColaboração: professor
Walace LehnemannCopy-writer:
CinthiaAndruchak,
ClarissaAntunes,Greyci Girardi,
MariaFernandaZiegler,
MarianaHinkel,
RicardoBarreto
(final),
SimoneCunha,
VitordeBrines,
Wagner
Maia,
Wellington
Campos
Direção
deArteedeRedação: ]omalista
eprofessor
Ricardo BarretoSecretáriodeRedação:
WendelMartinsServiços
editoriais:
Agência
Câmara dosDeputados,
Associação
Mundial deJornais,
IntercâmbioInternacional para Liberdade deExpressão,
Folha deSãoPaulo,
Gráfica,
O EstadodeSãoPaulo,
OGlobo, Organoteque Image Bank,
Repórteres
Sem FronteirasEdição:
CinthiaAndruchak,
ClarissaAntunes, Greyci Girardi,
MarianaHinkel,
MariaFernandaZiegler,
SimoneCunha,
Upiara
Boschi Editordegastronomia:
Richard AmanteEditoração
eletrônica,
secretariaprodução
gráfica
ecirculação:
WendelMartinsTratamentodeimagens:
Alexandre BrandãoFotografia:
AlexandraGodoy,
DéboraRemor,
FernandoAngeoletto,
RafaelCarvalho,
SinuêGiacomini,
W1adimirD'Andrade Laboratóriofotográfico:
DéboraCôrrea,
DéboraRemor(sênior),
Wladimir D'Andrade Textos:CinthiaAndruchak,
ClarissaAntunes,Greyci
Girardi,
MaliaFemandaZiegler,
MarianaHinkel, Maycon
Stãhelín,
RichardAmante,SimoneCunha,
Thiago
Macedo,
Upiara
BoschiImpressão:
Diário CatarinenseRedação:
Curso deJornalismo
(UFSC-CCE-]OR),
Trindade,
CEP88040-900, Florianópolis,
SC Telefones:55(48)
331-6599, 331-9490,
331-9215Fax:(48)
331-9490
Sítio:www.zero.ufsc.brWebmaster:Procura-seE-mail: zero@cce.ufsc.brCirculação:
Gratuitaedirigida
Tiragem:
5.000exemplares
�
Melhor
jornal-laboratório
IPrêmio Foca
Sind. dos
Jornalistas
de SC -2000NO APAGAR
DAS'
LUZES bao texto.produzido
por FHC. Oprojeto
já
recebeu
parecerfavorá
vel
do.
relatorLuizEduardo. Greenhalgh
(PT/SP),
presidente
da
CCJ,
e está
para
servotado naComís são.De
acordo
com otexto.do.
PDL,
a
medida de
FHC "atentacontraanecessária
transparência
quedeve
nortearos atos
da
Admínlstração
Pública",
e"tornainacessível
aospesquisadores
e distancia do. Arquivo.
Nacional documentos que, decorridosseutempo.
de necessário.
sígilo,
são vitais para a construção.
da memórianacional
epara oesclarecimento. de
fatos históricos".
Comissões
garantem
acesso- Caso.oPDL
seja
aprovado,
volta ráavaler
odecreto.
2.134
de
1997,
também deautoriade
FHC,
queestipula
oprazo máximo. desigilo.
de
acordo corn alei
-30
anos,prorrogáveis
por umaúnicavez. Essalegislação.
também determina
acriação.
de Comissões Permanentesde
Acesso. em
todos
os níveisda ad
ministração.
pública,
quedeverão.
cuidar do.
"acesso.pleno.
aosdoeumentos
públicos".
As Comissões deverão.organizar
ospapéis
sigi
Iosos do. Estado.e
"analisar,
perío
dicamente,
o.S documentossigilo
So.S
sob
custódia,
submetendo-os
àautoridade
responsável pela
elassífícação,
aqual,
no.prazo.regula
mentar,
efetuará,
sefor
ocaso,suadesclassificação."
.Quando.
venceroprazode
sigi
lo,
asComissõesdeverão.
publicar
no. Diário.
Oficial
umarelação.
dos
documentos
desclassificados, Assim,
a cada seis meses to.do.s o.Sbrasileiro.s
po.derão.
co.nhecer es sesdo.cumento.serequisitar
o.quedesejarem
no.sórgão.s
público.s.
Masainda
ficará
faltando.afixação.
de
prazos paraesseatendimento.e acriação.
de
punições
para o.Sagentes
público.s
quedescumpri
rem as regras. Essesdispo.sitivo.s
estão.
incluído.s
emumpro.jeto.
delei de
auto.riado.deputado.
Reginal
do.Lo.pes (PT-MG).
Ajustes
- OPro.jeto.
de Lei n°219
regulamenta
o.inciso. XXXIIIdo.artigo.
5°
daCo.nstituição.
e no.rmatizao.exercício. do. acesso. à
info.r
mação.
pública,
estabelecendo. re curso.s edefinindo.
asinfo.rmações
acessíveis.
