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Relação entre a prática desportiva extracurricular e o (in)sucesso escolar, nos alunos do Ensino Secundário: estudo de caso sobre a realidade na Escola Secundária de Vila Cova da Lixa

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

R

ELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DESPORTIVA EXTRACURRICULAR E O

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SUCESSO ESCOLAR NOS ALUNOS DO ENSINO SECUNDÁRIO

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STUDO DE

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ASO

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OBRE A REALIDADE NA ESCOLA SECUNDÁRIA DE

V

ILA

C

OVA DA

L

IXA

Dissertação de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário de Hugo Miguel Vieira Pereira

Orientador: Professor Doutor Francisco José Miranda Gonçalves

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

R

ELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DESPORTIVA EXTRACURRICULAR E O

(IN)SUCESSO ESCOLAR, NOS ALUNOS DO ENSINO SECUNDÁRIO

E

STUDO DE

C

ASO

S

OBRE A REALIDADE NA ESCOLA SECUNDÁRIA DE

V

ILA

C

OVA DA

L

IXA

Dissertação de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário de Hugo Miguel Vieira Pereira

Orientador: Professor Doutor Francisco José Miranda Gonçalves

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Francisco José Miranda Gonçalves.

(5)

AGRADECIMENTOS

Este trabalho não poderia ter sido realizado se para ele não tivessem contribuindo um conjunto de pessoas e instituições que, de uma forma ou de outra, me apoiaram e me guiaram.

Quero desde logo agradecer às pessoas que me ajudaram ao longo da minha vida, a nível pessoal e académico, que são os meus pais, Adozinda Pinto e Augusto Pereira e irmãs, Filipa Pereira e Beatriz Pereira.

Quero também agradecer a minha namorada, Carla Silva, não só por toda a sua ajuda e dedicação na realização deste trabalho mas também por todo o apoio e amizade ao longo de todo o meu percurso académico e pessoal.

Por fim, mas não menos importante, quero agradecer ao orientador, Professor Doutor Francisco Gonçalves. A ele o meu mais reconhecido apreço, consideração e agradecimento. Somente a sua disponibilidade, conhecimento, entusiasmo e paciência permitiram que este trabalho atingisse as minhas expectativas.

(6)

ÍNDICE GERAL

RESUMO ... 10

ABSTRACT ... 11

1 - INTRODUÇÃO ... 12

2 - REVISÃO DA LITERATURA ... 14

2.1 - Prática desportiva extracurricular ... 14

2.1.1 - Benefícios da Prática desportiva ... 14

2.1.2 - Fatores que condicionam a prática desportiva ... 16

2.2 - Rendimento / (in)sucesso escolar ... 17

2.2.1 - Fatores associados com o (in)sucesso escolar ... 18

2.3 - A Prática desportiva extracurricular e o rendimento / (in)sucesso escolar ... 20

3 - CARACTERIZAÇÃO DO ENVOLVIMENTO ... 25

3.1 - Caracterização do meio (Cidade da Lixa) ... 25

3.2 - Caracterização da escola (Escola Secundária de Vila Cova da Lixa) ... 26

4 - METODOLOGIA ... 29 4.1 - Pergunta de Partida ... 29 4.2 - Objetivos ... 29 4.2.1 - Objetivo geral ... 29 4.2.2 - Objetivos específicos ... 29 4.3 - Hipóteses ... 29 4.4 - Caracterização da amostra ... 30 4.5 - Instrumentos ... 31 4.6 - Procedimentos ... 32 4.7 - Tratamento de dados ... 33

5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 34

5.1 -Comparação entre os alunos que praticam exercício físico extracurricular e os que não praticam ... 34

5.1.1 - Parte II do questionário ... 34

5.1.2 - Parte III do questionário ... 36

5.2 – Análise comparativa entre géneros ... 44

5.2.1 - Parte II do questionário ... 44

5.2.2 - Parte III do questionário ... 47

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Índice Geral 7 - CONCLUSÃO ... 66 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 68 ANEXOS ... 74

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Caracterização da amostra --- 30

Tabela 2 - Prática de exercício físico extracurricular. --- 34

Tabela 3 – Modalidades praticadas. --- 34

Tabela 4- Dias de treinos/ competições semanais. --- 35

Tabela 5 – Horas de treinos/ competições semanais. --- 35

Tabela 6 – Horário de treinos/ competições. --- 36

Tabela 7 – Gosto pela escola. --- 36

Tabela 8 – Importância atribuída à escola para o futuro. --- 36

Tabela 9 - Intensão de prosseguir os estudos. --- 37

Tabela 10 – Reprovações ao longo do percurso escolar. --- 37

Tabela 11- Anos reprovados. --- 38

Tabela 12- Prática de exercício físico extracurricular aquando das reprovações. --- 38

Tabela 13 - Negativas no final do período passado. --- 38

Tabela 14 - Número de negativas --- 39

Tabela 15 – Média de notas no final do período passado --- 40

Tabela 16 – Horário regular de estudo. --- 40

Tabela 17 - Cumprimento do horário de início de estudo --- 41

Tabela 18 – Divisão das horas de estudo pelas diversas matérias. --- 41

Tabela 19 – Organização na apresentação dos trabalhos. --- 42

Tabela 20 – Atenção prestada à totalidade da aula. --- 42

Tabela 21 – Ansiedade face ao términus das aulas --- 42

Tabela 22 – Esclarecimento de dúvidas com o professor --- 43

Tabela 23 – Dedicação aos estudos --- 43

Tabela 24 - Organização e articulação do horário escolar, tempos livres e tempos de estudo diário --- 44

Tabela 25 - Prática de exercício físico extracurricular. - Diferenças entre géneros --- 44

Tabela 26 – Modalidades praticadas - Diferenças entre géneros --- 45

Tabela 27 – Dias de treinos/ competições semanais - Diferenças entre géneros --- 45

Tabela 28 – Horas de treino/ competições semanais - Diferenças entre géneros --- 46

Tabela 29 – Horário de treinos/ competições - Diferenças entre géneros --- 47

Tabela 30 – Gosto pela Escola - Diferenças entre géneros --- 47

Tabela 31 – Importância atribuída à escola para o futuro - Diferenças entre géneros --- 48

Tabela 32 – Intenção de prosseguir os estudos - Diferenças entre géneros --- 48

Tabela 33 - Reprovações ao longo do percurso escolar - Diferenças entre géneros --- 49

Tabela 34 – Anos reprovados - Diferenças entre géneros --- 49

Tabela 35 – Prática de exercício físico extracurricular aquando das reprovações - Diferenças entre géneros --- 50

Tabela 36 – Negativas no final do período passado- Diferenças entre géneros --- 51

Tabela 37 – Número de negativas - Diferenças entre géneros --- 51

Tabela 38 – Média de notas no final do período passado - Diferenças entre géneros --- 52

Tabela 39 – Hora regular de estudo - Diferenças entre géneros --- 53

Tabela 40 – Cumprimento do horário de início de estudo - Diferenças entre géneros --- 54 Tabela 41 – Divisão das horas de estudo pelas diferentes matérias - Diferenças entre géneros - 55

(9)

Índice de Tabelas Tabela 42 – Organização e cuidado na apresentação dos trabalhos - Diferenças entre géneros - 55

Tabela 43 – Atenção prestada à totalidade da aula - Diferenças entre géneros --- 56

Tabela 44 – Ansiedade pelo términus das aulas - Diferenças entre géneros --- 57

Tabela 45 – Esclarecimento de dúvidas com o professor - Diferenças entre géneros --- 57

Tabela 46 - Dedicação aos estudos - Diferenças entre géneros --- 58

Tabela 47 - Organização e articulação do horário escolar, tempos livres e tempos de estudo diário - Diferenças entre géneros --- 59

