Universidade
Federal
de
Santa
Catarina
Curso
de
Graduação
em
Ciências
Econômicas
Programa Banco
da
Terra
no
Estado de
Santa
Catarina:
análisede
desempenho
no períodode
1999-2002Monografia submetida
ao
Departamentode
CiênciasEconômicas
para a obtençãode carga horária na disciplina
CNM
5420
-
Monografia.Por: Roseli Bett Ribeiro
Orientador: Prof. Lauro Mattei
Área
de
Pesquisa:Economia
AgrícolaPalavras - Chave; -
Banco da
Terra- Estrutura Agrária -
Reforma
AgráriaUniversidade
Federal
de
Santa
Catarina
Curso
de
Graduação
em
Ciências
Econômicas
5,.-wz.
A
Banca
Examinadora resolveu atribuir a notagøà
aluna Roseli Bett Ribeirona
disciplinaCNM
5420
-
Monografia, pela apresentação deste trabalho.Banca
Examinadora:@
/V
W
Y»
.
Í
Prof. Lauro z tei.//
/Á
Orien~
, ` Prof.Celsoweídmyñ
Membro
,ÁÁ
ázz
/` ' Prof.`AfiemirAntonioC zella zMembro
2\
“O pirizmeiro
homem
que, cercandoum
terreno, lembrou-se
de
dizer: issome
pertence”, e encontrou criaturas
suficientemente simples para acreditar no
que
dizia, foi o verdadeiro fundadorda
sociedade civii”.
JEAN-JACQUES
ROUSSEAU
LISTA
DE
TABELAS
Tabela 1
-
Famílias assentadas pelo governoFHC:
1995-1998 ... ._ 13Tabela 2
-
Famílias assentadas pelo governoFHC:
1999-2001 ... _. 14Tabela 3
-
Evolução donúmero de
estabelecimentos eda
área total,1985-1995 ... __
23
Tabela 4
-
Área colhidacom
as principais lavouras,segundo
os censosagropecuários e produção agrícola municipal
-
Santa Catarina-
1985/1996 ... _.29
Tabela 5
-
Produção, área colhida e rendimento das principais lavouras,segundo
os censos agropecuários
-
Santa Catarina, 1985/1996 ... ._30
Tabela
6
-
Área plantada, produção e posiçãode
Santa Catarinana
produçãonacional,
segundo
os principais produtos agrícolas - safra 1999/2000 ... _.33
Tabela 7
- Desempenho
do Programa
Cédulada
Terra-
Brasil- nov/97 aç
mar/99 ... _.
38
Tabela
8
-
Financiamentodo
Banco da
Terraem
Santa Catarina - área adquiridaentre 1999 -
2002
... _. 51Tabela 9
-
Financiamentodo
Banco
da Terraem
Santa Catarina -número de
famílias inscritas entre 1999-2002 ... .. 52
Tabela 10
-
Financiamentodo
Banco da
Terraem
Santa Catarina - áreamédia
pornúmero de
famílias entre 1999-2002 ... ... ._52
Tabela 11
-
Financiamentodo
Banco
da Terraem
Santa Catarina -total financiado(R$) entre 1999-2002 ... _.
53
Tabela 12
-
Financiamentodo
Banco
da Terraem
Santa Catarina - valor infra-estrutura básica por área, entre 1999-2002 ... ._
54
Tabela 13
-
Financiamentodo
Banco
da Terraem
Santa Catarina - valorde
outroscustos, entre 1999-2002 ... _.
55
L|sTA
DE
eRÁF=|cos
Gráfico 1
-
Evoluçãodo Banco
da Terra-
FamíliasAcumuladas
.LISTA
DE
QUADROS
Quadro
1-
Resumo
das atribuições das instâncias ... _.43
RESUMO
O
presente trabalho temcomo
objetivo analisar -odesempenho
do Programa
Banco
da Terra no estado
de
Santa Catarina, no período de1999
a 2002. Este programase destaca
como
uma
política públicade Governo
para se fazeruma
reformaagrária, tendo
como
público alvo os agricultoresque
necessitamde
terra para produzir.O
objetivo destePrograma
é financiara compra de
imóveis rurais me obrasde infra-estrutura básica,
como
formade
agilizaro
processo de Reforma Agrária ede
outras etapasdo
processo.A
análisetomou
por base consultas e interpretaçãode .obras
e
artigos diversos, além dedados
extraídosde
relatóriosdo Programa
Banco
da Terra, instituídono
estadode
Santa catarina. Diante dos resultadosobtidos através
de
relatórios, foi constatadoque
oPrograma Banco da
Terra éum
instrumento
que
torna o crédito rural mais barato, não se fazendouma
reforma agrária,mas
contribuindo para o fortalecimentoda
agricultura familiar, a ofertade
emprego e
fixação das famílias no meio rural.//
suMÁR|o
LISTA
DE
TABELAS
... ._ I _LISTA
DE GRAFICOS
... _.LISTA
DE
QUADROS
... ._RESUMO
... _.CAPITU
LO
I-
O
PROBLEMA DO
ESTUDO
... _.1.1
INTRODUÇAO
... __ ... _.1 .2
'OBJETIVOS
... _.1.2.1 Geral ... ._
1.2.2 Específicos ... ... _.
1.3
METODOLOGIA
E
ORGANIZAÇÃO
DO
ESTUDO
... ._CAPÍTULO
II -ESTRUTURA AGRARIA
BRASILEIRA
E
CATARINENSE
2.1
FORMAÇAO
HISTORICA
... _.2.2
CARACTERÍSTICAS GERAIS
DO
DESEÊNVOLVIMENTO
DA
AGRICULTURA
BRASILEIRA
... _.2.3
ESTRUTURA
AGRARIA
EM SANTA
CATARINA
... ._2.3.1
Aspectos
históricosda ocupação
em
Santa
Catarina ... ._2.3.2
Evoluçao
da
estrutura agráriaem
Santa
Catarina ... ... ._2.4
O
DESENVOLVIMENTO
DA AGRICULTURA
CATARINENSE
________ _.2.4.1
Aspectos da
agropecuária catarinense ... _.\
cAfiPíTuL~o III
-
o
BANco
DA TERRA
... _.3.1
PROGRAMA
CÉDULA DA TERRA
-
O
PRECURSOR
... _.3.1.1
Breve
avaliaçãoda
cédulada
terra ... _.3.2
O
BANCO DA
TERRA
... _.3.2.1 Finalidade ... ._
3.2.2
Gestão
... ._3.2.3 Beneficiários
do programa
... _.3.2.4
Impedimentos de acesso ao
programa
___. ... _.3.2.6
Forma
de
liberaçãodos
recursos ... _.CAPÍTULO
IV-
O
DESEMPENHO DO
PROGRAMA
BANCO
DA TERRA
EM
SANTA
CATARINA
... _.4.1
INTERPRETAÇÃO
E
ANÁLISE
DO DESEMPENHO DO BANCO
DE
TERRA EM SANTA
CATARINA
-
PERÍODO
1999-2002 ... ..CONCLUSÃO
... ..RE|=ERÊNc|As
... _.C/
cAPiTui.io
ii -o PRQBLEMA Do
ESTUDO
1.1
|NTRoDuÇÃo
O
inicio dos anos 60, aindano
governo João Goulart, ~constitu`i=u-senum
referencial histórico importante,
em
termosda
proposição e práticada
distribuiçãode
terrasno
Brasil.O
instrumentode
aproveitamento dos recursos fundiários ãmargem
das rodovias federais para fins de assentamento foi uma, entre as diversas
atribuições
da
Superintendênciade Reforma
Agrária(SUPRA),
órgãoque
atuouno
período 1962-64.