Apresentado.
emfeverei
ro.,o.
pro.jeto.
fo.i
apro.vado.
po.runanimidade
pela
Co.missão.de Trabalho.,
Administração.
eServiço
Públi co.da
Câmarado.s
Deputado.s.
Co.mparecer
favo.rável do.
relato.r,
depu
tado. Mendes Ribeiro. Filho.(PMDB
RS),
o.pro.jeto.
seráanalisado.
naCC].
O
pro.jeto.
éinspirado.
emexperiências
internacio.nais,
masainda
não.especifica
co.mo.seránapráti
ca o. acesso. ao.sdo.cumento.spúbli
co.s.Nas últimas
décadas,
mais de 70países
apro.varamo.Upro.puse ram leisde
regulamentas,ão.
do.
acesso. àsinfo.rmações publicas.
Exemplo.s
de sucesso., co.mo. aLeide Lil5erdade de
Info.rmação.
(Fre
edom
ofInformation
Act)
,no.sEstado.s
Unido.s,
e arecenteLeiFede ral deTransparência
eAcesso.àInfo.rmação.
Pública,
no.México.,
entraramno.
relatório..
Emalguns
países que
já
ado.taram leis
similares,
cada
órgão.
público.
éo.brigado.
acriar uma
espécie
de
guichê
ao.qual qualquer
pesso.apo.de
sedirigir
para fazersuaso.licitação..
Háprazos parao.
do.cumento.
serfo.r
necido.
eprevisão.
de
punição.
para o.agente
público.
quedesrespeitar
ano.rma.Episódios
da história do
Brasil
atéhole
não.esclarecidos
correm o risco.
de
ser umeterno.ponto de
ínterrogação
nosIivros
de históriae nacabeça
dos
brasilei ros.Não. porfalta
dedocumentos,
mas porque boaparte
dessas
informações
estáprotegida
do.
aces so.público. pelo. "sigilo.
eterno.". Oconceito, criado.
por um decreto.assinado.
em 2002pelo.
ex-presi
dente Fernando.
Henrique Cardoso,
pode
manter certos documentosofíciaís
desconhecidoseinacessí veis para sempre.Emoutubro,
depois
deouvirváriasreivindicações
contraa
medida,
ogovernode
LuizInácio.Lula da Silvamostrouser a
favor
da
revogação
do. decreto,
A
três dias de
deixaro Palácio. do.Planalto,
FHCedítou
odecreto.
4.553,
queamplia
o.Sprazos obrígatóríos
desigilo.
dos documentos
ofíciais
e cria apossíbílídade
deprorrogar
indefinidamente
o pra zo.daqueles
ciassífícados
como'ultrá-secretos',
"de acordo
co.m ointeresseda segurança
da sociedade
e
do. Estado.".
Pedem receberestaclassíflcação
osdocumentos,
quetrazem
dados
ouinformações
referentes à soberaniae
integridade
territorial
nacionais,
aplanos
eoperações militares,
àsrelações
internacionalsdo.
país,
aprojetos
de
pesquisa
e desenvolvimento científico.
etecnológico
de
interesseda
defesa
nacíonale aprogramaseconômicos, "cujo.
conhecimento
não autorizado possa acarretar dano.excepcionalmente
grave à seguran ça da socíedadeedo. Estado.".Sigilo
dobrado - Antes deo.
decreto. de
FHCentraremvigo.r,
o.Sdo.cumento.s
classificado.s
co.mo.'reservado.s' estavam
pro.tegido.s
po.rcinco. ano.s, o.S
'co.iifidenciais'
eram
pro.tegido.s
po.rdez,
o.S 'secreto.s',
po.r20,
e o.S 'ultra-secreto.s' po.r
30
ano.s, to.do.spro.rro.gá
veis umaúnicavezpo.rigual perí
o.do.. O decreto.
fez
esse prazo.screscerem,
respectivamente,
paradez,
20,
30
e50
ano.s,pro.rro.gá
veis
pelo.
mesmo.perío.do.,
sendo.que o.S
'ultra-secreto.s' ainda
po.dem ser
pro.rro.gado.s
indefiniâa
mente.Além
disso.,
antesdessaregulamentação.,
apenaso.presiden
te da
República
e o.Schefes do.s
Po.deres
Legislativo.
eJudiciário.
po.diam classificar do.cumento.sco.mo.
'ultra-secreto.s'.Esse
po.der
fo.ivetado.ao.schefes do.
Legislativo.
edo.Judiciário.
e estendido. ao.s ministro.s de Estado. e co.mandantes do.
Exército.,
da MarinhaedaAero.náutica.
Co.ma
medida,
alémde
atrasaro. acesso. a
papéis
do.s
ano.sde
seugo.verno., FHC
impediu
o. acesso. ado.cumento.ssecreto.s co.mo. o.S
do.
go.lpe
de
1964,
po.rexemplo..
Mesmo. co.m o.prazo. máximo. pro.rro
gado.,
eles
já
po.deriam
serlibera
do.s no. ano. que vem, mas ago.ra
po.dem
ficar esco.ndido.s
até2024.