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10 RESUMO

A prática de exercício físico e rendimento escolar são aspetos importantes na vida das crianças e adolescentes. Porém, se por um lado a importância atribuída ao exercício físico tem vindo a aumentar devido ao contributo para o seu desenvolvimento, por outro lado o insucesso escolar é ainda um problema no sistema educativo português. O presente estudo foi realizado com o objetivo de verificar a relação entre a prática desportiva extracurricular e o (in)sucesso escolar e verificar se esta influência difere de acordo com o género. A amostra do estudo é constituída por 407 alunos do ensino secundário da Escola Secundária de Vila Cova da Lixa. Destes 152 (37,35%) frequentam o 10ºano, 144 (35,38%) o 11º ano e 111 (27,27%) o 12ºano. Por sua vez, 138 (33,91%) são do género masculino e 269 (66,09%) do género feminino. As suas datas de nascimento estão compreendidas entre 1990 e 1995. Em relação à prática de exercício físico, 276 (67,8%) não praticam e 131 alunos (32,19%) praticam, destes últimos 66 (47,83%) são do género masculino, enquanto que 72 (24,16%) são do género feminino. Para a recolha de dados foi entregue um questionário constituído por três partes, destinando-se a primeira à caraterização pessoal, a segunda a caraterizar a Prática Desportiva de cada um e a terceira pretende caraterizar a Vida Escolar. O tratamento dos dados fez-se com recurso a uma folha de cálculo Microsoft Office Excel 2007 do Windows e, posteriormente, foram analisados com recurso à análise estatística descritiva.Com base nos resultados provenientes da aplicação do instrumento conclui-se que, na amostra em estudo, os alunos que não praticam exercício físico apresentam maior percentagem de respostas favoráveis para a maior parte dos parâmetros incluídos na avaliação do sucesso escolar, apesar de as diferenças percentuais não serem muito acentuadas. Em relação à diferença entre géneros, os resultados do estudo mostram que as raparigas que praticam exercício físico apresentam maior percentagem de respostas favoráveis nos parâmetros relativos ao sucesso escolar do que as que não praticam, enquanto que no género oposto a relação é inversa, ou seja, são os rapazes que não praticam exercício físico que apresentam maior percentagem de respostas favoráveis em relação aos parâmetros contemplados para o sucesso escolar.

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Abstract

11 ABSTRACT

Relation between extra-curricular Sports Practice and academic success/failure in students of the secondary level

Case study on the reality of the Secondary School of Vila Cova da Lixa

Physical exercise and academic achievement are important aspects in children and teenagers’ life. However, if on the one hand the importance given to physical exercise has increased due to the contribution to their development, on the other hand academic failure is still a problem in the Portuguese Educational System. The present study was pursued in order to understand whether there is a connection between the practice of physical exercise as an extra-curricular activity and the success or failure at school and to verify if this influence differs according to the genre. The sample of the study is constituted by 407 students from the

Secondary School of Lixa. 152 (37,35%) of these students were 10th grade students, 144 (35,38%) were from the 11th grade, and 111 (27,27%) were from the 12th grade. The group was formed by 138 males (33,91%) and 269 females (66,09%). Their birthday dates range between 1990 and 1995. In relation to the practice of physical exercise, 276 (67,8%) students do not practise it and131 (32,19%) do it, from the last ones 66 (47,83%) are males and 72 (24,16%) are females. To gather the required data a three parts inquiry was hand out. The first part was related to personal characterization, the second intended to characterize the habits of physical exercise practice and the third aimed to characterize life at school. The analysis of all the data was done using the Windows Microsoft Office Excel 2007 and through the descriptive statistics analysis. Based in the outcomes of the application of the instrument the main conclusions show that, in the study’s sample, the students who do not practice physical exercise present a higher percentage of favorable answers to most part of the parameters included in the evaluation of academic achievement, although the difference in percentage is not very high. In relation to the difference between genres, the results of the study reveal that the girls who practise physical exercise present a higher range of positive answers in relation to the parameters related to school success than those who do not practice it whereas boys have opposite answers, i.e., the boys who do not endure physical exercise present a higher percentage of positive answers in relation to the parameters related to academic achievement.

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12 1 - INTRODUÇÃO

Os benefícios da prática de exercício físico nos jovens e adolescentes têm sido amplamente reconhecidos (Calmeiro & Matos, 2000; Cid, Silva & Alves, 2007; Taras 2005; World Health Organization [WHO] 2004), sendo este essencial para o desenvolvimento global e harminioso das crianças e jovens (Moreira & Pestana, 2008).

A relação entre o exercício físico e o rendimento académico tem vindo a ser alvo de muita atenção (Castelli, Hillman, Buck & Erwin, 2007; Miller, Melnick, Barnes, Farrell & Sabo, 2005), porém, o efeito da participação desportiva dos jovens no desempenho escolar é teoricamente ambíguo. Se, por um lado, esta participação pode diminuir o tempo que seria destinado ao estudo e à aprendizagem, por outro lado, tem vindo a ser defendido que a participação no desporto aumenta a motivação, o trabalho em equipa e a autodisciplina, o que resulta numa melhoria do desempenho académico (Rees & Sabiab, 2010). Além disso, há ainda muitos aspetos nesta relação que continuam pouco claros, como por exemplo a influência desempenhada pelo género e pela raça, que necessitam de mais análise (Miller et al., 2005).

Apesar desta ambiguidade, o desenvolvimento da sociedade não pode ignorar que a atividade desportiva é, cada vez mais, um fator cultural indispensável na formação integral do ser humano (Zenha, Resende, & Gomes, 2009).

Considerando todos os benefícios que são atribuídos à prática de exercício físico e toda a atenção que tem sido atribuída à sua relação com a educação, nomeadamente o desempenho escolar, o abandono escolar, a má conduta escolar e a ligação com a escola (Miller et al., 2005), bem como a discrepância de opiniões a este respeito, pretende-se com este estudo verificar se a prática desportiva influencia o (in)sucesso/rendimento escolar e, mais especificamente, verificar em qual dos géneros essa relação é mais evidente.

Como amostra de estudo participaram 407 alunos do ensino secundário que frequentam a Escola Secundária de Vila Cova da Lixa, aos quais foram aplicados os questionários que posteriormente foram analisados de forma aferir as potencialidades da prática desportiva influenciar o (in)sucesso/rendimento escolar.

O presente estudo está estruturado em seis capítulos: Revisão da literatura, Caracterização do envolvimento, Metodologia, Análise dos resultados, Discussão dos resultados e Conclusão.

No capítulo da revisão bibliográfica é efetuada uma contextualização teórica dos aspetos inerentes à temática do estudo, nomeadamente a prática desportiva, com a definição de conceitos, os benefícios e os fatores condicionantes da prática; o (in)sucesso/rendimento escolar, também com a definição de conceitos e os fatores associados; e, por fim, são descritos alguns

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Introdução

13 estudos que estabeleceram a relação entre a prática desportiva e o (in)sucesso/rendimento escolar.

No capítulo da caraterização do envolvimento é apresentada uma caraterização da cidade da Lixa e, mais concretamente, da Escola Secundária de Vila Cova da Lixa.

Segue-se o capítulo da Metodologia, onde são definidos a pergunta de partida, os objetivos do estudo e as hipóteses, apresentados a caracterização da amostra e do instrumento usado e ainda descritos os procedimentos, assim como a forma como foram tratados os dados.

No capítulo seguinte, são apresentados os dados e no posterior pretende-se discuti-los tendo por base a literatura previamente estudada.

Por fim, são apresentadas as principais conclusões provenientes do estudo, bem como as suas limitações e são sugeridas prováveis melhorias ao mesmo.

(14)

14 2 - REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Prática desportiva extracurricular

A atividade física e o exercício físico são frequentemente utilizados como sinónimos na literatura, porém apesar de estarem interrelacionados, evidenciam estruturas conceituais e operativas distintas (Seabra, Mendonça, Thomis, Anjos & Maia, 2008).

A atividade física é definida por Caspersen, Powell e Christenson (1985) como um qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos e que resulta num aumento do dispêndio de energia. Esta pode ser categorizada em diversas atividades, nomeadamente atividades de lazer, desporto, tarefas domésticas, entre outras.

O exercício físico, por sua vez, é uma das categorias da atividade física que se caracteriza por ser planeada e repetitiva e que tem como objetivo final ou imediato melhorar ou manter a condição física (Caspersen et al., 1985).