A
derrocadado
governo constitucional,em
1964, pôsfim
auma
sériede
reivindicaçõesde
reformas de base, entre as quais a própria distribuiçãode
terras. Já na vigênciado
regime militar foi aprovado o Estatutoda
Terra (Lei n.°4.504
de
1964), contendo disposições acercada
reforma agrária,da
poliítica agrícolae propondo
uma
padronização das propriedades rurais a partir dos conceitosde
módulo
rural, minifúndio,empresa
rural e latifúndio pordimensão
e exploração,que
só viriam a ser modificados
com
a regulamentaçãoda
Lei Agrária (1993),onde
foram substituídos por minifúndio, pequena,
média
e grande propriedade (Leite,1999).
O
Estatuto criava, ainda, o Instituto Brasileirode
Reforma Agrária (IBRA) eo Instituto Nacional
de
Desenvolvimento Agrário (INDA)como
órgãos executores das políticas públicas, voltadas basicamente para a ~impfilement~ação do- processode
modemização
tecnológica das grandes propriedades rurais, especialmente aquelaslocalizadas na região Centro-Sul, produtoras
de
commodities. Tais políticas,de
acordo
com
Leite (1999), voltavam-se,também,
para a dissolução ie repressãode
conflitos fundiários, principalmente aqueles verificados
na
região Sul-Sudeste.Os
dois institutos já
contavam
com
seis anosde
existência,quando
ogovemo
federal,empenhado
em
incorporar áreas pioneirasao
processode
desenvolvimento,denominando
grandes áreas ociosas daAmazônia
Legal compreendida nas regiões Norte me Centro-Oeste, atravésda
Lei n.° 5.173,de
27de
outubrode
11 966.Da
fusãodo lBRA
edo
INDA
em um
só órgão, resultou o institutoNacional
de
Colonização e Reforma Agrária-
INCRA,
pelo Decreto-Lei n.° 1.110,de
O9
de
julhode
1970,e
reverteuao
domínioda
União as terras devolutivas situadasna faixa
de 100
(cem) quilómetrosde
cada ladodo
«eixodas
rodovias federaisconstruídas ou projetadas na
AmazôniaLegal
através do Decreto-Lei n.° 11.164,de
'
01
de
abril de 1971, cuja extensão total «compreendiauma
área aproximadade
2,2milhões
de
quilômetros quadrados,ou
seja,220
milhõesde
hectares. (Barros, 1988).Na
realidade, sob o regime ditatorial, assistiu-seapenas
a implantaçãode
medidas
destinadasao
cadastramentode
imóveis rurais e à prática dosinstrumentos
de
colonização dirigida.Dados
oficiafis indicamque
no
periodode 1970
a
1985
foram criados 138 projetosde
colonização, incorporando cerca de138
milfamílias
numa
áreade
19.500.000 milhões de hectares(MARA/INCRA
apud
Leite,1990).
De
acordocom
Linhares&
Silva (1999),no
governodo
generalFigueiredo, após inúmeros assassinatos,
em
especial na região do Bicodo
Papagaio,
ao
nortede
Goiás, e faceà
crescente tendência reorganizadorado
movimento
camponês, foi criado oGETAT,
Grupo
Especialde
Trabalhoda
Agricultura
e
Terras,que
deveria promover a reorganização fundiárianuma
áreade
'\
duzentos mil quilômetros quadrados.
Ao
mesmo
tempo, o general-presidente criao
Ministério Extraordinário para Assuntos Fundiários, reconhecendo claramente
que
oeixo dos conflitos sociais no país passava perigosamente pelo campo.
Nos
últimosdias
da
Ditadura Militar, a questão agrária avolumava-secomo
um
dos
maiscomplexos problemas nacionais.
Segundo
Leite (1999),com
o processode
redemocratização, calcadona
constituição da Aliança Democrática de
meados
dos anos 80, otema da
reformaagrária
no
Brasil é retornadocom
fôlego, consubstanciadona
nova estruturaadministrativa
do
governo federal a partirda
criaçãodo
Ministério da Reformae
do
Desenvolvimento Agrário (MIRAD),
que
passoua encampar
oINCRA.
No
iníciodo
governo Sarney, durante o 4°
Congresso da
Contag, foi anunciado o Plano Nacionalde Reforma
Agrária(PNRA)
modificado, logoem
seguida, frente às pressõesoriundas
do
patronato rural, naquelemomento
fundamentado
na constituiçãoda
Frente Ampla: Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sociedade Rural
Brasileira (SRB) e Confederação Nacional
da
Agricultura (CNA).Algum tempo
depois, seria criada a União Democrática 'Ruralista <(UDlR),
com
uma
prática eum
discurso mais ofensivo contra a possibilidade
de
implementaçãoda
reforma agrária euma
defesa explícitada
violência rural,em
prolda
propriedade privada etc.O
PNRA
pretendia assentarde
1,4(milhãode
famílias,em
43.090.000 ha,entre 1985-1989.
O
resultado obtidono
periodo atestaum
índicede 10,55% de
realização das metas no total
de
terras aserem
arrecadadas ede
6,42% no
totalde
\
.-
famílias assentadas. Data dessa
época
a criaçaodo Programa de
Crédito Especialpara a
Reforma
Agrária (Procera), operacionalizado a partirde
1987.O
programa
surgia
como
alternativa à política tradicionalde
crédito rural, prevendo a realizaçãode
investimentos no assentamento e aquisiçãode
bens necessários àmanutenção
da
família ãbeneficiária. implementadode
forma assistemáticae
descontínua até1993, esta linha de crédito passou a ser crucial no período atual (1993-1998) para
viabilizar
econômica
e socialmente os assentamentosde
reforma agrária (Leite,1999).
O
autor relataque
o processo constituinte (1986-1988) e a própria CartaMagna
do
paíspesaram
desfavoravelmenteem
relação à reforma agrária.A
disputa por posições durante a Assembléia Constituinteacabou
resultandonum
aparatolegal extremamente
ambíguo
e bastante limitadoquando comparado
às legislações anteriores. Tal lacuna veio a ser parcial-mente supridacom
ta regulamentaçãoda
Constituiçao Federal
de
1988, atravésda mencionada
Lei Agrária (fevereirode
1993) e a Lei do Rito Sumário (julho
de
1993), modificadasem
alguns aspectospelas
medidas
provisórias editadas entremeados
de
1997 e abrilde
1999..
O
Governo
Collor (1990-1992) foi caracterizado porum
totaldesmonte do
aparato público nesse e
em
diversos setoresda
estrutura administrativa.A
implantaçãode
assentamentos e a arrecadaçãode
.terras praticamente limitou-se aconcluir os processos iniciados na gestão anterior.