Além de
co.ntrariaraLeide
Arquivo.s (Lei
n°8.159 de
1991),
que fixao.prazo desigilo.
de do.cumento.sreferentes à segurança daso.ci
edadeedo.
Estado.
emno.máximo.30
ano.s,po.dendo.
serpro.rro.gado.
umaúnicavez, o.decreto. do."sigi
lo.eterno."também
vai co.ntrao.in ciso. XXXIIIdo.artigo.
5°
da Co.nstituição.
Federal. ACo.nstituição.
determinaque
"to.do.s
têmdireito.
areceber do.s
órgão.s público.s
info.r
mações
de
seuinteresseparticular,
o.ude interesse co.letivo. o.U
geral,
que serão.
prestadas
no. prazo dalei,
so.b
penade
respo.nsabilidade,
ressalvaâas
aquelas
cujo.
sigilo.
seja
imprescindível
à segurança daSo.ciedade
edo.
Estado.",
co.bra.
Dacrato
da FHe ancobra
informaçõas
da intarassa
público.
Lula
poda impadir
qua muitos
sagrados
sa
tornam
atarnos
Informação pública
para opúblico
- Marcelo.Beraba, [orna
Iista e
presidente
daAssociação
Brasileira de
jornalismo
Investiga
tivo
(Abraji),
entidade
queacornpanha
de
perto.
alutapelo.
acesso. ainformações,
diz quetoda
ínformação.
pública
deveserde conhecimento.
público.
para queapopulação.
possajulgá-la.
"Depois
de
umtempo,
ahistória do.
país
temqueser
escrita,
revelada.Numpaís
corn
princípios
repuhlicanos,
como o nosso, opoder público.
deveestara
serviço.
dapopulação."
Beraba
exemplifica
co.mo. a sociedade
hoje
éimpedida
de
teracesso.a
documentos
públicos
quedeveriamestar
disponíveis.
"Base ado.nodecreto,
ogovernoimpede
o.Sfamiliaresdo.s
militantes do. PC do.B mo.rto.snaguerrilha
do.
Araguaia
de
teracesso. ao.sdo.cumen
to.s
o.ficiais
queajudariam
alo.cali
zar aso.ssadas." Ojo.rnalista
também alerta parao.S
prejuízo.s
queasociedade
pode
terpela
dificulda
de de
acesso.àinformação públi
ca."Naditadura,
opresidente
Médici
proibiu
que sepublicasse
informações
sobreaepidemia
demeningite
no.país.
Essa ausênciade
Informação
matoupessoas,foi
umaatitude criminosa. Omesmo.
pode
acontecer
quando.
umsecretário.de
segurança,
delegado,
diretor de
hospital
ouchefede
polícia
seachano.direito.devetar
íriformação pú
blica,
julgando
quesuadivulgação.
possatrazer
algum problema".
Sigilo
mantido- Odecreto.
deFHC entrou em
vigor
45
dias depois
de suaedição, já
no. governoLula.
No.dia
2de
janeiro, Jaime
Antunes,
diretor-geral
do.
Arquivo.
Nacional
epresidente
do. Conselho
Nacio.nal de
Arquivo.s
(Co.narq),
escreveuem
o.fício.
que "o.decreto.
ultrapassa
o.Slimitesimpo.sto.s
nareferida lei".
Aco.rrespo.ndência
fo.i
enviadaao.sco.nselheiro.se à Casa
Civil da
Presidência,
àqual
o.Ar-quívo
Nacional
sesubordina.
A CasaCivil também recebeumensagens deoutras
entidades
einstituições
dearquivo.
epesquisa
pedin
do
arevogação
do.
decreto,
masapesar
dos
apelos,
Lulamanteveo"sigilo.
eterno.".Oassunto.não.
fez
parte
da
pauta
de discussões do.
Planalto. por algunsmeses,mas no.
final de
outubro, surgiu
uma novapossíbílída
de
derevogação
do. decreto, Firmou-se a
convícção
de que eleextrapolava
oque determinaaLeideArquivos,
eagoraoPalácio. do. Pla
nalto. não. deve se opor à aprova
ção.
de
umdecreto.
emtramitação.
naCâmara queacaba
co.m o conceito.
de
"sigilo.
eterno." para osdocumentos
'ultra-secretos'.Luznaescuridão- O
pro.jeto.
de
decreto.
legislativo.
(PDL)
n° 11/03,
apresentado. pela
deputadaAli
ce
Po.rtugal
(PC
do.B-BA)
à Co.mis são. deCo.nstituição.
eJustiça
e deRedação. (CCJ)
daCâmara,
•
---- ---- ��--
-tores.Acho queessaéavelha
fórmula,
queserveparaqualquer
jornalismo
emqualquer
parte
do mundo.Z- Você
já
passou poralguma situação embaraçosa,
porexemplo, algum político
tentou tesubordinaroupe diu paranãopublicar alguma informação?
LCC- Não. Se
pediu,
euesqueci
efizque não ouvi. Masnun capassei
poressasituação.
Nemnesse casodogrampo.Quero
atéserjusto
com oACM[senador
AntônioCarlosMagalhães].