Quer a atividade física quer o exercício físico são caracterizados por alguns atributos comuns, designadamente o movimento corporal através dos músculos esqueléticos que origina um acréscimo do dispêndio energético. A variação deste dispêndio conforme o nível mais ou menos elevado de atividade/exercício e a relação positiva com a aptidão física. Contudo, cada um deles é caracterizado por elementos que os distinguem, nomeadamente o facto de o exercício físico ser um movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo, que tem como principal objetivo melhorar ou manter a aptidão física enquanto a atividade física pretende alcançar a aptidão física (Caspersen et al., 1985).

A WHO (2010) reafirma esta relação da atividade física com o exercício físico, afirmando que, para crianças e jovens a atividade física inclui as brincadeiras, os jogos, a recreação, educação física e também o desporto ou exercício planeado.

2.1.1 - Benefícios da Prática desportiva

A atividade física e o desporto são hoje assumidos como fenómenos com grande impacto social na história da humanidade e é cada vez mais frequente as pessoas sentirem necessidade de contrariar os hábitos do quotidiano, que se vão tornando mais sedentários (Serrano, Silva, Mendes, Campos & Pires, 2005), nomeadamente determinado pelo género de emprego e aumento substancial do uso de transportes motorizados (Federation Internationale de Médecine Sportive, 1997). Porém, segundo a WHO (2002) cerca de 60 a 85 % da população dos países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento apresentam ainda estilos de vida sedentários.

Esta afirmação vai ao encontro das declarações de Sollerhed, Apitzsch, Rastam e Ejlertsson (2007) e Seabra et al. (2008) que referem a inatividade física e o sedentarismo como

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Revisão da Literatura

15 um dos principais problemas de saúde pública das sociedades modernas. Seabra et al. (2008) sublinham ainda o facto de ser cada vez maior o número de adolescentes afetados por este comportamento de risco.

Apesar destas referências ao sedentarismo da sociedade atual, os benefícios resultantes da prática da atividade física são amplamente reconhecidos (Calmeiro & Matos, 2000; Cid, Silva & Alves, 2007), estando esta associada à melhoria da saúde dos indivíduos de uma forma global (Cid et al. 2007; Taras 2005; WHO 2004), permitindo-lhes uma vida mais produtiva e agradável (Federation internationale de Médecine Sportive, 1997), assim como melhores níveis de bem-estar fisico e psicológico (Kirkcaldy, Shephard & Siefen, 2002).

A WHO (2010) defende a atividade física como motivo fundamental para o alcance de inúmeros resultados em saúde, nomeadamente na prevenção de doenças cardiovasculares, doenças metabólicas, nomeadamente a diabetes e doenças músculo-esquelética. Desempenha também um papel relevante na prevenção da osteoporose, da obesidade, bem como alguns tipos de cancro ou depressão.

Além dos ganhos na saúde e bem-estar corporal, as pessoas que praticam atividade física, beneficiam em vários outros domínios, nomeadamente afetivo, social e cognitivo (Bailey, 2006), notando-se um aumento significativo na qualidade de vida, independentemente do sexo, idade ou profissão (Silva, Silva, Silva, Souza & Tomasi, 2010), da satisfação com a vida, através do aumento imediato do entusiasmo (Shephard, 1983), da melhoria do humor (Keeley & Fox, 2009) e de um aumento a longo prazo da autoestima (Shephard, 1983; Tremblay, Inmam & Willms, 2000) e da imagem corporal (Costa, Soares & Teixeira 2007; Shephard 1983).

A atividade física pode ainda ser encarada como um recurso para restaurar a saúde de todos os efeitos prejudiciais que a rotina stressante da sociedade atual produz, sobretudo o stress a ansiedade e os estados de depressão (Cid et al., 2007; Silva et al., 2010).

Nas crianças e adolescentes, além dos benefícios supramencionados, como a prevenção da obesidade e de futuros problemas cardíacos (Shephrad, 1995; Taras, 2005), acrescem outros, designadamente o ganho de massa óssea nas fases de crescimento e maturação do esqueleto (Karam & Meyer, 1997), a otimização do crescimento e desenvolvimento, a melhoria da função psicomotora, com consequentes ganhos na aprendizagem (Shephard, 1995), o desenvolvimento de habilidades sociais (Shephard, 1995; Taras, 2005), a melhoria na relação com os pais e ainda o facto de estar associado a níveis mais baixos de uso de drogas (Field, Diego & Sanders, 2001). Ou seja, de uma forma geral, a prática desportiva é essencial para o desenvolvimento global e harminioso das crianças e jovens, pelo que se deve atribuir atenção à importância da

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16 participação dos mesmos em atividades desportivas como componente do processo de desenvolvimento (Moreira & Pestana, 2008).

2.1.2 - Fatores que condicionam a prática desportiva

De acordo com alguns estudos de desenvolvidos, as principais razões que levam os jovens e adolescentes à prática desportiva centram-se no divertimento, ocupação dos tempos livres (Fernandes e Pereira, 2006; Fisher, Juszczak & Friedman, 1996), manter e melhorar a condição física (Fernandes e Pereira, 2006) ou simplesmente gostar de desporto e da competição desportiva (Fernandes e Pereira, 2006; Fisher et al., 1996). A estas razões podem acrescentar-se outras, como a vontade de conhecer novos amigos, o reconhecimento da importância que exerce na saúde e o desenvolvimento da técnica na modalidade (Serrano et al., 2005).

Por outro lado os argumentos mais usados para não praticar exercício físico prendem-se essencialmente com a falta de tempo, a incompatibilidade de horários, a falta de transporte até ao local destinado à sua atividade (Costa, Fernandes & Maia, 2009; Fernandes & Pereira 2006), a falta de companhia dos colegas (Fernandes & Pereira 2006) e por vezes a falta de instalações (Costa et al., 2009). Apesar destes argumentos, a falta de motivação, parece ser o motivo mais forte entre os jovens para a não prática de atividade física (Costa et al., 2009).

Para além destes argumentos pessoais, usados pelos jovens, vários estudos encontrados na literatura procuram entender os fatores associados com a prática de exercício físico.

Entre as causas que exercem maior influência nos jovens/adolescentes surge o sexo (género). Vários estudos mostram que o género masculino está mais envolvido na prática de atividade física que o género feminino (Fernandes & Pereira, 2006; Matos, Carvalhosa & Diniz 2002; Seabra et al., 2008), especialmente as de âmbito desportivo e de intensidade vigorosa, estando as meninas mais associadas a atividades de intensidade mais baixa e lazer (Seabra et al., 2008).

Apesar destas conclusões, Fisher et al., (1996) afirmam que embora os estudantes do género masculino tenham demonstrado mais interesse e mais envolvimento no desporto, é importante realçar que um grande número de estudantes do género feminino também revelaram interesse e indicaram um envolvimento considerável. Esta conclusão vai ao encontro da afirmação de Pardini (2001), que afirma que o número de mulheres atletas tem vindo a aumentar consideravelmente, como resultado da ênfase dada às competições e da pressão exercida por patrocinadores, treinadores e familiares.

A idade parece ser também uma condicionante importante nos níveis de atividade física dos adolescentes, uma vez que à medida que esta aumenta, a atividade física tem tendência a

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Revisão da Literatura

17 diminuir (Seabra et al., 2008). Posto isto, e de acordo com o estudo de Matos et al. (2002), os rapazes com idade inferior são aqueles que mais praticam atividade física.

O estatuto socioeconómico, por sua vez, constitui também um fator relevante, estando as classes sociais mais favorecidas intrinsecamente relacionadas com a prática de atividade física regular (Matos et al., 2002; Torre et al., 2006), sendo este visto como um fator protetor do risco de inatividade física, independentemente do género, uma vez que os adolescentes de baixo estatuto socioeconómico estão aparentemente em desvantagem no que diz respeito à participação em algumas formas de atividade física, particularmente as que se realizam em clubes ou associações desportivas privadas (Seabra et al., 2008).