Além
disso foi lançado oPrograma da
Terra, tendocomo
um
dos vértices a inclusãodo
Exércitona tomada
de decisões e aplicação
de
medidas,bem como
a criação das bolsasde
arrenda-mento
e a aquisição de terras mediantecompra
para finsde
reforma agrária (Leite,1999).
O
tema
voltou a tomar maiorespaço
naagenda do
setor lpúblilcono
governo seguinte (Itamar Franco, 1992-1994),
onde
aprovou-se oPrograma de
Emergência para o assentamento
de
80.000 famílias, das quais 23.000 foramatendidas
com
a implantaçãode
152 projetosem
uma
áreade 1.22899
mil ha.`
No
governo de Fernando Henrique(Cardoso -
FHC
(1994),a
questãoagrária seria forçosamente incorporada
ao
planode
ação governamental,ao
mesmo
tempo
em
que
se assiste à retomadada
luta pela terrano
país, obrigando o governoa responder
de
forma rápida e imediata.A
meta governamental para assentamentode
famílias era crescente a cada ano, totalizando280
mil famíliasno
finaldo
mandato. .
Além
dos massacresde
1995/96,que
repercutiam fortementeem
âmbitointernacional,
o
governo enfrentou fortes manifestações implementadas peloMST
(como
amarcha
para Brasilia e os protestos «contraa
secano
Nordeste) me pelaConfederação Nacional dos Trabalhadores
na
Agricultura(CONTAG),
naocupação
de
prédios públicose
na
realizaçãodo
“Gritoda
`T‹e'r:ra”,ao
mesmo
tempo
em
que se
defrontava
com
protestos dos proprietáriosde
terras (o “caminhonaço” de Brasília,em
1995) e as negociações freqüentescom
achamada
"bancada ruralista"no
Congresso
Nacional,em
troca de apoio às propostas governamentais.A
tabela 1 apresenta o resultado,em
termosde
famílias assentadas,durante o período de 1995 a 1998. Pode-se constatar, primeiramente,
que o
volumede beneflciários não é
nada
desprezível, cercade 288
mil familias,o que
permiteregistrar o acúmulo até certo ponto irreversível nessa experiência
de
assentamento.,z .
Tabela 1 - Famílias assentadas pelo governo
FHC:
1995-19981
995
42.8271996 61.674
1997 81.944
1
998
1 01 .094Fonte: INCRA/MEPF apud Leite (1999).
Reeleito
em
1998, o governo deFHC
intensificou a propaganda sobre asua política agrária
“uma
família assentada a cada cinco minutos",segundo meta do
governo,
desde
o início de seu primeiromandato
essameta
foi superada.Na
tabela2 pode-se observar o total de famílias assentadas
no
período entre 1999-2001.Tabela 2 - Famílias assentadas pelo governo
FHC:
1999-2001 íãššíãš21%í25š2%2-212'ífâ2§§â§f§fãf§f%§§§f§@r~ 0 1999
85.2262000
1 08.986 2001 60.163 ifõritëf`MÕÃ'ä}5i)â9cámãr§69,9càiëiiá,9De
acordocom
Camargo,
Cazella e Mussoi (2001),o
fatoque
talveztenha
chamado
a atenção neste período,no que
se refere as políticas agrárias,tenha sido o lançamento
do
programa intitulado “Agricultura familiar, reforma agráriae desenvolvimento local para
um
novomundo
rural”,em
março de
1999.Segundo
opróprio
govemo
a proposição centraldo
programa eraa
de:“Promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável,
em
nívellocal e regional, por meio da desconcentração da base produtiva e da
dinamização da vida econômica, social, política e cultural dos
espaços rurais (...), usando
como
vetores estratégicos o investimentona expansão e investimento da agricultura familiar, na redistribuição
dos ativos da terra e educação e no estímulo a múltiplas atividades
geradoras de renda no campo, anão necessariamente agrícolas” (MDA
apud Camargo, CazellaeMussoi,2(X)1 p. 8).
,
No
que
se refere aos instrumentosde
acesso a terra odocumento
trazia oindicativo
de sempre
buscar as soluções maisadequadas
para cada caso.E que
adefinição
de cada
instrumento levariaem
consideração o custo por família, aqualidade dos recursos naturais, a agilidade
do
processo e a capacidadede
pagamento
dos agricultores.É
nessa lógicaque
oGoverno
Brasileiro diversifica os instrumentosde
reforma agrária, para, além
do mecanismo
tradicionalda
desapropriaçãode
terraspara justiça social.
Com
isso, implementou-se,em
1997/98, oPrograma
Piloto"Cédula
da
Terra",que
seria o embriãodo
atualBanco da
Terra.Nesse
contexto, o trabalho pretende responder aos seguintes questionamentos:1) Qual a abrangência
do Programa Banco da
Terrano
estadode
SantaCatarina? '
2) Quais os reflexos
do
programa sobre a questão agrária catarinense?1.2
OBJETIVOS
1 .2.1 Geral
Analisar
o
desempenho
do Programa Banco
da Terrano
estadode
SantaCatarina no período
de
1999 a 2002.1.2.2
Específicos
a) Caracterizar brevemente a evolução histórica
da
estrutura agráriabrasileira e catarinense;
b) Apresentar o
Programa Banco da
Terra, destacando seus principaisinstrumentos
de
política; _c) Descrever as principais ações desenvolvidas pelo programa,
em
Santa Catarina
no
período entre 1999a
2002, analisando o seudesempenho.
1.3
METODOLOGIA
E
ORGANIZAÇAO
DO
ESTUDO
O
desenvolvimentodo
presente trabalho se baseiana
consulta einterpretação
de
obras e artigos diversos, alémda
utilização dedados
extraídosde
relatóriosdo Programa Banco da
Terra instituzídono
estadode
Santa Catarina.Será apresentado
um
breve históricoda
Estrutura Agrária no Brasile
em
Santa Catarina,
bem como
sua retrospectivada
implantaçãodo Programa Banco da
Terra, destacando-se construção técnica e as políticas referente
ao
tema, tendocomo
pontode
referência a interpretaçãode dados
do referidoPrograma no
estadode
Santa Catarina.O
capítulo ll discute a evolução históricada
estrutura agráriaem
SantaCatarina. ,
O
capítulo Ill fazuma
apresentaçãodo Programa Banco da
Terra,destacando seus principais instrumentos
de
política pública.O
capítulo IV interpretae
analisa osdados do
programa, atravésdas
diferentes
ações
desenvolvidasno
período entre 1999-
2002.E, finalmente, apresenta as principais conclusões
do
estudo, discutindoos reflexos
do
referido programa sobre a questão agrária catarinense.CAPÍTULO
II -ESTRUTURA
AGRÁRIA
BRASILEIRA
E
CATARINENSE
‹A
questão agráriatem permeado
a vida nacionale
está presenteem
todos os
momentos,
vindo a constituir-seem um
dos fatores determinantes dosrumos tomados
pelo país.Com
o objetivode
analisar a estrutura agráriaem
Santa Catarinainicialmente faremos/
um
brevepanorama da
formação íhšistóricada
estrutura agráriano Brasil.