Emnenhummomentoeleme
ligou
ouprameintimidarouprapedir
'por favor,
pelo
amordeDeus...'Quem
fezissofoio assessor
dele,
oCésarMesquita
quemeligou
no diaem queficou claraadecisão minhaedarevistade abrirooff,
the record decontarqueogrampo tinha sido feitoe
entregue
amimpelo
se nadoreque ele tinhameditoaquela
frase:"Eumandeigrampe ar oGedel[Viera Lima]".
NessediaoMesquita
meligou
edisse:"Ê
umabsurdo,
umaloucuraoquevocêvaifazer. Vocêvaiquebraro
off, ninguém
mais vaiquerer falaremoff
com aIstoÉ
sevocêfizerisso". Eeudisse:
"Negativo,
ninguém
mentirosoecri minosoe essetipo
defonte,
emoff
não quero,ninguém
quer.LUIZ
CLÁUDIO
CUNHAero- Comovocê
chegou
naeditoria depolítica
da revistaIstoÉ?
LuizCláudio Cunha- Eufui convidado
no ano
passado, quando
eutrabalhavacom o senador PedroSimon(PMDB-RS),
no Senado.Eu era assessor
político
dele. AíoTalesFada,
comquemeutinha trabalhadonoOGlobo,
há doisanos,quando
eraeditor depolítica
do Ricardo Boechat(quando
ele aindaeradoOGlobo)
mechamou. Láeutrabalhavacom oTales também. Nós sempre fomosamigos
etal,
eaípintou
umavagana sucursal(da
revistalstoÉ,
emBrasilia)
e oTalesmeligou
eperguntou
se eunãoqueria
voltar. Ejornalista
sempre volta pracachaça,
né?Então não temjeito
...é ovícioincorrigível.
Aíeufiquei
feliz da vidacom oconviteporque pormaisqueseja
legal
trabalharcom oPedro
Simon,
que éumparadigma
de honesti dadeemoralnapolítica
brasileiraeamigo
meuhámaisde 30anos,eu
gostei
muitodoconviteeda chance de voltaratraba lharcomjornalismo,
porqueo bommesmo dessaprofissão
é serrepórter.
Embora o meu cargoseja
deeditor,
naverdade,
como todos nóslá,
eu soumaisumrepórter
que fica todo diagarimpando
notícia..Z
-Comparando
com asoutraseditoriasemque vocêjá
trabalhou,
adepolítica
éaque vocêmaisgostou?
LCC- Naverdade
quando
seestáemBrasilia,
apolítica
é umafatalidade. 1\.1acabas caindomuitonisso,
porquetucobremuito
política
eeconomia,
porquesãoosdoiscentrosdepoder,
ondeasgrandes
decisõesnacionaisnessasduas áreassão geradas,
entãoé inevitável.Eeventualmentetupodes
fazeruma matériademeioambientee
tal,
masissotudotemumviéspolítico.
Quando
vai fazerumamatériasobretransgênicos
ousobre aMarinaSilvadebatendo dentro doPTcom o seu
histórico,
vocêestádiscutindo umaessência
política:
Entãotuacabasfazendopolítica
sempre,mesmoqueseja
umamatéria demeioambiente ouesporte.
Então é umacoisa meionatural. Iu morando em Brasílianãotemcomofugir
dapolítica.
Z- Fazendo
uma
comparação
da editoria depolítica
com asdemais,
arelação
dojornalista
com asfontesnessa área émaisdifícil?É
complicada
emfunção
dosinteres sesenvolvidos?LCC
-Não,
euachoqueécomo emqualquer
outra.Sefor fazerumamatériasobre futebolbrasileiro,
vocêvaiterqueterrelações
com oscartolas,
com ostreinadores,
com osjogadores
parapoder
terumamatériabemapurada.
Acho quenapolítica
só mudaouniforme.Nofutebolopessoal
está vestido decalção
ecamisetae napolítica
opessoal
tá deternoegravata.
Agora,
arelação
com a fonte é a mesma.Ê
umarelação
umpouco deconfiança,
umpouco de intimidadeaponto
de elatepassarasinformações relevantes,
tedarumquadro
preciso
pratepermi
tir
aprofundar
aspautas
quesejam exclusivas,
que tenhamumaabordagem diferente,
escritasde formaagradável
para atrairlei-"live dois lances de
azar.
Uma
vez
atendi
um
telefonema
e me
doparoi
com um
soqüostro,
outra
voz com o azar
do sanador
achar
quo
ou
ia
ongolir aquola
história do
grampo
numa
boa"
Protagonista
demaisumadiscussãoarespeito
dooff
the recordno
jornalismo,
orepórter
depolítica
LuizCláudio
Cunhafoi
aplaudido
poruns evaiado poroutros,
aoquebrar
osigilo
dos"grampos"
da Bahiano
início
doano.Cunha deixou deserrepórter
e passoua serfonte,
quando
revelou queosenador Antônio CarlosMagalhães
estavaenvolvidonomaior casode"grampo"
dahistória dopaís.