Por fim, o suporte social surge igualmente como um importante e consistente determinante da prática de atividade física nos adolescentes, uma vez que esta sofre influência quer por parte da família quer por parte do grupo de pares (Matos et al., 2002; Seabra et al., 2008).

Em relação à família, a literatura mostra que a prática de atividade física por parte dos pais é um bom indicador para a prática de atividade física extracurricular dos adolescentes (Seabra et al., 2008; Torre et al 2006). Esta relação estende-se também ao grupo de pares, uma vez que a evidência mostra que os adolescentes que praticam exercício físico tendem a ser os que apresentam colegas igualmente ativos (Matos et al., 2002; Seabra et al., 2008). Este resultado é corroborado pelo facto de os jovens usarem como argumento para a não prática de exercício físico a ausência de colegas que os acompanhem (Fernandes & Pereira 2006).

A influência exercida pela família e pelos pares tem uma evolução inversa com o decorrer da idade, uma vez que a influência da família tende a diminuir enquanto a dos pares tende a aumentar (Matos et al., 2002; Seabra et al., 2008).

2.2 - Rendimento / (in)sucesso escolar

A escola é uma das mais importantes instituições da modernidade (Benavente, Costa & Grácio, 1989) e o sucesso escolar ou rendimento académico constitui uma fonte de preocupação fundamental no desenvolvimento de crianças e jovens (Formiga, 2004; Saraiva & Rodrigues, 2010), quer a nível educacional, quer a nível social e até individual (Formiga 2004). Contudo o insucesso escolar constitui ainda um problema major no sistema de educação português (Bastos, Fernandes & Passos, 2009).

Os indicadores nacionais do (in)sucesso escolar a nível do ensino básico e secundário continuam a ser preocupantes, sendo o problema mais grave nas regiões e grupos sociais mais

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18 desfavorecidos, comprometendo o desenvolvimento das pessoas, das comunidades e até do próprio país (Ribeiro, Almeida & Gomes, 2006).

O (in)sucesso escolar pode ser denominado com recurso a diversos termos, nomeadamente problema ou fenómeno, reprovações, atrasos, abandonos, desperdícios, desadaptação, desinteresse, desmotivação, alienação e fracasso, êxito, sucesso, aproveitamento, rendimento e comportamento escolar (Benavente 1990).

O vocabulário utilizado para fazer referência ao insucesso é muitas vezes de natureza moral (o insucesso como um “mal”) e normalmente é dramático (vítimas do insucesso, problema angustiante, doloroso, assustador etc.). Surgem também termos de natureza militar (a luta contra, o combate, a frente do combate, a batalha do) e de natureza médica (sintoma de... prevenir, eliminar, detetar) (Benavente 1990).

Sabe-se atualmente que o sucesso ou insucesso escolares não têm uma relação direta e exclusiva com as classificações (Saavedra, 2001), contudo é através delas que é feita a análise do sucesso/insucesso escolares em grande parte dos países da Europa (Eurydice, 1994). Além disso, são estas classificações que irão determinar o futuro escolar, ou a sua ausência na maior parte dos alunos. Ou seja, é com base nas classificações que uns alunos continuam no sistema de ensino enquanto outros são afastados (Saavedra, 2001). Formiga (2004), porém, definiu como indicadores do rendimento escolar para o seu estudo, além da classificação final, as horas dedicadas ao estudo e o autoconceito enquanto estudante.

2.2.1 - Fatores associados com o (in)sucesso escolar

Analisando o fenómeno do insucesso escolar de uma forma simplista e apressada, é comum afirmar-se que esse fracasso se deve apenas às limitações pessoais dos alunos (não gostar de estudar, não conseguir aprender), sendo-lhe atribuída a culpa pelo seu fracasso (Ferreira et al., 2002). Porém este é um fenómeno complexo e multideterminado (Ribeiro et al., 2006) que sofre influência de um vasto leque de variáveis e circunstâncias, de forma mais ou menos direta e interrelacionada (Almeida et al., 2005).

Alguns autores afirmam que o insucesso escolar é frequentemente encarado como o reflexo de disfunções ao nível do aluno, da família, dos programas ou do professor, havendo uma tendência para o analisar por diferentes prismas (Roazzi & Almeida, 1988). Do ponto de vista dos professores este traduz geralmente a falta de bases, de motivação ou de capacidades dos alunos ou, ainda a disfunção das estruturas educativas, familiares e sociais. Por outro lado, para os pais e população em geral, os professores terão também alguma responsabilidade,

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Revisão da Literatura

19 nomeadamente pelo absentismo, desmotivação, insuficiente formação, entre outros (Roazzi & Almeida, 1988).

Levando em consideração a visão dos alunos em relação ao seu sucesso ou insucesso escolar, Ferreira et al. (2002) afirmam que estes referem com maior frequência o esforço e por vezes a capacidade como causas explicativas do bom desempenho. Por sua vez, ao explicarem o seu fracasso escolar recorrem essencialmente à falta de esforço. Esta ideia é congruente com as conclusões de Almeida, Miranda e Guisande (2008) que afirmam que os alunos apontam o esforço como a causa mais valorizada, seja para explicar o sucesso seja para explicar o fracasso escolar, desvalorizando factores como a sorte na explicação do sucesso ou o professor na explicação do fracasso.

Estes estudos mostram que os alunos recorrem sobretudo às causas internas, em detrimento das causas externas para explicar os seus sucessos e fracassos (Almeida et al., 2008). Porém, além dos factores pessoais dos alunos, como a motivação, capacidades e atitudes em relação à escola e às aprendizagens, o (in)sucesso escolar sofre também influência das variáveis pessoais do professor (competência científica e pedagógica, personalidade), das interações educativas entre o professor e o aluno e do ambiente relacional na escola (Almeida et al., 2005).

Entre os factores pessoais dos alunos, Bastos et al. (2009) atribuem alguma ênfase ao género, sendo demonstrado no seu estudo que os rapazes falham mais na escola do que as raparigas, embora a diferença entre géneros seja relativamente pequena.

Os aspectos sociais, nomeadamente o status socioeconomico, também exercem muita influência neste fenómeno (Coe, Pivarnik, Womack, Reeves & Malina, 2006; Dwyer, Sallis, Blizzard, Lazarus & Dean, 2001; Roazzi & Almeida, 1988). Depreendendo-se ainda que além do insucesso estar ligado à origem social dos alunos, este poderá acentuar estas diferenças pelas implicações que a escolaridade tem na construção das suas vidas, uma vez que o insucesso na escola está diretamente relacionado com o fracasso social (Roazzi & Almeida, 1988).

O envolvimento dos pais no quotidiano escolar dos filhos, nas atividades planeadas e executadas pela escola é outro factor determinante que pode favorecer o sucesso no processo de aprendizagem dos filhos, desde que a escola valorize a participação dos pais e actuem conjuntamente (Chechia & Andrade, 2005). Este envolvimento reveste-se de importância ainda antes do ingresso na escola, uma vez que as crianças que não receberam atenção suficiente e adequada na idade que antecedeu a sua entrada na escola não reúnem algumas das habilidades indispensaveis para aprender e têm menores possibilidade de responder com êxito às exigências da vida escolar (Pontieri, Cavalcanti & Gandra, 1981).

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20 Além dos fatores pessoais e sociais deve ainda mencionar-se os fatores mais diretamente relacionados com as dinâmicas das escolas e as políticas educativas, como, por exemplo, a estrutura do currículo e os métodos de avaliação (Roazzi & Almeida, 1988).

2.3 - A Prática desportiva extracurricular e o rendimento / (in)sucesso escolar

Desde o tempo dos anciãos gregos que se acredita que a atividade física está ligada com as habilidades intelectuais (Tomporowski, Davis, Miller & Naglieri 2008).

Alguns autores da atualidade referem que os estudos e a prática desportiva se complementam e potenciam mutuamente na formação dos indivíduos (Zenha et al., 2009), acrescentando que, particularmente nas crianças a prática de atividade física e o rendimento escolar são fatores determinantes para a saúde (Trudeau & Shephard, 2008).