2.1 |=oR|v|AçÃo
H|sTÓR|cA
De
acordocom
Silva (2000), iPortugal, devido às suas limitações, adotoua
estratégia
de
garantir o domínio e gerar riquezas na colônia brasileira atravésdo
extrativismo e a agricultura mercantilista, para abastecer o
mercado
europeu.Essa
forma
de
colonizaçãomarcou o
desenvolvimento brasileiro,baseado
na agriculturade
exportação.No
periodo colonial, entre 1500e
1822,o
Brasil passou por vários ciclos econômicos,como
a extração do pau-brasil edo
ouro, as plantaçõesda
cana-de-açúcar,
do
café edo
cacau, atividades primáriasbaseadas
nos recursos naturaisda
flora,do
subsolo,dos
solose na
mão-de-obra, inicialmente, escrava.As
principais caracteristicas
da
agricultura nesse períodoeram
o caráter exportador, amonocultura
em
grandes extensões,o
uso da fertilidade natural dos solose
aabundante mão-de-obra,
quase
toda escrava.A
produção era distribuídana
Europa, principalmente atravésde
comerciantes holandeses e ingleses,
com
os quais Portugal mantinha acordoscomerciais, financeiros e políticos.
A
unidadede
produção mercantil erapraticamente auto-suficiente, produzia os alimentos para consumo, madeira, artigos
de
marcenaria, ferraria para confecçãode pequenas
peças de metal e oficinasde
consertos
de
máquinas.O
mercado
internono
Brasil colonial .praticamentenão
existia e
o
cultivo de alimentos era realizado aproveitando-se o trabalho e as terrasno período
de
entre-safras das lavouras comerciais.A
prática agricola mais utilizada, e ainda muito presentena
culturaA
l
denominada
cabocla' , foi a roçade
queimadas, roçade
tocoou
coivaraz
com
pousio. Tal prática consiste
em
derrubar e queimar a vegetação arbórea e realizaro
plantioda
cultura perene,como
por exemplo, o café.Para Furtado (1972), a
economia
principalmentede
subsistência,no
Brasil,
assume
duas formas: o domínio pecuário e opequeno
produtor agricola ou sitianteque ocupa
terrasque
aindanão
foram alcançadas pelaempresa
agro- mercantil3.Os
agricultoresdispunham de sementes
próprias para to cultivodo
feijão,milho e mandioca, enquanto
que
oconsumo
de
carnede
caça e pesca era muitocomum
etambém
a criaçãodeanimais
domésticos para prover os ovos, o leite e a própria carne.Após
o período inicialda
extraçãodo
âpau-ibrasil, seguiu-seo
ciclode
produção
da
cana-de-açúcar,que
semanteve no auge
entre os séculos XVIe
XVII,até
que
a produção francesae
inglesa nas Antilhas tornou-se concorrente.Os
gados
bovino, eqüino e muar, a produçãode
fumo, algodão, arroz e produtosde
subsistência introduzido pelos portugueses, teve papel importantena
formação cultural, econômica e social
do
paisapós o
ciclodo
ouro4.As
técnicasde
produçãoeram
relativamente simples.O
crescimentoda
oferta se
dava
pelaexpansão
da fronteira agricola e pelo *maior usode
mão-de-obra.Portanto,
os
principais fatoresde
produção desse sistema foram a terra ~eo
trabalho.O
financiamento das lavouras era obtido através dos próprios comerciantesem
crescente relaçãode
dependência.A
vindada
corte portuguesa parao
Brasil., no iniciodo
século XiX,ganhou
maior diversificação, além
da
cana-de-açúcar, iniciou-se o cultivodo
café,que
seexpandiu
com
oaumento
doconsumo
mundial, constituindo-se principal produtode
exportação brasileiro entre os séculos
XlX
emeados
do
século XX.O
modelo de
desenvolvimento agro-exportador caracterizou-se o setor'Referente aos produtores de origem mestiça - europeus/indígenas/negros - nas diferentes combinações. Vivem normalmente
em localidades isoladas ou mais distantes dos centros urbanos.
2Quando a lavoura diminui o rendimento, a área é deixada em descanso ou transformada em área pastoril. O pousio se
prolonga por 15 a 20 anos, quando a mata já está em plena recuperação ou a fertilidade natural já está restabelecida.
3Antecede a toda outra forma de atividade econômica no pais. Domina o processo de ocupação do território e de formação da
sociedade rural brasileira. Coube-lhe dar valor econômico ao silvícola capturado, importar a massa de trabalhadores africanos
escravizados, criar emprego, direta ou indiretamente, para a mão-de-obra livre que chega ao país. Financia a pecuária nos seus inícios, e perrnite a expansão desta assegurando-lhe mercados.
°Transcorreu durante o século XVlll, quando Portugal descobriu e explorou :pedras e metais valiosos principalmente em Minas Gerais.
agrícola
em
dois segmentos, representados pela agriculturade
exportação patronale pela agricultura
de
subsistência dospequenos
produtores,que
comercializavam os excedentes.As duas
formas de agricultura produziam alimentos básicosde
consumo
próprio e o abastecimentodo mercado
interno.A
agricultura patronal aproveitava os períodosde
entre safras,quando
dispunhade
terra e mão-de-obraociosas,
ou
atravesde
arrendamentos e parceriascom
terceiros,em
relações pré- capitalistasde
produção. .2.2
CARACTERÍSTICAS
RECENTES
DO
*D`ESENVOLVI`MlE?NT*ODA
AGRICULTURA
BRASILEIRA
.
As
profundas transformaçõesque
a sociedade brasileira conheceu,de
acordo
com
Silva&
Bottan (1984), a partirde
meados
dos anos 50, redefiniramcompletamente as já cambiantes relações entre a indústria
e o
meio ruralno
Brasil.Tal reposicionamento selou o predomínio
da economia
urbano-industrial sobre a agrária-
oque
já vinhasendo desenhando desde
a revoluçãode
1930.Segundo
os autores,do ponto de
vistaeconômico,
verificam-se aformação
de novos ramos
industriais,como
a indústriade
materialde
transporte,de
construção naval, eletro-eletrônico, indústrias
de máquinas e
equipamentose
petroquímica; e
também,
uma
rápida e intensa internacionalizaçãoda economia do
pais através
da
participação direta das grandesempresas
estrangeirasno
parqueindustrial brasileiro, assim como, o aperr¬feÍiçoamento
do
setor financeiro,com
acriação
do Banco
Central,expansão
dascademetas de
poupança, desenvolvimentode
bolsasde
valores, etc,como
resposta à crescente complexificaçãoda economia
nacional.Já
do ponto de
vista social,o que
se viu foium
grandeaumento
entre asdiferenças
de
renda das váriascamadas
da
população. Outro aspecto dessemesmo
processo é o
aumento
das disparidades regionais,uma
vezque
o desenvolvimentolocalizado
no
eixo Riode
Janeiro -São
Paulo - Belo Horizonte, ocasionou,ao
concretizar-se,
o
empobrecimento relativo dasdemais
regiõesdo
lpaís.Finalmente,
do ponto
de
vista político,houve
a ampliaçãoda
açãodo
Governo, seja através
de
sua interferência direta na atividadeeconômica
-
viaformação elou
expansão de empresas
estatais, seja atravésde
sua ação indireta vialeis, decretos, instituições, pessoal técnico, etc., para estimular e amparar o tipo
de
desenvolvimento
de que
se fala. Por outro lado, havia a necessidadede
tolher asmanifestações contrárias a
um
desenvolvimento desse tipo.Esse
procedimentoocasionou limitações na estruturação e funcionamento
de
entidadesde
classe(sindicatos, associações, etc.).