Passadosalguns
mesesdoescândalo,
ojornalista
revela quea decisão dequebrar
oofffoi
exclusivamentesuae em que nenhummomentohouveintervenção
dadireção
da revistaIstoÉ.
Aos 52anosde
idade,
ele acredita queos seus 33anosde
experiência
nojornalismo
contribuíram paraqueasuacredibilidade não fosse afetada
depois
damatéria que denunciouACM. Cunha começoua trabalharcomo
jornalista
em1969, quando
tinha 18 anose,comapenas21 assumiuasucursal da editora AbrilemPortoAlegre.
Hoje
é editor depolítica
da revistaIstoÉ
ejá
trabalhounarevistaVeja,
nojornal
Zero Horae noO
Globo,
entre outros.Em entrevistaexclusiva concedidaaoZerona suapassagem
pela
III SemanadeJornalismo
daUFSCrealizadaem novembro,
criticaasurpreendente
dificuldade
dediálogo
daimprensa
comogovernoLula,
resgata
suaexperiên
cianacobertura do
seqüestro
dosuruguaios,
do mensáriogaúcho Coojornal
eretomaodebate
sobre aéticanojornalismo.
aconivência da ditadura
argentina,
seqüestravam
as pessoasematavam.A
primeira
vezque eles fizeramissonoBrasil,
foicom aLiliane com oUniversindo,
só queoBrasilnãoera aArgentina.
OBrasil
já
tinhaumaefervescênciapolítica, já
tinhaumaimprensamais
crítica,
já
tinhaumsindicalismo nascente,oLulajá
era umlíderoperário
importante
noABC,
já
havia entidades de direitos humanosatuantesnoBrasil,
aigreja
já
era umaentidademuitoforte que denunciavatorturas.Entãohavia todoumclima
paradenunciar essesexageros. E os militares
uruguaios
pelo
jeito,
nãoliamjornal,
porque acharam queiamfazerumatraquinagem
dessanoBrasil,
era a mesmacoisaque fazeremBuenosAires.Entãoeles mandaramoexército
uruguaio
aPOltOAle greparaseqüestrar
aLilianeUniversindoe ascrianças.
Levaramelesparao
Uruguai,
No meiodaviagem,
aLilianteveumaidéia:"Euvou dizer quevoufazer umcontato
ímportante
em PortoAlegre,
eelesvãovoltar parapegaressapessoa lá".Naverdade,
ela
apostava
quealguma
coisaiaacontecerparanotar
odesapa
recimentodela.Efoioqueaconteceu. Os
amigos
delaqueestavam emSãoPauloaonotaremque ela tinha
desaparecido,
liga-Cunha
larga
aassessoriade Pedro Simoneaceita convitedaIstoÉpara
cobrirpolítica
emBrasília: "O bommesmoéserrepórter"
"Por mais
arbitrária
e
sangrenta
que
sejaa
ditadura,
elaacaba
frt1taSsatídJJ�>
Nósvamos
abrir,
porque éumainformação
relevante,
quenãotemcomo
segurar".
Z- Evocê
já
foiameaçado?
LCC
-Não,
nunca. E sefosse,
seriaumaburrice,
porqueassimcomo eu sou
língua grande
efalastrão,
sealguém
tivessea ousadia demeligar
parameameaçar,ia sairotiropela
culatra,
porqueaíiaficarpior ainda,
porquena mesmahoraeuiadenunciar. Todo mundosabe queeu não sou um
sujeito
de meacomodarcomqualquer
tipo
deintimidação.
Nãofizeramissoagora,nãofizeram nunca eacho quenão vãofazerjamais.
Z - Como foi
o caso Lílian Celiberti e UniversindoDiasem suacarreira?
LCC- Esse éo chamado casode
seqüestro
dos
uruguaios.
Eraumcasal deuruguaios
com seusfilhos,
quemoravam emPortoAlegre,
nofi nal dosanos70,
emplena
ditadura. OUruguai
viviaumaditaduramuitoviolenta. E oque eles[Lilian
eUniversindo]
faziam? Elesnãoeramdaguerrilha
armada,
nãoeramterroristasnemnada,
eleseramapenas exilados.Uruguaios
dissidentes doregime,
daesquerda,
é claro.Afunção
deles erareceberinformações
sobre arepressão
noUruguai
erepassaressasinformações
paraosórgãos
de direitos humanos daEuropa
eEstados Unidos eparaaONUprincipal
mente.Eoqueaditadura
uruguaia
fez? Ela começouaficarmuitoirritadacom a
ação
da Lilianedo Universindoe,naquela época,
eles tinhamopéssimo
hábito deseqüestrar
dissidentesnoexteriorematar. Eles fizeramisso muitona
Argentina.
Até porque erafácil:atravessavamoRiodaPrata,
iamaBuenos Airese comrampara
alguns jornalistas,
e eufuiumdeles.E tiveo azardelesterem
ligado
primeiro
paramim.Quando
recebiotelefonema,
fui lánoapartamento.