Esta relação entre a aptidão física e o rendimento académico tem vindo a ser alvo de muita atenção, por um lado, pelo aumento da prevalência de crianças com excesso de peso e por outro pela inevitável pressão nas escolas para conseguirem alunos que alcancem as metas académicas definidas (Castelli et al., 2007).

Vários são os estudos que procuraram entender a relação entre a prática de atividade física e o (in)sucesso/rendimento escolar.

No estudo longitudinal desenvolvido por Dwyer et al. (2001), na Austrália, com uma amostra de 7961 alunos de 109 escolas com idades compreendidas entre os 7 e os 15 anos, cujo objetivo era examinar a associação da performance escolar com a atividade física e a aptidão nas crianças. As conclusões demonstram associações positivas estatisticamente significativas entre a avaliação escolar e a atividade física, indicando que a atividade física melhora o rendimento escolar e que as crianças com melhor avaliação na escola eram também as mais ativas.

No estudo supramencionado verificaram-se algumas variações nas correlações entre rapazes e raparigas e nas diferentes idades, porém estas diferenças não foram tão acentuadas como as semelhanças (Dwyer et al., 2001).

Também Field et al. (2001) desenvolveram um estudo, com uma amostra de 89 estudantes de um colégio, que pretendia avaliar a relação do exercício físico dos adolescentes com a sua relação com os pais e o grupo de pares, as tendências depressivas, o envolvimento no desporto e o desempenho académico.

As conclusões do referido estudo mostram que o exercício físico exerce um efeito positivo nos adolescentes em muitos aspectos pois, além de proporcionar uma melhor relação com os seus pais e estar associado a níveis mais baixos de uso de drogas, como foi referido anteriormente, este está também relacionado com um melhor desempenho académico. Os

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Revisão da Literatura

21 autores do estudo acrescentam ainda que a presença de uma média de notas superior nos alunos que praticam mais exercício físico poderá estar relacionada com o aumento de neurotransmissores, como a serotonina, associado ao aumento de exercício (Field et al., 2001).

Outro estudo desenvolvido dentro desta temática foi o de Grissom (2005), que tem como objetivo avaliar a relação da aptidão física com o desenvolvimento académico, usando para tal o teste de aptidão física Fitnessgram e a nona edição do Stanford Achievement Test para avaliar o desempenho académico, numa amostra de 884,715 alunos pertencentes à 5ª, 7ª e 9ª séries das escolas públicas do Estado da Califórnia em 2002.

Os resultados do estudo mostram uma relação positiva consistente entre a aptidão física em geral e o desenvolvimento académico. Ou seja, quanto melhores eram os resultados obtidos no teste de aptidão física, melhores eram também os resultados no teste do desempenho académico. Os resultados acrescentam ainda que a relação entre a aptidão física e o desenvolvimento académico é mais forte para os estudantes femininos do que para os estudantes masculinos (Grissom, 2005).

Neste estudo o autor faz, porém, a ressalva de que esta pode não ser uma relação causal. Ou seja, pode ser que os processos mentais e físicos se influenciem mutuamente, sendo também influenciados por outras variáveis (Grissom, 2005).

A evidência dos resultados sugere ainda que a relação entre a aptidão física e o desenvolvimento académico difere entre géneros, sendo aparentemente mais forte para as raparigas do que para os rapazes, e também de acordo com o status socioeconómico (Grissom, 2005).

No mesmo seguimento, um estudo Experimental foi desenvolvido por Coe et al. (2006) nos E.U.A., com uma amostra de 214 crianças da sexta série, cujo objetivo era determinar o efeito da educação física e da atividade física no desenvolvimento académico das crianças do ensino médio. As conclusões sugerem uma associação significativa entre a atividade física vigorosa e o rendimento académico, no entanto, quando praticada com intensidade moderada, esta relação não se verifica. Estes resultados são justificados pelos autores com o facto de apenas os níveis de atividade física vigorosa atingirem o limiar de intensidade de atividade física necessária para influenciar positivamente o rendimento académico (Coe et al., 2006).

O mesmo estudo permitiu ainda concluir que o rendimento escolar sofre influência da atividade física realizada fora da escola mas não da atividade física decorrente das aulas de educação física (Coe et al., 2006).

Também Rees e Sabiab (2010) desenvolveram um estudo que pretendia perceber o efeito da participação em desportos no rendimento académico. Para levar a cabo o estudo, usaram os

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22 dados do National Longitudinal Study of Adolescent Health, dos quais seleccionaram alunos que frequentavam a escola secundária e que pertencessem à mesma comunidade, reunindo após esta seleção, 132 participantes.

Foram usadas as medidas de desempenho académico que haviam sido usadas no estudo

Adolescent Health, mais especificamente, foi perguntado aos participantes as suas notas em

diversas cadeiras durante o último período, mas também a dificuldade que sentiam em prestar atenção às aulas, as dificuldades que sentiam para completar os trabalhos de casa e ainda as suas aspirações em relação à escola (Rees & Sabiab, 2010).

Os resultados do estudo sugerem que a prática desportiva conduz à obtenção de notas mais altas e que este benefício está positivamente relacionado com a frequência de participação. Porém, os resultados mostram também uma pequena evidência que suporta a ideia de que, entre os estudantes masculinos, o envolvimento desportivo afeta as notas. Por outro lado, nos estudantes femininos o efeito é ocasionalmente positivo e estatisticamente significativo (Rees & Sabiab, 2010).

A participação desportiva surge também associada com a diminuição na probabilidade de os estudantes masculinos referirem ter dificuldades em completar os trabalhos de casa. Além disso uma participação de cinco horas semanais ou mais está relacionada com um aumento da probabilidade de os estudantes de ambos os géneros tencionarem prosseguir os estudos (Rees & Sabiab, 2010).

Por fim, em relação à atenção demonstrada nas aulas, e depois de controlados os fatores individuais, não se verificaram evidências de que a participação desportiva esteja associada com a dificuldade em prestar atenção às aulas (Rees & Sabiab, 2010).

Em suma, embora os resultados deste estudo mostrem uma pequena evidência que suporta a ideia de que a participação desportiva está positivamente relacionada com o desempenho académico no sentido causal, os resultados não excluem outros benefícios da prática de desporto relacionados com as habilidades humanas, nomeadamente as habilidades sociais (Rees & Sabiab, 2010).

Com conclusões diferentes das obtidas nos estudos anteriores surge o estudo desenvolvido por Sallis et al., (1999) na Califórnia, com uma amostra de 759 alunos da 5ª série. Estes alunos foram submetidos a um programa de atividade física desenhado especificamente para melhorar a sua condição física. Divididos em três grupos, um era dirigido por um educador físico profissional em que tinham mais minutos de educação física por semana, outro era orientado por um professor de sala de aula treinado para o efeito e que tinha um acréscimo menor de minutos por semana e o terceiro grupo seguia o programa normal de educação física.

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Revisão da Literatura

23 As conclusões do estudo mostram que o aumento do tempo das aulas de educação física não tem um efeito determinante no rendimento académico (Sallis et al., 1999).

Outro estudo em que também não foram encontradas relações específicas entre o envolvimento em desportos e o desempenho académico foi realizado por Fisher et al. (1996), tendo como objetivo estudar as correlações positivas e negativas da prática de desporto em jovens do centro da cidade e utilizando como amostra 838 estudantes das aulas de ginástica de um colégio de cidade de Nova Iorque, com média de idades de 16 anos.

Os resultados do estudo mostram que, para ambos os géneros, os alunos que passavam mais horas a praticar desporto eram mais propensos a considerar o desporto importante e a aspirar obter bolsas de atleta ou seguir a carreira desportiva profissional, porém eram igualmente propensos a considerar a escola importante e obtiveram médias de notas similares. Ou seja, como referido anteriormente, não foram encontradas relações específicas entre o envolvimento em desportos e o desempenho académico. Pois, aparentemente, o tempo passado a praticar desporto não diminui especificamente o tempo utilizado para a realização dos trabalhos de casa ou de estudo, mas também não aumenta a motivação nem destaca que os alunos possam estar mais orientados para o desempenho académico de uma forma geral (Fisher et al., 1996).