No
campo
da
atividade agricola, todo esse processo assumiu formasvariadas,
de
acordocom
a regiãodo
pais ecom
os tipos de agricultura nela dominantes.Sendo
muito mais intenso no Centro-Suldo
Brasil doque
no Norteou
Nordeste, afetando mais profundamente os produtos de exportação e as matérias-
primas industriais
do que
os produtos alimentares.Algumas
dasempresas
agzroindustriais investifram diretamentena
produção (Pêssego, Cica no Rio
Grande do
Sul; cana-de-açúcar,Grupos Ometto
eAtala
em
São
Paulo, Paraná, Riode
Janeiro,Mato
Grosso do Sul, etc.; laranja, indústriasde
suco deSão
Paulo; reflorestamento-
indústriasde
papel e celulose),além
de
gruposeconômicos
urbanos interessadosem
incentivos fiscais, etc. Outrasagroindústrias, no entanto,
passaram
a organizar a produção pela subordinaçãodo
pequeno
produtor rural a seus interesses. Destas empresas, algumasque
manipularam produtos cujo
mercado
exige maior padronização (e, portanto, maiortecnificação de sua produção),
exercem
uma
ação
diretae
constante sobre aprodução,
a
comercialização e sobre opequeno
produtor (é o caso das produçõesde fumo
ede
carnes suínas e de aves). Outras empresas, ainda,em
virtudede
apadronização
de
seus produtos finais não depender tão diretamentedo
seu graude
tecnificação
da
produção, dlirecionama
produçãodo pequeno
produtor unicalmenteatravés de
mecanismos de
comercialização (éo
caso das indústrias de lacticínios, feculariasde
mandioca,empresas
beneficiadoras e comercializadorasde
arroz efeijão,
empresas
comercializadorasde
hortigranjeiros, indústriasde
óleos vegetais,etc.).
O
processode
estreitamentoda
vinculaçãoda
produção agricolacom
o
mercado
tevecomo
conseqüências importantes, entre outras, as seguintes:a) a ruptura da auto-suficiência
da
unidade produtivacom
a decorrentetendência
à
especializaçãoda
produção;b) a
manutenção da
estrutura fundiária brasileira,baseada
naconcentração das terras
em
mãos
de
poucos;c) a ampliação dos investimentos especulativos
em
terras,fenômenos
bastante significativo a partir dos anos setenta; e
d) a profunda repercussão
de
todo esse processo sobre a mão-de-obra ruraldo
país.Por fim, através de políticas públicas acabou-se
aumentando
asdesigualdades regionais e as diferenciações entre os produtos agrícolas
de
exportação e produtorde
abastecimentoda
população, além das desigualdadesde
renda.
2.3
ESTRUTURA
AGRARIA
EM
SANTA
CATAÉRÉINA2.3.1
Aspectos
históricosda
ocupação
em
Santa
CatarinaA
ocupaçao do
território catarinense,de
acordocom
Zanchet «(1990), teve iníciocom
opovoamento
vicentista, no século XVII, na faixa litorânea,com
afundação dos núcleos
de
São
Francisco, Desterro e Laguna.Após
opovoamento
vicentista, registra-se a ocorrência da colonização açoriana (1748
-
1756). Estaocupou
a llhade
Santa Catarina e partedo
continente,na
zregião compreendidaentre
São
Miguel eo
litoral sul, próximo a Laguna.Os
núcleos açorianos foramassentados tendo por base a
pequena
propriedade.A
atividade agrícola nosmoldes
europeus
não
vingou e os açorianos se dedicaram à pesca e à produçãode
farinhade
mandioca.Nos
dois primeiros séculosde sua
ocupação, Santa Cata-rizna serviacomo
apoio logístico à atividade militar, oque
poderia ter contribuído parao
fracassoda atividade agrícola das populações
que
se estabeleceram nesta época.Em
meados
do
século XVlll ocorreu aocupação do
planalto caracterizado pelo ciclodo
tropeirismo.O
estabelecimentodos
“caminhosdo
sul", via terrestre,consolidou
Lages
como
áreade
criação e entrepostodegado.
Os
caminhosdo
suldeterminaram,
também,
o surgimentode
São
Joaquim, Mafra, Porto União, entreoutros povoamentos. Nesta época, os paulistas
dominavam
a comercializaçãode
gado,
que
se destinava às regiões mineradorasda
Serra da Mantiquelizra.A
grandepropriedade, talvez originária
da
concessãode
sesmarias, passou a sera
unidadetípica
do
planalto catarinense. -Outra fase, distinta das anteriores e de grande relevância para a
ocupação de
Santa Catarina, foi a imigraçãode
europeus.A
instalaçãode
imigrantes europeus teve início
em
1828,com
a fundação da Colôniade
São
Pedrode Alcãntara,`próxima a Desterro
-
hoje Florianópolis -_ Segue-se a criaçãodas
colônias alemãs
no
litoral norte-
Dona
Francisca, 1849., hoje Joinville, me no Valedo
Itajaí
-
Blumenau
e Brusque, 1850.A
colonização italiana foi mais difusaque
aalemã, e se localizou principalmente no sul
do
Estado, a partirde
1875, originandoBraço
do
Norte, Criciúma e Urussanga.A
colonização polonesa ocorreu entre1882
e 1900, contribuindo para
a
formaçãode
Turvo, Orleanse Grão
Pará.O
estabelecimento das colônias,com
imigrantesde
diversas etnias, baseou-sena
propriedade familiar,
com
vistas à auto-suficiència.Toda
regiãodo
Oeste catarinense foimarcada
por muitos conflitos,que
de
certa forma atrasaram sua ocupação: conflitos violentoscom
índiosno
século passado; litígiode
fronteiracom
a Argentina, solucionadoem
1903; o oeste e partedo
planalto foram áreade
litígio entre Paraná e Santa Catarina, solucionadosem
1915;
e
a Guerra do Contestado (1912/1916).A
partirde
1920, ocorreram os fluxosde
migração para o Oeste,que
recebeu população oriundadas
colônias do noroestegaúcho
-
descendentesde
italianos e alemães -_A
organização destas colôniastambém
teve por base apequena
propriedade familiar e a diversidade agropecuária.O
processode
imigração para Santa Catarina, iniciadocom
a colonizaçãoeuropéia
no
século passado,ao
que
tudo indica,não
estava encerradoem
meados
do
século XX. Ainda nadécada de
70, observou-se omovimento
migratóriode
agricultores japoneses para o Planalto Catarinense.