TavaláaLílianefui recebidocomdoismeganhas
naporta,
com um revólverapontado
paraaminhatesta.Fomoslevados para dentro
[ele
e ofotógrafo
doj.B.
Scalco)
,revistadosequando
viramque nós éramosjornalistas
enãoos
uruguaios
que eles esperavam, elesentraramempânico.
Masnosliberaramenós saímosdali. Eles
fugiram
com ela paraoUruguai.
Só que dessavez, foi o seguinte:
180uruguaios
foramseqüestrados
e mortos noexterior.Sódois foram
seqüestrados
no Brasilesó doissobreviveram,
que foramaLílian e oUniversindo.Graças
àdenúncia daimprensa
brasileirae com ofato deeuterestadolá,
elesnão
puderam
matarnem aLilian,
nem oUniversindoenem as
crianças.
Então,
foramasúnicas pessoasque sobreviverama essacaçada
que a ditadurauruguaia
fazianoexterior. Isso éumacoisaqueme enche de
orgulho,
porque diretamenteou
não,
agente
ajudou
apreservaravida dos dois.Hoje
elessãomeusamigos.
Ecomissoa
gente
denunciouumaconivênciavergonhosa
naépoca
da ditadura brasileiracom aditadurauruguaia.
Naépoca
daOperação
Condor,
quando
eles chama vamtudoissodeumaporcaria só,
osmilitaresdos dois lados dafronteira,
todoscom o mesmointeressede preservaromundo docomunismo.Só quecomissoatropelavam
osdireitos humanos, asoberania nacional.Não
poderia
nunca oexército U11lguaio
entrarlegalmente
noBrasil paraprender
cidadãosaqui.
Temque passarissoatravés de
pedidos
formais.Porpedido
de)
LUIZ
CLÁUDIO
CUNHAextradição,
que éoquê?
Ogoverno dopaís
comunicaaogover nodo outro, elenoticiaaoSupremo,
que mandaaPolícia Fede ralprender,
apolícia
prende
edeporta legalmente.
Issoéumaoperação
empaíses
civilizados. Dojeito
que elesfizeram,
foi umatravessuradeditador,
depolícia
deterceironível. Comoagente
estevenomeiodessaoperação
etestemunhamosisso,
expusemosofiasco da
operação
e oBrasilficouconstrangidíssimo
com essahistória. Elessobreviveram,
foramosúnicosde 180encontradosvivos.
Depois,
com a democraciaaqui
noBrasil,
nãosóogoverno doRSindenizouaLíliane o
Universindo,
como o governo doUruguai,
quando
voltou aser umademocracia,
tambémosindenizou.Ouseja,
resumindoahistória,
aluzacabasempre
predominando
sobreatreva.Pormaisqueaditaduraseja tenebrosa,
sangrenta,
arbitrária,
ela acaba fracassando diantedoavançoda sociedadeeda
democracia,
que éumacoisairremediável.
Z- Com
que idade vocêassumiua
direção
da sucursal daAbrilemPortoAlegre?
LCC
-Ih,
eu era umacriancinha.Comeceiatrabalharcom ojornalismo
em1969,
eutinha18 anos,naFolha deLondrina,
no Paraná.Aíem70eufui praZeroHora,
ondefiquei
pordoisanos evireirepórter
especial.
EntãooPauloTotti,
quenaépoca
che fiavaassucursaisdaVeja,
mechamouparaserrepórter
dasu cursal daVeja
emPortoAlegre. Quando
oTottifoipara São Pau loem1972,
euassumi asucursal daVeja.
Tinha,
portanto,
21anos.Praticamenteuma
criança (risos).
Z
-Caco Barcelos disse que
quando
entrevistava os traficantes domorroDona Martaparaescrever Abusado,
pedia
para que os criminosos não contassem nada sobreoqueiriamfazernofuturo,
que para ele sóinte-produto
bemfeito,
coerente, dequalidade.
Oquevale paraomarceneirovalepro
jornalista,
porque éaéticado cidadão.Entãonós devemosfa zer oque écertopra coletividade da
sociedade,
pra
verdade,
praconsciênciaeprajustiça.
Equemécontraissoaíécontraaéticado cidadão.Nãoé um
privilégio
do cidadão.Então,
quando
oCacofala
isso,
euacho que eletemtodaarazão.Quan
doeuresolvi
quebrar
oof!
doACMeuestavaagin
domuito maiscomocidadão doquecomo
jor
nalista.Por acaso,como eu erajornalista
eestava
quebrando
ooff,
desatouessadiscussãoética no meiodanossacategoria.
Eeu acho que foi umadiscussãomuitosaudávelporquehoje
agente
tem essacoisa maisclara. Porcontadessa
dis-cussãodequeo
of!
nãopode
ser umaferramentaquenosapri
siona,
que éumaferramentaqueagente
usapracapturarmos
averdade,
nãopode
ser uminibidor danossaação
comorepór
ter.
Então,
se osenador achou quecom oof!
euiameenjaular,
eleestavaequivocado.
Porque
aminhaéticacomo cidadãoeramaisforte
naquele
momento, doqueaminha éticacomorepór
ter.