Um outro estudo foi desenvolvido em New Brunswick por Tremblay et al. (2000), com uma amostra de 6923 alunos da 6ª série e com o objetivo de examinar as relações entre a participação na atividade física, auto-estima, índice de massa corporal e rendimento académico, com controlo do status socioeconómico, da estrutura familiar e do género.

As conclusões do estudo mostram que a relação entre a atividade física e o rendimento académico é negativa, embora trivial. Porém, elevados níveis de atividade física têm uma relação positiva nos níveis de autoestima, o que de forma indireta pode contribuir para alcançar melhores resultados académicos (Tremblay et al., 2000).

A acrescentar a estes estudos, foram feitas várias revisões da literatura centradas na relação do exercício físico com o rendimento académico. Tomporowski et al. (2008), após análise de vários estudos, concluíram que os programas de exercício sistemático podem efetivamente melhorar o desenvolvimento de processos mentais específicos, conhecidos por serem importantes para o alcance de mudanças, encontradas a nível académico e ao longo de toda a vida.

Também Trudeau e Shephard (2008) realizaram uma revisão literária com o objetivo de rever as relações entre a Educação Física, a atividade física escolar e os desportos escolares com o rendimento académico. Após a revisão os autores concluem que o desporto é um fenómeno complexo que reúne muitas variáveis e que qualquer efeito que exerça no rendimento académico

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24 é influenciado pelo género, raça, o tipo de desporto e pelo nível de envolvimento atlético (Trudeau & Shephard 2008). O desenvolvimento académico por sua vez é influenciado por vários fatores determinantes, nomeadamente o comportamento na sala de aula, a auto estima, a autoimagem, e a satisfação e ligação com a escola (Trudeau & Shephard 2008).

Por fim, verificaram ainda que, mesmo os estudos que não conseguiram encontrar uma relação positiva entre a prática de atividade física e a média de notas, também não encontraram um decréscimo no rendimento académico como consequência da maior participação na atividade física (Trudeau & Shephard 2008).

Outro leque de pesquisas analisadas por Bailey (2006) mostram que o aumento dos níveis de atividade física na escola não prejudica o rendimento dos alunos nas diferentes disciplinas e, em muitas circunstâncias, está até associado com melhorias no rendimento académico.

Saraiva e Rodrigues (2010), por sua vez, reuniram evidências que mostram a importância de fomentar a prática de atividade física, quer seja em contexto escolar, através das aulas de Educação física e do desporto escolar, quer pela participação em outro tipo de atividade física, uma vez que esta revela um impacto positivo sobre o rendimento escolar, as capacidades cognitivas e os comportamentos associados. Estas conclusões são congruentes com as de Scheuer e Mitchell (2003) que realçam os ganhos na função cerebral, nos níveis de energia, perceção corporal e autoestima, proporcionados pela atividade física e que se refletem na melhoria do rendimento académico.

Fazendo uma breve referência aos seus efeitos na função cerebral, Cotman e Berchtold (2002) explicam o exercício como um comportamento simples que ativa as cascatas moleculares e celulares que suportam e mantêm a plasticidade cerebral. Este provoca efeitos essencialmente no hipocampo, que é a região cerebral central para a aprendizagem e memória.

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Caracterização do Envolvimento

25 3 - CARACTERIZAÇÃO DO ENVOLVIMENTO

3.1 - Caracterização do meio (Cidade da Lixa)

A cidade da Lixa pertence ao concelho de Felgueiras, que abrange apresenta uma área total de aproximadamente 116 km² e é constituído por 32 freguesias. Situa-se a 5 km da sede do concelho (Felgueiras), 45 km da cidade do Porto (Diniz, Poeta, Silva, Pinto & Abreu, 2003) e encontra-se no ponto de passagem entre o Minho, Douro e Trás-os-Montes. Tem como limites geográficos várias freguesias do concelho de Felgueiras a Norte, Noroeste e Oeste, os concelhos de Lousada a Sul, Celorico de Basto a Nordeste e Amarante a Este.

Lixa foi elevada à categoria de Vila em Abril de 1933, e passou a cidade em Junho de 1995, sendo desde então constituída por 4 freguesias: Borba de Godim, Macieira da Lixa, Vila Cova da Lixa e Santão. (Diniz et al., 2003)

De acordo com os resultados preliminares dos Censos 2011 (Instituto Nacional de Estatística, [INE], 2011), o Município de Felgueiras teve um aumento de população residente de aproximadamente 0,85%, passou dos 57 595 habitantes em 2001 para 58 084 em 2011. A cidade da Lixa, considerando as quatro freguesias que a compõem, apresentava em 2001, 8425 habitantes residentes, distribuídos da seguinte forma: 2340 habitantes residentes em Borba de Godim, 2065 em macieira da Lixa, 870 em Satão e 3150 em Vila Cova da Lixa. Segundo os resultados preliminares dos Censos 2011 (INE, 2011), Vila Cova da Lixa sofreu um aumento superior a 20% na população residente, Borba de Godim teve uma variação entre -2% e 2%, Macieira da Lixa entre -10% e -2% e, por fim, Satão com uma Variação inferior a -20%.

Relativamente à qualificação académica, de acordo com os Censos 2001 (Instituto Nacional de Estatística, [INE], 2001), dos 57 595 habitantes residentes, 16944 não tinham qualquer qualificação académica, enquanto os restantes 40651 tinham. Destes, 36655 apresentavam como qualificação o Ensino Básico, 2777 o Ensino Secundário, 65 o Ensino Médio e 1155 o Ensino Superior, sendo que destes 356 possuem o Bacharelato, 768 a Licenciatura, 19 o Mestrado e 12 Doutoramento.

Respetivamente à vertente económica, considerando os registos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, mais precisamente do Centro de Emprego de Felgueiras, a população ativa do concelho de Felgueiras tem vindo a aumentar essencialmente pelo crescimento das atividades económicas inseridas no sector secundário, mas também com alguma influência da área do comércio. Segundo os Censos 2001 (INE, 2001), a população ativa no concelho era de 28859, correspondente a 50,1% da população residente. Destas 27790 estavam empregadas.

O sector económico que apresenta maior destaque é o sector secundário (indústrias, sectores de energia, obras públicas e construção civil), onde se inserem 19486 pessoas, o que

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26 corresponde a 70,1% da população empregada. Segue-se o sector terciário (não elabora produtos, proporciona serviços, como o comércio, educação, transportes, saúde, turismo, entre outros serviços), que integra 26,85 % da população empregada, ou seja, 7453 pessoas e por fim o sector primário (agricultura, pesca, pecuária), que representa apenas 3,1% da população empregada, o equivalente a 851 pessoas (INE, 2001).

De acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, dados corroborados pelos Censos 2001 (INE, 2001), a indústria do calçado é aquela que ocupa uma maior percentagem de população empregada, abrangendo a 64,5% da população inserida no sector secundário, ou 45,2% do total da população empregada.

Importa referir que esta breve caracterização é feita essencialmente com dados referentes ao concelho de Felgueiras, obtidos através dos Censos 2001, uma vez que os dados mais recentes disponíveis, os Censos 2011, são apenas de carácter preliminar, pois resultam apenas das contagens das unidades estatísticas (edifício, alojamento, família e indivíduo).

3.2 - Caracterização da escola (Escola Secundária de Vila Cova da Lixa)

A Escola Secundária de Vila Cova da Lixa situa-se na cidade da Lixa, concelho de Felgueiras, esta localizada numa zona de expansão da cidade e usufrui de boas condições de localização e de acessibilidade (Inspeção Geral da Educação [IGE], 2007). A escola foi inaugurada no ano letivo 1983 /1984 e entrou em funcionamento nesse mesmo ano, dirigida apenas para o 3ºciclo. Após esforços levados a cabo pelo Conselho Diretivo e pela Associação de Pais da escola, foi possível criar os Cursos do Ensino Secundário a partir do ano letivo de 1986/87 (ESL, 2011). No ano 2000 a escola foi ampliada, com a construção de mais um bloco de salas de aula. Segundo o sítio oficial da escola, esta está classificada na tipologia SU/30 (o que significa que foi concebida inicialmente para ser uma escola com 18 salas de aula, para 600 alunos, dispondo hoje de 30 salas para uma população escolar aproximada de 850 alunos).