É
oportuno dizerque
os imigrantesque
se dirigiram à Santa Catarinaocuparam
as terras na condiçãode
proprietários.Em
outras regiões, a imigração esteve ligadaao
acesso indireto à terra, seja através do assalariamento ou atravésda
parceria.Um
exemplo
típico do acesso indireto à terra é o colonatodo
café,que
ocorreu
em
São
Paulo eno
nortedo
Paraná.A
condiçãode
propriedade dos meiosde
produção,com
predominância depequenos
âproprietários, confere característzicaspróprias à estrutura agrária catarinense.
2.3.2
Evolução
da
estrutura agráriaem
Santa
CatarinaNo
ano
de1985
foi omarco
iniciaflde
uma
série coordenadade
ocupações
de terras improdutivas, por parte dos Trabalhadores RuraisSem
Terra, 22em
Santa Catarina i(Lisboa,1988apud
Kleba). lsto ocorreu exatamentequando
aimplementação
da
proposta do l Plano Nacionalde
Reforma Agrária parecia serpossível.
Simultaneamente, institucionalizou-se o
MST
nos âmbitosdo
Estado eda
Federação.
O
MST
alémde
coordenar a maioria asocupações
vem
influindo decisivamente na conformação dos assentamentos. (Kleba, 1995)O
maior objetivo das ocupações, seria o de assegurar terra própria aosagricultores, os
chamados "sem
terra". Para tanto, os trabalhadoresmontaram
acampamentos
nas terrase
pressionaram pela realizaçãode
desapropriações porinteresse social. -
Mesmo
assim, a estrutura agrária catarinensevem
sendo
considerada, hámuito tempo,
como uma
das maisbem
distribuídas do país. Parao
IBGE,“em
comparação
com
a maioria dos estados brasileiros, a estrutura fundiáriade
SantaCatarina é peculiar, pois, apresenta
uma
grande proporção da área (42,1%em
31.12.1970 e
40,6%
em
31.12.95)em
pequenos
estabelecimentoscom menos
de
10hectares e
de
10 amenos
de
50
hectares". (IBGE -Censo
Agropecuário, 1995-96,p.33)
Analisando a distribuição fundiária
em
Santa Catarina a tabela 3apresenta os
dados
referenteao número de
estabelecimentos e área total para operíodo entre 1985 e 1995, possibilitando
uma
análise futura para os diversos estratosde
área.Tabela 3 - Evolução
do número de
estabelecimentos eda
área total,1985-1995
Menos
de-1o 11.663 39,1 72.462 35,6 446.963""""""'6`,*'1"7 346.673 5,510a100
133.536 56,8 122.036 60,0 3.453.444 46,5 3.130.948473
100a1.000
E 8.861 3,8 8.231 4,05 2256.9045 30,4 2.074.321314
1.000a10.000
565
0,2505
0,2 1.087.207 14,7 1.004.342152
10.000amais
6
0,0 3 0,0: 173.004 2,3 38.562106
-íiiiáäããáááäííiíiišíššãäëãiiãããíiíííãáiäáiš flfláiiããããiãíiebëâêvêêrêêêzâ fiêiiíáiiiiiêiiísaê rsrsrs:êõêeêrrêszêrêõêêêéãz êasêêzzppaêêêêêzsz':+››:êe:::››&›:>aêee>êõõêêêaêsêêê êaêsêêsaêzêaaêêêgg 5zzggggggzgggggzggggggggzzgzgggzz.zzggzzzzqgqz 'fiiffE5Í5555ffiiíííífiffffffiiíífifffíiáäië iiifãfiášífãfifiííiiííffífííi $$$$$$$§$$$$$$$í$$ iíiíiišiãäiãiäiíiiiššäiiéšä iiããããããiãäiiäiíi:íäšâššééiëšãããããããããäiãiããääiííäii í$5?S$$§§§§££§5S›ê êõêõêaavêpêâêêâzêêasaaasézzszêrêv.êzvzvzvvvrea
Fonte: IBGE (Censo Agropecuário de 1995-96) apud Mattei, 1998
Segundo
Mattei (1998), especificamentecom
relação aosdados
apresentados,
sobressaem
diversos aspectos.Em
primeiro lugar, é preciso reafirmarque
o processo de concentraçãoda
terraem
Santa Catarina ainda é muito elevado.Esta afirmação está referendada nos valores
do
indicede
Gini,que
mede
aevolução
da
concentração fundiáriasdo
estado.Apesar
desse índice se situarem
um
patamar relativamente baixo,quando comparado
aos índicesde
outros estadosou
atémesmo
do
pais, os valores apresentados -em
1985,o
Gini erade
0,671 te,em
1995, foide
0,658 - variarambem
pouco ao
longodo
período analisado.É
istoque
sustentaa
idéiada
continuidadede
um
processode
concentração das terras nomeio rural catarinense. Já a área
média
dos estabelecimentos,que
em
1985 erade
31,59 hectares,
em
1995 aumentou
para 32,52 hectares.Em
segundo
lugar, a tabela 3 demonstratambém
outros aspectosdo
processo de concentração
da
terra aindaem
curso no estadode
Santa Catarina.Em
1985, os estabelecimentos
com
até50
hectares representavam90,2%4do número
total
de
estabelecimentos e detinham40,7% da
área total. Enquanto isso, osestabelecimentos
com
maisde
1.000 hectares, perfazendoapenas
0,2% do número
total, detinham
16,9% da
área total. Jáem
1995, os estabelecimentoscom
até50
hectares,
sendo 89,7% do
total, detinham40,5% da
área total, enquantoque
osestabelecimentos
com
maisde
1.000 hectares, continuando a ser0.2% do
total,detinham
16%
da
área total.Observa-se, conforme tabela 3,
que há
uma
enorme
predominância dosestabelecimentos agropecuários no estrato
de
áreade
0 a50
hectares, oque
revelaum
caráterbem
particularda
agricultura catarzinense.No
entanto,como
vimosanteriormente, isto não quer dizer
que
a terranão
continuacom
um
indicede
concentração bastante elevado.
O
que
também chama
a atenção nosdados
entre os dois períodoscensitãríios,
é
ia reduçãodo número de
estabeílecimentos meda
área total. Para oprimeiro caso, desapareceram 31.504 estabelecimentos, enquanto
que
a área totalreduziu para 806.689 hectares.
A
explicaçãodo
IBGE
éque
esses resultados estão diretamente relacionados àsmudanças
no periodode
referênciado
Censo
Agropecuário. Assim, “na entre-safra, muitas vezes são poucos os vestígiosda
atividade agricola que se desenvolveu na área da safra anterior, e freqüentemente o5 Esse indice varia de O a 1. Quanto mais próximo de zero, mais equinânime e a posse da terra.
responsável pela produçao naoipode ser encontrado
na
regiaoem
que
se localiza toestabelecimento, pois terminou seus trabalhos
e
deixou o local" (IBGE -Censo
Agropecuário, 1995-1996, p.30).