Z
-Você acredita que exista mais
parcialidade
porparte
dosjornalistas
naárea depolítica
do queem outras?
LCC- Não.
Acho queissoéum
perigo
quepode
existiremqualquer
área. Vocêpode
sermuitoparcial
com ofutebol. Vocêpode
ser umrepórter
muitoparcial
emfavor doFigueirense
prejudicando
oAvaí,
prejudicando
oCriciúma.Vocêpode
sermuitoparcial
naeconomia,
defendendoumaempresa multinacionalemaiseuiriafalar.Eufalo todasemana,com
of!
ou semoff,
matériasquesãoimportantes
compolíticos,
comnão-políticos,
comempresários,
gente
dajustiça,
juízes
e oof!é
usadosem exa gero,semprequeeuacho que éimportante
para meajudar
aperseguir
umainformação.
Nãosentinenhum
efeito,
nenhumadificuldadeapartir
dessamatériacom asfontes quejá
conversa ramcomigo.
Ninguém
seafastou, ninguém
ligou pra dizer 'Luiz
Cláudio,
apartir
de agora vocêé umcanalha,
quebrou
ooff.
Ossenado resestãoteabandonando'. Nada disso.Eeuacho queaspessoasperceberam
bem acircunstânciaque levarama essedesfechoe
ninguém
par-tiu paraessa
retaliação
queeuacho queseria umareação
burra. Eu acho que continuo sendo muito bem tratado por todo mundoecontinuoconvivendo bem.Z- Comentaram
queadecisão de revelaro
offfoi
darevistaIstoÊ,
masvocê disse queadecisãofoisua.Esclareça
isso,
por favor.LCC- A
questão
éaseguinte,
acho queoof!
emqualquer
órgão,
nãosónaIstoÉ,
emqualquer
outrarevista,
qualquer
jor
nal,
qualquer
rádio,
qualquer país
domundo,
é sempre uma decisão solitária dorepórter.
Porexemplo:
se euquiser
tomarumadecisão de abrirum
of!
e o meueditormeproibir,
elenãoconsegue fazerisso.Oque ele
pode
fazer émedemitir.'Ah,
você abriuoof!
entãovocêestánarua!'Tôna rua ecolocoo meuof!
narevistadolado,
narevistaconcorrente! Damesmaforma,
se eunãoquiser
abrirooff,
não háeditorechefe deredação
que mefaça
abrirooff,
porqueéumadecisãominha. 'Maseutôtemandando abriro
of!'.
Não.Estámandandonão,
euestou mee demitindoevocênão vaiabrir.Enãoabroo
of!
eaindavoudizer�
láfora que você estámeobrigando
aabrir,Issotudo pra dizer.�
queéumadecisão solitária dorepórter.
Oqueeuacho quenão�
é nenhumprivilégio,
issoé atéumfardo.NocasodoACMfoio<)j
seguinte:
arevistaemnenhummomentomecompeliu
aabrirounãoabrir. Pelo contrário.OTalesFariamechamou
depois
deterrecebidoodiretor da Polícia
Federal,
odelegado
PauloLacerda,
com ainformação
de que tinha sido abertouminquérito
formal apartir
da denúncia do GedelVieira Limaejá
tinham ídentífíca do que ogrampo foi feito dentro daSecretariadeSegurança
Pública da Bahíaejá
tinham identificadoatéorapaz quefezo grampo.Apartir
daquele
momento, haviauminquérito
formal que mudou todaaóticadaquestão
e oACMdeixou deserfonte paraviraroalvo.Naquele
momentooqueoTales fez foio seguinte,
ele disse-'Cláudio,
euqueroaqueles
documentos,
aquele
grampoquevocêtemlánagaveta.
NaverdadeoPaulo Lacerda acabou deconfirmarpragente
queaquilo
éumgrampo usandoaparato
do estado da Bahiaeé um grampo que envolve 232 telefonemaseé umacoisamonumental. Eeleteentregou
emoff,
éumadecisãotuaevocê pensanoque você quer fazer'.Emnenhummomento ele disse 'fazounãofaz'. Daíeu
fiquei
meremoendo,
porqueaminhaprimeira
aversão foiumaaversãonaturaldefensiva de que
aquilo
éoff.
Eaospoucos foi caindoa fichae eucomeceia medarcontade quenãoéoff.
Naverdadenãotôlidandocom umafonte quemerece o
privilégio
dooff.
Oof!
éumahomenagem
queojornalista
dáa uma fonte queteajuda
nabusca da verdade. Portantooof!
nãopode
serusadopra
proteger
ocrime. Eapartir
dadecretação
dodelegado
dapolícia
federal,
diretor damaiorpolícia
dopaís,
quetem setemil homensnopaís
inteiro. Edizque 'Identificamosogrampo',
apartir
daquele
momentoficaconfigurado
umcrime.Eu não tinhacomomanter
aquilo
emsigilo,
sob pena devirarcúmplice
deuma
operação
queestá sendoinvestigada
oficialmente.Daqui
apoucoosenadoréchamado paradepor
e euvirocúmplice
no sílêncío.dele. Euabripordecisãominha,
pessoal
eindividual.Porque
ninguém
teriaforças
nessemundo,
nem arevista,
nem minhamãe,
nemminhamulher,
nem meufilho para dizer: 'abre ounãoabre'.Euabri porqueeuachei queeraminhaobrigação
comorepórter
e maisdo queisso,
obrigação
comocidadão.Eunão
queria
ficar misturado com essepovo quecometeessetipo
defalcatrua.Z - Você também disse
que espera que essatenha sidoaúnicavezquetevede revelar o
off.