A escola é composta por quatro edifícios, com a seguinte distribuição:

- Bloco 1 – constituído por 14 salas de aulas normais, 8 salas de aulas específicas (2 laboratórios de Biologia/Geologia, 2 salas de Informática, 2 salas de Educação Visual, 2 salas de Educação Tecnológica) e 1 sala de Professores;

- Bloco 2 - constituído por 9 salas de aulas normais e 4 salas de aulas específicas (1 auditório com capacidade para 84 lugares, 2 laboratórios de Ciências Físico-Químicas e 2 salas de Informática), 2 gabinetes de trabalho e 1 sala de Professores;

- Bloco Sócio administrativo;

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Caracterização do Envolvimento

27 A 18 de Agosto de 2009, de acordo com o Despacho nº 19088/2009, o Ministério da Educação incluiu a Escola Secundária/3 de Vila Cova da Lixa na fase 3 do Projeto de Modernização das Escolas com ensino secundário (ESL, 2011).

Para dar resposta a este projeto, foi agendado o início das obras no decurso do ano letivo 2010/2011 para a requalificação e modernização dos equipamentos, edifícios e espaços constituintes da Escola Secundária/3 de Vila Cova da Lixa. Com vista á melhoria das condições de trabalho e, consequentemente, mais qualidade no processo de ensino (ESL, 2011).

Com o decorrer das obras, a escola deixou de contar com o edifício sócio administrativo, e os seus serviços distribuídos por vários contentores. No final do ano letivo 2010/2011 também o pavilhão gimnodesportivo entrou em remodelação, o que obrigou a que as aulas de educação física fossem lecionadas no estádio de futebol do clube local e num campo sintético disponibilizado pela autarquia.

Em consequência das várias alterações e remodelações a serem realizadas na escola ainda não é possível caracterizar o espaço físico que resultará das mesmas.

A oferta formativa da escola é composta, no que diz respeito ao ensino regular, pelo 3º Ciclo do Ensino Básico e pelo Ensino Secundário com os cursos de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Ciências Socioeconómicas e Artes Visuais (ESL, 2010a). Em alternativa ao ensino regular, a escola apresenta para o Ensino Básico os Cursos de Educação e Formação em Práticas Comerciais (ESL, 2010b). Para o Ensino Secundário os Cursos Profissionais de Técnico de Gestão, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de Gestão do Ambiente, Técnico de Apoio Psicossocial, Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente e ainda Técnico de Protésico (ESL, 2010c). Além desta lista de cursos referentes ao regime diurno, a escola apresenta ainda o regime noturno o qual contempla o Curso de Educação e Formação de Adultos, inserido no terceiro ciclo do ensino básico e, relativamente ao Ensino Secundário, o Curso de Ciências e Tecnologias e os cursos de Educação e Formação para Adultos, nomeadamente Formação Base (nível secundário), Técnicas de Ação Educativa, Técnicas Administrativas e Instalação e Gestão de Redes Informáticas.

Segundo dados da secretaria da Escola Secundária de Vila Cova da Lixa recolhidos no dia 10 de Março de 2011, esta era frequentada no ano letivo 2010/2011 por 1070 alunos, sendo que 148 são do ensino noturno, 289 do 3º ciclo, 432 do Ensino Secundário e 201 do Ensino Profissional (ESL, 2011).

Entre os alunos da Escola Secundária de Vila Cova da Lixa predominam os provenientes de famílias com parcos recursos económicos, aspeto que se torna evidente analisando o considerável número de alunos matriculados no ensino diurno que beneficiaram de subsídio. Os

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28 Pais e Encarregados de Educação têm, na sua maior parte, baixos níveis de escolaridade, aspeto que tem repercussões negativas no acompanhamento dos seus educandos em idade escolar (ESL, 2011).

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Metodologia

29 4 - METODOLOGIA

O método escolhido para o desenvolvimento do meu estudo é o quantitativo. Segundo Fortin (2009, p. 27), o método quantitativo (…) caracteriza-se pela medida de variáveis e pela

obtenção de resultados numéricos.

A investigação quantitativa tem como finalidade, determinar factos, esclarecer relações entre variáveis através da verificação de hipóteses, predizer resultados de causa e efeito ou verificar teorias ou proposições teóricas (Fortin, 2009).

A escolha do tipo de investigação deve ser feita de acordo com o objeto de estudo e o fim que se pretende alcançar com o mesmo, uma vez que cada método de investigação comporta um determinado número de tipos de investigação (Fortin, 2009).

4.1 - Pergunta de Partida

Para iniciar um trabalho de investigação é necessário escolher um fio condutor o mais claro possível, que permita que este início possa ser feito de forma estruturada e coerente. Umas das formas que se revelou ser eficaz consiste em, procurar enunciar o trabalho na forma de uma pergunta de partida, que permita ao investigador exprimir o mais corretamente possível aquilo que procura saber ou compreender (Quivy & Compenhoudt, 1998).

Posto isto a pergunta de partida enunciada para o estudo é:

Será que a prática desportiva extracurricular exerce influência sobre o (in)sucesso escolar?

4.2 - Objetivos

4.2.1 - Objetivo geral

Verificar se existe alguma relação entre a prática desportiva extracurricular e o (in)sucesso escolar.

4.2.2 - Objetivos específicos

Verificar se existem diferenças na influência exercida pela prática desportiva extracurricular nos diferentes géneros.

4.3 - Hipóteses

Organizar uma investigação, com base em hipóteses é a melhor método para a conduzir de forma ordenada e rigorosa, sem limitar o intuito de descoberta e curiosidade característicos de um trabalho deste género. Além disso para que um trabalho seja considerado uma verdadeira

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30 investigação, deve ser desenvolvido em torno de uma ou varias hipóteses (Quivy & Compenhoudt, 1998).

De acordo com Fortin (2009, p. 165) A hipótese é um enunciado que antecipa relações

entre variáveis e que necessita de uma verificação empírica.

As hipóteses que contemplam o presente estudo são:

H1- A prática desportiva contribui para o sucesso escolar;

H2- A influência exercida pela prática desportiva no sucesso escolar é superior nos alunos do género feminino.

4.4 - Caracterização da amostra

Tabela 1- Caracterização da amostra

O presente estudo foi realizado na Escola Secundária de Vila Cova da Lixa, situada na cidade da Lixa, integrada no concelho de Felgueiras, distrito do Porto, Portugal. A população que participou neste estudo incluiu todos os alunos da escola que frequentavam os Cursos

Ano de Escolaridade

Ano de

Nascimento Sexo Com quem vives Nacionalidade

N % N % N % N % N % 10º 152 37,35 11º 144 35,38 12º 111 27,27 1990 1 0,25 1991 1 0,25 1992 16 3,93 1993 125 30,71 1994 139 34,15 1995 124 30,47 Masculino 138 33,91 Feminino 269 66,09 Pais e Irmãos 299 73,46 Pais 74 18,18 Pai ou Mãe 11 2,70 Irmãos 2 0,49 Outros 21 5,16 Portuguesa 395 97,05 Francesa 5 1,23 Brasileira 2 0,49 Sul-africana 1 0,25 Suíça 1 0,25 Nulo 3 0,74

(31)

Metodologia

31 Científico-Humanísticos do ensino secundário. Dos 432 alunos inscritos no ensino secundário (ESL 2011), foram inquiridos 407 alunos, o que é justificado pelo facto de alguns dos alunos apesar de inscritos não estarem a frequentar as aulas.

Ao analisarmos a tabela 1 verifica-se que dos 407 alunos inquiridos 152 (37,35%) frequentavam o 10ºano, 144 (35,38%) o 11º ano e 111 (27,27%) o 12ºano. Dos inquiridos 138 (33,91%) eram do género masculino e 269 (66,09%) do género feminino. As suas datas de nascimento situavam-se entre os anos 1990 e 1995, o que faz com que os inquiridos tenham entre 16 e 21 anos.