Com
isso, conclui o Censo, algunsestabelecimentos
podem
ter ficadode
fora da coberturado
universo existenteem
31.12.1995.Além
disso, oIBGE
também
cita outros fatoresque
contribuíram para a inesperada conformaçãode
alguns resultados censitários. Dentre eles, sãodestacados o processo
de
reestruturação e ajusteda
economia, a continuidade damigração rural-urbana, a extensão
dos
beneficiosda
aposentadoria aostrabalhadores rurais, a partir de 1988, o
que
levou os produtores idosos aparalisarem atividades de subsistência e a urbanização
do
meio rural, levando aemergência das atividades e
ocupações
não agrícolasem
grande intensidade.I
Com
relação à evoluçãodo número de
estabelecimentos por tipode
produtor, conforme Mattei (1998),
houve
uma
reduçao de 31.504 estabelecimentosentre os dois Censos.
Os
proprietáriosõ reduziramsua
participaçãoem
números
absolutos
de
182.816 para 171.498, ou seja, diminuíram sua participaçãoem
6%
noconjunto dos produtores.
No
entanto, essa categoriade
produtores aindaé
=a maioriaexpressiva no
Censo
de 1995-1996, perfazendo84,3% do
total.A
categoriaarrendatãrios7, por sua vez, sofreu
uma
reduçãode
15.446 para 12.114, ou seja,diminuiu sua participação
em
22%.
Atualmente essa categoria representa6%
do
conjunto dos produtores.
Os
parceiross reduziram sua participaçãode
16.128 para 6.131, ou seja, diminuíram sua participaçãoem
62%
no conjunto dos produtores.Assim, atualmente, essa categoria responde por
apenas
3%
do
total de produtores.Finalmente, os ocupantesg reduziram sua participação de 20.583 para 13.604,
ou
seja, diminuíram sua participação
em 34%
no
conjuntodos
produtores. Atualmente,essa categoria responde por
6,7% do
totalde
produtoresdo
estado.Em
síntese, amaior redução ocorreu na categoria dos parceiros, seguido pelas categorias dos
ocupantes e dos arrendatários.
Apesar da pequena queda
registrada, a categoriados proprietários
permanece
majoritáriano
estadode
Santa Catarina.6 Quando as terras do estabelecimento, no todo ou em parte, são de sua propriedade.
7 Sempre
que as terras do estabelecimento tivessem sido tomadas em arrendamento, mediante o pagamento de quantia fixa
em dinheiro, ou sua equivalência em produtos ou prestação de serviços.
8 Se as terras do estabelecimento fossem de propriedade de terceiros, e estivessem sendo exploradas em regime de parceria,
mediante contrato verbal ou escrito, do qual resultasse a obrigação de :pagamento :ao proprietário, de um percentual da
produção obtida.
Nos casos em que a exploração se prooessasse em terras públicas, devolutivas ou de terceiros, nada pagando o produtor pelo seu uso.
2.4
O
DESENVOLVIMENTO
DA AGROPECUÁRIA
CATARINENSE
Diante das transformaçõesda
agricultura brasileira, Silva&
Bottan (1984),afirma-se
que
sevem
verificando naeconomia de
Santa Catarinacomo
um
todo, eno
seu setor agrárioem
particular, asmesmas
tendências predominantesna
economia
e na agricultura nacionais.Apenas
seu ritmo e suas característicasapresentam diferenças. Tal diferenciação
tem
por fundamento a largapredominância da
pequena
produção (agrícola ou industrial) nas origensdo
estadocatarinense.
Além
do
mais, formou-seuma
pequena
produção fortementeregionalizada,
que
determinou o fortalecimentode
“economias regionais"no
interiordo
território estadual,com
pequena
taxade
intercâimlbâiio..A
~ess~es aspectos aliam-seà
pequenez
territorial e populacional do estado (1,1%do
território,2,2% da
população,
3,3% da
área agrícola e4%
da
população rural nacionais)e
a acidentadatopografia (estima-se
em 36%
a área mecanizáveldo
Estado).Especificamente entre anos agrícolas,
segundo
Mattei (1998), téimportante apresentar,
de
forma resumida, as principais especificidades por regiãono estado
de
Santa Catarina. 'Na
região Oeste, háum
predomínioda
produção agrícola vinculada aoscomplexos agro-industriais. Neste caso, destacam-se o complexo carnes (suínos e
aves) e o complexo fumo,
mesmo
que
para este últimopossam
ser observadas asmesmas
características nas demais regiõesdo
estado.Além
desses, háuma
intensaprodução
de
outros produtosde
origem animal e vegetalque conformam o
chamado
“sistema integrado
de
produção”,merecendo
destaque àexpansão
da pecuárialeiteira.
De
algum modo, é possível se visualizaruma
certa reduçãode
culturastradicionais,
como
o trigo e a soja, .euma
expansão da
produção de alho, cebola efumo, além
de
um
corte zsignificativodo
número de
agricultores integrados, principalmentena
suinocultura.Segundo o
Instituto Cepa,há
um
piredomínio nestaregião dos estabelecimentos
que combinam
a produçãode
grãoscom
a criaçãointensiva
de
animais (suínos e aves). Porém,em
funçãoda
concentraçãoda
produção
em um
pequeno número de
produtos, háuma
sériede
problemas, tantoem
termosde
geraçãode emprego
quantode
geraçãode
renda.Na
regiaodo
Planalto Catarinense(Campos
de
Lages ede
Curitibanos),observa-se
uma
concentração da produção animal eum
sistema produtivo vegetal 26assentado nas médias e grandes propriedades. Essa região lidera a criação de
gado
(de corte etambém
de leite) e apresenta os grandes produtoresde
grãos,destacando-se a soja, o milho le o feijão.
Além
disso, a *fruticultura ali existenteé
amais desenvolvida
do
estado,merecendo
destaque à cultura da maçã. Observa-se,ainda, a presença das atividades florestais
e de
reflorestamento,com
a permanênciade
importantes indústrias nacionais de papele
celulose.Do
pontode
vistaeconômico, a região
começa
a desenvolver o turismo rural, centrado atualmente noshotéis fazendas.