Porquê?
Seacontecesse novamente fa
riadiferente?
LCC - As
pessoas
podem
achar queeu sou
maluco,
que eutenhoohábitomuitoestranho de gravar todo mundoede abrir tudooque é
off.
Eutenho 33anosdeprofissão
efoiaprimeira
vezda rnínha vida queeu abriumoff.
Noseqüestro
dosuruguaios,
queera emplena
dita dura do AI-5eufiquei
duranteum ano norabo dapolícia,
perseguindo.
Ospoliciais
estavamlánoapartamento
para provaraparticipação
dosagentes
brasileiros doDOPSemconluiocom o exércitouruguaio
dentro do territóriobrasileiro,
pra fazerumaoperação
ilegal
deseqüestro
dosuruguaios
queestavamaqui.
"Ser
parcial
é
umperigo
que
existe"
em
qualquer
área.
Na.
economiaou
no
futebol"
Elogia
avisãocrítica da guerra docorrespondente
inglês
Robert Fisk: "Ele não cainooba-oba daimprensa
americanaebritânica"ressava oque eles
já
haviam feito.Porque
seelescontassemqueiriammatar
alguém,
porexemplo,
eleseriaobrigado
arevelar paraapolícia, pois
antesdeserjornalis
ta, ele é cidadão. Você concorda comisso? Napolítica
também éassim? LCC- Concordo
plenamente
com ogrande
Caco,
meuamigo. Acho queo casodoACMéaprova disso.Eu
agi
comocida dãomais do quecomojornalista.
Se eufosse meramenteumjornalista
presoaessesdogmas
daprofissão:
'Ah,
of!não
pode
quebrar,
écomo umsegredo
deconfessionárioculpado',
eu aca bariaficandocúmplice
dosenador,
assimcomo oCacoficariacúmplice
dotraficantesesoubessequeeleiriaassaltarumbanco,que eleiriamatar
aquela
pessoaouessa enãofizesse nada.Acimadanossaéticade
jornalista
existeaética docidadão.Ofato deeu ser um
jornalista
nãomediferencia nada deummédico,
arquiteto,
engenheiro,
professor.
Todos nóstemosaéticado cidadão.Que
éaéticada consciênciaedocompromisso
com o que écertoenão,
com oqueéerrado.Adesculpa
deserjorna
listanãomedáodireitode 'ahcomocidadãoeunãopoderia
admitir,
mas comojornalista
eutinhacomosegurarooff,
impe
dir'. Issoéumsubterfúgio,
éumsofisma pra fazerengolir
umcoisa queéinadmissível do
ponto
devistaéticocomocidadão.OCláudio Abramo que éum
grande jornalista, responsável pela
modernização
dosjornais
Folha deSãoPaulo eEstado deSãoPaulo,
transformou aFolha deumjornal
reacionário paraoque defendiaaseleições
diretas equedepois
virouogrande jornal
domeioacadêmico brasileiro.OCláudio Abramo diziaoseguin
te'nãotemessacoisade éticado
jornalista.
Aminhaética
éigual
àéticado marceneiro'.
Qual
éaéticadomarceneiro? Efazerumsendo
parcial
contraumaempresa nacionalouvicee versa.O riscoque vocêtemdesertendencioso,
parcial
e,portanto
nãopegar todososdados da
questão, jornalisticamente
falando,
existeem
qualquer
área.Namatériade cultura vocêpode
serparcial
emrelação
aoúltimo disco daMaria Rita[filha
da ElisRegina]
de achar que'ah,
quemjá
nãogosta
de ElisRegina,
essaMaria Ritacantaigual
a ela' e acabasendo uma coisa
parcial.
Não estájulgando
Maria Ritapelo
o que elatemde valorcomo cantora. E é uma "baita" cantora.
AdoroaEliseadoro aindamais
aMaria Rita.Então isso éumpe
rigo
que todo mundocorre. Euacho que nós temos que estar
sempreatentosem
relação
aisso. Z-Com
relação
aooff
the record reveladonocaso doACM,
comoficoua sua relação
comeledepois
doepi
sódio?LCC
-Com
ele,
nenhumare-lação.
Nunca maisvolteiafalarcomele. Elenuncameligou,
eu nuncaliguei
pra ele.Porrazõesóbviaseuachoqueelenãomeatenderia.Nãotemos
relação
nenhuma. Elenãomeincomoda,
eu nãoincomodoenãopreciso
dele. Ele também nãoprecisa
demim. Nósvivemos nossavidaindependente.
A minha