No que diz respeito ao agregado familiar onde se inserem, 299 alunos vivem com os pais e irmãos, 74 com os pais, 11 com o pai ou com a mãe, 2 alunos apenas vivem com os irmãos e 21 alunos pertencem um agregado familiar com especificidades diferentes dos anteriores. Relativamente à nacionalidade dos participantes, 395 (97,05%) são de nacionalidade Portuguesa, 5 (1,23%) são de nacionalidade Francesa, 2 (0,49%) de nacionalidade Brasileira, 1 (0,25%) de nacionalidade Sul-Africana e 1 (0,25%) de nacionalidade Suíça. Por fim 3 (0,74%) alunos não responderam adequadamente a esta questão.

4.5 - Instrumentos

O trabalho de investigação permite a formulação de novas perspetivas e conceitos devendo ser usados instrumentos capazes de traduzir os dados para que sejam posteriormente analisados (Quivy e Campenhoudt, 2003).

Neste trabalho em concreto é usada a observação indireta, ou seja, aquela em que o investigador se dirige ao sujeito para adquirir a informação desejada, usando para isso como instrumento um questionário (Quivy & Compenhoudt, 1998).

O inquérito por questionário permite aos alunos responderem, de forma escrita, a um conjunto de questões, sendo o seu principal objetivo (…) recolher informação factual sobre

acontecimentos ou situações conhecidas, sobre atitudes, crenças, conhecimentos, sentimentos e opiniões (Fortin, 2009, p. 380).

O questionário (ver anexo 1) foi elaborado com base numa pesquisa que permitiu reunir material para a construção do mesmo. Nessa pesquisa, além de outros estudos relacionados com o tema, referidos anteriormente, estavam incluídos alguns questionários que serviram de inspiração, nomeadamente o questionário elaborado pelo concelho pedagógico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (2006), que pretendia avaliar o fenómeno do insucesso escolar, o questionário usado por Novais na sua Monografia cujo tema é “Atividade física e sucesso escolar. Estudo de crianças e adolescentes institucionalizados e não

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32 institucionalizados”, defendida na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, o questionário usado no estudo desenvolvido por Matos, Carvalhosa e Diniz (2001) com o tema “Actividade física e prática desportiva nos jovens portugueses” e, por fim, um questionário disponível na internet, sem autor identificado, mas com algumas questões pertinentes para o estudo e que por isso foram também elucidativas para a construção do questionário.

Este questionário é constituído por três partes, sendo que a primeira se destina à caracterização pessoal e é composta por seis questões. A segunda parte, constituída por cinco questões, pretende caracterizar a Prática Desportiva de cada um e, por fim, a terceira parte pretende caracterizar a Vida Escolar, sendo constituída por 18 questões. Em relação ao tipo de questões utilizadas, este apresenta questões de resposta aberta, semiaberta e fechada.

Relativamente ao questionário final, é de salientar que a pergunta 5 da Parte-I, que perguntava o local de residência, de cada aluno não foi utilizada para este estudo, uma vez que as respostas encontradas a essa pergunta eram muito dispersas, e não se revestiam de importância para a caracterização da amostra.

4.6 - Procedimentos

A construção do trabalho de investigação teve início com a elaboração do projeto de dissertação. Neste projeto foi definida a pergunta de partida que serviu de fio condutor para estruturar de forma coesa esta fase inicial do trabalho (Quivy & Compenhoudt, 1998), bem como as hipóteses, os objetivos de estudo, a amostra e o tipo de instrumento de recolha de dados. Ou seja, ficou definido o que observar, em quem observar e como observar (Quivy & Compenhoudt, 1998).

Uma vez definido o instrumento de recolha de dados a utilizar – questionário – e tendo-o construído como descrito anteriormente, procedeu-se a aplicação do questionário piloto, que consiste, segundo Quivy e Compenhoudt (1998), em testar o questionário antecipadamente, através de um número reduzido de indivíduos que se enquadrem nas categorias do público a que corresponde o estudo, mas que sejam diferentes dos indivíduos incluídos na amostra. Desta forma o questionário foi entregue a dois alunos de cada género dos três anos de escolaridade, pretendendo com isto identificar possíveis lacunas existentes.

Estando o questionário devidamente concluído, procedeu-se à elaboração do ofício (anexo 2), que foi entregue no concelho executivo da Escola Secundária da Lixa com o intuito de obter autorização para a sua aplicação nessa mesma escola. Uma vez obtida a autorização, procedeu-se à aplicação do questionário, que decorreu durante o segundo período do ano letivo 2010/2011, mais precisamente nos meses de Março e Abril de 2011.

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Metodologia

33 Para facilitar a entrega dos questionários, foram utilizados os horários das turmas que reuniam as características para a participação no estudo, procedendo à sua entrega no início ou fim de cada aula, mediante a autorização do professor responsável pela aula em curso. As aulas em que estes foram entregues eram selecionadas mediante a conciliação dos horários das diferentes turmas e os meus, uma vez que era professor estagiário nessa escola. Aquando da entrega dos questionários e antes de os alunos iniciarem o preenchimento foi-lhes explicada a finalidade e o objetivo do estudo, bem como a forma de preenchimento do questionário. Durante o tempo de preenchimento permanecia na sala de aula de modo a esclarecer qualquer dúvida que os alunos apresentassem.

Recolhidos os questionários, procedeu-se a contagem e tratamento dos dados, processo explicado no subcapítulo seguinte.

Importa referir que todo o trabalho foi realizado com base numa vasta pesquisa bibliográfica, recorrendo essencialmente a documentos publicados nas bases de dados b-on e scielo, mas também a alguns documento sob formas de livro.

4.7 - Tratamento de dados

Os dados foram tratados na folha de cálculo Microsoft Office Excel 2007 do Windows e analisados com recurso à análise estatística descritiva, sendo apresentados em tabelas, sob a forma de frequências relativas, frequências absolutas e médias.

Com a análise estatística descritiva pretende-se analisar as características dos elementos de toda a população (Silvestre, 2007), que neste caso são os alunos do ensino secundário da Escola Secundária de Vila Cova da Lixa.

(34)

34 5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os principais resultados obtidos com a aplicação do questionário. Esta apresentação é feita sob a forma de tabelas, e efetuada uma descrição dos mesmos com posterior referência aos aspetos mais relevantes.

Esta análise encontra-se dividida em duas etapas, sendo que na primeira será feita uma análise comparativa entre os alunos que praticam exercício físico extracurricular e os que não praticam e não segunda etapa esta análise é feita não só em função desta condição mas também em função do género.

5.1 -Comparação entre os alunos que praticam exercício físico extracurricular e os que não praticam

5.1.1 - Parte II do questionário

Tabela 2 - Prática de exercício físico extracurricular.

Relativamente à questão que pretendia apurar o número de alunos que praticam exercício físico extracurricular e o número de alunos que não praticam, verifica-se, após análise dos dados presentes na tabela 2, que 32,19% dos alunos (131) praticam exercício físico extracurricular e 67,81% (276) não praticam. Modalidades praticadas PE Modalidades Modalidades Futsal 5,56 % Dança 13,89 % Futebol 29,86 % Equitação 1,39 % Basquetebol 2,08 % Voleibol 5,56 % Natação 16,67 % Ténis 1,39 % Karaté 2,08 % Culturismo 0,69 % Ginásio 6,94 % BTT 0,69 % Kung Fu 2,78 % Musculação 0,69 % Kickboxing 2,78 % Fitness 0,69 %

Muay thai 0,69 % Squash 0,69 %

Atletismo 4,86 %

Tabela 3 – Modalidades praticadas.

Prática de exercício físico extracurricular

Alunos que praticam exercício físico extracurricular (PE)

Alunos que não praticam exercício físico extracurricular (NPE)

N N % N %

Imagem

Tabela 1- Caracterização da amostra
Tabela 3 – Modalidades praticadas.
Tabela 4- Dias de treinos/ competições semanais.
Tabela 6 – Horário de treinos/ competições.
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Referências

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