Na
região Suldo
estado, encontra-seuma
agricultura bastante tecnificadae assentada nos estabelecimentos familiares. Dentre os principais produtos,
destacam-se a soja, o
fumo
e o arroz.Na
produção deste últimoemprega-se
fortemente a tecnologia
da
irrigação, oque
lhe confere alta produtividade euma
certahegemonia
produtivana
região.Na
área animal, destaca-se ta criaçãodo
gado
de
leite e de corte e a criação de suínos,ambas
as atividadesno
sistema familiar.Diferentemente das outras regiões, observa-se ali
uma
forte especialização dosagricultores
e
um
processode
integração semelhanteao
da região Oestedo
estado,«
na
produçaode fumo
ena
criaçãode
suínos.Na
região metropolitana de Florianópolis, caracterizada poruma
agricultura
de
subsistênciacom
baixa capacidade produtivae
baixas rendas, observa-se o predomínio das culturas do tomate,da
batata e da cebola, alémda
produção especializada
de fumo e da
criação -de lbovinode
corte ede
leite,sendo
que
o últimoem
menor
escala. Devido à proximidadecom
a cidadede
Florianópolis,há alguns indícios
da combinação
das atividades agrícolascom
as não-agrícolas, principalmente nos setoresda
construção civil edo
serviço público.Nas
regiõesdo
Valedo
ltajaí(Blumenau e
ltajaí) e Litoral Norte (Joinvillee Jaraguá
do
Sul), prevaleceuma
agricultura familiarde
subsistência não integradaaos grandes complexos agro-industriais. Dentre as principais atividades, destacam-
se as culturas
do
arroz, fumo, cebola, banana, cana-de-açúcar, etc.Na
produçãoanimal, destaca-se a criação
de
suínose
a bovinocufltura (corte ede
leite),mas
em
pequena
escala.Além
disso, observa-setambém
nessas regiõesuma
queda
dasculturas tradicionais, principalmente
da
soja edo
trigo.A
dinâmica agrícola estáconcentrada no uso
da
forçade
trabalho familiar.Essas duas
regiões apresentamuma
característica muito peculiarno
estado, porque zpossiibilzitam acombinação
dasatividades agrícolas
com
as atividades industriais. Isso se deve as condiçõesI
geográficas e
ao
processode
lindustzrialização descentralizadaque
ocorreunos
principais municípios.Essa
industrialização,em
sua grande maioria, concentra-senos setores têxtil e
de máquinas e
equipamentos.2.4.1
Aspectos da
agropecuária catarinenslewO
estado de Santa Catarina caracteriza-se por apresentaruma
base
produtiva
bem
diversificada, tanto para os produtosde
origem animal quanto para osde
origem vegetal.E
é justamente esta caracteristicaque
transforma Santa Catarinaem um
dos estados mais importantesdo
país, para diversos produtose
culturas.Neste sentido, esta parte analisará separadamente a dinâmica produtiva dos setores
animal e vegetal, de acordo
com
osdados
dos dois censos agropecuários.Desempenho
da Produção
Vegetal CatarinenseA
tabela4
apresenta a evoluçãoda
área colhida para as principaisculturas
do
estado nos doisCensos
(1985 e 1995). Para o conjunto de lavourasselecionadas pelo lBGE, observa-se
uma
reduçãoda
área totalde
1,9 milhõesde
ha,
em
1985, para 1,5 milhões,em
1995,ou
seja,uma
diminuiçãode
aproximadamente 22%.
Com
exceção das culturas damaçã
eda
cebolaque
apresentaram
um
comportamento
positivo, todas as demais culturas tiveramquedas
na
área colhida,sendo que
as maiores foram registradas nas culturasda
soja (58%), batata-inglesa (55%) e
mandioca
(45%).Das
culturasque
expandiram sua áreacolhida, a
maçã
apresentouum
percentual de62%
e a cebolaum
percentualde
acréscimo
de 84%.
O
fatode não
ter sido realizado to censo agropecuárioem
1990, éextremamente prejudicial para se recompor tendências históricas.
Mesmo
que
osdados da
Produção Agrícola Municipal(PAM)
revelemalgumas
tendências.Em
primeiro lugar, a
segunda metade
dos anos oitenta apresentouuma
elevação dasáreas colhidas para praticamente todas as culturas. *Esse fato está diretamente relacionado às
mudanças no
conjuntoda economia do
país e às politicasespecíficas
de
estímulo à agricultura, principalmenteno
período entre 1986 e 1989.1° O
item 2.4.1 Aspectos da agropecuária catarinense, está baseado em Mattel (1998)
Isto levou a
uma
rápidaexpansão
das atividades agropecuáriasno
finalda década
de 80, período
em
que
a maioria das culturas atingiu seu potencialmáximo de
área plantada.,
Tabela 4 - Área colhida
com
as principais lavouras,segundo os censos
agropecuários
e
produção agrícola municipal - Santa Catarina-
1985/1996' '
. _ z 1 - z - V - « - - - « « ~V 1:1:::::::::::š::::::::::::::
Arroz
(em
casca) 120.350 158.690 147.843 146.459. 155.229 111.441Batata-inglesa 1 8.078 1 8.447 18.415 19.050 18.819 8.061
Cana-de-açúcar 32.016 0,483 15.088 15.250 7.442 24.694
Cebola 12.875 21.856 17.363 22.276 25.033 23.694
Feijão 292.555 394.142* 420.333 355.203 390.069 254.790
Fumo
(em
folha) 103.659 85.626 84.940
126.171 80.997 101.652Mandioca
74.1 16 70.589 63.370 56.429 49.577 40.426M¡|i¬‹› (2)
1
850.628
saooo
J 1 .055.095 1 .030.885 1.061.582 754.966Soja
(em
grão) 403.530 415.000 267.911 220.211 204.478 167.680Maça
8.234 1 2.683 12.788 12.412 14.245 13.348_ š
(1) IBGE, Produçao Agricola Municipal, 1989/1995 (2) Todos os cultivos
- €SfÍmaÍÍV8S.
Fonte: Censo Agropecuário, 1995-96 apud Mattel (1998)
A
seguir apresentaremosalgumas
informações referentes là produtividadedas culturas consideradas. Assim, a tabela 5 apresenta
uma
análise comparativaentre os dois
Censos
sobre a produção, área colhida e rendimento das principaisculturas
do
estado.Tabela 5
-
Produção, área colhida e rendimento das principais lavouras,segundo
os ce l'l sos agropecuários - Santa Catarina, 1985/1996.Arroz I 327.633 497.445 1 20..
350
111.441 2.722 4.464Batata-inglesa 45.462 86.296: 18.078 8.061 2.515 10.705
Cana-de-açúcar 907.820 518.184 32.016 24.694 28.355 20.984
Feijão (1 a Safra ) 233.212 164.517 292.555 184.031
763
894
Fumo
(em
folh3 )A
161.559
163.526 103.659A 101.652 1 .559 1.609 Milho 1.942.966 2.305.140 850.628 754.966 2.284 3.053 Soja 519.730 408.861 403.530
167.680 1.288 2.438Maçã
(1) 1 761 .658â 1 .993. 562 8.234 13.3485 92.502 149.353 (1) Produção de maçã,em
mil frutos; rendimentoem
frutos por hectare.Fonte: Censo Agropecuário, 1995-96.
Inicialmente, verlfica-se
que
très culturas 1- cana-de-açúcar, sojae
feijão,apresentarem redução da produção,
sendo que
destas culturasapenas a
cana-de-açúcar apresentou
queda
de produtividade, ou seja, diminui o rendimento porhectare colhido.
Na
verdade, trata-se deuma
culturacom
baixa expressão comercialno estado,
uma
vezque
grande parte é utilzizada nos próprios estabelecimentos, sejapara elaboração
de
produtos alimentares (açúcar, melado, doces, etc), seja para otrato dos animais.
No
casodo
feijão, que teveuma
queda de
37%
da
área colhida, apesardo ligeiro
aumento de
produtividade, aindaé
uma
culturacom
níveis bastantereduzidos,
quando comparados
aos outros estadosdo
pais ecom
um
sistemade
produção bastante rudimentar.
Além
disso, a produtividade de894
kg/ha é baixaquando comparada
à produtividadedo
país,que
se situa na faixa de 5.417 kg/ha.Segundo
lcepa (2002), ainda hoje a produção catarinensede
feijãovem
seguindo amesma
trajetória, tendente à redução. Tantoque desde
1997, seuvolume
de
produção diminui
24%, onde
os excessos climáticos trouxeram reduçãoda
áreacolhida e